Edital 4 Tema 4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO SANEAMENTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA PRODUTOS CERÂMICOS E SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO VEGETAL Coordenador: Cleverson V. Andreoli SUB – PROJETO 01: INERTIZAÇÃO DE LODO EM TIJOLO Objetivos Objetivo Geral: Avaliar o uso de lodo de água e de esgoto como forma de utilização desses produtos em indústria cerâmica para fabricação de tijolos. Objetivos Específicos: 1. Caracterizar o lodo de ETE, o lodo de ETA e a argila que serão utilizados na fabricação de materiais cerâmicos; 2. Avaliar o desempenho de materiais cerâmicos contendo lodo em relação a resistência à compressão; 3. Avaliar as características físicas e químicas do material cerâmico com lodo de esgoto e de água que apresentem melhores dosagens; 4. Avaliar o risco de contaminação dos rejeitos produzidos a partir de material cerâmico produzido com lodo de esgoto e de água; 5. Avaliação econômica da utilização do lodo de água e esgoto para fabricação de material cerâmico considerando a dosagem ideal. Edital 4 Tema 4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO SANEAMENTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA PRODUTOS CERÂMICOS E SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO VEGETAL Coordenador: Cleverson V. Andreoli Croqui 1 2 Viabilidade Técnica 3 4 5 Viabilidade Econômica Metodologia Após os testes de resistência à compressão, determinou-se que as dosagens que seriam utilizadas na próxima etapa para determinação da qualidade do tijolo seriam: mistura, tijolo com lodo de ETE no teor de 2,2% e tijolos com lodo de ETA nos teores de 1,7% e 4,2%, mais a testemunha sem adição de qualquer tipo de lodo. Para a fabricação dos novos tijolos é necessário que ocorra a secagem do lodo de ETE a um teor de sólidos de aproximadamente 45%. Para este desaguamento o lodo oriundo das lagoas de lodo da Estação de Tratamento Aeróbio da ETE Belém foi colocado em leitos de secagem da ETE Guaraituba até atingir a umidade adequada ao processo. Edital 4 Tema 4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO SANEAMENTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA PRODUTOS CERÂMICOS E SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO VEGETAL Coordenador: Cleverson V. Andreoli O lodo da ETA é coletado logo após ser centrifugado, oriundo do processo de tratamento de água Passaúna, o qual utiliza sulfato de alumínio como coagulante. Para a fabricação dos tijolos, serão incorporados lodo de ETA e lodo de ETE, sendo testados cinco (05) diferentes dosagens sobre a composição da argila, de acordo com a Tabela 01: Tabela 01 – Dosagens de lodo incorporado no tijolo Amostra 1A 2A 1E M T Tipo de Lodo Lodo de ETA Lodo de ETA Lodo de ETE Lodo de ETA e ETE --- Dosagem (% MS) 0,2 0,5 1 0,72 -- Dosagem (% lodo úmido) 1,67 4,17 2,22 5,0 -- Resultados De todos os Corpos de Prova (CPs) de tijolos analisados (total de 111), apenas 20,72% estavam de acordo com o exigido pela Norma, resistência mínima de 1MPa. As dosagens 4E, 3E, 2E e 1E não apresentaram nenhum resultados igual ou acima de 1MPa. A dosagem sem lodo (testemunha), apresentou cerca de 7,69% de seus tijolos analisados com resistência mínima exigida. Já as melhores dosagens foram: 4A com 30,77% dos tijolos com resistência mínima de 1MPa, M e 5A com 46,15% e 5E com 75%. Destaca-se que apesar das dosagens terem apresentados quantidades elevadas de tijolos com resistência superior ou igual a 1 MPa, em alguns casos como a dosagem 5E apresentou os seus 25% de tijolos inferior a 0,5 MPa, demonstrando a grande variação da qualidade dos tijolos. Devido a esta variação optou-se pela utilização das médias de resistência, as quais são demonstradas na Tabela 02. Tabela 02 – média das resistências obtidas para o tijolo com incorporação de lodo Amostras Resistênci a (MPa) T M 5A 4A 3A 5E 4E 3E 2E 1E 0,7 0,9 1,0 0,8 0,6 0,9 0,6 0,5 0,6 0,4 Como os resultados estiveram abaixo do limite mínimo exigido pela norma NBR 6461/83 para resistência à compressão simples, a comparação foi realizada com o tijolo testemunha, verificando seu aumento ou diminuição desta resistência. Verificou-se que as dosagens