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Panorama das doenças respiratórias na avicultura de postura brasileira
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PANORAMA DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
NA AVICULTURA DE POSTURA BRASILEIRA
Nair M. Katayama Ito
Claudio I. Miyaji
Sandra O. Miyaji
[email protected]
XIII Congresso de produção e comercialização
de ovos - APA 19/03/2015
Ribeirão Preto, SP.
Introdução
Até meados da década de 90, a maioria das enfermidades respiratórias, exceto a
influenza aviária que até hoje não foi diagnosticada no Brasil e a laringotraqueite
infecciosa das galinhas confirmada em 2003, ocorria nas poedeiras comerciais tal como é
descrito no Diseases of Poultry. A introdução de vacinas vivas e inativadas foi, e é, a
principal responsável pelo controle e desaparecimento da forma clássica da doença de
Newcastle e da mudança da história natural da bronquite infecciosa das galinhas. A
implantação do Plano de Sanidade Avícola na década de 90, contribuiu significativamente
com a diminuição da incidência de Mycoplasma gallisepticum (Mg), que antes ocorria em
100% das empresas avícolas. A expansão da laringotraqueíte infecciosa das galinhas
endêmica, foi e está sendo controlada com vacinas vivas e vetoradas. Algumas
enfermidades, por exemplo, a coriza infecciosa das galinhas controlada por imunização
ativa das frangas de postura e a cólera aviária, são exemplos típicos de doenças
oportunistas, endêmicas, restritas a granjas sem biosseguridade, com alta concentração
de aves domésticas e carniceiras e com afecções e infecções respiratórias subclínicas.
Metapneumovírus, Ornithobacterium rhinotracheale, Bordetella avium, E. coli,
Staphylococcus aureus, Pasteurella sp, etc, biotas normais do sistema respiratório
superior, são microrganismos que complicam as infecções respiratórias subclínicas virais
e micoplásmicas.
A imunização ativa das galinhas é importante para reduzir as perdas econômicas
causadas pelos patógenos aviários, mas não significa que as aves imunes são retratárias
às infecções, ou que todos os patógenos respiratórios são eliminados pela resposta imune
e imunidade. Pelo contrário, estudos filogenéticos tem demonstrado que todos os
microrganismos potencialmente patogênicos para o sistema respiratório escapam da
vigilância imune, efetuando variação antigênica brusca (antigenic shift) por recombinação
de segmentos do genoma e efetuando mutação gradual (antigenic drift) e disseminandose entre indivíduos susceptíveis da mesma espécie ou de espécies relacionadas. Por isto,
nas aves vacinadas os sintomas clínicos causados por um patógeno virulento são
diferentes do descrito em aves sem imunidade ou com imunidade marginal, e aves com
infecção subclínica são fontes de infecção e de material genético para aparecimento, em
tempo indefinido, de novos microrganismos, variantes ou mutantes.
Microrganismos vivos atenuados ou modificados utilizados para imunizar as aves,
também servem como fontes de material genético para aparecimento de novos clones
virais, como também tem reversão de patogenicidade por passagem sucessiva em
1
SPAVE Consultoria em Produção e Saúde Animal Ltda.
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galinhas. Para quem se recorda, a “síndrome do ovo sem casca” da década de 90, foi
controlada com sucesso quando deixou-se de aplicar nas aves, a vacina H-52 contra a
bronquite infecciosa das galinhas, e com o tempo, as vacinas H-90 e H70 também saíram
do mercado, porque causavam síndromes inusitadas, respiratórias ou com baixa
produção de ovos. Por isto, países que investem em ciência e pesquisa não autorizam o
uso de vacinas vivas de baixa estabilidade, e somente em situações emergenciais
permitem o uso de vacinas inativadas ou vetoradas.
É muito importante ter em mente que quando adotamos programas razoáveis de
controle e vigilância sanitária, reduzimos significativamente os riscos para ocorrência de
uma doença clássica causada por único agente, entretanto, quando falhamos nos
procedimentos operacionais de diagnóstico e delineamento de um programa de
vacinação, aumentamos o risco para doença respiratória de etiologia complexa e
multifatorial. Por isto, desde a 11ª edição de 2003 do livro Diseases of Poultry da AAPA
editorada nos EUA, existe um capítulo que diz: “em condições comerciais, infecções
respiratórias complicadas de etiologia múltipla envolvendo vírus, micoplasmas e outras
bactérias, agentes imunossupressores e condições ambientais desfavoráveis são mais
comumente observadas que as de causa única”.
A manifestação clínica das doenças respiratórias de etiologia única varia conforme
via de transmissão, sexo e idade das aves, ambiente (frio, calor, galpão aberto/fechado),
fatores imunossupressores, procedimentos operacionais (manejo, vacinação) e genética
das aves.
Certos patógenos respiratórios, por exemplo, vírus da doença de Newcastle,
Influenzavírus A e Metapneumovírus, que tem uma ampla variedade de hospedeiros
susceptíveis, incluindo-se pássaros que tem livre acesso na maioria das instalações de
galinhas de postura, causam viremia e infecção persistente no sistema respiratório das
galinhas criadas em ambientes mau ventilados e com extremos de umidade relativa,
porque tornam-se mais infectantes na presença de proteases derivadas de bactérias.
Galinhas expostas a estes ambientes produzem mais muco, e o muco em excesso é um
fator que favorece a multiplicação de bactérias nas vias aéreas ou mudança da flora
normal do sistema respiratório superior.
