Aula 06 - Ponto dos Concursos

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EBSERH-Psicologia Hospitalar
Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira
Aula 06
EBSERH - PSICOLOGIA HOSPITALAR
TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
PROFESSORAS: ELIETE PORTUGAL / LÍCIA MADUREIRA
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TÓPICOS DA AULA
1. INTRODUÇÃO..............................................................................03
2. DEPENDÊNCIA QUÍMICA.............................................................04
3. ÁLCOOL.......................................................................................21
4. TABACO.......................................................................................28
5. REDUÇÃO DE DANOS...................................................................29
6. QUESTÕES GABARITADAS ..........................................................36
7. GABARITO...................................................................................47
8. REFERÊNCIAS.............................................................................48
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1. INTRODUÇÃO
Historicamente, o assunto referente ao uso abusivo e/ou dependência de álcool
e outras drogas tem sido abordado por uma ótica predominantemente
psiquiátrica ou médica. As decorrências sociais, psicológicas, econômicas e
políticas são evidentes, e devem ser consideradas na compreensão global do
problema. Cabe ainda destacar que o tema vem sendo associado à criminalidade
e práticas antissociais e à oferta de “tratamentos” inspirados em modelos de
exclusão/separação dos usuários do convívio social.
Droga, segundo a OMS, é qualquer substância não produzida pelo
organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus
sistemas, causando alterações em seu funcionamento.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o uso abusivo de
drogas como uma doença crônica e recorrente. Para esta instituição, o uso de
drogas constitui um problema de saúde pública, que vêm ultrapassando todas as
fronteiras sociais, emocionais, políticas e nacionais, preocupando toda a
sociedade (Andretta & Oliveira, 2011).
A dependência das drogas é transtorno onde predomina a
heterogeneidade, já que afeta as pessoas de diferentes maneiras, por
diferentes razões, em diferentes contextos e circunstâncias. Muitos consumidores
de drogas não compartilham da expectativa e desejo de abstinência dos
profissionais de saúde, e abandonam os serviços. Outros sequer procuram tais
serviços, pois não se sentem acolhidos em suas diferenças. Assim, o nível de
adesão ao tratamento ou a práticas preventivas e de promoção é baixo, não
contribuindo para a inserção social e familiar do usuário.
Reconhecer o consumidor, suas características e necessidades, assim como as
vias de administração de drogas, exige a busca de novas estratégias de contato
e de vínculo com ele e seus familiares, para que se possa desenhar e implantar
múltiplos programas de prevenção, educação, tratamento e promoção adaptados
às diferentes necessidades.
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Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(Cebrid, 2010), muitos são os fatores que podem motivar o uso de drogas, como:
a busca de prazer, amenizar a ansiedade, tensão, medos e até aliviar dores
físicas. Quando a utilização dessas substâncias se dá de forma abusiva e
repetitiva, sem que haja um controle do consumo, frequentemente instala-se a
dependência (Crauss & Abaid, 2012).
2. DEPENDÊNCIA QUÍMICA
A dependência química é definida pela 10ª edição da
Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da
Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto
de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos
que se desenvolvem após o uso repetido de determinada
substância.
A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por
exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias
psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de
substâncias farmacologicamente diferentes.
É uma doença crônica e multifatorial, isso significa que diversos fatores
contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e frequência de
uso da substância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos,
psicossociais e ambientais.
Conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se
desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa, tipicamente
associado ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o
consumo, à utilização persistente apesar das suas consequências nefastas, a uma
maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e
obrigações, a um aumento da tolerância pela droga e por vezes, a um estado de
abstinência física.
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Em decorrência de ser um problema bastante complexo, no qual estão envolvidas
várias dimensões, deve-se entender a dependência química como sendo uma
doença biopsicossocial.
Em função disso, os modelos de tratamento necessitam de tipos de
intervenções, que incluam diversas estratégias de abordagem do
problema, considerando elementos biológicos, psicológicos e sociais
(Kaplan et al., 2007).
VAMOS PRATICAR!
(FEPESE-2014) Sobre tratamento e prevenção da dependência química,
assinale a alternativa correta.
a) Um aspecto central envolvido no atendimento a dependentes químicos são a
desintoxicação, cujo foco e objetivo principal é a reorganização da vida do
indivíduo sem o uso da droga.
b) Na atualidade, a discussão e o cuidado em termos de dependência química
dão-se a partir do modelo cartesiano de saúde, segundo o qual o paciente
dependente é considerado como um ser ativo no processo saúde/doença.
c) O diagnóstico de um quadro de dependência química exige a avaliação de
diversos aspectos, uma vez que os padrões de consumo de drogas na atualidade
são diversificados, sendo a dependência o último estágio.
d) A dependência química, segundo entendimento da OMS, deve ser tratada
como um problema social e não como uma doença crônica que requer cuidados
médicos e/ou medicamentosos, já que é a sociedade que gera os quadros de
dependência.
e) A prevenção da dependência química tem como principal recurso a
implantação de programas de atendimento a dependentes, de caráter
socioeducativo, uma vez que o papel da família é irrelevante nessa dimensão
preventiva.
Gabarito: c
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DSM-IV – Critérios para dependência de substâncias
Um padrão de uso disfuncional de uma substância, levando a um
comprometimento ou desconforto clinicamente significativo, manifestado por três
(ou mais) dos seguintes sintomas, ocorrendo durante qualquer tempo, num
período de 12 meses:
1. Tolerância, definida por um dos seguintes critérios:

necessidade de quantidades nitidamente aumentadas de substâncias para
atingir intoxicação ou o efeito desejado
 efeito nitidamente diminuído com o uso contínuo da mesma quantidade da
substância.
2. Abstinência, manifestada por um dos seguintes critérios


síndrome de abstinência característica da substância
a mesma substância (ou outra bastante parecida) é usada para aliviar ou
evitar sintomas de abstinência.
3. A substância é frequentemente usada em grandes quantidades, ou por
período maior do que o intencionado.
4. Um desejo persistente ou esforço sem sucesso de diminuir ou controlar a
ingestão da substância.
5. Grandes períodos de tempo utilizados em atividades necessárias para obter
a substância, usá-la ou recuperar-se de seus efeitos
6. Reduzir ou abandonar atividades sociais, recreacionais ou ocupacionais por
causa do uso da substância
7. Uso continuado da substância, apesar do conhecimento de ter um
problema físico ou psicológico ou recorrente que tenha sido causado ou
exacerbado pela substância.
FIDALGO (2013), relata que a dependência de substâncias sofreu importantes
modificações no DSM V. “Em primeiro lugar, a dicotomia entre os diagnósticos de
abuso e de dependência de substâncias deixou de existir. Além disso, a história
de problemas com a lei em decorrência do uso de substâncias não faz mais parte
dos 11 critérios diagnósticos. Em seu lugar, entrou a presença de fissura (craving)
”.
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Pela nova classificação, o paciente pode ter os seguintes diagnósticos:
 dependência leve - presença de dois ou três dos onze critérios por um
período de um ano.
 dependência moderada - presença de quatro ou cinco dos onze critérios
por um período de um ano
 dependência grave - presença de mais de seis dos onze critérios por um
período de um ano
Os 11 critérios são:











uso em quantidades maiores ou por mais tempo que o planejado.
desejo persistente ou incapacidade de controlar o desejo
gasto importante de tempo em atividades para obter a substância
fissura importante
deixar de desempenhar atividades sociais, ocupacionais ou familiares
devido ao uso
continuar o uso apesar de apresentar problemas sociais ou interpessoais
restrição do repertório de vida em função do uso
manutenção do uso apesar de prejuízos físicos
uso em situações de exposição a risco
tolerância
abstinência
Outra novidade foi a inclusão da síndrome de abstinência de maconha e de
cafeína entre os transtornos induzidos pelo uso de substâncias.
“O impacto dessas mudanças para a saúde pública, para as novas pesquisas e
para os novos tratamentos só poderá ser avaliado nos próximos anos, à medida
em que esses novos critérios forem colocados em prática”, explica Fidalgo.
Muitos estudos buscam identificar características que predispõe um indivíduo a
um maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Em relação ao álcool, por
exemplo, estima-se que os fatores genéticos expliquem cerca de 50% das
vulnerabilidades que levam o indivíduo a fazer uso pesado de álcool principalmente genes que estariam envolvidos no metabolismo do álcool e/ou na
sensibilidade aos efeitos dessa substância, sendo que filhos de alcoolistas
possuem quatro vezes mais riscos de desenvolverem alcoolismo, mesmo se
forem criados por indivíduos não-alcoolistas. Além disso, fatores individuais e
aspectos do beber fazem com que mulheres, jovens e idosos sejam mais
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vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, o que o colocam em maior risco
de desenvolvimento de problemas.
