UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM BOLSA PIBIC RELATÓRIO FINAL COMORBIDADES EM USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL Aluna: Luisa Petelincar De Sordi Orientadora: Ana Lúcia Machado SÃO PAULO Julho de 2014 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DE MARÇO À JULHO DE 2014 MARÇO: Dado continuidade às atividades da pesquisa com reuniões com a Orientadora e com a enfermeira do campo de coleta de dados (CAPS Perdizes). Elaborado cronograma de atividades no CAPS (Anexo 1). ABRIL: Reunião com a enfermeira do campo de pesquisa e com orientadora para iniciar seleção de usuários do serviço que poderiam colaborar com a pesquisa. Dado início às visitas ao CAPS. As atividades no CAPS aconteceram durante todas sextasfeiras. Enviado resumo com resposta de aceite da pesquisa para apresentação no V Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental. MAIO: No início do mês o CAPS – Perdizes participou do Festival de Atividades Desportivas e Culturais (FADC) organizado por alguns serviços de atenção à saúde mental da cidade de São Paulo. Participei em algumas atividades, onde pude interagir com os usuários, conhecendo novos e reforçando o vínculo com os já conhecidos. JUNHO: Continuidade das visitas ao CAPS e início da coleta de dados com ajuda dos profissionais do serviço. Participação da Festa Junina realizada pelo CAPS, momento de distração e contato com todos os pacientes em acompanhamento. JULHO: Encerramento da coleta de dados. Escrita do relatório final e elaboração de artigo para inscrição no SIICUSP 2014. 1 1. Introdução Acredita-se hoje em cuidado biopsicossocial em saúde mental, pois trata-se de um campo de fronteiras, englobando conhecimentos das áreas biológicas, humanas, sociais e até das artes. Segundo Saraceno, Asioli e Tognoni (2001), os objetivos gerais da intervenção em saúde mental devem ser: 1. levar o usuário a adquirir consciência a respeito dos seus problemas: pessoais, familiares, de trabalho, econômicos, sociais e culturais; 2. desenvolver a autonomia afetiva-material-social do usuário; 3. aumentar a incorporação do usuário na vida de relação social e política. Para cuidar da pessoa nesta perspectiva do processo saúde-doença mental, é salutar perceber a ocorrência de comorbidades. O termo comorbidade foi introduzido em medicina por Alvan Feinstein em 1970 com a seguinte definição: “qualquer entidade adicional distinta que existiu ou pode acontecer durante o curso clínico de um paciente que tem a doença índice em estudo” (Fortin, 2004). Doença índice entendida como a principal ou primária. A comorbidade psiquiátrica é a ocorrência simultânea de dois ou mais transtornos mentais na mesma pessoa. Já a comorbidade física em doentes mentais, ocorre quando há coexistência de patologias físicas e mentais (Kaplan, 2007; Louzã, 2007; OMS, 1993). Acredita-se que a presença de comorbidades tem repercussões na prática clínica, na identificação, nos cuidados gerais e específicos, na família ou cuidadores, nos gestores de saúde e na reabilitação dos usuários, uma vez que estes pacientes são cada vez mais prevalentes nos serviços de saúde . Os cuidados exigidos por estes pacientes são mais complexos, exigem mais dos profissionais e diferentes abordagens terapêuticas (GOMES, 2012). A proposta é pensar e produzir esta pesquisa tendo como norte a descrição contida no Relatório sobre a saúde no mundo da OMS, 2001: “Os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto-eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e a auto-realização do potencial intelectual e emocional da pessoa” (OMS, 2001, p. 29). “Entende-se como transtornos mentais e comportamentais condições 2 clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor (emoções) ou por comportamentos associados com angústia pessoal e/ou deterioração do funcionamento. Os transtornos mentais e comportamentais não constituem apenas variações dentro da escala do “normal”, sendo antes fenômenos claramente anormais ou patológicos” (OMS, 2001, p. 47). 2. Objetivo geral Investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). 3. Metodologia 3.1. Tipo de estudo A presente pesquisa possui caráter qualitativa e investigou a presença de comorbidades psiquiátricas e físicas em usuários de um CAPS. Esta investigação ocorreu por meio de entrevistas cuidadosas tendo como norte o instrumental da enfermagem em saúde mental: comunicação terapêutica, relacionamento interpessoal profissional, medidas terapêuticas, dentre outros (Taylor, 1992; Townsend, 2002). Esse estudo tem como referencial teórico a produção de subjetividades. Entende-se produção de subjetividades como uma construção viva na tensão legítima entre o mundo interno e o mundo externo, sem o dualismo contido na conjunção ou. O cotidiano de cuidado em saúde mental na contemporaneidade ocorre em meio às transformações paradigmáticas de desinstitucionalização. Este cotidiano torna-se lugar privilegiado de encontros de subjetividades, que requer preferencialmente tecnologias leves por parte dos profissionais, ou seja tecnologias relacionais. A construção de cuidados, por exemplo, em formato de projetos 3 terapêuticos para usuários individuais ou coletivos, solicita uma outra posição profissional para significar narrativas e potências criativas dos sujeitos, ou seja, singularizar afastando-a da serialização. Produzir cuidados e exercer a investigação científica nesta dimensão que articula o plano dos afetos ao plano social, requer contato real com a existência genuína e sutil dos sujeitos, seus devires, afetos e contextos sócio-políticos. Sendo assim, o cuidado em saúde mental com foco na compreensão da produção de subjetividades pode tornar-se uma ação afetiva diferenciada no sentido clínico e investigativo. Estas ideias têm base nos estudos de Deleuze, Guattari, Rolnik dentre outros autores. 3.2. Sujeitos e local do estudo Em agosto de 2012 foi realizada um primeira parte deste projeto com levantamento bibliográfico e visitas de aproximação ao CAPS. A coleta de dados desta parte foi desenvolvida de fevereiro a julho de 2013 com cinco (5) usuários do CAPS Perdizes. Neste período constatamos que: vários usuários apresentam patologias clínicas consideradas como crônicas; alguns sugerem ter mais de uma patologia psiquiátrica associada; existem usuários com indícios de alterações clínicas significativas que podem ser decorrentes do uso frequente de psicofármacos; as atividades cotidianas ficam prejudicadas devido às comorbidades psiquiátricas e físicas; alguns usuários necessitam de acompanhamento dos membros da equipe e familiares para os tratamentos de patologias clínicas. Tendo por base estas primeiras observações e em razão da importância deste estudo para os usuários, pesquisadoras e equipe de profissionais, pretenderam aumentar o número de sujeitos entrevistados. Portanto, nesta segunda parte do projeto (de agosto de 2013 a agosto de 2014), foram selecionados mais dez (10) usuários escolhidos juntamente com a equipe de profissionais. Ao final do estudo (dois anos) foram entrevistados quinze (15) usuários e os dados poderão ser analisados de forma aprofundada. O local do estudo é o CAPS Perdizes, que pertence à Coordenadoria Regional de Saúde Centro-Oeste, Supervisão Técnica de Saúde Lapa/ Pinheiros. Trata-se de campo de prática de alunos