“SE BEBER NÃO DIRIJA” OU “SE DIRIGIR NÃO BEBA”: UMA ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO PRAGMÁTICO-DISCURSIVO DAS ADVERBIAIS CONDICIONAIS E SUA APLICAÇÃO AO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Dalva Lobão( UEPB) [email protected] INTRODUÇÃO As orações subordinadas adverbiais condicionais desenvolvidas pela conjunção SE, segundo a Gramática Tradicional (doravante GT), são aquelas que, como o próprio nome indica, tem o valor de “condição”. Ou seja, estruturalmente, há uma oração principal que deve indicar uma idéia para cuja realização será imposta uma condição, ou circunstância condicional, revelada por outra oração, a subordinada. Para estabelecer essa relação de condição, a GT aponta uma grande variedade de conjunções, sendo a primeira delas a ser citada o “SE”, funcionando, pois, como o elemento prototípico da relação condicional. Uma vez dessa forma classificando e conceituando a conjunção condicional SE, a GT esquece, no mínimo, de apontar para dois fatos fundamentais na análise desse processo sintático no português contemporâneo: em primeiro lugar, os usos que tal conjunção pode assumir em situações reais de interação pela linguagem; em segundo lugar, os efeitos de sentido desses usos nessas situações pragmático-discursivas em que tais usos se dão. Um exemplo claro disso é o slogan dos anúncios publicitários da atual Lei Seca do Trânsito Brasileiro, proposto pelo Ministério de Transportes do Governo Federal do Brasil: ora se utiliza a construção “Se beber não dirija”, ora “Se dirigir não beba”, nas peças publicitárias que circulam no país em propagandas de bebidas alcoólicas. Diante desse fato inusitado e inegavelmente curioso do uso da oração subordinada adverbial condicional, o presente artigo pretende analisar os efeitos de sentido de tal conjunção nesse contexto, acreditando na hipótese de que a simples e aparente permuta dos verbos “beber” e “dirigir” não é aleatória, uma vez que, alinhando-se com a teoria Funcionalista de estudos da linguagem, pensamos que a função dos elementos lingüísticos é afetada por aspectos pragmáticos relacionados ao contexto de uso da língua, o que se reflete na forma como tais elementos são efetivamente usados. Nos slogans, objeto de estudo do nosso trabalho, é perceptível como a publicidade e o marketing das corporações, através de imagens, símbolos e frases de efeito buscam captar os sentimentos do consumidor para que este desenvolva o gosto por determinada marca. Cada Marca cria a sua própria “mitologia”, com seu próprio repertório de imagens a projetar valores, provocar sensações, estimular emoções e associações com a sua marca. Lima (2011) já nos mostra que os slogans tem um verdadeiro “poder hipnótico” sobre os consumidores de propaganda, uma vez que se trata de textos curtos que passam informações sintéticas com o objetivo de se cristalizarem na memória e na cultura dos membros de uma sociedade. Nessa perspectiva, nosso objetivo é, a partir das teorias do Funcionalismo Linguístico, mostrar as especificidades pragmático-discursivas do uso da condicional SE nos referidos slogans, bem como refletir um pouco sobre a aplicabilidade pedagógica dessa análise no ensino de gramática da língua portuguesa, quando o estudo tradicional já, não é de hoje, tem demonstrado falhas no que tange ao estudo gramatical da língua. 1. Alguns princípios básicos do funcionalismo: iconicidade e prototipicidade Um dos princípios básicos que fundamenta a proposta funcionalista de estudos da linguagem é a iconicidade: “a consideração de uma motivação icônica para a forma lingüística” (NEVES, 2006, p.23). Tal princípio nos leva à compreensão de que a estrutura da língua é conseqüência das circunstâncias discursivas e de seus contextos de produção. Na verdade, a iconicidade nos remete, por oposição, ao princípio estruturalista saussureano da “arbitrariedade do signo”, segundo o qual a relação entre forma e significado é totalmente arbitrária, posto que é independente da situação de uso, afinal coube ao estruturalismo saussureano o