comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENFERMAGEM
BOLSA PIBIC
RELATÓRIO FINAL
COMORBIDADES EM USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE
SAÚDE MENTAL
Aluna: Luisa Petelincar De Sordi
Orientadora: Ana Lúcia Machado
SÃO PAULO
Julho de 2014
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DE MARÇO À JULHO DE 2014
MARÇO:
Dado continuidade às atividades da pesquisa com reuniões com a Orientadora
e com a enfermeira do campo de coleta de dados (CAPS Perdizes). Elaborado
cronograma de atividades no CAPS (Anexo 1).
ABRIL:
Reunião com a enfermeira do campo de pesquisa e com orientadora para
iniciar seleção de usuários do serviço que poderiam colaborar com a pesquisa. Dado
início às visitas ao CAPS. As atividades no CAPS aconteceram durante todas sextasfeiras.
Enviado resumo com resposta de aceite da pesquisa para apresentação no V
Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde
Mental.
MAIO:
No início do mês o CAPS – Perdizes participou do Festival de Atividades
Desportivas e Culturais (FADC) organizado por alguns serviços de atenção à saúde
mental da cidade de São Paulo. Participei em algumas atividades, onde pude
interagir com os usuários, conhecendo novos e reforçando o vínculo com os já
conhecidos.
JUNHO:
Continuidade das visitas ao CAPS e início da coleta de dados com ajuda dos
profissionais do serviço. Participação da Festa Junina realizada pelo CAPS,
momento de distração e contato com todos os pacientes em acompanhamento.
JULHO:
Encerramento da coleta de dados. Escrita do relatório final e elaboração de
artigo para inscrição no SIICUSP 2014.
1 1. Introdução
Acredita-se hoje em cuidado biopsicossocial em saúde mental, pois trata-se
de um campo de fronteiras, englobando conhecimentos das áreas biológicas,
humanas, sociais e até das artes. Segundo Saraceno, Asioli e Tognoni (2001), os
objetivos gerais da intervenção em saúde mental devem ser: 1. levar o usuário a
adquirir consciência a respeito dos seus problemas: pessoais, familiares, de trabalho,
econômicos, sociais e culturais; 2. desenvolver a autonomia afetiva-material-social
do usuário; 3. aumentar a incorporação do usuário na vida de relação social e
política. Para cuidar da pessoa nesta perspectiva do processo saúde-doença mental,
é salutar perceber a ocorrência de comorbidades. O termo comorbidade foi
introduzido em medicina por Alvan Feinstein em 1970 com a seguinte definição:
“qualquer entidade adicional distinta que existiu ou pode acontecer durante o curso
clínico de um paciente que tem a doença índice em estudo” (Fortin, 2004). Doença
índice entendida como a principal ou primária. A comorbidade psiquiátrica é a
ocorrência simultânea de dois ou mais transtornos mentais na mesma pessoa. Já a
comorbidade física em doentes mentais, ocorre quando há coexistência de
patologias físicas e mentais (Kaplan, 2007; Louzã, 2007; OMS, 1993). Acredita-se
que a presença de comorbidades tem repercussões na prática clínica, na
identificação, nos cuidados gerais e específicos, na família ou cuidadores, nos
gestores de saúde e na reabilitação dos usuários, uma vez que estes pacientes são
cada vez mais prevalentes nos serviços de saúde . Os cuidados exigidos por estes
pacientes são mais complexos, exigem mais dos profissionais e diferentes
abordagens terapêuticas (GOMES, 2012).
A proposta é pensar e produzir esta pesquisa tendo como norte a descrição
contida no Relatório sobre a saúde no mundo da OMS, 2001:
“Os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras coisas, o bem-estar
subjetivo, a auto-eficácia percebida, a autonomia, a competência, a
dependência intergeracional e a auto-realização do potencial intelectual e
emocional da pessoa” (OMS, 2001, p. 29).
“Entende-se como transtornos mentais e comportamentais condições
2 clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e
do humor (emoções) ou por comportamentos associados com angústia
pessoal e/ou deterioração do funcionamento. Os transtornos mentais e
comportamentais não constituem apenas variações dentro da escala do
“normal”, sendo antes fenômenos claramente anormais ou patológicos” (OMS,
2001, p. 47).
2. Objetivo geral
Investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários
de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
3. Metodologia
3.1. Tipo de estudo
A presente pesquisa possui caráter qualitativa e investigou a presença de
comorbidades psiquiátricas e físicas em usuários de um CAPS. Esta investigação
ocorreu por meio de entrevistas cuidadosas tendo como norte o instrumental da
enfermagem
em
saúde
mental:
comunicação
terapêutica,
relacionamento
interpessoal profissional, medidas terapêuticas, dentre outros (Taylor, 1992;
Townsend, 2002).
Esse estudo tem como referencial teórico a produção de subjetividades.
Entende-se produção de subjetividades como uma construção viva na tensão
legítima entre o mundo interno e o mundo externo, sem o dualismo contido na
conjunção ou.
O cotidiano de cuidado em saúde mental na contemporaneidade ocorre em
meio às transformações paradigmáticas de desinstitucionalização. Este cotidiano
torna-se
lugar
privilegiado
de
encontros
de
subjetividades,
que
requer
preferencialmente tecnologias leves por parte dos profissionais, ou seja tecnologias
relacionais. A construção de cuidados, por exemplo, em formato de projetos
3 terapêuticos para usuários individuais ou coletivos, solicita uma outra posição
profissional para significar narrativas e potências criativas dos sujeitos, ou seja,
singularizar afastando-a da serialização.
Produzir cuidados e exercer a investigação científica nesta dimensão que
articula o plano dos afetos ao plano social, requer contato real com a existência
genuína e sutil dos sujeitos, seus devires, afetos e contextos sócio-políticos. Sendo
assim, o cuidado em saúde mental com foco na compreensão da produção de
subjetividades pode tornar-se uma ação afetiva diferenciada no sentido clínico e
investigativo. Estas ideias têm base nos estudos de Deleuze, Guattari, Rolnik dentre
outros autores.
3.2. Sujeitos e local do estudo
Em agosto de 2012 foi realizada um primeira parte deste projeto com
levantamento bibliográfico e visitas de aproximação ao CAPS. A coleta de dados
desta parte foi desenvolvida de fevereiro a julho de 2013 com cinco (5) usuários do
CAPS Perdizes. Neste período constatamos que: vários usuários apresentam
patologias clínicas consideradas como crônicas; alguns sugerem ter mais de uma
patologia psiquiátrica associada; existem usuários com indícios de alterações clínicas
significativas que podem ser decorrentes do uso frequente de psicofármacos; as
atividades cotidianas ficam prejudicadas devido às comorbidades psiquiátricas e
físicas; alguns usuários necessitam de acompanhamento dos membros da equipe e
familiares para os tratamentos de patologias clínicas. Tendo por base estas primeiras
observações e em razão da importância deste estudo para os usuários,
pesquisadoras e equipe de profissionais, pretenderam aumentar o número de
sujeitos entrevistados. Portanto, nesta segunda parte do projeto (de agosto de 2013
a agosto de 2014), foram selecionados mais dez (10) usuários escolhidos juntamente
com a equipe de profissionais. Ao final do estudo (dois anos) foram entrevistados
quinze (15) usuários e os dados poderão ser analisados de forma aprofundada.
