Sociologia 3ª série Ensino Médio MARX, DURKHEIM, WEBER - REVISÃO - Danilo Arnaldo Briskievicz Os Clássicos da Sociologia No século XIX, três pensadores desenvolveram teorias buscando explicar a sociedade capitalista: Karl Marx, Emile Durkheim (que continuou o positivismo de Augusto Comte) e Max Weber. Esses três pensadores são denominados os clássicos da Sociologia. 1818-1883 1858-1917 1864-1920 Os Clássicos da Sociologia Objeto da Sociologia Método Emile Durkheim (1857 – 1917) Fato Social Explicação Max Weber (1864 – 1920) Ação Social Compreensão Social Karl Marx (1818 – 1883) Classes Sociais Dialética OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA EMILE DURKHEIM 1857-1917 CONCEITOS BÁSICOS FATO SOCIAL COERÇAO SOCIAL CONSCIÊNCIA COLETIVA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO SOLIDARIEDADE MECÂNICA SOLIDARIEDADE ORGÂNICA DIREITO REPRESSIVO NORMAL E PATOLÓGICO ANOMIA DIREITO RESTITUTIVO SUICÍDIO CONTEXTO HISTÓRICO Vivendo no período que vai da segunda metade do século XIX até o final da Primeira Guerra Mundial, foi contemporâneo dos acontecimentos significativos do período. Início da III República na França Progresso tecnológico O capitalismo consolidado e suas contradições Produtividade nas fábricas Comuna de Paris (1871) Sindicatos - Greves 1871 Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante a invasão alemã. A Comuna de Paris - considerada a primeira República Proletária da história - adotou uma política de caráter socialista, baseada nos princípios da Primeira Internacional. O poder comunal manteve-se durante cerca de 40 dias. Seu esmagamento revestiu-se de extrema crueldade.. Primeiro de maio de 1886 Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket. Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. 1891 Rerum Novarum : sobre a condição dos operários (em português Rerum Novarum significa "Das Coisas Novas") é uma encíclica escrita pelo Papa Leão XIII a 15 de Maio de 1891. Era uma carta aberta a todos os bispos, debatendo as condições das classes trabalhadoras.. A encíclica trata de questões levantadas durante a revolução industrial e as sociedades democráticas no final do século XIX. Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores a formarem sindicatos, mas rejeitava o socialismo e defendia os direitos à propriedade privada. Discutia as relações entre o governo, os negócios, o trabalho e a Igreja. CONTEXTO HISTÓRICO Preocupa-se com o estabelecimento de uma nova ordem social Procurou conhecer a sociedade cientificamente com racionalidade, para que a ciência pudesse resolver as questões sociais Toda reforma social deve estar baseada no conhecimento prévio e científico da sociedade e não numa ação política Com amplo conhecimento das Ciências Naturais, passa a ver a sociedade como um imenso corpo biológico. CONTEXTO HISTÓRICO Luta para provar que a Sociologia é uma ciência e que, por isso, deve ser neutra. Faz uma leitura conservadora da crise social do seu tempo, acreditando ser provocada pelo desregramento, que seria resolvida com a formação de instituições públicas capazes de se impor aos membros da sociedade e eliminar os conflitos. Nunca se utiliza da teorias das classes sociais, demonstrando uma tendência a subestimar a importância dos fatores econômicos na compreensão da sociedade. OBRAS PRINCIPAIS 1893 - DA DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL 1895 - AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO 1897 - O SUICÍDIO 1912 - AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA 1ªcontribuição A preocupação em estabelecer para a Sociologia Objeto Método As Regras do Método Sociológico Fato Social Explicação “Fato social é toda maneira de fazer, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior; ou ainda, que é geral no conjunto de cada sociedade tendo ao mesmo tempo existência própria, Fato Social independente de suas manifestações individuais.” Fato social consiste em “maneiras coletivas de pensar, sentir e agir, exteriores ao indivíduo e dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem.” GENERALIDADE CARACTERÍSTICAS DO FATO SOCIAL EXTERIORIDADE COERCITIVIDADE por ser coletivo e estar presente em toda a sociedade por se apresentar fora do indivíduo por exercer uma força sobre o indivíduo, obrigando-o a se conformar com as maneiras de pensar, sentir e agir. MÉTODO Independente de qualquer