Interpretação de Texto

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QUESTÕES DE PORTUGUÊS - CESPE
Prova TRE GO/Téc. Administrativo – 01/02/2009
Texto para as questões de 1 a 3
1
Até hoje, os que estão de um lado ou de outro veem o
processo civilizatório como uma consequência de um tripé
sinérgico em que avanço técnico, igualdade e liberdade
4 articulam-se positivamente, cada um como um vetor que
induz o outro a crescer. Em nossos dias, porém, essa sinergia
morreu e o avanço técnico, longe de construir a igualdade,
7 está ampliando a desigualdade e, em lugar de ampliar o
número de pessoas livres, está limitando a liberdade a poucos
(mesmo nesses casos, trata-se de uma liberdade condicionada,
10 consumida nos engarrafamentos de trânsito, nos muros
dos condomínios).
Cristovam Buarque. Os círculos dos intelectuais. In: Ari Roitman (Org.).
O desafio ético. Rio de Janeiro: Garamond, 2000, p. 109 (com
adaptações).
QUESTÃ
01. Depreende-se do desenvolvimento das ideias do texto
acima que
A. existem discordâncias sobre as causas do “processo
civilizatório” (l.2).
B. um dos elementos que compõem o “tripé sinérgico” (l.2-3)
é o “processo civilizatório” (l.2).
C. a ampliação da “desigualdade” (l.7), nos dias atuais, devese à limitação da “liberdade” (l.8).
D. as expressões “engarrafamentos de trânsito” (l.10) e
“muros dos condomínios” (l.10-11) exemplificam a
limitação da liberdade.
QUESTÃO
02. Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas
linguísticas no texto.
A. A retirada do artigo “uma” (l.2) provocaria incorreção
gramatical e incoerência na argumentação do texto, visto ser
elemento de uso obrigatório.
B. A expressão “essa sinergia” (l.5) resume a ideia anterior,
que é de articulação entre os três vetores que se ajudam
mutuamente a crescer.
C. A flexão do verbo estar, no singular, em “está ampliando”
(R.7) e “está limitando” (l.8), deve-se à concordância com
“essa sinergia” (l.5).
D. Na linha 9, a flexão da forma verbal, no singular, em
“trata-se”, deve-se à concordância com “uma liberdade”.
QUESTÃO
03. Preservam-se a coerência na argumentação e a correção
gramatical do texto ao usar
A. têm visto em lugar de “veem” (l.1).
B. mas em lugar de “porém” (l.5).
C. à liberdade em lugar de “a liberdade” (l.8).
D. aos poucos em lugar de “a poucos” (l.8).
Texto para as questões de 4 a 7
1 A liberdade não assegura a igualdade: ao contrário,
sob o regime do livre mercado, está sendo construída a mais
desigual de todas as sociedades humanas da história, com
4 exclusão das desigualdades por justificativas divinas como
aquelas que davam a reis, sacerdotes ou faraós um poder total
sobre os homens. E note-se que esses monarcas e suas cortes
7 viviam o mesmo número de anos que os camponeses,
sofriam quase as mesmas dificuldades de conforto que estes
e levavam o mesmo tempo para se deslocarem de um lugar a
10 outro, por mais que o fizessem sobre o ombro dos servos.
Finalmente, a imposição da igualdade, em um tempo de
graves problemas ecológicos, elimina a liberdade de escolha
13 que o mercado oferece e limita os sonhos de riqueza,
mesmo que em nome do fim da pobreza.
Idem, Ibidem, p. 109-110 (com adaptações).
QUESTÃO 4
04. Assinale a proposta de alteração dos sinais de pontuação
que preserva a coerência e a correção gramatical de trecho
do texto.
A. Substituir o sinal de dois-pontos depois de “igualdade”
(l.1) pelo sinal de ponto-e-vírgula.
B. Inserir uma vírgula depois de “monarcas” (l.6).
C. Substituir o ponto depois de “servos” (l.10) por vírgula,
escrevendo-se “Finalmente” com inicial minúscula.
D. Retirar a vírgula depois de “igualdade” (l.11).
QUESTÃO 5
05. Com base no texto acima, julgue os seguintes itens.
I. Vive-se, na atualidade, em um regime de livre mercado e
com graves problemas ecológicos.
II. O período iniciado por “E note-se” (l.6) justifica a maior
desigualdade da história.
III. A liberdade de escolha provoca desigualdade porque
limita os sonhos de riqueza.
Assinale a opção correta.
A. Apenas I está de acordo com as ideias do texto.
B. Apenas I e II estão de acordo com as ideias do texto.
C. Apenas II e III estão de acordo com as ideias do texto.
D. Apenas III está de acordo com as ideias do texto.
06. No que se refere à organização da textualidade, assinale a
opção em que a relação de referência está incorreta.
A. O termo “aquelas” (l.5) refere-se a “as sociedades
humanas da história” (l.3).
B. Na linha 6, “esses monarcas” refere-se a “reis, sacerdotes
ou faraós” (l.5).
C. O pronome “estes” (l.8) refere-se a “os camponeses” (l.7).
D. Na linha 12, o termo “que” refere-se a “a liberdade de
escolha”.
QUESTÃO 7
07. Respeitam-se as regras gramaticais e a coerência textual
ao se reescrever a frase “mesmo que em nome do fim da
pobreza” (l.13-14) da seguinte forma:
A. embora isso põe fim na pobreza.
B. mesmo que isso significa o fim da pobreza.
C. embora que isso seja em nome do fim da pobreza.
1
D. mesmo que isso seja feito em nome do fim da pobreza.
Texto para as questões de 8 a 10
1
No sistema democrático, há uma tensão permanente
entre liberdade e igualdade. A primeira está associada à
direita democrática, para a qual existe um conjunto
4 indissociável de liberdades: a de expressão e organização,
a econômica e a de pluralidade de opiniões. Já o conceito de
igualdade está associado à esquerda democrática, que defende
7 a necessidade de restringir um pouco a liberdade econômica
para que as desigualdades não cresçam muito. As democracias
maduras oscilam entre a direita e a esquerda, em busca ora
10 de mais liberdade, ora de mais igualdade. Trata-se de algo
muito diferente dos conceitos de esquerda e direita nãodemocráticas, estes, sim, ultrapassados.
Demétrio Magnoli. Uma vitória da razão. Veja, 5/nov/2008, Entrevista
(com adaptações).
