universidade estadual de goiás campus são luis de montes

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
CAMPUS SÃO LUIS DE MONTES BELOS, GO
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
MESTRADO PROFISSIONAL
CARLOS ARNALDO ALCÂNTARA MALAQUIAS
ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL E NPK NA CULTURA DO MILHO
São Luís de Montes Belos
2016
CARLOS ARNALDO ALCÂNTARA MALAQUIAS
ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL E NPK NA CULTURA DO MILHO
Projeto apresentado junto à disciplina de
Seminários Aplicados do Programa de
Pós-Graduação em Desenvolvimento
Rural Sustentável da Universidade
Estadual de Goiás, Campus São Luís de
Montes Belos.
Área de Concentração: Desenvolvimento
Rural Sustentável
Linha de Pesquisa: Produção Vegetal
Orientador: Prof. Dr.: Alessandro José
Marques Santos
São Luís de Montes Belos
2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 6
2.1 Adubação química nitrogenada na cultura do milho ............................................. 6
2.2 Adubação química fosfatada na cultura do milho ................................................. 8
2.3 Adubação química potássica na cultura do milho.................................................10
3 Compostagem....................................................................................................... 11
3.1 Adubação orgânica...............................................................................................13
3.2 Adubação organomineral na cultura do milho.......................................................15
4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................18
5 OBJETIVOS............................................................................................................19
5.1 Objetivo geral........................................................................................................19
5.2 Objetivos específicos............................................................................................19
6 METODOLOGIA......................................................................................................19
7 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS..........................................................23
8 RISCOS E DIFICULDADES....................................................................................23
9 CRONOGRAMA DE TRABALHO...........................................................................25
10 ORÇAMENTO.......................................................................................................26
REFERÊNCIAS..........................................................................................................27
RESUMO
É evidente a preocupação com nosso sistema produtivo em atender as premissas do
desenvolvimento sustentável, atentando para o cumprimento dos pilares que o
fundamentam sendo eles de cunho econômico, social e ambiental. Os fertilizantes
organominerais são uma boa alternativa, sendo composto basicamente de uma
mistura de fertilizantes minerais e orgânicos, que apresentam potencial de uso
agrícola, pois tendem a ter um menor custo em relação aos fertilizantes químicos, e
advém de resíduos de outros sistemas produtivos como por exemplo a cama de
frango. A utilização da matéria orgânica permite que se tenha uma racionalização do
adubo mineral, promovendo um aumento da capacidade de troca catiônica (T),
reduzindo perdas por lixiviação e auxiliando na liberação dos nutrientes a planta,
contribuindo para elevar a produtividade. O experimento será conduzindo a campo na
Fazenda Escola da Universidade Estadual de Goiás, Campus São Luís de Montes
Belos/GO. Será utilizado a cultura do milho (Zea Mays L). Semente 2B-610 da Dow
agro Science, tecnologia PW – resistente a lagarta do cartucho e ao herbicidade
Glifosato. O delineamento utilizado será o DBC (Delineamento em blocos
casualizados), com seis (06) tratamentos e quatro (04) repetições, totalizando 24
parcelas. Objetivou-se com este trabalho verificar parâmetros de produtividade em
relação ao comportamento da utilização da adubação química em relação a adubação
organomineral, visando desenvolvimento sustentável, fornecimento, solubilização e
efeito residual de nutrientes no solo, reutilização de subprodutos e custos de
produção.
Palavras-chave: Composto. Desenvolvimento. Fertilidade. Solo. Sustentabilidade.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
T - Capacidade de troca catiônica
pH - Potencial hidrogeniônico
ATP - Trifosfato de adenosina
DNA - Ácido desoxirribonucleico
N - Nitrogênio
P - Fósforo
K - Potássio
N–NH3 - Amônia
Fe - Ferro
Al - Alumínio
H2PO4- - Forma iônica do Fósforo
Ca - Cálcio
Mmolc dm-3 - Milimol carga por decímetro cúbico de solo
CO2 - Dióxido de carbono
% - Porcentagem
ha-1 - Hectare
P2O5 - Óxido de fósforo
K2O - Óxido de potássio
DBC – Delineamento em blocos casualizados
S – Enxofre
Mg/dm-3 – Miligrama por decímetro cúbico
MO – Matéria orgânica
CaCl2 – Cloreto de cálcio
M2 – Metro quadrado
V% - Saturação de bases
Mg – Magnésio
Zn – Zinco
Fe – Ferro
Mn – Manganês
Cu – Cobre
B – Boro
5
1 INTRODUÇÃO
Em dias contemporâneos, é notável a evidente preocupação com nosso
sistema produtivo em atender as premissas do desenvolvimento sustentável,
atentando para o cumprimento dos pilares que o fundamentam sendo eles de cunho
econômico, social e ambiental.
O solo é um dos recursos naturais mais importantes para a qualidade de vida
do homem, pois possui múltiplas funções nos ciclos dos nutrientes, no ciclo da água
e também é importante para a sustentabilidade dos sistemas naturais, como as
florestas primárias e campos, sendo um dos fatores mais relevantes na determinação
da tipologia florestal (SILVA et al., 2015).
Os fertilizantes organominerais são uma boa alternativa, sendo composto
basicamente de uma mistura de fertilizantes minerais e orgânicos, que apresentam
potencial de uso agrícola, pois tendem a ter um menor custo em relação aos
fertilizantes químicos, e advém de resíduos de outros sistemas produtivos como por
exemplo a cama de frango, viabilizando investimentos em seu uso e pesquisa muito
por atender os ideais de conscientização crescente de uma produção, manejo e
desenvolvimento rural sustentável.
Os resíduos provenientes da criação intensiva de frangos, denominados de
cama de frango, são ricos em nutrientes e, por estarem disponíveis nas propriedades
a um baixo custo, podem ser viabilizados pelos produtores na adubação das culturas
comerciais (COSTA et al., 2009).
Sendo a cama de frango fonte de vários nutrientes, principalmente de N, e com
manejo correto, tem potencial para suprir parcial ou totalmente, o fertilizante químico.
Além de sua utilização como fonte de nutrientes, o seu uso melhora teor de matéria
orgânica que consequentemente beneficia os atributos físicos do solo, aumenta a
capacidade de retenção de água, reduz a erosão, melhora a aeração e cria um
ambiente mais favorável ao desenvolvimento da microbiota do solo (BLUM et al.,
2003).
De acordo com BITTENCOURT et al. (2006), a utilização da matéria orgânica
permite que se tenha uma racionalização do adubo mineral, promovendo um aumento
da capacidade de troca catiônica (T), reduzindo perdas por lixiviação e auxiliando na
liberação dos nutrientes a planta, contribuindo para elevar a produtividade.
