Conhecimentos Históricos e Filosóficos da Educação Aula V

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Conhecimentos Históricos e Filosóficos da Educação
Aula V
Objetivo: analisar a educação na Roma antiga.
A) A educação romana.
Pode-se dividir a educação romana em três fases. A educação latina original, com
forte influência do modelo patriarcal, predominou até o período monárquico. Segue-se o
período republicano, marcado pelo expansionismo militar, com influência da cultura
helenística na educação. Por fim, a educação sob o Império, caracterizada pela fusão
entre a cultura latina e a grega, com clara predominância desta última.
Na primeira fase a educação das crianças e jovens estava voltada para a formação
moral, em detrimento da educação intelectual. Era necessário aprender com se comportar
diante da família e da sociedade. Aos sete anos as meninas, sob o cuidado da mãe ou da
matrona (mulher respeitável), na falta desta, seriam ensinadas nas tarefas domésticas,
concernentes à figura feminina. Já os meninos passariam a conviver no mundo dos
homens, acompanhando o pai em suas tarefas diárias, aprendendo pelo exemplo como
deveria portar-se. A ele era ensinado, também, a ler, escrever e contar, bem como, o
cuidado com a forma física e o manejo das armas.
Ao contrário da educação física grega, que visava, além da guerra, a prática
esportiva. Em Roma o objetivo era o preparo para o combate. Aos 15 anos passava a
participar mais ativamente da vida pública, e aos 16 era encaminhado para uma função
militar ou política.
Como conseqüência da expansão territorial, iniciada na fase da República, a
sociedade romana se tornaria mais complexa e cosmopolita. Isto levou a uma
transformação, a partir do século IV a. C., na educação dos jovens. Inicialmente surgem
as escolas elementares onde, o ludi magister, um professor mal remunerado, em locais
variados, ensinava de forma mais profunda a leitura, a escrita e as contas às crianças dos
7 aos 12 anos. O contato com o mundo helenístico, a partir do século III a. C., e sua
posterior conquista, teve como conseqüência no campo da educação a educação de
professores gregos, que além do seu idioma ensinavam aos jovens, entre 12 e 16 anos,
nas escolas dos gramáticos, as disciplinas reais (geografia, aritmética, geometria e
astronomia), e os aprofundavam no estudo das letras
Esse processo de helenização sofreu alguma resistência, contudo, esta não foi
suficiente para impedi-lo. Por volta do século I a. C., ele se completaria com o surgimento
do ensino superior, destinado aos jovens da elite patrícia, de famílias importantes.
Aqueles que seriam destinados aos postos de comando. Às Assembléias e Tribunas.
Surgiria, então, a escola do retor (professor de retórica), professor respeitado e bem
remunerado. Nestas, além das disciplinas reais, estudavam política, filosofia e direito. Em
alguns casos, essa formação incluía um período de estudo na Grécia.
Paralelo a isso se mantinha a educação física voltada para a guerra.
Durante o período imperial a estrutura da educação romana não passou por
mudanças significativas. Ela se tornou apenas mais complexas, acompanhando o
crescimento do Império e a conseqüente necessidade de administrá-lo. Houve um grande
crescimento no número das escolas elementares, principal formadora do corpo de
funcionários da burocracia. O Estado imperial, a partir do século I a. C., atuou como
incentivador da educação estimulando a criação de escolas municipais, concedendo
cidadania romana aos professores e legislando sobre a remuneração destes. Criou
também subvenções para garantir a alimentação de alunos pobres.
O ramo de ensino que mais se modificou durante o Império foi o superior. Aos
cursos tradicionais se adicionaram os de medicina, matemática e mecânica. O curso de
direito foi que mais se ampliou. A necessidade da administração da justiça, no vasto
império, que além do tradicional direito romano englobava o direito local, o direito das
gentes, ganhou complexidade, acarretando um maior cuidado na formação dos
magistrados. A preparação dos juristas passou a ter duração de 4 a 5 anos e surgiram
grandes centros de estudos em Roma e Constantinopla.
B) A pedagogia romana.
Os romanos não se destacaram nas reflexões filosóficas sobre a educação. Suas
preocupações tinham objetivos práticos muito evidentes, ligados à ética e a moral.
O primeiro a se destacar foi Catão, o Antigo (234 – 149 a. C.), um crítico da
helenização da cultura romana, defendendo o retorno às tradições.
No final da república destaca-se a figura de Cícero (106 – 43 a. C.), defensor de
uma maior fundamentação filosófica da retórica. A educação do bom orador, necessário
na complexidade do mundo romano, deveria ser composta de cultura geral, conhecimento
das leis e filosofia. Adicionava a isso, também, o conhecimento literário.
Sêneca (4 a. C. – 65), no início do império, via a filosofia como base para o bem
viver. Influenciado pelo estoicismo, via a educação como forma de dominar os impulsos
pessoais. Preceptor do futuro imperador Nero, foi exilado e condenado a morte quando se
opôs a ele.
Retor de uma conhecida escola de retórica em Roma, Marco Flávio Quintiliano (c.
35 – c. 95) elaborou a reflexão pedagógica mais completa, durante o império romano.
Pouco simpático à filosofia, valorizava os aspectos técnicos da educação. Defendia o
planejamento da educação da criança desde tenra infância, com a escolha de sua ama.
Preconizava o ensino simultâneo da leitura e da escrita, bem como, intercalar os períodos
de estudo e recreação, de modo a tornar a atividade mais proveitosa. Defendia, também,
a aprendizagem em grupo, pois a considerava mais estimulante.
Segundo Lúcia Arruda, a educação romana, assim como a grega possuía uma
característica essencialista, que se direcionava a realizar “o que o homem deve ser”.
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