JUDAS ISCARIOTES E A SUA REENCARNAÇÃO COMO JOANA D'ARC Por Marcelo Barros Judas Iscariotes foi um dos doze apóstolos de Jesus na Palestina. Viveu no séc. I d.C. e lutou contra a dominação Romana que fazia o povo de Israel sofrer com impostos e trabalhos forçados. Judas uniu-se com Jesus e teve Dele o cargo de Tesoureiro. Judas não conseguia entender como um salvador tão esperado, era tão calmo e pacífico como Jesus. Como os Judeus seriam salvos de um povo pagão, por um messias que falava por parábolas e dizia que o reino Dele não era desse mundo? Como um carpinteiro pobre, sem conhecidos importantes, receberia o título de Salvador dos Judeus? Como um homem que só pregava e via-se na companhia de mendigos e prostitutas poderia ser Rei? Jesus falava em guerra, mas não batia em ninguém. Para Judas, Jesus era uma pessoa muito pacífica para a liderança de um exército; um homem sem maldade e sem ganância, não poderia salvar o povo Judeu de Roma. Judas conversou muito com seu amigo Tiago, e não esclarecia de tantas dúvidas que tinha sobre o comportamento de Jesus. Movido por idéias políticas, Judas resolveu tirar Jesus de seu caminho para que pudesse liderar uma revolução armada contra os Romanos. Ele falou pessoalmente com Caifás, que aproveitando da ingenuidade do ambicioso tesoureiro de Jesus, seduziu-lhe dizendo que estava fazendo a coisa certa, livrando o sofrido povo Judeu de um messias falso. Caifás agiu por política e deixou a filosofia religiosa de lado quando decidiu condenar Jesus para não perder a opinião pública e garantir o seu mais alto posto no Sinédrio. Caifás torna-se responsável pela condenação de Jesus, não Judas. Jesus tinha sido condenado e estava morrendo na cruz. Sentindo-se muito arrependido por se achar culpado, e por ter recebido como recompensa, trinta moedas de prata (valor dado por um escravo Judeu). Quando perdido, jogou as moedas de prata e implorou perdão a Deus por ter feito tal atrocidade com Jesus. Judas arrependeu-se elevando o Santíssimo, e a única maneira de acabar com a dor, que sentia lhe rasgando o coração, era o suicídio. Judas pegou uma corda amarrou em seu pescoço, foi até uma amendoeira, que ficava próximo a um despenhadeiro, atirou-se e morreu implorando perdão a Deus. Judas sofreu durante pouco tempo no vale dos suicidas sendo visitado por Jesus. Judas obteve a oportunidade de reencarnar diversas vezes na Terra e a sua última reencarnação foi como Joana d'Arc, a ultima prova que Judas passaria para chegar ao Altíssimo. Judas agora reencarna como Joana d'Arc, depois de várias reencarnações, uma camponesa pobre que viveu numa casinha humilde no interior da França, precisamente em uma aldeia denominada Domrémy, existente até hoje. Domrémy era uma aldeia que, quase como toda a França, sofria bastante com as guerras. A situação na França não era muito favorável para os franceses. Era em plena Guerra dos Cem Anos. A Inglaterra liderado por Henrique V dominava vários territórios ao norte da França, e, duas organizações lutavam pelo poder da França: os Armagnacs liderados por Carlos VII, francês, e os Borgonheses liderados pelo temível Duque de Borgonha, francês, mas aliado para o lado dos Ingleses. Henrique V assinou o tratado de Tours com o rei da França Carlos VI, esse tratado dava a mão de Catarina, sua filha, para o Henrique V, e que seu filho mais velho (o Delfim), fosse deserdado do trono, e quem assumiria as duas nações no futuro seria Henrique VI. Pouco tempo depois Carlos VI morre, duas semanas após morre também Henrique V. Quem governaria a França, o Henrique VI que tinha apenas alguns meses, ou Carlos VII que tinha perdido o trono por causa de um tratado? A França estava sem um rei e é nesse universo que a menina de Domrémy vivia. Joana d'Arc tinha uma amiga e seu nome era Hauviette. Hauviette representa uma infância pobre e sem instrução educacional. Joana d'Arc era católica e rezava sempre na capela de São Remígio. Domrémy sofreu poucos ataques dos borgonheses, mas a pequenina Joana começava a interessar-se sobre as guerras que aconteciam, mais não entendia p'ra que elas serviam. Ela dizia: "Deus fez tudo e que tudo pertencia a Deus, então como que os homens queriam tomar conta de uma coisa, que pertencia a Deus, e não aos homens?" Joana d'Arc era católica praticante, não faltava quase