Grupo 13: Família do Boro 13 Elemento Z Configuração B Boro 5 [He] 2s2 2p1 Al Alumínio 13 [Ne] 3s2 3p1 Ga Gálio 31 [Ar] 3d10 4s2 4p1 In Índio 49 [Kr] 4d10 5s2 5p1 Tl Tálio 81 [Xe] 4f14 5d10 6s2 6p1 Grupo 13: Família do Boro Z=5 Z = 49 B Z = 13 In Z = 81 Al Z = 31 Tl Ga Propriedades Atômicas Pouca blindagem dos Não há evidências de B3+ Pouca blindagem dos elétrons do bloco f elétrons do bloco d (valor estimado) (contração do bloco d) (contração lantanídica) Capacidade de blindagem s>p>d>f Propriedades Atômicas O Ga é mais eletronegativo que o Al Efeito alternante: aumento da carga nuclear efetiva dos elementos 4p devido à presença dos elétrons 3d que tem baixo efeito de blindagem Propriedades Atômicas os raios covalentes não sofrem alterações regulares em seus valores como nos alcalinos e alcalinos terrosos. no caso do Ga, In e Tl os elétrons dos orbitais d e f produzem um menor efeito de blindagem na carga nuclear que os elétrons s e p do B e do Al. blindagem ineficiente da carga nuclear leva a elétrons externos mais firmemente ligados ao núcleo. Portanto, Ga, In e Tl são menores que o esperado. Elemento Z Configuração Boro 5 [He] 2s2 2p1 Alumínio 13 [Ne] 3s2 3p1 Gálio 31 [Ar] 3d10 4s2 4p1 Índio 49 [Kr] 4d10 5s2 5p1 Tálio 81 [Xe] 4f14 5d10 6s2 6p1 Propriedades Atômicas os raio covalentes não sofrem alteração regular em seus valores como nos alcalinos e alcalinos terrosos. no caso do Ga, In e Tl os elétrons dos orbitais d e f produzem um menor efeito de blindagem na carga nuclear que os elétrons s e p do B e do Al. blindagem ineficiente da carga nuclear leva a elétrons externos mais firmemente ligados ao núcleo. Portanto, Ga, In e Tl são menores que o esperado. Com exceção do Boro que é um não-metal, todos os demais elementos do grupo 3 são metais que apresentam uma reatividade razoável. Propriedades Atômicas B sempre forma ligação covalente em seus compostos Compostos simples dos demais elementos, tais como AlCl3 e GaCl3 são covalentes quando anidros Al, Ga, In e Tl formam íons quando em solução. Por que ocorre mudança de covalente para iônico em solução? Porque o íons são hidratados e a quantidade de energia de hidratação liberada excede a energia de ionização. AlCl3: 5.137 kJ.mol-1 para converter Al em Al3+ e ClHHid de Al3+ e Cl- = -4.665 e – 381 kJ.mol-1 = -4.665 + (3x(–381)) = 5.808 KJ.mol-1 Propriedades Atômicas G.E. Rodgers, J. Chem. Educ. 2014, 91, 216-224. Propriedades Atômicas todos ocorrem no estado de oxidação +3, mas Ga, In e Tl podem formar compostos monovalentes (+1). Atribuído à gde energia necessária p/ remover os elétrons ns2 após remoção do elétron np1 e baixas entalpias de ligação M-X p/ os mais pesados do grupo Propriedades Atômicas todos ocorrem no estado de oxidação +3, mas Ga, In e Tl podem formar compostos monovalentes (+1). In e Tl: efeito do par inerte Estabilidade relativa de um estado de oxidação no qual o nox é de 2 a menos do que o no de oxidação do grupo Para Ga e In o estado de oxidação +1 é menos estável que o +3 Para Tl o estado de oxidação +1 é mais estável que +3 Propriedades Atômicas todos ocorrem no estado de oxidação +3, mas Ga, In e Tl podem formar compostos monovalentes. raio iônico pequeno e carga grande a soma das 3 primeiras energias de ionização é alta valores de eletronegatividade maiores do que grupo 1 e 2. são menos eletropositivos que os elementos do grupo 1 e 2. Essas características sugerem a formação de compostos covalentes: - Todos os compostos de Boro são covalentes - Cloretos, por ex., são covalentes: AlCl3 e GaCl3 • O B possui PF e PE muito elevados devido a sua estrutura cristalina fora do comum. •Pequeno tamanho e elevada energia de ionização •Apresenta 4 formas alotrópicas • Al, In e Tl apresentam