6
Porem regiões que apresentam característica de gerar grandes quantidades de
resíduos orgânicos, deve-se atentar a utilização dos mesmos na adubação de
pastagens e lavouras sem nenhum critério técnico, ou avaliação das necessidades do
solo e das plantas nem tão pouco da composição química destes produtos (BERTÉ
et al., 2009).
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Adubação química nitrogenada na cultura do milho
A cultura do milho é altamente exigente em fertilizantes químicos,
principalmente os nitrogenados. Sendo que o suprimento inadequado de nitrogênio é
considerado um dos principais fatores limitantes ao rendimento de grãos do milho,
devido ao N exercer uma importante função nos processos bioquímicos da planta
(TAIZ E ZEIGER, 2009). Já que são constituintes das proteínas, enzimas, coenzimas,
ácidos nucléicos e clorofila (SANTOS et al., 2010).
A adubação nitrogenada, fundamentada em fertilizantes como nitrato de
amônio, ureia agrícola e sulfato de amônio, apresenta empecilhos que reduzem a
potencialidade de seu aproveitamento. O nitrogênio no solo pode ser perdido por
processos como a volatilização da amônia, desnitrificação e lixiviação do nitrato. As
perdas de nitrogênio aplicado na forma de ureia podem variar de 40 a 78% quando
aplicada na superfície de solos cultivados com milho (CABEZAS & SOUZA, 2008).
Dentre as práticas agronômicas, a adubação nitrogenada é considerada um
dos principais fatores que influenciam na produtividade e também se relaciona com a
qualidade dos grãos produzidos. O nitrogênio é de grande importância para grande
maioria das culturas, pela sua participação na constituição de substâncias
determinantes da qualidade do grão, uma vez que parte do nitrogênio (N) é destinado
a formação das proteínas constituintes do glúten, presente nos grãos dos cereais
(FAGERIA et al., 2006).
A maior parte do N usado para sintetizar proteína no grão é absorvida até a
floração, assim, a quantidade de N armazenado nos tecidos da planta no momento da
floração é que define o N disponível para sintetizar compostos nitrogenados na planta
e para a formação de proteína nos grãos (MENDES et al., 2012).
Sendo assim, a adubação nitrogenada no florescimento aumenta a
7
disponibilidade de N, justamente, antes do enchimento de grãos, permitindo que
maiores quantidades de proteínas sejam sintetizadas possibilitando uma melhoria na
qualidade dos grãos (GUTKOSKI et al., 2011).
O nitrogênio (N) é um elemento que apresenta grande dinâmica no sistema
solo-planta-atmosfera, é perdido facilmente por volatilização ou lixiviação, além de os
adubos nitrogenados terem baixa eficiência, apresentam alto custo de sintetização, o
que permite considerar que sua utilização sem critério, onera e muito os custos de
produção, além de contaminar o ambiente, já que a acentuada disponibilidade de N
pode resultar no alongamento da fase vegetativa das culturas, o que acarreta perdas
significativas no potencial produtivo (SANTOS, 2016).
De acordo com DUETE et al. (2008), para que se tenha uma melhor eficiência
da aplicação de N, indica-se o parcelamento da adubação nitrogenada. Tendo este o
objetivo de minimizar as perdas por lixiviação, sendo que menor quantidade de
nitrogênio ficará sujeita a lixiviação, o que evita perdas. No entanto por outro lado, a
adubação parcelada exige mão de obra e tempo, o que tende a elevar custos de
produção.
FREIRE et al. (2010), enfatiza que as perdas de N que ocorrem devido a
volatilização podem reduzir a eficiência da adubação nitrogenada. Complementando
a ideia SOUZA e SORATTO (2006), diz que especialmente quando a fonte de N é a
ureia, sua perda pode ser maior que o sulfato de amônio, principalmente em épocas
de precipitação irregular.
O adequado manejo da adubação nitrogenada beneficia o ambiente por causar
menores níveis de acidificação do solo, eutrofização das águas, poluição do lençol
freático e salinização de áreas (BITTENCOURT, 2009). Estendendo este benefício a
vários segmentos da cadeia produtiva, indo do produtor, atingindo maiores índices de
produtividade e margem de lucro, passando pelos agentes técnicos alcançando boas
vendas de insumos e, chegando, aos consumidores beneficiados pelas melhores
características sensoriais dos produtos e, consequentemente, tendo condições de
competir por um menor preço de compra, adquirindo um produto de alta qualidade
(SANTOS, 2016).
A amônia (N–NH3) perdida por volatilização pode ser proveniente da
mineralização da matéria orgânica ou do fertilizante aplicado, sendo esse o fenômeno
mais intenso mediante aumento do pH do solo. Essa intensificação do processo de
perda de N pode ocorrer nos estágios reprodutivos, onde há aumento do potencial de
8
volatilização de N–NH3 devido as mudanças no metabolismo do N da planta, e
também por meio da quebra de proteínas e aminoácidos (BOLOGNA, 2006).
Deste modo é preciso atentar-se para este tipo de perda, pois pode chegar a
80% do adubo aplicado, ou seja, em casos extremos a planta consegue utilizar apenas
20% do N proveniente do fertilizante. Essas perdas precisam ser bem compreendidas
para orientação do adequado manejo de adubação, visando melhorar o
aproveitamento dos fertilizantes aplicados (OLIVEIRA, 2008).
2.2 Adubação química fosfatada na cultura do milho
ALMEIDA et. al. (2016), diz que o fósforo (P) é um elemento de grande
importância, participando de vários processos metabólicos nas plantas. Segundo o
mesmo, a sua interação com constituintes do solo, como alumínio (Al), ferro (Fe) e
cálcio (Ca), aliada com a sua ocorrência em formas orgânicas e a sua lenta taxa de
difusão na solução do solo o torna menos disponível na rizosfera.
Para adequada nutrição das culturas instaladas em solos do Cerrado brasileiro,
se faz necessária a utilização de elevadas doses de fertilizantes, devido ao predomínio
de solos altamente intemperizados, caracterizados pela baixa disponibilidade de
nutrientes as plantas. Deste modo, o fósforo (P) merece especial atenção por causa
da sua grande adsorção a fase mineral do solo, predominantemente de baixa
reversibilidade, principalmente nos óxidos de Fe e Al (SCHONINGER et al., 2013).