estudo do sistema lingüístico em si e por si mesmo, sem a interferência dos usuários da linguagem. Por outro lado, como já assinala Silva (2007, p. 71) “Percebendo que é para satisfazer necessidades comunicativas que a língua é predominantemente usada, podemos compartilhar a noção de que os atos de fala produzem regularidades e irregularidades, cuja fixidez, enquanto estrutura gramatical, torna-se dependente da situação interativa. Por isso o funcionalismo lingüístico contemporâneo propõe que se considere a contextualização no estudo da língua, valorizando a situação interativa na qual os dados lingüísticos são produzidos” Analisando a iconicidade no uso do conector adversativo MAS, o autor é bastante contundente ao afirmar que “o Funcionalismo comporta estudos que concebem a gramática como algo dinâmico, levando em conta que as formas lingüísticas acomodam-se às necessidades comunicativas dos falantes” (SILVA, 2004, p. 66). Decorre dessa idéia de que as formas lingüísticas são sempre motivadas por fatores de ordem cognitiva e, portanto, pragmático-discursiva, que se admite na teoria Funicionalista a existência de “vaguidade nos limites entre categorias” (NEVES, 2006, p. 22). Em outras palavras: o princípio da prototipicidade, segundo o qual há categorias na língua que ostentam um maior número de propriedades que a caracterizam como categoria, não sendo necessário, entretanto, que tais propriedades sejam partilhadas por todas as ocorrências, mas pelo menos se manifestem em um número bastante razoável de elementos lingüísticos. Em ambos os princípios funcionalistas, aqui brevemente descritos, se inscreve a idéia de que considerar a gramática como motivada por fatores externos implica reconhecer que há um componente pragmático que se integra aos demais componentes, sintático e semântico, para a organização da interação. Givón (1984 apud NEVES, 2006, p. 24) declara o objetivo de fornecer um quadro sistemático e abrangente da sintaxe, semântica e pragmática como um todo. Para o funcionalista norte-americano, a sintaxe é a codificação de dois domínios funcionais distintos: a semântica (proposicional) e a pragmática (discursiva). É neste sentido que pressupomos neste artigo que o item lingüístico SE, prototípico da categoria das condicionais em língua portuguesa, é motivado iconicamente por pressões de ordem cognitivo-interacionais, o que caracteriza seu funcionamento pragmático-discursivo em diversos contextos,no caso do nosso trabalho, nos slogans das propagandas de bebidas alcoólicas no Brasil. 2. A conjunção subordinada adverbial se: por uma perspectiva funcional Maria Helena de Moura Neves (1999, 2000), uma das representantes mais respeitadas na linha de estudos Funcionalistas no Brasil, em sua Gramática do Português (1999), fez um estudo bastante interessante sobre as adverbiais condicionais que nos será muito oportuno e proveitoso. Primeiramente, a autora faz um levantamento das mais diversas conjunções condicionais no Português Falado, destacando o SE como o item prototípico desta categoria, para em seguida, refletir sobre os valores semânticos da conjunção condicional. Visconti (1996 apud OLIVEIRA, 2010, p. 249), tal como Neves (2000), classifica as conjunções condicionais no português em três tipos: as restritivas positivas, em que a adequação pragmática da oração núcleo é considerada como condição única para a adequação pragmática da oração condicional; as restritivas negativas, em que a adequação pragmática da oração núcleo é considerada como condição única da nãoadequação pragmática da oração condicional e as chamadas hipotéticas, em que a adequação pragmática da oração núcleo está “(in)condicionalmente" dependente da adequação pragmática da oração condicional. Para melhor diferenciar este último tipo de condicionais das duas primeiras, Oliveira (2010, p. 250) explica que enquanto as restritivas positivas e negativas apresentam a oração condicional como uma condição necessária para a validação ou não do conteúdo descrito pela oração núcleo, as hipotéticas seguem uma eventual/possível