O local do estudo é o CAPS Perdizes, que pertence à Coordenadoria Regional
de Saúde Centro-Oeste, Supervisão Técnica de Saúde Lapa/ Pinheiros. Trata-se de
campo de prática de alunos de Graduação em Enfermagem da Escola de
4 Enfermagem da USP e cenário de pesquisas e parcerias desta Escola.
A seleção dos dez (10) usuários foi feita com base em conversas com a
equipe de profissionais e disponibilidade do sujeito, sendo realizada no tempo
necessário, com respeito e cautela. A participação da equipe na escolha dos sujeitos
da pesquisa está associada ao trabalho integral, ético, atencioso e de longa data
desenvolvido neste CAPS com os usuários. A seleção foi baseada nas condições
gerais e clínicas do usuário, permitindo indicar aqueles em condições para fornecer
as informações necessárias a esse estudo.
Os sujeitos que foram selecionados e ao longo da pesquisa apresentou algum
impedimento, deixaram de participar e foi reorganizada a lista de sujeitos,
conjuntamente com os profissionais do serviço.
Apresentamos os critérios de inclusão e exclusão:
a) foram incluídos os usuários indicados pela equipe, que se interessaram, que
tiveram disponibilidade e condições gerais e clínicas no momento para participar
desta pesquisa
b) foram excluídos os usuários que mesmo indicados pela equipe, não se
interessaram e não tiveram disponibilidade de participar desta pesquisa
Para participação da pesquisa, foi solicitado a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2).
Devido a intensa participação dos profissionais na pesquisa, colaborando com
a seleção e discussão dos sujeitos de forma a apoiar a discussão sobre as questões
clínicas e psíquicas observadas, foi solicitado aos profissionais a assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 3)
3.3. Obtenção dos dados
A coleta de dados foi iniciada com a construção do relacionamento
interpessoal profissional respeitando o tempo, a disponibilidade e o interesse do
usuário (Taylor, 1992; Townsend, 2002; Saraceno, 2001). Durante os encontros
aplicou-se um instrumento que avalia questões objetivas e subjetivas. Este
instrumento foi utilizado na primeira parte desta pesquisa e será utilizado novamente.
(Anexo 4) Ele foi construído juntamente com alunos, docentes da EEUSP,
5 profissionais de saúde e possuem campos em que é possível: investigar e listar
possíveis patologias e alterações do processo saúde-doença e saúde-doença
mental; descrever histórica de adoecimento psiquiátrico e físico; descrever alterações
das funções psíquicas; registrar condições clínicas gerais: queixas, sintomas e sinais
de injúria ou alterações significativas; registrar atitudes do usuário em relação à sua
saúde física e mental (adesão aos tratamentos, representações, medos, dúvidas);
registrar o uso de medicamentos para tratamento; registrar o apoio familiar ou de
rede social no cuidado da saúde física e mental do usuário, dentre outras questões
que forem surgindo durante a pesquisa. Para a observação, registro e compreensão
das funções psíquicas utilizaremos o quadro “Referencial para Identificação das
Funções Psíquicas” (Anexo 5).
Para dar conta de identificar o adoecimento psiquiátrico e físico, as condições
clínicas gerais e o apoio familiar ou de rede social, trataremos também do que
Saraceno (2001, p. 21, 22), chama de “Variáveis indicadores”, ou seja, os recursos
individuais do paciente: nível de capacidade intelectual e o grau de informação, o
status social do paciente, a condição de solidão ou não e o sexo. Os recursos do
contexto
do
paciente:
nível
de
patologia
relacional
dos
familiares,
solidariedade/hostilidade dos familiares e vizinhos, status social da família, nível de
agregação/desagregação social do meio onde vive o paciente (bairro, cidade, etc.).
Após a seleção dos usuários, as entrevistas foram ocorrendo conforme
disponibilidade dos sujeitos e dos recursos físicos do serviço (como sala da
enfermagem e balança), o que eventualmente foi dificultoso pois alguns usuários não
compareciam ao serviço e
alguns recursos físicos não ficavam disponíveis em
tempo integral.
4. Preocupações éticas
A Primeira parte deste projeto foi devidamente aprovada nos Comitês de Ética
em Pesquisa da EEUSP e da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São
Paulo, atendendo à Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil,
6 2012).
Esta segunda parte do projeto foi devidamente autorizada pela Coordenadoria
Regional de Saúde Centro-Oeste (Anexo 6) e aprovada pelos Comitês de Ética em
Pesquisa da EEUSP e da Secretaria Municipal de Sáude da Prefeitura de São Paulo
(Anexo 7 e 8)
Em relação à identificação pessoal do sujeito de pesquisa no instrumento de
coleta de dados, serão seguidas todas as determinações éticas e esta identificação
será apenas para que o cuidado possa ser melhor discutido, amparado e
encaminhado junto à equipe do CAPS.
5. Resultados
Durante todo o período desta pesquisa foram realizados coletas de
informações relevantes ao assunto. Consideramos o levantamento bibliográfico como
um primeiro resultado desta pesquisa que foi realizado através de uma busca na
base de dados Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores:
comorbidade and centros de atenção psicossocial” e “comorbidade and pacientes
mentais” com o filtro: idioma português, o resultado foram 21 trabalhos, sendo que 5
foram selecionados para esta pesquisa. Foi pesquisado também os descritores:
“comorbidade and doentes mentais” e filtro no idioma espanhol e português, obtevese 2 resultados, sendo que 1 foi selecionado. Utilizando os descritores:
“comorbidade psiquiátrica”, filtro idioma espanhol e português e texto disponível,
foram encontrados 58 trabalhos, sendo selecionados 7. No total, forma selecionados
13 trabalhos.
Apesentamos no quadro a seguir, os trabalhos selecionados (Quadro 1):
Quadro 1: Levantamento bibliográfico. São Paulo, Novembro de 2013.
Nº
1
Título
Periódico
Autor
Dependência de
Rev.
Malbergier, André;
tabaco e
Psiquiatria
Oliveira, Júnior,
comorbidade
Clínica
Hercílio Pereira da.
Ano
Tipo
Objetivo
Promover uma revisão da
2005
Revisão
associação entre o tabagismo
e as doenças psiquiátricas.
7 psiquiátrica
Cuidado de
enfermagem ao
paciente com
2
Paes, Marcio
comorbidade
Rev Gaúcha
Roberto; Maftum,
clínico-
de
Mariluci Alves;
psiquiátrica em
Enfermagem
Mantovani, Maria
um pronto
Conhecer o cuidado de
2010
Pesquisa
enfermagem desenvolvido ao
paciente com comorbidade
clínico-psiquiátrica.
de Fátima
atendimento
hospitalar.
Relação à abordagem, ao
Comorbidade:
3
uso de álcool e
Rev
outros
Brasileira de
transtornos
Psiquiatria
mentais.
Alves, Hamer;
Kessler, Felix;
Ratto, Lilian Ribeiro
diagnóstico diferencial e ao
2004
Revisão
Caldas
tratamento dos pacientes
com comorbidades
psiquiátricas e
abuso/dependência de álcool.
Freire, Rafael
Christophe da
Rocha;
4
O tabagismo e o
Rev
transtorno do
Psiquiatria
pânico:
do Rio
gravidade e
Grande do
comorbidades.
Sul
Mezassalma, Marco
Analisar a hipótese de que
André; Valença,
pacientes fumantes com
Alexandr Martins;
De-Melo-Neto,
2007
Pesquisa
Valfrido Leão;
transtorno do pânico
apresentam um quadro
clínico mais grave.
Lopes, Fabiana
Leão; Nascimento,
Isabella; Nardi,
Antônio Egido
Amaral, Geraldo
Francisco do;
Prevalência de
transtorno
depressivo
5
maior em centro
de referencia no
tratamento de
hipertensão
arterial.