Teores de P na solução dos solos da região do Cerrado são geralmente muito
baixos. E apresentam esta característica, por estarem associada a alta capacidade
que esses solos têm para reter o P na fase sólida, é a principal limitação para o
desenvolvimento de qualquer atividade agrícola rentável sem a aplicação de adubos
fosfatados (SOUSA et al., 2003).
Porem em sistema de semeadura direto há maior eficiência de aproveitamento
do P pelas plantas, sendo isso atribuído ao menor contato entre fertilizante e partículas
do solo, promovido pela ausência de revolvimento e a presença de resíduos vegetais,
ou palhada sob a superfície do solo que favorece a retenção de umidade (ROSIM et
al., 2012). O que segundo CAMÊLO et. al. (2015), melhora a taxa de difusão do fósforo
até as raízes, sendo que em solos de clima tropical, acredita-se que os ácidos
orgânicos competem pelos sítios de adsorção de P, podendo aumentar a sua
disponibilidade devido ao recobrimento dos óxidos de Fe e de Al.
9
Porem ALMEIDA et. al. (2016), diz que vale ressaltar que, neste caso, a
presença de matéria orgânica reduz a adsorção de P., sendo essas reduções mesmo
que em pequenas proporções, podem aumentar a eficiência agronômica dos
fertilizantes fosfatados em solos altamente intemperizados, possibilitando maior
absorção de P pelas culturas.
É sabido que as fontes de elevada solubilidade apresentam maior eficiência em
menor espaço de tempo em relação aos fosfatos naturais. No entanto, os solos
tropicais, com elevada capacidade de adsorção de P, o nutriente oriundo da fonte
solúvel é rapidamente convertido a formas menos disponíveis reduzindo assim sua
eficiência (LOURENZI et al., 2014).
Este elemento desempenha um importante papel nas plantas, uma vez que
está fortemente ligado a inúmeros processos metabólicos, atuando também na
constituição do ATP, do DNA e de enzimas, como a fosforilase. Visto que o principal
papel do P na fisiologia da planta, é fornecer energia para reações biossintéticas e
para o metabolismo vegetal (BREVILIERI, 2012; SFREDO, 2008).
O fósforo é absorvido na forma iônica como H2PO4-, sendo que esta é a forma
predominante na faixa de pH 4,0 a 8,0, na qual vivem a maioria das plantas (SFREDO,
2008). Este elemento é responsável também pelo bom desenvolvimento das raízes e
de plântulas no início do seu desenvolvimento, contribuindo para o aumento da
resistência, na melhoria do uso da água, na resistência as doenças, sendo importante
para a colheita e qualidade das culturas (MALAVOLTA, 2006).
ALCÂNTRA et. al. (2010), citam que dentre os macros nutrientes essenciais as
plantas, o fósforo é o elemento que limita com maior frequência a produção das
culturas na região dos cerrados. Estes ainda citam sem o fósforo, a produtividade da
cultura da soja dentre outras é baixa, ocorrendo ainda redução no porte da planta e
na altura de inserção das primeiras vagens.
Por outro lado, um efetivo suprimento de fósforo para a planta promove
incrementos significativos na produção, em áreas de cerrado, mesmo no primeiro ano
de cultivo. No entanto, em solos com mais de três anos de cultivo, com adubações as
plantas apresentam pouca resposta a adubação fosfatada devida ao efeito residual
presente no solo, principalmente para soja que possui habilidade para aproveitar o
efeito residual das fertilizações de anos anteriores (SFREDO, 2006).
Levando em conta a necessidade de se calibrar uma dose eficiente e
econômica de fósforo a ser aplicada e que as reservas de rochas fosfatadas no país
10
são escassas, e aliado aos altos custos de importação deste fertilizante, e também ao
fato de que o nutriente é um recurso não renovável, justificam-se estudos para otimizar
a eficiência no uso de fertilizantes fosfatados (PROCHNOW et al., 2003).
2.3 Adubação química potássica na cultura do milho
De acordo com PARENTE et. al. (2016), o potássio (K) é o segundo nutriente
mais absorvido pelas plantas sendo este essencial na ativação de várias enzimas que
atuam nos processos de fotossíntese e respiração.
O potássio é classificado como um macro nutriente essencial para as plantas.
Neste contexto, alguns fatores podem diminuir sua disponibilidade, como a falta de
reposição por meio de programas de adubação e o manejo inadequado das
adubações realizadas, podendo levar a indisponibilidade para as plantas pelo
processo de lixiviação (GARCIA et al., 2015).
Em solos tropicais, os teores de K+ normalmente encontrados são considerados
baixos (< 1,5 mmolc dm-3), sendo necessária a utilização de fertilizantes potássicos
para complementação (BENITES et al., 2010). Visto que sua deficiência pode
acarretar diminuição dos internódios, redução na dominância apical e no crescimento
das plantas, e retardar a frutificação, originando frutos menores e com coloração
menos acentuada (ERNANI et al., 2007).
Os atributos químicos que mais afetam a lixiviação são a capacidade de troca
de cátions (T) e o pH, visto que solos com alta (T) apresentam maior capacidade de
adsorção dos cátions, sendo menos suscetíveis à lixiviação. Com o aumento do pH,
a (T) do solo se eleva e, consequentemente, os cátions disporão de maior número de
cargas para adsorção (SANTOS et al., 2002). Segundo um estudo conduzido por
ROSOLEM et al. (2006) a respeito da dinâmica do potássio no solo, verificou-se um
aumento na lixiviação de K no perfil de um solo de textura média, quando se utilizou
a aplicação de doses acima de 80 kg ha-1 de K2O por ano, independentemente do
modo utilizado na aplicação do mesmo.
Uma maneira de se tentar minimizar os efeitos da lixiviação do elemento K no
solo, seria a sua quelatização com componentes químicos, porém tal tecnologia onera
de forma significativa o custo do insumo, ou uma associação com a matéria orgânica,
devido à grande (T) dos radicais carboxílicos presentes no material orgânico.
Associando-se os benefícios da adubação mineral, devido apresentar alta solubilidade
11
dos nutrientes aos benefícios da matéria orgânica, devido a melhoria das
características físico-químicas do solo temos a adubação organomineral (GARCIA et
al., 2015).
Porém em relação as perdas por lixiviação, é importante lembrar que elas
diminuem quando a área é cultivada em sistema de plantio direto, que favorece o
acúmulo nas camadas mais superficiais do solo (PARENTE et. al., 2016).
