CIRCULAR N° 103 DEZEMBRO/98 ISSN 0100-3356 PUPUNHA PARA PALMITO Cultivo no Paraná Nancy Morsbach1 Aníbal dos Santos Rodrigues2 Francisco Paulo Chaimsohn3 Marcos Roberto Treitny4 INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - LONDRINA - PR 1 Enga Agra, Pesquisadora IAPAR, Área de Fitotecnia. Eng° Agr°, M.Sc. Pesquisador IAPAR, Área de Sócio-Economia. 3 Eng° Agr°, M.Sc. Pesquisador IAPAR, Área de Fitotecnia. 4 Técnico Agrícola, IAPAR, Programa de Culturas Diversas. 2 INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ VINCULADO À SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Rodovia Celso Garcia Cid, km 375 - Fone: (43) 376-2000 - Fax: (43) 376-2101 Cx. Postal 481 - 86001-970 - LONDRINA-PARANÁ-BRASIL Visite o site do IAPAR: http://www.pr.goy.br/iapar DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-Presidente: Florindo Dalberto PRODUÇÃO Arte-final: Sílvio Cézar Boralli Capa: Francisco Paulo Chaimsohn Coordenação Gráfica: Jentaro Lauro Fukahori Impresso na Área de Reproduções Gráficas Todos os direitos reservados ao Instituto Agronômico do Paraná. É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte. É proibida a reprodução total desta obra. P984 Pupunha para palmito: cultivo no Paraná / por Nancy Morsbach e outros. Londrina: IAPAR, 1998. 56 p. (IAPAR. Circular, 103) 1. Pupunha-práticas culturais-Brasil-Paraná. 2. Palmito de pupunha-Práticas culturais-Brasil-Paraná. I. Morsbach, Nancy. II. Rodrigues, Aníbal dos Santos, colab. III. Chaimsohn, Francisco Paulo, colab. IV. Treitny, Marcos Roberto, colab. V. Instituto Agronômico do Paraná, Londrina, PR. VI. Título. VII. Série. CDD AGRIS 634.9745 F01 0329 G514 APRESENTAÇÃO Com muita satisfação, colocamos à disposição da agricultura do Paraná os resultados da pesquisa com pupunha no IAPAR. Essas pesquisas começaram em 1985, no contexto da busca pela pesquisa agrícola paranaense de opções de cultivo que simultaneamente atendessem à necessidade de renda dos agricultores e à preservação do meio ambiente. Noutras palavras, que fossem econômicas e ecológicas. Dentre essas opções destacou-se a pupunha, palmeira há séculos cultivada pelos índios da Amazônia, e posteriormente incorporada à agricultura cabocla daquela região como cultura alimentar, sobretudo pelos seus frutos. Contudo, por alguma dessas ironias do destino, a pupunha destacou-se na atualidade para a produção de palmito. Nesse particular é mais precoce que a juçara (Euterpe edulis), o palmito do Sudeste e do Sul, e além disso perfilha, permitindo várias colheitas, enquanto a juçara dá apenas uma. Comparativamente ao açaí (Euterpe oleracea), palmito hoje muito cortado na região de Belém do Pará, além da maior precocidade, apresenta melhor qualidade de mesa e maior produção. As informações que ora se dão ao público representam um apanhado do estado da arte sobre a pupunha no Paraná, fruto tanto das pesquisas realizadas no Estado como de estudos da literatura e várias visitas técnicas e intercâmbios com outras regiões do Brasil e do exterior. Tais estudos foram conduzidos com a dedicação pioneira e sempre presente da pesquisadora Nancy Morsbach, hoje aposentada, e receberam a contribuição dos pesquisadores Aníbal dos Santos Rodrigues, nos seus aspectos sócio-econômicos, Francisco Paulo Chaimsohn, na adubação e práticas culturais, e do técnico agrícola Marcos Roberto Treitny, cuja cuidadosa condução e considerações de ordem prática foram importantes. Em nome dos autores foi me confiado fazer essa apresentação enquanto Líder do Programa de Pesquisa onde se insere a pupunha. E, também em seu nome, dizer que essa publicação foi pensada como uma ferramenta de trabalho para agricultores, técnicos e outros agentes envolvidos na cadeia do palmito. Enquanto ferramenta de trabalho poderá ser aprimorada com as críticas e sugestões dos seus usuários, que serão sempre muito bem-vindas. Carlos Armênio Khatounian Líder do Programa Culturas Diversas EQUIPE TÉCNICA Nancy Morsbach 1 Aníbal dos Santos Rodrigues 2 Francisco Paulo Chaimsohn 3 Gustavo Ribas Curcio 4 Marcos F. G. Racwal4 Rivail Salvador Lourenço 5 Marcos Roberto Treitny 6 Ednilson Pereira Gomes 6 Roger Daniel de Souza Milléo6 1 Enga Agra, Pesquisadora IAPAR, Área de Fitotecnia. Eng° Agr°, M.Sc. Pesquisador IAPAR, Área de Sócio-Economia. 3 Eng° Agr°, M.Sc. Pesquisador IAPAR, Área de Fitotecnia. 4 Eng° Agr°, M.Sc. Pesquisador EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Florestas. 5 Eng° Agr°, Dr., Pesquisador EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Florestas. 6 Técnico Agrícola, IAPAR, Programa de Culturas Diversas. 2 SUMÁRIO Pág. INTRODUÇÃO 7 CONDIÇÕES PARA O CULTIVO 9 CARACTERÍSTICAS DA PLANTA 10 PROPAGAÇÃO E PRODUÇÃO DE MUDAS 12 COLHEITA E TRATAMENTO DAS SEMENTES 14 SEMEADURA 16 TRANSPLANTE PARA O VIVEIRO 17 TRATOS CULTURAIS NO VIVEIRO 17 ADUBAÇÃO NO VIVEIRO 19 SELEÇÃO DAS MUDAS 20 PLANTIO 20 ESPAÇAMENTO 91 TAMANHO DAS COVAS 22 CALAGEM E ADUBAÇÃO 22 CALAGEM 23 ADUBAÇÃO DE PLANTIO 23 ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO 24 ADUBAÇÃO COM MICRONUTRIENTES 25 TRATOS CULTURAIS 25 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS 25 PRAGAS E DOENÇAS 25 CORTE E COLHEITA 27 MANEJO DE PERFILHOS E RESÍDUOS 31 PERFILHOS 31 RESÍDUOS 31 RENDIMENTO ECONÔMICO E CUSTO DE PRODUÇÃO PALMITO 33 33 5 FRUTOS CUSTOS DE PRODUÇÃO ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DA PUPUNHA NO ESTADO DO PARANÁ 35 36 RECOMENDAÇÕES 41 41 43 44 ANEXO I - APTIDÃO DOS SOLOS DO LITORAL PARA CULTIVO DE PUPUNHA 45 CLIMA SOLO ANEXO II - COMPONENTES UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO 49 BIBLIOGRAFIA 51 EXPERIMENTAÇÃO 55 AGRADECIMENTOS 56 INTRODUÇÃO O palmito é um produto especial, mas de consumo restrito, no País e no mundo. O Brasil é o maior produtor, consumidor e exportador do produto. As principais espécies exploradas são as palmeiras de Açaí (Euterpe oleracea), na região do delta do Rio Amazonas e a Juçara (Euterpe edulis), na mata Atlântica das regiões Sul e Sudeste. Cerca de 99% do palmito comercial é de origem extrativa. O questionamento crescente sobre a sustentabilidade biológica das áreas de preservação, os conflitos por conta das invasões para a extração ilegal de palmito e o rareamento das plantas nas áreas extrativas têm comprometido a viabilidade econômica dessa forma de produção. A exploração racional de Açaí e Juçara é pouco expressiva, havendo restrições significativas à sua expansão. A principal é o ciclo de produção dessas espécies, que é relativamente longo (8 a 12 anos). Por ser uma atividade extrativa, freqüentemente feita de forma ilegal, as informações sobre a economia do palmito são de baixa precisão e confiabilidade. Os dados oficiais informam que no País, em 1985, se produziu 132.105 toneladas de palmito, evoluindo até 202.440 t em 1989. Em 1990 a produção caiu para 27.030 t, diminuindo para 21.000 t em 1992. Não ocorreram causas naturais nem variações no mercado que expliquem essa discrepância. É mais plausível que tenha havido grandes falhas no sistema de informações da produção e/ou forte sonegação fiscal. Estima-se que em 1996 a produção tenha sido de 70.000 t de palmito de origem extrativa (AGRIANUAL, 1997). O mercado interno e externo têm um histórico de significativa instabilidade, por conta de inúmeras deficiências na oferta, principalmente, pois o fornecimento do produto extrativo é irregular e de baixa qualidade. 7 O mercado interno consome 90% da produção nacional. O abastecimento do mercado mundial é feito principalmente pelo Brasil (51%) e pela Costa Rica (24%). Fora o Brasil, o mercado mundial consome cerca de 20.000 t de palmito, anualmente. A França tem sido o principal importador (60% das importações mundiais), seguindo-se os Estados Unidos (20% das importações). Por conta da baixa qualidade do produto ofertado, o principal importador tem reduzido as compras do Brasil, que perde mercado para a Costa Rica, pois a sua produção é de palmito de pupunha cultivada, de boa qualidade. De 1989 a 1994 o Brasil exportou, em média, 10.000 t anuais de palmito. Em 1995, foi vendido para o mercado externo ao redor de 6.000 t e, em 1996, estima-se que se tenha exportado menos de 5.000 t (AGRIANUAL, 1997). O preço do produto exportado tem variado significativamente: de US$ 3.700,00 a tonelada de produto envasado, em 1992, até US$ 5.300,00 a t, em 1996 (AGRIANUAL, 1997). Em 1996 a Costa Rica colocou 3.600 t no mercado, a US$ 2.500,00 a tonelada de palmito envasado. Estima-se que o mercado mundial de palmito esteja ao redor de US$ 500 milhões, com grande potencial de crescimento (COSER FILHO, 1997). Para se ter uma avaliação mais precisa desse potencial, considere-se que o consumo na França é de 160 g e nos Estados Unidos é de apenas 8 gramas per capita/ano. No Brasil o consumo per capita/ano está em torno de 660 gramas (RODRIGUEZ et al, 1995). Prevendo o aumento das restrições (legais, naturais e econômicas) ao extrativismo e a expansão continuada dos mercados interno e externo, produtores e agroindústrias, em todo o País, estão investindo em um número significativo de projetos de palmito cultivado.' As espécies predominantes são a pupunha (Bactris gasipaes), plantada comercialmente em quase todo o País e a palmeira real (Archantophoenix alexandrae), plantada em menor escala, e predominantemente no Estado de Santa Catarina. Embora a designação correta da planta seja pupunheira, é usual tratá-la por pupunha, o que faremos neste trabalho. No Paraná, a pesquisa com palmeiras cultivadas começou em 1987, testando a adaptação de Açaí (Euterpe oleracea), Juçaí (híbrido entre E. edulis e E. oleracea) e Pupunha (Bactris gasipaes). Dessas, a pupunha para palmito tem apresentado os melhores resultados em termos de adaptação agronômica e adequação ao mercado. 8 CONDIÇÕES PARA O CULTIVO Por ser originária do trópico úmido a pupunha se desenvolve melhor em regiões onde as temperaturas médias anuais ficam entre 25 e 28°C. A precipitação adequada deve ser superior a 2.000 mm, com umidade constante. Os solos devem ser férteis, com textura média e boa drenagem. Os plantios devem ser protegidos de ventos fortes (MORA URPI, 1984). SÁNCHEZ (1981) observa que o desenvolvimento da pupunha depende mais das condições de clima que do solo. Nas mesmas condições em regiões de maior precipitação, o desenvolvimento das plantas é maior do que naquelas em que chove menos. Segundo CLEMENT (1989), em solos aluvionais profundos, bem drenados e com alto conteúdo de matéria orgânica obtém-se maiores rendimentos de pupunha. O mesmo autor relaciona como limitações mais críticas ao desenvolvimento da pupunha: a) má drenagem do solo; b) distribuição irregular das chuvas, especialmente em solos com baixa capacidade de retenção de água; c) baixos níveis de matéria orgânica e nutrientes; d) manejo inadequado das ervas daninhas. No Paraná a pupunha vem apresentando os melhores resultados em duas regiões: Litoral e Noroeste (alguns municípios). No Litoral, as condições climáticas se assemelham às da Amazônia quanto ao índice de precipitação e umidade do ar; entretanto a temperatura média anual é mais baixa (20,6°C). Os solos, de maneira geral, são ruins para a agricultura, tanto em estrutura física quanto em fertilidade. Assim, somente com correção e adubação (orgânica e química) pode-se esperar produção econômica. No Noroeste do Estado o clima, segundo a classificação de Köeppen, é Cfa - tropical com períodos secos definidos. A precipitação média é de 1.500 mm anuais, abaixo do adequado para plantios comerciais. Os solos da região são variáveis; desde o Latossolo Roxo, argilo-arenoso até Latossolos Vermelho-amarelo (LVA), arenoso, Arenito Caiuá. Ressalvado que a maior parte dos LVA são pobres, com baixa fertilidade natural, desgastados, e retêm pouca água e nutrientes. Nessa região há algumas unidades de observação de pupunha do IAPAR e cultivos de associados da Cooperativa dos Cafeicultores e 9 Agropecuaristas de Maringá - COCAMAR, localizadas nos seguintes municípios: Jussara (terra roxa estruturada); Japurá (terra mista); Nova Esperança e Castelo Branco (arenito); Querência do Norte e Paranavaí (arenito). Há também uma unidade de observação em Missal, no Oeste do Paraná onde o solo é terra roxa estruturada. Neste local conta-se com a colaboração da Cooperativa Agropecuária Três Fronteiras Ltda. - COTREFAL. Em Jussara e Japurá a pupunha vem apresentando ótimos rendimentos; em Nova Esperança e Castelo Branco, apesar das altas dosagens de adubo usadas, o desenvolvimento das plantas é menor. Em Querência, Paranavaí e Missal o desenvolvimento tem sido menor por conta da baixa adubação, tratos culturais inadequados e falta de umidade. Nos dois primeiros locais, além de solos melhores, a região tem apresentado, nos últimos anos, índices pluviométricos altos (1.800 mm), superiores às médias da mesma (1.500 mm). CARACTERÍSTICAS DA PLANTA Existem dois tipos de pupunha: com e sem espinhos (Figuras 1 e 2). No tipo com espinhos, estes variam em quantidade e comprimento, podendo aparecer em toda a extensão da planta ou somente nas folhas/folíolos. Os espinhos geralmente são escuros e de consistência que varia de débil a forte; os mais compridos medem de 2,5 a 14,3 cm (MATTOS-SILVA e MORA URPI, 1996). Conforme CAMACHO (1972) e MORA URPI (1984), nas plantas com espinhos a qualidade dos frutos é melhor e as plantas são mais resistentes a pragas e doenças. Quando se trata da produção de palmito, recomenda-se plantar somente o tipo sem espinhos, pois a presença destes dificulta a colheita do palmito e o manejo, em geral. Além disso, as lavouras de plantas com espinhos necessitam de maior espaçamento, para evitar acidentes. Os palmitos de plantas sem espinhos não deixam sedimentos quando envasados, ocorrência comum quando se tem palmito de plantas com espinhos; o sedimento deprecia a sua qualidade (BOVI, 1993). Ainda com referência aos espinhos, há diferenças entre as plantas (genótipos) originárias do Peru e da Amazônia brasileira. 10 Figura 1. Planta com espinhos. Figura 2. Planta sem espinhos. Apesar da maioria das plantas não ter espinhos, existe uma percentagem pequena que os apresentam (em torno de 15 e 25%, respectivamente); as quais deverão ser eliminadas por ocasião da seleção. Outra característica importante da pupunha é sua capacidade de perfilhamento (Figura 3), que torna possível cortes anuais de palmito em cada planta. Segundo VILLACHICA (1996), pode haver de um a 20 perfilhos em uma palmeira, sendo raro encontrar plantas que não perfilhem. É importante também observar que o sistema radicular da pupunha é superficial (Figura 4) e se estende por 4 a 5 metros ao redor do tronco. Cerca de 50% das raízes se encontram dentro da projeção da copa, até 20 cm de profundidade (Ferreira et al., 1980, 11 A B Figura 3. Perfilhamento em planta de pupunha, citados por CHAVEZ FLOREZ, 1986). Como ocorre em geral com as palmeiras as raízes primárias da pupunha não se regeneram facilmente quando danificadas. Por isso não se deve capinar e sim roçar as lavouras (BOVI, 1993 e CLEMENT, 1986). PROPAGAÇÃO E PRODUÇÃO DE MUDAS Não existem variedades melhoradas de pupunha, havendo grande variabilidade entre as plantas e dentro das diferentes populações. Além disso a espécie apresenta polinização cruzada, que leva a uma alta segregação. Isso causa desuniformidade na formação das mudas, nas áreas de cultivo e na colheita do produto (BOVI, 1993). A propagação das plantas se faz, usualmente, por sementes. Segundo CAMACHO (1972) e ARIAS (1984) a propagação por perfilhos é inconveniente devido à baixa sobrevivência dos mesmos e a dificuldade em separá-los da planta-mãe. De acordo com ZONABRIA et al. (1996), o sucesso da 12 A B Figura 4. Sistema radicular superficial de planta de pupunha. propagação vegetativa depende de vários fatores: escolha dos perfilhos mais vigorosos, da sua altura, manejo e época do corte das plantas. A técnica de cultura de tecidos para a reprodução da planta ainda é pouco estudada e não apresenta viabilidade prática (ÁRIAS, 1984; ALMEIDA e KERBAUY, 1993; GÓMEZ et al, 1997). Assim, sugere-se que os plantios comerciais sejam feitos com mudas obtidas de sementes de qualidade. Caso haja interesse em produzir frutos para sementes observar as seguintes características, para se ter lavouras mais uniformes: a) ausência de espinhos - a pupunha tem fecundação cruzada; em lavouras para a produção de sementes, se existirem plantas com espinhos (caráter dominante), vai aumentar, ano a ano, o número 13 dessas plantas. b) abundância de perfilhos - o corte contínuo do palmito vai se basear nessa característica de regeneração permanente (BOVI, 1993). c) precocidade e vigor - podem ser observados pelo diâmetro do tronco e o comprimento dos entrenós; quanto maiores, mais vigorosas serão as plantas (CLEMENT, 1988). A produção de frutos, segundo CLEMENT (1986), inicia-se no 2 o ano de plantio no campo, dependendo do genótipo e do meio ambiente. Solos de baixa fertilidade podem atrasar a floração. Na região amazônica, em condições de clima e solos adequados, a p u p u n h a produz duas safras de frutos. A safra principal inicia-se em janeiro e termina em maio; a maior concentração se dá nos meses de março/abril. É usual haver uma safrinha, com a produção dos frutos nos meses de setembro a novembro (ARAÚJO, 1991). Quando se adquire sementes da região amazônica (Brasil e Peru) é melhor comprar na época da safrinha, ocasião em que as condições de temperatura e umidade são mais adequadas para o plantio na região Sul do Brasil, pois é o início do período quente e chuvoso (primavera/verão). A germinação das sementes plantadas na primavera/verão na região Sul está em torno de 70%. As sementes são de tamanho variável, com 2,2 cm de comprimento em média, e 1,5 cm de diâmetro (MATTOS-SILVA, et al, 1996) (Figura 5). Um quilo tem cerca de 400 sementes que, depois de selecionadas, produzirão cerca de 200 mudas (BOVI, 1993). COLHEITA E TRATAMENTO DAS SEMENTES A colheita para sementes é feita quando os frutos estiverem maduros, mas não passados, pois quanto mais se aproximam do ponto de amadurecimento fisiológico, maior será a s u a viabilidade e vigor (HERRERA, 1997). Sementes de frutos verdes têm uma percentagem de germinação menor que aquela proveniente de frutos maduros (ARROYO, 1995). As sementes não suportam desidratação antes de durante a germinação. Deve-se manter os canteiros úmidos sem encharcá-los (ARAÚJO, 1993). Também as baixas temperaturas podem comprometer a germinação. No Litoral do Paraná em plantios no outono (abril) observou-se perdas em torno de 70%, devido 14 A B Figura 5. Sementes de pupunha. possivelmente ao frio e outros problemas de manejo. As experiências de BOVI (1993) mostram que as sementes devem ser retiradas manualmente dos frutos tão logo sejam colhidos. Após dois dias de molho em água corrente devem ser lavadas e atritadas sobre uma superfície áspera (areia, peneira de malha grossa). Em seguida devem ser colocadas por 15 minutos em um recipiente que contenha meio a meio de água sanitária e água limpa (água sanitária a 50%). ARAÚJO (1991) informa que, concluído o período de tratamento, as sementes deverão ser colocadas em jornais, na sombra, para perderem o excesso de água. A casca deve ficar escura, mas sem película de água. Umidade excessiva dificulta a respiração levando a semente ao apodrecimento; porém se secarem em demasia (cinza claro) não germinarão por falta de umidade. 15 Segundo VILLALOBOS e HERRERA (1991), as sementes mantidas constantemente a 30°C iniciarão a germinação mais rapidamente que as mantidas a temperaturas mais baixas (ao redor de 22°C). Temperaturas em torno de 40°C prejudicam significativamente a germinação. O autor afirma ainda que nos substratos usados para a germinação deve-se manter a umidade adequada. Mas o excesso de água inibe a germinação, provavelmente devido à formação de uma película ao redor da semente, que impede a passagem do oxigênio e favorece o ataque de fungos. SEMEADURA A semeadura pode ser feita em canteiros com serragem curtida, os quais deverão ter 1 m de largura e comprimento variável (Figura 6). A base dos canteiros é formada por uma camada de 10 cm de areia e 20 cm de serragem. As sementes são distribuídas uniformemente no mesmo, com uma densidade que varia de 3 a no máximo 5 kg de sementes por m2, cobrindo-as com cerca de 2 cm de serragem e molhando logo em seguida. É importante manter a sementeira com 50% de luz, sob cobertura que pode ser feita com folhas de palmeiras, de bananeiras, sombrite, etc. Canteiros a pleno sol geralmente ressecam o substrato, principalmente se for areia (Araújo, 1993). A cobertura também servirá para impedir que chuvas fortes exponham as sementes na superfície e a germinação de plantas daninhas (ARROYO, 1997). Todavia, em viveiro no Litoral do Paraná efetua-se a germinação a pleno sol, utilizando-se túnel com filme de plástico transparente para conservar o calor e controlar a umidade da sementeira, além de evitar danos de chuvas fortes. Tal tecnologia é de uso relativamente recente no Paraná e ainda deve ser validada. Os canteiros devem ser regados quando a camada superficial estiver seca, tomando-se o cuidado de não encharcá-los, uma vez que o excesso de umidade favorece a disseminação de fungos e o apodrecimento das sementes. Deve-se cuidar para que as sementes não fiquem descobertas, para não secar; se isso acontecer (devido à irrigação, por exemplo) cobri-las imediatamente com serragem. Não é necessário, nem recomendável, fazer adubações nesta fase (BOVI, 1993). A germinação inicia-se 30 dias após a semeadura, podendo 16 Figura 6. Canteiros para semeadura de pupunha. estender-se por até 180 dias; entretanto, entre 60 e 120 dias grande parte das sementes deve ter germinado. Plântulas germinadas após 180 dias devem ser descartadas. Normalmente a germinação varia de 70 a 80%. TRANSPLANTE PARA O VIVEIRO O transplante das mudas deve ocorrer quando tiverem mais de 1 cm de altura, assemelhando-se a um esporãozinho, numa fase em que ainda não houve diferenciação das folhas, mas com as raízes já formadas (Figura 7). Esta operação deve ser feita, de preferência, em dias nublados ou em área sombreada em dias de sol forte. Pode-se plantá-las em sacos plásticos (pretos) de 12 cm de diâmetro por 18 cm de altura para mudas de 8 meses, e sacos de 15 x 25 cm para mudas que permanecerão 12 meses no viveiro. O substrato pode ser constituído por mistura de 3 partes de terra e 1 parte de matéria orgânica; se usar solo pesado também deve ser acrescentada areia na composição do mesmo. Na falta de terra de boa qualidade, além da matéria orgânica, deve-se acrescentar calcário para elevar a saturação de bases a 60% No Litoral do Paraná as mudas atingem de 20 a 30 cm de altura, entre 8 e 12 meses. TRATOS CULTURAIS NO VIVEIRO Os tratos culturais constituem-se principalmente do controle 17 A B C Figura 7. Plântulas de pupunha prontas para transplante. 18 de plantas daninhas (feito manualmente), de pragas e doenças. As pragas mais comuns em viveiro de pupunha são gafanhotos, lagartas, vaquinhas, cochonilhas e ácaros, sendo que estes ocorrem em viveiros com pouca ventilação e mal manejados. A aplicação de inseticidas apropriados controla facilmente os insetos. É importante usar o produto na dose recomendada, além de fazer teste para avaliar eventuais problemas de fitotoxidade. Além de insetos, animais silvestres como lebres, pacas, capivaras e preás atacam mudas enviveiradas. Com relação às doenças deve-se tomar muito cuidado com problemas causados por fungos, principalmente no inverno quando as plantas apresentam menor crescimento e o clima favorece a disseminação e/ou o desenvolvimento de certos fungos. Os principais problemas fitopatológicos são a antracnose (causada por fungos do gênero Colletotrichum), helmintosporiose e doenças causados por fungos dos gêneros Phomopsis e Phytophtora. BOVI (1993) recomenda, para controle de antracnose, diminuir a irrigação e aplicar fungicidas específicos e alternados, uma vez por semana, até o final do inverno. Recomenda-se aplicar Benlate (250 g/ 200 litros de água) e Dithane M-45 ou Manzate 200 (1 kg/ 200 litros de água), misturados e aplicados a cada 15 dias (VILLACHICA, 1996). Por se tratar de cultura de introdução muito recente no Estado deve-se atentar para o surgimento de novas doenças. ADUBAÇÃO NO VIVEIRO Sete a dez dias após o transplante aplicar 2,8 kg de superfosfato simples e 170 g de cloreto de potássio por m3 do substrato (terra + matéria orgânica). Além disso usar 160 g/m 3 de cloreto de potássio, parcelado em 3 vezes, a partir do terceiro ou quarto mês, dissolvendo o adubo na água de irrigação. Segundo BOVI (1996), o potássio em viveiro vem sendo associado a uma maior resistência da planta ao fungo causador da antracnose. Outra indicação para adubação de mudas de pupunha é feita por QUADROS (1998). Ele recomenda que a primeira adubação do viveiro seja realizada logo que as plântulas possuam 2 folhas completamente abertas (20-30 dias após a semeadura); aplicando-se 40 g de uréia dissolvida em 20 litros de água (para 200 mudas). Para evitar a queima das folhas novas da pupunha pela uréia deve-se imediatamente proceder uma irrigação com água pura. Esta adubação 19 deverá ser realizada quinzenalmente. Sessenta dias após a repicagem recomenda-se utilizar 80 g de uréia + 180 g de superfosfato simples + 20 g de cloreto de potássio + 20 g de sulfato de magnésio, dissolvidos em 20 litros de água; aplicando-se a mistura também a cada quinze dias. No terceiro mês de viveiro devem ser acrescentados à solução anterior 10 g de sulfato de cobre, 10 g de sulfato de zinco e 5 g de ácido bórico. É importante irrigar as plantas com água pura após cada aplicação da mistura com fertilizantes para evitar queimaduras nas folhas. SELEÇÃO DAS MUDAS A seleção deve começar na repicagem das mudas para os saquinhos, garantindo-se a eliminação das que tiveram espinhos; para se ter mudas de qualidade também deve-se considerar as seguintes características: a) selecionar mudas de maior diâmetro na base do caule e com o maior número de folhas vivas, isto porque diâmetro e número de folhas têm uma relação direta com a precocidade da planta e, portanto, com a produção do palmito; b) selecionar as mudas por classe de desenvolvimento, plantando mudas de mais ou menos o mesmo tamanho, em lotes distintos, (BOVI, 1993). É importante observar que, quando o viveiro é conduzido a meia sombra, antes de irem para campo as mudas devem passar por um período de adaptação às condições de luz total, evitando-se o estresse. É recomendável que a transferência para o campo seja feita em dias chuvosos ou nublados, para que as plantas não desidratem durante o transplante (ARROYO, 1997). PLANTIO As mudas estarão prontas para o plantio no campo cerca de 8 a 10 meses após a germinação, quando tiverem 3 ou 4 folhas, o que equivale a estar com 20 a 30 cm de altura (SÁNCHEZ, 1981). Portanto, ao comprar as mudas prontas ganha-se quase um ano na produção do palmito. Deve-se garantir, também, o plantio de mudas com desenvolvimento uniforme, no mesmo talhão. Mudas com 20 desenvolvimento tardio, plantadas junto com outras maiores, não alcançarão (ao mesmo tempo) o tamanho adequado para a colheita, porque não ficam expostas à mesma quantidade de luz. Como as lavouras são adensadas o desenvolvimento adequado das plantas menores só ocorrerá quando forem cortadas as plantas vizinhas (MORA URPI, 1984). MORA URPI (1984) e ARAÚJO (1991) afirmam que as mudas podem ser transplantadas para o campo em qualquer idade; entretanto, sabe-se que no início as plantas demoram a desenvolver a parte aérea, o que facilita a concorrência das plantas daninhas. Isso obrigaria a fazer muitas roçadas, aumentando os custos de produção. É importante salientar que no primeiro ano no campo as plantas permanecem de 6 a 8 meses formando o sistema radicular, e que nessa fase o desenvolvimento é muito lento. O crescimento da parte aérea vai se reiniciar quando as folhas - que inicialmente são unidas como uma palma - começam a se dividir para formar os"folíolos típicos das palmeiras. Não se recomenda o plantio da pupunha em consórcio com culturas anuais ou perenes, pois pode-se diminuir a quantidade de luz, além de prejudicar o sistema radicular das palmeiras com as capinas porventura necessárias às outras plantas. Quando sombreada, mesmo que levemente, a pupunha cresce em altura e não em diâmetro; sendo o desenvolvimento em largura o mais importante para a produção de palmito. Se o objetivo for a produção de frutos/sementes o consórcio pode ser feito desde que as outras plantas não exijam capinas e não sombreiem a pupunha. Palmeiras sombreadas, mesmo que levemente, florescem e frutificam pouco (BOVI, 1993). ESPAÇAMENTO O espaçamento para produção de palmito depende das condições de topografia, da fertilidade do solo, da disposição da plantação, da possibilidade de uso e tipo de mecanização, do manejo e de outras condições que a propriedade agrícola possa ter. Atualmente, o espaçamento mais usado em solos férteis e/ou cultivos bem adubados é 2 x 1 m (5.000 plantas/ha), sendo também utilizado espaçamento de 1,5 x 1,5 m. Em solo pobre ou não adubado, MORA URPI (1984) recomenda o espaçamento de 2 x 1,5 m (3.330 plantas/ha). Para grandes 21 lavouras, em que se usará máquinas para o preparo dos sulcos e tratos culturais, o espaçamento mais indicado é 3 x 1m (BOVI2). É importante observar que, para produção de frutos (visando o consumo/ comercialização e/ou a produção de sementes), deve-se utilizar espaçamentos bem maiores, uma vez que a pupunha atinge até 20 m de altura e o sombreamento retarda e diminui o florescimento e, consequentemente, a produção dos frutos. Na Costa Rica, MORA URPI (1984) recomenda, para solos pobres, 5 x 5m (400 plantas/ha); para solos férteis ou bem adubados, 6 x 6m (278 plantas/ha), ou plantar em fileiras duplas, de 4 x 4 x 8m (416 plantas/ha). TAMANHO DAS COVAS O tamanho das covas depende da fertilidade, das condições do terreno e do tipo de solo. Em geral recomenda-se covas de 30 x 30 x 30 cm quando os solos são férteis e 40 x 40 x 40 cm em solos pobres. Para grandes áreas é mais viável o plantio em sulcos, que devem ter, no mínimo, a profundidade equivalente ao comprimento dos saquinhos. Em solos muito pesados (com muita argila e silte) as partículas menores tornam a terra menos permeável e mais dura; devendo-se, portanto, fazer covas maiores para diminuir os efeitos de um possível "selamento" ou endurecimento da parede das mesmas, o que dificulta a drenagem da água e o desenvolvimento das raízes. Entretanto, o mais recomendável, nestes casos, é efetuar uma aração profunda, plantando-se as mudas em sulcos. CALAGEM E ADUBAÇÃO Embora a pupunha seja planta que se adapta a solos pobres, em lavouras para a produção de palmito deve-se buscar as melhores condições de fertilidade do solo. É importante considerar que a produtividade esperada não é função apenas da adubação mas depende de diversos fatores, como o tipo de solo, clima, potencial genético das plantas e condições de manejo tais como controle de 2 comunicação pessoal 22 pragas, doenças, ervas daninhas, irrigação (BOVI e CANTARELLA, 1996). CALAGEM A correção da acidez deve ser feita com base na .análise do solo, utilizando-se calcário dolomítico para elevar a saturação de bases, isto é a 50%, de acordo com a fórmula a seguir. Onde: NC - é a quantidade de calcário (em t/ha) a colocar no terreno; V - porcentagem de saturação de bases e CTC ou T - capacidade de troca de cátions, cujos valores são indicados na análise do solo. PRNT (poder relativo de neutralização total) - é a capacidade de reação das partículas do corretivo; deve ser indicado na embalagem (quando ensacado) ou fornecido pelo vendedor (quando a granel). Segundo BOVI3, pode-se utilizar 60 ao invés de 50 para maior garantia de atingir uma saturação de bases (V%) mínima de 50%. A análise do solo deve ser feita a cada três anos, aplicando-se o calcário sempre que a saturação de bases for inferior a 50%. ADUBAÇÃO DE PLANTIO Caso haja disponibilidade deve-se aplicar esterco de curral ou outro adubo orgânico (5 a 10 kg/cova) juntamente com o adubo fosfatado e potássico (cerca de uma semana antes do plantio), cujas quantidades deverão ser de acordo com análise de solo. Apresenta-se na Tabela 1 sugestão de adubação, de acordo com o nível de fertilidade do solo. 3 informação pessoal 23 Usando-se fórmulas comerciais, dividir as quantidades indicadas em três vezes durante o período quente e chuvoso (setembro a fevereiro), ou seja, caso use 4-14-8 em solo de média fertilidade (120 g/planta), por exemplo, aplicar três doses de 40 g da fórmula por planta. Se optar por adubos simples (uréia, superfosfato simples e cloreto de potássio, por exemplo) parcelar, em três vezes, os adubos com nitrogênio (uréia) e potássio (cloreto de potássio, por exemplo); o adubo com fósforo (superfosfato simples) deve ser aplicado de uma só vez. Assim, se for adubar a pupunha em solo de fertilidade média, por exemplo, utilizando-se adubos simples, aplicar o adubo com fósforo de uma só vez (110 g de superfosfato simples por planta) e 3 aplicações de uréia (3,3 g/planta) com cloreto de potássio (3,3 g/planta). ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO A adubação de produção deverá ser efetuada todos os anos, a partir do primeiro ano após o plantio, considerando-se, além dos níveis de fertilidade, a produtividade esperada de matéria fresca de palmito de primeira + picado (palmito + resíduo basal e apical). Na Tabela 2 apresenta-se recomendações de adubação (de diversas formulações) considerando-se uma produtividade média de 2 a 3 t/ha de palmito. O parcelamento deve ser efetuado da mesma forma que o recomendado na adubação de plantio, ou seja, dividir as quantidades indicadas em três vezes, aplicando-se no período de setembro a fevereiro (com exceção do adubo com fósforo - superfosfato simples que deve ser aplicado de uma só vez). 24 ADUBAÇÃO COM MICRONUTRIENTES Recomenda-se aplicar 0,2 a 0,4 g/planta de boro (ou seja, 2 a 4 g/planta de bórax) todos os anos, junto com a primeira aplicação dos adubos de produção. TRATOS CULTURAIS MANEJO DE PLANTAS DANINHAS A pupunha não tolera a concorrência das plantas daninhas, principalmente se forem gramíneas, que competem por nitrogênio, no qual a cultura é exigente (CLEMENT, 1986). Como já mencionado ("Características da planta"), o sistema radicular da pupunha é superficial, além disso as raízes primárias da pupunha não se regeneram facilmente. Por isso não se deve capinar e sim roçar as lavouras (BOVI, 1993; CLEMENT, 1986). Segundo TEIXEIRA et al. (1996), as conseqüências do manejo inadequado, em que as plantas sofrem a concorrência das plantas que competem em água e nutrientes, serão a produção tardia e o menor rendimento da cultura, como pode ser observado na Figura 8. PRAGAS E DOENÇAS Por ser de introdução recente e cultivada no Paraná até agora em áreas ainda pouco extensas e isoladas não há notícia de problemas de pragas e doenças relevantes. Há relatos de danos causados por 25 A B Figura 8. Cultivo de pupunha para palmito com e sem competição com plantas daninhas. lebres na fase de implantação de lavouras, no Noroeste do Estado. Em outras localidades têm sido observadas pragas somente nos frutos, não causando problemas em cultivos para palmito. CLEMENT et al. (1988) relatam que, segundo MORA URPI (s.d.), o ácaro da folha seria um grande problema para. a pupunha. CLEMENT (1997) observa que insetos desfolhadores a têm atacado em determinadas áreas da Costa Rica. MEXZÓN (1997) descreve os problemas causados pelo coleóptero Matamasius hemipterus sericeus ("bicudo das palmeiras") na Costa Rica, que poderiam causar perdas importantes na produção comercial pela deformação e morte dos caules. Segundo esse autor, o ataque pode ocorrer durante todo o ano. As medidas de controle são a retirada e a queima de folhas secas aderidas ao caule, onde o inseto se oculta e coloca os ovos. Recomenda-se também o manejo dos restos da cultura. VILLACHICA (1996) menciona que na Amazônia» a pupunha pode ser atacada pelo "bicudo ou broca do coqueiro" (Rynchosphorus palmarum), um besouro de cor preta, com cerca de 2,5 cm de comprimento, que pode ser vetor do nematóide Rhacinaphelenchus cocophilus, causador do "anel vermelho" no coqueiro e no dendezeiro. 26 Quanto às doenças da pupunha não se tem relatos de outras regiões. Segundo MORSBACH (1997), a antracnose (causada por um fungo do gênero Colletotrichum) tem sido a principal doença no Paraná, atacando principalmente as plântulas nos viveiros e as plantas jovens no campo, no período frio do ano, como ilustrado na Figura 9. BOVI et al. (1987) alertam que o controle da antracnose só é prático no viveiro, em função da altura das plantas. Figura 9. Muda de pupunha atacada por antracnose. BOVI (1993) observa que a drenagem adequada do viveiro e a boa nutrição das mudas contribuem para minimizar os problemas causados pela antracnose. CORTE E COLHEITA A pupunha pode ser cortada o ano inteiro, mas é melhor evitar a época seca porque o palmito tem 90% de água e terá menor peso nessa época (BOVI, 1993). O tempo transcorrido do plantio no campo ao corte é de 18 a 24 meses, dependendo do clima, da fertilidade do solo e do controle das ervas daninhas (BOVI, 1993). MORA URPI (1984) afirma que, na Costa Rica, se o ponto do primeiro corte passar dos 24 meses, a lavoura foi mal conduzida. Não é possível cortar lotes inteiros porque nunca se tem uniformidade no desenvolvimento das plantas. BOVI (1993) afirma que 27 ao cortar plantas com mais de 3 anos o diâmetro dos palmitos pode ficar muito grande, dificultando o envase e diminuindo o rendimento econômico. Recomenda-se o corte das palmeiras em linhas alternadas ou em plantas alternadas para não causar estresse por insolação excessiva nos perfilhos, que estarão sombreados. Cortes precoces da planta-mãe estimulam o desenvolvimento dos perfilhos (BOVI, 1997)4. Segundo a autora, deve-se cortar quando a planta tiver em torno de 1,70 m de altura (do chão até a inserção da folha-vela, isto é, aquela que não abriu). A planta deve ter mais ou menos 9 cm de diâmetro na parte mais estreita dessa região. Ilustra-se na Figura 10 aspectos relativos ao corte. As plantas devem ser cortadas mais ou menos a 1 metro de altura do solo. Segundo BOVI (1993), o corte alto além de reciclar os nutrientes para os perfilhos ainda evita danificá-los. Após o corte procede-se a retirada das cascas mais externas do palmito que devem ficar na lavoura juntamente com as folhas. O palmito deve ficar com somente duas capas para protegê-lo por ocasião do transporte para a indústria (ARAÚJO, 1991). Figura 10. Diagrama esquemático da parte a ser cortada para extração do palmito (adaptado de Monteiro, 1997). 4 comunicação pessoal 28 A pupunha apresenta três partes comestíveis, conforme pode ser observado nas Figuras 11 e 12. A parte basal tem, em média, 10 a 20 cm de comprimento; 2 a 5 cm de diâmetro e pesa, em média, 100 a 800 g. O palmito creme ou de primeira tem de 10 a 50 cm de comprimento; 2 a 5 cm de diâmetro e pesa, em média. 50 a 300 g. A parte apical pesa, em média, 30 a 150 g dependendo do comprimento da folha (CLEMENT et al, 1996). A B Figura 11. Partes comestíveis (basal, apical e creme) do palmito de pupunha. 29 A B Figura 12. Creme do palmito de pupunha. C 30 MANEJO DE PERFILHOS E RESÍDUOS PERFILHOS Não se recomenda o manejo de perfilhos porque, além de não haver informações suficientes sobre vantagens e desvantagens agroeconômicas de tal prática, deve-se considerar que a mesma exige pessoal habilitado (para não danificar a planta) e há possibilidade de transmissão de doenças. Também tem-se observado que a planta apresenta uma certa "autoregulação", mantendo, normalmente, até três a quatro perfilhos mais desenvolvidos, após o corte da planta-mãe. RESÍDUOS Por ocasião do corte das plantas há uma quantidade razoável de folhas e capas externas dos palmitos que sobram, como pode ser observado na Figura 13. Esse material pode ficar na lavoura para reciclar nutrientes ou pode ser usado na alimentação animal. Neste caso, a necessidade de reposição de nutrientes na lavoura é maior. Figura 13. Resíduos da colheita do palmito de pupunha. 31 TEIXEIRA et al. (1996) afirmam que 82% dos restos das palmeiras podem ser usados na alimentação animal. Em lavouras do Litoral paranaense encontrou-se 10% de proteína bruta nas folhas da pupunha; esse percentual está abaixo do encontrado (16%) por outros pesquisadores em São Paulo. Em ambos os casos os teores são significativos, podendo-se indicar o fornecimento das folhas, ao natural, para gado leiteiro, com possível vantagem econômica. As capas externas do palmito apresentam fibra digerível podendo, também, ser usadas na alimentação animal. Herrera (1989), citado por ZONABRIA et al. (1996), indica que nas lavouras de pupunha se produz 61,5 t/ha de matéria verde por ano. Isso equivale a 19,5 t/ha de matéria seca das quais somente 1,76 t são realmente extraídas na forma de palmito comercial. Em Ubatuba, S. Paulo, CANTARELLA e BOVI. (1995) encontraram 19.930 kg/ha de matéria seca (média de 24 plantas) na parte aérea colhida. MORA URPI et al. (1991), citados por ZONABRIA et al. (1996), afirmam que as lavouras de pupunha são pouco extratoras de nutrientes e que o palmito representa apenas 10% do total de matéria seca extraída das lavouras. No Noroeste do Paraná lavouras de pupunha com dois anos renderam 45 t/ha de matéria verde (capas internas e externas do palmito e folhas que podem ser usadas na alimentação animal), além de material mais fibroso, que ficará no terreno para reciclar (MORSBACH, 1997). 32 RENDIMENTO ECONÔMICO E CUSTO DE PRODUÇÃO PALMITO Uma característica interessante da pupunha, que a diferencia favoravelmente das demais palmeiras, é que o seu palmito não escurece após o corte. Segundo MORA URPI (1984), é conveniente que não transcorram mais de 2 dias entre a colheita e o envase ou consumo fresco. Pois, além de perder cerca de 10% de água por dia, com o passar do tempo o palmito vai ficando de consistência mais fibrosa. A pupunha possui um bom rendimento de palmito creme (de "primeira", ou "coração"); rende duas a três vezes mais que o palmito de juçara e quatro a seis vezes mais que o do açaí (BOVI, 1987). Amostras de plantas sem espinhos, cortadas após 2 anos e meio de plantio no campo, em São Paulo, produziram palmito creme com peso variando de 500 a 700 g por planta (BOVI, 1987). Na Costa Rica, MORA URPI (1984) registrou a produção de 4 t de palmito por hectare. O rendimento de palmito na COIMEX foi de 495 g, em média, por planta, sendo 35% de palmito creme, 14% de apical e 50% de palmito basal (CAETANO et al, 1996). A COIMEX utiliza um espaçamento de 2 x 1 m ou 5.000 plantas/ha. Em Morretes, Litoral do Paraná, cortes feitos na época das chuvas, em lavouras comerciais com 3 anos de plantio no campo, em solos pobres e medianamente adubados, renderam em média 480 gramas de palmito creme e 720 gramas de palmito basal mais apical. Cortes em junho, na época seca, renderam apenas 270 g de palmito creme e 390 g de palmito basal mais apical, por planta. Essas informações confirmam as observações de BOVI (1993), de que o palmito, sendo 90% água, tem maior rendimento quando cortado na época das chuvas. Segundo esta autora, os melhores rendimentos se obtêm quando se consegue a distribuição uniforme do suprimento de água durante o ano. Em regiões de ppuca chuva o rendimento do palmito é menor, recomendando-se a irrigação. Na região Noroeste do Paraná, município de Japurá, em Latossolo areno-argiloso de boa fertilidade, plantas, com dois anos de 33 plantio no campo, cortadas na época das chuvas renderam 268 gramas de palmito creme e 580 gramas de basal mais apical. Dados experimentais de três unidades de observação no Litoral paranaense, instaladas em solos de baixa fertilidade, medianamente adubados, apresentaram resultados bastante interessantes. Em 40 plantas cortadas na época seca (julho), três anos após o plantio; observou-se que: a) lavouras bem conduzidas, sem concorrência de plantas daninhas renderam, em média, 480 gramas de creme e 840 de palmito basal mais apical, por planta; b) lavouras medianamente conduzidas, com ocorrência de plantas daninhas em algumas épocas do ano, renderam 270 gramas de creme e 390 gramas de basal mais apical, quase 50% menos do que no caso anterior; c) em lavouras mal conduzidas, com concorrência de plantas daninhas durante quase todo o período (três anos), o rendimento do palmito foi um terço do obtido em lavouras livres de ervas daninhas - 165 g de palmito creme e 330 g de apical mais basal. Quanto à qualidade e aparência, o palmito difere pouco (quando envasado) dos palmitos de Juçara e de Açaí. Observa-se uma tendência entre envasadores e consumidores usuais de palmito em afirmar que a pupunha é um pouco adocicada, mais macia que o açaí. Quando comparada ao juçara, a pupunha obteve boa classificação (FERREIRA e PASCHOALINO, 1988). Também se afirma que quem não é consumidor habitual não consegue estabelecer diferença significativa entre esses palmitos, com uma ressalva para a Açaí, pois é usual encontrar, no mercado, o produto fibroso. Uma avaliação de palmito fresco de pupunha é relatada por CLEMENT et al. (1996). Os testes de paladar foram favoráveis para doçura, maciez, resistência à mastigação e umidade do palmito; foram desfavoráveis para adstringência e acidez. De qualquer forma, se processado adequadamente, o palmito de pupunha envasado tem boa qualidade e aceitação sem restrições em mercados mais exigentes, como é o caso da França, que compra quantidades significativas de palmito de pupunha da Costa Rica. 34 Quanto à coloração, o palmito de pupunha é um pouco mais amarelado que os demais, quando envasado; essa diferença é menor se ele for cortado nas épocas mais chuvosas (BOVI , 1997)5. Além disso as partes apical e basal têm bom aproveitamento comercial, pois são tenras (CLEMENT, 1990). FRUTOS O fruto da pupunha é um dos alimentos mais balanceados dos trópicos. Apresenta teores elevados de fósforo, vitamina A e niacina, e quantidades razoáveis de cálcio e ácido ascórbico (León 1979, citado por SÁNCHEZ, 1981). TEIXEIRA et al (1996) afirmam que é possível obter até 40 t de frutos por hectare. Além de terem excelente valor nutricional, podem ser usados tomo fonte energética de qualidade para aves. Pesquisas na Universidade da Costa Rica com frangos para engorda, poedeiras e suínos mostraram que é possível substituir total e parcialmente o componente calórico da dieta (milho/sorgo) por farinha de pupunha (TEIXEIRA et al, 1996). Os trabalhos de MORA URPI (1984), nessa Universidade, indicam que a pupunha leva mais ou menos 115 dias da floração até a maturação dos frutos. Em condições normais de cultivo a produção de frutos pode ultrapassar 25 t/ha. O mesmo autor cita que a pupunha seria um sucedâneo do milho na preparação de concentrados para a alimentação animal, devido ao seu alto valor nutritivo, boa qualidade da proteína e alta concentração de Vitamina A. Os frutos da pupunha poderão vir a ser um volumoso de preço competitivo no mercado. Neste caso, como se extrairá quantidades significativas de produto, serão necessários melhores tratos culturais, reposição de maiores quantidades de fertilizantes e outros cuidados nas lavouras. No Paraná, com a tecnologia disponível, as regiões Litoral e Noroeste têm potencial para a produção de frutos. 5 comunicação pessoal 35 CUSTOS DE PRODUÇÃO Nas Tabelas 4 e 5 apresenta-se custo de produção, respectivamente, para pupunha cultivada em área mecanizável, com solo de média fertilidade e com 5.000 plantas/ha e área não mecanizável/mecanizada, com solo de baixa fertilidade e 3.300 plantas/ha. Nas Tabelas 6 e 7 são apresentados, respectivamente, o fluxo de caixa para cada uma destas situações. Para ambas as condições considerou-se duas alternativas: (1) plantio com mudas próprias; (2) cultivo com mudas compradas. Também é importante observar que: a. os componentes de custo (descritos no Anexo II) são estimativas que devem ser ajustadas às condições específicas de cada região; b. não estão relacionados custo de impostos e encargos sociais; c. adicionou-se 20%. aos custos para compensar eventuais itens não previstos; d. no cálculo de corte /colheita e transporte considerou-se uma colheita anual, o que deve ser corrigido pelo número de cortes que efetivamente seja efetuado. 36 37 38 Observe-se, de início, que ao fazer o plantio a partir de mudas compradas, essas representam 62% e 51% dos custos de implantação da lavoura, respectivamente para cultivos de 5.000 e 3.300 plantas/ha. Entretanto, analisando-se o fluxo de caixa para cada situação, verifica-se que na primeira (área mecanizável, fertilidade média, 5.000 plantas/ha), o retorno do investimento inicia-se aos quatro anos produzindo-se ou comprando-se as mudas; só que neste caso tem-se uma receita de cerca de R$ 3.000,00 e com mudas próprias a receita seria ao redor de R$ 1.000,00. Para a outra situação (área não mecanizável/ mecanizada, fertilidade baixa e 3.300 plantas/ha), o retorno inicia-se no quarto ano comprando-se as mudas e no quinto ano quando as mesmas são de produção própria. E importante observar, portanto, além desta análise econômica, que comprando-se as mudas ganha-se um ano na produção de palmito e diminui-se o risco de perdas na produção das mesmas. 39 40 ZONEAMENTO AGROECOLÓGICO DA PUPUNHA NO ESTADO DO PARANÁ CLIMA Com a finalidade de orientar o plantio da pupunha no Estado do Paraná, apresenta-se na Figura 14 um Zoneamento climático da cultura, observando-se que o mesmo deve ser considerado somente como um indicativo para o cultivo da palmeira. A experimentação com a pupunha tem se concentrado mais no Litoral do Paraná (com algumas poucas atividades no Noroeste do Estado), sendo necessários estudos para avaliação de condições microclimáticas de outras regiões. Além do clima é de fundamental importância considerar as características do solo; solos sujeitos a inundações limitam demais o cultivo, uma vez que a planta é muito sensível ao encharcamento e solos muito pobres exigem investimentos para correção e adubação. Levando-se em conta tais observações, pode-se, a princípio, classificar as regiões do Paraná em função de sua aptidão ao cultivo da pupunha em: 3. região inapta ao cultivo: em função do risco de geadas (média de 5 a 25 dias de geada por ano) e por apresentar temperatura média anual inferior a 19/20°C , toda a área na qual o clima é Cfb6 não é apta ao cultivo de pupunha; b. região climaticamente apta ao cultivo: o Litoral Paranaense apresenta condições climáticas adequadas ao cultivo, devendo-se considerar, entretanto, as restrições em função das características do solo (risco de encharcamento/inundação, alta declividade e baixa fertilidade); C. apta, com riscos de déficit hídrico e geadas: a faixa que engloba as regiões de Umuarama, Maringá e Londrina apresenta condições climáticas relativamente favoráveis ao cultivo; entretanto há algum risco em função de déficit hídrico e danos por geadas; 6 Segundo a classificação de Köeppen trata-se de clima temperado, cuja temperatura média no mês mais frio é inferior a 18°C (mesotérmico), com verões frescos, temperatura média do mês mais quente abaixo de 22°C e sem estação seca definida (IAPAR, 1994) 41 inapta ao cultivo apta ao cultivo apta, com riscos de déficit hídrico e geadas região com restrições em função de déficit hídrico região com restrições em função de déficit hídrico e risco região com restrições em função de baixa temperatura (média anual menor de 20 º C), alto risco de geadas e (precipitação média anual inferior a 1.700 mm) Figura 14. Zoneamento agroecológico preliminar para cultivo da pupunha para palmito no Estado do Paraná. 42 d. região com restrições em função de déficit hídrico: no Noroeste do Paraná, cuja precipitação média anual normalmente é inferior a 1.400 mm, o cultivo da pupunha exige irrigação para o desenvolvimento e produção de palmito; e. região com restrições em função de déficit hídrico e risco médio de geadas: de forma semelhante à região anterior, o Nordeste do Estado apresenta precipitação geralmente menor que a necessário à pupunha (média anual inferior a 1.400 mm), além de maior risco de geadas; f. região com restrições em função de baixa temperatura, alto risco de geadas e algum risco de déficit hídrico: as regiões Oeste e Centro-Norte do Paraná, além do alto risco de geadas, apresentam temperaturas relativamente baixas (temperatura média anual menor de 20 °C) e precipitação média anual inferior a 1.700 mm. SOLO Em função dos trabalhos de pesquisa com a produção de palmito de pupunha terem se concentrado no Litoral do Paraná, ainda não se tem informações relativas à adequação do cultivo da mesma para todo o Estado. Apresenta-se algumas informações a respeito dos solos do Litoral no Anexo I. 43 Para se ter lavouras de pupunha rentáveis, recomenda-se: a) adquirir sementes/mudas de procedência garantida, de boa qualidade; b) plantar somente em solos bem drenados; c) evitar a concorrência de ervas daninhas, tanto no viveiro quanto no campo; d) plantar a pleno sol, não deve ser plantada sob mata ou capoeira; a) plantar onde a precipitação é adequada (pelo menos 1700 mm bem distribuídos durante o ano), ou usar irrigação; b) temperaturas médias anuais entre 25 e 28°C ; c) corrigir acidez e fazer adubação adequada na área do plantio definitivo. 44 ANEXO I - APTIDÃO DOS SOLOS DO LITORAL PARA CULTIVO DE PUPUNHA Gustavo Ribas Curcio1 e Marcos Fernando Glück Rachwal1 Na literatura sobre pupunha ainda não existem informações específicas a respeito do seu desenvolvimento e produtividade por classe de solo. Genericamente, segundo CLEMENT (1989), esta palmeira encontra condições ideais em solos profundos, bem drenados e com altos teores de matéria orgânica. Por outro lado, conforme o mesmo autor, a má drenagem, pequena retenção de umidade, além de baixos níveis de matéria orgânica e nutrientes são fatores limitantes à produção. Considerando-se que o IAPAR tem concentrado os trabalhos de pupunha no Litoral do Paraná, não havendo, até o momento, resultados conclusivos em diferentes tipos de solo nas demais regiões do Estado, com aptidão de cultivo de pupunha, apresenta-se informações para a área litorânea. Basicamente existem os solos que se encontram em planícies arenosas, em planícies argilo-síltico-arenosas e nas encostas. Na primeira situação destacam-se os seguintes solos: Areia quartzosa: constituídos de horizonte A sobre C, ambos de textura essencialmente arenosa. Por apresentar-se arenoso a profundidades superiores a dois metros, este solo caracteriza-se pela forte drenagem e pequena fertilidade. Em caso de utilização com pupunha devem ocorrer restrições hídricas, uma vez que a areia condiciona quantidades de água armazenada muito pequenas, criando a necessidade do manejo com coberturas mortas para amenizar a deficiência em água. Também devido ao predomínio da fração areia, a baixa capacidade de troca catiônica é outra grande limitação, impondo a necessidade de adicionar quantidades significativas de matéria orgânica. 1 1 Eng° Agr°, M.Sc., Embrapa/Centro Nacional de Pesquisa de Florestas. Eng° Agr°, M.Sc. Pesquisador da Embrapa/Centro Nacional de Pesquisa de Florestas. Caixa Postal 319. Fone: (41) 766-1313 - Fax: (41) 766-1692. CEP 83411-000 Colombo-PR. 45 Quando saturados com água estes solos passam a ser designados de Areia Quartzosa hidromórfica. No Litoral ocupam áreas pouco expressivas sendo impróprios para a produção de pupunha devido a deficiência de aeração. Podzol: caracterizam-se pelos elevados teores de areia e pequena fertilidade. Podem ser fortemente drenados até muito mal drenados. Estas diferenças se devem à profundidade de ocorrência e grau de consolidação do horizonte B espódico (popularmente tido como piçarra), assim como a posição em que se encontram na planície (proximidade de rios, relevos abaciados...). Quanto mais próximo da superfície e mais consolidado estiver este horizonte, maior será o risco de saturação hídrica. Podzóis com horizonte espódico bem consolidados e em torno de 50 cm ou menos de profundidade apresentam possibilidades de permanecer por determinados períodos do ano plenamente encharcados, tornando-se inaptos ao cultivo da espécie. Quando o B espódico estiver em torno de 200 cm ou mais de profundidade as limitações quanto a falta d'água serão praticamente as mesmas da Areia Quartzosa. Neste caso, o