PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – GEFIM, 2012 TÍTULO: A

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PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – GEFIM, 2012
TÍTULO:
A inexistência do Mal e a Graça de Deus: Uma discussão acerca da liberdade em
Santo Agostinho.
Resumo:
O estudo que se pretende realizar com este projeto visa a compreensão daquilo
que, desde os clássicos, é um problema discutido no âmbito da filosofia: a liberdade do
homem. A problemática acerca da liberdade é presença constante em diferentes filósofos
antigos e, no período medieval, também se mantém, de modo que, facilmente,
encontramos obras de pensadores medievais que discorreram sobre o assunto. Desta
forma, o objeto da pesquisa a que se destina este projeto está vinculado a um dos mais
importantes filósofos medieval: Santo Agostinho de Hipona. Assim, partiremos das
questões que são levantadas por este filósofo bem como destacaremos seus argumentos
acerca da graça divina, da ética e das virtudes que conduzem a reflexão sobre a
existência, ou não, da liberdade no homem. Ressaltamos que, para a realização da
pesquisa, levamos em consideração as influências recebidas pelo autor e o contexto
histórico e religioso no qual ele se insere. Afinal, é notória a influência recebida, por
Santo Agostinho, de outros pensadores vinculados ao cristianismo bem como de
filósofos como Platão e Sêneca, no que respeita a ética, e até mesmo de Aristóteles, no
âmbito da lógica. Neste sentido, a obra central desta pesquisa é O livre arbítrio, ainda
que sejam considerados os estudos de outros textos do mesmo autor. Deste modo, as
idéias resultantes da pesquisa serão fundamentadas na utilização de fontes bibliográficas
a partir da prática de leitura, fichamento e resumo para, ao final, elaborar um trabalho
que deverá mostrar o resultado do nosso estudo.
Introdução:
O estudo da filosofia agostiniana sempre foi intenso, tendo em vista que as teses
de Santo Agostinho foram de fundamental importância para a extensão do cristianismo.
Fundamentando, até os dias atuais, dogmas cristãos, não se pode dizer, entretanto, que a
herança do pensamento agostiniano se limita só ao cristianismo. Afinal, em filósofos
modernos com tendências racionalistas, a exemplo de Descartes (1956-1650), também é
possível observar vestígios das teorias advindas deste filósofo medieval. Por isso, não é
de se estranhar que, até os dias atuais, grupos de estudos em universidades brasileiras e
no exterior, permanecem se dedicando aos estudos das obras do Bispo de Hipona.
No Grupo de Estudos em Filosofia Medieval (GEFIM-UECE), o recurso às
obras de Santo Agostinho é uma constante. Seja no que respeita a ética ou à moralidade,
o acesso aos textos agostinianos parece um exercício obrigatório para os que se dedicam
ao estudo do pensamento medieval. Por isso, é possível observar o contingente
permanente de estudantes e professores que sempre estão a discutir as temas que foram
alvo da reflexão agostiniana. Como exemplo, podemos citar o I e II Colóquio de
Filosofia Antiga e Medieval da UECE que, realizado nos anos de 2009 e 2011,
respectivamente, vem abrigando minicursos, palestras e comunicações sobre o autor
trabalhado neste projeto.
A problemática da liberdade em Santo Agostinho atrai, sempre, inúmeras
discussões. Seja de estudiosos cristãos ou não, o que de fato pode ser percebido é que os
engenhosos argumentos realizados por esse filósofo sempre dão margem a debates
enriquecedores na filosofia, a começar pela necessidade de, ao falar de liberdade, se
remeter a existência, ou não, de bem e do mal. Como anti-maniqueísta e cristão,
Agostinho descarta a possibilidade da existência ontológica do mal, o que induziria, de
imediato, ao pensamento de que só é possível fazer o bem. No entanto, como uma
realidade unicamente boa em que as pessoas só realizam o bem não é observada, resta
saber como esta tese agostiniana se sustenta e como é possível manter a idéia de um
livre-arbítrio no homem se, só havendo o bem, ele só teria um caminho a seguir.