Os critérios do “Manual Estatístico e Mental de Transtornos Mentais” (4ª edição;
DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria, e “Classificação Internacional
de Doenças” (10ª edição; CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS) são
os mais comumente empregados para o diagnóstico dos transtornos relacionados
ao uso de substâncias.
CONTINUE PRATICANDO!
(FUNCAB-2013) A literatura reconhece vários níveis de interação entre o
indivíduo, o álcool e outras substâncias psicoativas, como por exemplo, as noções
de uso nocivo ou abusivo, e dependência. Em relação à síndrome de dependência,
podemos citar como uma de suas características:
a) o fato de o indivíduo não apresentar evidências de tolerância à substância
utilizada.
b) o fato de a dependência sempre estar relacionada como uso de um único tipo
de substância.
c) o fato de o indivíduo não apresentar dependência fisiológica, apenas
psicológica, o que justificaria a ausência do quadro conhecido como “estado de
abstinência fisiológica”.
d) o fato de o indivíduo apresentar empobrecimento ou estreitamento do
repertório, ou seja, redução dos interesses do indivíduo por questões que não
estejam relacionadas como uso da substância.
e) a presença da necessidade física ou psicológica da substância psicoativa, sem
a presença da compulsão.
Comentários:
A dependência química é uma doença séria
complexa caracterizada pelo
uso compulsivo de drogas. Embora cada droga produza efeitos físicos
distintos, todas as substâncias químicas podem alterar permanentemente o
funcionamento do cérebro e a personalidade do dependente.
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É uma doença e é considerada como um Transtorno Mental. Se trata de
um transtorno em que a pessoa perde o controle do uso da substância, e
sua vida psíquica, emocional, espiritual, física, etc. vai se deteriorando
gradativamente e gravemente. É a essa altura que a pessoa precisa de ajuda
profissional para tratar a dependência química, pois sozinha ela já não
consegue mais se libertar do vício.
A doença passou a ser codificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a
partir de 1955. O CID (Código Internacional de Doenças), referente à
dependência das substâncias lícitas e ilícitas mais conhecidas, constam no
capítulo V da décima edição do código internacional de doenças (F-10 a F-19).
Além das drogas utilizadas que são retiradas da Terra, como por exemplo a
maconha e os cogumelos alucinógenos, prontas para o uso, existem drogas
fermentadas, destiladas, sintéticas
e produzidas em laboratórios legais e
clandestinos, como exemplos; cerveja, vinho, whisky, vodca, cigarros de tabaco
em geral, heroína, ecstasy, anfetaminas e meta anfetaminas, solventes,
benzodiazepínicos, esteroides anabolizantes, sendo pertinente lembrar que os
barbitúricos, receitados como
opioides como a morfina,
ansiolíticos ou
antidepressivos e até mesmo
usados sem controle, sem prescrição e rigoroso
acompanhamento médico, também causam dependência química e/ou psíquica,
e também levam o usuário à óbito por overdose, como as várias drogas citadas.
Diante do exposto, a assertiva que responde à questão é a alternativa d.
Gabarito: d
Tratamento
O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características
pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se já apresenta
problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso.
A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como
médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores
físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticada, a dependência
química deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar
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o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da
doença.
O tratamento depende de:







Número de substâncias psicoativas ou drogas utilizadas pelo dependente ou
usuário.
Severidade do uso e os prejuízos na vida.
Condições psicológicas do dependente.
Condições de saúde do dependente
Resistência do dependente a outros tratamentos
Meio social/ambiental/doméstico/familiar do dependente
Comorbidades que o dependente pode apresentar (exemplo: hiperatividade,
depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia etc.)
Objetivos do tratamento:



Melhoria das condições de vida do paciente/busca da felicidade
Redução da frequência das recaídas
Abstinência total do paciente
Fases do tratamento
A dependência química é uma doença que interfere em todos os aspectos da vida
do paciente dependente. A interrupção do uso da droga é apenas um primeiro
passo de um o processo de tratamento que pode durar em média de 1 a 5 anos.
O tratamento do paciente dependente deve ser planejado buscando-se não
somente interromper o uso da droga, mas visando a reinserção do paciente em
novas atividades sociais, profissionais, familiares e a prevenção de recaídas.
Como a dependência afeta vários aspectos da vida do paciente ela demanda uma
abordagem multidisciplinar por uma equipe composta ao menos por médicos,
enfermeiros, psicólogos, neuropsicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes
sociais e outros profissionais.
Pode-se dividir o tratamento dos dependentes pode ser dividido em cinco etapas
de acordo com a fase de motivação para a mudança em que o paciente se
encontra (tabela 1). As fases não são necessariamente sequenciais, e os
indivíduos usualmente passam por eles várias vezes durante o tratamento, em
ordens aleatórias. A motivação para tratar sua doença varia no paciente com uma
dependência. Pode-se encontrar o paciente dependente em uma de seis fases
(Clementi, Prochasca, 1983)
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Fases da motivação para mudança
Fase
Pré-contemplação
Contemplação
Preparação
Ação
Manutenção
Recaída
Descrição
O paciente dependente
não
percebe
os
malefícios e prejuízos
relacionados ao uso da
droga.
Segue com seu uso e
não planeja parar nos
próximos seis meses
O indivíduo percebe os
problemas e prejuízos
relacionados ao uso da
droga, mas não toma
nenhuma ação para
interromper o uso da
droga.
Pensa em parar de
usar
drogas
nos
próximos seis meses
O paciente dependente
continua
usando
a
droga, porém já fez ao
menos uma tentativa
de parar a droga, no
último ano
Pensa em parar o uso
da droga (abstinência)
nos próximos 30 dias
O paciente aceitou e
conseguiu
parar
completamente o uso
da droga durante ao
menos seis meses
Os pacientes mantemse sem usar a droga
por ao menos seis
meses
O que fazer
Convidar ao indivíduo à
reflexão;
evitar
a
confrontação, remover
barreiras
ao
tratamento e propor
medidas de controle do
dano
Discutir prós e contras
do uso das drogas;
ajudar
o
paciente
dependente a perceber
a incompatibilidade do
uso de drogas e seus
objetivos de vida
Remover barreira ao
tratamento e ajudar o
paciente ativamente a
se
tratar.
Deve-se
demonstrar interesse e
apoio a atitude do
paciente
dependente
de se tratar
Implementar e ajustar
o projeto terapêutico
do paciente
Colaborar
na
construção de um novo
estilo de vida mais
responsável
e
autônomo
O paciente dependente Reavaliar
o
estágio
volta a consumir a motivacional
do
droga
paciente
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1a etapa – Redução de danos
O controle do dano é útil sobretudo quando o paciente está em fase de précontemplação e contemplação. Nestas fases, como o paciente dependente não
aceita ajuda, os profissionais de saúde podem oferecer medidas de proteção que
minimizem os danos causados pela droga, pela situação precária em que se
encontram os pacientes. Esta atitude pode abrir portas e aproximar o paciente
do sistema de saúde permitindo-lhe perceber que há possibilidades tratamento.
2a etapa – Consulta motivacional
Durante as etapas de contemplação e preparação o paciente dependente precisa
encontrar suas próprias motivações internas para interromper o uso da droga.
Nestas etapas o uso de uma técnica chamada consulta motivacional ajuda o
paciente a sair da dúvida sobre os benefícios e malefícios do uso da droga e a se
orientar em direção a uma decisão de interromper o uso.
3a etapa – Tratamento de abstinência e construção de um projeto
terapêutico
Pacientes na fase de preparação e ação precisam ter acesso a serviços de saúde
especializados que irão propiciar condições ideais para que o paciente possa
realizar o tratamento de abstinência também conhecido como “desintoxicação”.
As drogas causam importantes efeitos no cérebro e no organismo. A interrupção
súbita do uso de algumas drogas pode causar efeitos e sensações desagradáveis.
Quando da realização do tratamento de abstinência o paciente pode, por vezes,
se tornar agitado, irritável e sentir um grande mal-estar. O uso de um tratamento
adequado permite ao paciente obter alívio e prevenir estas sensações
desagradáveis, fazendo com que o início da abstinência seja menos sofrido. Para
isto são necessárias equipes especializadas em abstinência e para alguns
pacientes leitos hospitalares que possam acolher, proteger e tratar estes
pacientes. Durante esta etapa deve-se trabalhar com o paciente para que, a partir
das suas motivações e objetivos de vida, se construir um projeto terapêutico e
de reabilitação cognitiva e social.
4a etapa – Reabilitação cognitiva, social e prevenção de recaídas
Uma vez realizada a abstinência, alguns pacientes dependentes que tiveram
muitos prejuízos econômicos, sociais, pessoais ou neuropsicológicos, ou que se
encontram em situação de marginalização, precisarão de um suporte para
realizar a reabilitação cognitiva e social.
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Este processo passa, por vezes, pela avaliação neuropsicológica para se avaliar
problemas na concentração, memória, nas funções executivas ou outros aspectos
que possam influenciar na tomada de decisões do paciente. Caso haja algum
déficit um tratamento de reabilitação neuropsicológico pode ser indicado.