QUESTÃO 8
08. De acordo com as ideias do texto acima, assinale a opção
que apresenta as duas associações corretas.
A. direita: liberdade econômica; esquerda: liberdade de
expressão.
B. direita: pluralidade de opiniões; esquerda: restrições à
liberdade econômica.
C. direita: preocupação com as desigualdades; esquerda:
liberdade de expressão.
D. direita: restrições à liberdade econômica; esquerda:
preocupação com as desigualdades.
09. No texto, provoca-se erro gramatical ao se
A. substituir “uma tensão permanente” (l.1) por tensões
permanentes.
B. substituir “a qual” (l.3) por que.
C. inserir a palavra liberdade antes de “de expressão” (l.4).
D. retirar na linha 9, a conjunção “ora” que se segue a
“busca”.
QUESTÃO 10
10. Na organização textual,
A. na linha 2, a expressão “A primeira” refere-se a
“liberdade” e, por isso, poderia ser substituída pelo pronome
aquela.
B. o advérbio “Já” (l.5) situa a ideia de “liberdade” no
passado, enquanto “igualdade” está no presente.
C. na linha 6, o pronome “que” refere-se a “igualdade” e, por
isso, flexiona-se “defende”, no singular.
D. o emprego da forma verbal “cresçam” (l.8), no modo
subjuntivo, permite afirmar que o crescimento das desigualdades é uma hipótese que não se realiza porque não ocorre,
efetivamente, restrição de “liberdade econômica” (l.7).
QUESTÃO 11
11.
art. 63 – A requerimento do órgão de direção do respectivo
partido, o Juiz Eleitoral devolverá as fichas de filiação
partidária existentes no cartório da respectiva zona eleitoral,
1
nos termos do art. 32, destas instruções, obedecidas as
normas estatutárias da lei n. 9.096/95, art. 58.
§1.º – Para efeito de candidatura a cargo eletivo, será
7 considerada como primeira filiação a constante das listas
de que trata este artigo (caput).
4
Para que o fragmento de texto acima respeite as normas de
elaboração de documentos oficiais, como impessoalidade,
objetividade, clareza, e as regras gramaticais da modalidade
padrão da língua portuguesa, será necessário
A. substituir “A requerimento” (l.1) por Ao requerimento.
B. escrever “art. 63” (l.1) com letra inicial maiúscula, e Lei
nº 9.096/95, em lugar de “lei n. 9.096/95” (l.5).
C. retirar a vírgula depois de “instruções” (l.4) e inserir uma
vírgula depois de “filiação” (l.7).
D. escrever “art. 58” (l.5) entre parênteses, em lugar de
separar esse termo do número da lei por vírgula; e, na linha
8, eliminar os parênteses de “caput”, separando-o de “artigo”
por vírgula.
12. Desconsiderando o espaçamento e supondo que Fulano
de Tal seja a assinatura do emissor do documento, assinale a
opção correta para o fecho do documento oficial indicado.
A. MEMORANDO
Aguardando pronto atendimento, despedimo-nos,
atenciosamente,
Fulano de Tal
Goiânia, 18 de fevereiro de 2009
B. OFÍCIO
Atenciosamente,
Fulano de Tal
Coordenador-Geral
Goiânia, 18 de fevereiro de 2009
C.
PARECER
É o Parecer.
Procuradoria, em 18 de fevereiro de 2009
Procurador-Geral
D. ATESTADO
Goiânia, 18 de fevereiro de 2009
Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor de Pessoal
Texto para as questões de 13 a 15
Podemos considerar o processo de crescimento sadio
uma série interminável de situações de livre escolha com que
1
2
cada indivíduo se defronta a todo o instante, ao longo da vida,
4 quando deve escolher entre os prazeres da segurança e do
crescimento, dependência e independência, regressão e
progressão, imaturidade e maturidade. A segurança tem suas
7 angústias e seus prazeres; o crescimento tem suas angústias
e seus prazeres. Progredimos quando os prazeres do crescimento
e a ansiedade da segurança são maiores do que a
10 ansiedade do crescimento e os prazeres da segurança.
É claro que essa formulação do crescimento por meio
do prazer também nos vincula à necessária postulação de que
13 o que sabe bem também é, no sentido de crescimento,
“melhor” para nós. Fundamo-nos aqui na crença de que, se a
livre escolha é realmente livre e se quem escolhe não está
16 demasiado doente ou assustado para escolher, escolherá
sensatamente, em uma direção saudável e progressiva, na
maioria das vezes.
A. H. Maslow. Introdução à psicologia do ser. Rio de
Janeiro: Eldorado, 1962, p. 74-5 (com adaptações).
QUESTÃO 13
13. É correto afirmar que, no texto acima, a preposição no
termo
A. “com que” (l.2) é exigida por “se defronta” (l.3).
B. “do que” (l.9) é exigida por “prazeres” (l.8).
C. “de que” (l.12) é exigida por “necessária” (l.12).
D. “de que” (l.14) é exigida por “Fundamo-nos” (l.14).
14. Assinale a opção correspondente à ideia que está no
centro da argumentação do texto de Maslow.
A. O crescimento faz de toda escolha livre uma escolha
sadia.
B. Em um crescimento sadio, o prazer está na base das
escolhas.
C. Maturidade e imaturidade dependem do processo de
crescimento.
D. O crescimento apoia-se na segurança equilibrada entre
angústias e prazeres.
QUESTÃO 15
15. Preservam-se a correção gramatical e a coerência entre
os argumentos do texto Introdução à psicologia do ser ao
se
A. inserir como depois de “sadio” (l.1), escrevendo
crescimento sadio.
B. inserir se depois de “deve” (l.4), escrevendo deve-se.
C. substituir “a ansiedade” (l.9) por da ansiedade.
D. substituir “o que” (l.13) por aquele que.
GABARITO:
01. D
02. B
03. A
04. A
05. A
06. A
07. D
08. B
09. D
10. A
11. B
12. D
13. A
14. B
15. A
Prova Analista Judiciário – Área Administrativa TRE
GO/09
Texto para as questões de 1 a 5
O conceito de verdade tem sido abordado e
compreendido de diferentes formas por diversos pensadores
e por diversas escolas filosóficas. Os filósofos gregos
4 começaram a buscar a verdade em relação ou oposição à
falsidade, ilusão, aparência. De acordo com essa concepção,
a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à
7 realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos
sentidos. Assim, um elemento necessário à verdade era a
“visão inteligível”; em outras palavras, o ato de revelar, o
10 próprio desvelamento.
