AGRICULTURA II

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2012.2
AGRICULTURA II
Prof.º Álvaro Nunes Ferraz Neto
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Cultura – Algodão
Aspectos Gerais:
Estudiosos afirmam que o algodoeiro já era conhecido 8 mil anos A. C. e tecidos de algodão eram encontrados na Índia
3 mil anos A. C. A Índia é tida como centro de origem do algodoeiro embora existam outras espécies originadas em
outros recantos (múmias íncas eram envolvidas em algodão).
Parece que o algodoeiro americano tem origens no México e no Peru. Constatou-se, também, o cultivo dessa planta
pelos indígenas (que transformavam o algodão em fios e tecidos) na época do descobrimento do Brasil.
Algodão no mundo:
A produção de algodão em pluma (1998/99) foi de 18.347 mil toneladas destacando-se como maiores produtores
mundiais, a China Estados Unidos da América do Norte e Índia (Brasil...435000t).
A exportação de algodão no mesmo período, foi de 5.072 mil toneladas quando Estados Unidos da América ,
Uzbequistão e Austrália mostram-se como principais unidades exportadoras de algodão.
Ainda em 1998/99 importou-se 5.384 mil toneladas de algodão e Indonésia, Coreia do Sul e Itália situaram-se como os
maiores importadores (Brasil ...294mil toneladas).
O consumo (1998/99) foi de 18.493 mil toneladas e os preços estiveram em torno de US$ 67,49 por tonelada de algodão
em pluma.
Algodão no Brasil:
No Brasil, em 1997/98, a área colhida de algodão foi de 849 mil hectares (2,25 milhões de ha em 1985) que produziu
cerca de 1.232 mil toneladas de algodão em caroço (2,66 milhões de t. em 1985), com produtividade de 1.451 quilos
/hectare. Entre os maiores produtores nacionais encontram-se os estados de Mato Grosso (21,94% da produção), Goiás
(20,99%), São Paulo (19,3%) Paraná (14,24%) e Minas Gerais (10,41%). Entre as principais regiões produtoras
destacam-se a Centro – Oeste (50,48% da produção) a Sudoeste (29,71%) e a Sul (14,24%).
Em termos de produtividade salientou-se o estado do Mato Grosso com 2.471kg/ha (1997/98) contra 1.308 kg/ha
(média nacional). O consumo alcançou 4,98 kg/habitante/ano.
Nos últimos anos (1985/1997) a área colhida de algodão decresceu em 62,3% e a produção reduziu-se em 53,8%. O
país, que produzia mais algodão que consumia, passou a ser um dos principais importadores de algodão do mundo.
Algodão na Bahia:
Em 1997 a área colhida de algodão – 148.300ha – produziu cerca de 28.500 toneladas de algodão em pluma; nos
últimos anos e até 1996 a maior parte da produção baiana era proveniente da região econômica da Serra Geral (eixo
Guanambi – Brumado). Pragas e falta de chuvas forçaram o algodão herbáceo a buscar outras áreas nas regiões
econômicas do Médio S. Francisco e Oeste, para viabilização da produção.
Serra Geral: tem como município mais importante Guanambi; já teve área de plantio de 330.200ha (1988) que se
reduziu para 180 mil ha (1997); a produtividade de 981kg/ha (1988) caiu para 459 kg/ha (1997). Esses baixos resultados
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alcançados estão atrelados à incidência de pragas (notadamente bicudo e mosca-branca) e à veranicos (acontecem há 10
anos no mês de janeiro). Em 98/99 os preços de comercialização do algodão em caroço variaram de R$ 7,50 a R$ 14,00
por arroba (15kg). Os preços de algodão em pluma foram de R$ 26,00 a R$ 32,00.
Os plantios são de sequeiro, realizados em novembro, utilizando-se as cultivares (variedades) CNPA 7H, IAC-20, IAC22.
Médio São Francisco: tem como município principal Bom Jesus da Lapa; já se plantou em torno de 2.000 hectares de
algodão irrigado com produtividade de 4500kg/ha.
Atualmente houve grande redução no plantio em decorrência da incidência das pragas bicudo e mosca-branca. O plantio
acontece no mês de outubro e a cultivar plantada é a CNPA 7H. Os preços de comercialização da safra 98/99, por
arroba, foram: algodão em caroço R$ 8,00 e algodão em pluma R$ 24,00.