FERREIRA et al. (2011) afirmam que a disponibilidade de nutrientes para as
plantas em sistemas de produção depende da fertilidade do solo e da velocidade de
degradação dos resíduos, sendo que, em cultivos intensivos, o K absorvido pelas
plantas permanece a maior parte do tempo no tecido vegetal, não sofrendo erosão ou
lixiviação. Sendo assim, as variáveis climáticas, como temperatura e umidade local,
afetam a velocidade de liberação do K para o solo. Os mesmos autores corroboram
que, embora a quantidade absorvida desse nutriente seja elevada, apenas 20% em
média é exportado pelos grãos, o restante retorna ao solo pela decomposição da
matéria orgânica.
Para VEIGA et al. (2010) o K apresenta grande importância na nutrição mineral
da cultura da soja, pois participa na formação de nódulos e aumenta o teor de óleo.
Sendo assim, a aplicação de K em maiores quantidades no cultivo do milho pode
favorecer a cultura da soja em sucessão, a ponto de reduzir a necessidade desse
nutriente via fertilizante mineral, sendo esta prática benéfica para ambas as culturas.
3 Compostagem
A etimologia da palavra composto é originada do latim compositu, que significa
um complexo ou aglomerado de vários elementos juntos (DINIZ et al., 2007).
Compostagem é uma alternativa de reciclagem de resíduos, o que resulta na
produção de um adubo acessível, visando a produção de pequenos agricultores pela
minimização, e/ou uso racional do uso de adubos industrializados (COSTA e SILVA,
2011). A partir da mesma é produzido o composto orgânico, que é um produto rico em
nutrientes, podendo ser utilizado no manejo da adubação (SOUZA e ALCÂNTARA,
2008). Sendo normal o desenvolvimento das culturas, ficando dependente da
realização de uma adubação equilibrada e da aplicação de corretivos de acidez,
apenas quando se faz necessário (CASTRO, 2015).
12
Segundo KIEHL (2004), a compostagem é um processo controlado de
decomposição microbiana de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea de
matéria orgânica no estado sólido e úmido. Ainda segundo esse autor, sua finalidade
é obter rapidamente e em melhores condições a estabilização da matéria orgânica,
no processo da compostagem, sendo que os restos orgânicos são amontoados,
preferencialmente revolvidos, e assim se decompõem em menor tempo, produzindo
um melhor adubo orgânico.
A compostagem é utilizada em resíduos sólidos provenientes de diversas
fontes orgânicas. Entretanto, os resíduos líquidos também podem ser passíveis desta
tecnologia, sendo que para isso há necessidade de alterar suas características físicas,
através de agentes de estruturação, como cama de frango, casca de arroz ou
serragem.
O sistema apresenta características e processos similares independentemente
do método de compostagem a ser utilizado, caracterizando-se por uma sucessão de
diferentes populações de microrganismos aeróbios que colonizam a biomassa,
produzindo calor e desprendimento de CO2 (LIU et al., 2011).
Altas temperaturas e liberação de CO2 estão relacionadas ao metabolismo
exotérmico e a respiração dos microrganismos que colonizaram a massa em
compostagem, sendo estes responsáveis pela maior parte das modificações físicoquímicas na biomassa, determinando assim a fase em que se encontra a
compostagem (BERNAL et al., 2009).
Em relação aos adubos químicos em se tratando de custos de produção, a
compostagem reduz de três a quatro vezes os custos, portanto se caracterizando
muito rentável, além de ser uma prática sustentável (DINIZ et al., 2007).
Advindo das preocupações sobre saúde pública e alimentos de qualidade e
segurança alimentar. A conservação do meio ambiente e práticas conservacionistas
tem sido levado em conta diante de um crescente interesse em práticas agrícolas
alternativas com menor quantidade de produtos químicos sintéticos e maior
dependência de processos biológicos naturais. A agricultura orgânica pode aumentar
a biodiversidade do solo, aliviar preocupações ambientais e melhorar a segurança
alimentar por meio da eliminação das aplicações de produtos químicos sintéticos (TU,
et al. 2006).
Várias técnicas têm sido utilizadas no intuito de eliminação, tanto quanto para
a utilização vantajosa de adubos. Dentre os exemplos estão a aplicação de
13
fertilizantes, gás metano (biogás) a produção, a evaporação, NH3 produção,
separação de sólidos, hidrólise, hidrogenação, compostagem, realimentação animal e
o uso como substrato de plantas e síntese de proteína microbiana (MIKKELSEN,
2000).
A produção convencional enfoca a sustentabilidade econômica, alcançada por
meio da adição constante de insumos dos mais variados tipos ao sistema produtivo.
Porém o diferencial na produção orgânica é que a sustentabilidade enfatiza de modo
singular a integração das dimensões sociais, econômicas e ambientais. Visando suas
práticas partirem de uma concepção que considera o contexto socioeconômico e
cultural das pessoas envolvidas na produção, além do respeito ao direito da população
de consumir alimentos saudáveis (STRINGHETA et al., 2003).
Parafraseando FINATTO et. al. (2013), diz que a utilização de adubo orgânico
beneficia a agricultura de modo geral, apresenta potencial de resposta produtiva, é
uma opção de custo inferior para aquisição de produtos desta linha.
Protege e
conserva o ambiente, preservando os recursos naturais.
3.1 Adubação orgânica
Os adubos orgânicos têm ganhado sido alvo de amplas discussões entre vários
autores como sendo uma alternativa para diminuir o custo energético das lavouras,
proporcionando economia de recursos naturais (SILVA et al., 2007).
A utilização de cobertura morta no solo é uma prática amplamente
recomendada, em particular em regiões semiáridas, pois contribui para a melhoria do
desempenho das culturas e aumento na retenção de umidade do solo (SOUZA et al.,
2011). MONTENEGRO et al. (2013) constataram a grande importância da cobertura
morta em relação a manutenção da umidade do solo, e controle de perdas de solo.
Diferentemente da adubação mineral, a orgânica apresenta uma dinâmica
diferenciada no solo. Como por exemplo o fato do N que é um nutriente muito exigido
pelas culturas, que quando fornecido através da adubação mineral, praticamente não
deixa residual, ao contrário, de quando é aplicado via adubação orgânica (SALCEDO,
2004).
Um dos grandes desafios na busca da sustentabilidade da agricultura está na
adubação, que dependente de fontes minerais não renováveis para o fornecimento de
elementos essenciais, tais como Nitrogênio, Fósforo e Potássio, enfatizando-se que,
14
para a obtenção de fertilizantes nitrogenados, os gastos com energia fóssil são muito
altos (ZIESEMER, 2007).
Porém nas últimas décadas, vêm sendo utilizadas e estudadas como
alternativa econômica e ambiental, fontes orgânicas em cultivos agrícolas, em
substituição parcial ou total de fertilizantes minerais. Sendo, uma das possibilidades
para se reduzir o emprego de insumos sintéticos aos solos e as plantas é a utilização
de esterco líquido, como os biofertilizantes (CAVALCANTE et al., 2007).