Discursando sobre a criação do mundo por Deus, ele parte do princípio de que,
dado que a realidade divina é a plena bondade, perfeição e suprema sabedoria, não
poderia, de modo algum, ter criado nada que não traga consigo os mesmos atributos –
ainda mais se considerarmos as sagradas escrituras, no Gêneses, onde está presente a
afirmação de que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Se tudo é criado
pelo bem e o criador é infinitamente bom, de onde proviria, então, o mal? Este é, pois, o
primeiro questionamento que Agostinho busca responder e o faz a partir da análise de
que, ainda que sendo criado por Deus, tudo se fez a partir do nada, em outras palavras,
tudo o que existe no mundo é um composto de ser (que é o ser de Deus) e nada.
Esta mescla entre ser e nada existente na natureza permite a formulação de
argumentos que se tornaram cruciais para a explicação da inexistência do mal no
homem, em detrimento da observação de realidades e ações que não tem como serem
admitidas como boas. Ocorre que, como reúne ser e nada, alguns homem se conciliarão
mais com aquilo que eles são (que é o ser de Deus) do que com aquilo que eles não são
(ou seja, o nada). Devido a isto, o que se tem, em Santo Agostinho, é um distanciamento
do homem em relação àquilo que ele é e, por conseguinte, uma aproximação daquilo
que ele não é. Em outras palavras, o homem se distancia da realidade de Deus e, então,
vai se tornando cada vez menos perfeito e carregando cada vez menos, consigo, a
bondade própria do ser de Deus do qual é constituído. Mas, como é possível, ao homem,
afastar-se do seu próprio ser, ou seja, daquilo que ele é? Por que, diante da suprema
perfeição divina, o homem escolhe um outro caminho que não seja o que conduz a
Deus? E, mais ainda, como o que ele é, é a realidade divina, como é possível ter a
liberdade para escolher algo que não é?
São esses os questionamentos que nortearão a pesquisa fundamentada neste
projeto, é com base neles que buscaremos realizar um estudo aprofundado da questão da
liberdade, em Santo Agostinho. Para tanto, faremos uso da obra O livre arbitrio, da qual
realizaremos fichamentos, levantaremos questionamentos e hipóteses que possam
conduzir ao resultado objetivado neste projeto, a saber: como é possível a liberdade no
homem segundo Santo Agostinho.
REVISÃO DE LITERATURA
Obras do autor
Santo Agostinho. O livre arbítrio. São Paulo: Paulus, 2008.
Esta obra faz está entre aquelas que fazem parte dos clássicos da literatura filosófica. De
leitura indispensável, o Livre Arbítrio trata da origem, essência e existência do mal para,
a partir disso, analisar a possibilidade do homem em escolher qual o caminho a ser
seguido. Juntamente com a preocupação de discorrer a respeito do mal, Agostinho
também se deterá, nesta obra, na argumentação a respeito da relação existente entre a
esfera do divino e do humano, atentando para os efeitos da vontade humana, da
moralidade e do amor. Envolta de um magnífico artifício dos silogismos lógico, esta
obra se mostra como uma leitura prazerosa e intrigante deste filósofo que mantém, até
hoje, silogismos impecáveis.
Santo Agostinho. Sobre a vida feliz. São Paulo: Edições Paulinas, 1993.
Pertence às primeiras obras de Santo Agostinho, as famosas obras de Cassíaco em que a
tendência filosófica é mais forte do que a tendência teológica. Consiste em um diálogo
entre Agostinho e vários de seus amigos, como também com a presença de sua mãe e de
seu filho, sobre em que consiste a verdadeira felicidade, uma vez que ela não pode ser
encontrada nas coisas deste mundo, mas só em Deus. Por isso apresenta-se a famosa
questão da impossibilidade de os acadêmicos encontrarem a felicidade. No final
proclama-se que a verdadeira felicidade está na comunhão com a Santíssima Trindade.