A outra etapa é a preparação para o retorno a uma vida ativa, em sociedade e
com a inserção de uma atividade profissional que possam ajudar o paciente a
retomar a sua autoestima e o convívio na sua comunidade. Esta etapa pode ser
feita por uma equipe multidisciplinar ou com a ajuda de uma comunidade
terapêutica de qualidade. Deve-se lembrar que quanto menos se separar o
paciente dependente da sua família e da sua comunidade mais fácil e rápida será
a sua reinserção. A instituição onde é feita esta etapa do tratamento deve ser
capaz de estabelecer um vínculo com a família, com a comunidade e com os
serviços de atenção a saúde próximos da morada do paciente.
A prevenção de recaída também é uma etapa importante para a manutenção da
abstinência. Esta etapa do tratamento tem como objetivo ajudar o paciente
dependente a encontrar um novo estilo de vida e a aprender estratégias que o
afastarão do uso de drogas e de possíveis recaídas.
Além dos serviços de saúde pública e privada, associações como os Alcoólicos
Anônimos, os Narcóticos Anônimos, comunidades terapêuticas e instituições
religiosas também podem colaborar para o tratamento dos pacientes com uma
dependência. Cabe ao médico e a equipe multidisciplinar ajudar o paciente a se
orientar aos tratamentos que possam ser mais eficazes para ele.
Prognóstico
A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos
aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada
a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam
multidisciplinares para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos
sociais, psicológicos, profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em
diversos estudos), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de
comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos
cognitivos e funcionamento social.
Prevenção
Em se tratando da prevenção de problemas relacionados as drogas, é de vital
importância que estratégias de prevenção sobre a questão sejam desenvolvidas,
incorporando abordagens baseadas em evidências culturalmente apropriadas,
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com prioridade para gestantes, jovens, menores de idade e outras populações
vulneráveis.
Não existe um modelo ideal e único de programa, e sim diferentes possibilidades
de abordar estas questões. O que se percebe é que terão mais sucesso as ações
que contemplam abordagens multidisciplinares, ou seja, trabalho e estudo de
profissionais de diversas áreas e especialidades.
Em relação à prevenção de novas recaídas, sugere-se que o paciente mantenha
sempre o acompanhamento com profissionais especializados e que sempre
avaliem a proposta terapêutica, verificando a necessidade de ajustes. Ainda,
participar de sessões de psicoterapia (principalmente com abordagens
comportamentais) podem oferecer estratégias para que o indivíduo consiga lidar
com situações de alto risco ou forte desejo de consumir a substancia, além de
maneiras de evitar e prevenir recaídas.
Uso indevido de substâncias psicoativas: DANOS
Durante a intoxicação:
•
•
•
•
Maior risco de acidentes pessoais, tanto no lazer como no trabalho, que
variam de pequenos, até a morte
Criminalidade
Violência familiar
Suicídios
Cronicamente:
•
•
•
•
•
•
Desnutrição
Predisposição a infecções;
Piora da qualidade do sono e da alimentação, dos cuidados pessoais e da
higiene;
Causa direta e indireta de diversas doenças clínicas e psiquiátrica;
Abandono e perda de emprego;
Abandono familiar.
Durante a abstinência:
•
•
Complicações físicas e psíquicas;
Criminalidade e suicídio
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Intoxicação aguda
A intoxicação aguda caracteriza-se pelo desenvolvimento de sinais e sintomas
específicos decorrentes da ingestão recente ou exposição à determinada
substância.
Estado consequente ao uso de uma substância psicoativa compreendendo
perturbações da consciência, das faculdades cognitivas, da percepção, do afeto
ou do comportamento, ou de outras funções e respostas psicofisiológicas.
As perturbações estão na relação direta dos efeitos farmacológicos agudos da
substância consumida, desaparecem com o tempo, com cura completa, salvo nos
casos onde surgiram lesões orgânicas ou outras complicações.
A natureza destas complicações depende da categoria farmacológica da
substância consumida assim como de seu modo de administração.
Os principais riscos: aparecimento de complicações clínicas e acidentes
Substâncias com
desencadear:
•
•
•
potencial
de
abuso
são
aquelas
que
podem
autoadministração repetida, que geralmente resulta em tolerância;
abstinência;
e comportamento compulsivo de consumo.
Padrões de uso de substâncias
Existem padrões individuais de consumo que variam de intensidade ao longo de
uma linha contínua
Consumo de baixo risco.
Consumo em baixas doses, com precauções necessárias à prevenção de
acidentes relacionados.
Uso nocivo
Modo de consumo de uma substância psicoativa que é prejudicial à saúde.
As complicações podem ser:
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•
•
•
físicas (hepatite consequente a injeções de droga pela própria pessoa) ou
psíquicas (por exemplo, episódios depressivos secundários a grande
consumo de álcool).
O uso é eventual, mas indivíduo é incapaz de controlar ou adequar seu
modo de consumo.
Isso leva a problemas sociais (brigas, faltas no emprego), físicos
(acidentes) e psicológicos (heteroagressividade).
Qualquer padrão de consumo pode trazer problemas para o indivíduo.
Uso nocivo: critérios CID 10
•
•
•
•
Uso claramente responsável por dano físico ou psicológico
A natureza do dano é claramente identificável
Uso persiste por pelo menos um mês ou repetido nos últimos 12 meses
Não satisfaz critérios para dependência
•
O diagnóstico requer que um dano real deva ter sido causado à saúde física
e/ou mental do usuário.
Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas
Associados a consequências sociais diversas.
O uso nocivo não deve ser diagnosticado se a síndrome de dependência,
um transtorno psicótico ou outra forma específica de transtorno relacionado
ao uso de drogas ou álcool está presente.
•
•
•
SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA
 Compulsão para o consumo
A experiência de um desejo incontrolável de consumir uma substância. O
indivíduo imagina-se incapaz de colocar barreiras a tal desejo.
 Aumento da tolerância
A necessidade de doses crescentes de uma determinada substância para alcançar
efeitos originalmente obtidos com doses mais baixas.
 Síndrome de abstinência
O surgimento de sinais e sintomas de intensidade variável quando o consumo de
substância psicoativa cessou ou foi reduzido
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 Alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo
O consumo de substâncias psicoativas visando ao alívio dos sintomas de
abstinência. O indivíduo aprende a detectar os intervalos da manifestação de
sintomas, passa a consumir a substância preventivamente, a fim de evitá-los.
 Relevância do consumo
O consumo de uma substância torna-se prioridade, mais importante do que
coisas que outrora eram valorizadas pelo indivíduo
 Estreitamento ou empobrecimento do repertório
A perda das referências internas e externas que norteiam o consumo. À medida
que a dependência avança, as referências voltam-se exclusivamente para uso,
em detrimento do consumo ligado a eventos sociais. Passa a ocorrer em locais
incompatíveis, como por exemplo o local de trabalho.
 Reinstalação da síndrome de dependência
Uma síndrome que levou anos para se desenvolver pode se reinstalar em poucos
dias, mesmo depois de um longo período de abstinência.
Critérios do CID-10 para dependência de substâncias
Um diagnóstico definitivo de dependência deve usualmente ser feito somente se
três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experenciados ou exibidos em
algum momento do ano anterior:
 um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
 dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em
termos de seu início, término e níveis de consumo;
 um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou ou
foi reduzido, como evidenciado por: síndrome de abstinência para a
substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente
relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
 evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância
psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos
por doses mais baixas;
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 abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do
uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária
para se recuperar de seus efeitos;
 persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de
consequências manifestamente nocivas. Deve-se fazer esforços claros para
determinar se o usuário estava realmente consciente da natureza e
extensão do dano.
Síndrome [estado] de abstinência
Conjunto de sintomas que se agrupam de diversas maneiras, tem gravidade
variável, ocorrem quando o indivíduo para absoluta ou relativamente o uso de
uma substância psicoativa, que era consumida por tempo prolongado.
O início e a evolução da síndrome de abstinência são: limitadas no tempo,
dependem da categoria e da dose da substância consumida antes da parada ou
da redução do consumo.
A síndrome de abstinência pode se complicar pela ocorrência de convulsões e/ou
delirium
A síndrome resulta de um processo neuro-adaptativo do sistema nervoso central
São descritos dois tipos de adaptação frente à presença constante da substância,
elas se estabelecem em busca de um novo equilíbrio.
A adaptação de prejuízo é a diminuição do efeito da droga sobre a célula.
A adaptação de oposição é a instituição de uma força no interior da célula,
antagônica ao efeito da droga.
A síndrome de abstinência aparece quando da remoção a substância, total ou
parcialmente, afetando o novo equilíbrio.
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RESUMINDO...