Já para os romanos, a verdade era Veritas, a
veracidade. O conceito era sempre aplicado, isto é, remetia
13 a uma história vivida que pudesse ou não ser comprovada.
Essa concepção de verdade subordinava-a, portanto, à
possibilidade de uma verificação. A formulação do
16 problema do “critério de verdade” ocupou os adeptos da
gnosiologia, aqueles que se dedicavam ao estudo das
relações do pensamento, e de seu enunciado, sua forma de
19 tradução na comunicação humana com o objeto ou fato
real, em que se buscava uma relação de correspondência.
Para a lógica, o interesse circunscrevia-se na correção e(ou)
22 coerência semântica do discurso, da enunciação,
descartando a reflexão sobre o mundo objetivo.
Para o filósofo Heidegger, as verdades são respostas
25 que o homem dá ao mundo. Ressalte-se a utilização do
termo no plural, quando o conceito de verdade perde o
critério do absoluto e(ou) do indivisível. Portanto, não
28 haveria mais uma verdade filosófica, mas várias verdades.
Esse sentido mais pluralista também é defendido por
Foucault, para quem o significado de verdade seria o de
31 expressão de determinada época, cada qual com sua
verdade e seu discurso.
1
Iluska Coutinho. O conceito de verdade e
sua utilização no jornalismo.
Internet: www.metodista.br/unesco/gcsb
(com adaptações).
QUESTÃO
01. Assinale a opção correspondente à frase do texto que
representa a síntese de suas ideias.
A. “O conceito de verdade tem sido abordado e compreendido
de diferentes formas por diversos pensadores e por diversas
escolas filosóficas.” (l.1-3)
B. “Os filósofos gregos começaram a buscar a verdade em
relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência.” (l.3-5)
C. “Assim, um elemento necessário à verdade era a ‘visão
inteligível’; em outras palavras, o ato de revelar, o próprio
desvelamento.” (l.8-10)
D. “A formulação do problema do ‘critério de verdade’
ocupou os adeptos da gnosiologia” (l.15-17)
QUESTÃO 2
3
02. No texto, um fato ou estado considerado em sua
realidade está expresso pelo verbo sublinhado em
A. “a verdade estaria inscrita” (l.6).
B. “o interesse circunscrevia-se” (l.21).
C.“não haveria mais uma verdade filosófica” (l.27-28).
D. “o significado de verdade seria o de expressão” (l.30).
QUESTÃO 3
03. A respeito do texto, julgue os itens seguintes.
I. Tanto para os gregos como para os lógicos, a verdade
constituía uma reflexão, acessível aos sentidos, não ilusória
sobre o mundo.
II. Em latim, o conceito de verdade estava associado à
experiência e dependia de verificação.
III. Para filósofos mais modernos, a verdade relaciona
homem e mundo e varia nas diferentes épocas e discursos.
Assinale a opção correta.
A. Apenas o item I está certo.
B. Apenas o item III está certo.
C. Apenas os itens I e II estão certos.
D. Apenas os itens II e III estão certos.
QUESTÃO 4
04. Assinale a opção correta a respeito do emprego da crase
nas estruturas linguísticas do texto.
A. No segundo período do texto (l.3-5), mantêm-se as
relações semânticas, bem como a correção gramatical, ao se
inserir à antes de “ilusão” e antes de “aparência”.
B. Tanto o uso da crase em “à realidade” (l.6-7) como da
contração em “ao pensamento” (l.7) justificam-se pelas
relações de regência de “idêntica” (l.6).
C. Nas linhas 12 e 13, preservam-se as relações de regência
de “remetia”, bem como a correção gramatical do texto, ao
se inserir um sinal indicativo de crase em “a uma história”.
D. A retirada do sinal indicativo de crase em “à
possibilidade” (l.14-15) provocaria erro gramatical e
incoerência nas ideias do texto, por transformar objeto
indireto em objeto direto na oração.
05. Assinale a opção incorreta a respeito da função textual
das estruturas linguísticas do texto.
A. No encadeamento dos argumentos do texto, a expressão
“essa concepção” (l.5) remete à ideia anterior, de “verdade
em relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência”(l.4-5).
B. A expressão “em outras palavras” (l.9) tem a função de
introduzir uma explicação ou um esclarecimento sobre
como o conceito de ‘visão inteligível’ (l.9) deve ser
compreendido.
C. O desenvolvimento das ideias do texto mostra que a
expressão “gnosiologia” (l.17) deve ser interpretada como
sinônimo de ‘critério de verdade’ (l.16).
D. Na organização da coesão textual, as duas ocorrências do
vocábulo “mais” (l.28 e 29) associam as ideias das orações
em que ocorrem às dos parágrafos anteriores, mas sua
omissão não prejudicaria a correção ou a coerência textuais.
Texto para as questões de 6 a 8
A ciência moderna teve de lutar com um inimigo
poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a
religião, o estado, a família ou o partido. Foi uma luta
4 travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão
ser indispensáveis para criar um conhecimento
emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de
7 interpretação é um bem absoluto da humanidade.
No entanto, como a ciência moderna colonizou as
outras formas de racionalidade, destruindo, assim, o
10 equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em
detrimento desta, o êxito da luta contra os monopólios de
interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão
13 temível quanto o anterior, e que a ciência moderna não
podia senão ignorar: a renúncia à interpretação,
paradigmaticamente patente no utopismo automático da
16 tecnologia e também na ideologia e na prática
consumistas.
1
Boaventura de Sousa Santos. A crítica da razão
indolente. São Paulo: Cortez, 2007, p. 95 (com adaptações).
QUESTÃO 6
06. Depreende-se da argumentação do texto que
A. a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na
utopia da ideologia e da prática consumista.
B. tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de
interpretação são prejudiciais à humanidade.
C. tanto a ciência moderna quanto outras formas de
racionalidade prejudicaram a luta contra os monopólios de
interpretação.
D. o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de
suas consequências o enfraquecimento da religião, do
Estado, da família e dos partidos.
07. Assinale a opção correspondente à proposta de
substituição para o texto que provoca erro ou incoerência
textual.