Obras sobre o autor
LIBER, ALAIN DE. A Filosofia Medieval. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
Notável História da Filosofia na época medieval, em que é dada atenção, de maneira
bastante elaborada, não somente à filosofia ocidental e judaica, mas também à árabe e
bizantina. Este fato enriquece e aprofunda o estudo e facilita o entendimento da filosofia
no cidente, enquanto são colocadas claramente as suas raízes e as razões de seu grande
desenvolver. Importante, também, o tratamento dado ao século XII, na medida que
apresenta o que comumente é apresentado como o “Renascimento do século XII”, fato
esquecido por muitos livros. A Escolástica do século XIII é apresentada a partir de três
de seus maiores nomes: Alberto Magno, Boaventura e Tomás de Aquino. Roger Bacon,
embora não como figura principal, recebe uma atenção especial. Destaca-se a maneira
clara e em que é apresentada a filosofia de Duns Scotus e de Guilherme de Ockham.
Obras de outros autores
ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd
Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
O famoso livro escrito por Aristóteles vem apresentando o grande objetivo da vida do
homem: a felicidade, e os meios para que esta seja alcançada: as virtudes. Para isto, é
desenvolvida uma análise clara do agir humano, com todos os elementos que o
compõem. Neste pequeno tratado sobre as virtudes humanas, Aristóteles tenta orientar
seu filho –Nicômaco – sobre a maneira de o homem conduzir-se durante sua breve
estada na vida, mostrando de forma sistemática, como bem sabe fazer este grande
filósofo, apresentando uma teoria da justiça, do bem e da felicidade humana, escrita em
dez livros, extremamente densos e de interpretações múltiplas.
PLATÃO. A República. Trad. Enrico Corvisier. Coleção: Os pensadores. São
Paulo: Nova Cultural, 1999.
Famoso texto filosófico de Platão, a Republica é considerada como leitura obrigatória
para todos aqueles que se inserem no campo da filosofia. Distribuída em livros nos
quais são relatados, por Platão, os diálogos de Sócrates com sofistas e filósofos, esta
obra apresenta reflexões a respeito da justiça, poder, política et al. Ademais, nela está
presente o discurso no qual Platão atribui o papel político para o filósofo, como aquele
que melhor pode governar uma cidade a fim de que ela possua todos os valores
necessários para a plena formação de seus cidadãos.
SÊNECA, Sobre a Vida Feliz. Tradução, Notas e Introdução de João Teodoro
d’Olim Marote. São Paulo: Nova Alexandria, 2005.
O tema deste pequeno diálogo é a justificativa da posse das riquezas, discurso ao qual
caberia bem a expressão latina “pro domo sua” – em sua própria defesa – eis que seu
Autor, embora filósofo estóico, seja como advogado, seja como político, ao longo de
sua vida, acumulou imensa fortuna. Não se conhece a fundo as circunstâncias que
envolveram a composição deste opúsculo. Provavelmente foi escrito ao redor do ano 58
d. C., em resposta aos ataques que foram sacados contra a sua ostensiva de riqueza. Por
isso, o tom defensivo em muitos trechos do escrito. Juntamente com o tema da
felicidade são tratadas questões correlatas, como: o soberano bem e o prazer; o ideal da
humanidade; a posição do “sábio” perante a ética; o alcance do conceito de natureza,
aplicado ao homem; a relação do homem com o divino. Desta forma um texto escrito
com determinado objetivo num determinado momento da história, reveste-se de
interesse perene e universal.
JUSTIFICATIVA
O contexto do medievo, juntamente com suas raízes advindas da antiguidade,
vem despertando, passo a passo, cada vez mais o interesse de estudiosos e curiosos. Seja
quanto ao aspecto religioso, cultural, histórico ou filosófico, o que pode ser visto é que
as problemáticas próprias do medievo vêm reunindo um considerável contingente de
interessados. De forma mais concreta, podemos citar o I Colóquio de Filosofia Antiga e
Medieval da UECE que, realizado no Centro de Humanidades da Universidade Estadual
do Ceará, em 2009, contou com 200 participantes que puderam apresentar
comunicações, assistir a minicursos de professores da mesma Universidade ou
convidados de outras universidades, e aproveitar das palestras de professores renomados
no assunto, tais como os professores Dr. Marcos Roberto Nunes Costa (então presidente
da Sociedade Brasileira de Filosofia Medieval) e Dr. Cícero Bezerra Cunha (então
presidente da Sociedade Latino-Americana de Estudos Neoplatônicos). Contentes com
os resultados do primeiro colóquio, os membros do GEFIM-UECE realizaram, em abril
deste ano, o II Colóquio de Filosofia Antiga e Medieval da UECE que, tendo como
tema a Filosofia Árabe, contou com 350 inscritos, além da participação do professor Dr.
