Transtorno Bipolar do Humor - Transtorno Bipolar

Propaganda
Visualização do documento
Transtorno Bipolar do Humor.doc
(757 KB) Baixar
Transtorno Bipolar do Humor (Psicose
Maníaco-Depressiva)
O Que é Transtorno Bipolar?
O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por alterações de humor que se manifestam como
episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia (também denominados de mania), em
diversos graus de intensidade. É uma condição médica freqüente. O TB tipo I, que se caracteriza pela
presença de episódios de depressão e de mania, ocorre em cerca de 1% da população geral. Considerandose os quadros mais brandos do que hoje se denomina “espectro bipolar”, como o Transtorno Bipolar tipo II
(caracterizado pela alternância de depressão e episódios mais leves de euforia - hipomania), a prevalência
pode chegar a até 8% da população. Assim, estima-se que cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam
portadores do TB, nas suas diferentes formas de apresentação.
A base genética do TB é bem estabelecida: 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar
afetado, e filhos de portadores apresentam risco aumentado de apresentar a doença, quando comparados
com a população geral.
O TB acarreta incapacitação e grave sofrimento para os portadores e suas famílias. Dados da
Organização Mundial de Saúde, ainda na década de 1990, evidenciaram que o TB foi a sexta maior causa
de incapacitação no mundo. Estimativas indicam que um portador que desenvolve os sintomas da doença
aos 20 anos de idade, por exemplo, pode perder 9 anos de vida e 14 anos de produtividade profissional, se
não tratado adequadamente.
A mortalidade dos portadores de TB é elevada, e o suicídio é a causa mais freqüente de morte,
principalmente entre os jovens. Estima-se que até 50% dos portadores tentem o suicídio ao menos uma vez
em suas vidas e 15% efetivamente o cometem. Também doenças clínicas como obesidade, diabetes, e
problemas cardiovasculares são mais freqüentes entre portadores de Transtorno Bipolar do que na
população geral. A associação com a dependência de álcool e drogas não apenas é comum (41% de
dependência de álcool e 12% de dependência de alguma droga ilícita), como agrava o curso e o prognóstico
do TB, piora a adesão ao tratamento e aumenta em duas vezes o risco de suicídio.
O início dos sintomas na infância e na adolescência é cada vez mais descrito e, em função de
peculiaridades na apresentação clínica, o diagnóstico é difícil. Não raramente as crianças recebem outros
diagnósticos, o que retarda a instalação de um tratamento adequado. Isso tem conseqüências devastadoras,
pois o comportamento suicida pode ocorrer em 25% dos adolescentes portadores de TB.
O tratamento adequado do TB reduz a incapacitação e a mortalidade dos portadores. Em linhas
gerais, inclui necessariamente a prescrição de um ou mais estabilizadores do humor em associação
(carbonato de lítio, ácido valpróico/valproato de sódio/divalproato de sódio, lamotrigina, carbamazepina,
oxcarbazepina). A associação de antidepressivos (de diferentes classes) e de antipsicóticos (em especial os
de segunda geração como risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol) pode ser necessária
para o controle de episódios de depressão e de mania.
http://www.abtb.org.br/transtorno.php
Introdução a Como funciona o transtorno bipolar
Imagine que em um dia você acorda se sentindo extremamente confiante. Você pode fazer tudo
que imaginar e nada pode dar errado. Na verdade, você está tão cheio de energia que decide nem dormir.
Passam-se dias, talvez semanas e nada parece chatear ou desacelerar você. Mas, de repente, sem nenhum
aviso, esse sentimento começa a diminuir. Sem nenhum motivo, você começa a se sentir entediado ou
deprimido. A vida se torna triste e sem sentido. Durante semanas, você se sente absolutamente sem
esperanças. Um tempo depois você acorda novamente pronto para enfrentar tudo.
Kent Matthews/Getty Images
O transtorno bipolar pode causar mudança súbita de humor
Esse é o ciclo característico das pessoas que sofrem da síndrome bipolar. De acordo com o Instituto
Americano de Saúde Mental (NIMH), o transtorno bipolar - também conhecido como síndrome maníacodepressiva - afeta cerca de 5,7 milhões de adultos nos Estados Unidos (2,6% da população acima de 18
anos) [fonte: NIMH (em inglês)]. O transtorno causa momentos intensos e alternados de mania e depressão,
indo muito além da simples oscilação de humor. Crianças e adolescentes também podem desenvolver o
transtorno, embora a mudança de humor nesse grupo aconteça, normalmente, com muito mais rapidez.
Pessoas que sofrem de transtorno bipolar enfrentam uma série de problemas em conseqüência da
doença. Além do estresse gerado junto a familiares e nos relacionamentos pessoais, um paciente bipolar
tem 40% menos chances de conseguir um emprego [fonte: Cox]. Quem sofre de bipolaridade também tem
10 vezes mais chance de abusar do consumo de álcool ou de drogas, o que é bastante nocivo pelo fato de
tais substâncias terem potencial de causar crises de mania ou de depressão [fonte: UPMC]. Talvez o fato
mais preocupante é que, de um total de 25 a 50% das pessoas com transtorno bipolar que tentam o suicídio
(em inglês), 15% concretiza o ato [fonte: psychlaws (em inglês)].
Sintomas de bipolaridade
As oscilações de humor que um paciente bipolar vivencia são muito mais intensas do que as naturais
mudanças de humor de uma pessoa saudável. O transtorno normalmente acontece entre os 15 aos 25 anos,
caracterizando-se por períodos de obsessão e de depressão [fonte: Healthline (em inglês)].
O Instituto Americano de Saúde Mental (em inglês - NIMH) define os sintomas comuns de um
surto de mania. São eles:

bom humor intenso e incomum

energia excessiva

irritabilidade

sensação de agitação

falar mais rápido do que o normal

idéia e pensamento rápido e incomum

decisões arriscadas (gastos excessivos, investimentos de risco)

fácil distração

necessidade de dormir pouco

idéia exagerada das capacidades

aumento do apetite sexual
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (em inglês - DSM), um
determinado número de sintomas precisa durar ao menos uma semana para o caso ser considerado como
um surto de mania. Esses surtos podem afetar as pessoas de forma diferente. Para alguns, os sintomas de
euforia são maravilhosos, uma experiência desejável. Para outros, a mania causa facilmente extrema
irritação e raiva. Um tipo menos grave de mania, chamado de hipomania, pode incluir formas menos
intensas de qualquer um dos sintomas mencionados acima. A hipomania não interfere na vida diária e nos
relacionamentos da mesma maneira que um tradicional surto de mania [fonte: MedicineNet (em inglês)].
Se não for tratada, a hipomania pode progredir para mania.
Kaadaa/Getty Images
O transtorno bipolar é caracterizado por períodos de mania e de depressão
A seguir, confira a lista feita pela NIMH de sintomas de um surto depressivo:

depressão ou ansiedade (em inglês)

desespero;

falta de interesse em atividades prazerosas

fadiga e preguiça

incapacidade de concentração

indecisão

agitação

irritabilidade

mudanças nos hábitos de sono

mudanças no apetite ou de peso

dores misteriosas
 pensamentos suicidas
Para que esses sintomas sejam considerados um surto depressivo, um determinado número de
episódios deve persistir por ao menos duas semanas.
É possível que pacientes bipolares apresentem sintomas de mania e de depressão ao mesmo tempo.
Quando isso acontece por ao menos uma semana, o quadro é chamado de episódio misto [fonte: DBSA (em
inglês)]. Além disso, alguns podem passar pelo ciclo rápido que se caracteriza por um ano de pelo menos
quatro episódios de mania, hipomania ou depressão [fonte: DBSA]. Durante um surto mais grave de mania,
um paciente bipolar pode ter sintomas psicóticos. Isso pode incluir delusão (crenças irreais) e alucinações
(sensações irreais) [fonte: NIMH (em inglês)]. Como esses sintomas são normalmente associados à
esquizofrenia, os médicos podem facilmente fazer um diagnóstico errado do paciente bipolar.
Os tipos de surto vivenciados pelos pacientes determinam o diagnóstico do tipo de transtorno
bipolar.

Transtorno Bipolar I - é a forma mais grave do transtorno. Envolve ao menos um surto de
mania ou episódio misto e pelo menos um surto depressivo [fonte: DBSA].

Transtorno Bipolar II - neste caso, os pacientes precisam apresentar pelo menos um surto
depressivo e um episódio de hipomania. Além disso, podem passar por períodos estáveis
de humor também.