Aves jovens são mais susceptíveis à doença de Newcastle, micoplasmas e o vírus
da ILT causa doença mais grave durante maturidade sexual. Em termos gerais, galinhas
de postura são geneticamente mais resistentes à manifestação de sintomas respiratórios
que as reprodutoras pesadas, frangos de corte e perus, exceto quando sob condições
ambientais desfavoráveis ou infecções secundárias ou coincidentes. Entre as galinhas de
postura, também existe diferença entre White Leghorn, Brown Leghorn e seleções semipesadas, não somente em relação à manifestação clínica, como também à resposta de
anticorpos contra vacinas vivas e inativadas. Em função da miríade de fatores envolvidos
na patogênese dos patógenos respiratórios, e ainda, a diversidade de patotipos de uma
mesma espécie de vírus, não se pode fechar um diagnóstico somente por avaliação
clínica e sorológica.
Panorama das doenças respiratórias
nas galinhas de postura
As doenças respiratórias que ocorrem nas galinhas comerciais dos EUA, UK e
países desenvolvidos e importadores de produtos avícolas podem ser divididas em 4
categorias: (1) de vigilância sanitária compulsória; (2) emergente de caráter zoonótico ou
ocupacional; (3) sujeito à notificação; (4) doenças endêmicas ou epidêmicas controladas
ou não controladas por imunização ativa ou por tratamentos preventivos, causados por
vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos e ácaros.
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1. Doenças de vigilância sanitária compulsória
Nesta categoria estão incluídas a Influenza aviária a doença de Newcastle e,
indiretamente, a pulorose e o tifo aviário, que são enfermidades específicas das galinhas
de notificação compulsória. Conforme dados oficiais, não existem casos de Influenza
aviária e doença de Newcastle nas galinhas comerciais do Brasil ou a notificação e
rastreamento diagnóstico de doenças em galinhas de postura que tenha causado mais de
8 a 10% de mortalidade.
Apesar de não haver notificação de casos de alta letalidade nas galinhas de
postura, pressupostamente ocasionados pelo vírus da influenza aviária ou pelo vírus da
doença de Newcastle, é prudente estarmos atualizados, porque Influenzavírus A (FLUAV)
são vírus muito virulentos para humanos, relacionados com pandemias devastadoras em
humanos e nas aves domésticas, na Ásia, Oriente Médio e México em evolução
adaptativa entre os animais e aves domésticas, que causam doença grave nas galinhas
infectadas por vírus muito virulentos, HPAI H5 e H7 e doenças ou síndromes respiratórias
complicadas de elevada morbidade e queda de produção, quando infectadas por vírus
LPAI moderadamente a pouco virulento de qualquer subtipo HA ou NA, que não H5 e H7.
Influenzavírus A: gripe aviária e humana e síndromes respiratórias
nas galinhas comerciais
Tipo de Vírus
Amostra
HPAI
IVPI > 1,2
75% mortalidade
H5N1 e H5N2
H7N2 e H7N3
LPAI
IVPI < 1.2
H5 ou H7 não
HPAI
LPAI
discretamente
virulento
H9N2
H1N1
LPAI avirulentos
das aves
selvagens
Principalmente
H3, H4, H6, H11 e
H13
Patogenicidade
Vírus muito virulento de disseminação lenta, período de incubação de
14 dias, causa viremia fatal aguda com 50 a 100% de mortalidade e
100% morbidade, em um período de 10 a 15 dias em galinhas criadas
em gaiolas e de 3 a 5 dias em piso. Galinhas que sobrevivem por 6
dias apresentam sintomas nervosos, prostração, anorexia, queda de
produção e mais raramente, tosse, espirros e estertores traqueais. Nos
casos per-agudos, observa-se necrose, edema e hemorragia na pele,
cristas e barbelas, necrose hemorrágica no coração, proventrículo,
placas de Peyer, pulmão, pâncreas e baço.
São de notificação compulsória porque evoluem para HPAIs e tem
período infeccioso de 30 a 70 dias. Causa mortalidade de 5% ou mais,
devido à infecção secundária por bactérias e outros patógenos. A
infecção precedente por Gumboro favorece mutação para HPAI.
Endêmica na Ásia, Oriente Médio e África, causa tosse, espirros,
estertores, lacrimejamento excessivo, queda de produção, ovos
deformados, despigmentados e de casca fina e mortalidade quando
complicada por outros patógenos. À necropsia, observa-se sinusite
traqueíte, aerossaculite, pneumonia e necrose do timo, baço e bolsa
de Fabrícius. Ovoperitonite, folículos hemorrágicos e oviduto
edemaciado são detectados nas galinhas adultas. Causa sintomas
respiratórios suaves no homem.
Agente da gripe Espanhola e Russa em humanos infecta e causa
queda de produção em perus, codornas e galinhas caipiras e de
postura.
Soroconversão por infecção assintomática no intestino.