Oeste: tem como principal município Barreiras. Há plantios em regime de sequeiro e irrigação; em 1996, 1997 e 1998
plantou-se 4889ha, 3.480ha e 8.625ha com rendimentos de 1.710kg/ha, 2.095kg/ ha e 1.270kg/ha. A produtividade do
sequeiro é de 170 arrobas (2.550kg) por hectare e do irrigado (trabalhos experimentais) é de 300 arrobas (4.500kg) por
hectare. Em 1999, a colheita de 13.000ha (11 mil de sequeiro) de algodoeiro, encerrada em agosto, produziu
32.400.000kg (2,16 milhões de arrobas) de algodão em caroço; desses foram processados 12.000.000kg (866 mil
arrobas) de pluma. As cultivares de algodoeiro Delta Pine, Ita 90 e Codetec são plantadas entre meados de novembro e
meados de dezembro, sendo bicudo, pulgão e lagarta-do-cartucho (Spodoptera) as pragas principais. Os preços 99/00
para comercialização para arroba de algodão irrigado foram de R$ 11,00 (em caroço) e R$ 30,00 (em pluma). Pretendese plantar de 37.000 a 41.000 ha de algodoeiros em 99/2000.
A oferta de matéria prima atraí empresários – inclusive japoneses e chineses (estes pretenderiam instalar fábrica de fios
de algodão) -.
Para reestruturação geral da produção e beneficiamento do algodão herbáceo o governo do estado da Bahia criou, em
1995, o Programa de Recuperação da Lavoura do Algodão abrangendo 35 municípios – responsáveis por 93,4% da área
plantada e 93,5% da produção – subordinados às microregiões de Guanambi, Brumado, Livramento de Brumado,
Boquira, Bom Jesus da Lapa e Barreiras; Secretaria da Agricultura, EBDA, EMBRAPA, Banco do Nordeste são órgãos
que informam sobre algodoeiro.
Importância e Usos do Algodoeiro:
Atualmente cerca de 81 países cultivam o algodoeiro, economicamente, liderados pela China, E.U.A. Índia, entre
outros. Por sua grande resistência à seca o algodoeiro constitui-se em uma das poucas opções para cultivo em regiões
semi-áridas, podendo fixar o homem ao campo, gerar emprego e renda no meio rural e meio urbano. É, portanto,
atividade de grande importância social e econômica.
Alentadoramente o mercado mundial de têxteis e vestuários apresenta forte tendência a crescimento com a participação
crescente de países em desenvolvimento. O aumento de consumo de algodão tende a reduzir o estoque no mundo (desde
1993), há aumento dos preços o que estimula o aumento da produção. A nível nacional brasileiro estima-se que a
demanda aumentará das atuais 900 mil toneladas/ano para 1.200 mil toneladas/ano.
Do algodoeiro quase tudo é aproveitado notadamente o caroço (que representa em torno de 65% do peso da produção) e
a fibra, (35% do peso da produção).
Os restos de cultura – caule, folhas maçãs, capulhos – são utilizados na alimentação de animais em geral. O caroço
(semente) é rico em óleo (18-25%) e contém 20-25% de proteína bruta; o óleo extraído da semente é refinado e
destinado à alimentação humana e fabricação de margarina e sabões. O bagaço (farelo ou torta), sub produto da
extração do óleo, é destinado a alimentação animal (bovinos, aves, suínos) devido ao seu alto valor protéico (40-45% de
proteína bruta).
A fibra, principal produto do algodoeiro, tem mais que 400 aplicações industriais, entre as quais confecção de fios para
tecelagem (tecidos variados), algodão hidrófilo para enfermagem, confecção de feltro de cobertores, de estofamentos,
obtenção de celulose, entre outros. Hoje 90% do comércio é de fibras tamanho médio.
A semente, utilizada para multiplicar a planta, deve apresentar um mínimo de 65% de germinação e mínimo de 96% de
pureza. O peso de 100 sementes varia de 10 a 14g.
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Botânica/Descrição:
O algodoeiro pertence ao grupo de plantas dicotiledoneas, família Malvaceae e tem como nome cientifico, Gossypium
hirsutum L.. À raça Latifolium Hutch, pertence o algodoeiro "herbáceo" e à raça Marie Galante Hutch, pertence o
algodoeiro "arbóreo". O Gossypium barbadense, var brasiliense, o Rim-de-Boi, também é enquadrado como "arbóreo".
As cultivares, (variedades), diferenciam-se quanto ao tamanho da fibra (curto, médio, longo), ciclo curto (120-140
dias); ciclo longo (150-180 dias), porte alto ou baixo, resistência ou susceptibilidade à doenças, entre outras
características.