Utilizar compostos orgânicos vem ganhando espaço como alternativa de
adubação do solo e nutrição de plantas em substituição aos adubos minerais
convencionais, pois os adubos orgânicos, quando utilizados isolados ou associados a
adubos minerais, revelam propriedades altamente benéficas ao solo, como
fornecimento de nutrientes, retenção de umidade, ativação da microbiota do solo,
melhoria da textura e estrutura dentre outras (SOUZA; PREZOTTI, 1997).
Os biofertilizantes são um adubo orgânico líquido produzido em meio aeróbico
ou anaeróbico a partir de uma mistura de material orgânico (esterco fresco) e água
(PENTEADO, 2007). De acordo com SILVA e MENDONÇA (2007), a aplicabilidade
de produtos orgânicos na agricultura é importante por conta da diversidade dos
nutrientes minerais e pela ação positiva de ativador enzimático do metabolismo
vegetal.
Entretanto PEÑA et al. (2005), falam que a participação da biota do solo no
funcionamento e sustentabilidade dos ecossistemas é muito conhecida e difundida.
Sendo que, alguns parâmetros referentes a atividade dos microrganismos no solo
podem ser utilizados como bioindicadores para avaliação do estado de equilíbrio ou
desequilíbrio de ecossistemas florestais. SANTOS e CAMARGO (1999) relatam que
um grande desafio da ciência do solo é mostrar a relação entre níveis de atividade
biológica e o funcionamento sustentável dos ecossistemas.
A biomassa microbiana do solo é um componente importante da matéria
orgânica do solo. Por regular as transformações microbiológicas e acúmulo de
nutrientes (MENDONÇA; MATOS, 2005). A disponibilidade de matéria orgânica e a
qualidade dos resíduos adicionados ao solo influenciam a concentração e atividade
dos microrganismos responsáveis
por converter a matéria orgânica crua
biodegradável para o estado de matéria prima orgânica umidificada, processo esse
que libera CO2 (SEVERINO et al., 2004).
Então fazer uso de adubos orgânicos, de maneira geral, é favorável a
15
manutenção da matéria orgânica do solo, melhorando suas propriedades físicas,
químicas e biológicas. A matéria orgânica auxilia a atividade dos organismos do solo,
que por sua vez resulta em impactos positivos sobre a ciclagem de nutrientes (ALVES
et al., 2008). Do ponto de vista físico, o uso de adubos orgânicos promove o aumento
da estabilidade de agregados, associado a redução da densidade do solo
(GEREMIAS et al., 2015).
Visto que a macrofauna do solo, apresenta um importante papel nos processos
do ecossistema no que se refere a ciclagem de nutrientes e estrutura do solo, pois é
responsável pela fragmentação dos resíduos orgânicos, mistura das partículas
minerais e orgânicas, redistribuição da matéria orgânica (BARETTA et al., 2011).
Existem diferentes formas de monitorar a qualidade do solo, dentre elas
destaca-se o uso de indicadores biológicos, especialmente na avaliação da fauna
edáfica (PEREIRA et al., 2013). Sendo que os organismos edáficos possuem a
capacidade de apresentar rápidas respostas as mudanças na qualidade do solo,
característica que não é observada nos indicadores físico-químicos.
No entanto em alguns casos, alterações na abundância, diversidade e na
atividade de organismos edáficos, incluindo microrganismos, podem indicar
mudanças nas propriedades físicas e químicas, refletindo um claro sinal na melhoria
ou degradação da qualidade do solo (VASCONCELLOS et al., 2013).
Neste contexto, a adição de resíduos orgânicos é um fator que pode influenciar
a biota do solo, principalmente pelo fornecimento de alimento para os organismos
edáficos (GEREMIAS et al., 2015).
ALVES et al. (2008) constataram em seus resultados efeito negativo sobre a
abundância da macrofauna edáfica na presença de adubação mineral e, um efeito
benéfico nos tratamentos que receberam fertilizante mineral e orgânico. Deixando
notável que a adubação orgânica evidencia e favorece o desenvolvimento dos
organismos do solo, pois devido ao maior aporte de material orgânico no sistema
promove um efeito benéfico sobre os grupos mais frequentes da fauna de solo
(SCHIEDECK et al., 2010; BARETTA et al., 2011).
3.2 Adubação organomineral na cultura do milho
A crescente necessidade de fornecer nutrientes as plantas, leva em
consideração os custos de produção do ciclo da cultura, o aumento da demanda na
16
produção de alimentos e os problemas ambientais que a sociedade atual vem
enfrentando, faz com que as pesquisas no setor agrícola se desenvolvam de forma
acentuada (CHICONATO et al., 2013).
O reaproveitamento de adubos orgânicos de origem animal é de fundamental
importância para o desenvolvimento e crescimento de culturas exploradas.
Juntamente associado, está o baixo custo dos adubos orgânicos e a melhoria e
conservação do solo (PAULETTI et al., 2008). O rebanho aviário gera 7,8 milhões de
toneladas de cama. Esses resíduos somados contêm cerca de 680.000 toneladas de
N, 660.000 toneladas de P2O5 e 440.000 toneladas de K2O, o que representam
aproximadamente 27%, 21% e 12% do total anual consumido de N, P e K pela
agricultura brasileira, respectivamente (BENITES, 2010).
A utilização de resíduos orgânicos como cama de frango em culturas locais é
uma alternativa viável, considerando a alta produção de matéria-prima na região
Centro-Oeste brasileira, que tem se destacado como a nova fronteira para a produção
de frangos de corte no Brasil (FRANÇA et al, 2009). Contribuindo MENEZES et al.
(2003), diz que este setor trouxe novas possibilidades de aproveitamento da cama de
frango como fonte de nutrientes para a agricultura.
As principais dúvidas sobre o uso dos organominerais são relacionadas com a
sua eficiência agronômica, seu efeito no solo e seu custo, em comparação com fontes
convencionais de nutrientes (WIETHOLTER et al., 1994).
A utilização de organominerais tem-se difundido bastante atualmente, visto que
são notáveis os elevados custos dos adubos minerais e os efeitos benéficos que a
matéria orgânica proporciona aos solos. A matéria orgânica fornecida a partir de
esterco animal e compostos orgânicos, melhora as características físicas e químicas
do solo, além de reduzir a utilização de adubos químicos (GALBIATTI et al., 2007).