de Graduação em Enfermagem da Escola de 4 Enfermagem da USP e cenário de pesquisas e parcerias desta Escola. A seleção dos dez (10) usuários foi feita com base em conversas com a equipe de profissionais e disponibilidade do sujeito, sendo realizada no tempo necessário, com respeito e cautela. A participação da equipe na escolha dos sujeitos da pesquisa está associada ao trabalho integral, ético, atencioso e de longa data desenvolvido neste CAPS com os usuários. A seleção foi baseada nas condições gerais e clínicas do usuário, permitindo indicar aqueles em condições para fornecer as informações necessárias a esse estudo. Os sujeitos que foram selecionados e ao longo da pesquisa apresentou algum impedimento, deixaram de participar e foi reorganizada a lista de sujeitos, conjuntamente com os profissionais do serviço. Apresentamos os critérios de inclusão e exclusão: a) foram incluídos os usuários indicados pela equipe, que se interessaram, que tiveram disponibilidade e condições gerais e clínicas no momento para participar desta pesquisa b) foram excluídos os usuários que mesmo indicados pela equipe, não se interessaram e não tiveram disponibilidade de participar desta pesquisa Para participação da pesquisa, foi solicitado a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2). Devido a intensa participação dos profissionais na pesquisa, colaborando com a seleção e discussão dos sujeitos de forma a apoiar a discussão sobre as questões clínicas e psíquicas observadas, foi solicitado aos profissionais a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 3) 3.3. Obtenção dos dados A coleta de dados foi iniciada com a construção do relacionamento interpessoal profissional respeitando o tempo, a disponibilidade e o interesse do usuário (Taylor, 1992; Townsend, 2002; Saraceno, 2001). Durante os encontros aplicou-se um instrumento que avalia questões objetivas e subjetivas. Este instrumento foi utilizado na primeira parte desta pesquisa e será utilizado novamente. (Anexo 4) Ele foi construído juntamente com alunos, docentes da EEUSP, 5 profissionais de saúde e possuem campos em que é possível: investigar e listar possíveis patologias e alterações do processo saúde-doença e saúde-doença mental; descrever histórica de adoecimento psiquiátrico e físico; descrever alterações das funções psíquicas; registrar condições clínicas gerais: queixas, sintomas e sinais de injúria ou alterações significativas; registrar atitudes do usuário em relação à sua saúde física e mental (adesão aos tratamentos, representações, medos, dúvidas); registrar o uso de medicamentos para tratamento; registrar o apoio familiar ou de rede social no cuidado da saúde física e mental do usuário, dentre outras questões que forem surgindo durante a pesquisa. Para a observação, registro e compreensão das funções psíquicas utilizaremos o quadro “Referencial para Identificação das Funções Psíquicas” (Anexo 5). Para dar conta de identificar o adoecimento psiquiátrico e físico, as condições clínicas gerais e o apoio familiar ou de rede social, trataremos também do que Saraceno (2001, p. 21, 22), chama de “Variáveis indicadores”, ou seja, os recursos individuais do paciente: nível de capacidade intelectual e o grau de informação, o status social do paciente, a condição de solidão ou não e o sexo. Os recursos do contexto do paciente: nível de patologia relacional dos familiares, solidariedade/hostilidade dos familiares e vizinhos, status social da família, nível de agregação/desagregação social do meio onde vive o paciente (bairro, cidade, etc.). Após a seleção dos usuários, as entrevistas foram ocorrendo conforme disponibilidade dos sujeitos e dos recursos físicos do serviço (como sala da enfermagem e balança), o que eventualmente foi dificultoso pois alguns usuários não compareciam ao serviço e alguns recursos físicos não ficavam disponíveis em tempo integral. 4. Preocupações éticas A Primeira parte deste projeto foi devidamente aprovada nos Comitês de Ética em Pesquisa da EEUSP e da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo, atendendo à Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 6 2012). Esta segunda parte do projeto foi devidamente autorizada pela Coordenadoria Regional de Saúde Centro-Oeste (Anexo 6) e aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa da EEUSP e da Secretaria Municipal de Sáude da Prefeitura de São Paulo (Anexo 7 e 8) Em relação à identificação pessoal do sujeito de pesquisa no instrumento de coleta de dados, serão seguidas todas as determinações éticas e esta identificação será apenas para que o cuidado possa ser melhor discutido, amparado e encaminhado junto à equipe do CAPS. 5. Resultados Durante todo o período desta pesquisa foram realizados coletas de informações relevantes ao assunto. Consideramos o levantamento bibliográfico como um primeiro resultado desta pesquisa que foi realizado através de uma busca na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores: comorbidade and centros de atenção psicossocial” e “comorbidade and pacientes mentais” com o filtro: idioma português, o resultado foram 21 trabalhos, sendo que 5 foram selecionados para esta pesquisa. Foi pesquisado também os descritores: “comorbidade and doentes mentais” e filtro no idioma espanhol e português, obtevese 2 resultados, sendo que 1 foi selecionado. Utilizando os descritores: “comorbidade psiquiátrica”, filtro idioma espanhol e português e texto disponível, foram encontrados 58 trabalhos, sendo selecionados 7. No total, forma selecionados 13 trabalhos. Apesentamos no quadro a seguir, os trabalhos selecionados (Quadro 1): Quadro 1: Levantamento bibliográfico. São Paulo, Novembro de 2013. Nº 1 Título Periódico Autor Dependência de Rev. Malbergier, André; tabaco e Psiquiatria Oliveira, Júnior, comorbidade Clínica Hercílio Pereira da. Ano Tipo Objetivo Promover uma revisão da 2005 Revisão associação entre o tabagismo e as doenças psiquiátricas. 7 psiquiátrica Cuidado de enfermagem ao paciente com 2 Paes, Marcio comorbidade Rev Gaúcha Roberto; Maftum, clínico- de Mariluci Alves; psiquiátrica em Enfermagem Mantovani, Maria um pronto Conhecer o cuidado de 2010 Pesquisa enfermagem desenvolvido ao paciente com comorbidade clínico-psiquiátrica. de Fátima atendimento hospitalar. Relação à abordagem, ao Comorbidade: 3 uso de álcool e Rev outros Brasileira de transtornos Psiquiatria mentais. Alves, Hamer; Kessler, Felix; Ratto, Lilian Ribeiro diagnóstico diferencial e ao 2004 Revisão Caldas tratamento dos pacientes com comorbidades psiquiátricas e abuso/dependência de álcool. Freire, Rafael Christophe da Rocha; 4 O tabagismo e o Rev transtorno do Psiquiatria pânico: do Rio gravidade e Grande do comorbidades. Sul Mezassalma, Marco Analisar a hipótese de que André; Valença, pacientes fumantes com Alexandr Martins; De-Melo-Neto, 2007 Pesquisa Valfrido Leão; transtorno do pânico apresentam um quadro clínico mais grave. Lopes, Fabiana Leão; Nascimento, Isabella; Nardi, Antônio Egido Amaral, Geraldo Francisco do; Prevalência de transtorno depressivo 5 maior em centro de referencia no tratamento de hipertensão arterial. Rev Psiquiatria do Rio Grande do Sul Jardim, Paulo Investigar a prevalência de César Brandão transtorno depressivo maior Veiga; Brasil, Marco em pacientes hipertensos Antonio Alves; Souza, Ana Luiza 2007 matriculados