a nenhuma missa. Às vezes que faltava era porque tinha que acabar com as suas obrigações em casa, como: levar as ovelhas para pastar no prado, acabar o bordado, regar as plantas e etc... Quando tinha treze anos, ela começou a ter visões de São Miguel que falava-lhe sobre umas novas aparições, as de Santa Catarina e Santa Margarida que viriam em nome de Deus para cumprirem uma missão. Joana ficou anos tendo visões, mas um dia as Santas deram-lhe a ordem para que ela fosse lutar contra os ingleses e que ela levasse o Delfim Carlos VII de Valois à sua dita sagração em Reims. Joana ficou perdida sem saber o que fazer, mas decidiu, que por ordem de Deus, ela faria qualquer coisa. As Santas pediram para que ela fosse falar com um Capitão em Vancoulers, sem dizer como ele era fisicamente. Joana d'Arc, com muita fé, foi até o Capitão Roberto de Baudricourt e pediu-lhe para parar as tropas e que a levasse para Órleans onde iria ganhar a batalha. Órleans era a cidade mais importante para os Ingleses, lá eles cobravam mais altos impostos. O Capitão Roberto de Baudricourt ficou impressionado como aquela rapariga e se perguntava: "Como conseguistes entrar em meu castelo sem que ninguém a percebesse?". Ele não acreditou na conversa de Joana d'Arc e mandou que seus soldados a levassem para casa. Passaram-se alguns meses e as visões não pararam. Joana d'Arc retornou ao castelo do Capitão e, dessa vez João de Metz, acreditou fielmente na menina e tentou convencer seu Capitão à também acreditar nela. Eles dois fizeram um teste com água benta para retirar a suspeita de que ela era uma enviada do demônio. Nada aconteceu com a menina. ` O Capitão então, mesmo desconfiado, decidiu levá-la até o Delfim Carlos VII de Valois, para que eles se reunissem contra um imprevisível levante armado contra os Ingleses. Antes da chegada de Joana, Carlos VII, sabendo da vinda da menina, resolveu disfarçar-se como um guerreiro e deixou outro soldado como Delfim sentado em seu trono. Quando a donzela adentrou as dependências do castelo, ela foi diretamente para o Delfim que estava disfarçado. Todos da sala surpreenderam-se. Como que aquela menina conseguiu conhecer o Delfim disfarçado sem nunca têlo visto antes? Em seguida, ela disse para o Delfim um segredo que somente ele e Joana d'Arc agora sabiam. Com este segredo o capitão começou a acreditar na menina. A donzela também despertou muita inveja no castelo, principalmente, em um amigo do Delfim que tentava convence-lo de que a menina era falsa. Nada adiantou, o Delfim foi avisado, semanas antes da chegada da menina por um astrólogo amigo, que uma donzela apareceria para salvar a França, assim como dizia a profecia do mago Merlin. Apoiado nesses conhecimentos esotéricos, Carlos decidiu ajudar a menina e investir em sua campanha de guerra. A donzela decidiu atacar do lado mais difícil da cidade, pelo lado direito de Órleans, Ponte de Tourelles. Foram com muitos homens, mas não com o suficiente. Joana d'Arc liderou, e eles tomaram a cidade com uma derrubada tremenda que não se via pelo lado Francês há muito tempo. Com essa vitória a menina conseguiu reunir mais soldados e decidiu invadir a cidade de Jorgeau. Esta cidade foi tomada facilmente com a desistência de muitos soldados. Após esta vitória, o exército de Joana d'Arc, decidiu invadir Patay, uma cidade estrategicamente importante para a chegada em Reims, onde seria a tão glorificada coroação. Patay é derrubada com muito sacrifício e insistência dos soldados do exército de Joana. Carlos VII não acredita que em breve Joana d'Arc lhe tornaria rei da França, assim como ela mesma dissera. Ao chegar em Reims, nenhuma tropa de resistência atacou o exército da menina de Domrémy. A coroação de Carlos VII de Valois aconteceu, e os soldados devem todas as graças e glórias conquistadas pela fé e força de liderança, para a menina do interior. Após a coroação, ouve um período de paz entre Carlos e o Duque de Borgonha. Esse tratado não foi comunicado para Joana. Em troca da Paz com o Duque, Carlos VII decidiu devolver a cidade de Champagne, mas o povo não aceitou e lutou contra o Duque, que fugiu para não perder importantes homens de guerra. Mesmo com esse período de paz, a menina não pensou em voltar para sua casinha em Domrémy. As vozes das Santas pararam de aparecer para a