Jamil Ibrahim Iskandar (professor da primeira cátedra de Filosofia Árabe no Brasil e
tradutor de várias obras de filósofos árabes para o português).
Como resultado da organização dos referidos eventos, o que se pode perceber, hoje, é
um número crescente de estudantes e professores buscando saber um pouco mais a
respeito da Filosofia Medieval, como um todo, e da Filosofia Árabe, em particular. Isso
tem se refletido, também, no freqüente interesse de alunos do curso de filosofia da
Universidade Estadual do Ceará em participar do GEFIM-UECE. Deste modo, o
presente projeto consiste em um impulso a mais para o desenvolvimento dos estudos no
campo da Filosofia Medieval.
Tendo em vista que desde os primórdios da história até os dias de hoje a busca
pela liberdade é um dos empreendimentos mais atraentes do ser humano, propomos
trabalhar, neste projeto, a problemática da liberdade no contexto do medievo. Afinal,
não há um momento ao longo da história em que o homem não procurou caminhos para
ser e/ou tornar-se livre. Deste modo, passamos a aceitar que toda pessoa carrega consigo
a querência da liberdade, ainda que cada um possua o seu próprio modo de pensar sobre
o que isto significa e como pode ser obtido. Diante dessa relatividade, resta saber, então,
o que significa a verdadeira liberdade e como ela pode ser conquistada, caso seja
comprovado que é possível.
Situando-se na área de influência dos grandes filósofos antigos gregos, Santo
Agostinho investigou, com base na relação entre Deus e o Homem, a possibilidade do
homem adquirir a liberdade. Em O livre arbítrio, Santo Agostinho discorre sobre a
impossibilidade da existência do mal, ao passo que tudo é criado pela realidade divina.
No entanto, por tudo ser criado do nada, há a possibilidade do homem escolher entre o
caminho do ser (que é Deus) e o caminho do nada (ou o afastar-se de Deus). O modo
que torna visível esta possibilidade de seguir um dos dois caminhos é a forma como o
homem se relaciona com as coisas do mundo, os bens materiais. É o amor que o homem
destina às coisas que vai fazer com que ele se afaste ou se aproxime do bem.
Essa relação existente entre o homem e os bens do mundo ou mesmo dos os
homens entre si sempre consiste em um inquietante questionamento acerca das ações e
intenções do homem. Ou seja, a moralidade, que, enquanto tal tenta conciliar a
subjetividade do homem individual com a necessidade social do homem (no âmbito das
ações, intenções e afecções), sempre é alvo de freqüentes reflexões, uma vez que não
consiste uma tarefa fácil articular as liberdades individuais quando se supõe uma
convivência em comunidade.
Diante disso, compreendemos como oportuno o estudo do pensamento
agostiniano no que concerne a liberdade pelo caráter inovador e pelo modo como ele
aborda este tema. Acreditamos que, a análise dos argumentos desenvolvidos por Santo
Agostinho quanto a esse assunto poderá não só produzir bons frutos no âmbito da
acadêmico mas poderá incrementar o debate ainda tão vivo acerca da moralidade e da
liberdade do homem.
Portanto, todo o legado deixado por Agostinho nos encoraja a estudá-lo
buscando uma aproximação e comparação com obras conhecidas da antiguidade, da
filosofia cristã e de filósofos posteriores. Longe de ser considerado um puro exercício
de curiosidade, este estudo deve ser encarado como uma tentativa de explorar os
caminhos do despertar da reflexão e do pensamento crítico humano através dos séculos.
Hipótese:
A grande questão que se torna a base da pesquisa é a possibilidade da existência
da liberdade admitindo a necessidade da vida do homem em comunidade. Para tanto,
com base no pensamento agostiniano, temos como ponto de partida a argumentação
acerca da impossibilidade da existência do mal. Sendo assim, em busca de responder o
questionamento fundamental que norteia esta pesquisa, a saber, em que consiste a
liberdade do homem, segundo Santo Agostinho, devemos pensar: é possível um
liberdade para o homem?
