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Leone Alves
Explicando o Homem
1ª Edição
São Paulo - Brasil
2015
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Apresentação
Explicando o Homem é um livro filosófico que tem como
objetivo despertar na sociedade a capacidade de questionar os
conceitos que movem o mundo e a origem deles, quem os criou
e o porquê de as pessoas se sentirem oprimidas por tais
conceitos e, mesmo assim, cobrarem do próximo a submissão a
essa opressão.
Este livro revela a psicologia que o criador de conceitos
usa para impor seus pensamentos, as falhas nas teorias
científicas e nas doutrinas religiosas e o porquê de todo homem
possuir igual mesma porcentagem inteligência e, no entanto, a
maioria inconscientemente ter prazer em anular a própria
capacidade intelectual e ouvir somente o que lhe agrada.
Explicando o Homem envolve a razão da existência do
homem, das religiões, da ciência e a questão existencial de deus.
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Índice
Existe razão!
A verdade é absoluta!
Existe o certo e o errado!
Existe o bom e o ruim!
O que é a inteligência?
A função da filosofia
05
07
11
15
16
19
Forças naturais e forças criadas
Liberdade
Determinismo – destino
Existe um deus criador?
A essência do deus descrito na Bíblia é a inteligência
O status é a inteligência do crente
21
23
25
26
26
29
39
O mal que a Bíblia condena é o mau exercício da
inteligência
50
O sentimento religioso
A religião atende aos instintos humanos
53
Ateísmo é religião
O homem bíblico
Por que um deus perfeito criaria o mal?
O que é moral?
A doença psicológica só existe na crença
62
69
72
75
79
O cérebro é responsável pela inteligência?
Biblicamente não existem milagres
Os profissionais religiosos são lavradores maus
Nunca existiu possessão de anjos
83
89
93
95
Jesus não criou a religião cristã
Cegos guias de cegos
Não existe o deus espírito
103
107
110
3
Batismo significa ensino
A árvore do conhecimento do bem e do mal simboliza o
diabo
A árvore da vida é Jesus
Jejum, doutrina de demônios
O diabo na tentação no deserto figurava o imperador César
A utilidade da oração é nula
O inferno nos escritos bíblicos não é um lugar
Bibliografia
114
116
119
120
123
133
135
136
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Existe razão!
A filosofia é classificada em dois gêneros: antiga e
contemporânea. Porém, devido a uma força crescente filosófica
na defesa de que o homem não é racional, a filosofia pode ser
dividida em dois gêneros: a racional e a irracional.
O pensamento filosófico que é contrário à racionalidade
surgiu com o filósofo Friedrich Nietzsche, quando ele criticou
Platão no seu livro Crepúsculo dos Ídolos. Essa crítica mostra
que Friedrich Nietzsche era contra a constatação de que o
homem é uma pessoa racional; ele entendia que a razão era uma
mentira criada pelo filósofo Sócrates.
O que é a razão?
Razão é a ação do pensamento que comprova a lógica.
O que é a lógica? Lógica é a conclusão de um
pensamento que não é contraditório em si mesmo, nem com os
acontecimentos relacionados.
Friedrich Nietzsche considerou que a religião cristã
adotou a mentira criada pelo filósofo Sócrates de que o homem é
um ser racional e fez dessa mentira um meio de inibir o homem
de manifestar seus instintos.
Se antes de Sócrates existiu alguém que teve um
pensamento lógico, isso revela que a razão não é uma invenção
de Sócrates, e sim algo próprio do homem.
Se um índio, que viveu isolado da chamada civilização,
teve ações racionais ao analisar ervas no tratamento medicinal,
isso revela que a essência da racionalidade é algo próprio do
homem, e não que o índio estudava Sócrates.
Não foi a partir de Sócrates que o homem passou a ser
racional. Sócrates foi apenas o primeiro a colocar essa essência
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em pauta e dar a ela o nome de racionalidade. Antes mesmo de
ele fazer essa constatação, sempre houve homens agindo com
racionalidade.
A religião não pode ser considerada como uma
instituição que difundiu a razão, pois, na prática da
religiosidade, se faz necessário que se abandone a racionalidade,
e essa necessidade fez com que a religião modificasse o
significado da palavra fé, que originalmente significava
fidelidade, e o senso comum religioso modificou para crer sem
razão.
Defender que o homem não é racional é defender que
esse ser é animal e a classificação do homem como um ser
animal foi criada por Charles Darwin, portanto quem segue esse
pensamento é um crente em Charles Darwin e a crença é o
pensamento que faz do homem um ser religioso e o autor da
crença se constitui como um sacerdote.
A ação que contraria a razão é a imbecilidade, por isso o
pensamento que contraria a razão deve ser classificado como um
pensamento imbecil.
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A verdade é absoluta!
A filosofia paralela, afirma que não existe verdade
absoluta. Quando alguém afirma que não existe verdade
absoluta, ele apresenta a sua própria afirmação como se fosse
uma verdade absoluta.
O que é a verdade? Verdade é a constatação de algo ou
de um pensamento.