em um centro Pesquisa de referência universitário Lima; Freitas, para tratamento de Helberte hipertensão arterial e fatores Fernandes; de risco cardiovascular. Taniguchi, Larissa Mayumi; Melo, Aline 8 Ferreira Bandeira de; Ribeiro, Carolina Nazeozeno. determinar a presença de uma dupla patologia em pacientes admitidos Jiménez, Roberto consecutivamente mais de Rodríguez; 6 Patología dual Aragüés, Maria; en pacientes Arriero, Miguel psiquiátricos Angel Jiménez- hospitalizados: prevalencia y Investigación Clinica Arriero; Ponce, um ano em uma unidade de internação psiquiátrica (Hospital Universitario 12 de 2008 Pesquisa Guilhermo; Muñoz, características Antonio; Bagney, generales. Alexandra; Octubre, Madrid, Espanha), a comparação das variáveis sócio-demográficas e clínicas entre o grupo dupla patologia ( grupo PD) e grupo sem Hoenicka, Janet; transtorno mental ,Palomo Tomás. concomitante TUS (grupo TM), e estudar o tipo de substâncias utilizadas. Fatores 7 associados ao Ribeiro, Mário Avaliar variáveis abandono de Sérgio; Alves, demográficas, tratamento em Márcio José psicopatológicas de diagnóstico e tratamento saúde mental Jornal Martins; Vieira, em uma unidade Brasileiro de Eveline Maria de de nível Psiquiatria 2008 Pesquisa enquanto possíveis Melo; Silva, Priscila preditores de abandono de secundário do Matthiense e; tratamento em serviço Sistema Lamas, Camila especializado de saúde Municipal de Vieira Dal-Bianco. mental. Saúde. La importância A “depressão maior” é uma de la deteccíon doença caracterizada pela Y el tratamento 8 de los sintomas Revista Tamayo, Jorge M; somáticos en Brasileira de Rovner, Jorge; pacientes latino- Psiquiatria Muñoz, Rodrigo. americanos con depresión mayor. presença de sintomas 2007 Revisão mentais e somáticos, que afetam significativamente os procedimentos diagnósticos e terapêuticos assim como o prognóstico. 9 Comorbidade 9 com transtornos Revista de ansiedade Brasileira de em transtorno Psiquiatria bipolar. Issler, Cily Klüger; Sant’Anna, Marcia Kauer; Kapczinski, 2004 Revisão Flávio; Lafer, Beny. Co-morbidade 10 psiquiátrica em Revista Silveira, Dartiu dependentes de Brasileira de Xavier da; Jorge, substâncias Psiquiatria Miguel Roberto. Avaliar a ocorrência de 1999 Pesquisa transtornos psiquiátricos em farmacodependentes. psicoativas Behenck, Andressa; Silva, Alessandra A família frente ao processo de 11 tratamento e Enfermagem reinternação do em foco portador de esquizofrenia. Dartora da; Onhecer a compreensãoo Humerez, Dorisdaia das famílias sobre o processo Carvalho de; 2011 Pesquisa de tratamento e a Mancia, Joel Rolim; reinternação do familiar com Padilha, Maria esquizofrenia. Itayra Coelho de Souza Manejo clínico de pacientes Promover e implementar um con diagnóstico 12 dual. Evaluación Revista Gálvez Flórez, Juan diagnóstica de Colombiana Francisco; Rincón los pacientes de Salazar, David farmacodependi Psiquiatria Andrés. diagnóstico adequado da dupla patologia na Colômbia, 2008 Revisão a fim de encaminhar o paciente para o tratamento correto em seu processo de entes que sufren reabilitação. de comorbilidad psiquiátrica. Trastorno depresivo, ansiedad social 13 y su prevalencia en transtornos de la conducta Behar A, Rosa; Revista Barahona I, Mónica; Chilena de Iglesias M, Neuro- Bernardita; psiquiatria Casanova Z, 14 psiquiátricos do tratamento da obesidade. ansiedade social e depressão 2007 Pesquisa Revista de Psiquiatria Clínica e suas prevalências em mulheres com e sem distúrbios alimentares. Dunny. alimentaria. Aspectos Comparar a presença de Vasques, Fátima; Martins, Fernanda Celeste; Azevedo, 2004 Revisão Alexander Pinto de. 10 Os resultados da coleta de dados serão apresentado através de tópicos de acordo com o instrumento utilizado. São eles: avaliação física; avaliação clínica; comorbidades; medicamentos em uso e apoio social e familiar. Dos 10 sujeitos entrevistados, 5 eram do sexo feminino e 5 do sexo masculino. • Avaliação Física Dentre os 10 sujeitos entrevistados 1 apresentava IMC <18,5; 4 estavam com IMC entre 18,5 – 24,99; 3 com IMC > 25,0 e 2 com IMC >30,0. Considerando a classificação da OMS (2004): Valor IMC Classificação < 18,5 Baixo peso 18,5 – 24,9 Normal > 25,0 Sobrepeso Metade dos sujeitos entrevistados estavam acima do peso, um abaixo do peso e apenas 3 estavam com peso dentro da normalidade. A Circunferência da Cintura (CC) foi medida e obtiveram-se 7 sujeitos com alteração neste índice. O gráfico 1 apresenta os resultados, separando por sexo. O ponto de corte utilizado foi: 94cm para o sexo masculino e 80cm para o feminino. (Ferreira, 2006) Gráfico 1 - Relação de usuários do CAPS com resultado de CC acima do normal. São Paulo. 2014 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 Masculino Feminino Total CC > 94cm Total CC > 80cm 11 • Avaliação Clínica Foram questionados diversos sinais e sintomas de alterações clínicas aos sujeitos. As citadas por eles foram: ansiedade, alergia, cefaleia, dor muscular, tontura, náusea, disúria, edema, mal estar geral, cansaço, obstipação, dispneia, diarreia, perda de peso, boca seca e incontinência urinária. As alterações que foram citadas por mais de 2 usuários foram: cefaléia, dor muscular, tontura, obstipação, dispneia e tremor. • Comorbidade As comorbidades apresentadas pelos sujeitos estão listadas no Gráfico 2. Os usuários possuíam como diagnóstico psiquiátrico esquizofrenia e transtorno afetivo bipolar e a principal comorbidade foi o tabagismo. Gráfico 2: Frequência de comorbidades apresentada por usuários do CAPS. São Paulo. 2014 nº sujeitos Frequência de comorbidades • 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Medicamento em uso Através da análise dos prontuários e prescrições médicas dos sujeitos, foram coletadas as medicações em uso. Estas informações são importantes pois podemos relacionar os efeitos colaterais que as medicações causam com as alterações clínicas apresentadas pelos pacientes. Estes dados estão apresentados no Quadro1. 12 Quadro 1: Relação de medicamentos em uso dos usuários do CAPS. São Paulo. 2014. Nº sujeitos Fármaco Tipo 5 Haloperidol Antipsicótico 5 Biperideno Anticolinérgico/Antiparkinsoniano 4 Diazepam Ansiolítico 4 Risperidona Antipsicótico 4 Clonazepam Hipnótico 3 Clorpromazina Antipsicótico 2 Fluoxetina Antidepressivo fazendo uso Antagonista dos narcóticos 2 Naltrexona opióides 2 Olanzapina Antipsicótico 1 Fenobarbital Anti-convulsivante 1 Lorazepam Hipnótico 1 Nortriptilina Antidepressivo 1 Fenitoína Antiepilético 1 Prometazina Anti-histamínico - Sedativo 1 Carbamazepina Estabilizador de humor 1 Enalapril Anti-hipertensivo 1 Nifedipino Anti-hipertensivo Volproato de 1 Sódio Estabilizador de humor 1 Hidroclorotiazida Anti-hipertensivo 1 Metformina Antidiabético 1 Glibenclamida Antidiabético 13 • Apoio social e familiar Dentre os 10 usuários que participaram da pesquisa, 8 contam com o apoio de familiares e 2 não apresentam apoio de familiares e/ou não possuem familiares. Estes últimos, possuem o CAPS como uma rede de apoio social. 