A. fosse em lugar de “fossem eles” (l.2)
B. seus em lugar de “cujos” (l.4)
C. Acabarem os monopólios de interpretação em lugar de
“O fim dos monopólios de interpretação” (l.6-7)
D. deixar de em lugar de “senão” (l.14)
QUESTÃO 8
08. No desenvolvimento das ideias do texto, introduz-se uma
ideia de causa com o uso
A. de “para” (l.5).
B. de “como” (l.8).
C. de “destruindo” (l.9).
D. do sinal de dois-pontos depois de “ignorar” (l.14).
Texto para as questões de 9 a 11
Por muitos anos, pensávamos compreender o que era
interpretado, o que era uma interpretação; inquietávamo-nos,
eventualmente, a propósito de uma dificuldade em particular,
1
4
4 ocorrida no
trabalho de interpretação. Nada mais. Atualmente,
não temos certeza, já não estamos tão certos. O conflito de
ideologias fez com que indagássemos sobre o que quer dizer
7 uma interpretação e duvidássemos sobre o que estávamos
fazendo ou teríamos de fazer.
Em vez desse tratamento que era dado à questão da
10 interpretação, a Teoria Crítica ou o Criticismo insiste em
trabalhar com as palavras que estão inscritas em determinada
página.
Célio Garcia. Graças à letra “soft”, a estrutura “hard” dura. In:
Hugo Mari et al. (Org.). Estruturalismo, memória e repercussões.
Belo Horizonte: UFMG/Diadorim, p. 192 (com adaptações).
QUESTÃO 9
09. Assinale a opção correspondente ao desdobramento para
a frase “Nada mais.” (l.4) que está gramaticalmente correto e
coerente para o desenvolvimento da argumentação do texto.
A. Nada mais nos inquietava.
B. Nada mais tínhamos para interpretar.
C. Nada mais pensávamos compreendermos.
D. Nada mais havia em um trabalho de interpretação.
10. Assinale a opção incorreta a respeito do uso dos sinais
de pontuação no texto.
A. Na conexão de ideias, a conjunção e desempenharia a
mesma função da vírgula depois de “interpretado” (l.2) e
poderia substituí-la sem prejudicar a correção do texto.
B. A substituição das duas vírgulas que demarcam a
explicação “a propósito de uma dificuldade em particular”
(l.3) pelo duplo travessão preservaria a correção gramatical e
a coerência textual.
C. Respeita-se a relação entre as ideias do texto e mantém-se
sua correção gramatical com a substituição do ponto depois
de “certos” (l.5) pelo sinal de dois-pontos, fazendo os
necessários ajustes na inicial maiúscula.
D. Na linha 9, a inserção de uma vírgula depois de
“tratamento” preservaria a correção do texto, mas deixaria de
marcar o caráter restritivo da oração iniciada por “que era”.
QUESTÃO 11
11. Preserva-se a correção gramatical e a coerência das
ideias do texto
A. ao se deslocar o pronome átono em “inquietávamo-nos”
(l.2) para antes do verbo, escrevendo nos inquietava.
B. ao se inserir que tenha sido antes de “ocorrida” (l.4).
C. ao se substituir “fez com que indagássemos” (l.6) por feznos indagarem.
D. ao se retirar “que era” (l.9).
QUESTÃO 12
12. Tribunal Regional Eleitoral de Goiás
Portaria n.o 443, de 30 de setembro de 2008 – TRE/GO
O Excelentíssimo Senhor Desembargador-Presidente
do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, no uso de suas
atribuições e
1
Considerando o disposto no art. 10, parágrafo único, inciso II,
4 da Lei n.º XX, de 19 de setembro de 1998, e no art. 8.º,
parágrafo 3.º, da Resolução n.º YYYY, de 15 de outubro de
1999, do colendo Tribunal Superior Eleitoral;
7 Considerando a necessidade de se promover a
padronização dos procedimentos relativos à anotação dos
órgãos de direção partidária regionais;
10 Considerando que as solicitações de anotações feitas pelos
partidos políticos devem seguir as regras dos estatutos
partidários;
RESOLVE:
13 Art. 1.º Os pedidos dever-se-ão ser requeridos nos exatos
termos dos partidos.
Art. 2.º Só se dará prosseguimento aos pedidos de
16 prorrogação quando em conformidade com a lei.
Para que o trecho de documento acima atenda às normas de
redação de documentos oficiais, é necessário:
A. que a data da portaria seja retirada da identificação,
juntamente com a vírgula que a precede, escrevendo-se
Goiás, 30 de setembro de 2008 no final do documento,
imediatamente antes da assinatura e da identificação do
signatário.
B. que se escreva com letras iniciais maiúsculas “parágrafo
único” (l.3), “colendo” (l.5) e “art. 10” (l.3), sendo o último
por extenso; com iniciais minúsculas o segundo termo de
“Desembargador-Presidente” (l.1) e as ocorrências de
“Considerando”, exceto a primeira.
C. que se retire o pronome átono de “dever-se-ão” (l.13),
grafando-se deverão.
D. que se substitua “dará” (R.15) por darão, para atender às
regras gramaticais da norma de padrão culto.
Texto para as questões de 13 a 15
Censurar, proibir e reprimir são atitudes
antipáticas, porque geralmente são vistas pela sociedade
como inimigas da liberdade individual, da criatividade e
4 da verdade. A censura esconde dilemas e armadilhas sutis
que podem causar mais confusão do que esclarecer os
problemas relacionados a ela, até porque nem todo tipo de
7 censura representa uma interferência odiosa na vida da
população. Um exemplo simples de censura socialmente
aceitável — ou até considerada necessária para o bom
10 andamento da vida social — é a tentativa de proteger
crianças contra filmes, livros e outras manifestações do
pensamento que possam incitar à violência ou a outras
13 situações consideradas prejudiciais à formação dos
jovens.
Por outro lado, existem formas de censura que,
16 apesar de serem, em princípio, tão odiosas quanto a
censura política, tornam-se praticamente invisíveis no
interior do corpo social. Elas agem sem que os
19 responsáveis sequer se deem conta do que estão fazendo.
É o caso, entre outros, dos preconceitos, que são, por
definição, verdades falsas que, quando se disseminam
1
5
22dentro
de um grupo ou comunidade, tendem a hostilizar
formas de pensamento e de comportamento que, de
alguma forma, não se conformam àquela “verdade”.
Flávio Dieguez. Ver, ouvir e calar. Discutindo a
língua portuguesa, ano 2, n.º 12, p. 34-6 (com adaptações).
QUESTÃO 13
13. Julgue se as seguintes estruturas do texto explicitam uma
relação textual de comparação.
