PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – GEFIM, 2012 TÍTULO: A inexistência do Mal e a Graça de Deus: Uma discussão acerca da liberdade em Santo Agostinho. Resumo: O estudo que se pretende realizar com este projeto visa a compreensão daquilo que, desde os clássicos, é um problema discutido no âmbito da filosofia: a liberdade do homem. A problemática acerca da liberdade é presença constante em diferentes filósofos antigos e, no período medieval, também se mantém, de modo que, facilmente, encontramos obras de pensadores medievais que discorreram sobre o assunto. Desta forma, o objeto da pesquisa a que se destina este projeto está vinculado a um dos mais importantes filósofos medieval: Santo Agostinho de Hipona. Assim, partiremos das questões que são levantadas por este filósofo bem como destacaremos seus argumentos acerca da graça divina, da ética e das virtudes que conduzem a reflexão sobre a existência, ou não, da liberdade no homem. Ressaltamos que, para a realização da pesquisa, levamos em consideração as influências recebidas pelo autor e o contexto histórico e religioso no qual ele se insere. Afinal, é notória a influência recebida, por Santo Agostinho, de outros pensadores vinculados ao cristianismo bem como de filósofos como Platão e Sêneca, no que respeita a ética, e até mesmo de Aristóteles, no âmbito da lógica. Neste sentido, a obra central desta pesquisa é O livre arbítrio, ainda que sejam considerados os estudos de outros textos do mesmo autor. Deste modo, as idéias resultantes da pesquisa serão fundamentadas na utilização de fontes bibliográficas a partir da prática de leitura, fichamento e resumo para, ao final, elaborar um trabalho que deverá mostrar o resultado do nosso estudo. Introdução: O estudo da filosofia agostiniana sempre foi intenso, tendo em vista que as teses de Santo Agostinho foram de fundamental importância para a extensão do cristianismo. Fundamentando, até os dias atuais, dogmas cristãos, não se pode dizer, entretanto, que a herança do pensamento agostiniano se limita só ao cristianismo. Afinal, em filósofos modernos com tendências racionalistas, a exemplo de Descartes (1956-1650), também é possível observar vestígios das teorias advindas deste filósofo medieval. Por isso, não é de se estranhar que, até os dias atuais, grupos de estudos em universidades brasileiras e no exterior, permanecem se dedicando aos estudos das obras do Bispo de Hipona. No Grupo de Estudos em Filosofia Medieval (GEFIM-UECE), o recurso às obras de Santo Agostinho é uma constante. Seja no que respeita a ética ou à moralidade, o acesso aos textos agostinianos parece um exercício obrigatório para os que se dedicam ao estudo do pensamento medieval. Por isso, é possível observar o contingente permanente de estudantes e professores que sempre estão a discutir as temas que foram alvo da reflexão agostiniana. Como exemplo, podemos citar o I e II Colóquio de Filosofia Antiga e Medieval da UECE que, realizado nos anos de 2009 e 2011, respectivamente, vem abrigando minicursos, palestras e comunicações sobre o autor trabalhado neste projeto. A problemática da liberdade em Santo Agostinho atrai, sempre, inúmeras discussões. Seja de estudiosos cristãos ou não, o que de fato pode ser percebido é que os engenhosos argumentos realizados por esse filósofo sempre dão margem a debates enriquecedores na filosofia, a começar pela necessidade de, ao falar de liberdade, se remeter a existência, ou não, de bem e do mal. Como anti-maniqueísta e cristão, Agostinho descarta a possibilidade da existência ontológica do mal, o que induziria, de imediato, ao pensamento de que só é possível fazer o bem. No entanto, como uma realidade unicamente boa em que as pessoas só realizam o bem não é observada, resta saber como esta tese agostiniana se sustenta e como é possível manter a idéia de um livre-arbítrio no homem se, só havendo o bem, ele só teria um caminho a seguir. Discursando sobre a criação do mundo por Deus, ele parte do princípio de que, dado que a realidade divina é a plena bondade, perfeição e suprema sabedoria, não poderia, de modo algum, ter criado nada que não traga consigo os mesmos atributos – ainda mais se considerarmos as sagradas escrituras, no Gêneses, onde está presente a afirmação de que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Se tudo é criado pelo bem e o criador é infinitamente bom, de onde proviria, então, o mal? Este é, pois, o