M, 5A, 4A e 5E ficaram com a resistência superior ao tijolo testemunha, as demais dosagens ficaram com a resistência inferior a 0,7 MPa. De acordo com estes resultados obtidos, foi definido que as dosagens: M, 5A, 4A e 5E, fossem as selecionadas para a próxima etapa. Como as médias ficaram abaixo da Edital 4 Tema 4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO SANEAMENTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA PRODUTOS CERÂMICOS E SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO VEGETAL Coordenador: Cleverson V. Andreoli norma, optou-se por aquelas dosagens que demonstraram uma melhora na qualidade do tijolo, se comparadas com a resistência da testemunha. Para determinação dos pesos dos lodos a serem utilizados em cada amostra, utilizouse o peso do tijolo e o teor de lodo úmido utilizado, como mostra a Tabela 03. De acordo com os pesos separou-se as quantidades de lodo de ETA e lodo de ETE a serem utilizadas na fabricação dos tijolos para cada teor definido. Tabela 03 - Peso de lodo de ETA e ETE e argilas utilizados na fabricação dos tijolos Amostra Dosagem Dosagem úmido MS 1A 1,7 % 0,2% 2A 4,2 % 0,5% 1E 2,2 % 1% M 5% 0,72% T 0% 0% Peso lodo (g) Peso argila (g) Total lodo (g) Total argila (g) 51 130 70 150 0 2.949 2.870 2.930 2.850 3.000 2.550 6.500 3.500 7.500 0 147.450 143.500 146.500 142.500 150.000 Observou-se que para a confecção dos tijolos o principal fator limitante é a água, pois a quantidade excessiva interfere na resistência deixando-os mais frágeis, assim como a diminuição na quantidade da água pode tornar o tijolo muito quebradiço. Para a obtenção do lodo de ETE, será realizada uma coleta de lodo de esgoto da ETE Belém, no entanto está não será coletada por caminhões limpa-fossa, mas sim por coletas com baldes direto das lagoas da ETE, facilitando a coleta de um lodo com maior teor de sólidos. No entanto, esta coleta foi prejudicada devida a elevada quantidade de chuva ocorrida nas datas de coleta programada, inviabilizando a atividade neste período. Figura 04 – Lagoa de lodo, onde será retirado o lodo para fabricação de tijolos Próxima etapa Edital 4 Tema 4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO SANEAMENTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA PRODUTOS CERÂMICOS E SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO VEGETAL Coordenador: Cleverson V. Andreoli Para cada dosagem serão fabricados em torno de 50 tijolos, os quais sofrerão ensaio de difração de raios-X, dilatometria, determinação de umidade, massa específica e absorção, dimensão e planicidade (NBR 80420), área líquida (NBR 8043), análise visual com verificação de eflorescência, absorção d’água (NBR 8947), lixiviação em meio ácido e alcalino, absorção atômica do lixiviado ácido e alcalino (determinação de Ni, Cd, Pb, Cr e Hg) e classificação de resíduos segundo as NBR 10.004 / 10.005 e 10.006. Edital 4 Tema 4 UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DO SANEAMENTO COMO MATÉRIA-PRIMA PARA PRODUTOS CERÂMICOS E SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO VEGETAL Coordenador: Cleverson V. Andreoli Cronograma Físico 2004 Atividades Caracterização física química do lodo de esgoto utilizados na fabricação de materiais cerâmicos Caracterização físico química do lodo de ETA e argila utilizados na fabricação de materiais cerâmicos Acompanhamento da fabricação dos tijolos com dosagens diferentes de lodo de água e esgoto Testes para avaliação da resistência mecânica à compressão Determinação das melhores dosagens Secagem do lodo para utilização em tijolo Fabricação dos tijolos com as duas melhores dosagens para cada tipo de lodo Avaliação química do tijolo através do método de massa específica, índice de poros e absorção de água Avaliação química do tijolo através do método de análise térmica e dilatometria Classificação dos resíduos de tijolos – NBR 10.004 Avaliação econômica da utilização de lodo de ETA e ETE para a fabricação de tijolo considerando a dosagem ideal Revisão Bibliográfica Relatórios jan fev Mar abr mai jun jul X 2005 ago set out nov dez X X jan fev mar abr mai jun jul ago X X X set out nov x X X X X X dez X X X X X X X x X X X X X X X X X X X X X X X X X X X