Dependência: relação disfuncional entre um indivíduo e seu modo de consumir
uma determinada substância
 consumo se mostra compulsivo;
 intensidade é capaz de ocasionar problemas sociais, físicos e ou
psicológicos;
 transtorno complexo, “biopsicossocial,” componentes sociais, psicológicos
e biológicos;
 transtorno crônico, que cursa com recaídas;
 caracterizada pela procura compulsiva pelo uso da substância, a despeito
das consequências físicas, psíquicas ou sociais;
 resultado das modificações prolongadas e persistentes que a substância
provoca no cérebro.
Alguns dos sintomas da dependência química
•Desejo incontrolável de usar a substância
•Perda de controle (não conseguir parar depois de ter começado)
•Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores para atingir o mesmo
efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com
uma mesma dose da substância
Sintomas de abstinência:



Sudorese
Tremores
Ansiedade quando a pessoa está sob efeito da droga
Fatores de predisposição
Fatores biológicos: tendências familiares (sobretudo no alcoolismo)
Fatores psicológicos: existência de traços de personalidade oro - dependente,
baixa autoestima, traços familiares de falta de estabilidade emocional, falta de
modelos positivos de comportamento, falta de confiança em si mesmo.
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Abuso de substâncias – em que um uso patológico e incapacidade para deixálo, falhas no cumprimento de obrigações por tempo superior a um mês.
Dependência de substâncias – mais grave do que o abuso; neste caso, além
das características anteriores existe dependência física, que se caracteriza por
tolerância ou abstinência, ou ambas.
Lista de substâncias psicoativas, conforme a 10ª Revisão da Classificação
Internacional de Doenças (CID-10):









Álcool;
Barbitúricos e sedativos hipnóticos;
Opiáceos (morfina, heroína, codeína e diversas substâncias sintéticas);
Anfetaminas;
Derivados da canabis (maconha).
Cocaína
Tabaco
Alucinógenos
Solventes voláteis
(FCC- 2012) Tratam-se d substâncias que alteram a percepção sensorial e
podem produzir ilusões, paranoia e alucinações, correspondem aos:
a) alucinógenos
b) tranquilizantes
c) opiáceos
d) estimulantes
e) ansiolítico
Comentários: Sabe-se que os alucinógenos provocam alterações na percepção
sensorial, podendo desencadear ilusões, paranoia e alucinações.
O DSM-V aponta que a característica primordial da intoxicação por alucinógenos
é a presença de alterações comportamentais ou psicológicas mal adaptativas e
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clinicamente significativas. Essas alterações abrangem ativações subjetivas das
percepções, despersonalização, desrealização, ilusões, alucinações e sinestesias.
Dessa forma, é evidente que a alternativa a é o gabarito da questão.
3. ÁLCOOL
Segundo Dr. Dráuzio Varela (2001), do ponto de vista médico, o alcoolismo é
uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos,
caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna
progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve
sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada.
A identificação precoce do alcoolismo geralmente é prejudicada pela negação dos
pacientes quanto a sua condição de alcoolista. Além disso, nos estágios iniciais é
mais difícil fazer o diagnóstico, pois os limites entre o uso "social" e a dependência
nem sempre são claros.
Sem desprezar a importância do ambiente no alcoolismo, há evidências claras de
que alguns fatores genéticos aumentam o risco de contrair a doença.
O alcoolismo tende a ocorrer com mais frequência em certas famílias, entre
gêmeos idênticos (univitelinos), e mesmo em filhos biológicos de pais alcoólicos
adotados por famílias de pessoas que não bebem.
Estudos mostram que adolescentes abstêmios, filhos de pais alcoólicos, têm mais
resistência aos efeitos do álcool do que jovens da mesma idade, cujos pais não
abusam da droga.
Muitos desses filhos de alcoólicos se recusam a beber para não seguir o exemplo
de casa. Quando acompanhados por vários anos, porém, esses adolescentes
apresentam maior probabilidade de abandonar a abstinência e tornarem-se
dependentes.
Filhos biológicos de pais alcoólicos criados por famílias adotivas têm mais
dificuldade de abandonar a bebida do que alcoólicos que não têm história familiar
de abuso da droga.
Ao considerar os pacientes que podem ter problemas relacionados ao consumo
de bebidas alcoólicas, é útil distinguir os 3 tipos de consumo de álcool:
consumo de álcool moderado e não problemático; consumo de álcool
perigoso ou de risco (que expõe os pacientes ao risco de desenvolver
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problemas relacionados ao consumo de álcool); e consumo de álcool
prejudicial (que provoca diretamente o aparecimento de problemas
relacionados à ingesta de bebidas alcoólicas). Pacientes com problemas
relacionados ao consumo de álcool de estágios mais avançados podem atender
aos critérios de dependência ou vício em álcool.
Consumo de bebidas alcoólicas moderado
O consumo moderado de bebidas alcoólicas é definido em termos de média do
número de drinques (exemplos do que seria um drinque: uma taça de vinho, uma
dose de 50 mL de destilado ou uma lata de cerveja) de bebida alcoólica
consumidos em 1 dia que expõe um indivíduo adulto a um risco relativamente
baixo de desenvolvimento de problemas de saúde associados ao consumo de
álcool. No caso de homens com menos de 65 anos de idade, o consumo de álcool
moderado é definido como beber, em média, no máximo 2 drinques de bebida
alcoólica ao dia.
Consumo de bebidas alcoólicas de risco
O consumo de risco ocorre quando os níveis de consumo de álcool moderado são
ultrapassados ou quando o número de drinques de bebida alcoólica consumido
em uma única ocasião excede uma determinada quantidade (4 drinques por
ocasião para os homens; 3 drinques por ocasião para as mulheres).
Consumo de bebidas alcoólicas prejudicial
O consumo de álcool prejudicial é definido como aquele que resulta em danos
físicos ou psicológicos. Este distúrbio também é reconhecido pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e é definido segundo os critérios d CID-10, que inclui:
(1) evidências claras de que o consumo de álcool está causando danos físicos e
psicológicos;
(2) a natureza dos danos é identificável;
(3) o consumo de álcool persiste há no mínimo 1 mês ou tem ocorrido repetidas
vezes nos últimos 12 meses; e
(4) o indivíduo não atende aos critérios de dependência alcoólica.
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Consumo abusivo de bebidas alcoólicas
No DSM-IV, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas é definido como um padrão
mal adaptativo de consumo de álcool, que leva a um sofrimento ou
comprometimento clínico significativo manifestado dentro de um período de 12
meses por meio dos seguintes problemas:
(1) falha em cumprir as obrigações no trabalho, na escola ou em casa; (2)
consumo recorrente de bebidas alcoólicas em situações de perigo; (3) problemas
legais relacionados ao consumo de álcool; e
(4) consumo contínuo, apesar dos problemas sociais relacionados ao consumo
de álcool.10 No DSM-V, que está para ser publicado, será disponibilizada uma
versão atualizada destes critérios.
ATENTE AO FOCO DA QUESTÃO!
(CETRO-2014) A OMS considera como doença a dependência de substâncias
psicoativas, como álcool. Para diagnosticar um indivíduo como dependente, deve
ser observada a ocorrência de alguns critérios por um período de pelo menos 12
meses. Dos critérios abaixo, assinale os que não estão listados nas
orientações do DSM-V que permitem definir o transtorno de abuso de álcool e
drogas.
a) Abandono de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas pelo uso do
álcool.
b) Uso de quantidades progressivamente maiores ou por período maior do que
desejaria.
c) Desejo de diminuir ou interromper o uso sem sucesso
d) Fissura ou forte desejo de consumir álcool.
e) Manutenção de padrões adequados e sem prejuízos de suas atividades
ocupacionais e na vida domésticas e acadêmica.
Gabarito: e
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Dependência de álcool
De acordo com os critérios da APA, a dependência do álcool manifesta-se por um
padrão de consumo mal adaptativo por um período superior a 12 meses, que
inclui 3 ou mais dos seguintes problemas:
(1) tolerância fisiológica caracterizada por aumento da quantidade de álcool
consumida ou pela diminuição dos efeitos produzidos pela quantidade de álcool
que o indivíduo costuma consumir;
(2) sintomas de abstinência;
(3) consumo de quantidades maiores de álcool por um período superior ao
pretendido;
(4) vontade persistente ou tentativas malsucedidas de controlar o consumo;
(5) passar boa parte do tempo à procura, consumindo ou se recuperando da
ingesta de bebidas alcoólicas;
(6) diminuição do nível de participação em atividades recreativas, ocupacionais
e sociais importantes; e
(7) consumo contínuo, mesmo estando consciente dos problemas físicos ou
psicológicos.
Intoxicação Aguda
O álcool cruza, com liberdade, a barreira protetora que separa o sangue do tecido
cerebral. Poucos minutos depois de um drinque, sua concentração no cérebro já
está praticamente igual à da circulação.