primeiro questionamento que Agostinho busca responder e o faz a partir da análise de que, ainda que sendo criado por Deus, tudo se fez a partir do nada, em outras palavras, tudo o que existe no mundo é um composto de ser (que é o ser de Deus) e nada. Esta mescla entre ser e nada existente na natureza permite a formulação de argumentos que se tornaram cruciais para a explicação da inexistência do mal no homem, em detrimento da observação de realidades e ações que não tem como serem admitidas como boas. Ocorre que, como reúne ser e nada, alguns homem se conciliarão mais com aquilo que eles são (que é o ser de Deus) do que com aquilo que eles não são (ou seja, o nada). Devido a isto, o que se tem, em Santo Agostinho, é um distanciamento do homem em relação àquilo que ele é e, por conseguinte, uma aproximação daquilo que ele não é. Em outras palavras, o homem se distancia da realidade de Deus e, então, vai se tornando cada vez menos perfeito e carregando cada vez menos, consigo, a bondade própria do ser de Deus do qual é constituído. Mas, como é possível, ao homem, afastar-se do seu próprio ser, ou seja, daquilo que ele é? Por que, diante da suprema perfeição divina, o homem escolhe um outro caminho que não seja o que conduz a Deus? E, mais ainda, como o que ele é, é a realidade divina, como é possível ter a liberdade para escolher algo que não é? São esses os questionamentos que nortearão a pesquisa fundamentada neste projeto, é com base neles que buscaremos realizar um estudo aprofundado da questão da liberdade, em Santo Agostinho. Para tanto, faremos uso da obra O livre arbitrio, da qual realizaremos fichamentos, levantaremos questionamentos e hipóteses que possam conduzir ao resultado objetivado neste projeto, a saber: como é possível a liberdade no homem segundo Santo Agostinho. REVISÃO DE LITERATURA Obras do autor Santo Agostinho. O livre arbítrio. São Paulo: Paulus, 2008. Esta obra faz está entre aquelas que fazem parte dos clássicos da literatura filosófica. De leitura indispensável, o Livre Arbítrio trata da origem, essência e existência do mal para, a partir disso, analisar a possibilidade do homem em escolher qual o caminho a ser seguido. Juntamente com a preocupação de discorrer a respeito do mal, Agostinho também se deterá, nesta obra, na argumentação a respeito da relação existente entre a esfera do divino e do humano, atentando para os efeitos da vontade humana, da moralidade e do amor. Envolta de um magnífico artifício dos silogismos lógico, esta obra se mostra como uma leitura prazerosa e intrigante deste filósofo que mantém, até hoje, silogismos impecáveis. Santo Agostinho. Sobre a vida feliz. São Paulo: Edições Paulinas, 1993. Pertence às primeiras obras de Santo Agostinho, as famosas obras de Cassíaco em que a tendência filosófica é mais forte do que a tendência teológica. Consiste em um diálogo entre Agostinho e vários de seus amigos, como também com a presença de sua mãe e de seu filho, sobre em que consiste a verdadeira felicidade, uma vez que ela não pode ser encontrada nas coisas deste mundo, mas só em Deus. Por isso apresenta-se a famosa questão da impossibilidade de os acadêmicos encontrarem a felicidade. No final proclama-se que a verdadeira felicidade está na comunhão com a Santíssima Trindade. Obras sobre o autor LIBER, ALAIN DE. A Filosofia Medieval. São Paulo: Edições Loyola, 1998. Notável História da Filosofia na época medieval, em que é dada atenção, de maneira bastante elaborada, não somente à filosofia ocidental e judaica, mas também à árabe e bizantina. Este fato enriquece e aprofunda o estudo e facilita o entendimento da filosofia no cidente, enquanto são colocadas claramente as suas raízes e as razões de seu grande desenvolver. Importante, também, o tratamento dado ao século XII, na medida que apresenta o que comumente é apresentado como o “Renascimento do século XII”, fato esquecido por muitos livros. A Escolástica do século XIII é apresentada a partir de três de seus maiores nomes: Alberto Magno, Boaventura e Tomás de Aquino. Roger Bacon, embora não como figura principal, recebe uma atenção especial. Destaca-se a maneira clara e em que é apresentada a filosofia de Duns Scotus e de Guilherme de Ockham. Obras de outros autores ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1979. O famoso livro escrito por Aristóteles vem apresentando o grande objetivo da vida do homem: a felicidade, e os meios para que esta seja