Rev
Psiquiatria
do Rio
Grande do
Sul
Jardim, Paulo
Investigar a prevalência de
César Brandão
transtorno depressivo maior
Veiga; Brasil, Marco
em pacientes hipertensos
Antonio Alves;
Souza, Ana Luiza
2007
matriculados em um centro
Pesquisa
de referência universitário
Lima; Freitas,
para tratamento de
Helberte
hipertensão arterial e fatores
Fernandes;
de risco cardiovascular.
Taniguchi, Larissa
Mayumi; Melo, Aline
8 Ferreira Bandeira
de; Ribeiro,
Carolina
Nazeozeno.
determinar a presença de
uma dupla patologia em
pacientes admitidos
Jiménez, Roberto
consecutivamente mais de
Rodríguez;
6
Patología dual
Aragüés, Maria;
en pacientes
Arriero, Miguel
psiquiátricos
Angel Jiménez-
hospitalizados:
prevalencia y
Investigación
Clinica
Arriero; Ponce,
um ano em uma unidade de
internação psiquiátrica
(Hospital Universitario 12 de
2008
Pesquisa
Guilhermo; Muñoz,
características
Antonio; Bagney,
generales.
Alexandra;
Octubre, Madrid, Espanha), a
comparação das variáveis
sócio-demográficas e clínicas
entre o grupo dupla patologia
( grupo PD) e grupo sem
Hoenicka, Janet;
transtorno mental
,Palomo Tomás.
concomitante TUS (grupo
TM), e estudar o tipo de
substâncias utilizadas.
Fatores
7
associados ao
Ribeiro, Mário
Avaliar variáveis
abandono de
Sérgio; Alves,
demográficas,
tratamento em
Márcio José
psicopatológicas de
diagnóstico e tratamento
saúde mental
Jornal
Martins; Vieira,
em uma unidade
Brasileiro de
Eveline Maria de
de nível
Psiquiatria
2008
Pesquisa
enquanto possíveis
Melo; Silva, Priscila
preditores de abandono de
secundário do
Matthiense e;
tratamento em serviço
Sistema
Lamas, Camila
especializado de saúde
Municipal de
Vieira Dal-Bianco.
mental.
Saúde.
La importância
A “depressão maior” é uma
de la deteccíon
doença caracterizada pela
Y el tratamento
8
de los sintomas
Revista
Tamayo, Jorge M;
somáticos en
Brasileira de
Rovner, Jorge;
pacientes latino-
Psiquiatria
Muñoz, Rodrigo.
americanos con
depresión
mayor.
presença de sintomas
2007
Revisão
mentais e somáticos, que
afetam significativamente os
procedimentos diagnósticos e
terapêuticos assim como o
prognóstico.
9 Comorbidade
9
com transtornos
Revista
de ansiedade
Brasileira de
em transtorno
Psiquiatria
bipolar.
Issler, Cily Klüger;
Sant’Anna, Marcia
Kauer; Kapczinski,
2004
Revisão
Flávio; Lafer, Beny.
Co-morbidade
10
psiquiátrica em
Revista
Silveira, Dartiu
dependentes de
Brasileira de
Xavier da; Jorge,
substâncias
Psiquiatria
Miguel Roberto.
Avaliar a ocorrência de
1999
Pesquisa
transtornos psiquiátricos em
farmacodependentes.
psicoativas
Behenck, Andressa;
Silva, Alessandra
A família frente
ao processo de
11
tratamento e
Enfermagem
reinternação do
em foco
portador de
esquizofrenia.
Dartora da;
Onhecer a compreensãoo
Humerez, Dorisdaia
das famílias sobre o processo
Carvalho de;
2011
Pesquisa
de tratamento e a
Mancia, Joel Rolim;
reinternação do familiar com
Padilha, Maria
esquizofrenia.
Itayra Coelho de
Souza
Manejo clínico
de pacientes
Promover e implementar um
con diagnóstico
12
dual. Evaluación
Revista
Gálvez Flórez, Juan
diagnóstica de
Colombiana
Francisco; Rincón
los pacientes
de
Salazar, David
farmacodependi
Psiquiatria
Andrés.
diagnóstico adequado da
dupla patologia na Colômbia,
2008
Revisão
a fim de encaminhar o
paciente para o tratamento
correto em seu processo de
entes que sufren
reabilitação.
de comorbilidad
psiquiátrica.
Trastorno
depresivo,
ansiedad social
13
y su prevalencia
en transtornos
de la conducta
Behar A, Rosa;
Revista
Barahona I, Mónica;
Chilena de
Iglesias M,
Neuro-
Bernardita;
psiquiatria
Casanova Z,
14
psiquiátricos do
tratamento da
obesidade.
ansiedade social e depressão
2007
Pesquisa
Revista de
Psiquiatria
Clínica
e suas prevalências em
mulheres com e sem
distúrbios alimentares.
Dunny.
alimentaria.
Aspectos
Comparar a presença de
Vasques, Fátima;
Martins, Fernanda
Celeste; Azevedo,
2004
Revisão
Alexander Pinto de.
10 Os resultados da coleta de dados serão apresentado através de tópicos de
acordo com o instrumento utilizado. São eles: avaliação física; avaliação clínica;
comorbidades; medicamentos em uso e apoio social e familiar. Dos 10 sujeitos
entrevistados, 5 eram do sexo feminino e 5 do sexo masculino.
•
Avaliação Física
Dentre os 10 sujeitos entrevistados 1 apresentava IMC <18,5; 4 estavam com
IMC entre 18,5 – 24,99; 3 com IMC > 25,0 e 2 com IMC >30,0. Considerando a
classificação da OMS (2004):
Valor IMC
Classificação
< 18,5
Baixo peso
18,5 – 24,9
Normal
> 25,0
Sobrepeso
Metade dos sujeitos entrevistados estavam acima do peso, um abaixo do peso
e apenas 3 estavam com peso dentro da normalidade.
A Circunferência da Cintura (CC) foi medida e obtiveram-se 7 sujeitos com
alteração neste índice. O gráfico 1 apresenta os resultados, separando por sexo. O
ponto de corte utilizado foi: 94cm para o sexo masculino e 80cm para o feminino.
(Ferreira, 2006)
Gráfico 1 - Relação de usuários do CAPS com resultado de CC acima do normal. São Paulo. 2014
6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 Masculino Feminino Total CC > 94cm Total CC > 80cm 11 •
Avaliação Clínica
Foram questionados diversos sinais e sintomas de alterações clínicas aos
sujeitos. As citadas por eles foram: ansiedade, alergia, cefaleia, dor muscular,
tontura, náusea, disúria, edema, mal estar geral, cansaço, obstipação, dispneia,
diarreia, perda de peso, boca seca e incontinência urinária.
As alterações que foram citadas por mais de 2 usuários foram: cefaléia, dor
muscular, tontura, obstipação, dispneia e tremor.
•
Comorbidade
As comorbidades apresentadas pelos sujeitos estão listadas no Gráfico 2. Os
usuários possuíam como diagnóstico psiquiátrico esquizofrenia e transtorno afetivo
bipolar e a principal comorbidade foi o tabagismo.
Gráfico 2: Frequência de comorbidades apresentada por usuários do CAPS. São Paulo. 2014
nº sujeitos Frequência de comorbidades •
9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Medicamento em uso
Através da análise dos prontuários e prescrições médicas dos sujeitos, foram
coletadas as medicações em uso. Estas informações são importantes pois podemos
relacionar os efeitos colaterais que as medicações causam com as alterações
clínicas apresentadas pelos pacientes. Estes dados estão apresentados no Quadro1.