Em pessoas que não costumam beber, níveis sanguíneos de 50mg/dl a 150 mg/dl
são suficientes para provocar sintomas. Esses, por sua vez, dependem
diretamente da velocidade com a qual a droga é consumida, e são mais comuns
quando a concentração de álcool está aumentando no sangue do que quando está
caindo.
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Os sintomas da intoxicação aguda são variados: euforia, perda das inibições
sociais, comportamento expansivo (muitas vezes inadequado ao ambiente) e
emotividade exagerada. Há quem desenvolva comportamento beligerante ou
explosivamente agressivo.
Com o aumento da concentração da droga na corrente sanguínea, a função do
cerebelo começa a mostrar sinais de deterioração, provocando desequilíbrio,
alteração da capacidade cognitiva, dificuldade crescente para a articulação da
palavra, falta de coordenação motora, movimentos vagarosos ou irregulares dos
olhos, visão dupla, rubor facial e taquicardia. O pensamento fica desconexo e a
percepção da realidade se desorganiza.
Quando a ingestão de álcool não é interrompida surgem: letargia, diminuição da
frequência das batidas do coração, queda da pressão arterial, depressão
respiratória e vômitos, que podem ser eventualmente aspirados e chegar aos
pulmões provocando pneumonia entre outros efeitos colaterais perigosos.
Tolerância e alcoolismo crônico
A resistência aos efeitos colaterais do álcool está diretamente associada ao
desenvolvimento da tolerância e ao alcoolismo.
Horas depois da ingestão exagerada de álcool, embora a concentração da droga
circulante ainda esteja muito alta, a bebedeira pode passar. Esse fenômeno é
conhecido como tolerância aguda.
O tipo agudo é diferente da tolerância crônica do bebedor contumaz, que lhe
permite manter aparência de sobriedade mesmo depois de ingerir quantidades
elevadas da droga. Doses de álcool entre 400mg/dl e 500 mg/dl, que muitas
vezes levam o bebedor ocasional ao coma ou à morte, podem ser suportadas
com sintomas mínimos pelos usuários crônicos.
Diversos estudos demonstraram que as pessoas capazes de resistir ao efeito
embriagante do álcool, estatisticamente, apresentam maior tendência a
tornarem-se dependentes.
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(FUNCAB-2015) Considerando o distúrbio caracterizado como alcoolismo,
tolerância e dependência ao álcool são dois eventos distintos e indissociáveis.
Desta forma, podemos dizer que:
A) dependência é a necessidade de doses maiores de álcool para a manutenção
da tolerância e consequente aumento do efeito de embriaguez.
B) a dependência geralmente é tanto mais intensa quanto menor for o grau de
tolerância ao álcool.
C) a dependência não é necessariamente simultânea à tolerância, sendo a
primeira geralmente posterior à segunda.
D) o critério para verificar tolerância não é a perda relativa do efeito da bebida,
mas a ausência ou presença de embriaguez.
E) tolerância é a necessidade de doses maiores de álcool para a manutenção do
efeito de embriaguez obtido nas primeiras doses.
Gabarito: e
Síndrome do blackout e da abstinência
Pode ocorrer em bebedores esporádicos ou crônicos e caracteriza-se por amnésia
que pode durar horas, sem perda de consciência da realidade durante a crise. O
blackout (ou apagamento) acontece porque o álcool interfere nos circuitos
cerebrais encarregados de arquivar acontecimentos recentes.
O álcool é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central. Para
contrabalançar esse efeito, o usuário crônico aumenta a atividade de certos
circuitos de neurônios que se opõem à ação depressiva. Quando a droga é
suspensa abruptamente, depois de longo período de uso, esses circuitos
estimulatórios não encontram mais a ação depressora para equilibrá-los e surge,
então, a síndrome de hiperexcitabilidade característica da abstinência.
Seus sintomas mais frequentes são: tremores, distúrbios de percepção,
convulsões e delirium tremens.
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(FUNCAB-20015) Um alcoolista, em dado momento, apresenta quadro de
descoordenação motora, movimentos oculares rítmicos como se estivesse lendo
(nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares, confusão mental e depois de
recobrar a consciência, perda de memória recente, inventando histórias para
preencher as lacunas do que não se lembrava. Ao oferecer-lhe tiamina, o quadro
obteve melhora rápida, mas o déficit de memória acabou tornando-se
permanente, incapacitando-o de manter funções anteriores. Podemos dizer que
este paciente apresenta:
A) demência alcoólica.
B) síndrome Wernicke-Korsakoff.
C) síndrome de Alzheimer.
D) intoxicação pelo álcool.
E) delirium tremens.
Gabarito b
Reconhecimento da dependência e reabilitação
Uma das características mais importantes do alcoolismo é a negação de sua
existência por parte do usuário. Raros são aqueles que reconhecem o uso abusivo
de bebidas, passo considerado essencial para livrarem-se da dependência.
As recomendações atuais para tratamento do alcoolismo, envolvem duas
etapas:
a) Desintoxicação – Geralmente realizada por alguns dias sob supervisão
médica, permite combater os efeitos agudos da retirada do álcool. Dados os
altíssimos índices de recaídas, no entanto, o alcoolismo não é doença a ser
tratada exclusivamente no âmbito da medicina convencional.
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b) Reabilitação – Alcoólicos anônimos – Depois de controlados os sintomas
agudos da crise de abstinência, os pacientes devem ser encaminhados para
programas de reabilitação, cujo objetivo é ajudá-los a viver sem álcool na
circulação sanguínea.
4. TABACO
Critérios Diagnósticos segundo o DSM V - Transtorno do uso do Tabaco
A. Padrão de uso problemático do tabaco levando a prejuízo clinicamente
significativo ou desconforto, definidos por pelo menos dois dos seguintes, em
período de 12 meses:
1. O Tabaco é usado geralmente em quantidades maiores ou por períodos mais
longos que os pretendidos
2. Há um desejo persistente ou esforços malsucedidos de reduzir ou
controlar o uso do tabaco.
3. Muito tempo gasto em atividades necessárias para obter ou usar o tabaco.
4. Craving, ou um forte desejo ou urgência de usar tabaco.
5. Uso recorrente de tabaco resultando em falha no cumprimento de
importantes obrigações no trabalho, escola ou casa.
6. Uso continuado do tabaco apesar de ter problemas persistentes ou
recorrentes sociais ou interpessoais causados ou exacerbados pelos efeitos do
tabaco (por exemplo, discussões com outros devido ao uso do tabaco)
7. Atividades importantes, sociais, ocupacionais ou recreativas abandonadas
devido ao uso do tabaco.
8. Uso recorrente do tabaco em situações em que é fisicamente perigoso (por
exemplo fumar na cama).
9. Uso do tabaco é continuado apesar de saber ter um problema persistente
ou recorrente, físico ou psicológico que provavelmente foi causado ou exacerbado
pelo tabaco.
10.Tolerância, definida por um dos seguintes:
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 necessidade de acentuado aumento nas quantidades de tabaco para atingir
o efeito desejado.
 um efeito acentuadamente diminuído com o uso continuado da mesma
quantidade de tabaco.
11. Abstinência, manifestada por um dos seguintes:
 a síndrome de abstinência característica do tabaco
 o tabaco( ou substâncias relacionadas, tais como nicotina) consumido para
aliviar ou evitar sintomas de abstinência.
Atualmente o Tabaco é um dos principais responsáveis pela carga de doenças no
mundo, causando cerca de 1 em cada 10 mortes.
A nicotina do tabaco causa dependência química similar à dependência de drogas
como heroína ou cocaína.
O tabagismo está na Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças
(CID-10), no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do
uso de substância psicoativa.
É considerado uma doença pediátrica, pois a idade média da iniciação é 15 anos.
Comporta-se como uma doença crônica e seu tratamento, deve ser valorizado
fazendo parte das rotinas de atendimento de unidades de saúde do SUS da
mesma forma como é feito para hipertensão e diabetes.
5. REDUÇÃO DE DANOS
Redução de Danos (RD) foi adotada como estratégia de saúde pública pela
primeira vez no Brasil no município de Santos-SP no ano de 1989, quando altos
índices de transmissão de HIV estavam relacionados ao uso indevido de drogas
injetáveis (Mesquita, 1991). Proposta inicialmente como uma estratégia de
prevenção ao HIV entre usuários de drogas injetáveis, Programa de Troca de
Seringas (PTSs), a Redução de Danos foi ao longo dos anos se tornando uma
estratégia de produção de saúde alternativa às estratégias pautadas na lógica da
abstinência, incluindo a diversidade de demandas e ampliando as ofertas em
saúde para a população de usuários de drogas.
Antes do aparecimento da AIDS, apesar dos graves problemas associados ao uso
indevido de drogas (principalmente em relação ao uso pela via endovenosa), a
preocupação principal dos profissionais da área estava dirigida ao problema
da dependência, e não às doenças infecciosas e/ou contagiosas associadas a essa
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prática (Stimson, 1990). Tanto leis (que em geral puniam o uso) quanto modelos
de tratamento eram orientados essencialmente à prevenção ou à "cura" do uso
de drogas.