alcançada: as virtudes. Para isto, é desenvolvida uma análise clara do agir humano, com todos os elementos que o compõem. Neste pequeno tratado sobre as virtudes humanas, Aristóteles tenta orientar seu filho –Nicômaco – sobre a maneira de o homem conduzir-se durante sua breve estada na vida, mostrando de forma sistemática, como bem sabe fazer este grande filósofo, apresentando uma teoria da justiça, do bem e da felicidade humana, escrita em dez livros, extremamente densos e de interpretações múltiplas. PLATÃO. A República. Trad. Enrico Corvisier. Coleção: Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999. Famoso texto filosófico de Platão, a Republica é considerada como leitura obrigatória para todos aqueles que se inserem no campo da filosofia. Distribuída em livros nos quais são relatados, por Platão, os diálogos de Sócrates com sofistas e filósofos, esta obra apresenta reflexões a respeito da justiça, poder, política et al. Ademais, nela está presente o discurso no qual Platão atribui o papel político para o filósofo, como aquele que melhor pode governar uma cidade a fim de que ela possua todos os valores necessários para a plena formação de seus cidadãos. SÊNECA, Sobre a Vida Feliz. Tradução, Notas e Introdução de João Teodoro d’Olim Marote. São Paulo: Nova Alexandria, 2005. O tema deste pequeno diálogo é a justificativa da posse das riquezas, discurso ao qual caberia bem a expressão latina “pro domo sua” – em sua própria defesa – eis que seu Autor, embora filósofo estóico, seja como advogado, seja como político, ao longo de sua vida, acumulou imensa fortuna. Não se conhece a fundo as circunstâncias que envolveram a composição deste opúsculo. Provavelmente foi escrito ao redor do ano 58 d. C., em resposta aos ataques que foram sacados contra a sua ostensiva de riqueza. Por isso, o tom defensivo em muitos trechos do escrito. Juntamente com o tema da felicidade são tratadas questões correlatas, como: o soberano bem e o prazer; o ideal da humanidade; a posição do “sábio” perante a ética; o alcance do conceito de natureza, aplicado ao homem; a relação do homem com o divino. Desta forma um texto escrito com determinado objetivo num determinado momento da história, reveste-se de interesse perene e universal. JUSTIFICATIVA O contexto do medievo, juntamente com suas raízes advindas da antiguidade, vem despertando, passo a passo, cada vez mais o interesse de estudiosos e curiosos. Seja quanto ao aspecto religioso, cultural, histórico ou filosófico, o que pode ser visto é que as problemáticas próprias do medievo vêm reunindo um considerável contingente de interessados. De forma mais concreta, podemos citar o I Colóquio de Filosofia Antiga e Medieval da UECE que, realizado no Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará, em 2009, contou com 200 participantes que puderam apresentar comunicações, assistir a minicursos de professores da mesma Universidade ou convidados de outras universidades, e aproveitar das palestras de professores renomados no assunto, tais como os professores Dr. Marcos Roberto Nunes Costa (então presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia Medieval) e Dr. Cícero Bezerra Cunha (então presidente da Sociedade Latino-Americana de Estudos Neoplatônicos). Contentes com os resultados do primeiro colóquio, os membros do GEFIM-UECE realizaram, em abril deste ano, o II Colóquio de Filosofia Antiga e Medieval da UECE que, tendo como tema a Filosofia Árabe, contou com 350 inscritos, além da participação do professor Dr. Jamil Ibrahim Iskandar (professor da primeira cátedra de Filosofia Árabe no Brasil e tradutor de várias obras de filósofos árabes para o português). Como resultado da organização dos referidos eventos, o que se pode perceber, hoje, é um número crescente de estudantes e professores buscando saber um pouco mais a respeito da Filosofia Medieval, como um todo, e da Filosofia Árabe, em particular. Isso tem se refletido, também, no freqüente interesse de alunos do curso de filosofia da Universidade Estadual do Ceará em participar do GEFIM-UECE. Deste modo, o presente projeto consiste em um impulso a mais para o desenvolvimento dos estudos no campo da Filosofia Medieval. Tendo em vista que desde os primórdios da história até os dias de hoje a busca pela liberdade é um dos empreendimentos mais atraentes do ser humano, propomos trabalhar, neste projeto, a problemática da liberdade no contexto do medievo. Afinal, não