UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Terapia Ocupacional
MAYARA MOREIRA SILVA
MAYLA FERREIRA PAVEZZI
A TERAPIA OCUPACIONAL OPORTUNIZANDO A EXPRESSÃO DE
NECESSIDADES, DESEJOS E ECOLHAS DE UM MORADOR
INTITUCIONALIZADO NO CAIS CLEMENTE FERREIRA EM LINS COM
SEQUELA DE PARALSIA CEREBRAL, ATRAVÉS DO SISTEMA DE
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA
LINS SP
2008
1
MAYARA MOREIRA SILVA
MAYLA FERREIRA PAVEZZI
A Terapia Ocupacional oportunizando a expressão de necessidades, desejos
e escolhas, de um morador institucionalizado no CAIS - Clemente Ferreira em
Lins com seqüela de paralisia cerebral, através do sistema de Comunicação
Alternativa e Ampliada
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora da
Faculdade do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, curso de
Terapia Ocupacional sob orientação da
Profº. Esp. Renata Tunes Antoneli e
orientação técnica da Profª. Esp. Jovira
Maria Sarraceni.
LINS
SP
2008
2
Silva, Mayara Moreira ; Pavezzi, Mayla Ferreira
A terapia ocupacional oportunizando a expressão de desejos,
necessidades e escolhas, de um morador institucionalizado no CAISClemente Ferreira em Lins com seqüela de Paralisia cerebral, através
do sistema de Comunicação alternativa e ampliada / Mayara Moreira
Silva; Mayla Ferreira Pavezzi.
Lins, 2008.
108p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium
UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Terapia Ocupacional, 2008
Orientadores: Renata Tunes Antoneli; Jovira Maria Sarraceni
1. Paralisia Cerebral. 2.Comunicação alternativa. 3. Picture
communication symbols ( PCS). 4. Terapia Ocupacional. I Título.
CDU 615.851.3
3
MAYARA MOREIRA SILVA
MAYLA FERREIRA PAVEZZI
A Terapia Ocupacional oportunizando a expressão de necessidades, desejos
e escolhas, de um morador institucionalizado no CAIS - Clemente Ferreira em
Lins com seqüela de paralisia cerebral, através do sistema de Comunicação
Alternativa e Ampliada
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Terapeuta Ocupacional.
Aprovado em: ___ /___ / 2008.
Banca Examinadora:
Prof. Orientador : Renata Tunes Antoneli
Titulação: Terapeuta Ocupacional e especialização Lato Sensu em Terapia
Ocupacional
Uma visão dinâmica em neurologia
Assinatura: ______________________________________
Prof.
(a)
:
_______________________________________________________
Titulação:
_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ______________________________________
Prof. (a) : _______________________________________________________
Titulação:
4
_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ______________________________________
5
AGRADECIMENTOS
A Deus
Por ter nos dado forças para vencer obstáculos, por ter nos feito forte, não
permitindo que o cansaço nos dominasse, e se conseguimos chegar a este ideal,
mais do que a todo mundo, devemos ao Senhor... Que a luz divina continue a
iluminar nossos caminhos! Conceda-nos, Senhor, a serenidade necessária para
acertar as coisas que não pudemos mudar, coragem para mudar aquelas que
podemos e sabedoria para distinguir umas das outras.
Mayara e Mayla
A Orientadora Renata
O sentido de ensinar ultrapassa a simples transferência da técnica, da
informação. Ensinar também é transmitir o sentimento, criar o intuito,
integrar, enfim, na sua totalidade, o conhecimento as alunas. A gradecemos pela
atenção, paciência e pelo incentivo para realização deste gratificante trabalho.
Um abraço e sucesso!
Mayara e Mayla
A Jovira
Há pessoas que, quando deveriam ser simplesmente professores, foram mestres.
Quando deveriam ser mestres, foram amigos e em sua amizade, nos
compreendeu e incentivou.
Obrigada pela atenção, para que nós conseguíssemos está vitória.
Mayara e Mayla
A fonoaudióloga Débora
Sem o seu apoio este trabalho não seria realizado, obrigada pela paciência,
dedicação e sabedoria.
Obrigada!!!
Mayla
Mayara e
6
DEDICATÓRIAS
Aos meus pais
Dedico este trabalho a vocês , por ter me dado força e incentivo durante todo
esse tempo. M e apoiando e depositando toda a confiança em mim, por ter
acreditado no meu sonho e na minha luta. Obrigada por existirem, por terem
me ensinado a crescer e enfrentar as dificuldades.
Amo vocês
Mayara
Ao meu namorado Fábio
Dedico este trabalho a você, obrigada por ser essa pessoa tão especial, por estar
sempre ao meu lado me dando forças para trilhar esse caminho, pela
compreensão e pelo carinho, por muitas vezes ter renunciado a você para que
assim concretizasse mais uma etapa de minha vida.
Amo Você
Mayara
A minha parceira Mayla
Espero que deus ilumine sua vida, que tenha muito sucesso, pois você merece.
Obrigada por ser essa pessoa amiga e companheira. Passamos por uma longa
batalha mas hoje, sabemos que nosso esforço não foi em vão, mas recompensado
através desse trabalho que realizamos juntas sempre com esforço e dedicação.
Te
adoro
Mayara
A minha amiga Ana Paula
Por ter feito parte da minha vida. Obrigada pela sua amizade e carinho, foram
tanto os momentos felizes que passamos juntas e concerteza serão inesquecíveis.
Que nossa amizade dure para sempre. Que deus te ilumine , e que tenha muito
7
sucesso. Conte sempre comigo
TE ADORO
Mayara
A minha Mãe Jane
M ãe apesar das dificuldades que passamos juntas durante esta caminhada, você
foi uma mulher guerreira, correu sempre atrás da vitória, isso me ensinou
muito, pois pode ter certeza que todos seus exemplos vou carregar por toda a
minha vida!!!
Beijos
Eu te amo! Você mora no meu coração
Mayla
Ao meu namorado Júlio
Obrigada, pela compreensão e carinho durante a realização deste trabalho, você
me ensinou a ser forte e não desistir nunca dos meus sonhos.
Eu te amo!
Você Mora no meu coração
Mayla
Ao meu irmão Thiago
Obrigada pelo incentivo e ensinamentos nesta caminhada da vida , juntos
conseguimos nos tornar seres maduros e fortes para superar qualquer que
seja o obstáculo.
Mayla
A minha parceira e amiga Mayara
8
M a, ao longo desta caminhada quantos obstáculos se fizeram presente, mas hoje
chegamos ao fim desta jornada, da nossa conquista; mas tenha certeza de uma
coisa, o segredo está no amor e no entusiasmo que colocamos em cada obra que
realizamos e a alegria da vitória final é a recompensa para aqueles que
perseveram até o fim.
Um
grande
Sucesso
!
Mayla
A Dona Isabel
Foram 16 anos de muita dedicação, obrigado por ter cuidado de mim com tanto
carinho; tenha certeza que nunca esquecerei!
Beijos!
Mayla
Aos meus familiares e amigos
Que torceram e ajudaram com atos ou pensamentos para que eu alcançasse esse
objetivo.
Obrigada!
Mayla
As minhas amigas T.O
A migas da T.O foram quatro anos que passamos muito tempo juntas,
aprendendo, chorando, sorrindo, brincando, estudando e desejo à todas vocês
um grande sucesso, pois juntas traçamos mais uma etapa de nossas vidas com
uma coisa que só T.O tem, muita garra e dedicação.
Obrigada por tudo !!!
Saudades
Mayla
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Divisão da parte central do sistema nervoso corte mediano,
esquemático.......................................................................................................19
Figura 2: Lobos do cérebro, vista lateral ........................................................... 19
Figura 3: Monoplegia ou Monoparesia .............................................................. 25
Figura 4: Diplegia ou Diparesia.......................................................................... 25
Figura
5:
Hemiplegia
ou
Hemiparesia
............................................................................................................................
26
Figura 6: Tetraplegia ou Tetraparesia ............................................................... 26
Figura 7: Gráfico quanto a qualidade do tônus ................................................. 29
Figura 8: Resposta através do apontar para a prancha .................................... 49
Figura 9: Resposta através do olhar para a prancha ........................................ 49
Figura 10: Sinalizando com a cabeça sim ou não ........................................ 50
Figura 11: Fazendo um som para o sim ou para o não ............................... 50
Figura 12: Outras formas de sinalização ........................................................... 50
Figura 13: Prancha construída com símbolos PCS........................................... 51
Figura 14: Combinação de símbolos no sistema Bliss...................................... 52
Figura 15: Símbolos do Pictogram Ideogram Communication.......................... 53
Figura 16: PCS tipo prancha.............................................................................. 99
Figura 17: Capa PCS tipo prancha.................................................................... 99
Figura 18: Ponteira Adaptada .......................................................................... 100
Figura 19: PCS tipo Fichário............................................................................ 100
Figura 20: PCS de vestuário............................................................................ 100
Figura 21: PCS de higiene............................................................................... 101
Figura 22: PCS de objetos............................................................................... 101
Figura 23: PCS de comidas e bebidas ............................................................ 101
Figura 24: PCS de doces................................................................................. 102
Figura 25: PCS de frutas ................................................................................. 102
Figura 26: PCS de lugares............................................................................... 102
Figura 27: PCS de advérbios........................................................................... 103
10
Figura 28: PCS de opostos.............................................................................. 103
Figura 29: PCS de verbos................................................................................ 103
Figura 30: PCS partes do corpo ...................................................................... 104
Figura 31: PCS de animais .............................................................................. 104
Figura 32: PCS de meses do ano.................................................................... 104
Figura 33: PCS de pessoa............................................................................... 105
Figura 34: PCS de cores.................................................................................. 105
Figura 35: R.F, utilizando a prancha de comunicação alternativa e ampliada 105
Figura 36: R.F, utilizando a prancha de comunicação alternativa e ampliada 106
Figura 37: R.F, utilizando a prancha de comunicação alternativa e ampliada 106
Figura 38: R.F, utilizando a prancha de comunicação alternativa e ampliada 106
LISTA DE QUADRO
Quadro 1: Funções e déficits das áreas cerebrais ............................................ 20
Quadro 2 Classificação do nível de Comunicação............................................ 31
Quadro 3: Principais etapas do desenvolvimento fonológico............................ 39
Quadro 4: Dados referentes às terapias............................................................ 63
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ASHA
American Speech
Language - Hearing Association
AVC
Acidente Vascular Cerebral
CAA
Comunicação alternativa e ampliada
CAIS
Centro de Atenção Integral à Saúde
PC
PCS
Paralisia Cerebral
Picture Communication Symbols
11
PIC
Pictogram Ideogram Communication Symbols
SNC
Sistema nervoso central
TCE
traumatismo cranioencefâlico
T.O
Terapia Ocupacional
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 15
CAPÍTULO I
PARALISIA CEREBRAL
1 CONCEITUAÇÃO........................................................................................... 17
1.1.1 Etiologia .................................................................................................... 22
1.1.2 Período pré-natal ...................................................................................... 23
1.1.3 Período perinatal e neonatal..................................................................... 23
1.1.4 Período pós-natal...................................................................................... 24
1.2 Incidência ..................................................................................................... 24
1.3 Classificação ................................................................................................ 24
1.3.1 Quanto à distribuição topográfica ............................................................. 24
1.3.2 Quanto à qualidade ou tipo de tônus........................................................ 27
1.4 Distúrbios associados .................................................................................. 29
1.4.1 Distúrbios visuais ...................................................................................... 29
1.4.2 Distúrbios auditivos................................................................................... 30
1.4.3 Distúrbios de linguagem ........................................................................... 30
1.4.4 Distúrbio de integração sensorial ............................................................. 32
1.4.5 Epilepsia.................................................................................................... 32
1.4.6 Distúrbios cognitivos ................................................................................. 32
1.4.7 Distúrbios ortopédicos .............................................................................. 33
1.4.8 Distúrbio de Comportamento.................................................................... 33
1.4.9 Outros problemas ..................................................................................... 33
CAPÍTULO II
LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E
AMPLIADA
E A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL
2 LINGUAGEM
2.1 Conceituação ............................................................................................... 35
2.2 Desenvolvimento da linguagem................................................................... 36
2.3 Tipos de linguagem...................................................................................... 38
13
2.4 Comunicação alternativa e ampliada........................................................... 39
2.4.1 Terminologia, conceituação, clientela e objetivos ................................... 39
2.4.2 Recursos utilizados................................................................................... 42
2.4.2.1 Recursos de baixa tecnologia................................................................ 42
2.4.2.2 Recursos de alta tecnologia ................................................................. 43
2.4.3 Técnicas de seleção ................................................................................. 44
2.4.4 Sistemas de comunicação alternativa ...................................................... 45
2.4.4.1 Principais sistemas utilizados ................................................................ 47
2.4.4.1.1 Picture Communication Symbols (PCS)............................................. 47
2.4.4.1.2 Sistema Bliss. ..................................................................................... 51
2.4.4.1.3 Pictogram Ideogram Communication (PIC)........................................ 53
2.4.5 Atuação da Terapia Ocupacional na Comunicação alternativa e
ampliada................................................................................................... 54
CAPÍTULO III - A PESQUISA
3 INTRODUÇÂO................................................................................................ 56
3.1 Relato da rotina institucional do morador assistido ..................................... 57
3.2 O trabalho realizado no CAIS
Clemente ferreira em Lins ........................ 58
3.3 Caso em destaque....................................................................................... 58
3.3.1 Historia clinica Anamnese ........................................................................ 58
3.3.2 Avaliação da Terapia Ocupacional ........................................................... 59
3.4 A intervenção da T.O utilizando o sistema de CAA..................................... 60
3.4.1 Dados referentes ás terapias.................................................................... 62
3.5 Orientação a equipe da instituição, responsável pelo caso, quanto ao uso
do sistema de CAA com o morador................................................................... 71
3.6 A palavra dos profissionais .......................................................................... 72
3.7 Discussão..................................................................................................... 78
3.8 Conclusão sobre o caso .............................................................................. 79
PROPOSTA DE INTERVENÇAO ..................................................................... 81
CONCLUSÃO .................................................................................................... 83
14
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 84
APÊNDICES ...................................................................................................... 89
GLOSSÁRIO.................................................................................................... 107
15
RESUMO
A paralisia cerebral é uma lesão do sistema nervoso central definida
como não progressiva, mas frequentemente mutável, que trás alteração de
tônus e motricidade, podendo associar alterações visuais, auditivas,
cognitivas, na fala e entre outras. A Comunicação alternativa e ampliada é
toda forma que substitui ou complementa a fala, auxiliando as pessoas que
não utilizam a comunicação verbal para se expressarem; a utilização desta
destina-se a compensar os déficits de expressão, que muito comumente
ocorre em casos de paralisia cerebral. O presente estudo teve como objetivo
demonstrar que a Terapia Ocupacional ao utilizar o sistema de comunicação
alternativa e ampliada, pode intervir de forma a favorecer e oportunizar a
expressão de necessidades, desejos e escolhas de um morador do Cais
Clemente Ferreira em Lins propiciando-lhe a possibilidade de atribuir
qualitativamente maiores interações com o ambiente no qual convive. Para
demonstrar que a Terapia Ocupacional ao utilizar a comunicação alternativa e
ampliada favorece a expressão de necessidades, desejos e escolhas de um
morador com paralisia cerebral, foi realizado o estudo de caso no Cais
Clemente Ferreira em Lins, de junho a setembro deste ano. O sistema
utilizado foi o PCS (Picture Communication Symbols), sendo confeccionado
um álbum e uma prancha compostos por diversas categorias, cada qual
representada por símbolos gráficos, entre as categorias, encontram-se:
lugares, cores, animais, comidas, bebidas, doces, frutas, partes do corpo,
vestuário, higiene, advérbios, opostos, verbos e pessoas. Foi utilizado sistema
de baixa tecnologia, com técnica de seleção com ajuda, através do uso dos
símbolos gráficos e da ponteira manual. Após ter realizado a Confecção das
pranchas foi realizada orientação à equipe da unidade C2 par, para
demonstrar como o indivíduo irá se comunicar através da prancha, a fim de
proporcionar melhor interação com os funcionários e maximizar seu potencial
de expressão e escolhas no seu dia a dia. O sistema utilizado criou condições
para que o morador assistido expresse seus desejos e necessidades, além de
favorecer maior interação com toda a equipe da instituição, desenvolvendo
relações interpessoais e contribuindo para uma melhor sociabilização e
qualidade de vida.