6. Discussão Analisando as informações obtidas observamos algumas que se destacaram e serão apresentadas em 3 tópicos, os quais foram criados afim de agrupar resultados possibilitando uma melhor análise. Os tópicos são: Distúrbios cardiovasculares e metabólicos junto ao transtorno mental; psicofármacos e seus efeitos colaterais e; álcool e tabaco. • Distúrbios cardiovasculares e metabólicos junto ao transtorno mental Observou-se que, 5 sujeitos entrevistados estavam com sobrepeso, 1 abaixo do peso e 4 com o peso dentro da normalidade. Este resultado já era esperado pois nas visitas ao CAPS pode-se perceber que a maioria dos pacientes sofrem de alterações no peso. Os profissionais também relatam ser difícil controlar a alimentação e a prática de exercício físico dos pacientes. Uma epidemia de obesidade é observada na população atual e existe uma alta prevalência em pacientes com transtornos mental. O ganho de peso leva a outras complicações clínicas e comorbidades, como a síndrome metabólica, hipertensão, cardiopatias. (Gomes, 2012). A síndrome metabólica consiste em pelo menos três das alterações: obesidade abdominal, triglicerídeos elevados, elevação da pressão arterial e resistência a insulina. (Gomes, 2012) A hipertensão arterial foi observada em 2 sujeitos. Já a obesidade abdominal esteve presente em 6 usuários. A obesidade abdominal é utilizada pois aponta a gordura visceral a qual é considerada como fator de risco para diversas morbidades, principalmente hipertensão, diabetes, dislipidemia e síndrome metabólica (Olinto, 14 2006). Os usuários estão sujeitos a desenvolver (ou já possuem) a síndrome metabólica. Esta doença tem grande relação com os antipsicóticos, pois estes podem aumentar o peso e trazer outros efeitos adversos. • Psicofármacos e seus efeitos colaterais Os psicofármacos mais utilizados foram: Haloperidol (antipsicótico); Biperideno (antiparkinsoniano/anticolinérgico); Diazepam (ansiolítico); Risperidona (antipsicótico) e Clonazepan (Hipnótico). Os antipsicóticos causam efeitos extrapiramidais como efeito colateral mais frequente. Esses efeitos aumentam com elevadas doses de antipsicóticos. Dentre os principais tipos de efeitos extrapiramidais estão: acatisia, ganho de peso e síndrome parkinsonóide, os quais foram citados pelos sujeitos entrevistados. A síndrome parkinsonóide é caracterizada por tremor fino, rigidez muscular, marcha em bloco e para o tratamento é utilizado um medicamento anticolinérgico, geralmente o Biperideno, fármaco em uso pela metade dos sujeitos entrevistados. (Louzã Neto, 2007) O ganho de peso é um efeito colateral dos antipsicóticos de primeira e segunda geração e é comumente visto em pacientes com transtorno mental. O tratamento deve ser feito preventivamente com orientações, controle da alimentação e exercícios físicos. (Louzã Neto, 2007) Os ansiolíticos, como o Diazepam, apresentam com efeito colateral a sonolência, cansaço e redução da atenção, porém também podem ocorrer ganho de peso. • Álcool e Tabaco Dentre as comorbidades citadas o tabagismo foi o mais citado, seguido do etilismo. A dependência de nicotina apresenta alta prevalência em pacientes com transtornos psiquiátricos, o que pode interferir no humor, ansiedade e a cognição. O tabagismo pode também interferir no mecanismo de ação de medicamentos, 15 especialmente, os psicotrópicos. (Malbergier, 2005) Em sua maioria, pacientes esquizofrênicos (maioria dos sujeitos entrevistados) fazem uso do tabaco. Esta substância está relacionada a diminuição dos efeitos extrapiramidais causados pelos antipsicóticos, este efeito é provavelmente relacionado com a ação da nicotina no sistema dopaminérgico. (Malbergier, 2005) O uso de álcool pode trazer sinais e sintomas que podem confundir com os dos transtornos mentais, como alucinações, ansiedade e depressão. O tratamento costuma ser mais difícil com esta comorbidade devido a dificuldade de permanecer em abstinência e também devido as interações com os psicofármacos. (Alves Hamer, 2004) Comparação: Resultados primeira parte da pesquisa (2012-2013) com a segunda parte (2013-2014) As comorbidade apresentadas na primeira parte da pesquisa que mais se destacaram foram: sobrepeso; tabagismo e doenças respiratórias. Sendo os dois primeiros repetidos nesta segunda etapa. Isto pôde evidenciar que o sobrepeso e o tabagismo é problema frequente entre os pacientes com transtornos psiquiátricos. Além das comorbidades, nesta segunda etapa pôde-se analisar melhor o uso de psicofármacos e sua influência nas alterações clínicas e físicas dos usuários. 7. Considerações Finais Em suma, observamos que a comorbidade psiquiátrica está presente em todos os pacientes, mesmo que discreta, com apenas sinais e sintomas. Estes pacientes já possuem expectativa de vida baixa devido ao diagnóstico principal do transtorno mental e ainda apresentam maior predisposição para desenvolver outras doenças. As comorbidades apresentadas neste trabalho (obesidade, obesidade abdominal, tabagismo e etilismo) podem ser justificadas devido à vários fatores como 16 estilo de vida, medicamentos e o próprio transtorno mental. A prática de atividade física e alimentação saudável é difícil de manter nestes usuários. O uso de medicamento por longos períodos e altas doses aumentam a chance de desenvolver efeitos colaterais e, consequentemente, comorbidades. Para o cuidado desses pacientes é primordial o conhecimento a fundo do histórico de saúde e das condições de vida dos pacientes para que se possa desenvolver um planejamento terapêutico adequado, visando não só o transtorno mental, mas sim o paciente como um todo. Com o uso do relacionamento interpessoal, a escuta, o diálogo é possível colocar o usuário no centro do seu cuidado, fazer com que ele sinalize e direcione o que pode ser feito, resultando assim no seu cuidado. O trabalho do diálogo e do pensamento irá fazer com que o usuário seja cuidado. O cuidar em saúde mental não é pronto, não existe passo a passo, ele acontece de diferentes formas de acordo com o momento, com o diálogo que o usuário propõe (MACHADO at al, 2013). Juntos, usuário e equipe de saúde, são capazes de planejar cuidados pensando na integralidade do indivíduo, estipulando ações que contemplem o biopsicossocial. 17 8. Bibliografia Alves Hamer, Kessler Felix, Ratto Lilian Ribeiro Caldas. Comorbidade: uso de álcool e outros transtornos psiquiátricos. Rev. Bras. Psiquiatr. [serial on the Internet]. 2004 May [cited 2014 July 28] ; 26( Suppl 1 ): 51-53. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional da Saúde. Resolução 466/12. Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo Seres Humanos. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Deleuze G., Guattari, F. Introdução. In: Mil Platôs. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995. Ferreira Márcia Gonçalves, Valente Joaquim Gonçalves, Gonçalves-Silva Regina Maria Veras, Sichieri Rosely. Acurácia da circunferência da cintura e da relação cintura/quadril como preditores de dislipidemias em estudo transversal de doadores de sangue de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Cad. Saúde Pública [serial on the Internet]. 2006 Feb [cited 2014 July 22] ; 22( 2 ): 307-314 Fortin M, Lapointe L, Hudon C, Vanasse A, Ntetu AL, Maltais D. Multimorbidity and quality of life in primary care: a systematic review. Health Qual Life Outcomes. 2004;2:51. Guattari F; Rolnik S. 1986. Micropolitica – cartografias do desejo. Vozes, Petropolis, 327pp. Gomes, Fabiano Alves. Comorbidades Clínicas em Psiquiatria. São Paulo: Atheneu, 2012. Kaplan, H.I.; Sadock, B.J.; Gregg, J.A. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 9º ed. São Paulo: Artmed, 2007. Louzã Neto, M.R.; Motta, T.; Wang, P.Y.; Elkis, H. Psiquiatria Básica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2007. 18 Machado, A.L.; Colvero, L.A; Rodolpho, J.R.C. Saúde Mental: cuidado e subjetividade: vol. 2. Rio de Janeiro: Senac Rio de Janeiro, 2013. Malbergier, André, Oliveira, Jr Hercílio Pereira da. Dependência de tabaco e comorbidade psiquiátrica. Rev. psiquiatr. clín. 2005. Olinto Maria Teresa Anselmo, Nácul Luis Carlos, Dias-da-Costa Juvenal Soares, Gigante Denise Petrucci, Menezes Ana M. B., Macedo Silvia. Níveis de intervenção para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública [serial on the Internet]. 2006 June [cited 2014 July 28] ; 22( 6 ): 12071215 Organização Mundial da Saúde. Brasil. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993. Organização mundial de saúde – OMS, Organização Panamericana da Saúde OPAS. Relatório sobre a saúde no mundo – 2001. Saúde Mental: nova concepção, nova esperança. Rio de Janeiro: Gráfica Brasil, Organização Mundial da Saúde, 2001. OMS – Organização Mundial da Saúde, 2004. Disponível em: http://apps.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html Saraceno, B; Asioli, F; Tognoni, G. Manual de Saúde Mental. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 2001. Taylor, C.M. Fundamentos de Enfermagem Psiquiátrica de Mereness. 13ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. Townsend MC. Enfermagem Psiquiátrica: conceitos de cuidados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. 19 ANEXO 1 CRONOGRAMA DE PRESENÇA NO CAPS-PERDIZES Escola de Enfermagem da USP Presença no CAPS Perdizes para atividades de Projeto de Pesquisa 2014 Aluna: Luisa Petelincar De Sordi Docente: Ana Lúcia Machado Presença às sextas-feiras das 14h00 às 16h30 ABRIL MAIO Dia 4 Dia 16 Dia 11 Dia 23 Dia 25 Dia 30 JUNHO Dia 6 Dia 13 20 ANEXO 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Usuários) Eu, Luisa Petelincar De Sordi, aluna do curso de graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) junto com a Professora Ana Lúcia Machado, estou desenvolvendo uma pesquisa que se chama “Comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental”. Trata-se de um trabalho sobre as doenças que os usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) têm, doenças mentais e físicas, ou seja, da cabeça e do corpo. Comorbidades é uma palavra que a gente usa quando a pessoa tem mais de uma doença ao mesmo tempo. Gostaríamos de convidá-lo(a) para participar de nossa pesquisa. Os profissionais do CAPS, a equipe que trabalha aqui, está sabendo deste trabalho e colabora conosco. Será assim: se você quiser e aceitar, vamos conversar com você várias vezes para nos conhecermos com calma. E assim, conversando e participando de algumas atividades do CAPS, vamos perguntando a você sobre a doença que você tem e trata aqui no CAPS e sobre as doenças ou mal estar que talvez você também tenha que são do corpo. Agora, solicitamos sua atenção para preencher junto a nós este papel que faz parte da pesquisa. Caso tenha alguma dificuldade, pediremos o apoio e o consentimento de alguma pessoa da sua família ou seu representante legal. Você tem total liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento a qualquer momento da pesquisa, sem que isso implique em qualquer prejuízo pessoal e também garantimos sigilo absoluto de sua identidade pessoal. Quer dizer, você vai participar desta pesquisa se quiser, poderá parar quando quiser e suas respostas serão preservadas. Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras, ou seja, você não precisar pagar nada para conversar com a gente sobre as doenças que você tem e nós também não vamos pagar nada a você durante este trabalho. O benefício relacionado à sua participação será para compreender como as pessoas que têm mais de uma doença se sentem e isto poderá ajudar os profissionais que trabalham na saúde mental a cuidar melhor dos usuários. Disponho-me a esclarecer, sempre que necessário qualquer aspecto relacionado à pesquisa, durante o seu desenvolvimento, a fim de eliminar possíveis dúvidas. Este termo de consentimento livre e esclarecido, quer dizer, este papel é feito em duas vias, uma ficará com você, outra conosco e está de acordo com a Resolução 466/12. Para que você possa acompanhar o desenvolvimento deste trabalho ou retirar seu consentimento, oferecemos meu e-mail e telefone: [email protected] / (11) 96444-2553 e o da Profa. Ana Lúcia Machado [email protected] / 11-3061-7602. 21 Informamos também o email e telefone de contato do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da USP: [email protected] / (11) 3061-7548 e do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo: [email protected] / (11) 3397-2464, caso seja necessário esclarecer dúvidas e realizar denúncias quanto às questões éticas. . Agradecemos a sua atenção, Luisa Petelincar De Sordi Declaro que aceito participar do presente Protocolo de Pesquisa, depois de ter sido convenientemente esclarecido e ter entendido o que me foi explicado a respeito do objetivo, da forma de participação e da utilização das informações na pesquisa, além da liberdade de participar ou retirar meu consentimento a qualquer momento sem prejuízo pessoal. São Paulo, ____ de ____________ de 2014. Nome: _________________________________ Fone: ____________ Assinatura do Sujeito da pesquisa ou Representante Legal: _________________________________________________ Assinatura da Pesquisadora: _________________________________________________ 22 ANEXO 3 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Profissionais de Saúde) Eu, Luisa Petelincar De Sordi, aluna do curso de graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) sob orientação da Professora Ana Lúcia Machado, estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada “Comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa sobre comorbidades em saúde mental realizada com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Esta pesquisa tem como objetivo investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um CAPS. Gostaríamos de convidá-lo(a) para participar de nossa pesquisa onde serão realizadas conversas com toda a equipe de profissionais do CAPS. Estas conversas terão como objetivo a escolha dos usuários que responderão o instrumento de coleta de dados, e também conversas sobre os usuários para que o preenchimento do instrumento seja feito de forma correta e completa. Estas conversas não terão um roteiro pré-fixado. Você fica totalmente livre para interromper as conversas quando achar necessário. As conversas não serão gravadas. Esclarecemos também que pretendemos consultar os prontuários dos usuários escolhidos. Cabe esclarecer que você tem total liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem que isso implique em qualquer prejuízo pessoal. Garantimos sigilo absoluto de sua identidade pessoal. Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada à sua participação. O benefício relacionado à sua participação será de aumentar o conhecimento científico para a área da saúde mental e da enfermagem em saúde mental. Disponho-me a esclarecer, sempre que necessário qualquer aspecto relacionado à pesquisa, durante o seu desenvolvimento, a fim de eliminar possíveis dúvidas. Este termo de consentimento livre e esclarecido é elaborado em duas vias, uma ficará em posse do pesquisador e outra em posse do pesquisado e está de acordo com a Resolução 466/12. Para que você possa acompanhar o desenvolvimento da pesquisa ou retirar seu consentimento, oferecemos meu e-mail e telefone: [email protected] / (11) 96444-2553 e o da Profa. Ana Lúcia Machado [email protected] / 11-3061-7602. Informamos também o email e telefone de contato do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da USP: [email protected] / (11) 3061-7548 e do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo: [email protected] / (11) 3397-2464, caso seja necessário esclarecer dúvidas e realizar denúncias quanto às questões éticas. . 23 Agradecemos a sua atenção, Luisa Petelincar De Sordi Declaro que aceito participar do presente Protocolo de Pesquisa, depois de ter sido convenientemente esclarecido e ter entendido o que me foi explicado a respeito do objetivo, da forma de participação e da utilização das informações na pesquisa, além da liberdade de participar ou retirar meu consentimento a qualquer momento sem prejuízo pessoal. São Paulo, ____ de ____________ de 2014. Nome: _________________________________ Fone: ____________ Assinatura do Sujeito da pesquisa ou Representante Legal: _________________________________________________ Assinatura da Pesquisadora: _________________________________________________ 24 ANEXO 4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Obs: Este formulário será preenchido ao longo de seis meses através de dados obtidos diretamente com o usuário, consulta a prontuários e conversa com a equipe. I – IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO: Nome: _________________________________________ Prontuário: _______________ Data de Nasc.: ___/___/___Idade: ____ Sexo: _______ Estado civil: ___________ Referência social: _________________________________________________________ Tipo de residência: ________________________________________________________ II – AVALIAÇÃO FÍSICA: Antropometria / controle corporal: Peso: ______ Altura: ______ IMC*: ______ Circ. Quadril(cm):_______ Pressão arterial: ______ Circ. Cintura (cm): ______ Temp. corporal: ______ *IMC – Índice de Massa Corporal: Peso (kg) 2 Altura (m) III – AVALIAÇÃO CLÍNICA Situação ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Mal-estar geral ) Tontura ) Cansaço ) Desmaios ) Rubor ) Inquietação, ansiedade, nervosismo, tremor ) Formigamento ) Perda ou ganho de peso ) Transpiração, sensação de calor ) Palidez ) Alergia a alimentos ou medicamentos ) Bolha, fissura, mancha ou coceira na pele ) Mancha ou destruição parcial das unhas ) Lesões úmidas ou descamantes no couro cabeludo ) Piolho/lêndea ) Convulsão ) Visão embaçada ) Boca seca / sialorréia Observações (intensidade, duração e frequência). ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ ______________________________ _____________________________ 25 ( ( ( ( ( ( ) Dificuldade para respirar ) Coriza / sangramento nasal ) Tosse (seca / produtiva) ) Palpitações, taquicardia ) Náusea, vômito, desconforto abdominal ) Aumento ou diminuição na quantidade de urina (poliúria ou oligúria) ( ) Aumento na frequência da micção (polaciúria) ( ) Dor ao urinar (disúria) ( ) Obstipação / diarréia ( ) Dor de: cabeça, dente, garganta, costas, extremidades ( ) Dificuldade para andar ( ) Edema ( ) Outros (especificar): _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ _____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ ____________________________ IV – Comorbidades: Liste outras doenças: _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ V – Medicamentos em uso: _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ VI – Apoio social e familiar _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Data de avaliação:__/__/___ Profissional Responsável:__________________ 26 ANEXO 5 REFERENCIAL PARA IDENTIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES PSÍQUICAS Função Psíquica Consciência Atenção Orientação Memória Sensopercepção Pensamento Afetividade Atividade Vontade Sono Inteligência Julgamento e Raciocínio O que é? É a mais importante função psíquica, responsável pela capacidade de “saber sobre algo”, e reúne em si todas as outras funções psíquicas. Capacidade de focalizar sob um determinado acontecimento, e de “separar” o que “existe” na consciência. Às vezes pode ocorrer independentemente da vontade. Capacidade de “se encontrar” em relação a si próprio, e em relação ao tempo e espaço de forma correta. Acontece de forma correta, quando há uma boa união das funções: atenção, memória, inteligência e consciência. Capacidade de registrar, e de fixar, como também da possibilidade de reproduzir o que foi “gravado”. Capacidade de se obter sensação, em resposta a um estímulo físico (luz, som, etc). Quando existe uma alteração desta função, quer dizer que as outras funções psíquicas não estão plenas em suas atividades. Conjunto de ideias organizadas a fim de corresponder a um objetivo. Manifesta-se através da linguagem, e deve permitir compreensão. Diz respeito à vida emocional, se caracterizando pela capacidade de experimentar e expressar sentimentos. Sentimentos que não dependem da vontade. Capacidade de realizar uma ação, ato, que envolve a percepção, sentimentos, ideias, etc. Disposição para decidir entre várias possibilidades (desejos, impulsos, etc). Não podemos esquecer que os atos são voluntários e passam pelas questões sociais, de va1lores, cultura, etc. Função reparadora e fisiológica. Apresenta-se quando os níveis de consciência e motricidade sofrem alterações voluntárias. Habilidade para pensar e agir com racionalidade e lógica, bem como de solucionar problemas e se adaptar a situações novas. Sofre interferência da cultura e sociedade. Capacidade de realizar avaliações de forma correta e consequentemente de tomar atitudes que condizem com a forma de pensar, e de agir, tem total ligação com a idade correspondente. Alterações Coma: ausência da consciência, do conhecimento de si e do meio externo. Delirium: rebaixamento da consciência com tempo considerável, e presença de ilusões, alucinações, pensamento incoerente, é reversível. Aprosexia:ausência da atenção Hiperprosexia:aumento da atenção, permitindo resposta a vários estímulos sensoriais ao mesmo tempo. Desorientação autopsíquica:incapacidade de fornecer informações a respeito de “si mesmo” (exemplo: nome, idade, etc) Desorientação temporal e espacial:incapacidade de localizar-se no tempo (ano, mês, dia). Amnésia: total ou parcial incapacidade de se lembrar do que foi vivido. Hiperminésia: capacidade aumentada de se lembrar de fato com grande riqueza de detalhes. Anestesia: capacidade de não sentir dor. Alucinação: percepção de algo, mas sem a presença de um estímulo, embora tal sensação é vivida como real. Ilusão:falsa percepção de estímulos sensoriais externos, embora exista um real estímulo. Neologismo:invenção de novas palavras. Delírio: conjunto de ideias e crenças falsas, embora quem o vivencie o perceba como verdadeiro, resistindo ate as explicações lógicas. Fobia:medo de forma irracional, desproporcional. Apatia:sem manifestação de sentimentos. Embotamento:diminuição ou ausência da capacidade de sentir emoção. Hiperatividade:aumento da atividade motora, estando em desarmonia com os acontecimentos. Hipoatividade:lentidão na realização de um ato. Tiques:movimentos musculares reflexos não controlados pela vontade, e que se repetem num intervalo de tempo. Compulsão:realização de atos que não possuem razão lógica. É resultado de uma obsessão, a fim de diminuir a ansiedade. Sonambulismo:realização mesmo dormindo de atos como deambulação e etc, sem resposta a estímulos externos, sendo seguindo de amnésia. Insônia:extinção do sono. Retardo Mental:alteração do processo de desenvolvimento intelectual, podendo ser classificado entre leve, moderado, grave e profundo. Ocorre de forma mais frequente em doenças congênitas. Julgamento prejudicado:diminuição da capacidade de avaliar e agir de maneira correta. Insight prejudicado:capacidade de compreensão reduzida quando relacionada à realidade. 