A diversificação das ofertas em saúde para usuários de drogas sofreu
significativo impulso quando, a partir de 2003, as ações de RD deixam de ser
uma estratégia exclusiva dos Programas de DST/AIDS e se tornam uma
estratégia norteadora da Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a
Usuários de Álcool e Outras Drogas e da política de Saúde Mental. Passos; Souza
(2011).
A redução dos danos relacionada ao uso de drogas tem origem
no Comitê Rolleston, de 1926, que concluía que a manutenção de usuários por
meio do emprego de opiáceos era o tratamento mais adequado para
determinados usuários.
Esse processo de ampliação e definição da RD como um novo paradigma ético,
clínico e político para a política pública brasileira de saúde de álcool e outras
drogas implicou um processo de enfrentamento e embates com as políticas
antidrogas que tiveram suas bases fundadas no período ditatorial.
A abordagem de Redução de Danos não tem como objetivo principal fazer com
que o usuário interrompa o uso da droga, ou que o indivíduo nunca a
experimente. Sua preocupação não é a de acabar com o consumo (entende que
de algum modo sempre teremos que lidar com isso), mas sim pretende lidar com
o modo como este consumo é realizado, priorizando, especificamente, diminuir
os possíveis danos à saúde. Trabalhar a prevenção na perspectiva da abordagem
de Redução de Danos é compreender que o melhor caminho para lidar com o uso
de drogas não é o de decidir e definir pelos outros quais são os comportamentos
mais adequados e corretos. Muito diferente disso, é construir, junto com o
outro, possibilidades de escolhas mais autênticas e livres, diminuindo
vulnerabilidades.
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(AOCP-2016) Sobre Política de Redução de Danos, assinale a alternativa
correta.
(A) A proposta da redução de danos incentivaria o consumo de drogas, com
gastos desnecessários, quando o objetivo deveria ser a desintoxicação total.
(B) A política de Redução de Danos atinge somente os usuários de substâncias
psicoativas.
(C) Há um consenso que a Redução de Danos é a melhor maneira de tratar a
dependência química.
(D) Visa diminuir a vulnerabilidade associada ao consumo de drogas e os
prejuízos causados pela dependência.
(E) Na política de redução de danos, a abstinência é o único objetivo a ser
atingido.
Gabarito d
Em seu conceito mais estrito, podemos dizer que “redução de danos é uma
política de saúde que se propõe a reduzir os prejuízos de natureza biológica,
social e econômica do uso de drogas, pautada no respeito ao indivíduo e no seu
direito de consumir drogas” (Andrade et al, 2001).
Redução do risco ou redução do dano são termos frequentemente usados
como sinônimos. O risco se relaciona à possibilidade de que um evento possa
ocorrer, o dano deve ser visto como a ocorrência do próprio evento. Desse
enfoque, evitar o dano seria uma atitude mais pragmática do que evitar o risco
(nem sempre ocorre necessariamente um dano, em uma situação onde há risco).
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(FUNCAB-2016) No que diz respeito à Atenção Integral a Usuários de Álcool e
outras Drogas, a redução de danos é:
A) uma estratégia que apresenta formas simples de lidar com as questões que
envolvem uso de drogas, com base, exclusivamente, na intersetorialidade das
ações.
B) uma última estratégia a ser utilizada no manejo de situações clínicas
recorrentes.
C) é uma estratégia isolada que incorpora experiências inovadoras e exitosas de
outros países no cotidiano do cuidado.
D) uma estratégia de saúde pública que visa diminuir as vulnerabilidades de risco
social, individual e comunitário, decorrentes do uso e abuso de drogas.
E) uma estratégia em que o usuário deve ser o protagonista de seu cuidado
dentro do serviço, fortalecendo o vínculo com a equipe e enfraquecendo o contato
com o território de origem do usuário.
Gabarito d
Comentários: Segundo a Cartilha de Redução de Danos para Agentes
Comunitários de Saúde, RD é uma estratégia da Saúde Pública que busca
minimizar as consequências adversas do consumo de drogas do ponto de vista
da saúde e dos seus aspectos sociais e econômicos sem, necessariamente,
reduzir esse consumo.
Redução de Danos implica em intervenções singulares, que podem envolver o
uso protegido, a diminuição do uso da droga, substituição por substâncias que
causem menos agravos ou até mesmo a abstinência. Sendo assim, a alternativa
que ratifica o conceito solicitado acerca da RD é a alternativa d.
Gabarito: d
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Embora a Redução de Danos (RD) tenha inicialmente se destacado a partir da
distribuição de agulhas e seringas para usuários de drogas injetáveis (UDI), como
estratégia para prevenir a transmissão do vírus da AIDS, hoje é equivocado
limitá-la a isso.
“Na verdade, a história da prática de saúde pública está centrada nas
estratégias de redução de danos, desde a limpeza do suprimento de água até
o rastreamento de doenças infecciosas” (Abrams & Lewis, 1999).
Listamos, a seguir, alguns documentos oficiais importantes com a indicação dos
trechos que versam sobre redução de danos.
Lei nº. 11.343/2006 (atual lei sobre drogas do Brasil), onde encontramos os
seguintes termos:



“Redução de riscos” (art. 19, inciso VI)
“Redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas” (art. 20)
“Redução de riscos e de danos sociais e à saúde” (art. 22, inciso III)
Decreto nº. 6.117, de 22 de maio de 2007, que aprova a Política Nacional
sobre o Álcool, dispõe sobre as medidas para redução do uso indevido de álcool
e sua associação com a violência e criminalidade, e dá outras providências, no
qual a redução de danos também está citada no:
Anexo I: I - Objetivo (item 1) e IV - Diretrizes (itens 4, 5, 7)
 Anexo II: Conjunto de medidas para reduzir e prevenir os danos à saúde e
à vida, bem como as situações de violência e criminalidade associadas ao
uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira.
Portaria nº. 1.190, de 4 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial
de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas
no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes
gerais, ações e metas. Vide:
 3º considerando
 artigo 1º, inciso II
 artigo 3º, inciso XI
 artigo 4º, inciso III , item d

Sugerimos a leitura na íntegra:
http://www.vivacomunidade.org.br/wpcontent/arquivos/cartilha_ACS_red_danos.pdf
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DESCANSE, MAS NÃO PERCA O FOCO!
CONTINUE PRATICANDO!
(FAPERP-2012) A dependência química é um problema que vem crescendo no
Brasil e atinge a todos os setores e áreas de atuação. O simples encaminhamento
para clínicas de reabilitação não tem se mostrado eficaz. Neste contexto, a
redução de danos aparece como uma estratégia que visa:
a) minimizar os danos causados pelo uso de drogas, criando um vínculo de
confiança com o usuário, sem que se exija em troca a abstinência.
b) reduzir os danos causados pela institucionalização de dependentes químicos
que passaram longo prazo em clínicas de reabilitação.
c) aumentar a quantidade de leitos em hospitais gerais para usuários de álcool e
outras drogas em crise de abstinência, evitando a internação desnecessária.
d) preparar o dependente químico para aderir a tratamento de longo prazo em
regime de internação
Gabarito: a
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Reconhecer
o
consumidor,
suas
características
e
necessidades, assim como as vias de administração de
drogas, exige a busca de novas estratégias de contato e de
vínculo com ele e seus familiares, para que se possa
desenhar e implantar múltiplos programas de prevenção,
educação, tratamento e promoção adaptados às diferentes
necessidades. Para que uma política de saúde seja coerente, eficaz e efetiva,
deve ter em conta que as distintas estratégias são complementares e não
concorrentes, e que, portanto, o retardo do consumo de drogas, a redução dos
danos associada ao consumo e a superação do consumo são elementos
fundamentais para sua construção.
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HORA DE PRATICAR!
6. QUESTÕES GABARITADAS
1. (AOCP-2015) Sabendo que o alcoolismo é um problema de saúde pública e
que, no Brasil, o problema é crescente, visto que o país é um dos principais
produtores mundiais de bebidas destiladas, é importante reconhecer e tratar o
paciente com diagnóstico de hepatite alcoólica. Assinale a alternativa que NÃO
faz parte do tratamento da hepatite alcoólica.
a) Abstinência alcoólica.
b) Suplementação nutricional quando o paciente não ingerir a dieta.
c) Hospitalização, se houver necessidade.
d) Prevenção e tratamento da ascite.
e) Diminuir a ingestãoe
2. (IADES-2014) Considere hipoteticamente que paciente de 23 anos de idade,
solteiro, chega ao ponto-socorro de um hospital geral, cuja equipe interdisciplinar
conta com o trabalho de experiente psicólogo. O paciente é trazido por dois
irmãos mais velhos, à força, pois tentou agredir, de forma grave, seu pai e sua
mãe. Os irmãos informam que ele é usuário de crack e álcool há alguns anos.