estruturas metálicas de empacotamento compacto •O Ga tem estrutura pouco comum: se assemelha a estruturas de moléculas diatômicas (baixo PF). • Do B p/ Al segue a tendência normal pois aumenta caráter metálico • Ga, In e Tl não seguem tendência esperada • potencial de redução vai se tornando mais positivo e São menos eletropositivos (blindagem ineficiente) portanto a reação M3+ M se torna cada vez mais fácil (G<0) Ocorrência na natureza As abundâncias são dadas na forma logarítmica (base 10) em gramas de metal por 1000 Kg de amostra. Como a escala vertical e logartímica, as diferenças são muito maiores o que aparentam. Ocorrência na natureza Boro Criolita: Na3AlF6 Alumínio Bauxita: (mistura complexa de hidróxido de alumínio hidratado e óxido de alumínio) 40-60% Al2O3, 12-30% H2O, 1-15% SiO2, 30% Fe2O3, 3-4% TiO2, outros 0,05-0,2% Bórax, Na2B4O5(OH)4.8H2O Ou Quernita Na2B4O5(OH)4.2H2O Gálio, Tálio e Índio : Contaminantes nos Sulfetos de Zn e de Pb Métodos de Obtenção - Conversão do Bórax [H ] Na2B4O5(OH)4.8H2O B2O3 B2O3( s ) 3Mg ( s ) 2 B( s ) 3MgO( s ) - Redução de haletos filamento rubro (W ou Ta ) 2 BCl3( s ) 3H 2 ( g ) 2 B( s ) 6 HCl( g ) filamento rubro (W ou Ta ) 2 BBr3( s ) 3H 2 ( g ) 2 B( s ) 3 Br2 ( g ) BI3 é muito caro o processo de purificação - Decomposição térmica B2 H 6 ( s ) 2 B( s ) 3H 2 ( g ) B12 Propriedades Atômicas Relação Diagonal Li Be B Mg Al Si • formam óxidos ácidos, B2O3 e SiO2; o Al2O3 é anfótero • formam muitas estruturas de óxidos poliméricos • formam hidretos gasosos inflamáveis; hidreto de alumínio é um sólido Propriedades Químicas Principais Compostos Boro: não metal, sempre forma ligações covalentes - normalmente forma três ligações covalentes com ângulos de 120o entre si utilizando orbitais híbridos sp2 2s [He]2s22p1 2p Híbrido sp2 - todos compostos BX3 são deficientes em elétrons, portanto podem receber mais um par de um outro átomo formando uma Ligação Coordenada: Ácidos de Lewis Principais Compostos Forma óxidos ácidos. O principal é o B2O3. - funde a 450 oC e é empregado como efluente para limpeza de metais - usado na produção de vidros de Borosilicato Vidros comuns: 12% de Na2O, 2% CaO e 86% SiO2 Vidros borosilicatos: 4,5% de Na2O, 2% CaO, 12,5% B2O3 e 81% SiO2 Não se expandem muito quando aquecidos, resistentes a aquecimento e resfriamento rápidos Principais Compostos Boranos, Boro-hidretos e Boretos O boro forma uma série de compostos binários com o hidrogênio (boranos), que incluem, por ex., o diborano e o decaborano, e são até certo ponto análogos aos hidrocarbonetos. Nos boranos, não existe elétrons suficiente para formar todas as ligações covalentes esperadas (compostos elétrons-deficientes) Tipo B4 Hn+4 B2H6 - diborano Tipo B6Hn+6 H B4H10 – tetraborano B5H9 – petaborano-9 B5H11 – pentaborano-11 B10H14 – decaborano-14 B10H16 – decaborano-16 H B H H átomos de H ligados em ponte B H H No diborano 12 elétrons de valência 3 de cada B e 1 de cada H Principais Compostos Boranos, Boro-hidretos e Boretos sp3 H H H B B H H 2e- spread over 3 orbitals B5H9 B5H11 H Principais Compostos Boranos, Boro-hidretos e Boretos - Em versões aniônicas desses compostos (BH4-), temos por exemplo o boro-hidreto de sódio: NaBH4 - Reagem com água (imediatamente) liberando H2. B2H6 (s) + 6 H2O (l) 2 B(OH)3 (aq) + 6 H2 (g) - Quando aquecido, liberam H2. B2H6 (s) 2 B (s) + 3 H2 (g) ÁCIDO DE LEWIS – RECEPTOR DE PAR DE ELÉTRONS Em presença de bases de Lewis macias e volumosas clivagem simétrica dos diboranos Em presença de bases de Lewis duras e compactas clivagem assimétrica dos diboranos Principais Compostos H3BO3: é um sólido branco que funde-se a 171 oC. É tóxico para bactérias e insetos e é empregado na fabricação de anti-sépticos suaves. OH