E de acordo com PENTEADO (2010) organominerais são adubos vivos, pois
são constituídos de microrganismos, sendo um adubo orgânico que pode ser liquido
ou solido resultante de um processo de decomposição da matéria orgânica, seja ela
animal ou vegetal, pela fermentação microbiana, com ou sem a presença de oxigênio,
ocorrida em meio liquido.
Haja visto que no que se refere a matéria orgânica, esta apresenta uma série
de benefícios para a fertilidade do solo e, evidentemente, para as plantas cultivadas,
porque pode reduzir a acidez, diminuir os teores de alumínio e manganês tóxicos, e
elevar o pH, CTC, transporte e disponibilidade de micronutrientes, melhora na
17
estrutura do solo, refletindo de forma positiva na aeração, permeabilidade e infiltração
de água, promovendo um desenvolvimento vegetativo adequado e proporcionando
produtividades economicamente viáveis (CARDOSO e OLIVEIRA, 2002)
Dito isto, OURIVES et al. (2010), verificaram em seus estudos os efeitos da
matéria orgânica na disponibilidade de fósforo, notando a elevação nos teores de
fósforo disponível devido a associação da matéria orgânica com a adubação química
convencional.
Segundo SANTOS et al. (2011), fontes orgânicas tem capacidade de substituir
parte, ou até mesmo todo o fósforo exigido pelas plantas, alterando os atributos
químicos do solo, elevando a disponibilidade de cálcio, nitrogênio, fósforo, além dos
teores de carbono orgânico.
O composto orgânico quando adicionado a fosfato de rocha leva a criação de
um ambiente propício para determinadas reações bioquímicas. Como consequência
há redução das emissões totais de CO2 por ocorrer formação de carbonato de cálcio
na sequência das reações metabólicas, que são encontradas na decomposição da
matéria orgânica e digestão da rocha fosfática. A glicose resultante do metabolismo
dos microrganismos decompositores combinada com o oxigênio forma o gás
carbônico e a água. Este gás carbônico reage com o fosfato tricálcico e forma o fosfato
dicálcico, que na presença de excesso de CO2 e catalisador biológico, reage formando
o fosfato monocálcico, que é solúvel e assimilável pelas plantas VILELA (2005).
A compostagem na sua forma ideal de utilização se caracteriza por um
processo biológico, aeróbio e termófilo, controlado e manejado, de degradação de
sólidos orgânicos, que tem por resultado final um produto orgânico estável, química e
biologicamente, para uso agricultura como insumo (EPSTEIN, 1997). Segundo KIEHL,
(2012), o produto orgânico pode ser obtido através de fontes de materiais, entre os
mais utilizados para o processo de compostagem estão os resíduos de cereais, turfa
e excrementos de animais.
Resíduos animais são ricos em elementos essenciais para a nutrição das
plantas, justificando o uso como fertilizante orgânico. Os resíduos aviários possuem
maior reserva de nutrientes se comparados a dejetos de outros animais, pois são
obtidos através da mistura de fezes e grande oferta de ração no sistema de criação
intensiva (SOUZA, 2007).
18
4 JUSTIFICATIVA
Diante do enfoque do tema desenvolvimento sustentável, a destinação dos
resíduos orgânicos e subprodutos advindos dos processos de fabricação e produção
de toda a cadeia do agronegócio se tornou uma preocupação acentuada entre
produtores, técnicos, cooperativas e indústrias.
Pois devido a grande mobilização e conscientização da população e
profissionais envolvidos, este tema tomou projeção mundial, e é amplamente discutido
em vários encontros de fomento a conservação ambiental envolvendo governos e
diversos órgãos e organizações não governamentais de vários países.
E estando em evidencia proporcionou o acordo ou compromisso, e até mesmo
a elaboração de vários documentos e protocolos estabelecendo metas rigorosas para
o cumprimento de condutas conservacionistas em relação a conservação do meio
ambiente e desenvolvimento sustentável.
E dentre vários destes protocolos elaborados de forma indireta e relacionando
ao agronegócio brasileiro está a destinação apropriada dos resíduos orgânicos e
subprodutos gerados pela nossa produção agroindustrial, seja ela vinda da produção
animal ou vegetal.
Visto que a premissa da pesquisa cientifica é gerar o avanço do conhecimento
necessário para a resolução de problemas de cunho social e desenvolver tecnologias
para atender tais carências, o tema proposto segue a prerrogativa de atender o
desenvolvimento rural sustentável no que tange o reaproveitamento de resíduos, o
descarte e destinação adequada para o mesmo no intuito de diminuir impactos
ambientais e colaborar para a conservação ambiental.
Verificar os parâmetros de produtividade da cultura do milho adubado com
fertilizantes químicos em relação a produtividade com organomineral, ou seja,
determinar qual o melhor produto. Sendo o organomineral determinar qual a melhor
dose a ser aplicado a cultura, analisando sua melhor resposta.
Consequentemente determinar custo/benefício em relação aos dois tipos de
adubação estudados. Identificando a viabilidade econômica do uso de adubos
organominerais mantendo a qualidade e produtividade do produto.
19
5 OBJETIVOS
Objetivos gerais: verificar parâmetros de produtividade em relação ao
comportamento da utilização da adubação estritamente química e convencional
contrapondo-se a adubação organomineral, visando desenvolvimento sustentável,
fornecimento, solubilização e efeito residual de nutrientes no solo, reutilização de
subprodutos e custos de produção, visando a diluição de custos para o produtor.
Objetivos específicos:
- Verifica e traçar curvas de solubilidade de nutrientes no solo, principalmente N,P,K
e Ca e S;
- Analisar produtividade e custo de produção entre adubação química e
organomineral;
- Atender os preceitos da produção e desenvolvimento sustentável
- Identificar qual a melhor dose do produto organoplus a ser aplicado na cultura do
milho em t/ha-1.
6 METODOLOGIA
O experimento será conduzindo a campo na Fazenda Escola da Universidade
Estadual de Goiás, Campus São Luís de Montes Belos/GO. A 579 m de altitude, 16 °
31 ’30 ’’de latitude sul e 50 22 ’20 ’’ de longitude oeste. Será utilizado a cultura do
milho (Zea Mays L). Semente 2B-610 da Dow agro Science, tecnologia PW –
resistente a lagarta do cartucho (Spodoptera Frugiperda) e ao herbicidade Glifosato.
Com características de potencial produtivo, qualidade de grãos, sanidade foliar e
empalhamento. A composição química do solo de 0-20 cm: pH em CaCl2 – 5,10;
saturação de bases – 66,9; MO – 0,90%; P – 0,97 mg/dm-3; Textura - 49% de argila,
4,77% de silte e 46,23% de areia.