camponesa. Joana d'Arc insistia em invadir Paris. Com muito esforço e dedicação Joana consegue reunir soldados para o levante armado em Paris. Joana d'Arc é derrotada na batalha pelo Duque de Borgonha. Joana pediu ajuda para várias cidades, mas todas estavam pobres. Em Lagny Joana ressuscitou uma criança que tinha acabado de falecer. Ao voltar para o castelo, Carlos decidiu não mais ajudar a menina em suas cruzadas. Ele dizia que era muito arriscado tomar Paris e que o Duque era muito perigoso. Houve boatos que o Duque de Borgonha organizava-se para invadir Champange novamente. Joana d'Arc sabendo do risco que corria aquela cidade, decidiu ajuda-la. Pediu homens ao rei. Carlos VII negou o pedido e disse que mandaria homens para ajuda-la em breve mas não naquele momento. As Santas voltavam a aparecer e diziam que ela iria ser capturada antes do dia de São João. A camponesa parte com seu pelotão para a praça de Champange. Todos pediram para que Joana esperasse o reforço prometido por Carlos. Mas Joana sabendo que o seu reforço não chegaria nunca, decidiu dar ordem de invasão para seus soldados. Nesse momento eles foram surpreendidos pelo exército do Duque. Foi um massacre. O Duque venceu facilmente, e ainda, capturou Joana d'Arc. O Duque de Borgonha tinha verdadeiro ódio da Donzela que tinha atrapalhado todos os seu planos de conquistar a França. Depois de deixa-la sofrer durante dias passando fome, sede, frio, em um lugar úmido e sem higiene, ele entregou a menina para João de Luxemborg. João não tinha porque ter ódio da camponesa, mas sabia que tinha uma peça muito valiosa em suas mãos. Não demorou muito para que a Santa Inquisição oferecesse-lhe uma recompensa pela pele de Joana. Bispo Pedro de Cauchon comprou a menina de Domrémy por vinte mil libras. Joana d'Arc estava nas mãos da Santa Inquisição Católica. De heroína passou a ser vilã. Seu julgamento foi uma farsa, Pedro queria garantir seu cargo na Igreja e aumentar sua popularidade perante o povo Católico. Joana d'Arc respondeu todas as perguntas com uma sabedoria surpreendente, sem demonstrar, em nenhum momento, que era culpada por algum crime que a acusaram. Ela foi injustamente condenada por bruxaria, heresia e por blasfêmia. Sendo considerada bruxa ela foi levada para a fogueira onde queimou e sofreu seus últimos instantes na Terra. Ao desencarnar ela encontrou com Santa Catarina e Santa Margarida que lhe disseram que Jesus estava pela sua espera há muito tempo. Obs. O processo de Joana foi revisado, anos depois, dando causa vencida para a camponesa. Joana d'Arc foi canonizada em 1920 pela Igreja Católica. Fonte: http://joana.arc.vilabol.uol.com.br/sinopse.htm JUDAS E JOANA D'ARC Por Miguel Calicchio A lei da reencarnação é um claro e insofismável ensinamento que encontramos no Evangelho de Jesus, no capítulo XVI:13 a 20, de Mateus ("Quem diz o povo ser o filho do homem?"); em João, III:1 a 12 (colóquio com Nicodemos), e IX:1 a 7 (cura de um cego de nascença). Segundo Anatole France, a Universidade de Paris, então corporação eclesiástica, foi a principal responsável pela prisão e condenação de Joana d’Arc. Foi vendida pelo conde de Luxemburgo, por proposta da universidade, aos ingleses que a odiavam, por 10.000 libras, além de uma pensão vitalícia ao soldado que a prendera. Pedro Cauchon, bispo de Beauvais e aliado dos ingleses, dirigiu o processo de Rouen, constituído o tribunal de padres católicos, que não permitiram nenhuma defesa. Léon Denis afirma que Joana d’Arc declarava ouvir de suas vozes: "Tem coragem! Serás libertada por uma grande vitória"; e também: "Sofrer é engrandecer-se, é elevar-se." Foi queimada viva em praça pública de Rouen, em 30 de maio de 1431. Quando as labaredas começaram a atingi-la, bradou em estado de êxtase: "E as minhas vozes não me enganaram, estou sendo libertada por uma "grande vitória". Vislumbrava uma bela cena espiritual em que via Jesus vindo pessoalmente ao seu encontro, acompanhado dos onze apóstolos e grande número de espíritos de luz, que a felicitaram, embora ela no momento ainda ignorasse que tivesse sido a reencarnação de Judas de Kerioth. Aliás, Judas era oleiro e natural de Kerioth, povoado situado a 35 quilômetros ao sul de Jerusalém. Era o único judeu entre os doze apóstolos. A igreja católica, após muitos anos, por pressão do povo francês, sob o comando de Calixto III, mandou rever o processo, em 1455, reabilitando Joana d’Arc. Mais tarde, em abril de 1909, beatificou-a, canonizando-a, finalmente, em 16 de maio de 1920. O bispo Pedro Cauchon foi excomungado "post-mortem". No 3º volume de Os Quatro Evangelhos, de J.