Devido a alguns pensamentos científicos não terem sido
constatados como algo condizente com a verdade, a filosofia
paralela criou o pensamento de que a verdade é evolutiva, ou
seja, o que na atualidade é considerado como verdade
futuramente pode ser substituído por outra verdade e, assim, não
existiria uma verdade absoluta.
A respeito do formato do planeta Terra, primeiro existiu
o pensamento de que a Terra era plana. Se fosse comprovado
que a forma do planeta Terra era plana, tal teoria estaria
condizente com a verdade. Após a criação dos foguetes, o
homem saiu desse planeta e, lá do alto, viu que o formato da
Terra é redondo, portanto, não houve a evolução da verdade de
que a Terra era plana para a verdade de que ela é redonda; o que
houve foi o abandono de uma teoria que não condizia com a
verdade para a verdade.
Sem oxigênio, o homem morre, e isso é uma verdade
absoluta.
Teoria é diferente da verdade por ser apenas crença, e
crença não pode ser classificada como verdade.
Se uma represa estiver cheia e for dito que ela está cheia,
isso é uma verdade absoluta. Porém, se a represa se esvaziar
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mudou-se o quadro, e para cada quadro existe uma verdade,
portanto, não existiu a evolução da verdade de que a represa
estava cheia para a verdade de que a represa estava vazia.
A filosofia paralela está confundindo a evolução do
conhecimento com a evolução da verdade, antes mesmo de o
homem obter o conhecimento de que determinada erva cura
certa doença. Isso já era uma verdade, o que faltava era o
homem obter esse conhecimento, portanto, a verdade já existia
antes mesmo de ser conhecida.
Sempre haverá alguém que foi o primeiro a constatar a
verdade sobre algo, porém, ninguém é dono da verdade, é
somente o primeiro a fazer a constatação.
Ao contrário da verdade, a mentira tem dono. Por que a
verdade não tem dono e a mentira tem? A verdade é como um
planeta que ninguém ainda achou, ou seja, apesar de ninguém
saber da existência daquele planeta, ele já existia, faltava apenas
alguém encontrá-lo. A mentira é algo que alguém construiu, e
todo criador é dono da sua criação.
O pensamento de que não existe verdade e, sendo assim,
cada um tem a sua verdade é um pensamento sem lógica, pois,
se fosse assim, uma mulher poderia acusar um homem de ter
estuprado uma criança sem que ele tenha cometido tal ato. Essa
acusação não poderia ser considerada uma calúnia, porque essa
seria a verdade da acusadora.
É importante para os criadores de teorias sem lógicas que
se acredite que não existe a verdade absoluta, pois assim as
teorias prevalecem não por ser lógica, e sim pelo status de quem
as cria.
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O método mais utilizado no ato de desvalorizar a
inteligência é defender que quando se trata da verdade cada um
tem a sua, e assim o pensamento lógico e o que não tem lógica
passam a ter o mesmo valor.
Enquanto a lógica do pensamento se faz favorável ao
imbecil, ele a utiliza como argumento. Quando a lógica derrota
o pensamento do imbecil, ele protege seu pensamento
argumentando que cada um tem a sua verdade.
A filosofia paralela defende que ninguém deve exercer o
pensamento na procura da existência ou não dá lógica em
nenhuma área.
Tudo que existe de bom no mundo foi criado por pessoas
que se dedicaram a pesquisa dos elementos, e após o
conhecimento adquirido, se dedicaram a encontrar a lógica do
que esses elementos poderiam produzir.
Se todos os pesquisadores que descobriram a cura das
doenças tivessem pensado que eles não deveriam exercer o
pensamento na procura da existência ou não da lógica dos
elementos que produzem as curas, ou tivessem pensado que a
mesma deveria ser buscada na oração e não na ciência, não
existiria nenhuma cura, e os dois pensamentos gerariam o
mesmo mal.
Na religião, é ensinado que o crente deve se afastar de
quem apresente argumentos que o enfraqueça em sua crença.
A filosofia paralela considera inútil discutir temas,
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porém, essa consideração nada mais é do que uma proteção para
não enfraquecer a crença dos adeptos nessa crença filosófica.
Penso igual ao filósofo Sócrates, que confrontava seus
pensamentos com os dos sábios para que a lógica do
pensamento revelasse onde verdadeiramente havia sabedoria.
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Existe o certo e o errado!
No pensamento da filosofia paralela, não existem
atitudes certas ou erradas, pois essa classificação do certo e
errado seria uma mentira criada para gerar o sentimento de
culpa. Esse sentimento tiraria do homem seu direito de agir por
instinto. Através da culpa, os dominantes criariam as leis e as
religiões para julgar os dominados.
Apesar de cada religião se apoiar em determinada crença,
todas possuem o mesmo espírito (o pensamento de todas é
gerado pelo sentimentalismo).
Na filosofia paralela, o achismo é a sabedoria do
pensamento moderno que liberta a pessoa da opressão do
sentimento religioso, nessa filosofia, se uma pessoa achar que
algo é verdade, ela deve ignorar qualquer argumento contrário.
