Discurso Proferido Pelo Deputado Eunício Oliveira Na Sessão do Dia ____ de Agosto de 2009. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados O registro de sucessivos casos de morte causados pelo vírus da chamada gripe suína, em diferentes cidades do território nacional, está gerando um preocupante clima de apreensão e temor entre as famílias brasileiras, provocando um aumento considerável de afluxo de pessoas aos centros de saúde da rede pública hospitalar, do país, temerosas de serem portadoras da insidiosa pandemia gripal. As medidas postas em prática, pelo Ministério da Saúde, estão, porém, adequadas à gravidade da situação, não havendo motivos para pânico por parte das comunidades urbanas e rurais, às quais compete seguir corretamente as instruções recomendadas pelas autoridades do sistema de saúde pública do país, atentas à evolução da pandemia nos diversos estados brasileiros. Para atender a crescente demanda de casos de pessoas que foram contaminadas pelo vírus da gripe H1N1, o Governo federal está 1 preparado para, através do esquema elaborado pelo Ministério da Saúde, atender e tratar até 12,5 mil pacientes, podendo disponibilizar medicamentos para o tratamento de mais de 9 milhões de pessoas se necessário, o que bem demonstra a amplitude do esquema assistencial estabelecido. As autoridades epidemiológicas coordenadas pelo Ministério da Saúde são conhecedoras de como o vírus da gripe suína age no organismo dos pacientes, dos primeiros sintomas, das necessidades de internação dos casos suspeitos; do número de óbitos registrados, através do permanente e constante esquema de comunicação com as secretarias estaduais e municipais de saúde pública. Existe, hoje, consenso entre as autoridades do setor médico governamental e do sistema privado de saúde, sobre as medidas que podem e devem ser adotadas, quando realmente precisas. Seria precipitado e precoce, na conjuntura atual, estabelecer uma quarentena no país. Deve-se considerar, principalmente, que as medidas postas em prática, atualmente, são corretas e adequadas à situação e estão sendo tomadas de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Entre outras, as de que as pessoas que desembarcam de vôos internacionais, nos aeroportos 2 do país, passem por uma avaliação da ANVISA e respondam a um questionário com dados pessoais. Mas a orientação predominante no controle da gripe é a de considerar como suspeitos apenas os casos em que sejam evidentes os sintomas de tosse constante; coriza; dores de garganta e dificuldades respiratórias. E em alguns casos com ocorrências de diarréia e vômitos, o que não é comum acontecer na gripe comum e convencional. Para evitar corrida aos hospitais e postos de saúde, nos casos de simples suspeita de gripe, o Ministério da Saúde vem insistindo na divulgação, pelos meios de comunicação coletiva, na recomendação evitar-se o contato das mãos com os olhos, nariz e boca, depois de contato com superfícies diversas, do uso de lenços descartáveis, evitando tossir ou espirrar e evitar aglomerações em ambientes fechados e manter os hábitos saudáveis como hidratação corporal e alimentação equilibrada. Em caso de contaminação, as autoridades de saúde pública recomendam que decorridos cinco dias após a constatação dos inícios dos sintomas, o paciente deve evitar sair do seu domicílio residencial, por ser este o período de transmissão do vírus da gripe A. 3 Vale lembrar, ainda, que algumas instituições religiosas estão também orientando seus fiéis no sentido de evitar abraços durante as cerimônias religiosas, apertos de mão ou qualquer tipo de contato físico, para impedir a propagação do vírus. E considerando haver aumento dos casos de morte pela gripe suína, o Ministério da Saúde entendeu necessário estabelecer um esquema de prioridades no atendimento nos hospitais e postos de saúde, privilegiando: Gestantes, Idosos (maiores de 65 anos), crianças com menos de cinco anos de idade, doentes crônicos, pessoas com problemas cardiovasculares, exceto hipertensos, asmáticos, portadores de doenças obstrutivas crônicas, pessoas com problemas hepáticos e renais, pessoas com doenças metabólicas e doenças que afetem o sistema imunológico e obesos. É relevante registrar, ainda, que segundo uma análise preliminar, o vírus da gripe suína encontrado nos casos ocorridos no Brasil é idêntico ao que circula em outros países. Segundo o pesquisador Fernando Mota, do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, o seqüenciamento genético é fundamental para 4 acompanhar a evolução do vírus no país o que possibilitará a elaboração do diagnóstico. Ao reconhecer que o número de casos da gripe suína é preocupante, o Governo Federal decidiu ampliar e facilitar o acesso ao remédio asettamivir (Tamifluor), usado no tratamento de pacientes portadores do vírus. E está recomendando aos Estados que ampliem os postos de distribuição do remédio, a exemplo do que já ocorreu em São Paulo. Decidiu-se, ainda, que em vez do antiviral ficar restrito aos hospitais de referência, ele poderá ser obtido, também, na rede ambulatorial, em unidades básicas ou em centros credenciados ao Programa de Saúde da Família (PSF). A medida visa facilitar, principalmente, o encaminhamento de pacientes de risco de consultórios, como mulheres grávidas, que precisarem usar o remédio. O uso do remédio está priorizado a pacientes com sintomas de agravamento da doença e pessoas com gripe que apresentem fatores de risco (doenças pré-existentes); menores de dois anos de idade; maiores de 60 e gestantes. Para garantir que o critério de prioridades seja efetivamente cumprido, cada paciente receberá apenas dez comprimidos, no caso de adultos. 5 Nos Estados Unidos, as autoridades sanitárias pretendem vacinar 160 milhões de pessoas, pouco mais da metade da sua população. No Brasil, o governo assegura que está preparado para pôr em execução, também, um plano nacional de defesa da população. O Ministério da Saúde já dispõe de medicamentos estocados em quantidade suficiente para atender à maior parte da população brasileira, no caso de ocorrer uma pandemia fora do controle dos organismos do sistema de saúde pública. Não há, assim, razões, para uma comoção nacional, o que só ocorreria se a situação saísse do controle do Ministério da Saúde, hipótese inadmissível considerando-se as medidas adotadas pelo ministro Temporão, medidas que asseguram controle continuado do esquema de assistência ás pessoas afetadas pelo vírus da gripe suína, em qualquer parte do território nacional. As mortes ocorridas estão dentro do previsível, em situação de pandemia. 6