realização da oração núcleo, sendo esta última o tipo de condicional “plenamente expresso pelo „se‟, conjunção condicional canônica no português” (Id., p. 251). A autora apresenta, entre outros, os seguintes exemplos: Ex1: “Motivo para acordar mais cedo só se for no horário de verão que dizem vir por aí” (Restritiva positiva) Ex2: “Não há significativos custos para os cofres públicos, a não ser que o governo local opere mal uma empresa pública ou subsidie o preço da passagem” (Restritiva negativa) Ex3: “Se chover assim no mês de fevereiro teremos que adiar a colheita” (Hipotética) Já Fávero (1992), com base nos estudos de tendência funcionalista da Gramática da língua portuguesa de Mira Mateus et al. (1983 apud FÁVERO, 1992, p.54), aponta a condicionalidade como um dos processos de encadeamento textual que se configura, do ponto de vista lógico, também de três modos: (a) condicionalidade não-factual ou hipotética, em que o conteúdo do antecedente especifica um mundo real não acessível em que se verifica o conteúdo proposicional do conseqüente, como em: “Se chover, não iremos à festa”; (b) condicionalidade contrafactual ou irreal, em que se verificam mundos alternativos ao mundo real: “Se eu tivesse dinheiro, compraria uma fazenda” (c) Condicionalidade que permite mobilidade de construção: “Se o camarão é um crustáceo então é um invertebrado”, que pode também ser permutada por: “O camarão, se é um crustáceo, é um invertebrado”. Desse modo, comparando as duas classificações acima descritas, podemos afirmar que ambas tratam as orações condicionais com base na noção de “hipótese” que estas orações encerram. Na primeira classificação, proposta por Visconti (Op. Cit.), a hipótese pressuposta nas condicionais está ligada à validação ou não de sua adequação pragmática, enquanto na segunda, a de Mira Mateus et al. (Op. Cit.), tal adequação pragmática equivale aos “mundos”, reais ou irreais, aos quais as orações em questão podem remeter. Nesta última proposta, é interessante o posicionamento de Fávero (1992, p. 56) sobre a funcionalidade das construções condicionais, ao asseverar que “a mobilidade [das construções condicionais] explica-se pela estrutura temática e pela distribuição da informação no texto que vai exercer papel relevante na seleção e arranjo das alternativas que estão na dependência direta das intenções do locutor que vai utilizar determinados elementos lingüísticos para orientar o alocutário num determinado sentido”[Grifo nosso]. Um outro trabalho muito interessante acerca das condicionais em língua portuguesa, é o de Hirata-Vale e Oliveira (2011), as quais destacam a função estritamente pragmática que tais orações realizam: “há condicionais que se realizam como um ato de fala, e são um tipo de „sentença performativa‟, entendida no sentido dado por Austin, como um tipo de sentença capaz de alterar um estado de coisas no mundo. As construções condicionais que realizam atos de fala podem ser dos mais diversos tipos, tantos quantos forem os atos performativos existentes nas línguas” [Grifo nosso]. Para essas autoras, um desses atos de fala realizado pelas condicionais é a expressão da polidez no discurso, por exemplo: “....Se vocês me permitirem, eu só vou fazer uma observação...” Tais construções, de acordo com as autoras, demonstram a atitude do falante em relação à situação comunicativa, introduzindo um informação delicada de forma mais polida, tendo em vista a preservação de sua imagem enquanto sujeito enunciador. 