Palavras-chaves: Paralisia Cerebral. Comunicação Alternativa e Ampliada.
Picture
Communication
Symbols.
Terapia
Ocupacional
16
ABSTRACT
Cerebral palsy is a central nervous system injury defined as nonprogressive, but often changeable, as it brings change in tone and drive and
may involve changes vision, hearing, cognitive, speech and in among others.
The communication and alternative picture is anyway they replace or
complement the speech, helping people who do not use verbal communication
to express themselves, the use of this is intended to offset the deficits of
expression, which commonly occurs in most cases of cerebral palsy. This
study aimed to demonstrate that the Occupational Therapy by using alternative
communication system and expanded, can intervene in order to encourage
and nurture the expression of needs, wishes and choices of a resident of Pier
Clemente Ferreira in providing you the Lins possibility of assigning qualitatively
greater interactions with the environment in which to live. To demonstrate that
the Occupational Therapy to use the alternative communication and extended
favors the expression of needs, wishes and choices of a neighbor with cerebral
palsy, the study was conducted in the case of Pier Clemente Ferreira in Lins,
from June to September this year. The system was used PCS (Picture
Communication Symbols), and made an album and a board composed of
various categories, each represented by graphic symbols, between the
categories are: seats, colors, animals, food, drinks, sweets , Fruits, body parts,
clothing, hygiene, adverbs, opposites, verbs and people. We used low-tech
system, with technical help with the selection, through the use of graphic
symbols and the tip guide. Having done the Manufacture of the boards was
made to the team orientation of the unit C2 pair, to demonstrate how the
individual will to communicate through the board in order to provide better
interaction with employees and maximize their potential for expression and
choices in their day to day. The system has created conditions for the assisted
living express their wishes and needs, and encourage greater interaction with
the whole staff of the institution, developing interpersonal relationships and
contributing
to
a
better
quality
of
life
and
socializing.
Key words: Cerebral Palsy. Alternative Communication and zoom. Picture
Communication Symbols. Occupational Therapy
17
INTRODUÇÃO
A comunicação alternativa (CAA) é um recurso que vem sendo utilizado
para indivíduos que não possuem a comunicação-verbal , com objetivos de
potencializar sua expressão e interação com o meio em que vive.
O indivíduo com paralisia cerebral (PC) apresentará uma alteração
tônica e de movimento, que afetará a deambulação, o equilíbrio e a postura,
podendo levar a prejuízos de ordem intelectual, atraso na linguagem,
alterações
auditivas,
visuais,
táteis-cinestésicas,
transtornos
de
comportamento, entre outros.
Considera-se a Comunicação Alternativa e Ampliada um meio eficaz na
prática da Terapia Ocupacional, sendo enfocada na intervenção de um
morador institucionalizado no Cais Clemente Ferreira em Lins, com seqüela de
Paralisia Cerebral, oportunizando a expressão de necessidades, desejos e
escolhas, proporcionando uma melhoria em sua qualidade de vida.
O trabalho procura responder o seguinte questionamento: É possível
que a Terapia Ocupacional ao utilizar-se do sistema de comunicação
alternativa e ampliada, viabilize a oportunidade de expressão não verbal de
necessidades, desejos e escolhas de um morador institucionalizado no Cais
Clemente Ferreira em Lins, com seqüela de Paralisia Cerebral, e
consequentemente, propicie uma melhoria na qualidade de vida do sujeito em
questão?
Portanto, baseado no fato de que a CAA é um recurso que quando
disponibilizado contribui significativamente no processo de reabilitação de
pacientes que apresentam déficits em sua comunicação, o trabalho é
direcionado pelo pressuposto de que a Terapia Ocupacional, ao utilizar-se da
Comunicação alternativa e ampliada, facilita a comunicação não-verbal de um
morador do Cais Clemente Ferreira em Lins com seqüela de paralisia cerebral,
melhorando a sua qualidade de vida e promovendo oportunidades de
escolhas, e expressão de necessidades e desejos, no ambiente em que
convive, meio interno-instituição e meio externo quando são promovidos
18
passeios e saídas externas.
Para demonstrar a veracidade desse pressuposto, utilizou-se como
método de pesquisa, o estudo de um caso ilustrativo, no Cais Clemente
Ferreira em Lins, com análise dos resultados da intervenção terapêutica e
levantamento bibliográfico para referencial teórico.
O trabalho está assim estruturado:
Capítulo I
Capítulo II
Descreve a paralisia cerebral
Descreve a Comunicação Alternativa e Ampliada e a
atuação da Terapia Ocupacional
Capítulo III
Descrição da pesquisa, com análise dos dados obtidos e
apresentação dos resultados.
Para finalizar, segue-se a proposta de intervenção e as considerações
finais.
19
CAPÍTULO I
PARALISIA CEREBRAL
1
CONCEITUAÇÃO
O termo paralisia cerebral (PC) designa uma seqüela que resulta de
uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo,
podendo ser caracterizada por um distúrbio que afeta os movimentos em
função da distribuição anormal do tônus, ocasionando inabilidade postural e
alteração no desenvolvimento sensório-motor.
Segundo Lorenzini (2002) PC é uma desordem do cérebro imaturo, que
ocorre no período de gestação, durante o parto ou após o nascimento, antes
de estar completo o desenvolvimento motor.
Um indivíduo com PC apresentará uma alteração tônica e de
movimento, que afetará a deambulação, o equilíbrio e a postura, podendo
levar a prejuízos de ordem intelectual, atraso na linguagem, alterações
auditivas, visuais, táteis-cinestésicas, transtornos de comportamento, entre
outros.
Portanto quando o indivíduo apresentar lesão no cérebro ainda
imaturo, terá afetado seu desenvolvimento neuropsicomotor com possíveis
seqüelas que irão interferir em sua vida adulta, ocorrendo muitas vezes outros
transtornos associados.
Segundo Finnie (2000) a limitação motora presente na PC também
ocasiona dificuldades na qualidade do desenvolvimento da comunicação e
interação com o meio, bem como dificuldades na construção do espaço e
suas relações, o que por sua vez, reflete em suas funções cognitivointelectuais.
A falta de estímulos externos pode provocar dificuldades no
desenvolvimento motor, sensorial, intelectual e cognitivo, por isso é
20
necessário que o tratamento seja feito por uma equipe multidisciplinar,
composta por terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas, fisioterapeutas,
médicos, entre outros, para que esses profissionais possam potencializar suas
competências em seu cotidiano, no meio social, familiar e escolar.
A PC pode ser descrita como não progressiva, mas apresenta
mudanças quanto aos distúrbios motores como tônus e postura.
Para Gianni (apud FREUD 1987), o termo cerebral sugere o
acometimento dos hemisférios cerebrais, mas as lesões responsáveis podem
acometer também a região mesodiencefálica, o tronco cerebral e/ou cerebelo.
Segundo Ferraretto e Souza (1997) PC designa um grupo de
desordens motoras, não progressivas, porém mutável, resultante de uma
lesão cerebral na primeira infância.
Embora
a
lesão
seja
estacionária,
ela
sofre
modificações
principalmente na ausência de tratamento, assim, os movimentos e funções
podem se tornar mais desajustados e de forma irreversível.
É importante também ressaltar que a maioria das crianças com PC
desenvolve espasticidade, ataxia ou hipotonia generalizada.
O grau de comprometimento vai depender do grau e da extensão da
área cerebral que foi afetada, que corresponderá às funções motoras e a
qualidade do tônus, ocorrendo na grande maioria à forma espástica.
Portanto, os sinais e sintomas da PC vão depender da extensão e da
área afetada, e se expressam em padrões de postura e movimentos anormais.
21
Fonte: Sobotta, p.285
Figura 1: Divisão da parte central do sistema nervoso; Corte mediano,
esquemático.
As partes do encéfalo marcadas com *, em conjunto, tronco do encéfalo
Fonte: Sobotta, p. 288
Figura 2: Lobos do cérebro; vista superior
Lobos do cérebro; vista lateral
22
Edmans et al (2004) sugere uma classificação de acordo com as
funções e déficits das áreas cerebrais:
Lobo frontal Funções
Concentração
Pensamento Abstrato
Memória
Raciocínio
Ética
Compreensão
Emotividade
Tato
Inibição
Pensamentos seqüenciais
Capacidade de avaliar a
conseqüência dos atos
Solução dos problemas intelectuais
Moralidade
Função motora
Área de Broca Funções
Expressão da linguagem
Formação da palavra
Articulação
Pronúncia
Produção da voz e da fala
Lobo temporal Funções
Áreas auditivas
Áreas de wernicke:
Recepção e discriminação dos sons
Interpretação dos sons
Área olfativa
Memórias detalhadas, especialmente
memórias que envolvem mais de uma
modalidade sensorial (hemisfério
dominante)
Lobo occipital Funções
Recepção visual
Associações visuais
Detecção da organização espacial da
visão, de formas, de cores e
contraste
Interpretação secundária de imagens
visuais complexas
Percepção de forma e significado
Fixação do olhar visual
Tálamo Funções
As vias sensitivas e motoras em
contato com o tálamo, à exceção das
vias olfativas
Déficits
De memória
No pensamento abstrato
De raciocínio
De comportamento ético
Emocionais
De compreensão
Em relação ao ato
De inibição
Déficits
Na movimentação de tronco e
olhos
Afasia não fluente
Apraxia verbal
Déficits
Afasia de Wernicke
Compreensão
Repetição de fala
Jargonofasia
Compreensão para a leitura
Déficits
Distúrbios visuais e de
interpretação
Distúrbios do campo visual
contralateral
Perda parcial do campo
Alterações de percepção
Déficits
Hemiplegia contralateral
Falhas sensitivas no dimídio
contralateral
Olhar em direção lateral e vertical
Continua
23
Continuação
Hipotálamo Funções
Sistema nervoso autônomo
Pressão arterial
Freqüência cardíaca
Freqüência respiratória
Temperatura corporal
Metabolismo hídrico
Osmoralidade dos líquidos orgânicos
Reposta à alimentação
Expressão física das emoções
Comportamento sexual
Síntese dos hormônios
Regulação de salivação,
peristaltismo, sudorese e glicemia.
Hipófise Funções
Sistema endócrino
Liberação de oxitocina e
vasopressina
Gânglio da base Funções
Produção de dopamina
Coordenação dos movimentos dos
músculos
Mesencéfalo Funções
Síntese da dopamina
Proteção dos gânglios basais
Ponte
Funções
Transmissão de informação do córtex
cerebral ao tronco e de um hemisfério
para o outro
As
vias
de
transmissão
da
sensibilidade atravessam a ponte
Regulação do aparelho respiratório
Déficits
Alterações da regulação térmica
Alteração do volume hídrico
diabetes insípido
Alteração da pressão arterial, da
freqüência cardíaca e da
respiração
Modificação de hábitos
alimentares
Alteração da regulagem da
glicemia
Alteração da motilidade gástrica
Déficits
Alterações funcionais do córtex
das suprarrenais
Alterações do crescimento
corporal
Distúrbio da tireóide
Distúrbio no desenvolvimento dos
caracteres sexuais primários e
secundários
Problemas renais diabetes
insípido
Déficits
Distúrbios de movimento
Tremores
Rigidez muscular
Coréia
Atetóse
Distonia
Hemibalismo
Déficits
Problemas visuais motores
Parkinsonismo
Interrupção dos reflexos auditivos
e visuais
Déficits
Sensitivos e motores
Alteração da mastigação e da
sensibilidade da face
Alterações dos movimentos
oculares e do fechamento das
pálpebras
Alterações da sensibilidade
gustativa, da expressão mímica,
da salivação, do equilíbrio e da
audição
Insuficiência respiratória
Continua
24
Continuação
Medula oblonga Funções
Regulação da pressão arterial e da
respiração
Manutenção do estado de vigília
Indução do sono
Cerebelo Funções
Recebe os estímulos proprioceptivos
Mantém o equilíbrio
Coordena os movimentos
automáticos
Regula o tônus da musculatura
Déficits
Estado vegetativo persistente
Deficiência sensitivo-motora
contralateral
Alterações da sensibilidade
postural, proprioceptiva e
vibratória
Insuficiência respiratória
Disfunção cardíaca / vasomotora
Nos movimentos da língua
De salivação e função da faringe
Déficits
Diminuição ipsolateral do tônus
muscular
Coordenação precária e
movimentos delicados
prejudicados
Marcha atáxica
Tremor cinestésico
Disdiadococinesia
Dismetria
Hipotonia
Astenia
Fonte: Edmans et al, 2004, p.9-12
Quadro 1: Funções e déficits das áreas cerebrais
1.1
Etiologia
Na PC existem muitas causas passíveis de provocarem a lesão
cerebral, incluindo fatores relacionados a características da mãe antes da
gravidez, características familiares, até os fatores que ocorrem durante o
nascimento e nos dois primeiros anos de vida. Portanto as causas estão
relacionadas com os períodos pré-natal, peri-natal e pós- natal.
Relatos de Teixeira (apud GIANNI, 2003, p.93) apontam que no Brasil
a principal causa de PC são fatores perinatais, sendo a encefalopatia hipóxico
isquêmico a mais freqüente associada a encefalopatia neonatal e seqüelas
neurológicas subseqüentes, incluindo PC .
25
1.1.2 Período pré-natal
Segundo Ferraretto e Souza (apud KUBAN e LEVITON, 1994) antes da
gestação as causas da PC são: história materna de abortos; ciclos menstruais
longos e irregulares, história familiar de PC, doença genética ou malformação
congênita.
Este período atua desde a concepção até o início de trabalho de parto,
tendo como causas eventuais problemas relacionados ao sangue e
metabolismo materno, doenças infecciosas adquiridas durante a gestação, RX
efetuado na gravidez ou por falta de circulação sanguínea no feto.
Segundo Gianni (2003) as causas de origem pré-natal são as infecções
congênitas entre elas: toxoplasmose, citomegalovírus, herpes, rubéola, tífo,
lues e Human Immunodeficiency Vírus (HIV), entre outras. É necessário que a
gestante
acompanhe
regularmente
o
período
pré-natal,
alimente-se
adequadamente e tome somente medicamentos com prescrição médica.
1.1.3 Período perinatal e neonatal
Este período compreende desde o início do trabalho de parto até o
momento do nascimento, sendo o fator mais freqüente a anóxia ou hipóxia
cerebral. Outros fatores compreendem placenta prévia, hematomas subdurais,
prematuros de baixo peso e circular de cordão.
Segundo Gianni (2003) a encefalopatia hipóxico - isquêmica é a
agressão mais freqüentemente associada à encefalopatia neonatal e seqüelas
neurológicas, no entanto outros fatores sejam eles tóxicos, metabólicos ou
traumáticos também podem ocasionar PC.
26
1.1.4 Período pós- natal
Segundo Ferraretto e Souza (1998) uma das causas da PC são as
lesões adquiridas do sistema nervoso central (SNC) até os dois anos de
idade. As seqüelas mais graves ocorrem no caso das meningoencefalites
adquiridas, traumas crânioencefálicos (TCE), acidentes vasculares cerebrais
(AVC), entre outros.
1.2
Incidência
Segundo Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho
(2007), existem variações na incidência entre os tipos de PC; no caso da PC
espástica a incidência é de 70 % dos casos, já na atetóide a média é de 20%
à 30% dos casos, e 10% corresponde a PC atáxica. Em média mundialmente
atinge de 1.5 a 2.5 por 1.000 nascidos vivos.
1.3
Classificação
De acordo com a localização e extensão da área lesada no cérebro, a
PC é classificada quanto à qualidade ou tipo de tônus e quanto à distribuição
topográfica - região do corpo afetada, resultando em quadros neurológicos
distintos e superpostos. Os principais são:
1.3.1 Quanto a distribuição topográfica
a) Monoplegia ou monoparesia: Acomete apenas um braço e com
menos freqüência acomete uma perna.
De acordo com Blakiston (1982) a monoplegia refere-se a paralisia
27
de um único membro, músculo ou grupo muscular; enquanto
monoparesia refere-se a paralisia parcial de uma parte do corpo,
como a de um membro.
Fonte: conteúdo. imasters. com.br/4698/boneca.jpg
Figura 3: Monoplegia ou Monoparesia
b) Diplegia ou diparesia: os membros inferiores são mais acometidos
nesses casos, tendo um comprometimento de moderado a leve dos
membros superiores.