há um momento ao longo da história em que o homem não procurou caminhos para ser e/ou tornar-se livre. Deste modo, passamos a aceitar que toda pessoa carrega consigo a querência da liberdade, ainda que cada um possua o seu próprio modo de pensar sobre o que isto significa e como pode ser obtido. Diante dessa relatividade, resta saber, então, o que significa a verdadeira liberdade e como ela pode ser conquistada, caso seja comprovado que é possível. Situando-se na área de influência dos grandes filósofos antigos gregos, Santo Agostinho investigou, com base na relação entre Deus e o Homem, a possibilidade do homem adquirir a liberdade. Em O livre arbítrio, Santo Agostinho discorre sobre a impossibilidade da existência do mal, ao passo que tudo é criado pela realidade divina. No entanto, por tudo ser criado do nada, há a possibilidade do homem escolher entre o caminho do ser (que é Deus) e o caminho do nada (ou o afastar-se de Deus). O modo que torna visível esta possibilidade de seguir um dos dois caminhos é a forma como o homem se relaciona com as coisas do mundo, os bens materiais. É o amor que o homem destina às coisas que vai fazer com que ele se afaste ou se aproxime do bem. Essa relação existente entre o homem e os bens do mundo ou mesmo dos os homens entre si sempre consiste em um inquietante questionamento acerca das ações e intenções do homem. Ou seja, a moralidade, que, enquanto tal tenta conciliar a subjetividade do homem individual com a necessidade social do homem (no âmbito das ações, intenções e afecções), sempre é alvo de freqüentes reflexões, uma vez que não consiste uma tarefa fácil articular as liberdades individuais quando se supõe uma convivência em comunidade. Diante disso, compreendemos como oportuno o estudo do pensamento agostiniano no que concerne a liberdade pelo caráter inovador e pelo modo como ele aborda este tema. Acreditamos que, a análise dos argumentos desenvolvidos por Santo Agostinho quanto a esse assunto poderá não só produzir bons frutos no âmbito da acadêmico mas poderá incrementar o debate ainda tão vivo acerca da moralidade e da liberdade do homem. Portanto, todo o legado deixado por Agostinho nos encoraja a estudá-lo buscando uma aproximação e comparação com obras conhecidas da antiguidade, da filosofia cristã e de filósofos posteriores. Longe de ser considerado um puro exercício de curiosidade, este estudo deve ser encarado como uma tentativa de explorar os caminhos do despertar da reflexão e do pensamento crítico humano através dos séculos. Hipótese: A grande questão que se torna a base da pesquisa é a possibilidade da existência da liberdade admitindo a necessidade da vida do homem em comunidade. Para tanto, com base no pensamento agostiniano, temos como ponto de partida a argumentação acerca da impossibilidade da existência do mal. Sendo assim, em busca de responder o questionamento fundamental que norteia esta pesquisa, a saber, em que consiste a liberdade do homem, segundo Santo Agostinho, devemos pensar: é possível um liberdade para o homem? Ora, dado a inexistência do mal, só caberia, ao homem, a via do bem, da bondade. Se só se tem uma via a seguir, como é possível falar em liberdade? Afinal, a liberdade pressupõe a possibilidade da manifestação da escolha, o que indica, de antemão, ter ao menos duas opções dentre as quais o sujeito possa optar. Sem o mal, estaríamos condenados ao bem? Se respondesse que sim, o argumento cairia totalmente por terra, tendo em vista que em lugar algum em momento nenhum da história foi observada a realidade plena do bem. Resultaria em um mero exercício abstrativo a sustentação de uma ditadura do bem, uma vez que isso não é verificável na realidade. Mas Santo Agostinho propõe a solução a este questionamento a partir da criação do homem do nada. Logo, composto de ser o nada, o homem pode afastar-se do ser (que é divino e bom) e, em conseqüência, aproximar-se do nada. Não pode, então, afirmar que existe uma ditadura do bem, mas, o bem e a ausência do bem (o nada). Disto, se segue outro questionamento, como optar pelo nada ao invés do ser? Como é possível afastarse do que sou? É nesse momento que entra em xeque a vontade do homem, o livre-arbítrio da vontade, a liberdade de amar mais ou amar menos objetos diferentes. Este amor, que pode ser direcionado para diferentes objetos, vai supor uma maior liberdade ou prisão do homem frente a eles. Resta saber como é possível realizar