UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS Solubilidade de Polímeros VOD-K São Carlos – janeiro/2001 Introdução: A dissolução é um processo lento que ocorre em duas etapas: As moléculas do solvente penetram entre as moléculas do polímero produzindo um gel. Esse primeiro estágio é significativamente afetado pela cristalinidade ou pelas forças secundárias. Ocorrida essa primeira etapa, acontece a segunda etapa, onde há a dissolução propriamente dita, ou seja, a desintegração gradual do gel tornando-se uma solução. Em altos pesos moleculares, a dissolução é mais complexa, devido ao tamanho entre as moléculas do solvente e do polímero, à viscosidade do sistema e aos efeitos de textura. Para compreender melhor o processo de solubilização, diversos polímeros devem ser submetidos diversos solventes com diferentes condições de temperatura. Com isso pode ser visualizada a regra geral da solubilidade dos polímeros bem como as condições termodinâmicas envolvidas neste processo. Quando na avaliação da solubilidade, a equação descrita não se pode aplicar nos casos em que o polímero a ser estudado possui ligações secundárias fortes do tipo ponte de hidrogênio, tendo como resultado final apenas um inchamento ao invés de solubilização. Nestes casos, é correto então, levar em consideração as próprias energias de ligação entre os hidrogênios. A situação é aquela na qual H=T. S. Nesta condição as interações entre polímero-solvente e polímero-polímero são iguais. Desta forma o segundo coeficiente virial é igual a zero. A condição pode ser obtida a uma temperatura fixa ajustando-se o solvente para ser um solvente , ou ajustando-se a temperatura para um dado solvente até atingir a temperatura ou temperatura de Flory. A importância do conhecimento da solubilidade de um polímero na vida pratica de um engenheiro de materiais se aplica para a formulação, produção e controle de qualidade na indústria de tintas, vernizes e adesivos é necessário obter soluções estáveis( que não sofra grandes alterações de viscosidade com o tempo de estocagem), com segurança de manuseio (o uso de solventes inflamáveis e/ou tóxicos devem ser evitados se possível) a um custo compatível (um solvente caro pode ser substituído por uma mistura de outros líquidos orgânicos de maneira a produzir um tiner com capacidade de solubilizar a formulação). O comportamento durante o processamento de um polímero (viscosidade no estado fundido) é função da dificuldade de fluxo encontrada pelas cadeias poliméricas. Esta dificuldade é gerada pelo grande número de enrosco, que as longas cadeias provocam. Assim é importante o conhecimento e controle da massa molecular média obtida durante a polimerização. A MM é uma média dos comprimentos (ou peso) de todas as cadeias medidas individualmente. Para esta medida é necessária a separação das cadeias o que pode ser feito de uma maneira prática através da solubilização do polímero em um solvente adequado. Densidade de energia coesiva é a energia necessária para retirar uma molécula de seu meio e afastá-la de outras moléculas. Para um polímero este conceito está associado a sua solubilização (como para um sólido comum está associado a sublimação). Portanto, esta medida é um valor de força de interação intermolecular que une as moléculas juntas no estado líquido. Sendo assim, a densidade de energia coesiva está fortemente relacionada com o tipo de polímero, cristalinidade, orientação, presença de grupos laterais, cadeias flexíveis, presença de grupos polares, etc. Soluções de polímeros são misturas líquidas de longas cadeias de polímeros com moléculas pequenas e leves de solvente. As propriedades da solução são ditadas pelas propriedades das macromoléculas individuais. Por exemplo, para uma distribuição diluída de moléculas ou para medição de viscosidade, pode-se julgar o formato e o tamanho das "molas" de polímero. Então, uma solução polimérica é o sistema polimérico mais simples, porque quando a estudamos, estamos na verdade nos baseando nas propriedades de uma macromolécula individual. Em um bom solvente as interações entre o polímero e o solvente são fortes e as moléculas tendem a se espalhar. Já com um solvente pobre a atração entre as moléculas do polímero é mais forte que as com um bom solvente. Desta forma as moléculas ficam mais próximas, podendo haver precipitação de moléculas maiores neste caso. O comprimento de uma molécula no estado ou forma de "mola" é dado pela raiz quadrada do comprimento da cadeia. Pode a cadeia, acidentalmente, se esticar em uma linha estreita. A probabilidade de que uma cadeia tome a conformação de linha reta é a mesma de acontecer qualquer outra conformação. Mas o ponto principal é que existem muitas, muitas formas curvadas e dobradas, enquanto que apenas uma