Em países de língua inglesa o algodão é conhecido como cotton e naqueles de língua espanhola como algodon. IAC,
ITA, CNPA, SICALA, CODETEC, EPAMIG, são designações de algumas cultivares exploradas economicamente. A
cultura do algodão é conhecida como cotonicultura.
O algodoeiro é uma planta ereta, anual ou perene, dotada de raiz principal cônica, pivotante, profunda, e com pequeno
número de raízes secundárias grossas e superficiais. O caule herbáceo ou lenhoso, tem altura variável e é dotado de
ramos vegetativos (4 a 5 intraxilares, na parte de baixo), e ramos frutíferos (extraxilares, na parte superior).
As folhas são pecioladas, geralmente cordiformes, de consistência coriácea ou não e inteiras ou recortadas (3 a 9
lóbulos).
As flores são hermafroditas, axilares, isoladas ou não, cor creme nas recém-abertas (que passa a rósea e purpúreo) com
ou sem mancha purpúrea na base interna. Elas se abrem a cada 3-6 dias entre 9-10 horas da manhã. Os frutos (chamados
"maçãs" quando verdes e "capulhos" pós abertura) são capsulas de deiscência (abertura) longitudinal, com 3 a 5 lojas
cada uma, encerrando 6 a 10 sementes.
As sementes são revestidas de pêlos mais ou menos longos, de cor variável, (creme, branco, avermelhado, azul ou
verde) que são fibras (os de maior comprimento) e linter (os de menor comprimento e não são retirados pela máquina
beneficiadora – o Mocó não mostra linter).
As fibras provém das células da epiderme da semente e tem, como características comerciais, comprimento, finura,
maturidade, resistência, entre outras.
Clima/Solos:
Clima: O algodoeiro é uma planta de clima tropical; algumas cultivares podem desenvolver-se em regiões de
temperatura amena. A planta também medra em regiões semi-áridas.
Exige umidade no solo para germinação da semente, para o início do desenvolvimento da plantinha e notadamente para
o período que vai da formação dos primeiros botões florais ao início da abertura dos frutos (35 a 120 dias do ciclo de
vida); encharcamento do solo, em qualquer fase da vida, provoca avermelhamento, perda de frutos e redução da
produção. Insolação (luminosidade) é importante para a planta na maior parte do ciclo (150 a 180 dias). Muito calor +
muita luminosidade + regular umidade no solo são imprescindíveis para desenvolvimento / produção do algodoeiro.
A planta requer, em geral, os seguintes níveis:
Chuvas: precipitações anuais entre 500 mm. e 1500 mm. distribuídas ao longo do ciclo; a partir de 130 dias deve existir
tempo relativamente seco para abertura dos frutos e boa qualidade do algodão. A média mensal de temperatura deve
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estar acima de 20ºC e abaixo de 30ºC (25ºC como um possível ótimo) umidade relativa do ar em 70% e insolação em
2:500 horas luz/ano (em torno de 6,5 horas/dia como mínimo).
Solos: devem ser profundos (2m. ou acima) porosos, bem drenados, textura média, ricos em elementos minerais (N,
P2O5, K2O, MgO) e pH entre 5,5 e 6,5. O terreno deve apresentar declividade abaixo de 10% e não deve estar acima de
1.500m. de altitude.
Deve-se evitar plantios em terrenos arenosos (por fácil erosão, por baixa retenção de água e nutrientes), em solos de
recém derrubadas, nos sujeitos a encharcamento, e naqueles com lençol de água superficial.
A planta do algodoeiro é extremamente exigente em oxigênio no solo o que reforça a necessidade de solos profundos e
porosos para o seu cultivo.
Nutrição da Planta/Calagem/Adubação:
Nutrição: Os seguintes nutrientes são importantes para o algodoeiro:
Nitrogênio: (N): aquele que o algodoeiro retira em maior proporção do solo. Promove o desenvolvimento da planta,
inclusive na floração, no comprimento/resistência da fibra. Sua deficiência é mostrada por pequeno número de folhas na
planta, amarelamento (clorose) notadamente de folhas velhas, plantas com porte reduzido.
Fósforo (P2O5): concentra-se nas folhas e frutos principalmente; é responsável por boa polinização, por frutificação,
maturação e abertura dos frutos e formação/crescimento de raízes. Sua deficiência atrasa o desenvolvimento, reduz
frutificação, folhas escuras, fibras com baixa qualidade e manchas ferruginosas nos bordos da folha.
Potássio (K2O): o potássio participa direta ou indiretamente na fotossíntese e respiração, no transporte de alimentos na
planta. Aumenta tamanho das maçãs, peso do capulho e das sementes e promove qualidade das fibras do algodão.