Ora, dado a inexistência do mal, só caberia, ao homem, a via do bem, da
bondade. Se só se tem uma via a seguir, como é possível falar em liberdade? Afinal, a
liberdade pressupõe a possibilidade da manifestação da escolha, o que indica, de
antemão, ter ao menos duas opções dentre as quais o sujeito possa optar. Sem o mal,
estaríamos condenados ao bem? Se respondesse que sim, o argumento cairia totalmente
por terra, tendo em vista que em lugar algum em momento nenhum da história foi
observada a realidade plena do bem. Resultaria em um mero exercício abstrativo a
sustentação de uma ditadura do bem, uma vez que isso não é verificável na realidade.
Mas Santo Agostinho propõe a solução a este questionamento a partir da criação do
homem do nada. Logo, composto de ser o nada, o homem pode afastar-se do ser (que é
divino e bom) e, em conseqüência, aproximar-se do nada. Não pode, então, afirmar que
existe uma ditadura do bem, mas, o bem e a ausência do bem (o nada). Disto, se segue
outro questionamento, como optar pelo nada ao invés do ser? Como é possível afastarse do que sou?
É nesse momento que entra em xeque a vontade do homem, o livre-arbítrio da
vontade, a liberdade de amar mais ou amar menos objetos diferentes. Este amor, que
pode ser direcionado para diferentes objetos, vai supor uma maior liberdade ou prisão
do homem frente a eles. Resta saber como é possível realizar uma avaliação entre a
liberdade e a prisão do homem com as coisas que ele se relaciona.
Objetivos:
Geral:
Realizar uma análise acerca do livre arbítrio do homem, em Santo Agostinho
Específicos:
1. Refletir sobre a inexistência do mal, em Santo Agostinho;
2. Analisar a distinção agostiniana entre os objetos de uti e frui, na pretensão de
melhor saber o que e como os seres devem ser amados;
3. Examinar a moralidade do homem, no Bispo de Hipona;
4. Verificar qual a relação existência entre graça divina e liberdade;
5. Comparar os conceitos de Liberdade e Livre arbítrio no pensamento agostiniano;
6. Perceber quais heranças deixadas por Agostinho para a filosofia posterior ao
período medieval;
7. Comparar os estudos feitos sobre o tema da liberdade por pensadores pré e pós
Santo Agostinho;
8. Impulsionar os estudos sobre a filosofia medieval;
9. Demonstrar a relevância do estudo da filosofia medieval no ensino da
graduação;
10. Divulgar a filosofia medieval na Universidade Estadual do ceará (UECE).
11. Fazer contato com grupos brasileiros que estudam a filosofia agostiniana.
Material:
Em primeira instância, caberá a aquisição de objetos que possibilitem consulta e
reconhecimento inicial da proposta referida no projeto, isto é, o estudo da problemática
do livre arbítrio em Santo Agostinho. Além disso, e de importância não menos
relevante, serão adquiridas e analisadas algumas obras gerais sobre filosofia medieval,
escolhidas por causa de sua excelência, de seu pioneirismo e riqueza de informações, e
que ajudam, sobremaneira, a colocação dos textos estudados no seu verdadeiro contexto
histórico. Os livros que encabeçarão esta parte da pesquisa são:
1. As raízes medievais do pensamento moderno. Alessandro Ghisalberti. Editora
Edipucrs. Porto Alegre, 2001.
2. Filosofia Medieval. Mcgrade, A. S.(org.). Tradução de André Oídes. Ed. Idéias e
Letras- Aparecida, 2008.
Quanto ao método, este será eminentemente bibliográfico. A coleta de outras
informações, além da análise das obras referidas, realizar-se-á tanto de forma
tradicional, utilizando livros e periódicos, como de forma mais moderna, recorrendo a
bibliotecas virtuais e outras fontes digitais. Logo após, será efetuada uma leitura
preliminar das fontes de pesquisa sugeridas para, em seguida, principiar uma breve
análise e fichamento dos pontos principais a serem trabalhados.
Outra importante contribuição para o bem desenvolver deste projeto será a
freqüente presença em congressos, seminários, encontros (a nível local, regional e
nacional) e outros eventos desta espécie por parte dos participantes e colaboradores
desta empreitada.