Segundo Gianni (2003) a diplegia se deve a lesões isquêmicas do
SNC. Os membros superiores geralmente apresentam boa
funcionalidade e a possibilidade de deambulação é maior.
Fonte: conteúdo. imasters. com. br/4698/boneca.jpg
Figura 4 : Diplegia ou Diparesia
28
c) Hemiplegia ou hemiparesia: comprometimento motor de um lado do
corpo, sendo contralateral ao lado do cérebro lesionado.
Ferraretto e Souza (1998) explicam de forma anatômica que um lado
somente é acometido, podendo ser o lado direito ou o esquerdo.
Fonte: conteúdo. imasters. com. br/4698/boneca.jpg
Figura 5: Hemiplegia ou Hemiparesia
d) Tetraplegia ou Tetraparesia: Todo o corpo é afetado.
Segundo Gianni (2003) esses casos são os mais graves. A função
dos membros superiores assim como a aquisição de deambulação é
pouco freqüente.
Fonte: conteúdo. imasters.com. br/4698/boneca.jpg
Figura 6: Tetraplegia ou Tetraparesia
Para melhor elucidar o descrito, torna-se importante esclarecer a
diferença entre os termos plegia e paresia:
29
De acordo com Blakiston (1982) plegia é uma expressão que indica
paralisia, enquanto paresia é a expressão que indica uma paralisia moderada
ou perda incompleta da força muscular e também fraqueza de um membro.
1.3.2 Quanto a qualidade ou tipo de tônus
a) Espástica ou piramidal: o tônus muscular se encontra com o grau de
tensão aumentado, apresentando resistência aos movimentos
passivos, este aumento do tônus é denominado espasticidade.
Segundo Ferrareto e Souza (1998) é o tipo mais comum de PC, é
quando o músculo mostra uma resistência maior no movimento
passivo e com isso há um aumento no tônus muscular. A
espasticidade atua em alguns grupos musculares e o aparecimento
de deformidades na PC espástica é mais comum.
b) Flácido: O tônus muscular encontra-se com grau de tensão
diminuída.
"Diminuição da tonicidade ou tensão normal; especialmente,
diminuição
de
pressão
intraocular
ou
de
tônus
muscular".
(BLAKISTON, 1988, p. 538).
Para Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho
(2007) é a forma mais grave, com comprometimento motor intenso,
hipotonia severa e inteligência bastante rebaixada; é pouco
freqüente.
Quando a lesão atinge o sistema extrapiramidal e situa-se nos núcleos
da base, leva ao aparecimento de movimentos involuntários.
Para Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho (2007)
há lesão dos núcleos da base caracterizando-se pela presença de
movimentos involuntários, o tônus muscular é variável com movimentos
anormais que aumentam durante a movimentação voluntária, com estímulos
30
sensoriais e emocionais; e desaparecem durante o sono; as deformidades não
ocorrem ou são mais raras.
Nestas lesões, são citadas as seguintes alterações tônicas:
a) Atetóide: Os movimentos são involuntários, lentos, serpenteados, e
estão presentes nas extremidades.
O atetóide, segundo Levitt (2001), apresenta o sistema muscular
instável e flutuante, em qualquer ação apresenta movimentos
involuntários de pequena amplitude. O controle da cabeça e as
respostas
a
estímulos
são
instáveis
e
imprevisíveis,
tem
personalidades extrovertidas, dificuldade da articulação da fala e
problemas de reprodução.
Para Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho
(2007) os movimentos apresentados são lentos e serpenteformes,
presentes nas extremidades mais distais que parasitam os
movimentos voluntários.
b)Coréico: Movimentos involuntários presentes nas raízes dos
membros, rápidos, ocasionalmente impossibilita que o movimento
voluntário ocorra. Presença de um tônus flutuante, com variações de
hipo para normal, e de hipo para hiper.
Para Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho
(2007) os movimentos estão presentes nas partes proximais dos
membros, rápidos, prejudicando o movimento voluntário.
c) Distônico: Presença de um tônus flutuante, com variações de hipo
para hiper. Há presença de movimentos involuntários que levam a
distúrbios da postura.
Segundo Ferraretto e Souza (1987) são movimentos atetóides
mantidos, com posturas fixas, que podem se modificar após algum
tempo.
d) Atáxica: É um tipo raro na PC, trata-se de uma incoordenação dos
movimentos, por lesão de origem cerebelar.
H
I
P
E
R
31
1
N
Segundo Gianni (2003) esse tipo clínico é caracterizado por
H
I
P
O
4
5
6
alterações2 da coordenação
e equilíbrio.
A deficiência mental
nesses
3
casos é freqüente.
Fonte: autoria própria
Figura 7: Classificação do tônus quanto à qualidade
LEGENDA: 1-Espástico, 2- Atetóide, 3- Distônico, 4- Coréico, 5- Atáxico,
6- Flácido
1.4
Distúrbios associados
Apesar da PC ser caracterizada por uma disfunção motora, é
comum que esteja associada a outros distúrbios como: deficiência visual,
auditiva, cognitiva, lingüísticas, distúrbios ortopédicos, de integração
sensorial, epilepsia, de comportamento e outros.
1.4.1 Distúrbios visuais
Segundo Finnie (2000) nos distúrbios visuais os indivíduos apresentam
um comprometimento nas vias e córtex visual, dificultando a interpretação das
informações que chegam do globo ocular. O controle desordenado dos
movimentos muitas vezes afeta o músculo dos olhos, com risco de apresentar
32
principalmente estrabismo, podendo estar associado a outros déficits visuais
como miopia, astigmatismo, atrofia óptica, ametropias, entre outras alterações.
Segundo Shepherd (1996) a pouca acuidade visual pode ser responsável
pelas alterações ligadas ao espaço, e ao esquema corporal.
1.4.2 Distúrbios auditivos
A criança também pode apresentar alterações auditivas, que
prejudicará a linguagem de forma verbal, sendo que a linguagem é a
simbolização interna do pensamento e a fala é um meio de transmitir seus
desejos, anseios, sentimentos.
Finnie (2000) as pessoas com PC podem ter danos nos nervos
auditivos e nas partes do cérebro que interpretam os sinais sonoros.
Para as pessoas com PC deve haver outros meios de comunicação por
apresentarem dificuldade para mover os músculos que controlam a formação
do som, comum nos sujeitos com PC atetóide, sendo necessário que utilize
um meio de comunicação alternativa e ampliada (CAA), para que não perca o
contato com o meio, mesmo que seu meio social seja restrito.
Portanto, devido a essas alterações o comportamento do paciente
pode ser irritável, a falta de linguagem verbal é um fator comportamental onde
ela mesma pode se excluir do meio externo o que prejudica a relação com
colegas, membros da família e meio social. Os aspectos como atenção,
concentração, hiperatividade, também estão relacionados com casos de
seqüela de PC.
1.4.3 Disfunsão de linguagem
As anomalias associadas a fala podem ser desde uma simples
disartria até uma afasia.
Segundo Ferraretto; Souza in Pinto (1997) nos casos de retardo mental
33
ou de linguagem, pode ser utilizado o método Hanen, criado por uma
fonoaudióloga Ayala Manolson do Canadá. Refere-se a um método dirigido
aos pais de crianças de zero a cinco anos com distúrbios na fala, baseado na
interação da criança com o ambiente familiar que resulta de uma estimulação
natural e constante. A comunicação é classificada de acordo com o método
Hanen, levando os pais a terem um conhecimento profundo do estágio de
desenvolvimento de seu filho, assumindo determinadas atitudes durante a
interação com seu filho.
Ferraretto; Souza in Pinto (1997) classificou o desenvolvimento em
níveis como segue a tabela:
Nível
Nível: 0
Função
Não comunicativo
Nível: I
Comunicação reflexa
Nível: II
Comunicação não
intencional
Nível: III
Comunicação intencional
Nível: IV
Comunicação verbal
Fonte: Ferraretto; Souza in Pinto, 1997, p. 81
Quadro nº2: Classificação do nível de comunicação
Características
Não fixa o olhar. Não
procura a fonte sonora.
Não chora com fim de
demonstrar fome e/ou
desconforto.
Segue objetos com os
olhos. Procura a fonte
sonora.
Chora
ou
resmunga
para
demonstrar fome ou
desconforto.
Interessa-se
pelo
ambiente. Começa a
imitar gestos simples e
sons. Balbucia.
Cumpre
alguns
comandos
simples.
Aponta para algumas
partes do corpo. Aponta
para o que quer. Inicia
jogo simbólico. Emite de
1 a 5 vocábulos.
Já tem simbólico. Emite
várias palavras, cerca
de
50.
Combina
palavras
formando
frases. Responde e faz
perguntas simples. Já
compreende futuro e
passado
e
alguns
conceitos espaciais (em
cima, ao lado, atrás,
etc.).
34
1.4.4 Distúrbio de integração sensorial
Shepherd (1996) destaca os distúrbios ligados a agnosia, que é a não
interpretação do estímulo tátil, visual e espacial e a apraxia, que é a
dificuldade em realizar um movimento, ainda que compreendido. As
alterações apresentadas se expressam em processamento e resposta
inadequada aos estímulos sensoriais com base no comportamento motor e
que pode chegar a interferir no processo cognitivo.
Para Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho (2007)
o sujeito apresenta dificuldade de interpretar e responder a estímulos
sensoriais, dificultando as ações motoras, a aprendizagem e a formação de
conceitos.
1.4.5 Epilepsia
Segundo Finnie (2000) crianças com PC têm maior probabilidade de
sofrer convulsão, isso ocorre aproximadamente com a metade da população
com PC. E também há muitas crianças que podem ter um ou mais ataques
nos primeiros anos de vida não agravantes. Há vários tipos de ataque que
podem ser divididos em ataques generalizados, nesse tipo de ataque o corpo
treme e há perda de consciência, e ataque menores, em que há perda de
consciência associado com o revirar dos olhos.
1.4.6 Distúrbios cognitivos
Segundo Finnie (2000) metade das crianças com PC apresentam
distúrbios de aprendizado desde os mais leves até os mais severos. As
crianças com PC podem ter dificuldades de aprendizagem inesperadas, como
por exemplo, uma criança que demonstra habilidade em diversas áreas, pode
ter problemas com a leitura ou ter dificuldade com a matemática, outras
podem ser muito boas na leitura e matemática mas ter problemas na
percepção de formas e dificuldade em desenhar. Em todos os aspectos a
35
criança com PC pode ter um desenvolvimento lento.
1.4.7 Distúrbios Ortopédicos
Segundo Casalis; Fernandes; Hebert; Ramos in Baladi; Castro; Filho
(2007) as deformidades são decorrentes da alteração do tônus muscular,
diminuição da força muscular, e pelo mau posicionamento do corpo podendo
ocorrer em nível de pés até membros superiores. A coluna vertebral muitas
vezes apresenta escoliose, cifose ou lordose.
1.4.8 Distúrbio de Comportamento
Segundo Finnie (2000) muitas crianças com PC não conseguem ter
um sono tranqüilo a noite, algumas permanecem irritadas nos primeiros anos
de vida, sofrem de ataques de temperamento, são muito ativas, e as que não
podem se mover são atentas, mantendo essa atenção por muito tempo. Em
crianças que estão aprendendo a se locomover a atenção é pequena, mas
durante a fase de aprendizado ela amplia a sua concentração e passa o
tempo explorando os brinquedos. Problemas de hiperatividade são comuns
nessas crianças, portanto é importante ficar atento para a diminuição de sua
atividade e para o desenvolvimento de sua atenção.
1.4.9 Outros problemas
a) Salivação
Segundo Finnie (2000) outro problema das crianças com PC é a
dificuldade em controlar a saliva. Ela pode ter dificuldade em atingir
o fechamento dos lábios e a deglutição regular da saliva
36
b) Dentição
Segundo Finnie (2000) há dificuldade da criança com PC em
movimentar a língua, principalmente as que não ultrapassam o
padrão primitivo de sucção e deglutição, sendo assim a comida
pode ficar presa ao redor dos dentes, com isso a probabilidade dos
dentes se deteriorarem é grande. Portanto, é importante a
escovação dos dentes após as refeições.
c) Alimentação
Segundo Finnie (2000) o problema na alimentação ocorre no
período de lactância, ou seja, quando a criança apresenta
dificuldade em sugar o leite, e ao longo do crescimento dificuldade
para mastigar. Pode haver problemas também com a deglutição.
Nessas crianças a organização rítmica entre o fechamento da
laringe e o procedimento de deglutição não ocorre e a comida ou
líquido podem ser aspirados, ou seja, chegar aos pulmões, e
agravar o problema e com isso há o risco dos germes penetrarem
nos pulmões, um dos motivos da criança estar sujeita a infecções
pulmonares. Quando a comida está no estômago é muitas vezes
regurgitada, isso acontece quando o estômago se contrai, em vez
de empurrar a comida para baixo leva-a novamente para o esôfago
e forma-se um pequeno vômito. Quando há regurgitação freqüente,
o esôfago fica sensível e dolorido, dificultando assim a deglutição.
37
CAPÍTULO II
LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA E A
ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL
2
LINGUAGEM
2.1
Conceituação
Segundo Molcho (2007) a linguagem representa uma forma de
aprendizado adquirido progressivamente pelo contato com o meio, desde o
início da vida intra-uterina a criança inicia a sua linguagem corporal por meio
de sons do meio externo.
Segundo Blakstone (apud PELOSI, 2000) as pessoas recebem
informações através do olhar, do ouvir, do cheirar, do experimentar e do sentir;
transmitem as informações diante das ações de tocar, falar, escrever, mover e
olhar. Há uma constante troca de informações mesmo quando não existe
intenção de fazê-lo.
Portanto a linguagem se desenvolve progressivamente de acordo com
o contato com o meio, ocorre de forma espontânea em relação ao
pensamento e a fala.
Para Gill (1997), a comunicação é o processo pelo qual toda informação
é passada e/ou trocada entre indivíduos, é através deste processo que nos
relacionamos e aprendemos.
A comunicação é essencial para a interação do sujeito à sociedade. A
fala associada a gestos, expressões faciais e corporais caracterizam a
condição humana . (PELOSI, 2000, p. 35)
Portanto,
o
desenvolvimento
da
linguagem
desenvolvimento do sistema sensorial, motor e cognitivo.
depende
do
38
Segundo Edmans (2004) as regiões do cérebro associadas ao
funcionamento da linguagem são as do hemisfério esquerdo, já o hemisfério
direito tem como função a compreensão de frases simples e dos aspectos
emocionais, ambos os hemisférios contribuem para a comunicação humana
normal.
Quando esses sistemas estão íntegros, os indivíduos se tornam aptos
a desenvolver a linguagem falada, quando há alterações nos sistemas
biológicos podem causar distúrbios na comunicação e
adotam uma
comunicação por meio de gestos, expressões faciais, entre outros.
Para Valmaseda (2004), a linguagem é uma representação interna da
realidade que utiliza um meio de comunicação compartilhado socialmente.
Uma pessoa que desenvolveu a linguagem trouxe para dentro de si
uma variedade de aspectos da realidade para que assim possa representar
para os outros, informações sobre ações, pessoas, objetos e qualidades.
Sendo assim, a linguagem é um meio de transmitir ao meio externo as
emoções internas e idéias, exprimindo aspectos emocionais e afetivos.
2.2
Desenvolvimento da linguagem
Segundo Molcho (2007) durante a vida uterina o bebê começa
apresentar uma forma de comunicação através de uma linguagem corporal,
onde sente as sensações agradáveis e desagradáveis do meio externo, isso
quer dizer que ainda dentro da barriga da mãe já demonstra seus sentimentos
e suas necessidades. A partir do momento que nasce os bebês ainda não
estão aptos a atenderem suas sensações sozinhos e começam a chorar e
fazem
expressões
faciais
comunicação do bebê
quando
sentem
alguma
necessidade;
a
com o mundo externo vai começando a se
desenvolver, diante das situações que serão apresentadas em cada período
de sua vida:
39
a) No período de 2 e 3 meses a criança começa a
produzir diálogos
muito primitivos, por contato ocular, sorrisos, balbucios e alternância
das expressões. É durante esse período que aparecem os ruídos
vocais denominados lalação e fazem imitação de sons emitidos
pelos adultos, essa lalação refere-se aos períodos de bem-estar,
quando a criança está em seu berço, depois da refeição, e quando
está sozinha.
b) Aos 5 e 6 meses inicia-se uma espécie de diálogo, onde a criança
repete através de um som como a e are o que o adulto acabou
de falar e espera um retorno ou um reconhecimento do adulto, ou
seja a criança aguarda uma resposta do adulto.
c) A partir dos 8 meses a criança começa a compreender as relações
causais, sabe que o adulto é o agente e sabe que se pode por em
prática meios para alcançar certos fins. Até os 9 meses começa a
comunicar por meio de vocalizações seus desejos para que o adulto
os realize.
d) Dos 10 aos 12 meses a criança começa a mostrar objetos para o
adulto, para que assim possam compartilhá-los com ele. Ela confere
ao adulto o status de interlocutor, alguém que deseja compartilhar
certas informações.