A doença de Newcastle, causada pelo Avulavírus APMV-1, apesar de estar sob
controle por imunização ativa das galinhas de postura, são vírus que evoluem
naturalmente na proporção de 1% a cada década e vem apresentando variações
genotípicas conforme tempo, região, adaptação em hospedeiros convencionais, tipos de
vacinas licenciadas no pais e disseminação silenciosa de clones virais heterogêneos em
reservatórios naturais e aves vacinadas. Por análise filogenética, os APMV-1s isolados
nos 4 continentes, são diferenciados em 9 genotipos distintos que incluem amostras
virulentas e enteropatogênicas, neuropatogênicas, lentogênicas respirotrópicas e
enterotrópicas e novas amostras velogênicas enterotrópicas derivadas por mutação de
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vírus enterotrópicos por passagem sucessiva em galinhas, perus, pombos, codornas,
avestruz, gansos, corvos, anhinga, periquitos e galinhas caipiras. Em granjas de múltipla
idade ou multi-espécie, inclui-se codornas e carniceiros, ou em regiões com elevada
concentração de galinhas, pombos nas fábricas de ração, aves silvestres, etc, existe risco
para infecção assintomática por AMPV-1s velogênicos e emergência de novos genotipos
ou rolagem de vírus vacinais causando síndromes respiratórias.
Os vírus da doença de Newcastle, APMV-1s são classificados por análise
genômica em duas classes: I com 15198 nts, apatogênicos, cosmopolitas e que ocorrem
nas aves aquáticas e galinhas caipiras e II, que tem 15.186 a 15.192 nts onde estão
incluídos todos os vírus isolados no mundo, lentogênicos, respirotrópicos e enterotrópicos,
mesogênicos e velogênicos.
Genotipo
1
2
3
1º Panzootia
4
5
6
7
8
9
Histórico
Vírus apatogênicos enterotrópicos
isolados de pato, mergulhão faisão e
galinhas entre 1967 a 2000.
APMV-1 velogenicos e mesogênicos
que ocorreram nos EUA, entre 19452000.
Vírus
virulentos
originados na
Austrália em 1932, expandiu para os
EUA e depois para a Europa e todos
continentes.
Vírus que emergiram na década de
60, por comércio de papagaios, aves
selvagens e pombos correios.
Amostras virulentas que emergiram
em 1970 na Europa, e expandiu para
a América central, América do Sul e
EUA.
Vírus virulentos isolados na África,
Europa e Oriente Médio, entre 1968 a
2000.
Vírus não virulento HFRDK 77188
isolado de patos em 1977-78,
derivado do APMV-1 do pato
genotipo 1 Mab H.
Vírus virulentos na África, Ásia,
Europa e Taiwan na período de 1988
a 2000.
Vírus virulentos da década de 1965 a
1994 isolados na Ásia, África do Sul
Europa e China.
Vírus virulentos endêmicos na China
desde 1998 em aves domésticas,
avestruz e gansos.
Amostras de interesse epidemiológico
 Vacinas: Ulster 2C/67, Queesland V4/66
 vAPMV-1 virulento AUCK 98027 e 98026 que
emergiram na Austrália.
 Expandiu para avestruzes comerciais em 1997-98.
 Isolados no Brasil de 1971 (3107/71) a 1983
(3107/71).
 Notificado no Brasil, amostras 95/44 e 120/95 e a
América do Sul (Peru).
 Vírus virulentos isolados de galinhas, pássaros,
pombos, perus, faisões, papagaios e avestruzes.
 Vírus virulentos em corvos marinhos no Canadá e nos
EUA em cararás (anhinga).
 Vírus virulento isolado de
periquitos, avestruzes e falcões.
 Evolução
Dinamarca.
para
vírus
galinhas,
virulento
IEK
pombos,
90187
na
 Vírus virulentos isolados de galinhas, perus, faisões,
falcões, pombos, avestruzes, patos e periquitos.
 Detectados até hoje em galinhas e perus.
 Tornou-se virulento para gansos e persistem entre as
galinhas.
A emergência de vírus virulentos após 1998 foi favorecida por fatores como
intensificação da criação de galinhas e coexistência com reservatórios primários (patos e
outras aves aquáticas), uso de vacinas inaceitavelmente virulentas ou instáveis e
mutação na proteína HN e F por passagem sucessiva em galinhas (reservatório
secundário) e pombos (reservatórios terciários). A vacinação contra Newcastle atenua a
curso da doença e a mortalidade, mas mascara a presença de vírus virulentos, e a
cocirculação com vírus vacinais favorece a emergência de novos genotipos, inclusive de
genotipos mosaicos entre APMV-1 da classe I e II nas aves comerciais. A doença de
Newcastle não ocorre de forma clássica nas aves comerciais vacinadas, por isto, o
diagnóstico não pode ser feito embasado somente em sintomas e exames sorológicos.
Isolamento viral, provas de imunoperoxidase com anticorpos monoclonais, análise
genômica do ponto de clivagem da proteína F e exames histopatológicos devem ser
realizados para fins de diagnóstico preciso.
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Nas galinhas de postura, os APMV-1s causam diferentes tipos de doença, de
acordo com patotipo de vírus, condição imune e imunidade da ave, via de infecção, idade
e interação com outros patógenos e/ou cocirculação de vírus vacinais e virulentos na
propriedade ou região. Todos os patotipos de APMV-1s tem um período de incubação de
2 a 15 dias, usam como porta de entrada, como os Influenzavírus A, a conjuntiva, as vias
respiratórias e digestivas, onde replicam por 24 a 96 horas e persistem por até 12 dias,
nas placas de Peyer, tonsilas cecais e laringeanas, tecidos linfóides terciários como
BALT, glândulas faringeanas e naso-oculares e se disseminam para o baço, medula
óssea, bolsa de Fabrícius e timo e também nos macrófagos residentes e células
endoteliais dos vasos que irrigam vários tecidos e órgãos.
