Baixar - Sobre Carla Faedda

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2010
Curso de Dislexia na Escola
MÓDULO I
MÓDULO I
Profa. Juliana
EDUCAÇÃO LIVRE – NO CLIQUE DO CONHECIMENTO
APRESENTAÇÃO
O presente curso tem auxiliará o aluno a desenvolver o seu conhecimento sobre a
Dislexia na escola.
No decorrer do curso será disponibilizado modelos de estudos de casos publicados,
como exemplo referencial e com autorização expressa de seus autores-alunos.
Também estará disponibilizado o cronograma de desenvolvimento deste curso, para
que o aluno possa se programa e agendar suas dúvidas com a professora da
disciplina.
O presente curso tem por objetivo apresentar passo a passo como entender a
dislexia na escola, observando as concepções de dificuldades que podem interferir
no desenvolvimento do aluno em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem
Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem
Corporal e Social.
A seguir será apresentado um sumário executivo básico do que iremos desenvolver
ao longo do presente trabalho.
É importante que todos os alunos sigam o cronograma disponível no módulo I e que
não esqueçam de agendar suas dúvidas para que ao final do curso o trabalho tenha
sido executado com sucesso.
Algumas referências serão disponibilizadas em .pdf, durante os módulos.
Profa. Juliana
SUMÁRIO EXECUTIVO
Módulo 1 – APRESENTAÇÃO DO CURSO
1.1 – O que é o Dislexia?
1.2 – O que é intervenção psicopedagógica?
1.3 – Materiais utilizados
1.4 – Sinais mais comuns de uma criança disléxica
Módulo 2 - DIDÁTICA
2.1 – Apresentação na prática do processo de elaboração de uma Intervenção
2.2 – Apresentação na prática do processo de administração e acompanhamento
dos pais
2.3 – Análise e Sistematização
2.4 – Estudos clínicos.
MÓDULO 3 – DADOS SOBRE DISLEXIA
3.1 – Tratamento
3.2 – Acompanhamento
3.3 – Supervisão
MÓDULO 4 – CLÍNICA
4.1 – Desenvolvimento de acompanhamento clínico
4.2 – Intervenção da Pedagogia Clínica
4.3 – Métodos de aplicação para acompanhamento pedagógico
4.4 – Métodos de aplicação para acompanhamento psicológico
4.5 – Entrevista devolutiva para a escola
4.6 – Entrevista devolutiva para os pais.
MÓDULO 1
APRESENTAÇÃO DO CURSO
1.1 – O que é o Dislexia?
De acordo com Luczynski (2010), Dislexia é termo criado por um médico oftalmologista
alemão, o Dr. Rudolph Berlin, há mais de 100 anos, para nomear uma dificuldade em leitura
apresentada por um de seus pacientes. Muitos casos de dificuldades de aprendizado têm
sido estudados nesses longos 130 anos da pesquisa científica, por diferentes profissionais
das áreas da Educação e da Saúde. Porém durante muitos anos só relacionados à
dificuldades com a leitura, o que resultou na elaboração de diferentes trabalhos e na
publicação de muitos livros sobre o assunto. Por isto é que muitos profissionais
incorporaram essas pesquisas e conclusões em dislexia, somente como dificuldades em
leitura. Mas com o avanço de uma tecnologia de ponta e o suporte maciço do governo
americano para viabilizar pesquisas mais pormenorizadas, que levou o último decênio do
século à denominação de O Decênio do Cérebro, as pesquisas se multiplicaram e tomaram
um caráter muito mais abrangente.
Assim, na continuidade da busca de respostas sobre o que é Dislexia, passaram a ser
também pesquisadas dificuldades com as Linguagens Expressiva e Receptiva, Oral e
Escrita, além dos problemas com Leitura e Soletração. E só muito mais tarde é que as
dificuldades com a Linguagem Matemática também foram incluídas nessas pesquisadas.
Portanto, somente graças ao trabalho muito intenso desse profícuo campo de pesquisa, com
destaque à contribuição do insight das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, vem-se
tornando cada vez mais claro o entendimento do que é Dislexia. Entendimento maior que,
esperamos, também possa gerar um consenso na denominação com que sejam
reconhecidas essas específicas dificuldades de aprendizado.
O Dr. A. Hoffer, M.D., afirma que "pode relacionar mais de 100 diferentes nomes, que dão
rótulos ao disléxico..." Mas duas designações são as mais usadas para nomear essas
dificuldades de aprendizado: Dificuldades de Aprendizado e Dislexia. Também os termos
Distúrbio de Déficit de Atenção (do Inglês: Attention Deficit Disorder - ADD) e Distúrbio de
Déficit de Atenção com Hiperatividade (Attention Deficit Hiperactivity Disorder - ADHD)
também têm sido muito usados, inclusive quando associados à Dislexia.