Nesse momento a criança estabelece uma comunicação maior com
o meio iniciando a exploração do ambiente, pois começam a utilizar
suas habilidades motoras, sensoriais e cognitivas essenciais para o
desenvolvimento da linguagem auditivo-oral.
Ainda para Molcho (2007), entre o fim do primeiro ano e o fim do
segundo, a criança amplia rapidamente sua compreensão de linguagem falada
a seu redor, a qual está ligada a vivências do seu dia-a dia.
É durante essa fase que a criança aprende o significado do não e sim
representado por movimentos de cabeça, ou palavras, ou seja, ela começa a
expressar seus desejos e obedecer ao que pode e o que não pode. A criança
começa representar e chamar seus pais através das palavras como memê
mamãe
e pa-pa
papai , no entanto a criança continua tendo sua
40
comunicação corporal através de gestos, mímicas, expressões e atitudes,
muitas vezes para enfatizar a sua existência para os adultos.
Segundo Coll, Marchesi, Palacios in Valsameda (2004), as principais
etapas do desenvolvimento fonológico; são:
0
6 meses
Vocalizações não - lingüísticas relacionadas
com a fome, a dor e o prazer.
Vocalizações não - lingüísticas (gorjeios)
que fazem parte das protoconversas com o
adulto.
6
9 meses
9
18 meses
18 meses
6 anos
Balbucios constantes, curvas de entonação,
ritmo e tom de voz variado e lingüístico.
Segmentos de vocalização que parecem
corresponder a palavras.
Construção
do
sistema
fonológico:
assimilação, substituição e simplificação da
estrutura silábica
Fonte: Coll et al, 2004, p.75
Quadro nº3: Principais etapas do desenvolvimento fonológico
2.3
Tipos de linguagem
a) Linguagem Corporal: é a forma de comunicação não-verbal onde
inicia-se na vida intra-uterina até o primeiro ano de vida da criança.
De acordo com Molcho (2007), a criança que ainda não sabe
expressar-se pela linguagem verbal se vale inconscientemente da
linguagem corporal para revelar seus sentimentos e necessidades.
b) Linguagem oral: A criança adquire a linguagem oral de forma natural.
Segundo Kress (1982), a criança adquire a linguagem oral quando
esta é envolvida em contextos comunicativos, nos quais a linguagem
é sempre significativa para ela.
41
c) Linguagem escrita: Segundo Kress (1982), na linguagem escrita a
criança, ao longo de seu desenvolvimento, incorpora elementos do
seu ambiente sociocultural e aprende características da escrita.
Assim a aprendizagem da linguagem tem sido vinculada a
escolarização da criança.
Portanto, a linguagem escrita não é uma herança biológica, mas
cultural. A criança que vive em uma sociedade letrada terá chances
de obter a linguagem escrita. A linguagem escrita adquire o caráter
de simbolismo direto quando é compreendida como a linguagem
falada.
2.4
Comunicação alternativa e ampliada (CAA)
Para Moreira (2001), a fala é a forma de comunicação mais valorizada e
utilizada pelo ser humano. Falar nos permite relacionar com o outro e com o
mundo à nossa volta. Por meio dela, o indivíduo cria e transforma o meio em
que vive, se constitui e produz história.
Todavia,
muitos
indivíduos
têm
suas
possibilidades orais restritas a emissões de uns
poucos sons e, às vezes alguns vocábulos, ou
ainda, a fala pode estar tão prejudicada que o
outro não consegue entender o que se pretende
comunicar.
Dessa
forma,
geralmente
estabelecem uma comunicação insuficiente
através de gestos idiossincrásicos, olhares,
movimentação do corpo e muitas adivinhações
por parte do outro. (CHUN; MOREIRA apud
MOREIRA, 2001, p. 73)
Com isso surge a necessidade de criar-se meios e dispositivos
alternativos que possibilitem a comunicação do sujeito e interação com o
meio, sendo então desenvolvidos sistemas de CAA.
2.4.1 Terminologia, conceituação, clientela e objetivos
Em alguns estudos foram achados diversas formas de terminologia:
42
Comunicação Alternativa e Aumentativa; Comunicação Suplementar e
Alternativa; Meios Suplementares e Alternativos de Comunicação; Sistemas
Alternativos e Aumentativos para Comunicação; Comunicação Remanescente.
De acordo com Chun (apud MOREIRA, 2001), a comunicação
suplementar e /ou alternativa refere-se a todas as formas de comunicação que
complementem, suplementem, substituam ou apóiem a fala. Dirige-se a cobrir
as necessidades expressivas e a aumentar a interação comunicativa tanto dos
indivíduos que apresentam elevado nível de compreensão da linguagem oral,
mas não possuem um meio adequado de expressão, como aqueles outros
cujas alterações impeçam de adquirir a fala como veículo de expressão e ao
mesmo tempo interfiram na compreensão da linguagem, incluso requisitos
cognitivos e sociais.
Portanto, pode-se dizer que a CAA é toda forma que substitui ou
complementa a fala, auxiliando as pessoas que não utilizam a comunicação
oral para se expressarem, a utilização desta destina-se a compensar os
déficits, proporcionando a capacidade de atingir objetivos equivalentes aos da
maioria das pessoas, embora de uma maneira diferente, no que envolve o uso
dos gestos manuais, expressões faciais e corporais, símbolos gráficos
(bidimensionais como fotografias, gravuras, desenhos e a linguagem
alfabética e tridimensionais como objetos).
Segundo American Speech-Language-Hearing Association (Asha,
1989) a CAA é uma área da prática clínica que se destina a compensar
temporariamente ou permanentemente as alterações de comunicação
expressiva, os distúrbios severos na fala, linguagem e na escrita.
Inúmeras pesquisas tem sido desenvolvidas para elaborar programas
que atendam as necessidades de portadores de alterações neuromotoras e
sensoriais, que tenham agravadas ou impossibilitadas suas condições de
manter uma comunicação eficaz no meio em que vivem.
Segundo Almeida e Criado (2001), a CAA procura potencializar todas
as possibilidades comunicativas do indivíduo. No entanto é necessário que o
indivíduo seja orientado quanto a uma nova forma de comunicação.
Segundo Gonçalves (1996), alguns autores afirmam que esta área
43
surgiu no final dos anos 50 e início dos anos 60, como resposta às
necessidades de indivíduos que apesar de expostos a terapia tradicional, não
desenvolviam habilidades de comunicação oral. Assim, os primeiros passos
nessa área foram dados por terapeutas que, ao trabalhar com esses
pacientes, tinham que desenvolver estratégias e materiais criativos e
alternativos.
A CAA tem o objetivo de potencializar as capacidades de comunicação,
tendo em vista um trabalho centralizado na qualidade de vida, favorecendo
uma interação com o meio externo. Atingindo uma clientela de indivíduos com
alterações e incapacidades de comunicação expressiva entre distúrbios
severos de comunicação como indivíduos com seqüela de paralisia cerebral,
deficiência auditiva, deficiência múltipla, afasia, problemas emocionais,
autismo, disartria, apraxia verbal, entre outros. No entanto, a comunicação
alternativa se propõe a complementar, suplementar ou apoiar a comunicação
existente no indivíduo para que ele atinja seu potencial de comunicação.
Segundo Deliberato; Manzini (1997) é um recurso utilizado por pessoas
acometidas por algum tipo de deficiência que impede o uso da fala nas
situações do cotidiano, sendo eles deficientes físicos, sensoriais (como
deficientes auditivos) e não sensoriais (como paralisia cerebral).
A CAA faz com que o indivíduo fique mais ativo, onde oportuniza
escolhas no assunto a ser discutido e dirige o diálogo. Para isso é importante
despertar no mesmo o interesse e a capacidade de explorar uma nova forma
de comunicação auxiliando no desempenho da compreensão e promovendo
uma melhor participação do indivíduo no meio externo e permitindo que ele
seja capaz de adquirir autonomia nas escolhas do cotidiano.
Segundo Johnson apud Pelosi (2000) a CAA refere-se aos recursos,
estratégias e técnicas de seleção que visam complementar algumas
comunicações ou substituir as habilidades de comunicação.
Por isso, para o Ministério da Educação; Secretaria de Educação
Especial (2003), a comunicação alternativa é uma estratégia que pode ser
criada de acordo com as necessidades do paciente, devendo ser planejada
com os pais e especialistas, considerando-se os contextos em que o mesmo
44
está envolvido, tendo em vista a elaboração e organização do pensamento e a
construção do conhecimento de forma significativa.
2.4.2 Recursos utilizados
Segundo
Pelosi
(2007),
a
comunicação
alternativa
envolve
a
necessidade do uso de recursos, sejam eles de baixa ou alta tecnologia, de
um simples cartaz ao mais sofisticado computador. Os recursos são
equipamentos utilizados para transmitir as mensagens. Sendo os mais
utilizados: as pranchas de comunicação, (livros, fichários), aventais e eyegaze.
a) Pranchas de comunicação: Consistem em superfícies sobre as quais
são colocados os símbolos gráficos. São personalizadas, podem
estar soltas ou agrupadas em cadernos ou álbuns. Dependendo de
sua condição motora o indivíduo vai olhar, apontar ou ter a opção
apontada por alguém, para que possa sinalizar a opção desejada.
b) Eye
Gaze: São pranchas onde o indivíduo aponta com os olhos.
Pode também apontar com o auxílio de uma lanterna, fixada na
cabeça, iluminando assim a resposta desejada.
c) Avental: O usuário responde por meio do olhar. É confeccionado em
tecido que facilita a fixação dos símbolos no velcro e é utilizado pelo
parceiro de comunicação.
2.4.2.1 Recursos de baixa tecnologia
Os recursos de baixa tecnologia referem-se a todos aqueles que
possam ser utilizados, e que não possuem um alto custo, sendo mais
acessível sua aquisição. Entre eles, destacamos:
a) Objetos: os objetos podem ser reais, em miniatura ou objetos
parciais. Os objetos reais são os idênticos ou semelhantes ao objeto
45
que representa. Em miniatura são aqueles em tamanho menor e os
parciais, são partes que representam um objeto.
b) Fotografias: encontra-se o uso de fotografias entre símbolos
representacionais que podem ser produzidas por uma câmera
fotográfica, recorte de revistas, rótulos de produtos ou folhetos de
propaganda. São utilizadas para representar objetos, pessoas,
ações, lugares ou atividades.
c) Símbolos Gráficos: existem inúmeros grupos gráficos, cada qual
desenvolvido com objetivos de complementar a comunicação de
uma ou várias pessoas.
2.4.2.2 Recursos de alta tecnologia
Segundo Almirall (2003) inclui todos aqueles recursos que permitem o
uso do computador a pessoas que, em razão de suas dificuldades motoras,
não podem ter acesso ao teclado e/ou mouse convencional. Estes sistemas
incluem periféricos de entrada, programas especiais, sistemas de emulação
na tela do teclado e do mouse, e possibilitam o uso de todos os programas
standart disponíveis, embora manejando o computador de maneira diferente
do habitual.
São exemplos:
a) Comunicadores em forma de relógio: O usuário comanda o
movimento do ponteiro com um acionador e indicando sua opção.
No lugar dos números que aparecem no relógio são fixados letras,
palavras, frases, símbolos ou fotografias.
b) Comunicadores com voz sintetizada: Neste tipo de recurso o texto é
transformado eletronicamente em voz. Possuem várias formas de
acesso: direta, por varredura, linear e colunas.
c) Computadores: São utilizados nos trabalhos de comunicação orais e
escritos. Se precisar o usuário utilizará órtese, mouse adaptado,
46
teclados em tamanhos grandes ou pequenos. Acionadores externos
e softwares especiais.
d) Gravador: A mensagem é gravada em uma fita e acionada pelo
usuário com o auxílio de um acionador. O gravador pode ser
adaptado artesanalmente.
2.4.3 Técnicas de seleção
As técnicas de seleção referem-se à forma que o usuário escolhe
símbolos numa prancha de comunicação.
As técnicas de seleção podem ser classificadas em:
a) Seleção direta: é a técnica que consome menos tempo e requer
menos do ouvinte, é o método preferencial.
Segundo Suárez et al.(1998) a seleção direta é realizada através do
apontar o dedo ou alguma outra parte do corpo, com uma ponteira
de cabeça ou até mesmo com uma luz fixada à cabeça.
b) Técnica de seleção pelo olhar: é mais eficiente em indivíduos com
problemas físicos.
Segundo Smith e Ryndak (1999), o indivíduo seleciona os itens
apontando com os olhos. Caso ele não consiga realizar, pode
necessitar que alguém aponte as opções para que assim ele possa
sinalizar com alguma parte do corpo.
c) Técnica de varredura: exige somente que a pessoa tenha uma
resposta controlável. É necessário que o facilitador aponte para os
símbolos enquanto o usuário sinalizará quando o símbolo desejado
for apontado.
Segundo Smith e Ryndak (1999), na técnica de varredura é
necessário que o indivíduo tenha uma resposta voluntária como
piscar os olhos, balançar a cabeça, sorrir ou emitir sons para
sinalizar alguma resposta.
47
2.4.4 Sistemas de comunicação alternativa
Os sistemas consistem em um conjunto organizado de elementos para
favorecer o suporte da comunicação expressiva, tais elementos se estendem
desde elementos concretos aos mais abstratos.
Um sistema de comunicação alternativa é o uso
integrado de componentes incluindo símbolos,
recursos, estratégias e técnicas utilizadas pelos
indivíduos
a
fim
de
complementar
a
comunicação. O termo símbolos refere se aos
métodos utilizados para a representação visual,
auditiva e /ou de tato; gestos, fotografias,
linguagem de sinais, gráficos, escrita, objetos.
(ASHA apud GILL, 1997; p.34)
Segundo Vanderheiden e Lloyd (1986) esses sistemas de comunicação
alternativa podem ser divididos em:
a) Sistema com ajuda: quando requer algum elemento exterior ao corpo
para transmitir uma mensagem, sendo eles os objetos, retratos,
sistemas gráficos, braille, prancha de letras, lista de palavras,
gravador, máquina de escrever, computador e entre outros;
b) Sistema sem ajuda: quando as mensagens são produzidas através
de algum membro do próprio corpo, sendo eles, os sinais, o piscar
de olhos, vocalizações, o apontar, a escrita, os gestos e entre
outros.
Dentro desses sistemas, o sistema gráfico é o mais convencional,
representado por pranchas de comunicação que são formadas por símbolos.
Para Crispin (1997) os sistemas gráficos podem ou não estar
relacionados com o significado, esses sistemas podem ser pictográficos,
ideográficos ou arbitrários.
a) Pictográficos: são os que apresentam algum tipo de semelhança
física com o que representam.
b) Ideográficos: são aqueles que representam uma relação conceitual
48
com aquilo que representa.
c) Arbitrário: Seu significado obedece a convenções pré-estabelecidas.
Esse sistema permitirá que o usuário direcione uma conversa,
possibilitando a sua independência.
Crispin (1997) ressalta que ao decidir sobre o uso do recurso de
comunicação devem ser considerados alguns aspectos como:
a) Habilidades físicas e cognitivas do usuário;
b) A oportunidade em que o recurso será usado;
c) Onde será usado, verificar a necessidade ou não de ser portátil;
d) Com quem será usado;
e) O objetivo, para determinar o vocabulário de acordo com as
necessidades do indivíduo.