filosofia, visando apenas o princípio da causalidade Características do método Garantia da objetividade Um fato social só pode ser explicado por outro fato social MÉTODO Regra fundamental Os fatos sociais devem ser tratados como coisas MÉTODO A explicação científica exige que o pesquisador mantenha certa distância e neutralidade em relação ao fato a ser estudado. O sociólogo deve deixar de lado suas pré-noções, isto é, seus valores e sentimento pessoais. Não pode haver envolvimento afetivo ou interferência do sujeito em relação ao objeto. Enfatiza a posição de neutralidade e objetividade que o pesquisador deve ter em relação à sociedade: deve descrever a realidade social sem deixar que suas ideias e opiniões interfiram na observação dos fatos sociais. CONSCIÊNCIA COLETIVA “O conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade forma um sistema que tem sua vida própria; podemos chamá-lo consciência coletiva ou comum. Sem dúvida, ela não tem por substrato um órgão único; é, por definição, difusa em toda a extensão da sociedade.” ( A Divisão do Trabalho Social) CONSCIÊNCIA COLETIVA Trata-se da ideia do que seja o psíquico social. A consciência coletiva é objetiva (não vem de uma só pessoa), é exterior (é o que a sociedade pensa), age de uma forma coercitiva. É, de certo modo, a moral vigente da sociedade. A consciência coletiva manifesta-se nos sistemas jurídicos, nos códigos legais, na arte, na religião, nas crenças, nos modos de sentir, nas ações humanas. Existe difundida na sociedade e é interiorizada pelos indivíduos. Para Durkheim, a sociedade é mais do que a soma dos indivíduos e o todo (a sociedade) prevalece sobre as partes (os indivíduos). 2ª contribuição A preocupação em estabelecer normas que justifiquem a manutenção da sociedade capitalista A Divisão do Trabalho Social A Divisão do Trabalho Social Em sua obra A Divisão do Trabalho Social, procura compreender as repercussões da divisão do trabalho e do aumento do individualismo na integração social. Durkheim tenta entender o funcionamento da sociedade da mesma forma que a Biologia entende o funcionamento de um corpo. Cada indivíduo tem uma função a cumprir que é importante funcionamento de todo o corpo social. para o SOCIEDADE PRÉ-CAPITALISTA SOCIEDADE CAPITALISTA Tradicional Moderna Não diversificada Diversificada Pré-industrial Industrial Semelhanças de funções: união Especialização de funções: dependência Simples Complexa Pouca divisão do trabalho Muita divisão do trabalho Causa da coesão social: Solidariedade Causa da coesão social: Solidariedade Solidariedade mecânica Solidariedade orgânica As causas sociais do aumento da divisão do trabalho nas sociedades complexas decorrem de uma combinação de fatores que envolvem: o volume populacional e a densidade natural e moral da população. um aumento do volume da população Causas do aumento da divisão do trabalho uma maior aproximação dos membros da sociedade no espaço físico uma maior comunicação e interdependência dos indivíduos no espaço social FATO PATOLÓGICO E ANOMIA O crescente desenvolvimento da indústria e da tecnologia faz com que Durkheim tivesse uma visão otimista sobre o futuro do capitalismo. O capitalismo é uma sociedade perfeita, pois a maior divisão de trabalho aumenta a especialização de funções que aumenta a dependência, tendo maior solidariedade. Como explicar os problemas sociais, tais como favela, criminalidade, suicídio, fome, miséria, poluição, desemprego? A crise da sociedade é moral. Ou as normas estão falhando (fato patológico) normas (anomia). ou há ausência de A sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e patológicos, saudáveis e doentios. Fato Social Normal quando se encontra generalizado na sociedade ou desempenha alguma função social importante. Fato Social Patológico aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Para Durkheim, um fenômeno, quando agride os preceitos morais, pode ser considerado normal desde que encontrado na sociedade de forma generalizada, desde que não coloque em risco a integração social. Considerou o crime um fato social normal porque é encontrado em todas as sociedades e serve de parâmetro para a sociedade. Se o crime põe em risco a integração social, é considerado patológico. Carência de regulamentação social, ausência de regras sociais. As crises econômicas e conflitos capital-trabalho se devem a uma situação de