54º Congresso Brasileiro de Genética 208 Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Polimorfismo do códon 72 do gene TP53 em sarcomas de partes moles do adulto Almeida, PSR1, 2; Manoel, WJ2, 3; Silva, PR1; Andrade, SB1; Reis, AAS1; Saddi, VA1, 2, 3 1 Universidade Católica de Goiás, Núcleo de Pesquisas Replicon 2 Universidade Católica de Goiás, Mestrado em Genética 3 Hospital Araújo Jorge, Setor de Anatomia Patológica, Associação de Combate ao Câncer em Goiás Palavras-chave: polimorfismo de TP53, códon 72, sarcoma de partes moles do adulto Os sarcomas de partes moles (SPM) são tumores de origem mesodérmica e representam cerca de 1% do total das neoplasias dos adultos. O polimorfismo do códon 72 do gene TP53 é amplamente estudado por causar impacto na seqüência codificadora do gene, além de estar associado ao maior risco para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer. Este polimorfismo resulta na expressão de arginina (p53Arg) e/ou prolina (p53Pro) na posição 72 da proteína p53. Por apresentarem propriedades bioquímicas e biológicas diferentes, vários estudos foram conduzidos na tentativa de associar as formas polimórficas de TP53 como fator de risco e fator prognóstico para inúmeras neoplasias. Entretanto, a literatura não relata nenhum estudo que associe este polimorfismo aos sarcomas de partes moles do adulto. O objetivo do presente estudo foi avaliar o polimorfismo p53Arg/Pro como potencial fator de risco e/ou prognóstico em 100 casos de SPMs em pacientes adultos atendidos no Hospital Araújo Jorge da Associação de Combate ao Câncer em Goiás. O grupo controle incluiu 85 indivíduos saudáveis selecionados aleatoriamente da população da cidade de Goiânia. As amostras tumorais incluíram espécimes de tecidos fixados em formol e incluídos em parafina. A genotipagem do polimorfismo de TP53 foi realizada por meio de reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando conjuntos de primers específicos para cada variante polimórfica. Após a análise dos dados obtidos, verificamos que as freqüências alélicas e genotípicas não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os casos e os controles. Nosso estudo apoia as evidências de que o alelo p53Arg é o mais comum em populações latino-americanas. Nenhuma relação estatisticamente significativa foi encontrada entre o polimorfismo do códon 72 de TP53 e as características clinicopatológicas estudadas, como sexo, idade agrupada, localização, histologia, tamanho e grau histológico tumoral, estadiamento e presença de mestástases. A sobrevida global em cinco anos para o grupo estudado foi de 48%. Quando o polimorfismo de TP53 foi associado à sobrevida, verificamos que os pacientes cujos tumores apresentaram o genótipo p53Pro/Pro tiveram sobrevida menor (30%), comparada ao grupo de pacientes com os genótipos p53Arg/Arg (45%) e p53Arg/Pro (55%), entretanto, essa diferença não foi estatisticamente significativa (p=0.444). Dados experimentais demonstram que a isoforma p53Arg apresenta função apoptótica mais marcante em relação às demais. Esta característica pode conferir ao paciente um melhor prognóstico frente à doença, entretanto, nosso estudo não foi capaz de confirmar esta hipótese.