12 Quadro 1: Relação de medicamentos em uso dos usuários do CAPS. São Paulo. 2014.
Nº sujeitos
Fármaco
Tipo
5
Haloperidol
Antipsicótico
5
Biperideno
Anticolinérgico/Antiparkinsoniano
4
Diazepam
Ansiolítico
4
Risperidona
Antipsicótico
4
Clonazepam
Hipnótico
3
Clorpromazina
Antipsicótico
2
Fluoxetina
Antidepressivo
fazendo uso
Antagonista dos narcóticos
2
Naltrexona
opióides
2
Olanzapina
Antipsicótico
1
Fenobarbital
Anti-convulsivante
1
Lorazepam
Hipnótico
1
Nortriptilina
Antidepressivo
1
Fenitoína
Antiepilético
1
Prometazina
Anti-histamínico - Sedativo
1
Carbamazepina
Estabilizador de humor
1
Enalapril
Anti-hipertensivo
1
Nifedipino
Anti-hipertensivo
Volproato de
1
Sódio
Estabilizador de humor
1
Hidroclorotiazida
Anti-hipertensivo
1
Metformina
Antidiabético
1
Glibenclamida
Antidiabético
13 •
Apoio social e familiar
Dentre os 10 usuários que participaram da pesquisa, 8 contam com o apoio de
familiares e 2 não apresentam apoio de familiares e/ou não possuem familiares.
Estes últimos, possuem o CAPS como uma rede de apoio social.
6. Discussão
Analisando as informações obtidas observamos algumas que se destacaram e
serão apresentadas em 3 tópicos, os quais foram criados afim de agrupar resultados
possibilitando uma melhor análise. Os tópicos são: Distúrbios cardiovasculares e
metabólicos junto ao transtorno mental; psicofármacos e seus efeitos colaterais e;
álcool e tabaco.
•
Distúrbios cardiovasculares e metabólicos junto ao transtorno mental
Observou-se que, 5 sujeitos entrevistados estavam com sobrepeso, 1 abaixo
do peso e 4 com o peso dentro da normalidade. Este resultado já era esperado pois
nas visitas ao CAPS pode-se perceber que a maioria dos pacientes sofrem de
alterações no peso. Os profissionais também relatam ser difícil controlar a
alimentação e a prática de exercício físico dos pacientes.
Uma epidemia de obesidade é observada na população atual e existe uma
alta prevalência em pacientes com transtornos mental. O ganho de peso leva a
outras complicações clínicas e comorbidades, como a síndrome metabólica,
hipertensão, cardiopatias. (Gomes, 2012).
A síndrome metabólica consiste em pelo menos três das alterações:
obesidade abdominal, triglicerídeos elevados, elevação da pressão arterial e
resistência a insulina. (Gomes, 2012)
A hipertensão arterial foi observada em 2 sujeitos. Já a obesidade abdominal
esteve presente em 6 usuários. A obesidade abdominal é utilizada pois aponta a
gordura visceral a qual é considerada como fator de risco para diversas morbidades,
principalmente hipertensão, diabetes, dislipidemia e síndrome metabólica (Olinto,
14 2006).
Os usuários estão sujeitos a desenvolver (ou já possuem) a síndrome
metabólica. Esta doença tem grande relação com os antipsicóticos, pois estes
podem aumentar o peso e trazer outros efeitos adversos.
•
Psicofármacos e seus efeitos colaterais
Os
psicofármacos
mais
utilizados
foram:
Haloperidol
(antipsicótico);
Biperideno (antiparkinsoniano/anticolinérgico); Diazepam (ansiolítico); Risperidona
(antipsicótico) e Clonazepan (Hipnótico).
Os antipsicóticos causam efeitos extrapiramidais como efeito colateral mais
frequente. Esses efeitos aumentam com elevadas doses de antipsicóticos. Dentre os
principais tipos de efeitos extrapiramidais estão: acatisia, ganho de peso e síndrome
parkinsonóide, os quais foram citados pelos sujeitos entrevistados.
A síndrome parkinsonóide é caracterizada por tremor fino, rigidez muscular,
marcha em bloco e para o tratamento é utilizado um medicamento anticolinérgico,
geralmente o Biperideno, fármaco em uso pela metade dos sujeitos entrevistados.
(Louzã Neto, 2007)
O ganho de peso é um efeito colateral dos antipsicóticos de primeira e
segunda geração e é comumente visto em pacientes com transtorno mental. O
tratamento deve ser feito preventivamente com orientações, controle da alimentação
e exercícios físicos. (Louzã Neto, 2007)
Os ansiolíticos, como o Diazepam, apresentam com efeito colateral a
sonolência, cansaço e redução da atenção, porém também podem ocorrer ganho de
peso.
•
Álcool e Tabaco
Dentre as comorbidades citadas o tabagismo foi o mais citado, seguido do
etilismo. A dependência de nicotina apresenta alta prevalência em pacientes com
transtornos psiquiátricos, o que pode interferir no humor, ansiedade e a cognição. O
tabagismo pode também interferir no mecanismo de ação de medicamentos,
15 especialmente, os psicotrópicos. (Malbergier, 2005)
Em
sua
maioria,
pacientes
esquizofrênicos
(maioria
dos
sujeitos
entrevistados) fazem uso do tabaco. Esta substância está relacionada a diminuição
dos
efeitos
extrapiramidais
causados
pelos
antipsicóticos,
este
efeito
é
provavelmente relacionado com a ação da nicotina no sistema dopaminérgico.
(Malbergier, 2005)
O uso de álcool pode trazer sinais e sintomas que podem confundir com os
dos transtornos mentais, como alucinações, ansiedade e depressão. O tratamento
costuma ser mais difícil com esta comorbidade devido a dificuldade de permanecer
em abstinência e também devido as interações com os psicofármacos. (Alves
Hamer, 2004)
Comparação: Resultados primeira parte da pesquisa (2012-2013) com a
segunda parte (2013-2014)
As comorbidade apresentadas na primeira parte da pesquisa que mais se
destacaram foram: sobrepeso; tabagismo e doenças respiratórias. Sendo os dois
primeiros repetidos nesta segunda etapa. Isto pôde evidenciar que o sobrepeso e o
tabagismo é problema frequente entre os pacientes com transtornos psiquiátricos.
Além das comorbidades, nesta segunda etapa pôde-se analisar melhor o uso
de psicofármacos e sua influência nas alterações clínicas e físicas dos usuários.
7. Considerações Finais
Em suma, observamos que a comorbidade psiquiátrica está presente em
todos os pacientes, mesmo que discreta, com apenas sinais e sintomas. Estes
pacientes já possuem expectativa de vida baixa devido ao diagnóstico principal do
transtorno mental e ainda apresentam maior predisposição para desenvolver outras
doenças.
As comorbidades apresentadas neste trabalho (obesidade, obesidade
abdominal, tabagismo e etilismo) podem ser justificadas devido à vários fatores como
16 estilo de vida, medicamentos e o próprio transtorno mental. A prática de atividade
física e alimentação saudável é difícil de manter nestes usuários. O uso de
medicamento por longos períodos e altas doses aumentam a chance de desenvolver
efeitos colaterais e, consequentemente, comorbidades.
Para o cuidado desses pacientes é primordial o conhecimento a fundo do
histórico de saúde e das condições de vida dos pacientes para que se possa
desenvolver um planejamento terapêutico adequado, visando não só o transtorno
mental, mas sim o paciente como um todo.
Com o uso do relacionamento interpessoal, a escuta, o diálogo é possível
colocar o usuário no centro do seu cuidado, fazer com que ele sinalize e direcione o
que pode ser feito, resultando assim no seu cuidado. O trabalho do diálogo e do
pensamento irá fazer com que o usuário seja cuidado. O cuidar em saúde mental
não é pronto, não existe passo a passo, ele acontece de diferentes formas de acordo
com o momento, com o diálogo que o usuário propõe (MACHADO at al, 2013).