Todos os APMV-1s velogênicos, exceto o vírus vvNDV tipo pombo, e inclusive os
vírus lentogênicos enterotrópicos e respirotrópicos, efetuam replicação secundária e
terciária, no período de 2 a 15 dias pós infecção, na conjuntiva, glândula de Harder,
mucosa respiratória e tonsila laringeana e pulmão, portanto, estar implicados com
emergência de síndromes respiratórias. Todos APMV-1s, exceto as amostras HB1 e
C2, não replicam no sistema respiratório inferior, digestivo e tecidos linfóides, mas podem
causar rinite, sinusite e conjuntivite. Os APMV-1s virulentos, incluindo-se vvNDV tipo
pombo e vírus lentogênicos enterotrópicos, quando infectam aves não imunes ou com
imunidade marginal ou coinfectadas com vírus da doença de Gumboro, multiplicam no
proventrículo, pâncreas, tecidos linfóides do sistema gastrintestinal (tonsila esofagiana e
cecal, placa de Peyer) e podem-se tornar mais patogênicos por repique aerógeno, causar
diarréia osmótica e má absorção cálcio e fósforo, resultando em produção de ovos com
má qualidade da casca. Aves vacinadas infectadas com APMV-1s velogênicos ou
mesogênicos replicam nos neurônios do cérebro e do plexo mioentérico mucoso e
submucoso do intestino e nos rins, portanto, podem causar sintomas nervosos,
comprometimento da motilidade e peristalse intestinal e poliúria.
Vírus lentogênicos tem sido associados com “síndromes respiratórias
complicadas”, principalmente quando aerolizados em aves jovens ou associados com
Mycoplasma sp, outros vírus respiratórios e vírus da doença de Gumboro. Vírus
lentogênicos aerolizados causam alterações congestivas, desliciação, aumento da
secreção de muco, ciliostase, edema e infiltração multifocal submucosal discreta de
heterófilos, linfócitos e plasmócitos na traquéia e proliferação linfóide nos pulmão e sacos
aéreos.
Tipo de NDV
Sinais clínicos mais comuns
Velogênico
viscerotrópico
(vvNDV)
No período de 2 a 5 dpi, causa conjuntivite
hemorrágica,
diarréia,
prostração,
febre,
espasmos ou tremores e polipnéia induzida pela
febre.
Velogênico
neurotrópico
(vnNDV)
Espasmos de cabeça, opistótono, decúbito
lateral ou paralisia unilateral entre 5 a 10 dpi. Não
tem sintomas respiratórios.
Mesogênico
(mNDV)
Lentogênico
(lNDV)
Prostração e sintomas respiratórios discretos, de
modo geral, devido a infecção secundária,
havendo queda de produção e ovos deformados.
De modo geral, causa sintomas nervosos
discretos, mas a amostra isolada do corvo
marinho em 2005, causa paralisia com 4 dpi
(Ecco et al., 2011).
Doença respiratória severa em aves jovens entre
2 a 12 dpi, dependente da dose e via de infecção
e assintomática em adultos.
5
Lesões mais proeminentes
Vasculite, hemorragia, necrose ou depleção linfóide
multifocal, principalmente no GALT, baço, córtex tímica e
bursa de Fabrícius. Na fase aguda, observa-se hiperplasia de
macrófagos e macrófagos vacuolizados contendo detritos
celulares no citoplasma. Edema perivascular, hemorragia na
medula oblonga, acúmulo perivascular de células
mononucleares, cromatólise e microgliose são detectados no
telencéfalo.
Ausência de lesões macroscópicas proeminentes, notandose, no início, congestão proventricular ou esplênica. Lesões
microscópicas severas são observadas por todo sistema
nervoso central e medula espinhal. Miocardite e depleção
linfóide são relatados.
Lesões microscópicas variadas conforme amostra, incluindose encefalite e necrose no baço, proventrículo e coração.
Conjuntivite, rinite, traqueíte, pneumonia congestiva,
hiperplasia linfóide no baço, sacos aéreos, pulmão e traquéia.
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2. Enfermidades emergentes de caráter zoonótico: A tuberculose aviária e a ornitose
aviária são doenças mais comuns entre as galinhas caipiras e aves de zoológico,
causadas respectivamente pelo Mycobacterium avium subsp avium e Chlamydophilla
psitacci.
O risco para ocorrência da micobacteriose é baixo em galinhas de postura alojadas
em granjas com nível satisfatório de biossegurança e restrição de contato com suínos,
bovinos, ovinos e caprinos. A tuberculose aviária nos EUA tem sido esporadicamente
notificada pelo serviço de inspeção dos abatedouros, em perus adultos e galinhas jovens
e adultas. A tuberculose aviária é uma doença de evolução lenta, restrita a poucos
indivíduos de uma população, que causa dificuldade respiratória devido à formação do
tubérculo nodular no pulmão ou sistêmica extrapulmonar, e coexiste na forma
assintomática nas demais aves, na forma de infecção quiescente ou dormente, que pode
ser despertada por estresse e imunodeficiência.
Mycobacterium spp não patogênicos tem sido isolados de galinhas domésticas e somente as subespécies de
Mycobacterium avium, podem ser consideradas patógenos potencialmente de risco, oportunistas, agravantes
de doenças respiratórias das galinhas de postura.
