UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA EMENTA DE DISCIPLINA Código Disciplina Ementa HS 100– ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIA Antropologia - Debates em torno do conceito de cultura. Relativismo, particularismo e universalismo. Evolucionismo e cultura. A observação e a descrição das culturas: o trabalho de campo. Mudança cultural, violências e conflitos etno-raciais. Carga Horária Teóricas 60 Pré-Req. Curso Práticas - Estágio - Total 60 Ciências Sociais (/ Outros) Arqueologia - Noções teóricas e metodológicas da arqueologia. Cultura material e o registro arqueológico. Os processos de formação do registro arqueológico. As noções de tempo e espaço em arqueologia. Variabilidade artefatual dimensões tecnológicas, utilitárias e simbólicas da cultura material. A práxis arqueológica: conservação, pesquisa, patrimônio e etnoarqueologia. DOCENTE(S) Professor(a) Assist/Monitor Validade LORENZO GUSTAVO MACAGNO E LAÉRCIO LOIOLA BROCHIER VALIDADE Horário 2º semestre / 2015 Turma A Turma B SEXTA-FEIRA 7h30-11h30 QUARTA-FEIRA 7h30-11h30 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PROGRAMA O curso contará com dois módulos de 30 horas cada, sendo um em Antropologia e outro em Arqueologia. A finalidade é dialogar com os diferentes conceitos e questões teórico-metodológicas da Antropologia e Arqueologia, focalizando suas interfaces disciplinares. MÓDULO ANTROPOLOGIA OBJETIVOS: O objetivo deste módulo consiste em fornecer alguns instrumentos conceituais para a compreensão do debate em torno do conceito de “cultura” na Antropologia, bem como seus desdobramentos contemporâneos. O módulo está separado nos seguintes tópicos temáticos: 1) Evolucionismo e cultura; 2) O conceito de cultura; 3) O que é relativismo?; 4) Indivíduo e sociedade; 5) O trabalho de campo em antropologia; 6) Mudança social e cultural; 7) Conflitos culturais e etnicidade; 8) Violência e racismo. METODOLOGIA: 1. Aulas expositivas do professor e leituras sistemáticas dos alunos ao longo de todo o período; 2. Na segunda parte do módulo, os alunos serão incentivados a trabalhar coletivamente, com eventuais apresentações orais de capítulos a serem oportunamente distribuídos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA AVALIAÇÃO: 1. Haverá uma prova escrita e 2. Um trabalho escrito final, sobre a bibliografia do módulo. BIBLIOGRAFIA: Evolucionismo e cultura: CASTRO, Celso (org.). Evolucionismo cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. O conceito de cultura: STOCKING Jr. George W. Os pressupostos básicos da antropologia de Boas. In: Franz Boas. A formação da antropologia americana, 1883-1911. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora UFRJ, 2004, pp. 15-38 GEERTZ, Clifford. “O impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem” In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989, pp. 25-39. O que é relativismo? LÉVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História”. In: LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural dois. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993, 328-366. Indivíduo e sociedade: RADCLIFFE BROWN, A. R. “Sobre a estrutura social”. In: Estrutura e função na sociedade primitiva, Petrópolis, Editora Vozes, 1973, pp. 169-182. DA MATTA, Roberto. “O social e o cultural”. In: Relativizando. Uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, 1987, pp. 47-68. O trabalho de campo em antropologia: DA MATTA, Roberto. “Trabalho de campo” in: Roberto da Matta, Relativizando. Uma introdução à antropologia social, Rio de Janeiro: Rocco, 1987, pp. 143-173. MALINOWSKI, Bronislaw. “Introdução”. In: Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1978, pp. 17-48. EVANS-PRITCHARD, E. E. “Algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de campo” In: Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005, pp. 243-255. Mudança social e cultural: KUPER, Adam. “Antropologia e colonialismo” In: Antropologia e Antropólogos, Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1973, pp. 121-145. GIDDENS, Anthony. “O futuro da antropologia”. In: Em defensa da sociologia. Ensaios, interpretações e tréplicas. São Paulo: Editora UNESP, 2000, pp. 173-180. MITCHELL, J. Clyde. “A dança kalela: aspectos das relações sociais entre africanos urbanizados na Rodésia do Norte”. In: Bela Feldman-Bianco (org.). Antropologia das sociedades contemporâneas. 2º ed. ampliada. São Paulo: UNESP, 2009, p. 365-436. Conflitos culturais e etnicidade: CLASTRES, Pierre. “Do etnocídio”. Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac & Naify, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA 2004, pp. 81-92. KUPER, Adam. “Cultura, diferença, identidade”. In: Cultura, a visão dos antropólogos. Bauru: EDUSC, 2002, p. 287-311. ARRUTI, José Maurício “Etnicidade” in: Lívio Sansone e Cláudio Furtado (org.) Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa. Salvador: EDUFBA/ABA Publicações, 2014, pp. 199-213. Violência e racismo: SANSONE, Lívio. “Raça” in: Lívio Sansone e Cláudio Furtado (org.) Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa. Salvador: EDUFBA/ABA Publicações, 2014, pp. 393-411. GOMES, Flávio. “Escravidão” in: Lívio Sansone e Cláudio Furtado (org.) Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa. Salvador: EDUFBA/ABA Publicações, 2014, pp. 165-186. MACAGNO, Lorenzo “Etnografia e violência no país do apartheid: dois relatos sobre África do Sul”, História. Questões & Debates, PPGHIS/UFPR, no prelo. MÓDULO ARQUEOLOGIA Este módulo visa introduzir aspectos conceituais e metodológicos da Arqueologia, notadamente na sua interface com a Antropologia, e ainda, noções sobre as práticas arqueológicas e campo de atuação no Brasil. O objetivo consiste na apresentação de temas, questões e problemáticas que promovam o debate sobre as formas de produção de conhecimento em Arqueologia, e qual a importância desse estudo para a sociedade. Tomando por base uma perspectiva de conhecimento ético, relacional (contextual) e interpretativo, a Arqueologia foca seu interesse no confronto crítico das teorias sociais e culturais com o estudo da materialidade em suas mais variadas expressões (ex. artefatos, sítios arqueológicos, ambiente). Neste sentido, e considerando as características singulares do registro arqueológico, volta-se ao entendimento de certas dinâmicas e processos de curto e longo termo envolvendo modos de vida, práticas e comportamentos humanos. Mesmo contando com ferramentas conceituais e analíticas próprias, a pesquisa arqueológica não pode prescindir da interação com variadas disciplinas, sejam elas históricas, sociais, biológicas, geológicas, tecnológicas, entre outras. No entanto, é na relação com a Antropologia que reside parte importante do potencial explanatório e interpretativo da disciplina. Outras abordagens referem-se à pesquisa etnoarqueológica, focalizada no papel da materialidade em sociedades hodiernas, aos estudos sobre patrimônio material/imaterial, conservação e gestão pública, arqueologias colaborativas, entre outras. O módulo de Arqueologia está separado nos seguintes tópicos temáticos: 1) Arqueologia, conceitos e definições básicas; 2) Metodologias de pesquisa de campo e teorias de recuperação; 3) As noções de tempo e espaço e o estudo dos processos de formação do registro arqueológico; 4) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA Elementos de classificação e análise. As dimensões da variabilidade artefatual; 5) O desenvolvimento da arqueologia contemporânea e sua interfaces com a antropologia e a história; 6) História indígena, ecologia histórica, etnoarqueologia; 7) Patrimônio arqueológico, arqueologia pública e colaborativa. METODOLOGIA: Consistirá em aulas expositivas e leituras de textos gerais e especificos. Uso freqüente de recursos áudio-visuais (documentários e apresentações de power-point) e manuseio de materiais arqueológicos. Bibliografia Básica Compreende os seguintes títulos gerais BEZERRA DE MENESES, Ulpiano. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, 115 (Nova Série), p.103-117, 1983. BICHO, Nuno. Manual de Arqueologia Pré-Histórica. Edições 70. Lisboa, 2006. DE BLASIS, P., KNEIP, A., SCHEEL-YBERT, R., GIANNINI, P., GASPAR, M. 2007 Sambaquis e Paisagem. Dinâmica natural e arqueologia regional no litoral do sul de Santa Catarina. Arqueologia Sul-Americana 3:29-61. DIAS A.S. & SILVA. F.A. Sistema tecnológico e estilo: as implicações desta inter-relação no estudo das indústrias líticas do sul do Brasil. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 11: 95-108, 2001. FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo Contexto, 2006. HECKENBERGER, Michael. Forma do espaço, língua do corpo e história xinguana. In: Bruna Franchetto (org). Alto Xingu : uma sociedade multilíngüe. Rio de Janeiro : Museu do Indio - FUNAI, pp.235-279. 2011 . HODDER, Ian. Interpretación en Arqueología: corrientes actuales. Barcelona: Crítica. 1994 ISNARDIS, Andrei e LINKE, Vanessa. Pedras Pintadas, Paisagens Construídas: A integração de elementos culturalmente arquitetados na transformação e manutenção da paisagem. Revista de Arqueologia. V, 23 N 1: 42-59, 2010. PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Editora Universidade de Brasília. Brasília,D.F. 1992. Capitulo 2 e introdução a nomenclatura, p. 58-117. LIMA. Tânia Andrade. Cultura material: a dimensão concreta das relações sociais. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 6, n. 1, p. 11-23, 2011. NEVES,W. Um esqueleto incomoda muita gente. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 2013. MACHADO, Juliana Salles. História(s) indígena(s) e a prática arqueológica colaborativa. Revista de Arqueologia. São Paulo: SAB, 2013, V. 26, Nº1, p. 72-85. RAHTZ, P. Convite à Arqueologia. Editora Imago. Rio de Janeiro, 1989. RENFREW, C. & BAHN, P. Arqueología: Teorias, Métodos y Práctica. Ediciones Akal, S.A., 1993. SCHAAN. Denise P. Uma janela para a história pré-colonial da Amazônia: olhando além – e apesar – das fases e tradições. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 2, n. 1, p. 77-89, jan-abr. 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES – SCHLA DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA SILVA, Fabíola Andréa. Arqueologia e Etnoarqueologia na Aldeia Lalima e na Terra Indígena Kayabi: reflexões sobre Arqueologia Comunitária e Gestão do Patrimônio Arqueológico. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 19: 205-219, 2009. SILVA, Fabíola Andréa - “Etnoarqueologia: Uma Perspectiva Arqueológica para o Estudo da Cultura Material”. In: Métis: História & Cultura, vol 8, nº 6, p.121-139, 2009. SYMANSKI, L. As Teorias da Arqueologia e suas Relações e Contrastes com a História. Histórica v. 1, n. 2, p. 26-33, 1997. TRIGGER, B. História do Pensamento Arqueológico. Editora Odysseus, São Paulo, 2004. AVALIAÇÃO: Haverá uma prova escrita e um trabalho escrito final, sobre a bibliografia do módulo. _______________________________________ (Nome) Professor responsável ________________________________________ (Nome) Chefe de Departamento