Relações entre o riacho Maceió (Alagoas/Brasil)

XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL, DINÂMICA DAS
CIDADES E PAISAGENS.
ESPAÇO, NATUREZA E SOCIEDADE: Relações entre o riacho Maceió
(Alagoas/Brasil) e o meio urbano a partir de antigas cartografias1.
Carlina Rocha de A. Barros2
Caroline G. dos Santos3
Roberta F. Maia4
Sibéria F. de Carvalho5
Resumo
Durante muito tempo a compreensão do espaço esteve delimitada a formas específicas de
representação. A cartografia era uma delas, documentando não apenas territórios, mas
espaços resultantes das relações entre sociedade e natureza. Essas relações compõem uma
nova dinâmica na paisagem de acordo com as atividades produtivas do homem, levando a
transformações sociais, técnicas e espaciais. A partir dessa dinâmica, elementos naturais
como os corpos d´água, sofrem fortes interferências paisagísticas com a alteração de seus
meandros, por vezes vistos como obstáculos ao crescimento urbano. Na cidade de MaceióAlagoas, o riacho Maceió teve presença marcante no início da ocupação urbana,
considerado um referencial do lugar. Hoje se apresenta como um indesejável elemento que
revela a precariedade da infraestrutura urbana.Reconhecendo a importância do riacho para
a cidade, propõe-se uma reflexão a partir de proposições que alteraram o riacho em meados
do século XIX até meados do séc. XX.
Palavras-chave:Espaço, Natureza, Sociedade, Cartografias.
Abstract
For a long time the understanding of space was related to more specifics forms of
representation. The cartography was one of them, documenting not only territories but
1
Artigo resultante de estudos realizados pela Pesquisa de Iniciação Científica intitulada A
PAISAGEM VIOLADA: metamorfoses do riacho Reginaldo a partir da ocupação urbana de
Maceió (1840-1950), orientada pelas professoras autoras e tendo como componentes as alunas
autoras. A pesquisa é financiada pelo PIBIC/ CNPq e pelo Centro Universitário CESMAC, com
duração de agosto de 2013 a julho de 2014.
2
Arquiteta e Urbanista (UFAL), Mestre em Conservação e Restauro (UFBA) e professora no
Centro Universitário CESMAC. E-mail: [email protected]
3
Arquiteta e Urbanista (UFAL), Mestre em Desenvolvimento Urbano (UFPE) e professora no
Centro Universitário CESMAC. E-mail: [email protected]
4
Bolsista PIBIC/CNPQ, graduanda do curso Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário
CESMAC. E-mail: [email protected]
5
Graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário CESMAC.E-mail:
[email protected]
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
spaces, resulting of relations between society and nature. These relationships composing a
new momentum in the urban landscape, according to the productive activities of human
being, leading to social, technical and spatial transformations. From this dynamic, natural
elements such as water bodies, suffer strong landscape interference with the changing in its
meanders, often seen as obstacles to urban growth. In the city of Maceió - Alagoas,
Maceióthe creek had a strong presence in the early urban settlements, characterized as a
place of reference. Today,its presents an undesirable element that reveals the
precariousness of urban infrastructure. Recognizing the importance of the creek to the city,
it proposes a reflection from propositions that altered the creek and its appropriation of the
mid-nineteenth century until the mid-century XX.
Keywords: Space, Nature, Society, Cartography.
Introdução
As relações entre o homem e o meio físico natural sempre se deram através da
técnica, que com o passar do tempo foi evoluindo em detrimento de um maior domínio
sobre a natureza. As transformações que foram operadas refletem não apenas mudanças
materiais como também socioculturais, que geram aquilo que Santos (2006) chama de
espaço, resultado de uma complexa rede de relações entre sociedade e natureza
influenciada pelo desenvolvimento da técnica. Esse fato possibilitou um domínio cada vez
maior do meio natural pelo homem, especialmente com a evolução das sociedades
modernas, que trouxeram consigo novas relações de produção e trabalho e a criação de
ambientes urbanos mais adensados e carentes de salubridade.