uma avaliação entre a liberdade e a prisão do homem com as coisas que ele se relaciona. Objetivos: Geral: Realizar uma análise acerca do livre arbítrio do homem, em Santo Agostinho Específicos: 1. Refletir sobre a inexistência do mal, em Santo Agostinho; 2. Analisar a distinção agostiniana entre os objetos de uti e frui, na pretensão de melhor saber o que e como os seres devem ser amados; 3. Examinar a moralidade do homem, no Bispo de Hipona; 4. Verificar qual a relação existência entre graça divina e liberdade; 5. Comparar os conceitos de Liberdade e Livre arbítrio no pensamento agostiniano; 6. Perceber quais heranças deixadas por Agostinho para a filosofia posterior ao período medieval; 7. Comparar os estudos feitos sobre o tema da liberdade por pensadores pré e pós Santo Agostinho; 8. Impulsionar os estudos sobre a filosofia medieval; 9. Demonstrar a relevância do estudo da filosofia medieval no ensino da graduação; 10. Divulgar a filosofia medieval na Universidade Estadual do ceará (UECE). 11. Fazer contato com grupos brasileiros que estudam a filosofia agostiniana. Material: Em primeira instância, caberá a aquisição de objetos que possibilitem consulta e reconhecimento inicial da proposta referida no projeto, isto é, o estudo da problemática do livre arbítrio em Santo Agostinho. Além disso, e de importância não menos relevante, serão adquiridas e analisadas algumas obras gerais sobre filosofia medieval, escolhidas por causa de sua excelência, de seu pioneirismo e riqueza de informações, e que ajudam, sobremaneira, a colocação dos textos estudados no seu verdadeiro contexto histórico. Os livros que encabeçarão esta parte da pesquisa são: 1. As raízes medievais do pensamento moderno. Alessandro Ghisalberti. Editora Edipucrs. Porto Alegre, 2001. 2. Filosofia Medieval. Mcgrade, A. S.(org.). Tradução de André Oídes. Ed. Idéias e Letras- Aparecida, 2008. Quanto ao método, este será eminentemente bibliográfico. A coleta de outras informações, além da análise das obras referidas, realizar-se-á tanto de forma tradicional, utilizando livros e periódicos, como de forma mais moderna, recorrendo a bibliotecas virtuais e outras fontes digitais. Logo após, será efetuada uma leitura preliminar das fontes de pesquisa sugeridas para, em seguida, principiar uma breve análise e fichamento dos pontos principais a serem trabalhados. Outra importante contribuição para o bem desenvolver deste projeto será a freqüente presença em congressos, seminários, encontros (a nível local, regional e nacional) e outros eventos desta espécie por parte dos participantes e colaboradores desta empreitada. Os dados, obtidos através do estudo do material disponível, serão analisados quanto a seu conteúdo filosófico concernente à temática objeto desta pesquisa, classificados de forma a facilitar a investigação e compreensão dos mesmos, e comparando-os entre si, para que neste confronto se mostre os pontos de aproximação e afastamento de suas concepções filosóficas direcionadas para a problemática proposta no projeto, além de alguma possível influência comum destes e a forma como contribuíram para a formação dos pensadores que os sucederam, sempre tendo em vista o objetivo principal da pesquisa: a liberdade. Parte importante dos trabalhos será a leitura preliminar das fontes de pesquisa sugeridas para, em seguida, principiar uma breve análise e fichamento dos pontos principais a serem trabalhados. Feito isso, dever-se-á levantar questões e seguir rumo a execução da problemática colocada no projeto vigente. Depois da leitura das principais obras, deverão ser consultados artigos ou leituras secundares para melhor auxílio à pesquisa e elaboração de trabalhos. Será colocada ao aluno a apresentação de seminários e publicação de resumos para permitir a divulgação do conteúdo deste projeto (sendo imprescindível a apresentação de trabalhos na Semana Universitária e outros) e despertar interesse dos demais. Depois de obtidas fontes e um determinado conhecimento a respeito do assunto, será planejada a criação de grupos de estudos, anexos ao GEFIM-UECE, que possam reunir-se, com uma determinada freqüência, com a finalidade de permitir o desenvolvimento do conteúdo do projeto, sendo este trabalhado com cuidado e discutido entre os outros estudantes (ou núcleos) interessados. Terminada a fase da coleta e da classificação dos dados obtidos, proceder-se-á a elaboração e discussão de um esquema básico para