Transtorno Bipolar no Especificado(NOS) - essa classificacão é usada em casos em que
pacientes bipolares apresentam quadros que não se encaixam nem na categoria I nem na II.

Ciclotimia - é a forma mais leve do transtorno. Inclui dois anos de surtos de hipomania e
de depressão leve.
Causas do transtorno bipolar
Os pesquisadores não sabem exatamente o que causa o transtorno bipolar. É provável que não exista
um fator único, mas sim uma combinação de fatores que propicia o desenvolvimento da bipolaridade. A
genética certamente tem influência, podendo aumentar a probabilidade de alguém desenvolver a doença.
Mas não se pode determinar sempre quem irá desenvolver o quadro, baseando-se na genética (por exemplo,
um gêmeo pode desenvolver a doença e o outro não). Estatísticas mostram que filhos de pacientes bipolares
têm um risco maior de desenvolver o quadro. Tentativas de encontrar os genes específicos que causam o
transtorno falharam, mas as pesquisas continuam [fonte: NIMH].
Rob Atkins/Getty Images
Os cientistas tentam encontrar cromossomos e genes envolvidos no transtorno bipolar
Fatores circunstanciais podem, na verdade, contribuir para o desenvolvimento do transtorno em
pessoas com predisposição genética. Por exemplo, períodos estressantes e de grandes mudanças - tanto
positivas como negativas - podem causar o transtorno. Outros fatores circunstanciais podem causar surtos
maníaco-depressivos específicos em pacientes bipolares. Entre eles estão abuso de drogas e de álcool,
mudanças sazonais (em inglês) e até anti-depressivos [fonte: Helpguide.org (em inglês)].
O perfil de mediadores químicos cerebrais (substâncias que interferem no funcionamento do cérebro)
também deixa as pessoas predispostas à bipolaridade [fonte: CCI]. Pesquisadores suspeitam que os níveis dos
neurotransmissores dopamina, serotonina, noradrenalina e GABA (cido Gama-Aminobutírico) podem estar
envolvidos no aparecimento do transtorno bipolar. Como a cocaína e a anfetamina (em inglês) podem liberar
dopamina e causar mania, é possível que altos níveis de dopamina provoquem surtos de mania [fonte: Davies
(em inglês)]. Essa teoria é sustentada pela evidência de que sintomas maníacos e psicóticos estejam relacionados
a níveis elevados de dopamina [fonte: Frank]. Além disso, pesquisadores identificaram uma baixa dos níveis de
serotonina durante surtos maníaco-depressivos [fonte: Frank (em inglês)].
Freqüentemente, a hipomania se relaciona também com níveis elevados de noradrenalina.
Comparado a pacientes saudáveis, os pacientes bipolares possuem níveis baixos de uma enzima que
interfere no metabolismo de GABA no cérebro. Acredita-se que isso influencie o desenvolvimento do
transtorno porque medicamentos anticonvulsivos eficazes no tratamento da bipolaridade aumentam os
níveis de GABA [fonte: Frank].
Quanto mais os cientistas descobrem sobre as causas dessa doença, mais provável é a descoberta
de tratamentos eficazes. Felizmente, muitos pacientes bipolares melhoram com os medicamentos
disponíveis no mercado. A seguir, vamos analisar os principais medicamentos usados no tratamento do
transtorno bipolar.
O resultado do teste revela que...
Um exame de sangue pode revelar se você tem um transtorno mental? Em caso positivo, isso teria
amplas conseqüências. Pesquisadores tentam desenvolver um exame de sangue que busca medir se
determinados genes (em inglês) funcionam para avaliar precisamente o humor do paciente.
Os cientistas esperam que esse processo, uma vez aperfeiçoado, substitua o diagnóstico falho com
base nos sintomas que os pacientes descrevem. Esse exame também poderia eliminar a frustração inerente
da busca de medicamentos específicos que funcionem para cada indivíduo em particular. Apesar das
vantagens, existe a preocupação quanto ao teste acabar tornando a vida dos pacientes bipolares mais difícil.
Por exemplo, um teste de sangue para transtornos mentais poderia ser usado contra o paciente, se fosse
utilizado para negar uma oportunidade de emprego [fonte: Mitchell (em inglês)].