Espécie
M. avium subsp avium
(sorovar 1,2 e 3)
M. avium subsp hominisuis
(sorovar 4, 6, 8 e 11)
M. avium subsp paratuberculosis
M. avium subsp silviaticum
Reservatório ou hospedeiros
susceptíveis
Pássaros, coelhos são susceptíveis,
humanos tem infecção sistêmica e
suínos, vacas e primatas são
portadores.
Granuloma em suínos e animais de
sangue frio e infecta o homem.
Vacas, ovinos e caprinos com
doença intestinal de Johne.
Granulomatose em pombos e aves
exóticas.
Doença
na galinha
Tuberculose aviária.
Não descrito e detectado nas
aves domésticas.
Lesão microscópica no baço e
no fígado.
Infecta galinhas.
Chlamydophilla psitacci são bactérias intracelulares que causam a doença do
papagaio no homem ou psitacose e a ornitose sistêmica em galinhas free-range, perus e
patos comerciais. A C. psitacci é classificada em 8 sorotipos, entre os quais 6 ocorrem
naturalmente nas aves, infectam humanos e 2 em mamíferos. Galinhas são relativamente
resistentes à infecção, tem infecção assintomática e transitória e podem apresentar queda
de produção, acumulo de linfa no oviduto direito, conjuntivite, aerossaculite, pericardite e
perihepatite. O sorotipo D é mais virulento para galinhas do que o sorotipo B, e os
sorotipos B, C, D, F e E/B são endêmicos nas galinhas de postura da Bélgica.
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Sorotipos de C. psitacci
Sorotipo
Amostra
Hospedeiro natural
Psitacídios e aves ornamentais.
Não descrito em galinhas
comerciais.
A
VS1
B
CP3
Pombos e outras espécies de
aves
C
CR9, CT1 e Par 1
Respectivamente, em patos e
gansos, perus e perdizes.
D
NJ1
E
MN, MP e Cal-10
F
M56
WC
VS225
M56
WC
Perus, gaivotas e aves
marinhas.
Pombos, perus, avestruz, ema e
aves selvagens.
Psitacídios
Lebre e rato almiscarado
Vacas
Patogenicidade
Dispnéia
e
broncopneumonia
e
aerossaculite
em
perus
e
moderadamente patogênico para o
homem.
Conjuntivite e rinite em pombos
domésticos e coloniza células colunares
da mucosa respiratória de galinhas e
causa pneumonia congestiva, diarréia,
conjuntivite e rinite em galinhas SPF.
Causa doença respiratória suave no
homem.
Rinite e conjuntivite e quando associada
com Salmonella sp, causa doença
respiratória grave nas aves. Causa
doença respiratória suave em humanos.
Muito patogênico para perus e galinhas,
causando conjuntivite, rinite, diarréia,
broncopneumonia
linfohistiocítica
crônica granulomatosa. Muito virulenta
para o homem.
Causa pneumonia no homem e é menos
virulento para perus do que o sorotipo
C.
Causa pneumonia no homem.
Não conhecido.
Não conhecido.
3. Sujeito à notificação e rastreamento de origem
Na Europa, as granjas de poedeiras comerciais são monitoradas para Salmonella
sp por um comitê da comunidade Européia (EFSA Journal) e no Reino Unido desde 2009,
por vigilância estatutária e voluntária. Nos EUA, a incidência de Salmonella sp é
monitorada pelos casos de toxiinfecção alimentar reportados pelo FDA (Food Diseases
Active Surveillance Network). No Brasil, tornou-se compulsório recentemente, vacinação
das galinhas de postura contra Salmonelas móveis, a despeito de não termos dados
oficiais ou notificações de sua ocorrência, e a vacina 9R contra Salmonella Gallinarum
está liberada.
A Salmonella Gallinarum que causa o tifo aviário foi oficialmente notificada em 2013
nas reprodutoras de galinhas de postura, mas não existem dados oficiais da sua
prevalência nas granjas de galinhas de postura. S. Gallinarum, S. Pullorum e S. enteritidis
são espécies que causam infecção sistêmica nas galinhas, transmitidas por via oro-fecal e
aerógena, que causam pneumonia, respectivamente, difusa histiocitária trombo-embólica
ou ictérica em frangas e galinhas adultas; nodular linfoproliferativa em pintinhos e necrose
miliar granulocítica em pintinhos. Estresse calórico e taquipnéia ativa desencadeada para
perda evaporativa de calor são fatores agravantes e precipitantes de mortalidade
associada com salmonelas imóveis e as salmonelas móveis paratíficas, inclusive S.
Enteritidis, são bactérias secundárias oportunistas, agravantes de doenças respiratórias
induzidas por vírus e ofego crônico.
4. Doenças respiratórias epidêmicas e endêmicas
A maioria, senão todas doenças respiratórias que ocorrem nas galinhas de postura
do Brasil, são associadas com bactérias e vírus, porque o diagnóstico é empírico ou
restrito a exames sorológicos (ND, IBV, ART, Mg e Ms) e PCRs (IBV, ILT, Mg e Ms). Não
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se tem o costume de efetuar exames histopatológicos e microbiológicos multidisciplinares,
mesmo porque, não dispomos no país de centros de pesquisas para isolamento,
identificação e estudos experimentais e genômicos de vírus e micoplasmas. Na realidade,
as doenças respiratórias das galinhas poedeiras, também podem ser causadas por
fungos, protozoários e ácaros. Helmintoses respiratórias, eg. Syngamus trachea, não
ocorrem nas galinhas comerciais criadas em gaiolas, mas podem ocorrer em galinhas
free-range.