A pressão cada vez maior do meio urbano sobre os elementos naturais, estes cada
vez mais incorporados, influenciou na forma como esses elementos foram (e continuam
sendo) apropriados e percebidos pela sociedade em momentos históricos e segundo
interesses diversos.
[...] o mesmo objeto, ao longo do tempo, varia de significação. Se as suas
proporções internas podem ser as mesmas, as relações externas estão sempre
mudando. Há uma alteração no valor do objeto, ainda que materialmente seja o
mesmo, porque a teia de relações em que está inserido opera a sua metamorfose,
fazendo com que seja substancialmente outro. Está sempre criando-se uma nova
geografia. (SANTOS, 2006, p. 62).
Com a transformação do meio físico natural através do desenvolvimento da técnica,
o meio urbano pôde se expandir e supostamente dominar os elementos naturais presentes
em seus perímetros cada vez mais extensos, de forma muitas vezes drástica e com sérias
consequências. “O meio urbano é cada vez mais um meio artificial, fabricado com restos
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
da natureza primitiva, crescentemente encobertos pelas obras do homem” (Santos, 2012, p.
46).
No Brasil assim como em outros países do mundo, como resposta a essas novas
demandas urbanas foram desencadeadas profundas alterações nos elementos físicos
naturais presentes nas cidades, sendo os rios um dos que sofreram maior influência da
técnica a serviço do homem. Grandes, médios e pequenos corpos d´água estão presentes
em localidades urbanas diversas, configurando-se como essenciais na formação e evolução
desses espaços. Inicialmente eram utilizados como meio de circulação de pessoas e
mercadorias, além de se apresentarem como importantes elementos de onde muitos tinham
o seu sustento e lazer.
Especialmente ao longo dos séculos XIX e XX, momentos cruciais no
desenvolvimento da técnica pelo homem, os rios urbanos foram sendo alterados, resultado
de interesses higienistas e também de cunho econômico. Diante dessas novas relações
entre sociedade e natureza ocorrem transformações não apenas materiais, de retificação ou
canalização dessas águas, mas também de sentido e apropriação desses elementos naturais
pela sociedade. Segundo Antunes (2006, p. 121), “As transformações decorrentes da ação
do homem sobre esse elemento natural e suas margens, num processo de construção social
ao longo da história, resultaram nas paisagens atuais repletas de diversas camadas de
significados”.
A ação do homem sobre os cursos d´água urbanos desencadeou uma série de
intervenções muitas vezes desastrosas e que influenciaram de forma decisiva a maneira
como esses elementos foram sendo incorporados ao meio urbano, expressão das relações
sociais. Dessa forma este artigo pretende refletir sobre as transformações pelas quais
passou o riacho Maceió de meados do séc. XIX até meados do séc. XX, influenciando
também na sua apropriação e apreensão enquanto elemento natural até os dias atuais, a
partir de cartografias que apresentam não apenas o território material, mas em suas
entrelinhas dinâmicas espaciais e, portanto, socioculturais importantes ocorridas no
período.
O riacho Maceió e o meio urbano: reflexões sobre antigas cartografias
O estado de Alagoas, localizado no Nordeste brasileiro, traz em sua toponímia uma
alusão às suas águas, especialmente as doces que inicialmente foram primordiais para o
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
desenvolvimento e transporte local. Não à toa sua gente é descrita por Lindoso (2005)
como um povo “anfíbio”, numa alusão à importância que as águas sempre tiveram na
conformação do território e no desenvolvimento do Estado6.
A presença das águas é marcante em boa parte dos municípios alagoanos,
entrecortados por cursos de águas doces que possibilitaram a permanência de muitas
localidades. A cidade de Maceió, atual Capital do Estado, é um desses locais. Tendo como
limites a leste o oceano Atlântico e a oeste a lagoa Mundaú, desde o seu surgimento
estabeleceu uma relação intrínseca com suas águas, especialmente a partir das ligações
marítima e fluvial (Figura 01).