O sentimento de ignorar a lógica é a essência do
pensamento de todos os crentes, se um crente acha que existe
extraterrestre, então para ele é isso o que importa, por isso ele
ignora qualquer argumento contrário.
No pensamento da filosofia paralela, não existe maldade,
bondade, o certo e o errado, tudo é questão de conceito, e assim
sendo, o homem teria o direito de roubar, matar e estuprar uma
criança recém nascida.
Para saber se um pensamento filosófico é sábio ou
imbecil, basta imaginar qual seria o efeito desse pensamento em
toda a sociedade.
A defesa de que as pessoas devem considerar que tudo é
questão de conceito, tem como objetivo tirar do homem o
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sentimento de culpa, sem o sentimento de culpa o homem se
iguala ao animal e, quando o homem age feito animal ele se
torna psicopata.
O animal não tem sentimento de culpa, no pensamento
desse ser não existe o certo ou errado, a maldade ou bondade, a
justiça ou injustiça.
Incentivar o homem agir sem o sentimento de culpa, é
desenvolver no mesmo o sentimento psicopata, pois quem
considera que roubar, matar e estuprar uma criança recém
nascida é questão de conceito é psicopata.
Não existe uma só pessoa que tenha seus bens materiais
roubados e considere que, se o ladrão conceitua que não fez
nada de errado, é isso o que importa.
Não existe uma só pessoa que tem uma filha querida
recém nascida estuprada ou um pai amado esquartejado que
considerará que, se o ladrão conceitua que não fez nada de
errado, é isso o que importa.
O pensamento que defende que a pessoa deve agir
considerando que não existe o certo ou errado, o justo ou injusto
é um pensamento hipócrita, pois só é defendido enquanto a
pessoa não é vítima.
O sentimento de culpa é um pensamento gerado pela
ética e a ética é um sentimento gerado pela inteligência.
É impossível combater o sentimento crente substituindo
uma crença por outra.
A filosofia paralela do achismo não é moderna, não é
sábia e nem liberta ninguém do sentimento religioso, pois o
achismo é crença e a crença é o sentimento religioso.
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Um pensamento filosófico só é sábio quando ele não
funciona somente na fantasia e no papel; não é sábio ao homem
viver como se fosse o único ser no planeta Terra. Entender que
existe o certo e o errado é uma conclusão da inteligência para
que exista harmonia no convívio social.
Os poderes judiciário e legislativo não existem com o
objetivo de defender as classes sociais dominantes, mas sim para
garantir os direitos de cada indivíduo.
Se em uma aldeia com cem habitantes existir um homem
mais forte do que todos, e esse homem decidir que nunca
trabalhará e que, se precisar de algo, matará o proprietário para
se apossar da propriedade, não é sábio que os habitantes se
reúnam para dominá-lo?
O homem possuidor de uma loja não consegue trabalhar
e, ao mesmo tempo, passar a noite vigiando sua loja para que ela
não seja roubada, por isso, ele contrata um vigia.
Os poderes judiciário, legislativo e executivo foram
criados para cumprir o papel do vigilante do dono da loja.
É sábio ao dono da loja permitir ser assaltado para não
privar o ladrão de colocar o seu instinto em ação?
Observando as crianças de três anos, veremos nelas
demonstração de que a única coisa que elas julgam como
importante é a satisfação de suas vontades, mas, em outras
ocasiões, veremos nas mesmas crianças o arrependimento de
uma ação que prejudicou alguém, e isso é uma manifestação da
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consciência. Porém, devido à criança ser uma pessoa ainda em
formação, suas ações oscilam.
Todas as pessoas têm o direito de satisfazer seu ego
conceitual com a realização de algo, ou até mesmo de se realizar
com alguém, porém, para que exista harmonia na sociedade, a
racionalidade cria no homem o sentimento da ética.
Sabendo que a inteligência nos sugere a ética, se a pessoa
não transgredir a ética invadindo a linha do ismo, tal pessoa não
causará nenhum dano ao próximo, e assim toda sujeição que
venha a ser classificada como moral se faz desnecessária.
Todo padrão moral é a imposição do conceito de alguém
que usou de algum tipo de poder para impor seu conceito à
sociedade.
Todo criador de conceito moral se fundamenta em
crenças religiosas para criar os padrões morais.
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Existe o bom e o ruim!
No pensamento filosófico irracional, não existe algo bom
ou ruim e a consciência é uma mentira inventada para apoiar a
mentira de que o homem é racional.
Alguém pode gostar de praticar esporte e outro pode não
gostar, e isso é conceito. Quando se trata de conceito, cada um
deve ter o seu, mas quando se trata de bom ou ruim, não se pode
usar a ação conceitual para definir algo como bom ou ruim.
Gostar ou não de praticar esporte é um conceito, mas
independentemente do gostar está o efeito que essa prática causa
ao corpo.
O efeito do esporte no corpo da pessoa que o pratica é
ruim ou bom? Ser sedentário é ruim para a saúde do corpo, já a
prática do esporte é algo bom. Isso comprova que, ainda que
uma pessoa não goste de algo, esse algo pode ser bom para ela,
portanto, o bom e o ruim existem e independem do gostar.
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