Sua expressão facial é de alerta, está hipervigilante e muito agitado. Fala aos
gritos com a equipe e não consegue prestar atenção às perguntas feitas, só
repete incessantemente: “bando de merdas”. O psicólogo experiente é convocado
a dar seu parecer sobre o caso para que a equipe estabeleça as condutas
imediatas em médio prazo. No caso apresentado, a respeito do papel do psicólogo
e da temática da dependência química, assinale a alternativa correta.
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a) Em geral, no pronto-socorro, além de receber os cuidados médicos, o paciente
irá passar por uma entrevista de anamnese e participar da psicoterapia de grupo
e da terapia ocupacional, conduzidas pelo psicólogo.
b) O psicólogo, ainda no pronto-socorro, deve proceder a uma entrevista
completa junto ao paciente para levantamento da história do uso de crack e
álcool, incluindo esclarecimentos dos sintomas atuais com sua descrição objetiva
e detalhada, as circunstâncias em que surgiram, se houve ou não algum estressor
que desencadeou ou agravou o quadro, o grau de interferência na vida social,
nas atividades profissionais diárias, nas relações interpessoais e a intensidade do
sofrimento psíquico; breve histórico do desenvolvimento pessoal e de como
ocorreu a ultrapassagem das diferentes etapas evolutivas.
c) O psicólogo deve fazer uso de contenção mecânica para facilitar a avaliação
psicológica e promover culpabilização da família no momento do tratamento.
d) Proporcionar ao paciente, ainda no pronto-socorro, situações que levem a
reflexões e reorganização de padrões de abuso do crack e do álcool e repreendêlo e puni-lo toda vez que sair desses padrões, para poder modelar o
comportamento saudável.
e) Prosseguir atendimento ao paciente e suporte aos familiares, além de
aconselhar e encaminhar o paciente a buscar tratamento após a alta do hospital,
nos CAPS AD.
3. (IADES-2014) Bebidas alcoólicas, apesar de lícitas, dão origem a graves
problemas na área da saúde mental. Esses casos geralmente vão parar nas
emergências dos hospitais gerais. A respeito desse assunto, assinale a alternativa
correta.
a) O comportamento, em relação ao álcool, caracterizado pelo aumento
progressivo da quantidade da substância consumida, com o fim de se obter
determinado efeito psicoativo, chama-se abstinência.
b) Na síndrome de dependência ao álcool, a evidência mais direta é presença da
síndrome de abstinência.
c) A apresentação clínica está determinada por fatores externos, como o acesso
facilitado à aquisição da bebida alcoólica, que pouco se relaciona com a
personalidade do alcoolista e com o seu meio familiar.
d) O meio ambiente pouco interfere no surgimento de dependência ao álcool.
e) Não se pode estabelecer qualquer relação entre o abuso de álcool e o ambiente
familiar.
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4. (IADES-2014) O tabagismo é classificado pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como a principal causa evitável de doença e morte no mundo ocidental.
Cerca de 90% dos fumadores fumam todos os dias, podendo ser considerados
dependentes do tabaco. Nesses casos, a desabituação tabágica é muito difícil –
cerca de 70% dos fumadores declaram que gostariam de deixar de fumar, mas
apenas alguns conseguem. A educação em saúde tem contribuído
significativamente para prevenção e controle desse tipo de doença nos últimos
20 anos, principalmente quando se relaciona com os custos para a saúde, os
quais podem ser reduzidos por meio desta estratégia, pois ela busca
a) incrementar os riscos do tabagismo ativo.
b) promover a iniciação do tabagismo.
c) retardar a cessação do uso pelos fumantes.
d) capacitar os profissionais de saúde e educação para o gerenciamento e o
desenvolvimento de ações de controle do tabaco em suas redes de atuação,
governamentais ou não.
e) informar e mobilizar a população sobre os benefícios do tabagismo passivo.
5. (AOCP- 2015) Sobre a rede de assistência aos usuários de álcool e outras
drogas, assinale a alternativa correta.
(A) Fortalecer fatores de proteção seria a única estratégia necessária para a
diminuição do consumo de drogas.
(B) Os CAPSad oferecem atendimento diário, com uma perspectiva de tratamento
baseado no plano individualizado do paciente.
(C) O CAPSad oferece serviços comunitários, leitos psiquiátricos e ação semiintensiva.
(D) Para solucionar a problemática do abuso de álcool e outras drogas, é
necessário a internação, prisão ou absolvição.
(E) A política de descentralização prevê o cumprimento integral das normativas
formuladas pela União.
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6. (AOCP-2015) A redução de danos é uma das propostas da nova política em
combate ao álcool e outras drogas. Sobre essa proposta, é correto afirmar que
(A) baseia-se na política americana de “guerra às drogas”, que prevê abstinência
total de qualquer substância.
(B) esta política parte do princípio de que os jovens não devem ser
responsabilizados pelo tráfico.
(C) ela tem intuito de intervir no tráfico com ações militares.
(D) ela visa reduzir os prejuízos causados pelo abuso de drogas, sem preconizar
a abstinência total.
(E) nesta perspectiva, o abuso de álcool e outras drogas é visto como uma
doença, a qual deve ser tratada com medicação correspondente.
7. (AOCP-2015) Sobre a desintoxicação, financiamento e o tratamento para
álcool e outras drogas, o SUS preconiza:
(A) criar estratégias de atendimentos em CAPS 24 horas, com inclusão de leitos
para desintoxicação.
(B) credenciar o SUS a instituições de longa permanência ou que não submetam
seu projeto à assessoria de saúde mental do Estado.
(C) burocratizar a criação e financiamento de CAPS e de NASF, nos municípios de
pequeno porte, conforme o Pacto pela Saúde.
(D) ampliar o incentivo a Centros de Convivência, a partir de financiamento
exclusivo do Estado.
(E) não oferecer leitos em hospitais gerais para a desintoxicação, a qual deve
ocorrer somente em alas psiquiátricas.
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8. (AOCP – 2013) Sobre a questão dos Dependentes Químicos e a possibilidade
de atuação da psicologia, assinale a alternativa correta.
(A) O problema da dependência química está associado às questões sociais,
sendo assim os maiores riscos estão em comunidades de baixa renda.
(B) Além do trabalho de recuperação, é possível desenvolver trabalho de
prevenção, visando orientar sobre os tipos de drogas (lícitas e ilícitas), seus
efeitos sobre o corpo e os riscos que seu uso pode acarretar.
(C) A questão religiosa serve para levar o sujeito até o psicólogo, e o médico tem
pouca importância na recuperação, os aspectos psíquicos e os medicamentos são
insubstituíveis.
(D) Após iniciar um tratamento, o único responsável por sua conduta é o
dependente, sendo assim, não podemos dizer que o meio (família, amigos,
trabalho, etc.) pode influenciar de forma negativa.
(E) Poucos dependentes químicos têm seu primeiro contato em casa, é sempre
“na rua” que conhecem as drogas. Por isso a família e o ambiente familiar tem
pouca importância na prevenção.
9. (AOCP -2013) A questão do uso de drogas e dependência química vem sendo
muito discutida na atualidade e o psicólogo é chamado para compor esses
debates. Sobre a Dependência Química e os fatores psíquicos envolvidos, assinale
a alternativa INCORRETA.
(A) Entre as condições apontadas para a remissão estável do consumo de drogas
está a adoção de comportamentos substitutos à adição.
(B) O ambiente social pouco influencia na recuperação, o que realmente importa
é a condição psíquica para enfrentar a dependência.
(C) A alta autoestima é um fator que muito contribui para dar continuidade ao
processo de mudança após a abstinência.
(D) A dependência química causa mudanças acentuadas na interação do indivíduo
com seus pares, família e trabalho.
(E) O atendimento ao dependente químico envolve principalmente dois pontos
centrais: a desintoxicação e a manutenção.
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10. (AOCP-2015) Os termos usados na clínica da dependência de substâncias
psicoativas, que correspondem, respectivamente, aos:
I - desejo intenso de usar uma substância;
II - episódio de uso intenso e compulsivo;
III - diminuição do efeito da substância após repetidas administrações, são
(A) dependência – intoxicação – abstinência.
(B) fissura (craving) – binge – tolerância.
(C) tolerância – intoxicação – abstinência.
(D) abuso – dependência – abstinência.
(E) binge – abuso – tolerância.
11. (AOCP- 2015) A dependência química é considerada um problema de saúde
pública que vem crescendo na sociedade atual. Sobre a possibilidade de atuação
do psicólogo junto aos dependentes químicos, assinale a alternativa correta.
(A) A psicoterapia individual é o método mais indicado para tratamento da
dependência química, pois estar nessa condição é algo que, para o indivíduo em
tratamento, desencadeia vergonha e angústia, não sendo viável estar exposto a
demais pessoas, mesmo que estas estejam passando por situação semelhante.