3. Analisando os dados: do funcionamento pragmático-discursivo das condicionais aos atos de fala no slogan da lei seca no trânsito brasileiro Começemos por comparar as duas construções condicionais encontradas flagrantemente nos slogans em análise e abaixo reproduzidos nos suportes mais diversos de materialização do gênero em estudo: Sogan 1: “Se beber não dirija” (Outdoor – Campina Grande – Junho/2011) Slogan 2: “Se dirigir não beba” (Revista Época, Outubro/2010) Com base nos princípios teóricos do Funcionalismo, iconicidade e prototipicidade, aqui apontados, poderíamos, antes de mais nada, dizer que as construções condicionais que fazem parte das peças publicitárias acima destacadas, apesar de aparentemente iguais, não correspondem ao mesmo construto sintáticosemântico-pragmático, uma vez que são motivadas cognitiva e semanticamente, introduzidas pela conjunção prototípica da idéia de condição, o item SE. Senão, vejamos. Quando nos deparamos com tais slogans, seja no outdoor (Slogan 1), seja na revista impressa (Slogan 2), temos a impressão, ainda que intuitiva, de que, uma das duas possibilidades nos dá a idéia de que, mesmo que o motorista não tenha a intenção de “dirigir” embriagado, o mais importante é “beber”, afinal tudo nos leva a crer que a propaganda, muito embora tenha que concordar com a campanha da Lei Seca no Trânsito Brasileiro, quer vender a Caninha 51 (Slogan 1) e a Cerveja Bohemia (Slogan 2). Trocando em miúdos: ao que parece, as propagandas, ao fazerem essa permuta dos verbos nas condicionais, dão mais ênfase ao ato de “beber” do que ao de “dirigir”. A partir disso, ficamos nos perguntando: qual das duas possibilidades é mais persuasiva, convence o leitor da importância da direção sem bebida, alvo principal da referida campanha? Ora, com base nas considerações de Fávero (1992), faz-se necessário ponderar, em primeiro lugar, sobre a possibilidade de permuta dos verbos em tais orações. Tratase, na realidade, do que a autora chamou de “condicionalidade que permite mobilidade de construção”. Dessa mobilidade, surge uma segunda consideração também baseada nas teorias faverianas: o fato de que tal mobilidade explica-se pela “estrutura temática” e pela “distribuição da informação no texto”, o que vai exercer papel relevante nas escolhas dessa distribuição. Neste caso, o Slogan 1 dá ênfase à ação de “beber”, ao passo que o Slogan 2, à ação de “dirigir”, ambos, no entanto, com o objetivo de vender a bebida alcoólica tão bem destacada no texto não-verbal que os sustenta: no Slogan 1, a Caninha 51 em suas várias versões (latinhas e garrafa), associadas às cores da festa que o outdoor também propaga, “O Maior São João do Mundo”, em Campina Grande, Paraíba, seguida das figuras-símbolo da festa (bandeirinhas, balões, estrelas). No Slogan 2, a garrafa da Cerveja Bohemia, entre duas taças cheias da bebida, com a cor amarela em evidência, sugerindo o consumo imediato e compartilhado do produto. Além da condicionalidade ligada à questão da sua “mobilidade” na oração, a permuta dos verbos no caso em estudo, é possível também prever o uso do que Visconti (1996 apud OLIVEIRA, 2010), classificou como “condicionais hipotéticas”: a adequação pragmática da condicional depende da eventual possiblidade de validação do conteúdo da oração núcleo. No caso do Slogan 1, só é possível “dirigir”, na condição hipotética de não se ingerir bebida alcoólica. E no Slogan 2, só é possível “beber”, na condição hipotética de não assumir o volante de um veículo motorizado. Em ambas as construções, subentende-se a idéia de que é necessário “beber”, muito mais do que “dirigir”. É claro que o discurso jurídico que neste caso se configura não seria o de uma campanha para o brasileiro parar de beber, mas também não seria o de que “dirigir” é mais importante do que “beber”, tal como faz supor os textos em análise. Do ponto de vista pragmático, é possível, pois, afirmar que há um ato de fala indireto, implícito, nesses textos, qual seja o de persuadir o leitor a comprar a bebida alcoólica, sendo que o ato de dirigir fica em segundo plano. Lembrando do estudo de Hirata-Vale e Oliveira (2010), acerca do uso das condicionais como estratégia de polidez, vejamos outras propagandas cujos slogans em análise foram redimensionados, mas sempre no sentido de persuadir o leitor a consumir bebida alcoólica: Slogan 3: “Até em festa de São João não beba se for pegar na direção!” (Outdoor – Campina Grande – Junho/2011) Slogan 4: “Se for dirigir não beba, mas se for beber me chame” (Internet, agosto/2011) Nos dois casos acima, os textos revelam casos interessantes de reconfiguração