Portanto, ainda segundo Crispin (1997) tal sistema deve possuir alguns
requisitos:
a) Permitir uma vasta gama de formas de comunicação;
b) Ser adaptável para as outras necessidades da pessoa (normalmente
as pessoas portadoras de deficiência têm problemas de postura e
outros).
c) Permitir um amplo uso social;
d) Ser utilizado em ambientes diferentes
e) Ser capaz de dar acesso a um léxico adequado e poder exprimir
um número elevado de mensagens;
f) Ter um bom padrão ergonômico: poder expressar a dimensão
emocional, ser rápido e outros;
g) Ser personalizado;
h) Possuir características que faça ser acessível aos interlocutores;
i) Ser mantido facilmente em funcionamento, e se possível, não ter um
custo muito elevado.
Todos esses aspectos facilitarão a interação homem-instrumento, tanto
individual como social.
49
2.4.4.1 Principais sistemas utilizados
Há uma série de símbolos gráficos que foram desenvolvidos para
facilitar a comunicação de pessoas que por algum motivo encontram-se
impossibilitadas
ou
apresentam
limitações
no
estabelecimento
da
comunicação convencional.
Dentre os mais utilizados, alguns deles são: o Picture Communication
Symbols (PCS), o Pictogram Ideogram Communication Symbols (PIC), o
Blissymbolics (COMUNICAÇÃO, 2004, p.1).
2.4.4.1.1
Picture Communication Symbols (PCS)
O sistema foi desenvolvido por Roxana Mayer Johnson nos Estados
Unidos (EUA) em 1981, é utilizado no tratamento de pessoas portadoras de
PC, autismo, deficiência mental entre outras patologias.
Devem ser considerados alguns fatores para a utilização do PCS. Entre
eles: a percepção e habilidades cognitivas, a acuidade visual, o nível de
sofisticação da linguagem e o interesse de se comunicar.
Segundo Gill (1997), o PCS é encontrado em forma de fichários e
programa para computador, que permite a criação de pranchas de
comunicação. É um código pictográfico construído por mais de 3000 símbolos
que representam os elementos principais do cotidiano.
Para Johnson (1989), os símbolos do PCS são compostos de desenhos
onde a palavra que os simbolizam encontra - se acima do desenho.
Foi subdividido em categorias baseadas na função de cada palavra:
a) Pessoas - incluindo pronomes pessoais
b) Verbos
c) Descritivos - adjetivos e advérbios
d) Substantivos - que não incluem em outras categorias
50
e) Miscelânea artigo, preposições, conjunções, cores, alfabeto, número
e palavras abstratas.
Ainda de acordo com Johnson (1989), os símbolos vêm impressos em
dois tamanhos: 2,5 cm e 5,1 cm. É possível obter símbolos maiores, amplia
se de acordo com a necessidade de cada paciente. Símbolos maiores podem
facilitar o tratamento de pessoas que estão começando o processo de
comunicação alternativa com o PCS.
É indicado codificar cores para diferentes grupos de palavras nas
pranchas de comunicação que ajudará na localização dos símbolos. Essa
codificação está relacionada às categorias de palavras, sendo elas:
a) Social: rosa
b) Pessoas: amarelo
c) Verbos: verde
d) Descritivo: azul
e) Substantivos: laranja
f) Miscelânea: branco
Para Pelosi (2000) os pacientes podem se comunicar de várias
maneiras:
a) Olhando;
b) Apontando;
c) Fazendo gestos;
d) Emitindo sons;
e) Respondendo afirmativamente ou negativamente as perguntas.
Precisa-se descobrir junto com o paciente qual a maneira mais fácil
para ele. Como exemplo, podemos citar:
O que você gostaria de fazer agora?
a)
O indivíduo pode responder apontando o símbolo em uma prancha
de comunicação que deverá ser preparada especialmente para ela
e que traga vocabulário do cotidiano.
51
Figura 8: resposta através do apontar para a prancha
Fonte: www.comunicacaoalternativa.com.br/adca/apostila/texto1.doc
b) O indivíduo pode responder olhando para a resposta e as
alternativas de atividades que poderão ser apresentadas em cartões
com símbolos, objetos ou figuras.
Fonte: www.comunicacaoalternativa.com.br/adca/apostila/texto1.doc
Figura 9: resposta através do olhar para a prancha
52
c) O indivíduo pode responder sinalizando com a cabeça o sim e o
não ou fazendo um som como resposta afirmativa, enquanto você
ou um colega passa o dedo sobre os símbolos da prancha de
comunicação.
Fonte: www.comunicacaoalternativa.com.br/adca/apostila/texto1.doc
Figura 10: sinalizando com a cabeça o sim e o não
Fonte: www.comunicacaoalternativa.com.br/adca/apostila/texto1.doc
Figura 11: fazendo um som para o sim ou para o não
d) O
indivíduo
pode
responder
quando
perguntada
oralmente
sinalizando o sim e o não da forma que ela já sabe fazer
53
Fonte: www.comunicacaoalternativa.com.br/adca/apostila/texto1.doc
Figura 12: Outras formas de sinalização
As pranchas podem estar localizadas sobre a mesa da criança, na
porta dos armários de tinta ou brinquedos ou na porta de saída da sala de
aula ou em algum outro local de acordo com as necessidades e possibilidades
apresentadas.
Fonte: www.comunicacaoalternativa.com.br/adca/apostila/texto1.doc
Figura 13: Prancha construída com os símbolos PCS
2.4.4.1.2 Sistema Bliss
Criado por Charles Bliss em 1965.
Segundo Almirall; Camats; Bultó (2003), o sistema Bliss é indicado para
pessoas que não utilizam linguagem oral e escrita e que precisam de uma
linguagem extensa e complexa. Consiste na capacidade de gerar significados
na recombinação de seus próprios símbolos.
O sistema Bliss consiste em desenhos lineares esquemáticos,
pictográficos, ideográficos e arbitrários que exijam do interlocutor e do usuário
a criatividade de se comunicar.
Segundo Tetzchner; Matinsen (2000), o sistema Bliss é composto por
100 signos gráficos, podendo haver ou não a combinação de qualquer letra.
No sistema Bliss pode haver ou não, a combinação de significados ou
palavras que não apresentam signos. O significado dos símbolos irá depender
do país onde está sendo utilizado, assim como a tradução da língua falada.
Ainda segundo os autores citado acima, os símbolos do sistema Bliss
54
são gráficos visuais e são divididos em categorias, com representação em
cores. O aspecto do sistema Bliss é um quadrado e as linhas de referência.
Esse sistema consiste em gerar novos significados na recombinação
de seus próprios símbolos.
+
Mulher
=
Proteção
Mãe
Fonte: http://www.clik.com.br/caa_01.html
Figura 14: combinação de símbolos no sistema Bliss
Segundo Guanella Charles K. Bliss (1999), criador dos símbolos,
baseou
se em coisas químicas que podemos ver, cheirar, pesar, explorar.
Esses símbolos constituem a estrutura de apoio da linguagem, são eles:
a) caracteres lineares;
b) vinte e quatro símbolos internacionais, entre eles: os números, os
símbolos das operações matemáticas, a pontuação, o símbolo da
flecha, de medicina, de dinheiro, negócios, de música enfim, a linha
oblíqua que é o traço utilizado para apagar as palavras escritas;
c) seis símbolos arbitrários: significado contrário, coisa química, ação
física, tempo: passado, presente, futuro, criação e avaliação humana;
d) oito símbolos gráficos: mente, emoção, olho, nariz, boca, orelha,
mão, macho, fêmea, humanos.
Assim os símbolos Bliss podem representar quase todos os significados
e são subdivididos em cores:
a) Branco: símbolos de espaço, tempo, cor, números, letras do
55
alfabeto, expressões de gentileza, pronomes demonstrativos;
b) Amarelo: pessoas e pronomes pessoais;
c) Verde: ações;
d) Laranja: nomes relativos a substantivos concretos e abstratos;
e) Azul: adjetivos e advérbios;
f) Rosa: símbolos que representam estratégias, metas referenciais ou
comunicativas.
2.4.4.1.3
Pictogram Ideogram Communication (PIC)
Segundo Gill (1997), no sistema PIC as figuras são apresentadas com o
fundo preto e branco que facilitam para a criança com comprometimento
visual. É uma prancha única para todas as crianças.
O sistema PIC minimiza as dificuldades na discriminação figura-fundo,
consiste de 400 símbolos. Pode ser utilizado como recurso de CAA e estímulo
visual.
Segundo Tetzchner; Matinsen (2000), o sistema PIC é caracterizado
por figuras em cores brancas sobre um fundo preto, e em cima dos desenhos
a
palavra
referente
ao
desenho.
As
pranchas
são
organizadas
semanticamente, pois é um sistema mais limitado e os símbolos não são
combináveis.
Nunes (2004) afirmam que esse sistema pode vir acompanhado de
figuras atendendo a necessidade do usuário.
O sistema PIC é baseado em imagens, ocorrendo uma relação entre o
símbolo e aquilo que representa.
Mãe
Comer
Caminhão
56
Fonte:- http://www.clik.com.br/caa_01.html
Figura 15: símbolos do Pictogram Ideogram Communication
2.4.5 Atuação da Terapia Ocupacional na Comunicação alternativa e
ampliada
O
terapeuta
ocupacional
utilizando-se
da
CAA
como
recurso
terapêutico, cria alternativas para aumentar e enriquecer a comunicação do
paciente, proporcionando oportunidades para expressão de sentimentos,
desejos e necessidades visando autonomia no seu contexto social, familiar e
escolar.
A Terapia Ocupacional (T.O) utiliza-se de diversos recursos e
adaptações para a melhoria na comunicação de pessoas com deficiência,
tanto visual, quanto auditiva e motora; melhorando a funcionalidade de cada
um em diferentes aspectos, para conseguir maior funcionalidade de seus
pacientes em atividades como cuidado pessoal, trabalho e lazer.
Para Moreira (2001), a natureza complexa das dificuldades de
comunicação experimentadas por estes indivíduos, faz com que sejam
necessárias adaptações para que eles possam comunicar-se eficientemente
em todos os espaços sociais.
É necessário verificar todas as dificuldades que o paciente apresenta
para se comunicar, em termos de movimentos e de padrões posturais, por
meio de constante posicionamento e adequação dos utensílios (cadeiras,
pranchas e outros), sendo o terapeuta ocupacional um dos responsáveis por
este trabalho.
Ainda de acordo com Moreira (2001), os progressos na tecnologia de
apoio na comunicação alternativa e suplementar aumentaram a qualidade e a
quantidade de opções disponíveis para maximizar a comunicação entre o
sujeito com deficiência e as demais pessoas.
Este avanço tecnológico torna-se um importante aliado nos programas
de reabilitação, pois muitas vezes a capacidade limitada de comunicação
resulta no desenvolvimento insatisfatório de seu potencial, conhecimento ou
57
habilidades.
Os terapeutas ocupacionais tem como um dos objetivos integrar as
funções motoras, sensoriais, cognitivas e sociais do indivíduo através de maior
independência nas atividades de vida diária, para isso, é necessário
oportunizar e permitir um maior grau de comunicação entre o sujeito e o seu
meio.
Portanto, cabe ao terapeuta ocupacional observar as habilidades e
necessidades,
focando
assim,
um
tratamento
que
viabilize
maior
independência e autonomia na vida do paciente, com intuito de promover
melhores interações sociais, fazendo com que o indivíduo responda com
maior sucesso às demandas de seu cotidiano.
58
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3
INTRODUÇÃO
Para demonstrar que a Terapia ocupacional ao utilizar a comunicação
alternativa e ampliada com um morador institucionalizado, com seqüela de
paralisia cerebral, possibilita a expressão de sentimentos, desejos e
necessidades, no seu dia- a- dia e após a aprovação pelo Comitê de Ética e
Pesquisa (CEP) do Unisalesiano em 10/06/08, foi realizada pesquisa de
campo no Centro de Atenção Integral à Saúde CAIS Clemente Ferreira em
Lins, localizado na estrada Lins
Guaiçara, Km 4 no período de 10 de junho a
25 de setembro deste ano.
O método utilizado foi o estudo de um caso ilustrativo, com um morador
institucionalizado no referido local, 22 anos, com seqüela de paralisia cerebral.
Este trabalho só veio a enriquecer os conhecimentos sobre a CAA,
mostrando a sua importância na rotina do morador assistido e considerando
também a colaboração dos profissionais que nos acolheram e receberam
atenciosamente.
Deve-se destacar
principalmente
a
colaboração
dos
auxiliares de enfermagem que nos forneceram espaço e auxílio quando eram
solicitados e a fonoaudióloga da unidade C2 Par que colaborou com a
pesquisa.
O
estudo
foi
complementado
com
entrevistas
aos
profissionais que acompanham a rotina do morador, sendo eles:
seguintes
um médico
pediatra, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, uma fonoaudióloga, uma
fisioterapeuta, uma psicóloga e uma terapeuta ocupacional.
59
As técnicas utilizadas na pesquisa foram:
Roteiro de estudo de caso (APÊNDICE A)
Roteiro de Avaliação de Comunicação Alternativa, pré-intervenção,
baseado nas potencialidades e necessidades do paciente (APÊNDICE
B)
Roteiro de Avaliação de comunicação Alternativa e Ampliada, pósintervenção de Terapia Ocupacional (APÊNDICE C)
Roteiro de entrevista para o médico pediatra (APÊNDICE D)
Roteiro de entrevista para a psicóloga (APÊNDICE E)
Roteiro de entrevista para a fisioterapeuta (APÊNDICE F)
Roteiro de entrevista para a fonoaudióloga (APÊNDICE G)
Roteiro de entrevista para o auxiliar de enfermagem (APÊNDICE H)
Roteiro de entrevista para a terapeuta ocupacional (APÊNDICE I)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a instituição
(APÊNDICE J)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para usuário (APÊNDICE
K)
3.1
Relato da rotina institucional do morador assistido
O morador acorda aproximadamente às 7:00 horas da manhã, toma
banho e café aproximadamente às 8:30 horas, das 8:30 as 11:00 horas
assiste televisão, ouve música e participa dos atendimentos de
terapia
ocupacional nas quartas e sextas - feiras de manhã, fonoaudiologia nas
segundas e sextas - feiras à tarde, classe hospitalar de segunda a sexta feira de manhã e fisioterapia de segunda - feira à tarde .
Almoça aproximadamente às 11:00 da manhã. Após o almoço, troca de
roupa e assiste televisão ou passeia com os jovens acolhedores, às 16:00
60
horas toma banho, janta às 17:00 horas. Após a janta assiste televisão, e a
noite, por volta das 20:00 horas, vai dormir.
3.2
O trabalho realizado no CAIS
Clemente Ferreira em Lins
A pesquisa foi realizada no Centro de Atenção Integral à Saúde CAIS
Clemente Ferreira, localizado na estrada Lins-Guaiçara, km 4; na cidade de
Lins
SP.
O morador assistido foi primeiramente avaliado, em seguida foi
selecionada a técnica mais eficaz da CAA, para o caso o Picture
Communication Symbols (PCS), que permite a criação de pranchas de
comunicação, representadas por símbolos gráficos
figuras e nomeação
palavra, acima do símbolo.
Foi subdividida em categorias, cada qual representada por uma cor,
sendo estas padronizadas pelo próprio sistema.
a)
Social: Rosa
b)
Pessoas: amarelo
c)
Verbos: verde
d)
Descritivos: azul
e)
Substantivos: laranja
f)
Miscelânea: branco
Devido a limitação motora do morador assistido, foi necessária a
confecção de uma ponteira adaptada que foi acoplada a sua mão com velcro
para
possibilitar a sua comunicação através do apontar. A prancha
confeccionada ficará preferencialmente posicionada na mesa inclinável de sua
cadeira de rodas, para que possa ter ampliada sua comunicação no meio em
que vive.
3.3 Caso em destaque
3.3.1 História Clínica
Anamnese
61
O caso refere-se a R.F.S.B, nascido em 18/02/1986, em São Paulo,
segundo informações colhidas em seu prontuário, a mãe relata ter sido fruto
de uma gestação planejada, fez pré-natal, a criança nasceu de parto normal
em casa, sofrendo anóxia cerebral. O pai era alcoolista e toxicômino. R.F.S.B
começou
a
apresentar
atraso
no
desenvolvimento
neuropsicomotor.
Atualmente o paciente está com 22 anos, é dependente em suas atividades
diárias e possui um vínculo familiar.
Segundo dados fornecidos pela mãe ao serviço social na época da
internação referiu ser uma criança que dorme e alimenta-se bem, gosta de
ouvir músicas, brincar e assistir televisão, foi deixado pelo pai quando tinha 5
anos de idade, sendo assim a mãe procurou uma internação para ele, pois
precisa
trabalhar
e
no
momento
não
tem
condições
de
oferecer
acompanhamento, mas mesmo internado existe um vínculo e afetividade entre
os familiares e o morador.
Ainda com dados médicos disponíveis em seu prontuário, o seu
diagnóstico é de Paralisia cerebral espástica
moderado
CID 682.4 e Retardo Mental
F71.0.
3.3.2 Avaliação de Terapia Ocupacional
No dia 10/06/08, foi realizada a avaliação do paciente R.F para colher
dados relativos ao seu desempenho motor e sua forma de comunicação,
baseada nas suas potencialidades e necessidades.
O paciente apresenta PC tetraplégica, de predomínio crural, com
movimentos ativos de flexo- extensão de cotovelo, em pequena amplitude.
Não realiza mudanças posturais ativas, necessitando de auxílio para
transferência e adoção de outras posturas. Não apresenta controle cervical,
nem de tronco. Faz uso de cadeira de rodas, sendo dependente em sua
62
locomoção.
O paciente comunica-se através de alguns sons, sendo a maioria
ininteligível e utiliza-se também de movimentos afirmativos e negativos de
cabeça, no plano horizontal e vertical. Apresenta um bom desempenho
cognitivo, com compreensão de ordens simples, possui boa recepção e
percepção visual e auditiva, associando e identificando figuras e sons.
Apresenta estrabismo, mas ainda assim, apresenta satisfatória coordenação
monocular com localização, fixação, seguimento e alternância aos estímulos
visuais.
Devido à adaptação na cadeira de rodas, apoio cervical, é permitida ao
paciente a movimentação de cabeça nos planos citados acima. Através da
avaliação, verifica-se que sua comunicação pode ser efetuada através do
sistema visual e do movimento de cabeça preferencialmente. Pode-se utilizar
de uma ponteira adaptada com cabo alongado e engrossado para apontar os
símbolos, se estes estiverem dispostos a sua frente, porém, nesta forma,
apresenta um grau maior de dificuldade, pela grave limitação motora, mas
ainda assim, o faz de forma bimanual.
Verifica-se após a avaliação que através do sistema PCS, terá a
possibilidade de expressar sentimentos, desejos e necessidades, associados
a sua rotina.
Será construída uma prancha de comunicação alternativa, baseada no
sistema PCS, onde através das figuras representativas poderá ter ampliada
sua forma de comunicação.
Devido a sua limitação motora e dificuldade de manuseio e preensão,
será necessária a confecção de uma adaptação, ponteira manual, em EVA,
com cabo engrossado e alongado, que será acoplado à sua mão através de
velcro, favorecendo a preensão manual.
A prancha deverá permanecer à sua frente preferencialmente, em uma
mesa inclinável acoplada à cadeira, para favorecer a visualização dos
símbolos gráficos.
3.4 A intervenção da terapia ocupacional utilizando o sistema de comunicação
63
Alternativa e Ampliada.
O presente estudo teve por objetivo demonstrar que a T.O ao utilizar o
sistema de CAA, pode intervir de forma a favorecer e oportunizar a expressão
de necessidade, desejos e escolhas do morador, propiciando-lhe a
possibilidade de atribuir qualitativamente maiores interações com o ambiente
no qual convive.
Foi realizada a intervenção de T.O utilizando-se da abordagem de CAA,
no período de 10/06 à 25/09, contendo dados colhidos do prontuário,
avaliação, descrição das terapias e coleta de depoimentos.Os atendimentos
foram realizados 2 vezes por semana, sendo de 1 hora cada sessão.
Durante as atividades realizadas o morador expressava seus desejos e
necessidades através do olhar, através da movimentação da cabeça
afirmativamente e negativamente e através do apontar.
O sistema utilizado foi o PCS, sendo confeccionado um álbum e uma
prancha compostos por diversas categorias, cada qual representada por
símbolos gráficos, entre as categorias, encontram-se: lugares, cores, animais,
comidas, bebidas, doces, frutas, partes do corpo, vestuário, higiene,
advérbios, opostos, verbos e pessoas. Foi confeccionada uma ponteira
manual de EVA com velcro que foi acoplada a sua mão para que o mesmo
apontasse nas respectivas figuras, além de utilizar também a sinalização com
a cabeça, quando a figura for apontada por outra pessoa. Foram selecionados
para a composição do álbum e da prancha, símbolos gráficos / figuras,
compatíveis e pertinentes ao dia- a- dia do morador. A intervenção, através
deste sistema, preconizou como objetivo a percepção e assimilação dos
símbolos às situações reais do dia- a- dia, para que fosse possível estabelecer
e desenvolver uma relação funcional entre o desejo e a manifestação/
expressão das necessidades de R.F, despertando a motivação intrínseca para
ampliar a qualidade de sua comunicação e interação. O sistema utilizado cria
condições para que o morador assistido expresse seus desejos e
necessidades, além de favorecer maior interação com toda a equipe da
instituição, contribuir para uma melhor sociabilização e criar feixes de relações
64
no meio em que vive.
3.4.1 Dados referentes às terapias
Data
Instrumento
Terapêutico/
Atividade
Avaliação
Objetivos
Conduta
Avaliar aspectos
motores, visuais,
cognitivos, e sua forma
de comunicação.
11/06/08
Jogos da memória
com diversas figuras
de opostos e livros
de estórias
Associação de comidas
com seus respectivos
animais e opostos como
triste/feliz, frio/quente e
entre outros.
12/06/08
Quebra-cabeça de
quatro peças, livros
com figuras de frutas
e animais, fantoches
de animais diversos
Reconhecimento de
animais e frutas, através
do lúdico
O
morador
foi
posicionado
em
decúbito dorsal e
sentado
para
avaliar
aspectos
quanto
a
motricidade,
coordenação
visual, controle de
tronco e cabeça.
Foi mostrado no
concreto para que
ele visualizasse e
memorizasse; ele
se comunicou a
principio com o
balanceio
de
cabeça,
alguns
sons
e
pelo
sorriso.
O
morador
interagiu bem com
as estagiárias e
reconheceu o gato,
vaca, elefante e
cachorro, o mesmo
manteve-se atento
e compreendeu e
memorizou alguns
novos animais.
10/06/08
Continua
65
Continuação
17/06/08
19/06/08
Passeio no pátio
externo do hospital
Mostrar os animais e
lugares do seu
cotidiano, estimular a
recepção e percepção
visual e auditiva para
favorecer seus próprios
desejos e escolhas
através da comunicação
alternativa
Lince,
livros
e
prancha com luzes.
Reconhecimento de
objetos, animais, frutas
e noção de cores.
Durante o passeio
o
morador
reconheceu bem
os animais e os
lugares
do
hospital,
as
estagiárias
falavam
e
mostravam
para
ele
e
sua
comunicação
foi
através
do
balanceio
de
cabeça,
expressava
sorrisos e emitiu
alguns
sons
ininteligíveis.
Durante
o
atendimento
o
morador
utilizou
uma
ponteira
adaptada
para
apontar a figura ou
na
cor
correspondente
com a que a
estagiária
solicitava,
apresentou
conhecimento
sobre
as cores azul,
amarelo, verde e
vermelho
(cores
primárias)
e
laranja; os animais
reconheceu o gato,
cachorro, pássaro,
coelho, tartaruga,
cavalo,
jacaré,
tigre,
baleia
e
objetos
como
telefone, televisão,
rádio, cadeira, CD,
cama
e
entre
outros.
Continua
66
Continuação
24/06/08
Objetos como: ursos,
bolas, lápis de cor,
caleidoscópio, seus
objetos
pessoais,
seus
trabalhos
manuais, suas fotos,
bandeirinhas
de
festa
junina,
e
símbolos
do
corinthians
e
palmeiras
Estimular a noção de
cores como: vermelha,
amarela, azul, rosa,
marrom, verde, preto e
branco, estimular a
percepção e recepção
visual e associar com os
seus objetos pessoais e
de seu convívio.
O atendimento foi
iniciado em sala de
terapia e depois o
morador foi levado
para seu quarto
para
que
pudéssemos
explorar as cores
em seus objetos,
foi montado o PCS
de cores e o
mesmo foi utilizado
para que houvesse
a expressão e
interação com as
estagiarias, utilizou
a
ponteira
adaptada
26/06/08
Prancha de formas
e cores, bola, dado,
peças do jogo entre
outros
Estimular a noção de
formas e cores
O morador não
sabia identificar as
formas, então as
estagiárias
mostravam
em
objetos as formas,
nomeava e pedia
para o morador
apontar no PCS,
as cores e formas.
Continua
67
Continuação
01/07/08
Fantoches
de
animais, livros de
contos de estória e
quebra-cabeça
de
duas
peças
de
animais
Estimular o lúdico, e
estimular o
reconhecimento de
animais
03/07/08
Passeio pelo setor
C2 par
Utilizar o PCS de
pessoas de seu
convívio para se
comunicar e reconhecêlas
08/07/08
Bexigas e objetos
coloridos e carimbos
de frutas
Estimular o lúdico,
estimular a percepção e
recepção visual,
estimular o
reconhecimento de
cores, animais e frutas.
Foi montada o
PCS de animais,
durante
o
atendimento
as
estagiárias
mostraram
primeiramente os
animais do ar,
depois da água e
por
último
os
animais terrestres,
o paciente teve
bom entendimento
e
soube
falar
quase todos os
animais,
tendo
dificuldade no urso
panda, coelho pois
não é do seu
cotidiano.
No
atendimento
realizado
foi
levado no quarto
de seus amigos P.
P e A.C, na sala
de fisioterapia e
terapia
ocupacional e sala
de fonoaudiologia.
Durante
o
atendimento
as
estagiárias
utilizaram
carimbos
das
frutas
que
ele
gosta de comer; foi
utilizado o PCS de
cor ,para que o
mesmo apontasse
a cor das frutas.
Continua
68
Continuação
10/07/08
Dominó de animais e
opostos
Estimular a
comunicação alternativa
durante o jogo, com
reconhecimento de
animais e opostos.
O morador realizou
a atividade sem a
ponteira manual, e
utilizou com um
pouco
de
dificuldade a sua
mão,
pois
o
mesmo
queria
tocar os objetos,
foi colocado então
as peças até o seu
limite e com as
peças
que
estavam
a
distância maior ele
comunicava
através do olhar.
15/07/08
PCS dos opostos
Estimular a
comunicação
alternativa, estimular a
percepção e recepção
visual, para o
reconhecimento dos
opostos.
As
estagiárias
foram mostrando
ao morador as
figuras e os seus
opostos,
em
seguida
pegou
alguns objetos e
brinquedos
e
diferenciou
de
acordo com seu
tamanho, formas e
cores.
17/07/08
PCS com os meses
do ano
Estimular a
comunicação alternativa
e reconhecimento dos
meses do ano
As
estagiárias
mostraram
os
meses do ano e
suas
datas
comemorativas
como:
Natal,
Páscoa, Carnaval,
seu
mês
de
aniversário entre
outros.
22/07/08
PCS de cores
Escolha da cor para
confecção de uma
ponteira adaptada,
específica para o
morador.
As
estagiárias
pediam para que o
morador
apontasse com a
ponteira provisória
a cor que o mesmo
queria que fosse a
sua
ponteira
adaptada,
o
morador escolheu
a cor azul.
Continua
69
Continuação
24/07/08
Passeio no setor C2
par
Estimular a
comunicação alternativa
com o PCS de lugares
do seu cotidiano
29/07/08
PCS partes do corpo
humano, boneco e
desenho do corpo
humano.
Percepção e recepção
visual e estimular o
esquema corporal, com
identificação das partes
do corpo através do
lúdico.
31/07/08
PCS de Frutas e
doces
Estimular a
comunicação
alternativa, estimular a
percepção visual e
auditiva, para
identificação de frutas e
doces
07/08/08
PCS de verbos
Estimular a percepção
visual e auditiva,
estimular a
comunicação
alternativa, associação
dos verbos às situações
diárias.
Durante o percurso
as
estagiárias
foram mostrando
os
locais
da
unidade e com o
PCS o morador
apontava os locais
que gostaria de ir.
Durante
o
atendimento
as
estagiárias
mostraram
um
boneco
e
o
desenho do corpo
humano na folha
de sulfite, para que
o
morador
reconhecesse as
partes do corpo e
depois foi utilizado
o PCS para que o
morador
apontasse
as
figuras de acordo
com o que as
estagiárias
solicitavam
As
estagiárias
mostraram
as
frutas, depois de
identificar as frutas
e doces pediu para
que o morador
apontasse
as
frutas e doces que
mais gostava.
Durante
o
atendimento
foi
perguntado para o
morador o que ele
gostaria de fazer
após a terapia, o
mesmo com a
ponteira adaptada
apontou a figura
comer ,
ele
interagiu bem com
as estagiárias.
Continua
70
Continuação
12/08/08
PCS de adjetivos
14/08/08
PCS de roupas
19/08/08
PCS objetos
Estimular a percepção e
recepção auditiva,
estimular a noção de
adjetivos.
Durante
o
atendimento
o
paciente
apresentou
dificuldade
em
identificar
as
figuras
ou
as
confundiu-se
como,
por
exemplo: confuso
e
deprimido ;
alegre
e
aborrecido , pois
as
figurascaricaturas,
são
parecidas.
Estimular a
comunicação alternativa
e ampliada, estimular a
percepção e recepção
visual para identificação
e noção de peças de
roupas.
Durante
o
atendimento
as
estagiárias
mostraram
as
figuras ao morador
e
foi
correlacionando as
roupas
que
o
mesmo
estava
vestindo.
Em
seguida
as
estagiárias pediam
para
que
o
morador
apontasse
nas
figuras da prancha,
o morador apontou
as
figuras
corretamente.
As
estagiárias
mostraram
ao
morador
as
figuras
e foi
correlacionado
com os objetos da
sala, e mostraram
para que serviam
os
objetos,
o
mesmo
apontou
corretamente
as
figuras,
sendo
necessário
às
vezes a ajuda da
estagiária.
Estimular a percepção e
recepção auditiva e
visual, estimular a
comunicação alternativa
e ampliada, estimular o
reconhecimento de
objetos
Continua
71
Continuação
21/08/08
PCS higiene
Estimular a percepção e
recepção auditiva e
visual, estimular a
comunicação alternativa
e ampliada, para
identificação de
produtos e situações
relacionadas a higiene
26/08/08
Jogo de encaixe
frutas e PCS de
frutas
Estimular a
comunicação alternativa
e ampliada, estimular a
noção e
reconhecimento das
frutas, estimular o
lúdico.
04/09/08
Prancha
de
comunicação
alternativa acoplada
em sua cadeira de
rodas,
na
mesa
inclinável
Estimular a
comunicação na
cozinha, escolhendo o
que gostaria de comer
Foi mostrado ao
morador as figuras
em seguida alguns
objetos
relacionados
ao
tema como pasta
de dente, escova e
toalha. Em seguida
explicou para que
servia cada objeto
,
foi
utilizado
também o PCS
verbos onde
as
estagiárias
perguntavam
ao
morador
quando
ele utilizava cada
peça, por exemplo:
escova de dente,
depois de comer e
acordar,
toalha
após tomar banho
e com a ponteira
o
morador foi
apontando
as
figuras.
O
morador
foi
encaixando
as
peças do jogo no
espaço
correspondente a
cada figura
As
estagiárias
mostraram
ao
morador
as
figuras
de
comida
e
bebidas
e
solicitaram
para
que
o
mesmo
apontasse o que
gostaria de comer
e beber, o morador
apontou as figuras
de acordo com o
que desejava.
Continua
72
Continuação
09/09/08 (período
da manhã)
Saída
cinema
externa
Estimular a
sociabilização, contato
com o meio externo e o
uso da prancha no
cinema
09/09/08 (período
da tarde)
Prancha
de
comunicação
alternativa, jogo da
memória.
Estimular a
comunicação
alternativa, estimular o
lúdico, percepção e
recepção visual e
auditiva
11/09/08
Prancha
de
Comunicação
alternativa acoplada
em sua cadeira de
rodas, papel sulfite
e tintas
Estimular
a
comunicação
alternativa, estimular o
lúdico,
estimular
a
percepção e recepção
visual,
estimular
o
reconhecimento
de
cores.