Juntos, usuário e equipe de saúde, são capazes de planejar cuidados
pensando na integralidade do indivíduo, estipulando ações que contemplem o
biopsicossocial.
17 8. Bibliografia
Alves Hamer, Kessler Felix, Ratto Lilian Ribeiro Caldas. Comorbidade: uso de álcool
e outros transtornos psiquiátricos. Rev. Bras. Psiquiatr. [serial on the Internet].
2004 May [cited 2014 July 28] ; 26( Suppl 1 ): 51-53.
Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional da Saúde. Resolução 466/12.
Diretrizes e Normas Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo Seres Humanos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
Deleuze G., Guattari, F. Introdução. In: Mil Platôs. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
Ferreira Márcia Gonçalves, Valente Joaquim Gonçalves, Gonçalves-Silva Regina
Maria Veras, Sichieri Rosely. Acurácia da circunferência da cintura e da relação
cintura/quadril como preditores de dislipidemias em estudo transversal de doadores
de sangue de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Cad. Saúde Pública [serial on the
Internet]. 2006 Feb [cited 2014 July 22] ; 22( 2 ): 307-314
Fortin M, Lapointe L, Hudon C, Vanasse A, Ntetu AL, Maltais D. Multimorbidity and
quality of life in primary care: a systematic review. Health Qual Life Outcomes.
2004;2:51.
Guattari F; Rolnik S. 1986. Micropolitica – cartografias do desejo. Vozes, Petropolis,
327pp.
Gomes, Fabiano Alves. Comorbidades Clínicas em Psiquiatria. São Paulo: Atheneu,
2012.
Kaplan, H.I.; Sadock, B.J.; Gregg, J.A. Compêndio de psiquiatria: ciências do
comportamento e psiquiatria clínica. 9º ed. São Paulo: Artmed, 2007.
Louzã Neto, M.R.; Motta, T.; Wang, P.Y.; Elkis, H. Psiquiatria Básica. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2007.
18 Machado, A.L.; Colvero, L.A; Rodolpho, J.R.C. Saúde Mental: cuidado e
subjetividade: vol. 2. Rio de Janeiro: Senac Rio de Janeiro, 2013.
Malbergier, André, Oliveira, Jr Hercílio Pereira da. Dependência de tabaco e
comorbidade psiquiátrica. Rev. psiquiatr. clín. 2005.
Olinto Maria Teresa Anselmo, Nácul Luis Carlos, Dias-da-Costa Juvenal Soares,
Gigante Denise Petrucci, Menezes Ana M. B., Macedo Silvia. Níveis de intervenção
para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde
Pública [serial on the Internet]. 2006 June [cited 2014 July 28] ; 22( 6 ): 12071215
Organização Mundial da Saúde. Brasil. Classificação de transtornos mentais e de
comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993.
Organização mundial de saúde – OMS, Organização Panamericana da Saúde OPAS. Relatório sobre a saúde no mundo – 2001. Saúde Mental: nova concepção,
nova esperança. Rio de Janeiro: Gráfica Brasil, Organização Mundial da Saúde,
2001.
OMS
–
Organização
Mundial
da
Saúde,
2004.
Disponível
em:
http://apps.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html
Saraceno, B; Asioli, F; Tognoni, G. Manual de Saúde Mental. 3ª ed. São Paulo:
Hucitec, 2001.
Taylor, C.M. Fundamentos de Enfermagem Psiquiátrica de Mereness. 13ª ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1992.
Townsend MC. Enfermagem Psiquiátrica: conceitos de cuidados. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2002.
19 ANEXO 1
CRONOGRAMA DE PRESENÇA NO CAPS-PERDIZES
Escola de Enfermagem da USP
Presença no CAPS Perdizes para atividades de Projeto de Pesquisa 2014
Aluna: Luisa Petelincar De Sordi
Docente: Ana Lúcia Machado
Presença às sextas-feiras das 14h00 às 16h30
ABRIL
MAIO
Dia 4
Dia 16
Dia 11
Dia 23
Dia 25
Dia 30
JUNHO
Dia 6
Dia 13
20 ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Usuários)
Eu, Luisa Petelincar De Sordi, aluna do curso de graduação em Enfermagem
da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) junto com a
Professora Ana Lúcia Machado, estou desenvolvendo uma pesquisa que se chama
“Comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental”. Trata-se de um
trabalho sobre as doenças que os usuários de um Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) têm, doenças mentais e físicas, ou seja, da cabeça e do corpo.
Comorbidades é uma palavra que a gente usa quando a pessoa tem mais de uma
doença ao mesmo tempo.
Gostaríamos de convidá-lo(a) para participar de nossa pesquisa. Os
profissionais do CAPS, a equipe que trabalha aqui, está sabendo deste trabalho e
colabora conosco. Será assim: se você quiser e aceitar, vamos conversar com você
várias vezes para nos conhecermos com calma. E assim, conversando e
participando de algumas atividades do CAPS, vamos perguntando a você sobre a
doença que você tem e trata aqui no CAPS e sobre as doenças ou mal estar que
talvez você também tenha que são do corpo.
Agora, solicitamos sua atenção para preencher junto a nós este papel que faz
parte da pesquisa. Caso tenha alguma dificuldade, pediremos o apoio e o
consentimento de alguma pessoa da sua família ou seu representante legal.
Você tem total liberdade de se recusar a participar ou retirar seu
consentimento a qualquer momento da pesquisa, sem que isso implique em qualquer
prejuízo pessoal e também garantimos sigilo absoluto de sua identidade pessoal.
Quer dizer, você vai participar desta pesquisa se quiser, poderá parar quando quiser
e suas respostas serão preservadas.
Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras, ou seja,
você não precisar pagar nada para conversar com a gente sobre as doenças que
você tem e nós também não vamos pagar nada a você durante este trabalho. O
benefício relacionado à sua participação será para compreender como as pessoas
que têm mais de uma doença se sentem e isto poderá ajudar os profissionais que
trabalham na saúde mental a cuidar melhor dos usuários.
Disponho-me a esclarecer, sempre que necessário qualquer aspecto
relacionado à pesquisa, durante o seu desenvolvimento, a fim de eliminar possíveis
dúvidas.
Este termo de consentimento livre e esclarecido, quer dizer, este papel é feito
em duas vias, uma ficará com você, outra conosco e está de acordo com a
Resolução 466/12. Para que você possa acompanhar o desenvolvimento deste trabalho ou retirar
seu consentimento, oferecemos meu e-mail e telefone: [email protected] / (11)
96444-2553 e o da Profa. Ana Lúcia Machado [email protected] / 11-3061-7602.
21 Informamos também o email e telefone de contato do Comitê de Ética em
Pesquisa da Escola de Enfermagem da USP: [email protected] / (11) 3061-7548 e do
Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura
Municipal de São Paulo: [email protected] / (11) 3397-2464, caso seja necessário
esclarecer dúvidas e realizar denúncias quanto às questões éticas.
.
Agradecemos a sua atenção,
Luisa Petelincar De Sordi
Declaro que aceito participar do presente Protocolo de Pesquisa, depois de ter sido
convenientemente esclarecido e ter entendido o que me foi explicado a respeito do objetivo, da forma
de participação e da utilização das informações na pesquisa, além da liberdade de participar ou retirar
meu consentimento a qualquer momento sem prejuízo pessoal.
São Paulo, ____ de ____________ de 2014.