organização de forma inteligível e apresentação dos resultados da pesquisa. Partiremos, então, para a reunião de todo o material acumulado desde o início do projeto e tentando resgatar todo o conhecimento adquirido através dele, assim, seguir-se-á com a elaboração de um texto final onde pretendemos compactar tudo o que foi feito durante o período do projeto. Elaborado o esquema, segue a confecção do texto-base, que será avaliado, analisado e revisado até chegar aos contornos essenciais do texto definitivo, que representará o resultado da pesquisa desenvolvida até então. Tal texto será colocado em discussão para uma análise pormenorizada de sua estrutura e organização das idéias e, a partir disso, passará por um processo de avaliação e correção para que seja iniciada a criação de um texto definitivo permitindo uma possível publicação da pesquisa, servindo como material de apoio a futuros interessados pelo assunto, assim como forma de divulgação de tão interessante tema no meio acadêmico-filosófico contribuindo para a desmistificação do estudo da idade medieval. Referências Bibliográficas: AGOSTNHO, Santo. Livre Arbítrio. São Paulo: Nova Cultura, 1999. ___________ Diálogo sobre a felicidade. Lisboa: Edições 70, 2000. ___________ Solilóquios e a vida feliz. São Paulo: Paulus. 2007 ___________ A Natureza do bem. Rio de Janeiro: Sete Selos, 2005. ___________ A trindade. São Paulo: Paulus, 1994. ___________ A cidade de Deus: contra os pagãos. Parte II. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1990. ___________ A verdadeira religião; o cuidado devido aos mortos. São Paulo: Paulus, 2007. ___________ Santo. A doutrina cristã. São Paulo: Paulus, 2007. ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 3ed. Brasília:UNB, 1985. BOEHNER, Philotheus e GILSON, Etiene. História da filosofia cristã: desde as origens até Nicolau de usa 4 ed. Petrópoles: Vozes, 1970 BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia. São Paulo: editora Herder. 1962. BRUN, Jean. O Neoplatonismo. Rio de Janeiro: Edições 70. 1998. CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de bíblia: teologia e filosofia. V.III, D-G. São Paulo:editora Hagnos.2001. ____________ O novo testamento interpretado versículo por versículo, São Paulo: Editora Hagnos, 2002. EPICURO. Carta Sobre a felicidade. 2ed. São Paulo: Editora UNESP, 1973 . __________ Pensamentos. São Paulo: Martin Claret. 2006. GILSON, Étienne. Introdução ao Estudo de Santo Agostinho, São Paulo: Paulus. 2006. _______________ A Filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1995. JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3ed. 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Tradução, Notas e Introdução de João Teodoro d’Olim Marote. São Paulo: Nova Alexandria, 2005. TILLICH, Paul. História do pensamento cristão. trad. de Jaci Maraschin. 2. ed. São Paulo: ASTE, 2000 ULLMANN, Reinhold Aloysio. Plotino: Um estudo das eneadas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. ULLMANN, Reinhold Aloysio. Plotino: Um estudo das eneadas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. ZINGANO, M. Estudo da ética antiga 2ed. São Paulo: Paulus, 2009. Resultados Esperados/Metas: Espera-se que a problemática do projeto seja observada e trabalhada de forma consistente que possibilite a fomentação de pesquisa e o desenvolvimento de produções textuais concernentes aos estudos realizados no presente projeto. Almejamos com isto a produção de resumos e artigos, apresentação de seminários e comunicações, formação de grupos de estudos e a divulgação não só de assuntos relacionados de forma restrita com a presente temática, ligados à filosofia medieval agostiniana e as cristãs, em geral. Duração do Projeto: 1 ano Atividades Início Fim Levantar, escolher e determinar prioridades 01/2012 02/2012 Leitura e fichamento dos textos 02/2012 03/2012 Análise de fontes secundárias e obras gerais 03/2012 04/2012 Classificação e análise dos dados levantados 05/2012 06/2012 Elaboração e discussão do esquema do texto final para apresentação dos resultados 07/2012 08/2012 Composição e discussão do texto final 09/2012 10/2012 Avaliação e revisão crítica do texto provisório 11/2012 12/2012 Elaboração do texto definitivo 12/2012 01/2013 Confecção e correção do texto final 02/2013 02/2013 Entrega do texto final 07/2008 07/2008 Material de Consumo: R$ 750,00 Material Permanente: R$ 2.800,00 Serviços de Terceiros: R$ 1.000,00