16/09/08
Jogo da memória e
prancha
de
comunicação
alternativa
Estimular
a
comunicação alternativa
percepção e recepção
visual e memória
Durante o passeio
o
morador
demonstrou
afirmativamente
com a cabeça ter
gostado do filme.
As
estagiárias
perguntaram
e
apontaram
na
figura refrigerante
para saber se ele
gostaria de tomar,
o mesmo afirmou
com a cabeça
Foi solicitado ao
morador para que
o
mesmo
apontasse o que
gostaria de fazer, o
mesmo apontou a
figura do brincar. O
morador associou
as figuras do jogo
com as figuras da
prancha.
Primeiramente
o
morador preferiu ir
a sala de TV da
unidade apontando
a figura da mesma,
em seguida foi
questionado se o
mesmo queria ir
para a sala de
terapia, afirmando
(sim), onde foi
realizado
a
atividade
pintura
dedo .
O
morador
escolheu
jogar
apontando para a
respectiva
figura
na prancha de
comunicação. Foi
realizado jogo da
memória, na qual
apontava as peças
que gostaria que
as
estagiárias
virassem.
Continua
73
Continuação
19/09/08
Saída
na
área
externa da instituição
Estimular a interação e
a comunicação com o
meio
23/09/08
Pintura em papel
manilha e prancha
de
comunicação
alterantiva
Estimular a noção de
cores, e a comunicação
alternativa
25/09/08
Dominó (frutas) e
prancha
de
comunicação
alternativa.
Encerramento
Estimular
a
comunicação alterantiva
e noção de frutas
As
estagiárias
mostravam
as
figuras na prancha
e
o
mesmo
escolheu
afirmando com a
cabeça
que
gostaria
de
passear.
O
morador
apontava
na
prancha as cores
que gostaria de
pintar .
O
morador
associava
as
peças com
a
ajuda com seu
membro superior
direito.
Foi
explicado
ao
morador, que os
atendimentos no
período da tarde
seriam encerrados.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Quadro nº4: Dados referentes às terapias
3.5
Orientação a equipe da instituição, responsável pelo caso, quanto ao
uso do sistema de comunicação Alternativa com o morador.
Após ter realizado a confecção das pranchas, foi realizada orientação a
equipe da Unidade C2 Par no período da manhã e tarde, onde estavam
presentes membros da equipe, entre eles: enfermeira chefe, os auxiliares de
enfermagem,
pedagoga,
fisioterapeuta,
fonoaudióloga
e
Terapeuta
Ocupacional. Foram mostradas as pranchas de CAA confeccionadas durante
o período da pesquisa, compostas por diversas categorias, cada qual
representada por símbolos gráficos, entre as categorias encontram-se:
comidas, bebidas, doces, frutas, pessoas, animais, cores, advérbios, verbos,
opostos, higiene, partes do corpo e lugares, cada qual em suas respectivas
74
cores, também foi mostrada a ponteira adaptada e foram orientados quanto
ao uso da prancha e ponteira no dia-a dia do morador enfatizando como
objetivo a promoção de uma melhor interação do morador com os funcionários
e maximização de seu potencial de expressão e escolhas.
3.6
A palavra dos profissionais
A palavra do médico pediatra
É do sexo masculino, 43 anos, residente na cidade de Penápolis, SP,
formado à 15 anos , com especialização em Pediatria e Terapia intensiva
pediátrica. Atuante em Lins e região.
Eis o depoimento:
O mesmo relatou a importância da Terapia
Ocupacional na melhora das funcionalidades
nas atividades de vida diária e prevenção de
deformidades. Conhece o método de CAA com
um paciente na qual acompanha em homecare. Acredita que a utilização do método CAA
trará benefícios aos indivíduos com PC, pois
melhora sua auto-estima e proporciona sua
integração social. (PEDIATRA, 43 anos)
A palavra da fisioterapeuta
É do sexo feminino, 35 anos, residente na cidade de Lins, SP, formada
à 10 anos.
75
Eis o depoimento:
Relatou conhecer o método CAA em uma
instituição
que
trabalhava
anteriormente.
Acredita que a Terapia Ocupacional utilizando
o método CAA pode trazer benefícios a
clientela com PC, pois o paciente com
seqüela de PC que não desenvolveu a fala
consegue se comunicar, se fazer entender,
expressando suas vontades e necessidades,
sendo assim podemos compreendê - los e
respeitar suas vontades. A CAA trará maior
oportunidade de escolha e expressão de
necessidades ao morador assistido em todos
os aspectos, uma vez que o morador aprenda
e entenda o método ele conseguirá expressar
seus sentimentos. (FISIOTERAPEUTA, 35
anos)
A palavra da fonoaudióloga
É do sexo feminino, 31 anos, residente na cidade de Lins, SP, formada
à 9 anos. Atualmente atua em consultório, no CAIS- Clemente Ferreira em
Lins e Hospital clínico.
Eis o depoimento:
Relatou ser importante o método CAA, pois
proporciona auxílio na efetividade da interação
e comunicação do indivíduo que não se utiliza
da linguagem oral. Diz utilizar o método
76
através de figuras e do PCS com pranchas e
álbuns. Acredita que a T.O utilizando o método
CAA trará benefícios aos indivíduos com PC,
no desenvolvimento global, biopsicossocial,
pois favorece a aquisição de conhecimentos,
ampliando a linguagem como um todo, trará
maior oportunidade ao morador assistido no
sentido de se fazer entender de forma mais
clara e poder se utilizar da linguagem
expressiva efetivamente.(FONOAUDIÓLOGA,
31 anos)
A palavra da pedagoga
É do sexo feminino, 37 anos, residente na cidade de Lins, SP, formada
à 10 anos, em pedagogia com licenciatura plena e habilitação em deficiência
mental. Atualmente atua na classe hospitalar do Cais Clemente Ferreira.
Eis o depoimento:
Diz
conhecer
o
método
CAA
quando
começou a trabalhar no CAIS- Clemente
Ferreira em Lins e em contato com a
fonoaudióloga, conheceu o programa CAA e
a partir deste momento, passou a trabalhar
com o método. Relatou que a grande
dificuldade no tratamento das pessoas com
seqüela
de
PC
é
saber
das
suas
necessidades e com este método elas
conseguem
expressar
seus
sentimentos,
vontades e anseios. O método permite que o
paciente
informe
aquilo
que
está
77
necessitando, em vários aspectos tais como:
higiene, vestuário, alimentação, sentimentos
entre outros, facilitando assim o atendimento
de suas necessidades. (PEDAGOGA, 37
anos)
Palavra do auxiliar de enfermagem
É do sexo masculino, 41 anos, residente em Lins, SP, formado à 6 anos
, técnico em enfermagem- intensivista- UTI adulta. Atua no CAIS
Clemente
Ferreira em Lins.
Eis o depoimento:
Relatou ser de grande importância o trabalho
da T.O em indivíduos com PC, pois tem o papel
de proporcionar um meio de vida melhor e a
T.O é indispensável. Conheceu o método CAA
através da orientação feita aos profissionais da
unidade C2 par e troca de informações com
profissionais. Acredita que o método utilizado
pela T.O pode abrir mais uma janela em uma
vida tão limitada, e criando alternativas como
esta com certeza o cliente será beneficiado,
pois a comunicação é essencial para o cliente
se expressar. (AUXILIAR DE ENFERMAGEM,
41 anos)
Palavra da Psicóloga
78
É do sexo feminino, 49 anos, residente em Lins, SP, formada à 9 anos
em Psicologia pela Universidade de São Marcos
SP, atualmente atua no
Cais - Clemente Ferreira em Lins
Eis o depoimento:
Diz conhecer o método pois alguns moradores
já utilizam que inicialmente foi efetivado pela
fonoaudióloga, acredita que com a utilização
deste método o morador pode se comunicar de
uma maneira adequada e através desta todas
as pessoas envolvidas com o mesmo podem
colaborar e ajudá-lo
e
acredita que este
método trará ao morador condições de se fazer
entender por todos que lidam com ele e vice e
versa.(PSICÓLOGO, 49 anos)
Palavra da Terapeuta Ocupacional:
É do sexo feminino, 40 anos, residente em Lins, SP, possui
formação, Conceito Bobath, especialista em Administração Hospitalar e
Saúde mental e Ceto
Centro de especialidades em Terapia
Ocupacional, atualmente atua no Cais Clemente Ferreira em Lins e
Supervisora de estágio Neuro-infantil.
Eis o depoimento:
Diz
conhecer
o
método,
e
o
utiliza
79
parcialmente através de objetos concretos,
fotos e miniaturas, não faz uso de prancha
devido as características da clientela, ou seja,
crianças e adolescentes com transtornos
mentais. Acredita ser uma comunicação
alternativa e ampliada fracionada somente
durante as terapias, tendo com o princípio a
realização de algumas atividades dentro das
limitações
existentes.
A
importância
da
Comunicação alternativa para a população
alvo em questão requer que o profissional se
ajuste as suas necessidades e recorra ao
setting terapêutico e ao manejo, ou seja,
atividades
com
objetivos
de
promover
adaptação ambiental, ou seja, a inclusão que
faltou em seu processo de desenvolvimento,
buscando o reconhecimento do ser humano
em sua totalidade. Acredita que a utilização
da mesma pode trazer benefícios para
indivíduos com seqüelas de paralisia cerebral
e diz usar a fala de uma amiga profissional
para sintetizar tal questionamento. Ocupar-se
da
Terapia
Ocupacional
é
poder
experimentar, vivenciar a chegada e a partida
de sujeitos que, com o nosso investimento
pessoal e a nossa prática clínica, conseguem
seguir o caminho ocupando-se de suas
próprias
vidas .
OCUPACIONAL, 40 anos)
(TERAPEUTA
80
3.7
Discussão
Este trabalho procurou ampliar os conhecimentos sobre os sistemas de
CAA e através da avaliação das potencialidades e necessidades do morador
em questão, identificar e desenvolver um sistema alternativo que vá de
encontro às suas necessidades e amplie sua comunicação, promovendo maior
qualidade interacional no ambiente em que vive.
Segundo Pfeifer (1997), a limitação motora presente na PC também
ocasiona dificuldades na qualidade do desenvolvimento da comunicação e
interação com o meio, bem como dificuldades na construção do espaço e suas
relações, o que por sua vez, reflete em suas funções cognitivo-intelectuais.
De acordo com Chun (apud MOREIRA, (2001) a comunicação
suplementar e /ou alternativa refere-se a todas as formas de comunicação que
complementem, suplementem, substituam ou apóiem a fala. Dirige-se a cobrir
as necessidades expressivas e a aumentar a interação comunicativa tanto dos
indivíduos que apresentam elevado nível de compreensão da linguagem oral,
mas não possuem um meio adequado de expressão, como aqueles outros
cujas alterações impeçam de adquirir a fala como veículo de expressão e ao
mesmo tempo interfiram na compreensão da linguagem, incluso requisitos
cognitivos e sociais.
Com o intuito de favorecer e ampliar a interação e comunicação do
morador, foi confeccionado um álbum e uma prancha, compostos por
símbolos gráficos, pertencentes a diversas categorias, através do sistema
PCS, para viabilizar uma forma alternativa de comunicação ao mesmo.
A pesquisa realizada demonstrou que com o uso da CAA o morador
pôde potencializar e melhorar a sua qualidade interacional com o meio em que
vive.
81
3.8
Conclusão sobre o caso
Após avaliação, intervenção terapêutica, reavaliação e coleta de
depoimentos foi possível verificar que o uso da CAA com o morador R.F.,
promoveu uma maior e melhor qualidade interacional na comunicação do
sujeito assistido, oportunizando e favorecendo escolhas e expressão de
necessidades, desejos e sentimentos.
Os
resultados
obtidos
comprovam
que
após
a
confecção
e
incorporação do uso da prancha e do álbum, com figuras representativas, o
morador pode ter potencializada a manifestação de seus desejos, sentimentos
e necessidades.
O paciente utiliza-se de movimentos afirmativos e negativos de cabeça
para se comunicar ou do uso do apontar com a ponteira adaptada, porém com
maior grau de dificuldade devido sua limitação motora, dificultando o
direcionamento do apontar, porém, o velcro acoplado à ponteira, favorece a
preensão e facilita a comunicação, pois assim a ponteira não escorrega ou sai
de sua mão. Em alguns momentos há necessidade de ajuda de outra pessoa,
nestes momentos responde com movimentos afirmativos e negativos de
cabeça.
O morador apresentou boa percepção e assimilação dos símbolos
gráficos, com compreensão e memorização, atribuindo os significados
corretamente e fazendo uso funcional dos mesmos no seu dia a dia.
Por conta da similaridade entre alguns símbolos de algumas categorias,
entre elas os advérbios pela semelhança entre as expressões faciais, há risco
do morador apontá-las erroneamente, o que pode ser corrigido com o
interlocutor proferindo em voz alta o seu significado, o que será interpretado
pelo morador e confirmado ou negado pelo mesmo, caso tenha feito uma
opção equivocada.
Portanto, conclui-se após a análise dos resultados, que a T.O,
utilizando-se da CAA, facilita a comunicação não-verbal de um morador do
Cais Clemente Ferreira em Lins com seqüela
de paralisia cerebral,
82
melhorando a sua qualidade de vida e promovendo oportunidades de
escolhas, expressão de necessidades e desejos, no ambiente em que
convive, meio interno-instituição e meio externo quando são promovidos
passeios e saídas externas.
Deve-se, porém, visar a continuidade da intervenção realizada e
utilização do sistema por toda a equipe em contato com o mesmo, para que
esta forma alternativa de comunicação se faça cada vez mais presente e
eficaz na rotina do morador.
83
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A PC é uma lesão do sistema nervoso central que provoca déficits,
interferindo na manutenção de posturas e realização de movimentos, e
freqüentemente está associada a problemas de fala, visão e audição,
alterações cognitivas, perceptivas entre outros.
Em casos no qual o paciente com seqüela de PC apresenta
dificuldades na fala, os profissionais podem recorrer ao método de CAA, que
se refere a toda forma que substitui ou complementa a fala, auxiliando as
pessoas que não utilizam a comunicação verbal para se expressarem; a
utilização desta destina-se
a compensar os déficits e proporcionar
capacidades equivalentes aos da maioria das pessoas, envolvendo o uso de
gestos manuais, expressões faciais e corporais e símbolos gráficos, como
fotografias, gravuras, desenhos, objetos, entre outros.
A intervenção da T.O, utilizando a CAA, influencia diretamente na
capacidade de expressão do paciente, uma vez que amplia e oportuniza a
possibilidade de escolhas e oferece ainda, uma maneira mais eficaz e diretiva
na expressão de necessidades e desejos, que em sua maioria, na ausência da
comunicação verbal, precisam ser codificadas através de adivinhações, com
uma grande chance de serem percebidas equivocadamente. Ressalta-se a
importância e necessidade do terapeuta ocupacional em estudar e identificar o
melhor sistema a ser utilizado pelo paciente, com base em suas necessidades
e potencialidades, aquele que melhor se destina alternativamente a ampliar
sua capacidade funcional de comunicação.
O presente estudo buscou associação entre bases teóricas da CAA, e a
prática, através da aplicabilidade deste embasamento teórico à rotina do
morador assistido, promovendo uma forma alternativa de compensar os
déficits apresentados em sua capacidade de expressão.
A partir dos resultados obtidos, acredita-se na utilização da CAA como
mediadora e potencializadora no estabelecimento de uma maior e melhor
comunicação, aos que apresentam disfunções relacionadas à linguagem oral.
84
Sugere-se que os sistemas de CAA, sejam utilizados com maior
freqüência nas intervenções realizadas, em especial com esta população
neurológica, por serem estes mesmos sistemas promotores e facilitadores no
estabelecimento de formas alternativas de comunicação e por apresentarem
relevância significativa na promoção de uma melhor qualidade de vida ao
permitirem que o sujeito conduza por si só a expressão do que deseja ou
necessita.
85
CONCLUSÃO
Como foi descrito anteriormente a PC é uma seqüela do SNC que
provoca alterações neuropsicomotoras como: alterações no movimento, tônus,
cognitivas, fala e entre outros. E quando a fala está prejudicada, é necessário
recorrer a outros tipos de sistemas como o de CAA que possibilita ao indivíduo
expressar-se com maior eficiência no meio em que vive.