Nome: _________________________________ Fone: ____________
Assinatura do Sujeito da pesquisa ou Representante Legal:
_________________________________________________
Assinatura da Pesquisadora:
_________________________________________________
22 ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Profissionais de Saúde)
Eu, Luisa Petelincar De Sordi, aluna do curso de graduação em Enfermagem
da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) sob orientação
da Professora Ana Lúcia Machado, estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada
“Comorbidades em usuários de um serviço de saúde mental”. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa sobre comorbidades em saúde mental realizada com usuários
de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Esta pesquisa tem como objetivo
investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um
CAPS.
Gostaríamos de convidá-lo(a) para participar de nossa pesquisa onde serão
realizadas conversas com toda a equipe de profissionais do CAPS. Estas conversas
terão como objetivo a escolha dos usuários que responderão o instrumento de coleta
de dados, e também conversas sobre os usuários para que o preenchimento do
instrumento seja feito de forma correta e completa. Estas conversas não terão um
roteiro pré-fixado. Você fica totalmente livre para interromper as conversas quando
achar necessário. As conversas não serão gravadas. Esclarecemos também que
pretendemos consultar os prontuários dos usuários escolhidos.
Cabe esclarecer que você tem total liberdade de se recusar a participar ou
retirar seu consentimento a qualquer momento, sem que isso implique em qualquer
prejuízo pessoal. Garantimos sigilo absoluto de sua identidade pessoal.
Você não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não
haverá riscos de qualquer natureza relacionada à sua participação. O benefício
relacionado à sua participação será de aumentar o conhecimento científico para a
área da saúde mental e da enfermagem em saúde mental.
Disponho-me a esclarecer, sempre que necessário qualquer aspecto
relacionado à pesquisa, durante o seu desenvolvimento, a fim de eliminar possíveis
dúvidas.
Este termo de consentimento livre e esclarecido é elaborado em duas vias,
uma ficará em posse do pesquisador e outra em posse do pesquisado e está de
acordo com a Resolução 466/12. Para que você possa acompanhar o desenvolvimento da pesquisa ou retirar
seu consentimento, oferecemos meu e-mail e telefone: [email protected] / (11)
96444-2553 e o da Profa. Ana Lúcia Machado [email protected] / 11-3061-7602.
Informamos também o email e telefone de contato do Comitê de Ética em
Pesquisa da Escola de Enfermagem da USP: [email protected] / (11) 3061-7548 e do
Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura
Municipal de São Paulo: [email protected] / (11) 3397-2464, caso seja necessário
esclarecer dúvidas e realizar denúncias quanto às questões éticas.
.
23 Agradecemos a sua atenção,
Luisa Petelincar De Sordi
Declaro que aceito participar do presente Protocolo de Pesquisa, depois de ter sido
convenientemente esclarecido e ter entendido o que me foi explicado a respeito do objetivo, da forma
de participação e da utilização das informações na pesquisa, além da liberdade de participar ou retirar
meu consentimento a qualquer momento sem prejuízo pessoal.
São Paulo, ____ de ____________ de 2014.
Nome: _________________________________ Fone: ____________
Assinatura do Sujeito da pesquisa ou Representante Legal:
_________________________________________________
Assinatura da Pesquisadora:
_________________________________________________
24 ANEXO 4
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Obs: Este formulário será preenchido ao longo de seis meses através de dados obtidos
diretamente com o usuário, consulta a prontuários e conversa com a equipe.
I – IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO:
Nome: _________________________________________ Prontuário: _______________
Data de Nasc.: ___/___/___Idade: ____ Sexo: _______ Estado civil: ___________
Referência social: _________________________________________________________
Tipo de residência: ________________________________________________________
II – AVALIAÇÃO FÍSICA:
Antropometria / controle corporal:
Peso: ______
Altura: ______
IMC*: ______
Circ. Quadril(cm):_______ Pressão arterial: ______
Circ. Cintura (cm): ______
Temp. corporal: ______
*IMC – Índice de Massa Corporal: Peso (kg)
2
Altura (m)
III – AVALIAÇÃO CLÍNICA
Situação
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
) Mal-estar geral
) Tontura
) Cansaço
) Desmaios
) Rubor
) Inquietação, ansiedade, nervosismo,
tremor
) Formigamento
) Perda ou ganho de peso
) Transpiração, sensação de calor
) Palidez
) Alergia a alimentos ou medicamentos
) Bolha, fissura, mancha ou coceira na pele
) Mancha ou destruição parcial das unhas
) Lesões úmidas ou descamantes no couro
cabeludo
) Piolho/lêndea
) Convulsão
) Visão embaçada
) Boca seca / sialorréia
Observações
(intensidade, duração e frequência).
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
_____________________________
25 (
(
(
(
(
(
) Dificuldade para respirar
) Coriza / sangramento nasal
) Tosse (seca / produtiva)
) Palpitações, taquicardia
) Náusea, vômito, desconforto abdominal
) Aumento ou diminuição na quantidade
de urina (poliúria ou oligúria)
( ) Aumento na frequência da micção
(polaciúria)
( ) Dor ao urinar (disúria)
( ) Obstipação / diarréia
( ) Dor de: cabeça, dente, garganta, costas,
extremidades
( ) Dificuldade para andar
( ) Edema
( ) Outros (especificar):
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
_____________________________
____________________________
____________________________
____________________________
____________________________
IV – Comorbidades: Liste outras doenças:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
V – Medicamentos em uso:
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________ VI – Apoio social e familiar
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Data de avaliação:__/__/___
Profissional Responsável:__________________
26 ANEXO 5
REFERENCIAL PARA IDENTIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES PSÍQUICAS
Função Psíquica
Consciência
Atenção
Orientação
Memória
Sensopercepção
Pensamento
Afetividade
Atividade
Vontade
Sono
Inteligência
Julgamento e
Raciocínio
O que é?
É a mais importante função psíquica,
responsável pela capacidade de “saber
sobre algo”, e reúne em si todas as
outras funções psíquicas.
Capacidade de focalizar sob um
determinado acontecimento, e de
“separar” o que “existe” na consciência.
Às vezes pode ocorrer
independentemente da vontade.
Capacidade de “se encontrar” em relação
a si próprio, e em relação ao tempo e
espaço de forma correta. Acontece de
forma correta, quando há uma boa união
das funções: atenção, memória,
inteligência e consciência.
Capacidade de registrar, e de fixar, como
também da possibilidade de reproduzir o
que foi “gravado”.
Capacidade de se obter sensação, em
resposta a um estímulo físico (luz, som,
etc). Quando existe uma alteração desta
função, quer dizer que as outras funções
psíquicas não estão plenas em suas
atividades.
Conjunto de ideias organizadas a fim de
corresponder a um objetivo. Manifesta-se
através da linguagem, e deve permitir
compreensão.
Diz respeito à vida emocional, se
caracterizando pela capacidade de
experimentar e expressar sentimentos.
Sentimentos que não dependem da
vontade.
Capacidade de realizar uma ação, ato,
que envolve a percepção, sentimentos,
ideias, etc.
Disposição para decidir entre várias
possibilidades (desejos, impulsos, etc).
Não podemos esquecer que os atos são
voluntários e passam pelas questões
sociais, de va1lores, cultura, etc.
Função reparadora e fisiológica.
Apresenta-se quando os níveis de
consciência e motricidade sofrem
alterações voluntárias.
Habilidade para pensar e agir com
racionalidade e lógica, bem como de
solucionar problemas e se adaptar a
situações novas. Sofre interferência da
cultura e sociedade.
Capacidade de realizar avaliações de
forma correta e consequentemente de
tomar atitudes que condizem com a
forma de pensar, e de agir, tem total
ligação com a idade correspondente.
Alterações
Coma: ausência da consciência, do conhecimento de si
e do meio externo.