I. “causar mais confusão do que esclarecer” (l.5)
II. “nem todo tipo de censura representa uma interferência”
(l.6-7)
III. “até considerada necessária” (l.9)
IV. “tão odiosas quanto a censura política” (l.16-17)
Estão certos apenas os itens
A. I e III.
B. I e IV.
C. II e III.
D. II e IV.
14. Assinale a opção correta a respeito das estruturas
linguísticas do texto.
A. A expressão, na voz passiva, “são vistas pela sociedade”
(l.2) corresponde à voz ativa a sociedade vê-nas, que a
pode substituir sem prejudicar a correção e a coerência
do texto.
B. O verbo que se segue ao pronome “que” (l.12) está no
plural porque esse pronome tem como referente “filmes,
livros” (l.11).
C. Nas linhas 12 e 13, os sinais de crase em “à violência” e
“à formação” mostram que se trata de dois termos que
servem de complemento ao verbo “incitar”.
D. Na linha 24, justifica-se o sinal indicativo de crase em
“àquela” pela exigência de iniciar o complemento de “se
conformam” com a preposição a.
15. Julgue as seguintes propostas de continuidade para o
texto.
I. Por isso, a hostilidade às formas de linguagem de grupos
minoritários constitui uma forma de preconceito.
II. Assim, qualquer “verdade” reprimida representa uma
armadilha de preconceitos e censuras.
III. Portanto, são verdades falsas porque são invisíveis.
Há continuidade gramaticalmente correta e
argumentativamente coerente para o texto apenas
A.no item I.
B.no item III.
C.nos itens I e II.
D.nos itens II e III.
GABARITO:
01. A
02. B
03. D
04. A
05. C
06. B
07. D
08. B
09. A
10. B
11. D
12. C
13. B
14. D
15. A
Prova Técnico Judiciário – Área: Apoio Especializado –
TRE AP/07
QUESTÃO 1
01.
É hora de encarar a maturidade e a política
Hoje, passado o tempo para retirada dos títulos de
eleitores, os jovens são um grande filão que pode usufruir
desse direito constitucional. Eles querem independência e
autonomia. É nítido ver que os jovens querem, e muito, fazer
desse direito de votar uma conscientização para que a
política seja um bem viável na vida de qualquer cidadão.
Basta ver as campanhas — como, por exemplo, Se liga 16!
Em 2006 faça seu Título de Eleitor! — que visam à
participação mais ativa da juventude na política, por meio de
grêmios estudantis, centros acadêmicos, associações,
movimentos sociais e na filiação aos partidos.
Já em 1989, de acordo com índices do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), milhares de jovens se alistaram
para votar nas eleições presidenciais. Em termos
proporcionais, as eleições daquele ano foram as que tiveram
o maior número de eleitores abaixo de 18 anos de idade.
Depois, houve uma queda e, a partir de 2002, esse número
voltou a crescer. No entanto, o jovem, hoje, precisa de mais
do que campanhas, ele precisa amadurecer a idéia de que a
crise por que passa o país só vai melhorar se ele se
posicionar frente a ela. Para isso, é preciso até superar o
desestímulo da própria família e ser exemplo para outros
jovens.
Internet: <www.educacaopublica.rj.gov.br>
(com adaptações).
Assinale a opção correta acerca das idéias do texto.
A. No primeiro parágrafo do texto, afirma-se que os jovens
são um grande filão para a manipulação política dos
candidatos.
B. Segundo o texto, a participação da juventude na política
estudantil, por meio de grêmios, centros acadêmicos e
associações, sempre foi tímida.
C. O segundo parágrafo do texto mostra que o Brasil
enfrenta uma crise para cuja solução a participação política
juvenil é importante.
D. De acordo com o texto, o número de eleitores com idade
entre 16 anos e 18 anos vem decrescendo desde 1989.
E. Todo o texto defende a independência e a autonomia de
posição partidária na hora de o jovem votar.
QUESTÃO 2
02. Em cada uma das opções a seguir, é apresentada uma
adaptação de um trecho de texto. Assinale a opção em que o
trecho adaptado está gramaticalmente correto.
A. O voto materialisa às nossas concepções e maturidades, é
resultante do trato que queremos dar ao futuro da nação.
B. O arrependimento de cada eleitor é lícito, mas a teimosia
alienada que esquece os desvios de conduta dos
representantes é imperdoável e inconseqüente.
6
C. Sabe-se de que fica muito fácil apontar aos políticos, ou a
elite dominante, como quem não tira o país das constantes
crises de confiança.
D. É hora de pensar-mos no voto não só a caminho da zona
eleitoral, mas sempre, deixando de lado os que enquadram a
política no campo do imponderável.
E. Cada vez mais os jovens são parte importante para à
democracia e para à soberania nacional.
Texto para as questões 3 e 4
Para mostrar a importância do voto aos 16 anos
de idade, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(UBES) realizou a campanha Te liga 16 — O Brasil só
4 ganha se você tiver esse título. O objetivo da
campanha foi conscientizar os jovens de 16 anos
da responsabilidade do voto e da participação
7 política. “Votar aos 16 anos é despertar uma consciência
cidadã. Ficar em casa reclamando que política é ruim
não está com nada. Está na hora de não só
10 pensar, mas de decidir”, disse o professor Pedro.
A presidenta da Comissão de Educação da
Câmara de Vereadores de Porto Alegre completou
13 a introdução do professor, chamando a atenção dos
estudantes para o poder de decisão que eles têm.
“Somos 33 milhões de brasileiros entre 16 e 24 anos.
16 A juventude brasileira, se unida, é suficiente para mudar
qualquer coisa neste país.”
1
Internet: www.maristas.org.br
(com adaptações).
QUESTÃO
03. Assinale a opção correta a respeito das idéias
apresentadas no texto e da tipologia textual.
A. O texto é fragmento de uma notícia e se estrutura em
duas partes: uma expositiva e outra argumentativa.
B. O texto é uma descrição retirada de um texto publicitário,
destinado a convencer os adolescentes a votarem.
C. O texto narra episódios políticos que aconteceram antes
das eleições para a chefia da UBES.
D. O texto tem estrutura dissertativa, sendo as passagens
entre aspas transcrições de discursos contrários às eleições
aos 16 anos.
E. No primeiro parágrafo, predomina a estrutura descritiva,
mas, no segundo, sobressai a narrativa.
QUESTÃO 4
04. Com referência à sintaxe das orações e dos períodos do
texto, assinale a opção correta.