Medicação para transtorno bipolar
Como a causa da bipolaridade é desconhecida, a busca por tratamentos eficazes é difícil. Embora
determinados medicamentos, como o lítio, sejam comprovadamente eficientes para muitos pacientes
bipolares, os cientistas não sabem a razão do sucesso. Médicos descobriram que o transtorno bipolar é uma
doença que requer tratamento sério e prolongado. Isso normalmente inclui manter a medicação inclusive
em períodos de humor estabilizado.
Como os pacientes respondem de maneira distinta aos medicamentos usados no tratamento do
transtorno, deve-se descobrir a dosagem exata e o tipo de medicamento que funcionará melhor para cada
pessoa. A lista a seguir mostra os medicamentos mais conhecidos no tratamento da bipolaridade.
iStockphoto/David Freund
O lítio é um dos elementos da tabela periódica que pode ser encontrado na crosta terrestre
Lítio - nos anos 70, o Food & Drug Administration (FDA) aprovou o carbonato de lítio para
tratamento do transtorno bipolar, sendo até hoje uma das primeiras opções de tratamento da síndrome. O
lítio é um estabilizador de humor, eficaz no tratamento de surtos maníaco-depressivos. Depois do início do
tratamento, os pacientes devem voltar ao médico para realizar exames de sangue freqüentes para monitorar
os níveis de lítio. Depois de acertar a dosagem adequada, os pacientes não precisam fazer exames de sangue
com tanta freqüência.
Anticonvulsivantes - assim como o lítio, anticonvulsivantes também são estabilizadores de humor.
Eles atuam ao estabilizar partes muito ativas do cérebro e também são normalmente usados para prevenir
convulsões em pacientes epiléticos (em inglês). Outros anticonvulsivantes atuam de forma diferente,
elevando os níveis do neurotransmissor GABA [fonte: Frank]. Usados sozinhos ou com o lítio, os
anticonvulsivantes podem ser eficazes para muitos pacientes bipolares.
Antipsicóticos atípicos - para as pessoas que não respondem ao lítio nem aos anticonvulsivantes,
os médicos podem prescrever antipsicóticos atípicos como a clozapina. Esse tipo de medicamento, também
usado no tratamento de esquizofrenia, atua ao alterar os níveis de certos neurotransmissores no cérebro, tais
como a dopamina.
Benzodiazepínicos (drogas antiansiolíticas) - se um paciente bipolar tiver problemas de sono, os
benzodiazepínicos podem ajudar a estabelecer uma rotina de sono saudável. Esses medicamentos devem
ser usados com cautela e por apenas um curto período de tempo devido à possibilidade de dependência
[fonte: NIMH].
Antidepressivos - como podem provocar episódios de mania, os antidepressivos não são mais tão
prescritos para tratar transtorno bipolar como costumavam ser no passado [fonte: MayoClinic]. Dependendo
do tipo, eles atuam ao ajustar os níveis de serotonina ou de noradrenalina no cérebro (para saber mais sobre
eles, leia Como funcionam os antidepressivos).
Além dos efeitos colaterais potenciais típicos, fazer uso de tais drogas estabilizadoras do humor é
perigoso para mulheres grávidas ou em período de amamentação (em inglês). É pouco provável que o lítio
prejudique o feto (em inglês) em formação, mas certos anticonvulsivantes podem causar defeitos de
nascença [fonte: NAMI]. Mudar muito de medicação durante a gravidez pode causar problemas também
[fonte: NAMI (em inglês)]. Como uma gravidez inesperada pode dificultar a conduta, melhor discutir as
opções previamente com um médico.
Medicamentos não são a única alternativa para combater a bipolaridade. O Instituto Americano de
Saúde Mental destaca que o melhor tratamento incorpora medicamentos como os acima mencionados e
tratamento psicoterápico [fonte: NIMH (em inglês)]. Na próxima seção, vamos explorar esses e outros tipos
de tratamento.
Criatividade e transtorno bipolar
Pessoas criativas tendem a ser mais propensas a apresentar o problema do que a maioria dos
indivíduos. Na verdade, muitos acreditam que exista uma conexão entre o transtorno bipolar e a
criatividade. Confira uma lista de pessoas criativas famosas que têm (ou já tiveram) transtorno bipolar:






Ludwig van Beethoven
Jim Carrey
Francis Ford Coppola
Charles Dickens
Carrie Fisher
Graham Greene









Jimi Hendrix
Michelangelo
Sylvia Plath
Edgar Allan Poe
Axl Rose
Lord Alfred Tennyson
Vincent van Gogh
Robin Williams
Brian Wilson
Outros tratamentos para transtorno bipolar
Diversas terapias se provaram eficazes em pacientes bipolares como um suplemento da medicina
tradicional. Seguir uma delas pode reduzir a intensidade do transtorno e dar ao paciente mais controle sobre
os sintomas.

Terapia cognitvo-comportamental - usada em vários tipos de transtornos, esta terapia visa
mudar as percepções e os hábitos dos pacientes. Ao alterar a forma como os bipolares veêm
a doença e encorajar atitudes positivas, ela pode trazer melhorias efetivas. Essa terapia
também abrange o aprendizado sobre o transtorno bipolar, ajudando os pacientes a se
sentirem mais confiantes e informados sobre os tratamentos mais adequados à doença.

Terapia familiar - a família participa neste tipo de terapia com o paciente. Ao identificar
fontes de estresse (em inglês) e conflitos, a família aprende como lidar melhor com a
situação e assim consegue proporcionar ao paciente uma atmosfera melhor e mais
encorajadora.

Terapia em grupo - oferece a oportunidade para diversas pessoas com transtorno bipolar
se reunirem em um grupo coordenado por um psicólogo. Nas terapias em grupo, os
membros discutem suas experiências com a doença, dando feedback uns aos outros.
Daly & Newton/Getty Images
Terapia em grupo pode ser muito eficiente para muitos pacientes

Psicoeducação - aprender sobre o transtorno bipolar por meio da psicoeducação pode
ajudar de diversas maneiras. O processo é bem parecido com a fase de aprendizado da
terapia cognitivo-comportamental. Uma das maiores vantagens da psicoeducação é que o
paciente aprende a identificar quando a recaída está para acontecer e, felizmente, a prevenila [fonte: NIMH (em inglês)].

Terapia interpessoal e social - como o nome indica, esta terapia visa melhorar os
relacionamentos e estimular hábitos regulares (como a hora de dormir, por exemplo). Esses
dois fatores têm grande impacto no humor. Estudos mostram que essa terapia ajuda a
prevenir recaídas de transtorno bipolar que possam ser resultado de relacionamentos não
saudáveis e de hábitos irregulares [fonte: Kupfer (em inglês)].