Figura 01: Ilustração que localiza Maceió e complexo de
águas que a limita, com detalhe para as frentes marítima e
fluvial, e localização do riacho Maceió (com
adaptações).Fonte: LIMA, Ivan Fernandes. Maceió a cidade
restinga. Maceió: CEPAL, 2010, p. 58-60.
Frente lagunar
Frente marítima
Riacho Maceió
Além desses dois grandes corpos d´água que delimitam a geografia da cidade, o
riacho Maceió7, localizado justamente na divisa entre eles8, ainda hoje é elemento físico
6
Não só Alagoas, mas também a cidade de Maceió deve sua nomenclatura às águas. Nome de
origem indígena (tupi), e que segundo Abelardo Duarte (1965) originou-se a partir de um riacho
chamado Massayó ou Maçai-ok, que significa “aquilo que tapa o alagadiço”, que posteriormente
pode ter dado nome a um antigo engenho de açúcar localizado onde hoje é o Centro da cidade, um
dos primeiros focos populacionais. Esse riacho apresenta-se como objeto de estudo desse artigo.
7
Também conhecido como riacho Reginaldo, em alusão ao nome de um antigo dono das terras que
o envolviam; e também como Salgadinho, já mais próximo à sua foz. O riacho possui outras
denominações ao longo de seu trajeto de cerca de 50km, segundo especificidades de cada trecho da
cidade.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
referencial na cidade. Desde a transferência da capital do Estado para Maceió em 1839,
uma série de intervenções urbanas com finalidades higienistas e de embelezamento foram
transformando paulatinamente a natureza local, de forma que o terreno pantanoso
composto por rios e alagadiços, “[...] para a sua posterior integração no espaço urbano, [...]
passou por profundas transformações através de aterro e drenagem que alterou o sítio
original ao longo dos séculos de desenvolvimento da cidade” (Cavalcanti, 1998, p. 47).
Essas alterações urbanas estavam relacionadas ainda com o interesse em uma maior
mobilidade entre as duas regiões que compunham a cidade naquele momento: o Centro
(comercial), também conhecido como Maceió; e o porto marítimo, na localidade chamada
de Jaraguá. A drenagem das áreas alagáveis facilitava o escoamento da produção de canade-açúcar vinda de engenhos localizados nas imediações das lagoas até o porto, e o riacho
Maceió
apresentava
meandros
que
supostamente
dificultavam
essa
ligação,
comprometendo a expansão urbana e a dinâmica econômica (Figura 02).
CENTRO(MAC
EIÓ)
IMEDIAÇÕES DO
PORTO
Figura 02: Detalhe de uma Planta da cidade em 1865: o riacho (em destaque) ainda com suas margens
vegetadas e apresentando curso original, paralelo à costa marítima.
Fonte: Organizada pelo engº civil Carlos Boltenstern em 1865. Disponível em:
<http://sistemas.ahex.ensino.eb.br/sistarq/imagem.php?codigounion=mapo1486>. Acesso em: 17 fev 2014.
8
Até o final do séc. XIX o riacho era vencido através de duas pontes: a dos Fonseca e a do Poço
(Almanak, 1894).
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Segundo o detalhe da planta apresentada, até 1865 o riacho apresentava em suas
margens e entorno imediato uma grande área arborizada9, especialmente rumo ao norte, em
contraste com a ocupação urbana que parecia bastante concentrada no Centro em
descontinuidade com uma ocupação incipiente junto ao porto. O riacho claramente
limitava a expansão urbana e a ligação entre esses dois núcleos, estando o porto em
processo de crescimento.