anomia. ANOMIA Atribui essa crise moral às mudanças rápidas ocorridas na sociedade no final do século XIX e ao descompasso entre o avanço material e as normas morais e jurídicas. Ao estudar o suicídio, refere-se ao suicídio anômico que acontece devido ao enfraquecimento das regras morais. Tal estado de anomia se deve à própria sociedade que apresenta uma situação de desregramento, levando os indivíduos a perderem a noção dos fins individuais e dos limites. Aparece na análise que Durkheim faz do suicídio: as causas do suicídio seriam sociais, dependendo do maior ou menor grau de coesão social. ANOMIA EM DURKHEIM Três tipos de suicídio: EGOÍSTA ALTRUÍSTA ANÔMICO Falta de integração Excesso de integração Falta de limites e regras Direito e anomia Sociedade simples a coesão é garantida por um conjunto de princípios, ou seja, uma moral e um conjunto de regras e normas, ou seja, o direito, porque todos se conhecem. A função do direito é punir aquele que, com suas transgressão, ofende todo o conjunto. É o que conhecemos por direito penal. Precisamos ser solidários não porque somos iguais, mas porque somos diferentes. A falta, o rompimento da regra não afeta o coletivo, e sim as pessoas separadamente. Sociedade complexa A punição será dirigida para a devolução, àquele que foi prejudicado, daquilo que lhe foi tirado. É o direito restitutivo. (Figura in: Durkheim Sociologia-org.José Albertino Rodrigues, coord. Florestan Fernandes. 9ª Ed. 2ª imp. Àtica, 2000 ,p 31.) MAX WEBER 1864-1920 CONCEITOS BÁSICOS AÇÃO SOCIAL COMPREENSÃO SOCIAL TIPO IDEAL PATRIMONIALISMO COMPREENSÃO TIPOLOGIA DA AÇÃO SOCIAL TIPOLOGIA DA DOMINAÇÃO LEGÍTIMA CARISMA BUROCRACIA ÉTICA PROTESTANTE RACIONALIDADE VALORES SENTIDO ÉTICA CALVINISTA WEBER FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA CAPITALISMO TARDIO ALEMANHA CIÊNCIAS HUMANAS DIVERSIDADE IDEALISMO CIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS NATURAIS DURKHEIM WEBER POSITIVISMO IDEALISMO HISTÓRIA = PROCESSO UNIVERSAL GENERALIZAÇÃO – COMPARAÇÃO HISTÓRIA = DIVERSIDADE DAS FORMAÇÕES SOCIAIS ESPECIFICIDADE OBJETO DA SOCIOLOGIA AÇÃO SOCIAL “A ação humana é social na medida em que, em função da significação subjetiva que o indivíduo que age lhe atribui, toma em consideração o comportamento dos outros e é por ele afetada no seu curso”. 2. OBJETO DA SOCIOLOGIA PRESENÇA DO OUTRO AÇÃO SOCIAL SIGNIFICADO SER AFETADA PELO OUTRO FUNÇÃO DA SOCIOLOGIA Investigar a ação social e ressaltar os elementos mais gerais de cada fase do processo histórico da sociedade WEBER A B AÇÃO SOCIAL : MOTIVAÇÃO, SENTIDO E VALORES RELAÇÃO SOCIAL : O SENTIDO TEM QUE SER COMPARTILHADO MÉTODO Todo indivíduo, ao agir (ator social), age guiado por motivações que, por sua vez, são baseadas em valores. COMPREENSÃO SOCIAL O cientista deve descobrir os possíveis significados (sentidos) da ação humana presentes na realidade social que interessa estudar. Um ator age sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em relação a outros atores. impossível descartar-se das pré-noções, como queria Durkheim. Existe uma parcialidade na análise sociológica. Não há neutralidade científica. DURKHEIM WEBER A REALIDADE NUMA PERSPECTIVA OBJETIVA S O A REALIDADE NUMA PERSPECTIVA SUBJETIVA S O É um instrumento de análise proposto por Weber para a compreensão das ações sociais. TIPO IDEAL Na construção de um tipo ideal, o sociólogo seleciona aspectos da ação humana que considera culturalmente relevantes para o estudo. E o faz segundo seus próprios valores. É uma construção teórica abstrata - tipo ideal = tipo puro O Estado ou alguém detém a capacidade de dominar a sociedade porque são reconhecidos como legítimos pelos indivíduos. TIPOLOGIA DA DOMINAÇÃO LEGÍTIMA DOMINAÇÃO TRADICIONAL Refere-se à autoridade pessoal do governante, investida por força do costume. DOMINAÇÃO CARISMÁTICA É baseada no carisma. Ou seja, na capacidade excepcional de liderança de alguém. DOMINAÇÃO RACIONAL-LEGAL Baseada no direito que se liga a aspectos racionais e técnicos de administração. TRADICIONAL FORMAS TÍPICAS CARISMÁTICA PATRIMONIALISMO CARISMA DE DOMINAÇÃO RACIONALLEGAL BUROCRACIA Caráter estatutário: todos devem basear seu comportamento em estatutos e normas. BUROCRACIA Racionalidade técnica: os cargos são preenchidos por competência, a promoção é por mérito e tempo de serviço. Relações sociais formais: impessoalidade. Distinção entre