O solo a ser utilizado para implantação do experimento é um Latossolo
Vermelho distrófico. Para a caracterização química inicial desse solo, serão coletadas
amostras em toda a área experimental na profundidade de 0-20 cm. As análises serão
realizadas seguindo a metodologia de RAIJ et al. (2001).
De acordo com a análise de solo será determinada a necessidade ou não de
calagem.
20
O delineamento utilizado será o DBC (Delineamento em blocos casualizados),
com seis (06) tratamentos e quatro (04) repetições, totalizando 24 parcelas. As
parcelas experimentais serão de 5 X 4,20 m, com espaçamento entre parcelas e entre
blocos de 1,0 m. Contendo no entanto cada parcela seis (6) linhas de cinco (5) metros,
onde para fins de avaliação serão considerados as duas linhas centrais de cada
parcela para efeito de bordadura. A área total utilizada foi de 504,0 m2.
Os tratamentos serão:
T1 – Testemunha (0 – organomineral e 0 – adubação química);
T2 – Adubação química para cultura do milho e 0 organomineral;
T3 – Adubação organomineral (2 toneladas de organomineral por ha-1);
T4 – Adubação organomineral (4 toneladas de organomineral por ha-1);
T5 – Adubação organomineral (8 toneladas de organomineral por ha-1);
T6 – adubação organomineral (12 toneladas de organomineral por ha -1).
A fonte organomineral será o produto Organoplus, sendo suas respectivas
doses (2, 4, 8 e 12 toneladas), distribuídas a lanço e incorporada nas parcelas com o
auxílio de um rastelo simulando a prática. Apresentando a seguinte composição:
Nitrogênio total – 3,02%; Fósforo total – 4,37%; Potássio – 5,08%; Cálcio – 3,67%;
Enxofre – 1,92%; Capacidade de troca catiônica – 340 mmolc/kg; Matéria orgânica –
54,84%; pH em CaCl2 – 7,9; Umidade – 17,67%.
Visto que o experimento será realizado em parceria com a empresa Organoplus
- Industria e Comércio de Fertilizantes Organominerais Buritis Importação e
Exportação Ltda. – ME, localizada na Rodovia Go 408, S/N, Km 5,6 (Esquerda), Zona
Rural, Palmeiras De Goiás-GO. Pertencente ao senhor José Renner também produtor
rural e Wendell Douglas Machado técnico responsável.
O preparo do solo será feito de forma convencional com duas gradagens e
incorporação do calcário, seguindo a recomendação em função dos resultados da
análise de solo.
A semeadura da cultura do milho será realizada no mês de novembro, por meio
de semeadora, na densidade de 4 sementes por metro de sulco e, espaçamento de
0,70 m entrelinhas, correspondendo aproximadamente 60.000 sementes ha-1. Durante
o experimento serão realizados os controles de pragas, doenças e plantas invasoras.
A fonte química que será utilizada no experimento para a adubação química
será 400 kg/ha do formulado 5-25-15, onde este fornecerá (100 kg/ha de P2O5; 20
kg/ha de N; 60 kg/ha de K2O). E para a adubação de cobertura da cultura será utilizado
21
a Ureia que apresenta um teor de N de 45%, aplicada a lanço manualmente na área
e incorporada.
Características avaliadas no milho
- Determinação da concentração de nutrientes foliares: Para as análises dos
teores de nutrientes, quando as plantas de milho entrarem no estádio de pleno
florescimento, serão colhidas aleatoriamente as folhas de 30 plantas por parcela na
base da espiga principal, descartando-se seus terços inferiores e superiores, seguindo
a metodologia proposta por CANTARELLA et al. (1997). Posteriormente as folhas
amostradas serão secas em estufa de circulação forçada de ar a 65ºC por 72h e
moídas para determinação dos teores foliares de N, P, K, Ca, e S, conforme
metodologia descrita por MALAVOLTA et al. (1997).
- Índice de coloração verde das folhas: O índice de coloração verde será
determinado nas mesmas folhas coletadas para a análise química. Será utilizado o
ClorofiLOG (Falker Automação Agrícola, Brasil), que utiliza fotodiodos emissores em
três comprimentos de onda (FALKER, 2008): dois emitem dentro da banda do
vermelho, próximos aos picos de cada tipo de clorofila (=635 e 660nm) e um outro no
infravermelho próximo (=880nm). Um sensor inferior recebe a radiação transmitida
através da estrutura foliar. A partir desses dados, o aparelho fornece valores
chamados Índice de Clorofila Falker (ICF) proporcionais à absorbância das clorofilas.
- Altura da planta (cm): Será medida com o auxílio de uma trena a distância
compreendida entre o nível do solo e a inserção do pendão floral, determinada no
momento da colheita, avaliando-se 10 plantas ao acaso por parcela.
- Altura da inserção da espiga (cm): Distância compreendida entre o nível do solo e
a inserção da primeira espiga, determinada no momento da colheita, avaliando-se 10
plantas ao acaso por parcela.
- Diâmetro do colmo (mm): O diâmetro do colmo será medido com o auxílio de um
paquímetro digital. Medindo-se o diâmetro do colmo a 1 cm do colo da planta,
avaliando-se 10 plantas ao acaso por parcela.
- Comprimento de espiga (CE): determinado com auxílio de um escalímetro
graduado em centímetros;
Diâmetro de espiga (DE): medição da região central da espiga com auxílio de um
paquímetro;
22
- Número de grãos por fileira (NGF): determinado pela média de grãos presentes
em quatro fileiras de cada espiga;
- Número de fileiras por espiga (NFE): contagem do número de fileiras das espigas;
- Número de grãos por espiga (NGE): determinado por meio da multiplicação do
número de fileiras de grão pelo número de grãos por fileira;
- Peso de espiga (PE): determinado por meio da pesagem das espigas após a
retirada da palha.
- Estande final: Contagem do número de plantas contidos nas duas linhas centrais
de cada parcela e calculado por hectare, no momento da colheita.
- Índice de espiga: Determinado por meio da relação: número de espigas pelo
número de plantas, no momento da colheita.
- Produtividade: O desempenho do milho será avaliado pelo rendimento de grãos em
área útil de 21,0 m2 e posteriormente corrigido para 13% de umidade e será
apresentado em kg ha-1 e pela massa de cem (100) grãos.