linha reta e não mais. É por esta razão que um polímero deixado por si próprio tem a tendência de se enrolar em forma de novelo com tamanho igual a raiz quadrada do tamanho da cadeia, e este é apenas um tamanho médio da cadeia do polímero. A cristalinidade diminui marcantemente a solubilidade dos polímeros, pois, para dissolver um polímero cristalino, uma energia extra deve ser fornecida para fundir os cristais. A entropia da mistura é raramente suficiente para suprir essa energia livre extra e, portanto, polímeros cristalinos usualmente dissolvem somente em solventes nos quais existam interações específicas, tais como, ligações de hidrogênio entre o polímero e o solvente. O efeito da orientação sobre a solubilidade é dado pelo fato da orientação aumentar ou diminuir a porcentagem de cristalinidade, ou o número de ligações intermoleculares. Quando a orientação produz cristalinidade adicional ou novas ligações intermoleculares o polímero será menos solúvel. A solubilidade diminui com o aumento do peso molecular, pois ao aumentar-se o peso molecular diminui-se a mobilidade. Procedimento Experimental: Colocou-se uma amostra de cada polímero (cerca de 0,1g) nos diferenciados solventes utilizando tubos de ensaio. Homogeneizou-se as soluções e após um determinado tempo foi verificado se ocorreu incitamento, dissolução ou não à temperatura ambiente. Nos sistemas as quais a dissolução não ocorreu, estes foram expostos à temperaturas mais elevadas. Materiais Utilizados: Polímeros: PMMA, PS Atático, PVC, PP Isotático, Policisisopreno; Solventes: Acetona, Clorofórmio, Tetracloreto de Carbono, Tolueno, THF, Xileno; Tubos de Ensaio; Béquer; Baquetas de Vidro; Suporte para Tubos de Ensaios. Resultados Discussões Conclusões: PMMA PS Atático PVC PP Isotático Poli-cisisopreno Acetona Clorofórmio dissolveu parcialmente a Tamb e totalmente a 50o dissolveu parcialmente a Tamb e totalmente a 50o dissolveu completamente Tamb Inchou a Tamb. e inchou mais a 50o Não dissolveu a Tamb. e dissolveu parcialmente a 50o Inchou a Tamb. e mais a 50o dissolveu completamente Tamb CCl4 dissolveu a completamente a Tamb dissolveu a parcialmente a Tamb e totalmente a 50o Inchou a Tamb. e Inchou a Tamb. inchou mais a 50o e inchou mais a 50o Não dissolveu a Não dissolveu Tamb. e dissolveu a Tamb. e parcialmente a 50o dissolveu parcialmente a 50o Inchou a Tamb. e Inchou a Tamb. mais a 50o e mais a 50o Tolueno THF Xileno dissolveu Não dissolveu dissolveu completamente a a Tamb. e completamente a Tamb dissolveu a 50o Tamb dissolveu dissolveu completamente a completamente Tamb a Tamb dissolveu completamente a Tamb Inchou a Tamb. e inchou mais a 50o Não dissolveu a Tamb. e dissolveu parcialmente a 50o Inchou a Tamb. e mais a 50o Inchou a Tamb. e inchou mais a 50o Não dissolveu a Tamb. e dissolveu parcialmente a 50o Inchou a Tamb. e mais a 50o Inchou a Tamb. e inchou mais a 50o Não dissolveu a Tamb. e dissolveu parcialmente a 50o Inchou a Tamb. e mais a 50o O experimento de solubilidade de polímeros é uma forma rápida e simples de se obter informações sobre a estrutura do polímero (ligações cruzadas e grupos laterais reativos, por exemplo), bem como observar uma regra geral de solubilidade e os fatores que a afetam (temperatura, grau de cristalinidade do polímero, polaridade, etc.), além do parâmetro de solubilidade. Podendo-se aplicar a fórmula: (1 2) (1,7 2,0)1/2 Uma limitação encontrada para esse método está relacionada à facilidade de volatilização dos solventes, já que a temperatura do experimento(50oC - 60oC) está próxima da temperatura de ebulição de alguns solventes utilizados. Outra dificuldade está no fato de que todos os tubos de ensaio se encontravam num mesmo béquer, dificultando um maior controle da temperatura acarretando, assim, possíveis erros de observação. O experimento de solubilidade de polímeros é uma forma rápida e simples de se obter informações sobre a estrutura do polímero(ligações cruzadas e grupos laterais reativos, por exemplo), bem como observar uma regra geral de solubilidade e os fatores que a afetam(temperatura, grau de cristalinidade do polímero, polaridade, etc.), além do parâmetro de solubilidade. Uma limitação encontrada para esse método está relacionada à facilidade de volatilização dos solventes, já que a temperatura do experimento(60oC) está acima da temperatura de ebulição de alguns solventes utilizados. Outra dificuldade está no fato de que todos os tubos de ensaio se encontravam num mesmo béquer, dificultando um maior controle da temperatura acarretando, assim, possíveis erros de observação. Bibliografia: - Brandrup, E .H., - Polymer Handbook –, Inter Science Publisher, N. York, 1967; - - - Billmeyer Jr, F.W.,– Textbook of Polymer Sciece –, 3rd Edition, Wiley Inter . Sience Publ., 1984.