Em 1868 um plano é elaborado para a área10, onde o riacho Maceió apresenta suas
margens e entorno ocupados com malha urbana bastante regular em substituição à grande
área vegetada, configurando-se numa área de expansão urbana que buscava interligar os
dois bairros da cidade. O riacho apresenta duas “bocas” para o oceano nesse
momento(Figura 03).Provavelmente é uma proposta de intervenção, e não um desenho
natural do riacho devido à angulação da boca e comparando com o desenho de 1865.
Contudo, bocas de rio arenosas podem ser móveis, influenciadas pelo vento e correntes
marítimas. Neste caso também pode ter sofrido a influência de intervenções realizadas no
porto (Cavalcanti, 1998).
Figura 03: Plano de Maceió em 1868: o riacho apresenta duas “bocas” e traçado viário bastante retilíneo
em seu entorno imediato indicando intenção de ocupação da área (com adaptações).
Fonte: CAVALCANTI, 1998, p. 69.
9
Há uma possibilidade a área vegetada em questão ser parte de chácaras urbanas existentes nas
imediações do que é hoje o bairro do Poço para cultivo e criação de animais, segundo informações
levantadas em Cavalcanti (1998).
10
O plano não chegou a ser executado, mas explicita os interesses de gerar uma ligação mais direta
entre os bairros existentes, gerando maior continuidade na ocupação urbana.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Cada vez mais foram se elaborando planos que visavam o controle das áreas
alagadiças e pequenos cursos d´água, interferindo em sua paisagem natural e
transformando as relações entre sociedade e meio. A partir da década de 1870 inicia-se
uma ocupação mais expressiva ao longo da frente marítima nas proximidades do porto,
especialmente após o projeto para sua estruturação finalizado em 1875 e que previa uma
ligação mais direta entre a lagoa Mundaú e o porto de Jaraguá e que deveria interferir na
foz do riacho Maceió11. Nesse momento o riacho tinha seus meandros incorporados ao
traçado viário e era tido como cartão postal da cidade, apesar de notícias em antigos jornais
que tratam sobre inundações ocorridas no riacho, como a de 1870, resultado das fortes
chuvas, de acordo com Cavalcanti (1998). (Figura 04).
Figura 04: Cartão postal de 1910-1911: vista da praça Euclides Malta (atual Sinimbú) com riacho
Maceió em primeiro plano.
Fonte: CAMPELO, 2009, p. 92.
A partir de 1890 dá-se em Maceió um grande surto progressista resultado da
instituição do regime republicano que amplia as finanças públicas (Diegues Junior, 2001).
Abriam-se e alargavam-se ruas, e em 1894 a cidade já se dividia em três bairros distintos:
Maceió (centro comercial), Jaraguá e Levada ou Ponta Grossa, este último na planície
11
Como não se teve acesso ao projeto de 1875, não se sabe ao certo o que era proposto, nem se foi
executado, em parte ou totalmente.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
lagunar12. Junto ao riacho Maceió, no início do séc. XX já é possível perceber uma
ocupação de forma aparentemente não planejada (Figura 05).
Figura 05: Planta da cidade em 1902: a ocupação ao longo do riacho Maceió já se apresenta de forma
expressiva e com traçado irregular (destacado em vermelho), distinto daquele previsto no plano de 1868
(com adaptações).
Fonte: Planta levantada pelo Engº Reinhold Cvickse em 1902. Disponível em:
<http://sistemas.ahex.ensino.eb.br/sistarq/imagem.php?codigounion=mapo1503> Acesso em 17 fev 2014.
Segundo relatos encontrados em jornais e periódicos da época, percebe-se que neste
momento já existe uma mudança de sentido do riacho para a população, quando o mesmo
inicia seu processo de poluição resultado da ausência de saneamento e da expansão urbana
ao longo de suas margens13 como resultado das influências da sociedade sobre o meio,
“adaptando-o” às suas demandas.
A história atribui funções diferentes ao mesmo lugar. O lugar é um conjunto de
objetos que têm autonomia de existência pelas coisas que o formam – ruas,
edifícios, canalização, indústrias... mas que não têm autonomia de significação,
pois todos os dias novas funções substituem as antigas, novas funções se impõem
e se exercem. (SANTOS, 2012, p. 59).