(B) Muitas vezes, o enfoque do profissional deve ser moralista, a fim de uma
evolução mais eficaz e socialmente aceita.
(C) A dependência química está intimamente associada a questões sociais, sendo
mais comum em comunidades de baixa renda, o que dificulta o acesso ao
tratamento psicológico.
(D) O ambiente externo (família, amigos, sociedade, etc.) não interfere no
tratamento do dependente químico, sendo ele o único responsável pelo seu
sucesso, ou não, no tratamento.
(E) O psicólogo precisa estar voltado para um resgate da saúde e, para tanto, ter
uma atuação interacional com outros profissionais de distintas áreas do
conhecimento.
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12. (AOCP -2015) Sobre a dependência química, a explicação para a tolerância
cruzada está no fato de que:
(A) são drogas estimulantes.
(B) são drogas depressoras.
(C) são drogas metabolizadas ou degradadas pelas mesmas enzimas corporais
(D) são drogas psicoativas.
(E) são drogas de substâncias não psicoativas.
13. (AOCP -2015) As anfetaminas são substâncias químicas que causam
dependência. Elas são consideradas:
(A) drogas depressoras que, após uso prolongado, podem induzir a uma extrema
paranoia.
(B) drogas depressoras que, após uso prolongado, podem induzir a uma extrema
paranoia, que resulta em fixações homicidas e suicidas.
(C) drogas estimulantes que, após uso prolongado, podem induzir a uma extrema
paranoia, que resulta em fixações homicidas e suicidas.
(D) drogas alucinógenas que, após uso prolongado, podem induzir a uma extrema
paranoia, que resulta em fixações homicidas e suicidas.
(E) drogas estimulantes que, após uso prolongado, podem induzir a uma extrema
paranoia.
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14. (IADES-2012) O uso de drogas atualmente é considerado um grave e
complexo problema de saúde pública. Considerando-se os modelos que
contribuem para a compreensão do processo saúde/doença no momento atual e
as estratégias de intervenção estabelecidas, assinale a alternativa correta.
(A) Propõe-se o modelo biopsicossocial, o qual traz a ideia de integração,
considerando saúde uma produção social, ou seja, como algo que tem relação
com o biológico mas que depende de uma série de outros determinantes sociais
que estão implicados na vida de cada ser humano, como cultura, lazer,
transporte, alimentação, educação, trabalho e saneamento básico, entre outros.
(B) Quando se discute o binômio saúde/doença, é importante que esses
fenômenos sejam encarados como algo estático que se manifesta em qualquer
ambiente sob a presença de diversos fatores inerentes à própria condição
humana.
C) Na visão atual, mesmo o profissional revendo o seu posicionamento frente ao
paciente este ainda é encarado como um objeto para a intervenção médica.
(D) A abordagem exigida para a dependência química não é coerente com o
modelo psicossocial de saúde em foco na atualidade.
(E) A dependência química deve ser tratada simultaneamente como uma doença
médica crônica e não como um problema social.
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15. (IADES-2012) No que diz respeito à dependência química, assinale a
alternativa correta.
(A) As complicações clínicas ocasionadas pelo uso abusivo do álcool proporcionam
um critério da gravidade da dependência e, quando detectadas no início, não
podem ser tratadas, tendo em vista a recuperação completa.
(B) Há necessidade de haver maior intervenção por parte das políticas públicas
na dependência química, não só nas drogas ditas ilícitas, mas principalmente em
relação ao álcool, que por ser uma droga lícita, está sendo consumida de forma
excessiva e se tornando uma droga perigosa, pois traz consigo várias
complicações clínicas, psicológicas, familiares e sociais.
(C) A existência de complicações clínicas decorrentes do uso excessivo do álcool
não pode estimular alguns pacientes a buscar a abstinência, aceitando ficar em
tratamento.
(D) Os serviços de saúde mental que possuem como características o tratamento
e a reabilitação de dependentes químicos são dispensáveis, já que existem drogas
lícitas que são comercializadas.
(E) A reforma psiquiátrica, apesar de ser um movimento que tem orientado as
políticas de saúde mental, não tem como intuito a qualificação e a humanização
dos cuidados em relação a dependência química.
16.(FUNCAB-2016) O uso de drogas está intrinsecamente relacionado às
interações do indivíduo e o meio em que vive. Neste contexto, a linha de cuidado
com os usuários e familiares deve partir do pressuposto:
A) da complexidade da realidade, o que torna impossível apostar em uma saída
única, padronizada e isolada.
B) de que as demandas dos usuários dificultam a construção de estratégias de
baixa exigência, enfraquecendo a contratualidade na relação usuário, serviços e
territórios.
C) de que a desigualdade social e econômica resultam no aumento da coesão e
na diminuição da coerção social.
D) da alternância entre intervenções repressivas e intervenções pautadas nos
direitos humanos e no protagonismo dos sujeitos.
E) da criminalização do usuário de álcool e outras drogas.
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17. (VUNESP-2013) Assinale a alternativa correta em relação à prevenção
primária do tabagismo.
a) As taxas de cessação do tabagismo no mundo são altas e, com isso, esperase, independentemente do nível de desenvolvimento dos países, uma queda
natural da mortalidade causada pelo tabaco.
b) Estudos populacionais sugerem que uma política de controle do tabaco em
níveis mundiais não alteraria a curva de sobrevida da população.
c) A prevenção do tabagismo em indivíduos jovens (20 aos 30 anos) não se
justifica, uma vez que uma das principais causas de óbitos nessa faixa etária é a
morte por traumas.
d) A prevenção primária não se justifica em países em desenvolvimento, uma
vez que possuem causas de mortalidade mais relevantes que o tabagismo, como:
desnutrição e falta de saneamento básico.
e) Podem ser consideradas alternativas para o controle do tabagismo: elevação
das taxas e preços dos cigarros, além de restrição ao fumo em lugares públicos.
18. (FUNCAB -2016) A definição clara das responsabilidades pela gestão e
implementação das políticas no SUS é importante para assegurar condições
adequadas à concretização da saúde como direito de cidadania. Dentre os
parâmetros do cuidado a serem observados durante o planejamento, a execução,
a avaliação e o monitoramento dos programas e ações no âmbito da Política do
Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool, e outras Drogas,
pode-se destacar:
A) a importância de priorizar o diagnóstico psiquiátrico individual com vistas a
fornecer dados imediatos e identificar as necessidades de medicamentos para
cada região.
B) a criação de medidas especiais destinadas a proteger os direitos das pessoas
com transtorno mental deve ser considerada discriminatória, garantido um
atendimento especial nos casos de transtorno mental comprovado.
C) legitimar os espaços de controle social para garantir a alocação dos recursos
orçamentários e financeiros para repressão à comercialização e consumo de
drogas.
D) a regulação e organização das demandas e fluxos assistenciais das redes de
atenção à saúde, prioritariamente aos pontos de atenção vinculados à Rede de
Atenção Psicossocial.
E) atuação no âmbito da esfera do governo federal para promover estratégias de
formação médica para todos os profissionais da Rede de Atenção Psicossocial.
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19. (FUNCAB – 2015) Na tolerância cruzada, o uso continuado de uma droga:
A) produz insensibilidade a determinados alimentos.
B) estabelece tolerância em relação a ela e a outras drogas, similares a ela ou
não.
C) estabelece tolerância somente em relação a ela.
D) não é um fator determinante para sua ocorrência.
E) leva necessariamente ao uso de outras drogas, similares a ela ou não.
Gabarito b
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7. GABARITO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
E
E
B
D
B
D
A
B
B
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
B
E
C
C
A
B
A
E
D
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B
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8. REFERÊNCIAS
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pns_alcool_drogas.pdf A POLÍTICA
DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS
http://www.alcoolismo.com.br/artigos/criterios-do-dsm-iv-para-dependenciade-substancia/Critérios do DSM-IV para Dependência de Substância acesso
em 28demarçode 2016.
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/observatorio_controle_tabaco/site/
status_politica/tratamento_tabagismoacesso em 28demarço de 2016.
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v23n4/7171Transtorno de pânico e tabagismo
acesso em 28de março de 2016.
PASSOS, Eduardo Henrique; SOUZA, Tadeu Paula. Redução de danos e saúde
pública: construções alternativas à política global de "guerra às
drogas". Psicol. Soc., Florianópolis , v. 23, n. 1, p. 154-162, Apr. 2011
.
Available
from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010271822011000100017&lng=en&nrm=iso>.
access
on 29 Mar. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822011000100017
http://www.imesc.sp.gov.br/infodrogas/redu%C3%A7%C3%A3o.htm
SOUSA, Patrícia Fonseca et al . Dependentes químicos em tratamento: um estudo
sobre a motivação para mudança. Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 21, n.
1, p.
259-268, jun.
2013
.
Disponível
em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413389X2013000100018&lng=pt&nrm=iso>.
acessos
em 07 jul. 2016. http://dx.doi.org/10.9788/TP2013.1-18
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