O termo Dislexia é preferencial entre muitos profissionais, disléxicos e seus familiares, pela
diretividade e amplitude de seu significado, não oportunizando idéias subliminares de
incapacidade e de problemas de comportamento ao disléxico. "O prefixo "dys", do grego,
significando imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; "lexia",
também do grego, referente ao uso de palavras(não somente em leitura). E palavras
significam comunicação através da Linguagem; em leitura, sim, mas também na escrita, na
fala, na linguagem receptiva. Palavras que, na escola, são usadas em todo ensino, como na
matemática, ciências, estudos sociais ou em qualquer outra atividade" A. M. Huston, Ed.D.
Existem cerca de 40 definições propostas para responder o que é Dislexia, porém nenhuma
delas universalmente aceita. Isto também acontece porque o profissional engajado em
diferentes áreas da Educação e da Saúde e envolvido em pesquisas sobre facilidades e
dificuldades de aprendizado, aborda o problema sob ângulos diferenciados e pelo enfoque
de sua área específica de análise, acrescido de seu grau pessoal de conhecimento e
sensililidade. É por isto que também existem mais de 100 diferentes nomes para identificar
essa específica dificuldade de aprendizado, sendo que DISLEXIA é o que melhor pode
traduzir essa síndrome, claramente diagnosticada através de seus sintomas e sinais.
1.2 – O que é intervenção psicopedagógica?
Agora que você já sabe a definição de Dislexia, apresentar-se-á aqui como funciona a
intervenção psicopedagógica. De acordo com Silva (s/d), As causas do não aprender podem
ser diversas. Em vista dessa complexidade, é necessário reconhecer que não é tarefa fácil
para os educadores compreenderem essa pluricausalidade. Portanto, torna-se comum
constatar que as escolas rotulam e condenam esse grupo de alunos à repetência ou
multirrepentência, como também os colocam na berlinda, com adjetivos de alunos “sem
solução” e vítimas de uma desigualdade social.
Neste contexto, analisaremos as possíveis intervenções psicopedagógicas na dificuldade de
aprendizagem.
Para Weiss (2000), a prática psicopedagógica deve considerar o sujeito como um ser global,
composto pelos aspectos orgânico, cognitivo, afetivo, social e pedagógico. Vamos entender
a participação de cada aspecto na compreensão da dificuldade de aprendizagem. O aspecto
orgânico diz respeito à construção biológica do sujeito, portanto, a dificuldade de aprender
de causa orgânica estaria relacionada ao corpo. O aspecto cognitivo está relacionado ao
funcionamento das estruturas cognitivas. Nesse caso, o problema de aprendizagem residiria
nas estruturas do pensamento do sujeito. Por exemplo, uma criança estar no estágio préoperatório e as atividades escolares exigirem que ela esteja no estágio operatório-concreto.
O aspecto afetivo diz respeito à afetividade do sujeito e de sua relação com o aprender, com
o desejo de aprender, pois o indivíduo pode não conseguir estabelecer um vínculo positivo
com a aprendizagem. O aspecto social refere-se à relação do sujeito com a família, com a
sociedade, seu contexto social e cultural. E, portanto, um aluno pode não aprender porque
apresenta privação cultural em relação ao contexto escolar. Por último, o aspecto
pedagógico, que está relacionado à forma como a escola organiza o seu trabalho, ou seja, o
método, a avaliação, os conteúdos, a forma de ministrar a aula, entre outros. Para a autora
a aprendizagem é a constante interação do sujeito com o meio. Podemos dizer também que
é constante interação de todos os aspectos apresentados. Em contrapartida, a dificuldade
de aprendizagem é o não-funcionamento ou o funcionamento insatisfatório de um dos
aspectos apresentados, ou ainda, de uma relação inadequada entre eles.
Scoz (1998, p. 45) também agrupa os problemas de aprendizagem segundo a concepção de
Visca para quem as dificuldades de aprendizagem referentes à escrita e à leitura,
apresentam-se como nível de sintomas. Assim, esses problemas devem ser entendidos
como produtos emergentes de uma pluricausalidade e não como decorrente de uma única
causa.
Ainda Scoz (1994), vê os problemas de aprendizagem não se restringindo em causas físicas
ou psicológicas. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensional
enfocando fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos. Ou seja, para
aprender é necessário que exista uma relação de condições entre fatores externos e
internos. Há necessidade de estabelecer uma mediação entre o educador e o educando.