A. No primeiro parágrafo do texto, o trecho em negrito (l.34) exerce a função de adjunto adverbial de “campanha” (l.3).
B. O trecho “da responsabilidade do voto e da participação
política” (l.5-6) exerce a função de complemento da forma
verbal “foi” (l.5).
C. O período ‘Votar aos 16 anos é despertar uma consciência
cidadã’ (l.7-8) é composto por duas orações.
D. A oração ‘reclamando’ (l.8) expressa idéia de causa.
E. O sujeito da oração ‘Somos 33 milhões de brasileiros
entre 16 e 24 anos’ (l.15) está subentendido: nós.
QUESTÃO
05. Em cada opção a seguir, é apresentada uma adaptação de
um trecho de texto. Assinale a opção em que o trecho
adaptado está correto quanto à pontuação.
A. Informação do TSE; em 1989, milhares de jovens se
alistaram, para votar nas eleições presidenciais.
B. Votar aos 16 anos, é despertar uma consciência cidadã;
porém, ficar em casa reclamando: política é ruim, não está
com nada — é hora de decidir.
C. As eleições de 1989 foram as que tiveram o maior
número de eleitores, abaixo de 18 anos!, depois houve uma
queda, e a partir de 2002 voltou a crescer.
D. As famílias costumam dizer: que a situação do país está
ruim, que é melhor deixar de lado; não votar.
E. É nítido ver que os jovens querem — e muito — votar e
desencadear uma ação conscientizadora para que a política
seja um bem viável na vida dos cidadãos.
Texto para as questões 6 e 7
Jornal do Comércio — O voto aberto nos processos
de cassação poderia mudar o destino dos acusados?
Schirmer — Não sei se o voto aberto mudaria o
resultado final. O que ele mudaria seria a responsabilidade
individual. Porque, com a votação aberta, você é responsável
pelo seu voto. Votando sim ou não, você assume a
responsabilidade pelo voto dado. Com o voto fechado, a
responsabilidade é difusa, pois ninguém sabe quem votou em
quem e, sendo assim, todos carregam o ônus do resultado da
votação. O voto fechado é muito ruim porque quem sai
perdendo é a própria instituição. Em vez de você falar mal de
um ou de outro deputado, você acaba penalizando a
instituição.
Jornal do Comércio, 17/4/2006.
06. Assinale a opção correta quanto à compreensão e à
tipologia do texto.
A. Por estar estruturado em duas partes, compreendendo
uma pergunta e uma resposta, o texto pode pertencer ao
gênero entrevista.
B. Na pergunta feita pelo Jornal do Comércio, predomina a
descrição dos processos de cassação.
C. O parágrafo que contém a resposta de Schirmer possui
estrutura predominantemente narrativa, porque o falante
explica como se processam as atividades de cassação de
eleitos.
D. O segundo parágrafo do texto é estruturalmente
argumentativo, porque apresenta, primeiro, os aspectos
favoráveis ao voto em aberto e, em um segundo momento,
os aspectos desfavoráveis dessa modalidade de votação.
E. O primeiro e o segundo parágrafos têm a mesma estrutura
textual e a mesma tipologia: são dissertativos.
07.
7
07. Considerando o texto e a redação de correspondência
oficial, assinale a opção correta.
A. Considere que Schirmer estivesse participando de uma
reunião e tivesse se posicionado conforme aparece no
segundo parágrafo do texto; então, para as palavras
proferidas por Schirmer constarem, corretamente, no
corpo da ata da referida reunião, elas deveriam aparecer
entre aspas.
B. Se o trecho “Não sei se o voto aberto mudaria o
resultado final. O que ele mudaria seria a responsabilidade
individual. Porque, com a votação aberta, você é responsável
pelo seu voto. Votando sim ou não, você assume a
responsabilidade pelo voto dado” constasse de um relatório
administrativo, ele deveria estar com todos os verbos no
pretérito perfeito, pois esse é o tempo verbal específico para
relatos de fatos ocorridos no passado.
C. O trecho “Com o voto fechado, a responsabilidade é
difusa, pois ninguém sabe quem votou em quem e, sendo
assim, todos carregam o ônus do resultado da votação”, por
conter o ponto de vista do falante, pode constar da
justificativa de um requerimento.
D. O trecho “O voto fechado é muito ruim porque quem
sai perdendo é a própria instituição” pode constar, da
forma como se encontra, do fechamento de um memorando.
E. Para que a parte final da resposta de Schirmer apresentada
no texto pudesse ser adequadamente inserida em uma
exposição de motivos ou em um abaixo-assinado, o último
período do seu depoimento deveria estar redigido da
seguinte maneira: Não fala mal de um ou de outro
deputado: Vossa Senhoria acabará penalizando vossa
instituição.
QUESTÃO 8
08. Em cada opção a seguir, é apresentada uma adaptação de
um trecho de texto. Assinale a opção em que o trecho
adaptado está gramaticalmente correto.
A. Será que nos processos de cassação votar em aberto
poderiam mudar o destino dos acusados?
B. O voto em aberto não mudaria o resultado final; mas, sim,
a responsabilidade individual.
C. Com referência a votação aberta, o eleitor é responsável
pelo seu voto; votando sim, ou não, ele admite à
responsabilidade pelo voto dado.
D. Votos fechados, em se tratando de processos de cassação,
acarreta responsabilidade difusa, pois ninguém sabe quem
votou em quem. Assim todo o eleitorado carregam o ônus do
resultado da votação.
E. A adoção para o voto fechado é muito ruim, assim como a
própria instituição, porque sai perdendo.
GABARITO:
01. C
02. B
03. A
04. E
05. E
06. A
07. A
08. B
TRT 1ª REGIÃO/2008
Texto para as questões de 1 a 5
Podemos distinguir dois tipos de processos
imaginativos: o que parte da palavra para chegar à imagem
visual e o que parte da imagem visual para chegar à
4 expressão verbal. Com relação à arte literária, perguntemonos: como se forma o imaginário de uma época em que a
literatura, já não mais se referindo a uma autoridade ou
7 tradição que seria sua origem ou seu fim, visa antes à
novidade, à originalidade, à invenção? Parece-me que,
nessa situação, a questão da prioridade da imagem visual ou
10 da expressão verbal (que é mais ou menos como o problema
do ovo e da galinha) se inclina decididamente para a imagem
visual. Entretanto, que futuro estará reservado à imaginação
13 individual nessa que se convencionou chamar “a
civilização da imagem”? O poder de evocar imagens in
absentia continuará a desenvolver-se em uma humanidade
16 cada vez mais inundada pelo dilúvio das imagens préfabricadas?