27 ANEXO 6 AUTORIZAÇÃO DA COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE CENTRO OESTE 28 ANEXO 7 PARECER DO CEP-EEUSP Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo - EEUSP PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: COMORBIDADES EM USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL Pesquisador: Ana Lúcia Machado Área Temática: Versão: 1 CAAE: 24675013.0.0000.5392 Instituição Proponente: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - EEUSP Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: 489.984 Data da Relatoria: 10/12/2013 Apresentação do Projeto: Trata-se de um projeto de iniciação científica de caráter qualitativo que tem como objetivo investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)na cidade se São Paulo/SP. Acredita-se hoje, que o cuidado em saúde mental, seja um cuidado biopsicossocial englobando conhecimentos das áreas biológicas, humanas, sociais e até das artes. As intervenções nessa área devem levar o usuário a adquirir consciência a respeito dos seus problemas pessoais, familiares, de trabalho, econômicos, sociais e culturais; desenvolver a autonomia afetiva-material- social do usuário e aumentar a incorporação do usuário na vida de relação social e política. Para cuidar da pessoa nesta perspectiva torna-se essencial a identificação da ocorrência de comorbidades. Acredita-se que a presença de comorbidades tem repercussões na prática clínica, na identificação, nos cuidados gerais e específicos, na família ou cuidadores, nos gestores de saúde e na reabilitação dos usuários. Os pressupostos norteadores desse estudo estão contidos no Relatório sobre a saúde no mundo da OMS de 2001 onde os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto- eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e a auto-realização do potencial intelectual e emocional da pessoa. Este estudo iniciou-se em agosto de 2012 onde foram entrevistados cinco usuários. Temse a intenção de dar continuidade a esse projeto entrevistando mais dez usuários, perfazendo um total de quinze usuários entrevistados em dois anos. A pesquisa contará com a ajuda dos profissionais para escolha dos usuários a serem entrevistados. Serão incluídos os usuários indicados pela equipe, que se interessem, que tenham disponibilidade e condições gerais e clínicas no momento para participar desta pesquisa e, serão excluídos os usuários que mesmo indicados pela equipe, não se interessem e não tenham disponibilidade de participar desta pesquisa. A coleta de dados terá inicio com a construção do relacionamento interpessoal profissional respeitando o tempo, a disponibilidade 29 e o interesse do usuário. Será aplicado um instrumento com questões objetivas e subjetivas para traçar o perfil de doenças e alterações no processo saúde-doença e saúde-doença. mental. Posteriormente os dados serão analisados de forma descritiva como base na literatura científica da área. Será solicitado aos usuários participantes da pesquisa a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os usuários serão devidamente orientados quanto à forma de participação nessa pesquisa.Como os profissionais participam ativamente, ou seja,colaboram na seleção dos usuários, apoiam a discussão sobre as questões clínicas e psíquicas observadas, será solicitado também aos membros da equipe envolvidos a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Objetivo da Pesquisa: Objetivo Geral: . Investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)em São Paulo/SP Objetivos específicos: . investigar e listar possíveis patologias e alterações do processo saúde-doença e saúde-doença mental; . descrever histórica de adoecimento psiquiátrico e físico; . descrever alterações das funções psíquicas; . registrar condições clínicas gerais: queixas, sintomas e sinais de injúria ou alterações significativas; . registrar atitudes do usuário em relação à sua saúde física e mental (adesão aos tratamentos, representações, medos, dúvidas); . registrar o uso de medicamentos para tratamento; . registrar o apoio familiar ou de rede social no cuidado da saúde física e mental do usuário. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Riscos: Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada a participação do usuário ou do profissional saúde. Benefícios: Aumentar o conhecimento científico para a área de enfermagem, com foco na saúde mental e comorbidades em saúde mental. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Trata-se de um estudo de iniciação científica de caráter qualitativo sobre aspectos relacionados à presença de comorbidades psiquiátricas e físicas em alguns pacientes matriculados no CAPS Perdizes/SP. Com base em referencial teórico apropriado para a área, pretende-se desenvolver um aprofundamento sobre a temática do estudo de forma a ampliar os conhecimentos existentes. É um estudo em continuidade a outro já desenvolvido que visa ampliar a amostra de forma a aprofundar a análise de dados. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Foram apresentados dois TCLE, um para os usuários do CAPS, alvo do estudo e outro para os profissionais de saúde do referido serviço. O TCLE do usuário está de acordo com o preconizado sendo apenas necessária revisão de linguagem e gramática. O TCLE dos profissionais necessita ser revisto pois o parágrafo de limitação para autorização e preenchimento do mesmo diz respeito aos pacientes e não aos profissionais, devendo ser excluído desse termo. A revisão de linguagem também se faz necessária. 30 Recomendações: Recomendo revisar os TCLEs. Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: O projeto está de acordo com sua natureza, iniciação científica, está bem descrito, trará contribuições para a área específica e não incorre em riscos para o usuário. Apenas há necessidade de revisão dos TCLEs no que diz respeito à linguagem e exclusão de um parágrafo o que não é impeditivo para sua aprovação. Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não Considerações Finais a critério do CEP: Esta aprovação não substitui a autorização da instituição co-participante,antes do início da coleta de dados. Os resultados da pesquisa deverão ser registrados na Plataforma Brasil. SAO PAULO, 12 de Dezembro de 2013 Assinador por: Celia Maria Sivalli Campos (Coordenador) 31 ANEXO 8 PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP Elaborado pela Instituição Coparticipante DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: COMORBIDADES EM USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL Pesquisador: Ana Lúcia Machado Área Temática: Versão: 1 CAAE: 24675013.0.0000.5392 Instituição Proponente: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - EEUSP Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: 512.829 Data da Relatoria: 06/02/2014 Apresentação do Projeto: A proposta é pensar e produzir esta pesquisa tendo como norte a descrição contida no Relatório sobre a saúde no mundo da OMS, 2001: "Os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto-eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e a auto- realização do potencial intelectual e emocional da pessoa" (OMS, 2011, p. 29). Entende-se como transtornos mentais e comportamentais condições clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor (emoções) ou por comportamentos associados com angústia pessoal e/ou deterioração do funcionamento. Os transtornos mentais e comportamentais não constituem apenas variações dentro da escala do "normal", sendo antes fenômenos claramente anormais ou patológicos (OMS, 2011, p. 47). Objetivo da Pesquisa: Investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Avaliação dos Riscos e Benefícios: A metodologia é adequada aos objetivos. A metodologia não impõe condição de risco/desconforto ao sujeito da pesquisa. As condições encontram-se devidamente justificada no desenho da pesquisa. Identificação e avaliação dos riscos-benefícios. São previstos meios/procedimentos para atenuar/contornar o risco, no sentido de salvaguarda do sujeito de pesquisa. Há grupos mais vulneráveis envolvidos, pois são usuários com transtornos mentais. As medidas de proteção aos sujeitos de pesquisa estão adequadas ao grau de vulnerabilidade. Os direitos fundamentais do sujeito de pesquisa estão garantidos. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Este projeto iniciou-se em agosto de 2012 com levantamento bibliográfico e visitas de aproximação ao CAPS. A coleta de dados está sendo desenvolvida desde fevereiro de 2013 (mês da aprovação final nos Comitês de Ética) com cinco (5) usuários do CAPS Perdizes. Neste período constatamos de forma inicial que: vários usuários apresentam patologias clínicas consideradas como crônicas; alguns 32 sugerem ter mais de uma patologia psiquiátrica associada; existem usuários com indícios de alterações clínicas significativas que podem ser decorrentes do uso frequente de psicofármacos; as atividades cotidianas ficam prejudicadas devido às comorbidades psiquiátricas e físicas; alguns usuários necessitam de acompanhamento dos membros da equipe e familiares para os tratamentos de patologias clínicas. Tendo por base estas primeiras observações e em razão da importância deste estudo para os usuários, pesquisadoras e equipe de profissionais, pretende-se aumentar o número de sujeitos entrevistados. Portanto, no projeto de agosto de 2013 a agosto de 2014, serão selecionados mais dez (10) usuários escolhidos juntamente com a equipe de profissionais. Ao final do estudo (dois anos) terão sido entrevistados quinze (15) usuários e os dados poderão ser analisados de forma aprofundada. O local do estudo é o CAPS Perdizes, que pertence à Coordenadoria Regional de Saúde Centro-Oeste, Supervisão Técnica de Saúde Lapa/ Pinheiros. Trata-se de campo de prática de alunos de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP e cenário de pesquisas e parcerias desta Escola. A seleção dos dez (10) usuários será feita juntamente com a equipe de profissionais que irá acompanhar a abordagem para que a aproximação possa ser realizada no tempo necessário, com respeito e cautela. A participação da equipe na escolha dos sujeitos da pesquisa está associada ao trabalho integral, ético, atencioso e de longa data desenvolvido neste CAPS com os usuários. A seleção será baseada nas condições gerais e clínicas do usuário, permitindo indicar aqueles em condições para fornecer as informações necessárias a esse estudo. No caso de um usuário escolhido que ao longo da pesquisa apresentar algum impedimento em responder questões do instrumento de coleta, isto deverá ser motivo de ampla discussão com a equipe e junto com ele chegarmos a uma melhor forma de inclusão ou exclusão. Apresentamos os critérios de inclusão e exclusão: a) serão incluídos os usuários indicados pela equipe que se interessem que tenham disponibilidade e condições gerais e clínicas no momento para participar desta pesquisa; b) serão excluídos os usuários que mesmo indicados pela equipe, não se interessem e não tenham disponibilidade de participar desta pesquisa. Será solicitado aos usuários participantes da pesquisa a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1). Os usuários serão devidamente orientados quanto à forma de participação nessa pesquisa. Como os profissionais participam ativamente, ou seja, colaboram na seleção dos usuários, apoiam a discussão sobre as questões clínicas e psíquicas observadas, será solicitado também aos membros da equipe envolvidos a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2) Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: A Folha de Rosto está corretamente preenchida, no entanto faltam as datas das assinaturas. O currículo da pesquisadora responsável está adequado. O orçamento detalhado está adequado. O cronograma da pesquisa foi condicionado à aprovação dos CEP's envolvidos. Foi apresentado um novo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conciso e objetivo, na forma de convite e com linguagem está adequada ao nível sócio-cultural dos sujeitos de pesquisa. Há descrição suficiente dos procedimentos. 33 Há identificação dos riscos e desconfortos esperados. Há explicitação das garantias referidas na Res.CNS 466/12. Permite uma decisão consciente do sujeito da pesquisa. Permite a saída do sujeito de pesquisa da experimentação, sem prejuízo de seus cuidados. São descritos os procedimentos e responsáveis pela obtenção do TCLE. Recomendações: Enviar um adendo ao CEP da instituição proponente a fim de que sejam informadas as alterações feitas ao projeto ora aprovado. Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Não há. Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não Considerações Finais a critério do CEP: Para início da coleta dos dados, o pesquisador deverá se apresentar na mesma instância que autorizou a realização do estudo (Coordenadoria Regional de Saúde Centro-Oeste). O sujeito de pesquisa (ou seu representante) e o pesquisador responsável deverão rubricar todas as folhas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ¿ TCLE apondo sua assinatura na última página do referido Termo, conforme Carta Circular no 003/2011 da CONEP/CNS. Salientamos que o pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado. Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas. Lembramos que esta modificação necessitará de aprovação ética do CEP antes de ser implementada. Ao pesquisador cabe manter em arquivo, sob sua guarda, por 5 anos, os dados da pesquisa, contendo fichas individuais e todos os demais documentos recomendados pelo CEP (Res. CNS 196/96 item IX. 2. e). Uma cópia digital (CD/DVD) do projeto finalizado deverá ser enviada ao CEP e outra à instância que autorizou a realização do estudo, via correio ou entregue pessoalmente, logo que o mesmo estiver concluído. SAO PAULO, 21 de Janeiro de 2014 Assinador por: Luís Gracindo Costa Bastos (Coordenador). 34