-B. Roustaing, p. 207, 7ª edição, temos as palavras probantes de Jesus de que o apóstolo Judas viria a estar em situação idêntica à dos outros (Mateus, XIX: 28): "Em verdade vos digo que vós que Me seguistes, quando vier o Filho do Homem, ao tempo da regeneração, estiver assentado no trono da sua glória, também estareis assentados em doze tronos a julgar as doze tribos de Israel. Estas palavras, cujo sentido ora conheceis, despojando o espírito da letra, Jesus as dirigiu: tanto aos onze apóstolos que se conservariam fiéis, como a Judas Iscariote que, sabia-o ele de antemão, viria a traí-lo, falindo gravissimamente à sua missão. Provam elas, portanto, que, nos séculos futuros, ao tempo da regeneração, Judas estará em situação igual à dos outros onze, provando, conseguintemente, que vias e meios de purificação e de progresso moral e intelectual lhe estavam reservados e lhe seriam proporcionados, com o auxílio do tempo, como a todos os Espíritos culpados, consistindo na expiação e na reencarnação que, conforme já dissemos, constituem o inferno, o purgatório, a reparação e o progresso. "Aquelas palavras proclamaram previamente a falsidade do dogma humano, ímpio e monstruoso, da eternidade das penas para o Espírito culpado; desse inferno eterno que, segundo a Igreja romana, tragou para toda a eternidade a Judas Iscariote, que essa mesma Igreja considera o maior dos réprobos, condenado eternamente ao inferno eterno que ela instituiu." Dentro da lei de Justiça, Amor e Caridade, Joana d’Arc foi a última reencarnação expiatória de Judas de Kerioth. No livro Joana d’Arc Médium, Léon Denis assim descreve: "Ela então se dirige a Isambard de la Pierre e diz: Eu vos peço, ide buscar-me a cruz da igreja mais próxima; quero tê-la erguida bem defronte de meus olhos, até o último instante. Quando lhe apresentaram a cruz, cobre-a de beijos e de pranto. No momento em que vai morrer de uma morte horrível, abandonada por todos, quer ter diante de si a imagem desse outro supliciado que, nos confins do Oriente, no cume de um monte, deu a vida em holocausto à verdade.” "Os carrascos põem fogo à lenha e turbilhões de fumaça se enovelam no ar. A chama cresce, corre, serpeia por entre as pilhas de madeira. O Bispo de Beauvais acerca-se da fogueira e grita-lhe: Abjura! Ao que Joana, já envolvida num círculo de fogo, responde: "Bispo, morro por vossa causa, apelo do vosso julgamento para Deus!" "Alguns minutos depois, em voz estridente, lança à multidão silenciosa, aterrorizada, estas retumbantes palavras: "Sim, minhas vozes vinham do Alto. Minhas vozes não me enganaram. Minhas revelações eram de Deus." Ecoa um grito sufocado, supremo apelo da mártir de Rouen ao Mártir do Gólgota: "Jesus". Examinando a obra literária “Crônicas de Além-Túmulo”, psicografada por Francisco Cândido Xavier, em bela passagem de uma entrevista do espírito Humberto de Campos com Judas Iscariote, este, ao ser questionado por aquele se "chegou a salvar-se pelo arrependimento", responde: "Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois de minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimentos expiatórios da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus e as minha provas culminaram em uma fogueira inquisitorial onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios de meu crime, na Europa do século XV. Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentido na fronte o ósculo do perdão da minha própria consciência." Conforme se vê, Judas de Kerioth ou Joana d’Arc é de há muito, no plano espiritual, um espírito liberto, dotado de imensa humildade, comprovando que as vidas sucessivas no processo evolutivo nos dão a oportunidade de retornar ao caminho, conhecer a verdade religiosa para a vida em plenitude que o Mestre Jesus traçou (O Livro dos Espíritos, q. 625). (Transcrito de O Franciscano, editado pela Associação Espírita Francisco de Assis, Rio de Janeiro, RJ, no período de 1996 a 1998, revisto pelo autor.) Fonte: http://www.grupodosoito.com.br/subpaginas/judas.htm