12
ALMANAK do Estado de Alagoas. Maceió: Typ. do Gutemberg, 1891-1894: p. 70. Disponível
em: <http://hemerotecadigital.bn.br/acervo-digital/almanak-estado-alagoas/707430>. Acesso em:
10 fev 2014.
13
Segundo Cavalcanti (1998), até o séc. XIX todos os resíduos urbanos eram despejados nos
pântanos de Maceió.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Em fins da década de 1930 o porto passa por grande intervenção que implicou em
novas demandas para a área, o que pode ser percebido pela drástica intervenção que o
riacho sofre com a alteração de sua foz em 1947/48 (Figura 06). A intervenção acarretou
no aterro de boa parte de seu curso final com consequente expansão da planície litorânea
no sentido sul, e promoveu a retificação dos meandros do riacho Maceió, o que pode ter
contribuído para a nova enchente ocorrida em 1949.
LEGENDA:
Curso original
Curso retificado
Área aterrada
Figura 06: Planta da cidade em 1931 identificando os cursos do riacho antes e após a intervenção, assim
como a área incorporada ao processo de expansão urbana (com adaptações).
Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLA), 2014.
Atualmente o riacho apresenta sérios problemas decorrentes do despejo de esgotos
sem tratamento, agravado pela ocupação ao longo de toda a sua bacia, em torno da qual a
cidade se desenvolveu rumo a uma área de planalto. As matas antes existentes em suas
margens foram substituídas por casebres, o que contribuiu para a escassez das suas águas
nos dias atuais. A sociedade não o reconhece mais como riacho, e pouco se sabe ou se fala
sobre o que foi um dia o riacho Maceió e sua importância para a história da cidade e de sua
ocupação.
A partir das cartografias, aliadas a informações históricas e documentais, foi
possível compreender parte da evolução do riacho Maceió e sua inserção no meio urbano.
As cartografias convencionais, embora representem territorialmente o espaço, não podem
trazer o elemento dinâmico que diferencia e distingue o território do espaço, que é animado
pelos seres sociais, segundo Santos (2006). Apesar disso, é passível de ser melhor
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
interpretada, podendo insinuar ou mesmo revelar parte das relações sociais que
compreenderam o espaço em determinado momento histórico, colaborando no
entendimento do presente e orientando possíveis mudanças na qualidade do espaço
resultante, considerando um maior equilíbrio entre meio natural e sociedade.
BIBLIOGRAFIA CITADA
ANTUNES, Lúcia M. S (org.). Rios e Paisagens Urbanas em Cidades Brasileiras. Rio
de Janeiro: Editora Viana & Mosley: Editora PROURB, 2006.
CAMPELLO, Maria de Fátima de Mello Barreto. “A construção coletiva da imagem de
Maceió: cartões-postais 1903/1934”. Tese de doutorado em Desenvolvimento Urbano.
Universidade Federal de Pernambuco, 2009.
CAVALCANTI, Veronica Robalinho. “La production de l’espace à Maceió (18001930).” Tese de doutorado em Desenvolvimento econômico e social. Université de Paris I,
Panthéon-Sorbonne, 1998.
DIEGUES JUNIOR, Manuel. “Evolução urbana e social de Maceió no período
republicano”. In: COSTA, Craveiro. Maceió. Maceió: Edições Catavento, 2001. Pp. 155177.
DUARTE, Abelardo. “As Características histórico-geográficas da cidade de Maceió”.
In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Maceió: Imprensa Oficial,
1982. Pp. 13-30.
LINDOSO, Dirceu. Interpretação da Província – Estudo da cultura alagoana. 2. ed.
Maceió: EDUFAL, 2005.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:
EdUSP, 2006.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado: fundamentos teóricos e
metodológicos da geografia. São Paulo: EdUSP, 2012.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina