CARBONO E MINERAIS EM PLANTAS DE PUPUNHEIRA PARA PRODUÇÃO DE PALMITO E SEMENTE Fábio Santos Barreto1, Maria das Graças C. Parada Costa Silva2, Waldemar de Sousa Barretto2 Manoel Aboboreira Neto3, Raúl René Valle2 1 FTC-Itabuna, Faculdade de Tecnologia e Ciências, Bolsista de Iniciação Científica Pibic/ CNPq/Ceplac, e-mail: [email protected] 2 Cepec/Ceplac - Centro de Pesquisas do Cacau, km 22, Rod. Ilhéus/Itabuna, Ilhéus-BA 3 Inaceres - Uruçuca, Bahia INTRODUÇÃO A determinação do teor de carbono e de nutrientes minerais estocados no cultivo de pupunheira (Bactris gasipaes) mostra a alocação destes elementos nos tecidos da planta e a possibilidade de reposição de minerais ao solo. Após um ano de plantio, a pupunheira plantada para produção de palmito sofre cortes sucessivos, gerando grande quantidade de resíduos de colheita que permanecem na área cultivada. Tanto no cultivo para produção de palmitos como para produção de sementes os resíduos são compostos de frutos, folhas, bainha, estipe e palmito. Estes compartimentos vegetais são decompostos naturalmente, tendo importante contribuição para o estoque de minerais e carbono do solo. Portanto este trabalho teve como objetivo determinar o estoque de carbono e nutrientes minerais em diferentes órgãos da pupunheira. MATERIAL E MÉTODOS Foram coletadas cinco touceiras (plantas matriz) de pupunheira em uma área comercial para produção de palmito plantada a uma densidade de 10.400 plantas/ha pertencente à empresa agrícola Inaceres localizada no município de Uruçuca, Bahia. Também foram coletadas três plantas adultas para produção de semente de uma área experimental do Cepec com densidade de 400 plantas/ha. As plantas cultivadas para palmito foram separadas em folíolo, raques, bainha, estipe, raiz, rizoma, palmito, palmito basal, flecha. Nas plantas adultas cultivadas para sementes separaram-se também os frutos maduros, verde e cacho vazio. O palmito foi separado em duas partes (palmito basal e palmito). O material coletados foi seco em estufa de ventilação forçada a 70°C por 72h e triturado em moinho de facas tipo Willye para a determinação de carbono e minerais. O carbono foi determinado por ignição enquanto os macros minerais foram determinados por via úmida, com uma solução digestora de ácido nítrico e ácido perclórico na proporção 1:5. O material vegetal foi mineralizado pela solução de ácido nítrico e perclórico na proporção 1:5. Uma alíquota de 1 mL desta solução foi transferido para balão de 50 mL (SANTANA et al.,1977) para determinar macro e micro. O fósforo foi determinado pelo método do molibdato (MALAVOLTA, 1997), o K foi determinado utilizando fotômetro de chama, Ca e Mg por espectrofotometria de absorção atômica com chama de etileno (FISK & SUBBAROW, 1925; SARRUGE & HAAG, 1974) e o N foi determinado após digestão sulfúrica utilizando a metodologia de micro Kjeldahl. RESULTADO E DISCUSSÃO Os valores médios de carbono e matéria orgânica nas plantas adultas cultivadas para a produção de sementes foram 54,5 e 93,6% respectivamente. Contudo, a maior concentração de cinzas, portanto de minerais não voláteis foi encontrada nos folíolos, raiz, palmito, e cacho sem sementes. Nestas plantas a produção de palmito foi de 0.02 t/ha, enquanto o estipe apresentou 23.7 t/ha de massa seca. O valor médio total da massa seca das pupunheiras adultas cultivadas para produção de semente foi de 34.8 t/ha. Relacionando as partes da planta, houve uma média de 54,4 de carbono e 93,6 de Matéria orgânica, e o desvio padrão de 0,75% para o carbono e 1,24% para Matéria orgânica. Em plantas cultivadas para produção de palmito, o valor médio do produto comercial foi de 0.41 t/ha, enquanto a massa seca dos folíolos foi de 8.34 t/ha. A maior quantidade de massa seca foi encontrada no sistema radicular com 17,1 t/ha. O valor médio de produção de matéria seca total nas pupunheiras cultivadas para produção de palmito foi de 59.6 t/ha. A maior concentração de macro-minerais em plantas de pupunheira foi no palmito com maior teor de nitrogênio, e nos micro-minerais o maior teor foi na raiz da planta (figura 4). Os valores encontrados de carbono das plantas cultivadas para produção de semente e das cultivadas para palmito não diferiu estatisticamente. Figura 1 - Valores da matéria seca referente ao carbono para produção de palmito e sementes Figura 2 - Valores referente à matéria orgânica para produção de palmito e sementes 40 N 35 P K 30 Ca 25 g kg-1 Mg 20 15 10 5 0 Folíolo Raquis Bainha Estipe Palmito Palmito basal Bainha da haste Rizoma Raiz Figura 3 - Concentração de macro-minerais em plantas de pupunheira cultivadas em condições de campo para produção de palmito e sementes. 1500 Fe 1200 Zn Cu Mn mg kg-1 900 600 300 0 Folíolo Raquis Bainha Estipe Palmito Palmito Bainha Rizoma basal da haste Raiz Figura 4 - Concentração de micro-minerais em plantas de pupunheira cultivadas em condições de campo para produção de palmito e sementes. AGRADECIMENTOS A CEPLAC e ao CNPq pela colaboração a ajuda financeira. A equipe do Laboratório da Seção de Fisiologia Vegetal do Cepec, e a Inaceres. REFERÊNCIAS FISKE & SUBBAROW (1925). J. biol. Chem. 66, 375. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas. princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba/SP: Potafos, 1997, p.319. SANTANA, S.O. et al. Remapeamento dos Solos do Município de Valença-BA, In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Ribeirão Preto, São Paulo. Sbcs/Unesp – Viçosa. 13 A 16 de julho. 3p. 2003, CD Rom. SARRUGE, J.R. & HAAG, H.P. – Análises químicas em plantas. Piracicaba, ESALQ, 1974. 58p.