4.1 Ectoparasitas que parasitam o sistema respiratório das aves são os ácaros
Rinonissídeos, que são detectados nas fossas nasais, pulmões e sacos aéreos dos
pássaros (eg. Sternostoma tracheocolum em canários), Epidermoptidae (Rhinoptes
gallinae, Rivoltasia bifurcata) que causam sarna nas fossas nasais da galinha e
Cytoditidae (Cytodites nudus) que infectam os sacos aéreos, traqueia e brônquios das
galinhas. As ectoparasitoses respiratórias estão subdiagnosticadas nas galinhas de
postura, porque nas granjas em que ácaros e piolhos são endêmicos, ectoparasitas
respiratórios podem estar presentes.
4.2 Fungos: Aspergillus fumigatus e A. flavus são as espécies de fungos que causam
aerossaculite e pneumonia granulomatosa em pintinhos e conjuntivite, ceratite e bronquite
obstrutiva granulomatosa em frangas e galinhas comerciais adultas vacinadas por via
ocular ou por aerolização de diluentes ou água ou vacinas contaminadas.
4.3 Protozoário: o Cryptosporidium baileyi é um protozoário endêmico que causa
infecção assintomática na bolsa de Fabrícius, que também coloniza o epitélio dos
conductos nasais e paranasais, traquéia e brônquios de codornas, galinhas de postura e
frangos de corte. A criptosporidiose respiratória geralmente ocorre durante o curso da
criptosporidiose bursal, em aproximadamente 10% das frangas de um lote. Baseados nas
monitorias histopatológicas da bolsa de Fabrícius, a prevalência da criptosporidiose em
frangas é elevada.
4.4 Bactérias: entre as bactérias que causam infecção e doença respiratória, as espécies
de Mycoplasma spp aviários são as únicas que podem ser considerados patógenos
específicos primários, endêmicos e economicamente importantes para as galinhas de
postura. Bactérias como E. coli, Bordetella avium, Pseudomonas aeruginosa,
Ornithobacterium rhinotracheale, Staphylococcus aureus, Avibacterium (Haemophyllus)
paragallinarum e Pasteurella ssp, inclusive a Pasteurella multocida, são bactérias
comensais, habitantes normais do sistema respiratório superior, que isoladamente não
causam doença respiratória. Estas bactérias são patógenos facultativos ou oportunistas
complicantes secundários, que causam sinusite, celulite facial, osteíte cranial,
aerossaculite e pneumonia heterofílica sero-fibrinosa, pericardite e serosite quando
proliferam na mucosa respiratória previamente danificada por um patógeno primário,
micoplásmico ou viral e no muco depositado na mucosa das vias aéreas de galinhas
expostas à amônia, poeira e temperaturas acima de 27ºC.
Micoplasmas são bactérias desprovidas de parede celular, parasitas obrigatórios,
espécie-especificos, comensais ou patogênicos que vivem em superfícies úmidas e
colonizam as células epiteliais do sistema respiratório e reprodutor das galinhas. Os
micoplasmas patogênicos, Mycoplasma gallisepticum (Mg) e Mycoplasma synoviae (Ms)
são endêmicos entre as galinhas de postura. Recentemente o Mycoplasma meleagridis
(Mm) que é considerado patógeno específico de perus, foi isolado de galinhas de postura.
Mycoplasma gallinarum, M. iners, M. gallinarum, M. gycophillum, M. lipofasciens, M.
gallopavonis e M. pullorum isoladas de galinhas, são bactérias pouco patogênicas ou
comensais que podem atuar como patógenos secundários. Mycoplasma iowae,
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patogênicos para perus, M. columborale isolado de pombo, M. capricolum patogênicos
para cabras e M. imitans isolado do pato, perdiz e gansos, são bactérias que podem estar
envolvidas com as síndromes respiratórias complicadas.
Todos micoplasmas são microrganismos evoluídos adaptados ao hospedeiro, que
sobrevivem na galinha com anticorpos sem causar doença, porque tem mecanismos
próprios de evasão imune. Uma única galinha pode apresentar infecção assintomática por
várias espécies de micoplasmas ou clones de micoplasmas da mesma espécie. Nas
galinhas coinfectadas com Mg e Ms, podem surgir clones recombinantes, por exemplo,
um Ms tão virulento quanto o Mg. Anticorpos circulantes podem interferir com o
desencadeamento da infecção e a taxa de excreção dos micoplasmas patogênicos, mas
também servem de estímulo para mutação e desenvolvimento de mecanismos de
sobrevivência.
Os micoplasmas de campo patogênicos para galinhas tem diferença de
patogenicidade e antigenicidade, por isto, conforme patotipo, os anticorpos não são
detectados por provas sorológicas de elevada especificidade, como a inibição da
hemaglutinação, que é realizada com amostras de referencia cultivadas in vitro: Mg A5969
ou R ou S e Ms WVU-1853. Galinhas de postura são mais resistentes à apresentação
clínica clássica do que os frangos de corte e os galos reprodutores, e de modo geral,
independente do patotipo de micoplasma, apresentam infecção silenciosa assintomática
como as fêmeas de reprodutoras de frangos de corte, sob determinadas condições,
fatores intercorrentes, taxa de transmissibilidade e amostra. De modo geral, aves com
infecção assintomática tem queda de produção na subida para o pico, que dura 3
semanas, sucedida por perda gradativa da massa de ovo, qualidade interna e densidade.