o público e o privado. Dificuldade: pode se tornar uma “gaiola de ferro”. RELIGIÃO E CAPITALISMO POR QUE, NO OCIDENTE, HAVIA COINCIDÊNCIA ENTRE AS ÁREAS DE EXPANSÃO DO PROTESTANTISMO PURITANO E AS ÁREAS ONDE PROSPERAVA O CAPITALISMO INDUSTRIAL? WEBER Três contribuições Quakers Luteranos Puritanos A preocupação com o desperdício do tempo, pois, sendo a vida breve, cada hora perdida é uma hora não trabalhada a serviço de Deus. A divisão de trabalho como vontade de Deus. Deus dá a cada homem missão e vocação. A oportunidade de trabalho disponibilizada por Deus não pode ser rejeitada, e se Ele apresenta essa possibilidade como lucro, o faz com propósito soberano. Ao homem resta obedecer. RELIGIÃO E CAPITALISMO “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904) ÉTICA PROTESTANTE ÉTICA DA SALVAÇÃO ÉTICA CALVINISTA ASCETISMO ESPÍRITO DO CAPITALSIMO RACIONALIDADE BUSCA RACIONAL DO LUCRO VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO DISCIPLINA PARCIMÔNIA DISCRIÇÃO POUPANÇA O ESPÍRITO DO CAPITALISMO É marca da cultura ocidental. O “impulso para o ganho” ou a “ânsia de lucro” nada tem a ver em si com o capitalismo. RACIONALIDADE Há dois elementos no capitalismo ocidental: a formação de um mercado de trabalho formalmente livre e o uso da contabilidade racional. Sem estes dois elementos, a moderna organização racional da empresa capitalista não seria viável no Ocidente. O ESPÍRITO DO CAPITALISMO RACIONALIDADE “Espírito do Capitalismo”: um conjunto de convicções e valores defendidos pelos primeiros mercadores e industriais capitalistas. Para Weber, as atitudes envolvidas no espírito do capitalismo tinham sua origem na teologia protestante. ÉTICA PROTESTANTE ÉTICA CALVINISTA Weber relaciona o papel do protestantismo, principalmente da ética calvinista, na formação do comportamento típico do capitalismo ocidental moderno. levou, ao extremo, a noção de predestinação: o homem é salvo por vontade de Deus. Nenhum homem merece a salvação porque ninguém é digno dela. A salvação existe para a maior glória de Deus. No protestantismo, o termo “vocação” passou a significar “profissão”. ÉTICA CALVINISTA O homem é “chamado” por Deus não apenas para que tenha uma atitude contemplativa, mas sim para cumprir sua missão no mundo através do trabalho e de sua profissão. O calvinismo difunde uma ética segundo a qual o homem deve manter uma contabilidade diária de seu tempo. O desperdício do tempo é pecado pois o homem deve empregá-lo para servir a Deus e assegurar o seu lugar de “eleito”. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO A vivência espiritual da doutrina e da conduta religiosa exigida pelo protestantismo organizou uma maneira de agir econômica, necessária para a realização de um lucro sistemático e racional. Weber descobre que os valores do protestantismo, como a disciplina ascética, a poupança, a austeridade, a vocação, o dever e a propensão ao trabalho atuavam de maneira decisiva sobre os indivíduos. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO O objetivo do capitalismo é aumentar a riqueza alcançada, aumentar o capital. Esse processo de enriquecimento constitui uma indicação segura de que se está “predestinado”. O calvinismo traz a formação de uma nova mentalidade, um ethos (visão de mundo) propício ao capitalismo, em oposição ao “alheamento” e à atitude contemplativa do catolicismo. Desprendimento dos bens materiais deste mundo. CATOLICISMO Trabalho como verdadeira maldição, somente para sobrevivência e não como meio de salvação. A contemplação como elemento fundamental. A vocação como sinônimo de profissão. PROTESTANTISMO A realização de uma vocação por meio do trabalho. Renúncia de todos os prazeres do desperdício do tempo e da ociosidade. Valorização positiva do trabalho e da riqueza criada pelo trabalho. Reinvestimento da riqueza: assegurar o lugar de eleito, de “salvo”. O capitalismo é a cristalização objetiva destas premissas teológicas e éticas, segundo as quais o homem, em virtude de seu trabalho e da riqueza criada por este trabalho, encontra um modo completo e sensível de conquistar sua salvação individual. - O importante neste mundo é trabalhar para criar riqueza e criar riqueza não para o desfrute pessoal e esbanjamento, mas para que se crie novamente trabalho. Esta é a base da salvação do homem. - Esta mentalidade acabou configurando a tipologia do empresário moderno.