Características do solo:
- Curva de solubilidade de nutrientes: Serão confeccionados dezesseis (16) sacos
de nylon de 0,50 m X 0,50 m, sendo enterrados quatro (4) sacos nas linhas centrais
de cada bloco, contendo 300 gramas (proporção da dose maior de 12 t/ha-1) de
produto organoplus. Com um (1) saco de cada bloco sendo retirado a cada 30 dias e
as amostras enviadas para análises laboratoriais. Serão quatro (4) coletas, uma (1) a
cada trinta (30) dias por um período de 120 dias, totalizando o final do ciclo da cultura
prevista para o final de março. A partir da diferença dos teores de N, P, K, Ca e S das
amostras de trinta (30) em trinta (30) dias será verificado a mineralização dos mesmos
e posteriormente será feita a curva de solubilidade destes nutrientes.
- Análise química do solo: Para a caracterização química do solo serão coletadas
cinco amostras simples por parcela nas profundidades aproximadas de 0,0-0,20 m e
0,20 - 0,40 m, com a utilização de um trado tipo sonda. Essas amostras serão
homogeneizadas em balde e acondicionadas em sacos plásticos identificados. Após
seco e passado em peneira de 2 mm, as amostras de solo serão enviadas ao
laboratório para determinação da fertilidade. Serão analisados: pH, MO, P, K, Ca, Mg,
S, H+Al, SB, T, V%, B, Cu, Fe, Mn e Zn. Seguindo a metodologia proposta por RAIJ
et al. (2001).
23
- Resistência
do solo a penetração: A resistência mecânica do solo a penetração
será mensurada utilizando-se penetrômetro eletrônico modelo PLG 1020, Falker, que
possui um sistema informatizado de coleta e armazenamento de dados. Serão
realizadas 10 medidas na profundidade de 0,0 a 0,40 m. Os dados obtidos serão
subdivididos em quatro faixas de profundidade (0,0 - 0,05; 0,05 - 0,10; 0,10 - 0,20;
0,20 - 0,40 m), sendo considerado o valor médio em cada faixa. Os dados de umidade
(%) serão mensurados nas mesmas profundidades, através de um medidor eletrônico
de umidade.
- Análise estatística
Os resultados serão avaliados pela análise de variância e serão realizadas com
o programa Sisvar 4.2, e para realização da curva de solubilidade os teores de N, P,
k, Ca e S será realizada a regressão e médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
7 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS
Espera-se com a realização do trabalho encontrar dados referente a
mineralização de N, P, K, Ca e S através da metodologia dos sacos de nylon encontrar
as diferenças mineralizadas destes nutrientes em relação a primeira análise de solo
da área para futuramente gerar curvas de solubilidade dos mesmos. Tem-se uma
expectativa nos resultados de produtividade da cultura adubada com organomineral
em relação a adubação química, no intuito de diminuir custos de produção com a
utilização da adubação organomineral mantendo a qualidade e quantidade de sacas
produzidas em relação a produção de milho grão por adubação química e verificar no
geral o comportamento do produto organoplus no solo através de análises químicas.
Gerar publicações de artigos em revistas afins com os resultados encontrados
para fomentar e difundir informações a respeito do tema proposto que é a utilização
de adubação organomineral mais especificamente do produto Organoplus.
Contribuindo com informações técnicas para os profissionais da área e
principalmente para os produtores, levando através do conhecimento e exposição de
dados científicos a conscientização para a problemática dos impactos ambientais,
visando tentar diminuir tais impactos através da reutilização de resíduos orgânicos e
descarte dos mesmos de forma correta, adequada e sustentável. Principalmente
sendo sustentada por dados científicos e através da correta recomendação no caso
24
da adubação organomineral para cada cultura de interesse, respeitando as doses
adequadas.
Através do tema proposto espera-se fortalecer a pesquisa cientifica no que se
refere ao assunto abordado.
8 RISCOS E DIFICULDADES
Por se tratar de um experimento realizado a campo, o principal risco está
relacionado as condições climáticas. Um período de estiagem ou veranico pode
comprometer a produtividade, principalmente se ocorrer em fases cruciais da cultura
do milho como por exemplo no enchimento de grãos.
Para que o trabalho seja bem conduzido é necessário que seja feito um bom
planejamento do experimento, e uma aquisição antecipada dos insumos que serão
utilizados para a condução e manutenção do mesmo. Muitas vezes surgem impasses
na compra destes produtos, algumas vezes por questões financeiras extrapolando o
orçamento e por vezes por questões de não encontrar os insumos desejados no tempo
desejado.
A coleta das amostras e realização das análises são outros riscos de grande
relevância para a condução do experimento, pois são muito sensíveis a qualquer tipo
de erro, sendo passiveis a comprometer os resultados da pesquisa, principalmente no
que se refere a dependência de trabalho de terceiros como por exemplo as análises
feitas em laboratórios.
Existem também dificuldades no que se refere a mão-de-obra, pois demandará
de muita para a coleta das amostras na área experimental.
25
9 CRONOGRAMA DE TRABALHO
Quadro 1 – Cronograma de execução das atividades referente ao projeto de pesquisa.
Cronograma de execução
Atividades
2016/02
2017/01
A S O N D
2017/02
2018/01
J
F
M A M J
J
A S O N D
J
F
M A M J
x
x
x
x
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x
x
x
x
x
x
1
Escolha do tema
x
x
2
Revisão bibliográfica
x
x
x
x
x
3
Elaboração do projeto
x
x
x
x
x
4
Entrega/apresentação do projeto
5
Coleta das amostras
6
Análise das amostras
7
Tabulação dos resultados
8
Análises estatísticas
9
Interpretação análises estatísticas
10
Redação da dissertação
11
Conclusão do projeto
12
Entrega da dissertação
13
Qualificação
14
Defesa do mestrado
x
x
15
Envio de artigos p/ publicação
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
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x
x
26
10 ORÇAMENTO
No quadro 2 encontra-se o orçamento e levantamento dos gastos do projeto de
pesquisa de acordo com o planejamento inicial.
Quadro 2 – Orçamento e levantamento de gastos projeto de pesquisa.
Itens
Quantidade
Despesas Gerais
Valor (R$)
Fonte do recurso
Unitário
Total
24
600
14.400,00
Recurso próprio
Análises laboratoriais
50
46
2.300,00
Parcerias/orientador
Transporte
24
200
4.800,00
Recurso próprio
Herbicida
1 lt.
20
20
Recurso próprio
Inseticida
1 lt.
25
25
Recurso próprio
Formulado - adubo
1 sc.
75,00
75,00
Recurso próprio
Iscas - formiga
6 pcts.
5,00
30
Recurso próprio
Organomineral
1000 kg
250,00
125,00
Parceria
Semente - milho
1 sc.
750,00
750,00
Orientador
Total
22.525
27
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