Durante o curso da transmissão lateral, aparecem algumas aves com discreto corrimento
nasal e irritação ocular, que se agrava quando associado com vírus vacinais,
principalmente contra bronquite e ART e menos com Newcastle. Na dependência da
amostra vacinal, infecções secundárias por outros vírus e bactérias, observa-se “cabeça
inchada”, sinusite, edema periocular, traqueíte, pneumonia, aerossaculite, artrite e
tenosinovite.
A manifestação clínica da micoplasmose é atenuada quando ocorre associação
com vírus da anemia infecciosa das galinhas e vírus virulento da doença de Marek que
causam depleção das células TCD3+ e TCD4+ e ambos não interferem com a
micoplasnemia e indução da resposta de anticorpos. Vírus da doença de Gumboro e da
leucose linfóide comprometem com a resposta de anticorpos, mas não influenciam com a
micoplasnemia e podem exacerbar a intensidade das lesões devido à persistência da
ativação da célula TCD8+. A ingestão e inalação de fusariomicotoxinas agrava os
sintomas e lesões induzidos pelo Mg e Ms, porque irritam e necrosam a mucosa dos seios
nasais e diminui a atividade microbicida dos fagócitos residentes.
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Patotipos respiratórios de Mg e Ms
Patogenicidade
Muito patogênico e virulento - infecção
sistêmica e encefalite
Patogênico - aerossaculite, pneumonia e
tensinovite
Moderadamente patogênico: traqueíte e
aerossaculite abdominal
Baixa patogenicidade: conjuntivite e para
Ms, também sinovite
Assintomático, conjuntivite e para Ms,
também, edema de coxim
plantar/tenosinovite
Apatogênico (vacina)
Mg
Ms
RAPD-B
K1968 e variante DNA RAPD
A5969, R e S
K1858 e 92D8034
6/85 de campo, M35, M876,
Guelph 6505, F-Conn e
amostra 80083
F10-2AS, 93-92 e 151-77
HF-51 do pintassilgo
FMT e K4463B
Cepa F vacinal de baixa
passagem
WVU1853, K 4822D e K4774J
6/85, ts-11 e cepa F de alta
passagem
MS-H
Micoplasmas são bactérias que se perpetuam por transmissão vertical e utilizando
pássaros adultos que são portadores sãos, como fontes de infecção. Micoplasmas não se
transmitem eficientemente por via horizontal, exceto por contato direto, ave a ave e
ingestão de ovos contaminados. A transmissão indireta varia conforme patotipo de
micoplasma, tipo de galpão e condição climática. A transmissão horizontal é mais rápida
em galpões fechados, temperatura baixa e umidade relativa elevada. O alojamento em
gaiolas, a dose infectante e distância são fatores que atrasam a transmissão lateral. A
transmissão horizontal do Mg é menos eficiente que o do Ms: a média de novos caso por
dia com Mg patogênico é de 0.22 casos/dia e dos Ms respirotrópicos, de 1 caso por dia. A
taxa de transmissibilidade do Ms WVU 1853 que causa a sinovite, é muito baixa, menos
que 0.22 casos/dia, caracterizada por evolução lenta inconsistente e aumento progressivo
de aves sorologicamente positivas (6% de positivos em lote com 42 dias pós exposição),
porque é pouco patogênico para o sistema respiratório. A amostra Mg ts11 tambem tem
este perfil de soroconversão e o Mg 6/85 e Mg F de alta passagem in vitro, não se
disseminam horizontalmente e/ou não induzem soroconversão.
4.6 Vírus: todos os vírus utilizam como porta de entrada, o sistema respiratório, mas nem
todos tem preferência ou tropismo pelas células epiteliais ciliadas. Por exemplo, o vírus da
influenza aviária e da doença de Newcastle (exceto HB1) são vírus que usam
preferencialmente o trato gastrointestinal como porta de entrada, para depois completar o
ciclo de vida no sistema respiratório. O vírus da doença de Gumboro, Reovírus e
Aviadenovírus não são vírus respirotrópicos, mas podem ser considerados
predisponentes para doença respiratória complicada por bactéria, porque interferem com
a função dos fagócitos residentes. Vírus virulentos da doença de Marek também
favorecem infecção secundária por bactérias e persistente por vírus, porque replicam e
destroem os macrófagos residentes, debilitam as células TCD4+ mas também, como as
salmonelas virulentas e o vírus da leucose aviária, causam distúrbios respiratórios devido
ao desenvolvimento de tumores no pulmão e/ou comprometimento da troca gasosa
devido à linfocitose.
O vírus da bouba aviária e Metapneumovírus são vírus que infectam e lesam o
sistema respiratório superior e o vírus da laringotraqueíte, a mucosa das vias respiratórias
e da conjuntiva. O vírus da bronquite infecciosa das galinhas, da influenza aviária e da
doença de Newcastle podem ser considerados os mais patogênicos e virulentos.