Antigamente, a memória visiva do indivíduo estava
19 limitada ao patrimônio de suas experiências diretas e a
reduzido repertório de imagens refletidas pela cultura; a
22possibilidade de dar forma a mitos pessoais nascia do modo
pelo qual os fragmentos dessa memória se combinavam
entre si em abordagens inesperadas e sugestivas. Hoje,
25 somos bombardeados por uma quantidade de imagens tal,
que não conseguimos mais distinguir a experiência direta
daquilo que vimos há poucos segundos na televisão.
Estamos correndo o perigo de perder uma faculdade
28 humana fundamental: a capacidade de pôr em foco visões
de olhos fechados, de fazer brotar cores e formas de um
alinhamento de caracteres alfabéticos negros sobre uma
31 página branca, de “pensar” por imagens. Penso em uma
possível pedagogia da imaginação que nos habitue a
controlar a própria visão interior sem sufocá-la e sem, por
34 outro lado, deixá-la cair em confuso e passageiro fantasiar,
mas permitindo que as imagens se cristalizem em forma
bem definida, memorável, auto-suficiente.
37
Seja como for, todas as “realidades” e as “fantasias”
só podem tomar forma por meio da escrita, na qual
exterioridade e interioridade, mundo e ego, experiência e
40 fantasia aparecem compostos pela mesma matéria verbal;
as visões polimorfas obtidas através dos olhos e da alma
encontram-se contidas nas linhas uniformes de caracteres
43 minúsculos ou maiúsculos, de pontos, de vírgulas, de
parênteses; páginas inteiras de sinais alinhados, encostados
uns nos outros como grãos de areia, representando o
46 espetáculo variegado do mundo em uma superfície sempre
igual e sempre diversa, como as dunas impelidas pelo vento
do deserto.
1
Ítalo Calvino. Seis propostas para o próximo milênio. Visibilidade. Trad. Ivo
Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 102-107-114 (com
adaptações).
QUESTÃO 1
8
01. De acordo com o desenvolvimento das idéias do texto, é
correto afirmar que
A. a literatura atual contribui para a formação do imaginário
dos indivíduos ao reportar-se fundamentalmente às tradições
das quais se originou.
B. os segmentos “O poder de evocar imagens in absentia”
(l.14-15) e “a capacidade de (...) ‘pensar’ por imagens”
(l.28-31) são definições que o autor apresenta para uma
única faculdade humana fundamental.
C. não havia, em épocas passadas, novidade nem
criatividade na imaginação dos indivíduos, pois a memória
visual destes era limitada às experiências diretas de cada um
deles e ao mundo figurativo transmitido pela cultura.
D. o que se vê hoje na televisão passou a ser uma experiência
direta do indivíduo com os acontecimentos, em contraposição
ao grande número de imagens que fazem parte do cotidiano
das pessoas.
E. o autor chega à conclusão de que a imagem predomina na
atualidade e que, por isso, ela é o ponto de partida para a
escrita.
02. No primeiro parágrafo, nas linhas 10 e 11, é apresentado
o seguinte comentário entre parênteses: “que é mais ou
menos como o problema do ovo e da galinha”. Com esse
comentário, o autor
A. imprime ao texto um tom misterioso, o que justifica o
emprego de parênteses.
B. enfatiza sua hesitação ao comparar as discussões, o que se
evidencia no emprego da expressão “mais ou menos”.
C. compara a questão abordada no texto com outra
estabelecida como tipicamente polêmica, ou seja, aquela
acerca da qual é muito difícil se chegar a uma resposta
consensual.
D. imprime relevância à inclinação da imaginação individual
para a imagem na chamada “civilização da imagem”.
E. antecipa que não apresentará opinião a respeito da questão
que menciona, por ser controvertida.
QUESTÃO 3
03. Acerca da estruturação dos parágrafos e dos períodos do
texto, assinale a opção incorreta.
A. Um dos parágrafos é iniciado por um verbo no modo
subjuntivo.
B. O primeiro período do segundo parágrafo contém um
verbo na voz reflexiva recíproca.
C. No terceiro parágrafo, é apresentada uma proposta para se
evitar o perigo anunciado no início desse parágrafo.
D. No último parágrafo, compõem-se enumerações por meio
do emprego da vírgula e do ponto-e-vírgula.
E. Todos os parágrafos apresentam linguagem formal e todas
as palavras do texto foram empregadas em seu sentido
objetivo, literal.
QUESTÃO 4
04. Assinale a opção em que a substituição da(s) palavra(s)
sublinhada(s) pela(s) palavra(s) apresentada(s) entre
parênteses provocaria erro gramatical ou alteração nos
sentidos do texto.
A. (l.2-4) “o que parte da palavra para chegar à imagem
visual e o que parte da imagem visual para chegar à
expressão verbal” (aquele / aquele)
B. (l.23-26) “Hoje, somos bombardeados por uma
quantidade de imagens tal, que não conseguimos mais
distinguir a experiência direta daquilo que vimos há
poucos segundos na televisão” (porque)
C. (l.31-33) “Penso em uma possível pedagogia da
imaginação que nos habitue a controlar a própria visão
interior sem sufocá-la” (mesma)
D (l.37-38) “todas as ‘realidades’ e as ‘fantasias’ só podem
tomar forma por meio da escrita” (perante)
E. (l.44-45) “encostados uns nos outros como grãos de
areia” (por exemplo)
QUESTÃO 5
05. Assinale a opção em que, na alteração feita em trecho do
texto, verifica-se o correto emprego do acento indicativo de
crase.
A. A literatura já não mais se refere à autoridade ou
tradição que seria sua origem ou seu fim.
B. O poder de provocar imagens in absentia continuará à
desenvolver-se em uma humanidade cada vez mais
inundada pelo dilúvio das imagens pré-fabricadas?
C. A memória visiva do indivíduo estava limitada ao
patrimônio de suas experiências diretas e à imagens
refletidas pela cultura.
D Penso em uma possível pedagogia da imaginação que
nos controle à própria visão interior sem sufocá-la.
E. Seja como for, às realidades e às fantasias tomam forma
por meio da escrita.