Já Pain (1992, p. 32) destaca que, na concepção de Freud, os problemas de aprendizagem
não são erros: “... são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos mecanismos
de conservação e disponibilidade...”; é necessário procurar compreender os problemas de
aprendizagem não sobre o que se está fazendo, mas sim sobre como se está fazendo.
Ainda sobre o problema de aprendizagem Patto (1990), destaca que o fracasso escolar
acontece pela falta de conhecimento, pelo menos em seus aspectos fundamentais, da
realidade social na qual se enquadrou uma determinada versão sobre as diferenças de
rendimento escolar existentes entre crianças de diferentes origens sociais.
Ao avaliarmos os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, vamos encontrar
diversas categorias. Haverá aqueles que necessitam da intervenção psicológica ou
psicopedagógica, ou até mesmo, aqueles que o problema pode ser resolvido dentro do
contexto escolar, por meio de programas individualizados de ensino e práticas pedagógicas
diferenciadas. Dessa forma a avaliação torna-se um elemento muito importante para
traçarmos o caminho a seguir. Avaliar não para classificar, para rotular, mas para promover
alternativas.
Vamos refletir um pouco, sobre como agimos diante das dificuldades de aprendizagem de
nossos alunos. É comum prestarmos mais atenção às dificuldades, pois elas saltam aos
olhos com muito mais evidências que as potencialidades. Podemos começar a pensar sobre
a dificuldade de aprendizagem pelos acertos dos alunos. Assim, experimentando alguns
sucessos, podemos abrir uma porta para a construção de um vínculo positivo com as
demais áreas da aprendizagem que nosso aluno necessita aprimorar. Vamos descobrir os
talentos dos nossos alunos e nos concentrar neles!
Veremos algumas sugestões para o trabalho com alunos portadores de dificuldades de
aprendizagem, sobre a intervenção da psicopedagogia.
Organizar as turmas para o trabalho em grupo, juntando alunos que aprendem com
facilidade e alunos que apresentam dificuldades também pode ser uma boa alternativa, pois
as crianças e os adolescentes “falam a mesma língua” e podem funcionar como professores
uns dos outros.
A psicopedagogia utiliza os termos “ensinantes e aprendentes” para denominar o par
educativo que comumente conhecemos por professor e aluno. Mas quem é ensinante e que
é aprendente? A nossa primeira tendência é imaginar que o ensinante é o professor e o
aprendente é o aluno, não é mesmo? Mas para a psicopedagogia esses papéis se alternam
o tempo inteiro, afinal, quem nunca aprendeu com um aluno? Qual o aluno que nunca
ensinou nada ao professor? No processo ensino-aprendizagem visto pela psicopedagogia
também aprendemos sobre nós, sobre a nossa forma de ensinar. O outro nos serve de
espelho.
Como todo professor, queremos que nossos alunos acertem sempre, mas é bom adquirir
um novo olhar sobre o erro na aprendizagem. O erro é um indicador de como o aluno está
pensando e como ele compreendeu o que foi ensinado. Analisando com mais cuidado os
erros dos alunos, podemos elaborar a reformulação e práticas docentes de modo que elas
fiquem perto da necessidade dos alunos e assim atender a dificuldade que o mesmo
apresenta.
É importante que o professor reflita sobre as causas do fracasso escolar não para se culpar,
mas para se responsabilizar. Responsabilizar-se significa abraçar a causa e procurar
alternativas para solucionar o problema. Não podemos nos satisfazer com aprendizagens
parciais. Procurar compreender como ocorre o conhecimento, os fatores que interferem na
aprendizagem, seus diferentes estágios, e as diferentes teorias que podem transformar o
trabalho do professor em processo científico e assim ele percorrerá o caminho práticateoria-prática.
Recomenda-se, também, que o professor, em conjunto com a equipe da escola, reflita sobre
a estrutura curricular que está sendo oferecida e a compatibilidade deste com a estrutura
cognitiva, afetiva e social do aluno, afinal para a psicopedagogia a aprendizagem se baseia
no equilíbrio dessas estruturas.
O professor deve, ainda, adaptar a sua linguagem utilizada em sala de aula, pois pode haver
diferença de cultura entre professor e alunos, e isso pode causar conflito e dificuldade de
comunicação e conseqüentemente problema na aprendizagem. Para Vygotsky (1993) Todos
os seres humanos são capazes de aprender, mas é necessário que adaptemos a nossa
forma de ensinar.
O enfoque psicopedagógico da dificuldade de aprendizagem compreende então, os
processos de desenvolvimento e os caminhos da aprendizagem. Compreende o aluno de
maneira interdisciplinar, buscando apoio em varias áreas do conhecimento e analisando
aprendizagem no contexto escolar, familiar; e no aspecto afetivo, cognitivo e biológico.