Os dados, obtidos através do estudo do material disponível, serão analisados
quanto a seu conteúdo filosófico concernente à temática objeto desta pesquisa,
classificados de forma a facilitar a investigação e compreensão dos mesmos, e
comparando-os entre si, para que neste confronto se mostre os pontos de aproximação e
afastamento de suas concepções filosóficas direcionadas para a problemática proposta
no projeto, além de alguma possível influência comum destes e a forma como
contribuíram para a formação dos pensadores que os sucederam, sempre tendo em vista
o objetivo principal da pesquisa: a liberdade.
Parte importante dos trabalhos será a leitura preliminar das fontes de pesquisa
sugeridas para, em seguida, principiar uma breve análise e fichamento dos pontos
principais a serem trabalhados. Feito isso, dever-se-á levantar questões e seguir rumo a
execução da problemática colocada no projeto vigente.
Depois da leitura das principais obras, deverão ser consultados artigos ou
leituras secundares para melhor auxílio à pesquisa e elaboração de trabalhos. Será
colocada ao aluno a apresentação de seminários e publicação de resumos para permitir a
divulgação do conteúdo deste projeto (sendo imprescindível a apresentação de trabalhos
na Semana Universitária e outros) e despertar interesse dos demais.
Depois de obtidas fontes e um determinado conhecimento a respeito do assunto,
será planejada a criação de grupos de estudos, anexos ao GEFIM-UECE, que possam
reunir-se, com uma determinada freqüência, com a finalidade de permitir o
desenvolvimento do conteúdo do projeto, sendo este trabalhado com cuidado e
discutido entre os outros estudantes (ou núcleos) interessados.
Terminada a fase da coleta e da classificação dos dados obtidos, proceder-se-á a
elaboração e discussão de um esquema básico para organização de forma inteligível e
apresentação dos resultados da pesquisa. Partiremos, então, para a reunião de todo o
material acumulado desde o início do projeto e tentando resgatar todo o conhecimento
adquirido através dele, assim, seguir-se-á com a elaboração de um texto final onde
pretendemos compactar tudo o que foi feito durante o período do projeto.
Elaborado o esquema, segue a confecção do texto-base, que será avaliado,
analisado e revisado até chegar aos contornos essenciais do texto definitivo, que
representará o resultado da pesquisa desenvolvida até então. Tal texto será colocado em
discussão para uma análise pormenorizada de sua estrutura e organização das idéias e, a
partir disso, passará por um processo de avaliação e correção para que seja iniciada a
criação de um texto definitivo permitindo uma possível publicação da pesquisa,
servindo como material de apoio a futuros interessados pelo assunto, assim como forma
de divulgação de tão interessante tema no meio acadêmico-filosófico contribuindo para
a desmistificação do estudo da idade medieval.
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ZINGANO, M. Estudo da ética antiga 2ed. São Paulo: Paulus, 2009.
Resultados Esperados/Metas:
Espera-se que a problemática do projeto seja observada e trabalhada de forma
consistente que possibilite a fomentação de pesquisa e o desenvolvimento de produções
textuais concernentes aos estudos realizados no presente projeto.
Almejamos com isto a produção de resumos e artigos, apresentação de
seminários e comunicações, formação de grupos de estudos e a divulgação não só de
assuntos relacionados de forma restrita com a presente temática, ligados à filosofia
medieval agostiniana e as cristãs, em geral.
Duração do Projeto:
1 ano
Atividades Início Fim
Levantar, escolher e determinar prioridades 01/2012 02/2012
Leitura e fichamento dos textos 02/2012 03/2012
Análise de fontes secundárias e obras gerais 03/2012 04/2012
Classificação e análise dos dados levantados 05/2012 06/2012
Elaboração e discussão do esquema do texto final para apresentação dos resultados
07/2012 08/2012
Composição e discussão do texto final 09/2012 10/2012
Avaliação e revisão crítica do texto provisório 11/2012 12/2012
Elaboração do texto definitivo 12/2012 01/2013
Confecção e correção do texto final 02/2013 02/2013
Entrega do texto final 07/2008 07/2008
Material de Consumo:
R$ 750,00
Material Permanente:
R$ 2.800,00
Serviços de Terceiros:
R$ 1.000,00
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