Delirium: rebaixamento da consciência com tempo
considerável, e presença de ilusões, alucinações,
pensamento incoerente, é reversível.
Aprosexia:ausência da atenção
Hiperprosexia:aumento da atenção, permitindo
resposta a vários estímulos sensoriais ao mesmo
tempo.
Desorientação autopsíquica:incapacidade de fornecer
informações a respeito de “si mesmo” (exemplo: nome,
idade, etc)
Desorientação temporal e espacial:incapacidade de
localizar-se no tempo (ano, mês, dia).
Amnésia: total ou parcial incapacidade de se lembrar
do que foi vivido.
Hiperminésia: capacidade aumentada de se lembrar de
fato com grande riqueza de detalhes.
Anestesia: capacidade de não sentir dor.
Alucinação: percepção de algo, mas sem a presença
de um estímulo, embora tal sensação é vivida como
real.
Ilusão:falsa percepção de estímulos sensoriais
externos, embora exista um real estímulo.
Neologismo:invenção de novas palavras.
Delírio: conjunto de ideias e crenças falsas, embora
quem o vivencie o perceba como verdadeiro, resistindo
ate as explicações lógicas.
Fobia:medo de forma irracional, desproporcional.
Apatia:sem manifestação de sentimentos.
Embotamento:diminuição ou ausência da capacidade
de sentir emoção.
Hiperatividade:aumento da atividade motora, estando
em desarmonia com os acontecimentos.
Hipoatividade:lentidão na realização de um ato.
Tiques:movimentos musculares reflexos não
controlados pela vontade, e que se repetem num
intervalo de tempo.
Compulsão:realização de atos que não possuem razão
lógica. É resultado de uma obsessão, a fim de diminuir
a ansiedade.
Sonambulismo:realização mesmo dormindo de atos
como deambulação e etc, sem resposta a estímulos
externos, sendo seguindo de amnésia.
Insônia:extinção do sono.
Retardo Mental:alteração do processo de
desenvolvimento intelectual, podendo ser classificado
entre leve, moderado, grave e profundo. Ocorre de
forma mais frequente em doenças congênitas.
Julgamento prejudicado:diminuição da capacidade de
avaliar e agir de maneira correta.
Insight prejudicado:capacidade de compreensão
reduzida quando relacionada à realidade.
27 ANEXO 6
AUTORIZAÇÃO DA COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE CENTRO
OESTE
28 ANEXO 7
PARECER DO CEP-EEUSP
Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo - EEUSP
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: COMORBIDADES EM USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL
Pesquisador: Ana Lúcia Machado Área Temática: Versão: 1
CAAE: 24675013.0.0000.5392 Instituição Proponente: Escola de Enfermagem da Universidade de
São Paulo - EEUSP Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER Número do Parecer: 489.984
Data da Relatoria: 10/12/2013
Apresentação do Projeto:
Trata-se de um projeto de iniciação científica de caráter qualitativo que tem como objetivo investigar a
ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS)na cidade se São Paulo/SP. Acredita-se hoje, que o cuidado em saúde mental,
seja um cuidado biopsicossocial englobando conhecimentos das áreas biológicas, humanas, sociais e
até das artes. As intervenções nessa área devem levar o usuário a adquirir consciência a respeito dos
seus problemas pessoais, familiares, de trabalho, econômicos, sociais e culturais; desenvolver a
autonomia afetiva-material- social do usuário e aumentar a incorporação do usuário na vida de relação
social e política. Para cuidar da pessoa nesta perspectiva torna-se essencial a identificação da
ocorrência de comorbidades. Acredita-se que a presença de comorbidades tem repercussões na
prática clínica, na identificação, nos cuidados gerais e específicos, na família ou cuidadores, nos
gestores de saúde e na reabilitação dos usuários. Os pressupostos norteadores desse estudo estão
contidos no Relatório sobre a saúde no mundo da OMS de 2001 onde os conceitos de saúde mental
abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto- eficácia percebida, a autonomia, a
competência, a dependência intergeracional e a auto-realização do potencial intelectual e emocional
da pessoa. Este estudo iniciou-se em agosto de 2012 onde foram entrevistados cinco usuários. Temse a intenção de dar continuidade a esse projeto entrevistando mais dez usuários, perfazendo um total
de quinze usuários entrevistados em dois anos. A pesquisa contará com a ajuda dos profissionais
para escolha dos usuários a serem entrevistados. Serão incluídos os usuários indicados pela equipe,
que se interessem, que tenham disponibilidade e condições gerais e clínicas no momento para
participar desta pesquisa e, serão excluídos os usuários que mesmo indicados pela equipe, não se
interessem e não tenham disponibilidade de participar desta pesquisa. A coleta de dados terá inicio
com a construção do relacionamento interpessoal profissional respeitando o tempo, a disponibilidade
29 e o interesse do usuário. Será aplicado um instrumento com questões objetivas e subjetivas para
traçar o perfil de doenças e alterações no processo saúde-doença e saúde-doença. mental.
Posteriormente os dados serão analisados de forma descritiva como base na literatura científica da
área. Será solicitado aos usuários participantes da pesquisa a assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Os usuários serão devidamente orientados quanto à forma de participação nessa
pesquisa.Como os profissionais participam ativamente, ou seja,colaboram na seleção dos usuários,
apoiam a discussão sobre as questões clínicas e psíquicas observadas, será solicitado também aos
membros da equipe envolvidos a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Objetivo da Pesquisa:
Objetivo Geral: . Investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)em São Paulo/SP
Objetivos específicos: . investigar e listar possíveis patologias e alterações do processo saúde-doença
e saúde-doença mental; . descrever histórica de adoecimento psiquiátrico e físico; . descrever
alterações das funções psíquicas; . registrar condições clínicas gerais: queixas, sintomas e sinais de
injúria ou alterações significativas; . registrar atitudes do usuário em relação à sua saúde física e
mental (adesão aos tratamentos, representações, medos, dúvidas); . registrar o uso de medicamentos
para tratamento; . registrar o apoio familiar ou de rede social no cuidado da saúde física e mental do
usuário.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Riscos: Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada a participação do usuário ou do
profissional saúde.
Benefícios: Aumentar o conhecimento científico para a área de enfermagem, com foco na saúde
mental e comorbidades em saúde mental.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Trata-se de um estudo de iniciação científica de caráter qualitativo sobre aspectos relacionados à
presença de comorbidades psiquiátricas e físicas em alguns pacientes matriculados no CAPS
Perdizes/SP. Com base em referencial teórico apropriado para a área, pretende-se desenvolver um
aprofundamento sobre a temática do estudo de forma a ampliar os conhecimentos existentes. É um
estudo em continuidade a outro já desenvolvido que visa
ampliar a amostra de forma a aprofundar a análise de dados.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Foram apresentados dois TCLE, um para os usuários do CAPS, alvo do estudo e outro para os
profissionais de saúde do referido serviço. O TCLE do usuário está de acordo com o preconizado
sendo apenas necessária revisão de linguagem e gramática. O TCLE dos profissionais necessita ser
revisto pois o parágrafo de limitação para autorização e preenchimento do mesmo diz respeito aos
pacientes e não aos profissionais, devendo ser excluído desse termo. A revisão de linguagem também
se faz necessária.
30 Recomendações:
Recomendo revisar os TCLEs.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
O projeto está de acordo com sua natureza, iniciação científica, está bem descrito, trará contribuições
para a área específica e não incorre em riscos para o usuário. Apenas há necessidade de revisão dos
TCLEs no que diz respeito à linguagem e exclusão de um parágrafo o que não é impeditivo para sua
aprovação.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Considerações Finais a critério do CEP:
Esta aprovação não substitui a autorização da instituição co-participante,antes do início da coleta de
dados. Os resultados da pesquisa deverão ser registrados na Plataforma Brasil.