dos slogans em análise: no Slogan 3, mais uma vez a ênfase dada à festa junina da cidade de Campina Grande, Paraíba, com o uso do item ATÉ, fazendo pressupor que em festas dessa natureza é inevitável o consumo de bebidas alcoólicas. No mesmo texto, a oração núcleo é substituída por uma forma subjuntiva do verbo “dirigir” sem a negação, a qual é transferida para a condicional, na intenção de compor uma rima, própria da tradição dos festejos juninos nessa época. Comparemos: Slogan 1: “Se beber não dirija” Slogan 3: “Até em festa de São João não beba se for pegar na direção” Já no Slogan 4, há duas construções condicionais em gradação, interligadas pela adversativa MAS, dando mais uma vez ênfase à bebida: 4.1 “Se for dirigir não beba” 4.2. “Se for beber me chame” Tudo isso mais uma vez também enriquecido pelo não-verbal: o texto verbal ironicamente escrito em letras garrafais numa placa de trânsito, em que se vê, logo abaixo, uma caneca de chopp, levemente cheia, borbulhando de espumas. Finalmente, vejamos a propaganda oficial do Ministério de Transportes: Slogan 5: “Não dirigir quando beber. Esse é o código” Será que neste caso poderíamos afirmar que o próprio Governo Federal induziria os consumidores a comprar bebida alcoólica? Pensamos que não. O próprio texto, que não se trata de uma propaganda de bebida alcoólica propriamente dita, choca o leitor, com um efeito de sentido macabro, revestido de um humor negro: ao lado da figura de duas garrafas de cerveja, temos uma outra figura bastante sugestiva, a de dois pés, de um ser humano deitado, ambas com uma tarja preta em que se lê: “Estupidamente gelada”. Ressaltando que todas essas figuras parecem turvas, lembrando a palidez própria das pessoas que entram em óbito. Além do mais, a ambiguidade do termo “gelada”: o estado físico das bebidas que são expostas ao gelo para o aprimoramento do sabor ou o estado físico das pessoas que vão a óbito e perdem consequentemente o calor típico de quem está vivo? Quanto ao Slogan que segue a propaganda institucional, ao invés de uma condicional, temos uma temporal desenvolvida pelo item QUANDO, o que implica dizer que a especificidade da condicional que introduz os outros Slogans aqui analisados podem traduzir essa condição de temporalidade. Nesse ultimo texto em análise, ainda temos, logo após a construção temporal, objetiva e direta, a afirmação contundente “Esse é o código”, sugerindo a legitimidade do texto. Como podemos observar, o uso das adverbiais condicionais com o conector foi motivado iconicamente, uma vez que atendeu às necessidades comunicativas próprias do gênero em estudo. Ademais, o SE, prototipicamente uma conjunção condicional, vai assumindo, no contexto analisado, outros valores semântico-pragmáticos, a exemplo do caráter de temporalidade e de ato indireto de fala, qual seja o de persuadir o interlocutor a comprar dado produto contemplado verbal e não-verbalmente no enunciado. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS: REFLEXÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA A análise sobre as adverbiais condicionais ora realizada não poderia deixar de desembocar em algumas reflexões finais sobre o ensino de língua portuguesa, que se traduzem em possíveis sugestões para inovar esse processo, principalmente no que diz respeito ao ensino de gramática, a saber: • Comparar perspectiva tradicional x perspectiva funcionalista, privilegiando esta última; • Repensar o uso linguístico a partir de seu funcionamento pragmático-dicursivo nos mais diversos contextos de interação; • Trabalhar com gêneros textuais em seu uso efetivo, não apenas como pretexto, mas sobretudo como processos flagrantes dos usos interativos da linguagem humana, os quais estão no nosso dia-a-dia e contribuem para o desenvolvimento da competência comunicativa de nosso alunado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FÁVERO, Leonor Lopes. O processo de coordenação e subordinação. Uma proposta de revisão. In: KIRST, Marta et al. (Orgs.). 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