B HO OH Trigonal plana ácido bórico (trigonal plana) comporta como um - O ácido bórico se ácido de Lewis, aceitando um par de elétrons da molécula de água. (OH)3B (aq) + H2O(l) B(OH)4-(aq) + H3O+(aq) pka = 9,14 Tetraédrica Principais Compostos Peroxoborato de sódio usado como branqueador em sabões em pó é ativo em temperaturas superiores a 50 C e é compatível com enzimas 2O O HO ÍON PEROXOBORATO OH B HO B O O OH BN: possui estrutura parecida com a grafita. É branco e conduz eletricidade. A altas temperaturas converte-se em uma estrutura muito dura, parecida com diamante 2 B( s ) 2 NH 3 ( g ) 2 BN ( s ) 3H 2( g ) cristalino Emsley, J., Vaidade, Vitalidade, Viriliade, Rio de Janeiro, JorgeZahar Editor, 2006. Aplicações Industriais Aumentar a capacidade de têmpera do aço ácido bórico ou bórax misturado com NaOH (polibor ou timbor) – proteção de madeira contra insetos e maior resistência ao fogo perboratos – alvejantes borosilicatos – vidro Pyrex B2O3 – fundente de soldas borato de cálcio – fibra de vidro antisépito-suave (ácido bórico) Composição: Amido de mandioca, estearato de zinco, carbonato de magnésio, ácido bórico, fenolsulfonato de zinco, aerosil, ácido benzóico, ácido undecilênico e fragrância. Métodos de Obtenção - A partir da bauxita (mistura complexa de hidróxido de alumínio hidratado e óxido de alumínio) Al2O3( s ) SiO2 ( s ) Fe2O3( s ) 4 NaOH( aq) 5 H 2O(l ) 2 NaAl (OH ) 4 ( aq) Na2 Si(OH )6 ( aq) Fe2O3( s ) O ferro é um contaminante da bauxita (cor vermelha). O aluminato de sódio formado no tratamento é solúvel e o hidróxido férrico (contaminante) é insolúvel, separando-se o Fe. Na segunda etapa, é borbulhado dióxido de carbono: NaAl (OH ) 4( aq) CO2 ( g ) NaHCO3( aq) Al (OH )3( s ) O hidróxido de alumínio é então desidratado, regenerando a alumina pura: 2 Al (OH )3 ( s ) Al2O3 ( s ) 3H 2O( g ) Métodos de Obtenção O óxido de alumínio é fundido, juntamente com criolita ( Na3AlF6) que abaixa seu ponto de fusão de 2050 oC para 950 oC, e sofre eletrólise: Processo Hall Catodo: Al3+ (fund) + 3 e- Al (l) Anodo: 2 O2- (fund) + C (s) CO2 (g) + 4 e- Global: 4 Al3+ (fund) + 6 O2- (fund) + 3 C (s) 4 Al (l) + 3 CO2(g) A produção de 1 tonelada de alumínio é acompanhada pela liberação de mais de 1 tonelada de CO2 No ano de 2012, a reciclagem de latas de alumínio para bebidas movimentou R$ 1,8 bilhão na economia nacional. Volume financeiro equivalente ao de empresas que estão entre as maiores do país. Somente a etapa de coleta (a compra das latas usadas) injetou R$ 645 milhões, o equivalente à geração de emprego e renda para 251 mil pessoas. Aproximadamente 97,9% da produção nacional de latas consumidas foi reciclada em 2012. Na reciclagem de latas de alumínio para bebidas, no mesmo ano, o País reciclou 248,7 mil toneladas de sucata, o que corresponde a 18,4 bilhões de unidades, ou 50,4 milhões por dia ou 2,1 milhões por hora Índice de Reciclagem das Latas de Alumínio (%) 2007 2008 2009 2010 2011 Argentina 90,5 90,8 91,7 Brasil 96,5 91,5 98,2 98 98,3 Europa N/D 62,0 n.d 64,3 66,7 EUA 53,8 54,2 57,4 58,1 65,1 Japão 92,7 87,3 93,4 92,6 92,6 92 91,1 A lata de alumínio é o material reciclável mais valioso. O preço pago por uma tonelada é, em média, de R$ 3.000 (base novembro/2011) - o quilo equivale a 75 latinhas. http://www.cempre.org.br/ Propriedades Químicas Principais Compostos Al2O3, alumina: é anfotera e reage com bases e com ácidos Al 2O3( s ) 2 NaOH( aq) 3 H 2O(l ) 2 NaAl (OH ) 4 ( aq) Al 2O3( s ) 6H3O ( aq) 3H 2O(l ) 2 Al ( H 2O)6 3 ( aq) No complexo hidratado, as ligações Alumínio-Oxigênio são muito fortes, enfraquecendo as ligações O-H e favorecendo a dissociação, dando propriedades ácidas ao íon Al(H2O)63+: 3+ H O H OH2 H 2O M H2O OH2 OH2 H2O 2+ OH