SAO PAULO, 12 de Dezembro de 2013
Assinador por:
Celia Maria Sivalli Campos (Coordenador)
31 ANEXO 8
PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DA SECRETARIA MUNICIPAL
DA SAÚDE DE SÃO PAULO
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Elaborado pela Instituição Coparticipante DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: COMORBIDADES EM USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE
SAÚDE MENTAL Pesquisador: Ana Lúcia Machado Área Temática: Versão: 1
CAAE: 24675013.0.0000.5392 Instituição Proponente: Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo - EEUSP Patrocinador Principal: Financiamento
Próprio
DADOS DO PARECER Número do Parecer: 512.829
Data da Relatoria: 06/02/2014
Apresentação do Projeto:
A proposta é pensar e produzir esta pesquisa tendo como norte a descrição contida
no Relatório sobre a saúde no mundo da OMS, 2001: "Os conceitos de saúde mental
abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto-eficácia percebida, a
autonomia, a competência, a dependência intergeracional e a auto- realização do
potencial intelectual e emocional da pessoa" (OMS, 2011, p. 29).
Entende-se como transtornos mentais e comportamentais condições clinicamente
significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor
(emoções) ou por comportamentos associados com angústia pessoal e/ou
deterioração do funcionamento. Os transtornos mentais e comportamentais não
constituem apenas variações dentro da escala do "normal", sendo antes fenômenos
claramente anormais ou patológicos (OMS, 2011, p. 47).
Objetivo da Pesquisa:
Investigar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas e físicas nos usuários de um
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
A metodologia é adequada aos objetivos. A metodologia não impõe condição de
risco/desconforto ao sujeito da pesquisa. As condições encontram-se devidamente
justificada no desenho da pesquisa.
Identificação e avaliação dos riscos-benefícios. São previstos meios/procedimentos
para atenuar/contornar o risco, no sentido de salvaguarda do sujeito de pesquisa. Há
grupos mais vulneráveis envolvidos, pois são usuários com transtornos mentais. As
medidas de proteção aos sujeitos de pesquisa estão adequadas ao grau de
vulnerabilidade. Os direitos fundamentais do sujeito de pesquisa estão garantidos.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Este projeto iniciou-se em agosto de 2012 com levantamento bibliográfico e visitas
de aproximação ao CAPS. A coleta de dados está sendo desenvolvida desde
fevereiro de 2013 (mês da aprovação final nos Comitês de Ética) com cinco (5)
usuários do CAPS Perdizes. Neste período constatamos de forma inicial que: vários
usuários apresentam patologias clínicas consideradas como crônicas; alguns
32 sugerem ter mais de uma patologia psiquiátrica associada; existem usuários com
indícios de alterações clínicas significativas que podem ser decorrentes do uso
frequente de psicofármacos; as atividades cotidianas ficam prejudicadas devido às
comorbidades psiquiátricas e físicas; alguns usuários necessitam de
acompanhamento dos membros da equipe e familiares para os tratamentos de
patologias clínicas.
Tendo por base estas primeiras observações e em razão da importância deste
estudo para os usuários, pesquisadoras e equipe de profissionais, pretende-se
aumentar o número de sujeitos entrevistados. Portanto, no projeto de agosto de 2013
a agosto de 2014, serão selecionados mais dez (10) usuários escolhidos juntamente
com a equipe de profissionais. Ao final do estudo (dois anos) terão sido entrevistados
quinze (15) usuários e os dados poderão ser analisados de forma aprofundada.
O local do estudo é o CAPS Perdizes, que pertence à Coordenadoria Regional de
Saúde Centro-Oeste, Supervisão Técnica de Saúde Lapa/ Pinheiros. Trata-se de
campo de prática de alunos de Graduação em Enfermagem da Escola de
Enfermagem da USP e cenário de pesquisas e parcerias desta Escola. A seleção
dos dez (10) usuários será feita juntamente com a equipe de profissionais que irá
acompanhar a abordagem para que a aproximação possa ser realizada no tempo
necessário, com respeito e cautela. A participação da equipe na escolha dos sujeitos
da pesquisa está associada ao trabalho integral, ético, atencioso e de longa data
desenvolvido neste CAPS com os usuários. A seleção será baseada nas condições
gerais e clínicas do usuário, permitindo indicar aqueles em condições para fornecer
as informações necessárias a esse estudo.
No caso de um usuário escolhido que ao longo da pesquisa apresentar algum
impedimento em responder questões do instrumento de coleta, isto deverá ser
motivo de ampla discussão com a equipe e junto com ele chegarmos a uma melhor
forma de inclusão ou exclusão. Apresentamos os critérios de inclusão e exclusão:
a) serão incluídos os usuários indicados pela equipe que se interessem que tenham
disponibilidade e condições gerais e clínicas no momento para participar desta
pesquisa; b) serão excluídos os usuários que mesmo indicados pela equipe, não se
interessem e não tenham disponibilidade de participar desta pesquisa.
Será solicitado aos usuários participantes da pesquisa a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 1). Os usuários serão devidamente
orientados quanto à forma de participação nessa pesquisa. Como os profissionais
participam ativamente, ou seja, colaboram na seleção dos usuários, apoiam a
discussão sobre as questões clínicas e psíquicas observadas, será solicitado
também aos membros da equipe envolvidos a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2)
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
A Folha de Rosto está corretamente preenchida, no entanto faltam as datas das
assinaturas. O currículo da pesquisadora responsável está adequado. O orçamento
detalhado está adequado. O cronograma da pesquisa foi condicionado à aprovação
dos CEP's envolvidos.
Foi apresentado um novo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
conciso e objetivo, na forma de convite e com linguagem está adequada ao nível
sócio-cultural dos sujeitos de pesquisa. Há descrição suficiente dos procedimentos.
33 Há identificação dos riscos e desconfortos esperados. Há explicitação das garantias
referidas na Res.CNS 466/12.
Permite uma decisão consciente do sujeito da pesquisa. Permite a saída do sujeito
de pesquisa da experimentação, sem prejuízo de seus cuidados. São descritos os
procedimentos e responsáveis pela obtenção do TCLE.
Recomendações:
Enviar um adendo ao CEP da instituição proponente a fim de que sejam informadas
as alterações feitas ao projeto ora aprovado.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Não há.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Considerações Finais a critério do CEP:
Para início da coleta dos dados, o pesquisador deverá se apresentar na mesma
instância que autorizou a realização do estudo (Coordenadoria Regional de Saúde
Centro-Oeste).
O sujeito de pesquisa (ou seu representante) e o pesquisador responsável deverão
rubricar todas as folhas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ¿
TCLE apondo sua assinatura na última página do referido Termo, conforme Carta
Circular no 003/2011 da CONEP/CNS.
Salientamos que o pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no
protocolo aprovado. Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser
apresentadas ao CEP de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a
ser modificada e suas justificativas. Lembramos que esta modificação necessitará de
aprovação ética do CEP antes de ser implementada.
Ao pesquisador cabe manter em arquivo, sob sua guarda, por 5 anos, os dados da
pesquisa, contendo fichas individuais e todos os demais documentos recomendados
pelo CEP (Res. CNS 196/96 item IX. 2. e).
Uma cópia digital (CD/DVD) do projeto finalizado deverá ser enviada ao CEP e outra
à instância que autorizou a realização do estudo, via correio ou entregue
pessoalmente, logo que o mesmo estiver concluído.
SAO PAULO, 21 de Janeiro de 2014
Assinador por:
Luís Gracindo Costa Bastos (Coordenador).
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