manejo de matéria orgânica, através de coberturas mortas, amenizará, as deficiências hídricas. Assim como a Areia Quartzosa, o Podzol apresenta pequena fertilidade e deve ser manejado com matéria orgânica para aumentar a capacidade de troca catiônica. Solo orgânico sobre substrato arenoso: solos com elevados teores de matéria orgânica, em diferentes níveis de decomposição, com presença do lençol freático na superfície. Podem apresentar profundidades de 40 cm até superiores a 200 cm no Litoral paranaense. Devido a saturação hídrica durante o ano inteiro, não é recomendado ao cultivo da pupunha. Uma vez drenado, em função do clima quente e úmido do Litoral, pode rapidamente ocorrer a oxidação da matéria orgânica determinando o seu rebaixamento, atingindo as camadas arenosas. Neste caso os problemas serão semelhantes aos dos solos supra citados. Pelo exposto, este solo não é recomendado para a exploração com pupunha. Solo aluvial: devido a posição que ocupa, beiras de rios, este solo deve ser destinado a preservação das florestas ciliares, cuja 46 proteção está prevista no Código Florestal Brasileiro (lei federal n° 4.771, 15/09/1965). Nas planícies argilo-síltico-arenosas encontram-se os seguintes solos: Cambissolo (origem em sedimentos alúvio-coluvionares): s u a textura é média e, dominantemente, com baixa saturação em bases (distrófico). Os primeiros 100 cm são livres de saturação hídrica, tornando-os aptos para a exploração com a palmeira. Quando os teores de silte são elevados, a s u a permeabilidade pode ser parcialmente comprometida, devendo-se neste caso ter muito cuidado com manejos n a s entrelinhas que possam proporcionar compactações, restringindo ainda mais a percolação da água. Os experimentos conduzidos neste solo apresentaram bons rendimentos de palmito creme, porém foi observado que, necessariamente, há demanda de adubações para incrementos na produtividade. Cambissolo gleico (origem em sedimentos alúvio-coluvionares): são muito semelhantes aos Cambissolos, a exceção do lençol freático entre 50 e 100 cm de profundidade, em determinados períodos do ano. Este fato acarreta a formação de horizonte B gleizado, ou no mínimo com indícios de gleização, situação indesejável para a pupunha. Além disto, este solo situa-se em locais sujeitos a inundações com diferentes períodos de recorrência. Verificou-se diminuições no desenvolvimento da pupunha em plantios experimentais, o que leva a pensar na inadaptabilidade da espécie para este solo. Caso ainda se tenha a intenção de cultivá-lo com a palmeira, recomenda-se a construção de camalhões concomitantes a um sistema de drenagem, a fim de proporcionar maior profundidade efetiva. Deve ser salientado que, até o momento, não se tem informações experimentais desta técnica em pupunha. Glei pouco húmico: encontra-se encharcado (saturação hídrica) o ano inteiro ou grande parte do ano, o que o torna inapto para o cultivo da pupunha. Caracteriza-se pela presença de horizonte glei dentro da profundidade de 50 cm. Este solo é facilmente reconhecido por suas cores cinzentas (sabão de caboclo). A ocorrência de Glei Húmico e Glei Turfoso no Litoral paranaense é pequena, não sendo recomendados para o cultivo da pupunha por encontrarem-se encharcados o ano inteiro. Como a conectividade hidráulica dos Gleis é quase nula, fica muito difícil a efetivação destes para a pupunha através da drenagem. 47 Solo orgânico sobre substrato argiloso: as informações contidas nos Orgânicos sobre substrato arenoso são válidas aqui, com a diferença que após o rebaixamento ocorrerá a exposição das camadas gleizadas de baixíssima permeabilidade, tornando o comportamento hídrico deste semelhante aos Gleis, ou seja: não devem ser utilizados para o cultivo da pupunha. Nas encostas predominam os solos abaixo relacionados: Podzólico vermelho-amarelo: solo de baixa fertilidade, em geral com alta saturação em alumínio trocável (álico). É um dos solos de maior suscetibilidade à erosão. Isto se deve às diferenças de textura entre os horizontes A e Bt , no caso, sempre maiores no Bt , além de ocorrer em relevo de alta declividade. Os rendimentos de pupunha neste solo foram os mais baixos, porém, seguramente, foram afetados pela concorrência com plantas invasoras. Caso contrário, acredita-se que os rendimentos seriam significativamente maiores. Recomenda-se que os plantios sejam efetuados no sentido transversal ao declive, a fim de minimizar a erosão e, consequentemente, aumentar o rendimento. Cambissolo: solo de textura argilosa e de baixa fertilidade (distrófico, por vezes álico). Embora não tão suscetível à erosão quanto o Podzólico vermelho-Amarelo, ainda assim, devido ao declive, poderá ocorrer erosão determinando queda na produtividade. Em experimentos verificaram-se produtividades médias, mas também sofreram os efeitos da matocompetição. Isto leva a considerar que também poderão ser obtidos rendimentos maiores nestes solos com roçadas mais freqüentes. Como este solo ocorre nas mais diversas declividades, recomenda-se que os plantios com a pupunha se façam nas classes de relevo suave ondulado, ondulado e forte ondulado, sempre de forma transversa ao declive. Os Cambissolos de relevo montanhoso não devem ser explorados devido a menor espessura destes, o que, aliado ao declive, os predispõem a elevada suscetibilidade à erosão. Solo litólico: prevalece a textura argilosa, no entanto, não é incomum a textura média. Embora a fertilidade, em geral, seja superior ao do Cambissolo e do Podzólico vermelho-Amarelo, devido a sua pequena espessura e ao relevo bastante íngreme torna-se extremamente suscetível à erosão. Principalmente por este motivo não se recomenda a utilização de pupunha neste solo. 48 ANEXO II - COMPONENTES UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO Apresenta-se na Tabela 8 os componentes utilizados na elaboração dos custos de produção (Tabelas 4 e 5), sendo que (a) são aqueles utilizados para área mecanizável/ mecanizada, fertilidade média e densidade de 5.000 plantas/ha; (b) componentes para área não mecanizável/mecanizada, fertilidade baixa e densidade de 3.300 plantas/ha; itens não identificados foram considerados para as duas situações. 49 50 BIBLIOGRAFIA AGRIANUAL - Anuário Estatístico da Agricultura Brasileira - De olho no mercado e no custo de produção. Argos Comunicação, p.325-331, 1997. ALMEIDA, M. de e KERBAUY, G.B. - Aspectos gerais para micropropagação de pupunha (Bactris gasipaes H.B.K.). Palmae. In: Encontro sobre produção de palmito (Anais). Piracicaba, p.49-53, 1993. ARAÚJO, I. C. 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Maiores informações a respeito podem ser obtidas com os pesquisadores Francisco Paulo Chaimsohn (fone/fax 042-2292829; e-mail: [email protected]; Caixa Postal 129 Ponta Grossa - PR, 84.001-970) e Aníbal dos Santos Rodrigues (fone 041-3586336; fax 041-3586979; e-mail: [email protected]; Caixa Postal 2301 e 1493 Curitiba- PR - 80.001-970). 55 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos técnicos Maria Elisabeth Doni (UFPR), Neusa de Almeida Rucker (SEAB-PR), Dennis Dietchfield (SEAB-PR), Cirino Corrêa Jr. (EMATER), Dr. Irineo da Costa Rodrigues e Nelson José Cecconello (COTREFAL-Medianeira, PR) pelas sugestões, incentivo e colaboração na realização deste trabalho. Agradecemos também aos técnicos agrícolas Luiz Adão da Silva, Gervásio Luis de Martins, Ednilson Pereira Gomes e Roger Daniel de Souza Milléo pela dedicação na condução dos experimentos. Agradecimento especial aos produtores - colaboradores Srs. Ryuzo Yshiyama (Tagaçaba), João Olivir Gabardo (Morretes), Donato Bento (Antonina) in memorian, Augusto Voigt e Tura S. Rusassi (Paranaguá), Júlio Antônio Cardoso (Japura), Nilo Sehn (Missal), que além de cederem suas terras ainda prestaram valiosa colaboração na condução dos experimentos e do carinho que sempre nos dispensaram. Também agradecemos à secretaria Margarida N.M. Ferreira, pela sua eficiência e sempre boa vontade em digitar os textos, além de José Lascosk Neto, pela importante contribuição na confecção de figuras do trabalho. 56