A pesquisa demonstrou que a T.O, utilizando-se da CAA, facilita a
comunicação não-verbal de um morador do Cais Clemente Ferreira em Lins
com seqüela de paralisia cerebral, melhorando a sua qualidade de vida e
promovendo oportunidades de escolhas, expressão de necessidades e
desejos, no ambiente em que convive, meio interno-instituição e meio externo
quando são promovidos passeios e saídas externas.
Por ser a CAA, uma abordagem de intervenção rica e embutida de
saberes que conduzem à ampliação das formas de comunicação dos
pacientes com déficits nesta área, enfatiza-se a necessidade de se dar
continuidade a novas pesquisas utilizando-se desta abordagem e recursos
oferecidos por ela em busca de maior funcionalidade e qualidade interacional,
em benefício da população assistida. Espera-se que a contribuição deixada
neste trabalho, some-se a futuras pesquisas, enfocando assuntos, tais como:
a utilização de sistemas alternativos de comunicação em contextos escolares,
para viabilizar o processo de aprendizagem de pacientes com seqüelas de
distúrbios neuromotores.
86
REFERÊNCIAS
ALMIRALL, C.B. et al. Sistemas de sinais e ajudas técnicas para a
Comunicação Alternativa e a Escrita. Editora Santos. São Paulo, 2003.
AMERICAN SPEECH-LANGUAGE- HEARING ASSOCIATION.
augmentative and alternative communication.ASHA, 1989.
Report:
ANDREI. Dicionário médico.São Paulo,1987.
BLAKISTON. Dicionário médico. São Paulo: Manole, 1972.
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Ampliando possibilidades de indivíduos sem fala funcional. São Paulo,
1986.
90
APÊNDICES
91
APÊNDICE A - Roteiro de estudo de caso
1- INTRODUÇÃO
Roteiro de Anamnese e história clínica
Avaliação do morador, baseado no roteiro de Comunicação alternativa,
para identificação dos déficits do sistema de comunicação compatível às
necessidades do sujeito
2- O TRATAMENTO REALIZADO
Materiais
Métodos terapêuticos empregados
Técnicas utilizadas
Depoimentos sobre o caso
3- DISCUSSÃO
Será realizada a análise entre os fundamentos teóricos e procedimentos
práticos utilizados no caso.
4- RESULTADOS E SUGESTÕES
Será descrita a evolução e os resultados obtidos diante da intervenção
realizada
com
procedimentos.
sugestões
sobre
manutenção
e
modificações
de
92
APÊNDICE B - Roteiro de Avaliação de Comunicação Alternativa e
Ampliada, pré intervenção, baseado nas potencialidades e necessidades
do paciente
FONTE: Adaptado de Comunicação Alternativa - Recursos de Baixa e
Alta Tecnologia - Miryam Pelosi - T.O Mestre em Educação - UERJ
1-
Como o indivíduo se comunica?
2-
O que o indivíduo comunica?
3-
Quais são as habilidades visuais, auditivas e perceptivas?
4-
Qual é sua atitude frente a comunicação?
5-
Quais são as habilidades motoras?Apresenta movimento ativo de
cabeça?
6-
Qual habilidade (sistema sensorial, perceptivo ou motor) pode
ser utilizado para se estabelecer uma comunicação?
7-
O que ele precisa comunicar (alimentação, higiene, vestuário,
mudanças posturais, sentimentos, desejos e necessidades em geral) ?
8-
O que ele não consegue comunicar (alimentação, higiene,
vestuário, mudanças posturais, sentimentos, desejos e necessidades
em geral)?
9-
Qual sua rotina?
10-
Qual o sistema indicado de comunicação alternativa e ampliada
para o indivíduo? Descreva?
11-
Adaptações necessárias.
93
APÊNDICE C - Roteiro de avaliação de Comunicação Alternativa e
ampliada, pós - intervenção de Terapia Ocupacional
FONTE: Adaptado de Comunicação Alternativa - Recursos de Baixa e
Alta Tecnologia - Miryam Pelosi - T.O Mestre em Educação
UERJ
1-
Como o indivíduo se comunica atualmente?
2-
O que o indivíduo passou a comunicar, após a introdução da
comunicação alternativa e ampliada?
3-
Qual é sua atitude, frente à utilização da comunicação alternativa
e ampliada?
4-
Quais componentes (sensoriais, perceptivos e motores) tem
utilizado para estabelecer a expressão de desejos e necessidades,
através da comunicação alternativa e ampliada?
94
APÊNDICE D - Roteiro de entrevista para o Médico Pediatra
I - Dados de identificação
Sexo: _____________________ Idade:______
Formação:______________________________________________________
Tempo de experiência: ____________________________________________
Experiências profissionais atuais:____________________________________
Cidade: _______________________________________Estado:___
II- Perguntas específicas
Você conhece a atuação da Terapia Ocupacional no tratamento de um
paciente com seqüela de paralisia cerebral?
Qual a importância da terapia ocupacional no tratamento desses pacientes?
Você conhece o método de Comunicação alternativa e ampliada no
tratamento de um paciente com seqüela de paralisia cerebral? Como?
Você acredita que a Terapia ocupacional ao utilizar a Comunicação alternativa
e ampliada com esta clientela, pode trazer-lhes benefícios? Por quê?
_______________________________________________________________
95
APÊNDICE E - Roteiro de entrevista para Psicóloga
I- Dados de identificação
Sexo: _____________________ Idade:______
Formação:______________________________________________________
Tempo de experiência: ____________________________________________
Experiências profissionais atuais:____________________________________
Cidade: _______________________________________Estado:___________
II- Perguntas específicas
Você conhece o método de comunicação alternativa e ampliada no tratamento
de pacientes com seqüela de Paralisia cerebral? Como?
Você acredita que a Terapia ocupacional ao utilizar a comunicação alternativa
e ampliada com esta clientela pode trazer-lhes benefícios? Por quê?
Você acredita que a Terapia Ocupacional ao utilizar a Comunicação
Alternativa e Ampliada com indivíduos com seqüelas de paralisia cerebral,
pode trazer-lhes benefícios? Quais?
96
APÊNDICE F - Roteiro de entrevista para a Fisioterapeuta
I- Dados de identificação:
Sexo: _____________________ Idade:______
Formação:______________________________________________________
Tempo de experiência: ____________________________________________
Experiências profissionais atuais:____________________________________
Cidade: _______________________________________Estado:___________
II- Perguntas específicas
Você conhece o método de comunicação alternativa e ampliada no tratamento
de pacientes com seqüela de Paralisia cerebral? Como?
Você acredita que a Terapia ocupacional ao utilizar a comunicação alternativa
e ampliada com esta clientela pode trazer-lhes benefícios? Por quê?
Você acredita que a Terapia Ocupacional ao utilizar a Comunicação
Alternativa e Ampliada com indivíduos com seqüelas de paralisia cerebral,
pode trazer-lhes benefícios? Quais?
97
APÊNDICE G - Roteiro de entrevista para a Fonoaudióloga
I- Dados de identificação
Sexo: _____________________ Idade:______
Formação:______________________________________________________
Tempo de experiência: ____________________________________________
Experiências profissionais atuais:____________________________________
Cidade: _______________________________________Estado:___
II- Perguntas específicas
Qual a importância da comunicação alternativa e ampliada no cotidiano de um
paciente com paralisia cerebral?
Você utiliza a comunicação alternativa e ampliada com esta clientela? Como?
Você acredita que a terapia ocupacional ao utilizar a Comunicação Alternativa
e Ampliada com indivíduos com seqüelas de paralisia cerebral, pode trazerlhes benefícios? Quais?
98
APÊNDICE H - Roteiro de entrevista para o Auxiliar de Enfermagem
I- Dados de identificação
Sexo: _____________________ Idade:______
Formação:______________________________________________________
Tempo de experiência: ____________________________________________
Experiências
profissionais
atuais:_____________________________________
Cidade: _______________________________________Estado:___
II- Perguntas específicas
Você conhece o trabalho da Terapia Ocupacional dentro do CAIS Clemente
Ferreira?
Qual sua opinião a respeito da Terapia Ocupacional no tratamento dos
moradores com seqüela de paralisia cerebral, institucionalizados no CAIS
Clemente Ferreira ?
Você conhece o método de Comunicação alternativa e ampliada junto a
população com seqüela de paralisia cerebral? Como?
Você acredita que a Terapia Ocupacional ao utilizar a Comunicação
Alternativa e Ampliada com indivíduos com seqüelas de paralisia cerebral,
pode trazer-lhes benefícios? Quais
_____________________________________________________________
99
APÊNDICE I - Roteiro de entrevista para a Terapeuta Ocupacional
I- Dados de identificação
Sexo: _____________________ Idade:______
Formação:______________________________________________________
Tempo de experiência: ____________________________________________
Experiências
profissionais
atuais:
____________________________________
Cidade: _______________________________________Estado:___
II- Perguntas específicas
Você tem conhecimento da Comunicação alternativa e ampliada?
Você a
utiliza ? Como?
Qual a importância da Comunicação alternativa e ampliada no tratamento de
um paciente com paralisia cerebral?
Você acredita que a Terapia ocupacional ao utilizar a Comunicação Alternativa
e Ampliada com indivíduos com seqüelas de paralisia cerebral, pode trazerlhes benefícios? Quais?
_______________________________________________________________
100
APÊNDICE J - Termo de consentimento livre e esclarecido para instituição
Pelo presente instrumento que atende as exigências legais, o (a) responsável
legal
pela
instituição___________________________________
ciência, da pesquisa intitulada
expressão
de
necessidades,
tomou
A Terapia Ocupacional oportunizando a
desejos
e
escolhas,
de
um
morador
institucionalizado no Cais Clemente Ferreira com seqüela de paralisia
cerebral, através do sistema de Comunicação Alternativa e Ampliada . Através
da apresentação do projeto feito pelas pesquisadoras, cuja a finalidade é:
promover uma melhora nas capacidades de escolhas, expressão de
necessidades e desejos deste morador através do sistema de Comunicação
Alternativa. Frente a esses esclarecimentos e devidamente explicado e não
restando nenhuma dúvida a respeito, firma sua autorização para a realização
da pesquisa proposta. Fica claro que o responsável pode a qualquer momento
retirar sua autorização e ciente de que todas as informações prestadas se
tornarão confidenciais e guardadas por força e sigilo profissional. Tenho
conhecimento dos procedimentos para coleta de dados e que estes dados
serão posteriormente divulgados. Por estarem de acordo assinam o presente
termo.
Lins, ______de _________________de 2008
Assinatura do responsável legal da Instituição
RG:
101
APÊNDICE K - Termo de consentimento livre e esclarecido para instituição
Pelo presente instrumento que atende as exigências legais, o (a) morador e/ou
seu responsável legal ___________________________________ tomou
ciência, da pesquisa intitulada
expressão
de
necessidades,
A Terapia Ocupacional oportunizando a
desejos
e
escolhas,
de
um
morador
institucionalizado no Cais Clemente Ferreira com seqüela de paralisia
cerebral, através do sistema de Comunicação Alternativa e Ampliada . Através
da apresentação do projeto feito pelas pesquisadoras, cuja a finalidade é:
promover uma melhora nas capacidades de escolhas, expressão de
necessidades e desejos deste morador através do sistema de Comunicação
Alternativa. Frente a esses esclarecimentos e devidamente explicado e não
restando nenhuma dúvida a respeito, firma sua autorização para a realização
da pesquisa proposta. Fica claro que o responsável pode a qualquer momento
retirar sua autorização e ciente de que todas as informações prestadas se
tornarão confidenciais e guardadas por força e sigilo profissional. Tenho
conhecimento dos procedimentos para coleta de dados e que estes dados
serão posteriormente divulgados. Por estarem de acordo assinam o presente
termo.
Lins, ______de _________________de 2008
Assinatura do morador e/ou responsável legal
RG:
102
APÊNDICE L - Fotos referentes ao caso
Fonte: autoria própria
Figura 16: PCS tipo Prancha
Fonte: autoria própria
Figura 17: Capa PCS tipo Prancha
103
Fonte: autoria própria
Figura 18: Ponteira adaptada
Fonte: autoria própria
Figura 19: PCS tipo fichário
Fonte: autoria própria
Figura 20: PCS de vestuários
104
Fonte: autoria própria
Figura 21: PCS de higiene
Fonte: autoria própria
Figura 22: PCS de objetos
Fonte: autoria própria
Figura 23: PCS de comidas e bebidas
105
Fonte: autoria própria
Figura 24: PCS de doces
Fonte: autoria própria
Figura 25: PCS de frutas
Fonte: autoria própria
Figura 26: PCS de Lugares
106
Fonte: autoria própria
Figura 27: PCS de advérbios
Fonte: autoria própria
Figura 28: PCS de opostos
Fonte: autoria própria
Figura 29: PCS de verbos
107
Fonte: autoria própria
Figura 30: PCS de partes do corpo
Fonte: autoria própria
Figura 31: PCS de animais
Fonte: autoria própria
Figura 32: PCS meses do ano
108
Fonte: autoria própria
Figura 33: PCS de pessoas
Fonte: autoria própria
Figura 34: PCS de cores
Fonte: autoria própria
Figura 35: R.F, utilizando a prancha de CAA
109
Fonte: autoria própria
Figura 36: R.F, utilizando a prancha de CAA
Fonte: autoria própria
Figura 37: R.F, utilizando a prancha de CAA
Fonte: autoria própria
Figura 38: R.F, utilizando a prancha de CAA
110
GLOSSÁRIO
Afasia: Comprometimento ou perda quase total da captação, manipulação e
as vezes, da expressão de palavras como símbolos de pensamentos, é
produzida por lesões do córtex cerebral e vias de associação no hemisfério
dominante (BLAKISTON, 1972, p.49)
Ametropia: Vício de refração devido as alterações dos meios ou estruturas
oculares, fazendo com que as imagens deixem de se focalizar diretamente
sobre a retina . (BLAKISTON, 1972, p.69)
Astenia: Ausência ou perda de força . (BLAKISTON, 1972, p.122)
Astigmatismo: Defeito visual, congênito ou adquirido, resultante da curvatura
irregular de uma ou várias superfícies de refração . (BLAKISTON, 1972,
p.123)
Atrofia óptica: Atrofia do nervo óptico . (BLAKISTON, 1972, p.130)
Cerebelo: Parte inferior do encéfalo situada abaixo do cérebro e acima da
protuberância e do bulbo raquídeo, consistindo de dois lobos laterais e de um
lobo médio . (BLAKISTON, 1972, p.208)
Disartria: Dificuldade da fala devido a distúrbios motores dos órgãos da
fonação: língua, lábio, véu, palatino, e outros, por ocasião de acometimentos
bulbares, cerebelares e etc .(ANDREI, 1997, p.225)
Disdiadocinesia: Comprometimento da capacidade de efetuar movimentos
alternantes e a sucessão rápida . (BLAKISTON, 1972, p.327)
Dismetria:
Incapacidade
de
governar
exatamente
a
amplitude
dos
movimentos musculares observada em lesões cerebelares . (BLAKISTON,
111
1972, p.328)
Hemibalismo: Movimentos espasmóticos, súbitos e violentos, causado por
uma lesão destrutiva dos núcleos subtâlamicos contralaterais ou das
estruturas subjacentes ou de suas vias de condução . (BLAKISTON, 1972,
p.503)
Ipsolateral: Situado do mesmo lado com sintomas paralíticos, que ocorrem do
mesmo lado que o da lesão que os causa . (BLAKISTON, 1972, p.583)
Jargonofasia: Forma de afasia caracterizada por uma transposição de sílabas
e de palavras tornando a linguagem incompreensível. (ANDREI, 1997, p.417)
Miopia: Vista curta, defeito óptico devido, geralmente, ao grande comprimento
do diâmetro ântero-posterior do globo ocular, pelo que a imagem focal, se
forma a frente da retina . (BLAKISTON, 1972, p.684)
Oxitocina: Octapeptídeo obtido de extratos do lobo posterior da hipófise e
também por síntese, é o principal hormônio que contrai o útero e estimula a
lactação . (BLAKISTON, 1972, p.769)
Tronco
cerebral:
Conjunto
formado
pelo
bulbo,
protuberância
e
o
mesencéfalo . (BLAKISTON, 1972, p.756)
Vasopressina: Princípio pressor, um hormônio peptídico do lobo posterior da
hipófise emprega-se em medicina primariamente pelo seu efeito antidiurético .
(BLAKISTON, 1972, p.1083)
112
113
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