Terapia eletroconvulsiva (ECT) - embora ainda carregue um estigma, a ECT é um
tratamento eficiente e bem mais seguro do que era antigamente. Na ECT, os médicos
induzem convulsões, que podem durar até um minuto, nos pacientes [fonte: MayoClinic
(em inglês)]. Essa terapia pode ser utilizada no tratamento da depressão grave. Ela funciona
ao alterar o comportamento dos mediadores químicos do cérebro. No entanto, os cientistas
não sabem muito bem como e por que isso acontece.
Melhor que nada
Para uma pessoa diagnosticada como bipolar, decidir não se tratar pode ser perigoso. Embora o
tratamento funcione melhor para alguns, os especialistas concordam que é melhor ser tratado do que não
receber nenhum tipo de tratamento.
Estudos identificaram atividade química diferente em pacientes bipolares sem tratamento, como
deficiência de N-acetilaspartato em certas áreas cerebrais que podem prejudicar o funcionamento do cérebro
[fonte: Bloch (em inglês)]. Sem tratamento, o transtorno não apenas piora como também fica mais difícil
de ser tratado [fonte: Johnson (em inglês)]. Além disso, as estatísticas demonstram que pacientes bipolares
que não recebem tratamento ficam duas vezes mais propensos a tentar o suicídio [fonte: Bloch].
Conhecendo o inimigo
No passado, o transtorno bipolar era conhecido pelo nome de psicose maníaco-depressiva, uma
doença psiquiátrica caracterizada por alternância de fases de depressão e de hiperexcitabilidade. Nesta fase,
a pessoa apresenta modificações na forma de pensar, agir e sentir e vive num ritmo acelerado, assumindo
comportamentos extravagantes como sair comprando compulsivamente tudo o que vê pela frente.
Sabe-se que os transtornos bipolares estão associados a algumas alterações funcionais do cérebro
que possui áreas fundamentais para o processamento de emoções, motivação e recompensas. É o caso do
lobo pré-frontal e da amígdala, uma estrutura central que possibilita o reconhecimento das expressões
fisionômicas e das tonalidades da voz. Junto dela, está o hipocampo que é de vital importância para a
memória. A proximidade dessas duas áreas explica por que não se perdem as lembranças de grande
conteúdo emocional. Por isso, jamais nos esquecemos de acontecimentos que marcaram nossas vidas, como
o dia do casamento, do nascimento dos filhos ou do lugar onde estávamos quando o Brasil ganhou o
campeonato mundial de futebol.
Outro componente envolvido com os transtornos bipolares é a produção de serotonina no troncocerebral (o cérebro arcaico), uma substância imprescindível para o funcionamento harmonioso do cérebro.
Discutindo a nomenclatura
Drauzio – Por que, nos anos 1980, a antiga psicose maníaco-depressiva passou a chamar-se
transtorno bipolar?
Valentim – Analisando separadamente os elementos que compõem esse nome, pode-se dizer que a
palavra psicose carrega a conotação de estigma, isto é, de marca infamante, vergonhosa. Maníaco, por sua
vez, é um termo técnico derivado do grego e significa loucura. De fato, na fase de hiperexcitabilidade, o
indivíduo é o estereótipo do louco já que suas atitudes destoam, e muito, do padrão normal de seu
comportamento. Depressivo era o termo mais brando dos três e que menos impacto causava. Por isso,
considerou-se que a expressão psicose maníaco-depressiva era pesada demais para designar uma doença
que, de certa forma, não era tão terrível quanto o nome fazia supor. Na verdade, trata-se de um transtorno
de humor que oscila entre o pólo da euforia, da mania ou da hipomania, do qual faz parte esse
comportamento excitado e desorganizado, e o pólo da depressão, retomando a pessoa depois o equilíbrio
sem grandes prejuízos comportamentais nem na integração das emoções e dos pensamentos. De qualquer
modo, a palavra psicose não era de todo descabida porque, durante a crise, algumas pessoas ficam realmente
psicóticas, ou seja, apresentam uma afecção muito grave da psique com alucinações e delírios, o grau
extremo desse transtorno de humor. A partir do momento, porém, em que essa afecção grave recebe
tratamento eficaz e adequado, o quadro torna-se benigno a tal ponto que é possível conviver com pessoas
portadoras de transtorno bipolar de humor sem identificar o problema.
Essa mudança de nomenclatura ocorreu, então, para diminuir o estigma e para estabelecer distinção
entre esse tipo de transtorno e as depressões unipolares que nunca evoluem para a fase de euforia, de mania
ou hipomania. Além disso, essa distinção foi importante para verificar se biologicamente as patologias eram
diferentes e, portanto, exigiam condutas especiais de tratamento.
Euforia patológica
Drauzio – Todos atravessamos na vida fases de grande euforia e de grandes tristezas. Como
diferenciar o quadro normal do patológico?
Valentim – Em psiquiatria, os termos ainda não atingiram a especificidade necessária. Por exemplo,
etimologicamente, a palavra euforia quer dizer humor normal, bom humor. Se o indivíduo está eufórico no
carnaval, no dia do aniversário ou porque ganhou um prêmio ou um campeonato, isso nada tem de anormal
nem de patológico. O que chama a atenção é a desproporção entre as circunstâncias e as reações, ou seja, o
comportamento é desproporcional aos fatos ou inadequado ao ambiente. A pessoa está alegre e eufórica
quando nada ao redor justifica tais sentimentos. Como sua autocrítica está comprometida, age como se
estivesse (e não está) sob o efeito do álcool ou de drogas. Seu pens...
Arquivo da conta:
militaum
Outros arquivos desta pasta:
 O Sujeito na Psicose.docx (19 KB)
Pesquisas Brasileiras em Bipolaridade.docx (15 KB)
 Suicídio e Transtornos Psicológicos Atenção aos 4D.docx (26 KB)
Transtorno Afetivo Bipolar Implicações no Contexto Social e Familiar.docx (34 KB)
 Transtorno bipolar - um problema que afeta os relacionamentos.docx (18 KB)


Outros arquivos desta conta:
Relatar se os regulamentos foram violados





Página inicial
Contacta-nos
Ajuda
Opções
Termos e condições



Política de privacidade
Reportar abuso
Copyright © 2012 Minhateca.com.br
Download