Nesse contexto, cabe então ao professor, com uma visão psicopedagógica, ser um
investigador dos processos de aprendizagem de seus alunos, evitando que o problema de
aprendizagem leve a um fracasso escolar.
Acreditar porém que o problema de aprendizagem é responsabilidade exclusiva do aluno, ou
da família, ou somente da escola é, no mínimo uma atitude muito ingênua perante a
grandiosidade que é a complexidade do aprender. Procurar achar um único culpado para o
problema é mais ingênuo ainda. A atitude que devemos tomar enquanto educadores
desejosos de uma educação de qualidade, com um menor número de crianças com
dificuldade de aprendizagem, é intervir psicopedagógicamente sobre o problema de
aprendizagem.
O diagnóstico diferencial em Dislexia tem sido orientado por sintomas e sinais
característicos. Nos casos menos severos, os problemas só passam a ser percebidos como
dificuldades significativas de aprendizado, em geral, pelo professor, tornando-se mais
evidentes a partir do segundo ano do curso primário. Porém quando os níveis são muito
tênues, correm o risco de não serem diagnosticados, embora, como adverte um especialista
italiano, a falta do diagnóstico e da adequada assistência psicopedagógica a esse disléxico
pode vir a agravar as suas dificuldades sociais e de aprendizado. E quanto mais graves ou
severas se apresentem essas dificuldades, elas podem ser percebidas, como tendência ou
risco, já a partir dos primeiros anos da vida escolar dessa criança, por seus pais,
especialmente
por
sua
mãe,
e
por
seu
professor.
A advertência de especialistas com base em estudos conclusivos mais recentes é de que,
crianças que apresentam sinais característicos e passam a receber efetivo treinamento
fonológico já a partir do jardim de infância e do primeiro ano primário, apresentarão
significativamente menos problemas no aprendizado da leitura do que outras crianças
disléxicas que não sejam identificadas nem devidamente assistidas até o terceiro ano
primário.
Porque Dislexia não se caracteriza por dificuldades específicas de grupo, mas em
combinações e níveis individuais de facilidades e dificuldades de aprendizado; e porque em
Dislexia estão envolvidos fatores que requerem a leitura de profissionais de diferentes áreas
da Educação e da Saúde com especialização efetiva, esse diagnóstico diferencial requer a
avaliação
de
equipe
multidisciplinar
para
ser
equacionado.
Especialistas também esclarecem que o diagnóstico diferencial e o treinamento remediativo
para o disléxico adulto deve seguir orientação idêntica àquela que é adequada à criança e
ao jovem disléxicos.
Para concluir, os problemas de aprendizagem constituem uma situação real presente nas
instituições escolares. Portanto, é necessário que todos os envolvidos com questões
educacionais realizem pesquisas que possibilitem conhecer cada vez melhor as relações
entre os problemas de aprendizagem. Assim, pode-se recorrer ao psicopedagogo para
estruturar formas de ações e ou intervenções psicopedagógicas que clareiem o caminho
percorrido pelos sujeitos.
1.3 – Materiais utilizados
- Teste das Matrizes Progressivas Coloridas Raven;
- Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC – III);
- Teste Columbia de Maturidade Mental;
- Material para anamnese: entrevista semi-estruturada; formulários; fichas de avaliação e
acompanhamento.
- Materiais como: lápis de cor, folhas, giz de cera, canetinhas, caneta...
- Livros que abordam temas específicos.
- Jogos para avaliação de algumas habilidades como: atendimento a ordens; nomeação de
objetos e figuras; interação social; persistência e atenção; sequenciação e motricidade.
Sugestão de alguns jogos:
o Caixa-encaixa;
o Pranchas de encaixes;
o Lotos;
o Tabua de pinos.