OH2 M H2O OH2 OH2 Principais Compostos Óxidos Ácido, Básico ou Anfótero G.E. Rodgers, J. Chem. Educ. 2014, 91, 216-224. Aplicações Industriais - Al2O3, alumina: reage com ácido sulfúrico originando o sulfato de alumínio (Al2(SO4)3, que é empregado por indústrias de papel para coagular celulose em superfícies duras e não absorventes. Al 2O3( s ) 3 H 2SO 4 ( aq) Al2 (SO4 )3( aq) 3H 2O(l ) - Al2(SO4)3: empregado, juntamente com o aluminato de sódio em tratamentos de água como agentes coagulantes: 6 NaAl (OH ) 4 ( aq) Al2 (SO 4 )3( aq) 8 Al (OH )3( s ) 3Na2 SO4 ( aq) Principais Compostos - Al2O3, alumina: formas cristalinas preciosas obtidas pela substituição de Al3+ por outros metais Rubi (Cr3+) Safira (Fe3+, Ti4+) Topázio (Fe3+) Principais Compostos AlCl3: Os trihaletos de Al formam estruturas dímeras Cl Cl Al Al Cl Cl Cl Cl Cloreto de alumínio Al2Cl6 Neste composto, o átomo de alumínio de cada fragmento atua como ácido de Lewis, aceitando um par de elétrons de um átomo de cloro de outro fragmento (que atua como base de Lewis). O cloreto de alumínio é muito empregado como catalisador (catalisador de Friedel-Crafts) em indústrias. Emsley, J., Vaidade, Vitalidade, Viriliade, Rio de Janeiro, JorgeZahar Editor, 2006. Aplicações Industriais Alumínio metálico • Esquadrias, janelas, embalagens, estruturas leves • Reação de termita 2 Al(s) + Fe2O3(s) Al2O3(s) + 2 Fe(l) https://www.youtube.com/watch?v=a8XSmSdvEK4 Métodos de Obtenção O Ga ocorre c/o impureza na bauxita e é obtido como subproduto da produção de Al. O In e o Tl são obtidos c/o subproduto da obtenção do Pb e Zn Como são encontrados em quantidades mínimas na natureza, são produzidos por eletrólise de seus sais em solução aquosa. O estado de oxidação +1 torna-se progressivamente mais estável do alumínio ao tálio Efeito do par inerte Aplicações Industriais - componente de ligas de baixo ponto de fusão - tela de televisão Y3(Al,Ga)5O12:Ce, verde (520 nm) Y3(Al,Ga)5O12:Tb, amarelo-esverdeado (544 nm) - uma camada de gálio aplicada ao vidro ou porcelana forma espelho com alto índice de reflexão. Aplicações Industriais componente de LED's (diodo emissor de luz) Lasers de diodo Ex: (AlxGa(1-x)As). Aplicações Industriais Tecnologia Blue-Ray (GaN – 30% de eficiência) Semicondutores (III/V) produção de transistores Componente de circuitos integrados GaAs Microchip com circuito integrado Aplicações Industriais Na fabricação de espelhos mais resistentes à corrosão que os de prata Em sistemas de solda Em fotocondutores: ITO (Indium Tin Oxide)- liga-se fortemente ao vidro, é transparente, e conduz eletricidade Em transistores Ligas metálicas de baixo ponto de fusão Curiosidade: Até 1924, o suprimento mundial do índio puro era aproximadamente de uma grama (1g). A produção mundial, atualmente, é de 600 ton/ano Aplicações Industriais Ocorre associado a minerais de potássio. usado comercialmente em inseticidas e venenos para roedores. dose fatal em adultos é de 800 mg Também se utiliza tálio como aditivo de vidros especiais, usados no encapsulamento de semicondutores, condensadores e outros dispositivos eletrônicos, para os proteger da oxidação atmosférica e da umidade. Bibliografia 1. Atkins, P., Jones, L., Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente, 3 ed., Porto Alegre: Bookman, 2006. 2. Shriver, D. F., Atkins, P., Química Inorgânica, Ed Artmed, 2003 . 3. Lee, J. D., Química Inorgânica Não Tão Concisa. Edgard Blucher Ltda, 3’ ed., São Paulo, 1980 4. http://www.webelements.com/ 5. http://www.rc.unesp.br/ 6. http://www.unicamp.br 7. http://www.abiquim.org.br 8. http://www.fapesp.br 9. http://www.inovacaotecnologica.com.br 10. Emsley, J., Vaidade, Vitalidade, Viriliade, Rio de Janeiro, JorgeZahar Editor, 2006.