Texto para as questões de 6 a 10
No Brasil, as distâncias abismais entre os diferentes estratos
sociais e o caráter intencional do processo formativo da estratificação social condicionaram a camada senhorial para encarar
4 o povo como mera força de trabalho destinada a desgastar-se no
esforço produtivo e sem outros direitos senão o de comer enquanto
trabalha, para refazer as suas energias produtivas, e o de
7 reproduzir-se para repor a mão-de-obra gasta.
Nem podia ser de outro modo no caso de um patronato
que se formou lidando com escravos, tidos como coisas e
10 manipulados com objetivos puramente pecuniários, procurando
tirar de cada peça o maior proveito possível. Quando ao escravo
sucede o parceiro, depois, o assalariado agrícola, as relações
13 continuam impregnadas dos mesmos valores, que se exprimem
na desumanização do trabalho.
Em conseqüência, nas vilas próximas às fazendas, se
16 concentra uma população detritária de velhos desgastados no
trabalho e de crianças entregues a seus avós. O grosso da população em idade ativa passa a vida fora, sobre os caminhões de
19 bóias-frias ou como empregadas domésticas, prostitutas etc.
Nas metrópoles, essa situação se agrava e, também, se
abranda. Nas camadas mais pobres, se podem distinguir famílias se
22esforçando para ascender e outras tantas soterradas cada vez
mais na pobreza, na delinqüência e na marginalidade.
Além disso, dada a diversidade de situações regionais, de
1
9
25 prosperidade e de pobreza, o simples translado de um
trabalhador, que vá de uma região a outra, pode representar
ascensão substancial, se ele consegue incorporar-se a um núcleo
28 mais próspero.
Darcy Ribeiro. O povo brasileiro. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006, p. 194-5 (com adaptações).
06.
06. Com relação às idéias desse texto, assinale a opção
correta.
A. Um dos direitos do trabalhador, no Brasil, é poder repor a
mão-de-obra quando percebe que ela é escassa para a
realização de determinada tarefa.
B. Antes da escravidão, havia, nas relações de trabalho no
Brasil, o denominado parceiro, que, por essa condição de
parceria, tinha autonomia em relação ao seu patrão.
C. Infere-se do texto que não há mobilidade social no Brasil
por meio do trabalho.
D. As relações de trabalho no Brasil exercem papel
significativo na manutenção da estratificação social.
E. Nas grandes cidades, o trabalhador é mais valorizado e
mais qualificado que no campo ou nas cidades do interior.
QUESTÃO 7
07. No que concerne à estrutura do texto, assinale a opção
correta.
A. A idéia principal do texto é apresentada no primeiro
parágrafo: o desenvolvimento histórico das relações de
trabalho no Brasil.
B. No segundo parágrafo do texto, o autor utiliza o recurso
da interrogação indireta para desenvolver seu argumento, o
que se pode observar pelo emprego de “Quando” (l.11).
C. No terceiro parágrafo, o autor utilizou a exemplificação
como forma de desenvolvimento do texto.
D. Sem prejuízo para os sentidos do texto, a ordem de
aparecimento do terceiro e do quarto parágrafos poderia ser
invertida.
E. No último parágrafo, é apresentada a conseqüência das
relações de trabalho para a divisão de classes no Brasil como
conclusão das idéias desenvolvidas anteriormente.
QUESTÃO 8
08. Acerca das estruturas lingüísticas do texto, assinale a
opção correta.
A. Na linha 4, a palavra “destinada” poderia ser flexionada
no masculino, caso em que passaria a concordar com
“trabalho”, sem que houvesse alteração no sentido do texto.
B. No trecho “que se exprimem na desumanização do
trabalho” (l.13-14), mantendo-se a correção gramatical do
período, o verbo poderia ser flexionado no singular:
exprime.
C. Nas linhas 15-16, seria mantida a correção gramatical
caso se empregasse o pronome posposto ao verbo:
concentra-se.
D. No trecho “crianças entregues a seus avós” (l.17),
estaria também correto o emprego do acento indicativo de
crase no “a”, pois trata-se de caso em que esse acento é
facultativo.
E. Em “que vá de uma região a outra” (l.26), a forma verbal
“vá” poderia ser substituída, sem prejuízo para o sentido
original do texto ou para a sua correção gramatical, pela
forma do pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse.
QUESTÃO 9
09. Com base no texto, assinale a opção correta no que se
refere ao valor lógico e sintático das preposições e conjunções.
A. No primeiro parágrafo, a preposição “para”, em suas três
ocorrências (l.3,6,7), introduz a idéia de finalidade.
B. Na linha 11, a conjunção “Quando” tem valor condicional
e, por isso, poderia ser substituída por Se, sem prejuízo para
os sentidos do texto.
C. Mantendo-se as relações de sentido originais do texto, os
dois períodos do terceiro parágrafo poderiam ser ligados por
meio da conjunção embora, desde que a forma verbal
“passa” (l.18) fosse substituída pela forma de subjuntivo
passe, o ponto-final que separa os dois períodos fosse
substituído por vírgula e fosse feita a troca da letra inicial
maiúscula “O” por minúscula.
D. Sem alterar o sentido original do texto e mantendo-se a
correção gramatical, o trecho “dada a diversidade de
situações regionais” (l.24) poderia ser corretamente reescrito
da seguinte forma: devido a diversidade de situações
regionais.
E. A conjunção “se”, na linha 27, poderia, sem prejuízo para
a correção sintática do período, ser substituída por caso.
QUESTÃO 10
10. Considerando aspectos de grafia, acentuação, flexão
nominal e pontuação, assinale a opção correta.
A. As palavras “distâncias” (l.1) e “caráter” (l.2),
acentuam-se com base na mesma regra de acentuação.
B. A retirada das vírgulas que isolam a oração “para refazer
as suas energias produtivas” (l.6) alteraria o sentido original
do texto.
C. A flexão de plural da palavra “mão-de-obra” (l.7)
corresponde a mãos-de-obras, ou seja, utiliza-se o mesmo
processo de flexão de plural utilizado no substantivo “bóiasfrias” (l.18).
D. Na linha 13, o emprego da vírgula logo após “valores”
é facultativo e, por isso, sua retirada não alteraria o sentido
do texto.
E. A palavra “ascender” (l.22) poderia ser corretamente
grafada, nesse contexto, também como acender.
GABARITO:
01. B
02. C
03. E
04. X
05. A
06. D
07. C
08. C
09. A
10. B
LEX CENTER
ENSINANDO MELHOR, APROVANDO MAIS.
10
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