- Jogo de alfabeto móvel;
- Jogo de alfabeto ilustrado;
- Jogo de alfabeto com figuras;
- Jogo e alfabeto e sílabas;
- Jogo de alfabeto de encaixe (letra cursiva);
- Jogo de alfabeto e palavras;
- Jogo de loto leitura;
- Jogo de mico de palavras;
- Jogo de baralho para classificação;
- Jogo de carimbos (diversos);
- Conjunto de viso, perceptivo com 10 jogos;
- Bloco de construção;
- Conjunto de esquema corporal (quebra-cabeça);
- 01 fazendinha;
- 01 caixa quadrado vazado;
- Caixa triângulo vazado;
- Jogo de linha (matemática);
- Jogo de numerais e quantidades 0 a 9;
- 16 jogos de memória (diversos);
- 02 jogos de dominó associação de idéias;
- 01 jogo de dominó associação geométrica;
- Jogos de dominó de frases;
- 01 jogo de dominó de quantidades;
- Jogo de dominó de metade;
- Jogos de dominó de subtração;
- Jogos de dominó de multiplicação;
- Jogos de dominó de divisão silábica;
- Jogos de dominó de horas;
- Jogos de dominó de divisão;
- Jogos de divisão de figuras e fundos;
- Jogos de dominó de torre cor de rosa;
- 01 casinha de encaixe;
- 01 jogo de fantoches família branca (com 6 peças);
- 01 jogo de fantoches família preta (com 6 peças);
- 01 jogo de fantoches de animais (com 10 peças);
- Ábaco de plástico;
- Ábaco de madeira;
- 09 jogos de seqüência lógica;
- Blocos lógicos;
- Quebra cabeça (diversos);
- Rádio com CD;
- 01 jogo completo de Maria Montenoria;
- 02 baús criativos;
- CDs de música (diversos);
- Fitas de vídeo (diversos);
- Livros de histórias (diversos);
- 01 jogo CDTECA;
1.4 – Sinais mais comuns de uma criança disléxica
De acordo com Luczynski (2010) para diagnosticar uma criança disléxica é importante
separar as fases. Se o diagnóstico for realizada na primeira infância a lista é vasta mas
menos extensa, já a partir da fase escolar, os cuidados devem ser maiores em relação ao
diagnóstico.
Na Primeira Infância:
1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.
Observação:
Pesquisas científicas neurobiológicas recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo
acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição
da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros
casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética,
afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco anos e
meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer as respostas
mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.
A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de
maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos
sons básicos que compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba.
Essas crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que
ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória auditiva.
Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do significado de
discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferenciais
de que a palavra é composta. Esta a razão porque o disléxico apresenta dificuldades
significativas em leitura, que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de
sílabas e palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades
de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.
Porque, freqüentemente, essas crianças apresentam mais dificuldades na conquista de
domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais possam
submetê-las a exercícios nos chamados "andadores" ou "voadores". Prática que, advertem
os especialistas, além de trazer graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada
para a aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como
interfere, negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos hemisférios
esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha em "andador", só
adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras
crianças.
Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou visando uma
maior
desenvoltura
no
andar
dessa
criança,
também
contribui,
de
maneira
comprovadamente negativa, em seu desenvolvimento psicomotor potencial-global, em seu
processo natural e harmônico de maturação e colaboração de lateralidade hemisféricacerebral.
A Partir dos Sete Anos de Idade:
1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;
5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 - só faz leitura silenciosa;
7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da
palavra;
8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre
si;
9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 - tem grande imaginação e criatividade;
14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";
15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 - tem mudanças bruscas de humor;
21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;
22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma
bola;
26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e
faces;
35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
44 - forte senso de justiça;
45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos
disléxicos;
48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse
distraído;
49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na
página;
50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.
Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que
variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um
número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas
características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns
desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar
associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica
mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução,
também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de
crianças de sua idade.
Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um
sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no jornal
Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02, onde foram estudadas
as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra conclusão
de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do seguinte:
que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma
específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses
pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que
revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Esta
descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a habilidade de leitura,
conforme sugerem esses estudos.
Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda.
Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre
de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnosticar
Dislexia.
Esses pesquisadores ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais
atividade em uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere
que essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando
que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.
1.5 – Referências Utilizadas no Módulo
ALMEIDA, S. F. C. O lugar da afetividade e o desejo na relação ensinar-aprender; In:
Revista Temas em Psicologia. Ribeira Preto – SP: Sociedade Brasileira de psicologia, 1993,
n.1.
BOSSA, N. A Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CASTORINA, J. A. Psicologia genética. Aspectos
pedagógicas. Porto Alegre: Artes médicas, 1988.
metodológicos
e
implicações
FERNÁNDEZ, A. O Saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento.
Porto Alegre: Artmed, 2001.
Luczynski. F. Site Dislexia. Disponível em: www.dislexia.com.br.
PAIN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem.4 ed. Porto Alegre:
Artmed, 1992.
PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia, São
Paulo: T. A. Queiroz, 1990.
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas
desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar.1976.
cognitivas:
problema
central
ao
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem.
2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 1994.
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem.
4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 1998.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
WEISS, M. L. Reflexões sobre o diagnóstico psicopedagógico. In: BOSSA, N.A.
Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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