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Vírus
Lesão no sistema
respiratório
Doença/Síndrome
Ducto naso-lacrimal
Avipoxvírus
(FPV)
Metapneumovírus
(ART-TRT)
Bouba aviária
Laringe-traquéia
Síndrome da cabeça
inchada (SHS)
Concha nasal, ductos
nasais e traquéia anterior
Conjuntiva
Iltovírus Gallid
Herpesvírus 1 (Ga HV-1)
Gammacoronavírus
Coronavírus aviário com
variação de
patogenicidade e
tropismo, conforme
tipos e nível de
atenuação
Concha nasal e ductos
paranasais
Laringotraqueíte
infecciosa
Laringe, traquéia,
brônquio e
mesobrônquios craniais
Bronquite infecciosa das
galinhas
Seios nasais
Nefrite-nefrose
Traquéia, brônquios e
mesobrônquios
Uremia-urolítiase
Rim
Falsa poedeira
Oviduto
Cabeça inchada
Sinais e sintomas
Espirros secreção e
discreto edema facial
Obstrução da traquéia,
expectoração, placa
eritematosa
Infecção assintomática
com discreto
lacrimejamento ou
corrimento nasal
Lacrimejamento,
espirros, olhos fechados
Rinite, espirros,
sangramento
Tosse, sangramento
dispnéia e cianose por
obstrução das vias
aéreos
Espirros, secreção nasal
Estertor úmido ou
roncado, facilita
aerossaculite abdominal
Nefrose, diurese e
desidratação
Altera membrana da
gema, chalaza, albumina
e casca
Metapneumovírus são vírus que causam doença severa em perus e em galinhas,
ciliostase e rinite muito discreta e de curta duração (7 a 8 dias pós-infecção), que
conforme genotipo e associação com taquipnéia, pode ser detectado no pulmão. A
ciliostase induzida pelo ART favorece infecção secundária por bactérias e micoplasmas, e
outros vírus respiratórios atuam sinergisticamente. ARTs dos subtipos A e B foram
detectados em galinhas, galinhas d’angola, faisão, gaivotas e avestruzes e a do subtipo
C, genomicamente semelhante ao hMPV, em pardais, andorinhas, gaivotas, patos,
gansos, ratos e camundongos. Entre as poedeiras comerciais, de modo geral, a infecção
é assintomática, e se agrava quando associado com Mg, Ms, IBVs e poluentes
ambientais.
A bronquite infecciosa das galinhas (IBV) não é endêmica nas galinhas de
postura: diagnósticos fundamentados em PCRs e detecção de vírus variantes não são
suficientes para concluir que a doença existe. Por análise da sequência de aminoácidos
do gene que codifica a proteína S1 do IBV, não é possível diferenciar vírus vacinais dos
vírus de campo, e todos vírus são variantes, porque efetuam mutação em ponto e geram
um número variável de pelo menos 4 a 5 clones distintos, conforme tecido ou órgão onde
replicam. Todos Coronavírus tem taxa elevada de mutação: 1,2 x 10-3 substituições
sinônimas por ponto por ano. Estima-se que a taxa de mutação e de evolução por seleção
positiva e recombinação seja de 2,5% por ano. Nas regiões que são aplicadas um único
tipo de vacina contra IBV, a taxa de mutação varia de 10-4 a 10-6 substituições/ponto/ano
e não há seleção positiva de virions, mas onde são introduzidos mais de um tipo de
vacina, a taxa de mutação
é
10x mais elevada,
variando de 10-2 a 10-3
substituições/ponto/ano e seleção positiva de clones virais.
Galinhas de postura são mais resistentes à manifestação clínica de sintomas
respiratórios que as reprodutoras de frangos de corte e frangos de corte e, de modo geral,
quando apresentam roncado e broncopneumonia, existe associação com Mg, e quando
se observa edema facial, com Mg, Ms ou ART. Quedas de produção e má qualidade da
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casca não são patognomômicas da bronquite infecciosa das galinhas e podem ser
causadas por inúmeros fatores.
Conclusão
Isoladamente, Ms é endêmico e assintomático em galinhas de postura e Mg e ILT
são epidêmicos e controlados por vacinação, mas onde os dois micoplasmas coexistem, a
prevalência de ILT, pleuropneumonia e coriza é mais elevada. NDVs, IBVs e ARTs de
campo ou vacinais e más condições ambientais potencializam Mg e Ms. A infecção
coincidente ou precedente com vacina atenuada de IBV potencializa a manifestação
clínica do Mg e Ms e vacinas menos atenuadas, vírus vacinais repicados sucessivamente
e vírus de campo de baixa passagem potencializam muito mais. Infecção combinada, IBV,
NDV e E. coli também potencializam Mg, Ms e M. gallinarum de baixa patogenicidade.
Todos os vírus vacinais atenuados causam infecção assintomática, sensibilizam o
sistema imune, mas não obrigatoriamente induzem resposta elevada de anticorpos
circulantes, porque são agentes que ativam as células TCD4Th2 ou as células TCD8+
+
coestimuladas por TCD4 , por isto, anticorpos elevados significa infecção mista ou vacina
com reversão de virulência ou pouco atenuada, ou reinfecção sucessiva induzida por
hiperimunização ou idade múltipla ou e somente após exclusão destes fatores, coexistência com vírus virulentos e aparecimento de mutantes de escape antigênico.
A “metodologia” de replicação, indução da resposta imune e ganho de proteção
imune é diferente para cada agente patogênico. Do mesmo modo, cada linhagem de
galinha de postura reage diferente à presença do patógeno, por exemplo, a Salmonella
Pullorum causa doença sistêmica e refugagem quando transmitida verticalmente, mas
quando de transmissão horizontal, ovoperitonite, involução do ovário e raramente,
septicemia em galinhas de postura. A reemergência do tifo aviário é um alerta para não
medir esforços para diagnosticar de forma multidisciplinar, os patógenos e as doenças
respiratórias, em particular para Newcastle e Influenzavírus, inclusive LPA1 H9N2.
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