Clorose entre as nervuras das folhas do "baixeiro" (que evolui a bronzeamento) é sinal de deficiência de potássio.
Cálcio (CaO): bastante exigido pelo algodoeiro; é importante para a utilização do N pela planta, para crescimento e
germinação da semente. Murchamento de folhas com curvatura e colapso dos pecíolos mostram a deficiência de cálcio.
Magnésio (MgO): é pouco exigido pela planta; sua deficiência é mostrada por amarelecimento entre as nervuras que
evolui para vermelho púrpura (folhas mais velhas), o que indica deficiência de magnésio.
Enxofre (S): é requerido continuadamente pelo algodoeiro; é importante para aparecimento/desenvolvimento dos botões
florais.
Como micronutrientes importantes destacam-se: boro (para flor, frutos), manganês (folhas do ponteiro), zinco (folhas
novas), molibdênio, ferro, cloro, cobre.
Calagem (correção do solo): Com antecedência hábil ao plantio (120 dias) deve-se retirar amostras de solo da área de
plantio, enviar para laboratório de solos para obtenção de resultados de análise e recomendações para aplicação de
corretivos de solo (calcários, outros) e adubos em geral. Caso haja necessidade de uso de calcário aplicar metade da
dose antes da aração e a segunda metade antes da 1ª gradagem. Se o teor de magnésio estiver acima de 1,0 meq./100cm3
não há necessidade de usar calcários magnesianos ou dolomíticos; o calcário deve ter PRNT em 80 ou acima. Calcários
dolomíticos e magnesianos fornecem cálcio e magnésio.
Adubação: O nitrogênio deve ser fornecido ao algodoeiro na ocasião do plantio e fracionado (2-3 vezes) em cobertura
até 40 dias após emergência. A planta requer grandemente o fósforo entre 30 e 50 dias, o potássio entre 30 e 50 dias e
em torno de 90 dias, o magnésio a partir de 35 dias, o enxofre em torno de 50 dias e 80 dias após a emergência.
A adubação deve seguir as recomendações da análise de solos; ela é feita no plantio – adubação de fundação ou básica –
e em coberturas – (1/3 dos 25 aos 30 dias e 2/3 aos 45 dias pós emergência). A adubação de fundação deve ser colocada
a 5cm. de profundidade e ao lado da semente; a adubação de cobertura é aplicada a uma distância de 15 a 25cm. da
planta e incorporada ao solo (cultivador).
Crê-se que 4,5 – 10 Kg/ha de bórax, 20-24 Kg/ha de sulfato de zinco aplicados ao sulco de plantio devem suprir as
necessidades do algodoeiro em boro e zinco ao longo do ciclo. O superfosfato simples e sulfato de amônio ou potássio
suprem as necessidades de enxofre.
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Cultivo do Algodoeiro Herbáceo:
O algodoeiro deve ser cultivado como parte de um programa sistemático de rotação de culturas, em glebas apropriadas
para lavouras anuais, visando obter rendimentos elevados com um mínimo de agressão ao meio ambiente.
Preparo do Solo:
A eliminação dos restos de cultura do algodoeiro deve ser feita o mais cedo possível após a safra (arranquio e destruição
com arado/grade, enxadeco arrancador ou roçadeira) para, antes de tudo, reduzir a incidência de pragas na cultura
seguinte. Palhada de outras lavouras devem ser deixadas sobre o solo na entre safra.
Deve-se evitar ao máximo o uso da grade aradora pesada na movimentação do solo; deve-se optar pelo uso inicial da
grade leve (para triturar ervas/restos de cultura) e seguido de aração (preferentemente com arado de aiveca). Essa ação
visa conservar o solo, permitir maior infiltração de água no solo e facilitar o controle de ervas daninhas. Uma ou duas
gradagens podem se seguir ( a 2ª próximo ao plantio).
A movimentação do solo deve ser feita quando os torrões quebrem-se com facilidade quando apertados entre os dedos.
Sementes/Variedades do Algodoeiro:
Uma boa semente deve apresentar poder germinativo acima de 85%, muito vigor, estar livre de impurezas e ser, se
possível, fiscalizada.
Para o plantio nas principais zonas algodoeiras da Bahia usam-se as cultivares (variedades), a saber:
CNPA 7H: com ciclo de 120-130 dias e produção entre 1.700 e 3.000 Kg/ha.
CNPA Precoce 2: ciclo cultural 90-100 dias e produção entre 1.400 e 2.600 Kg/ha.
IAC-22: ciclo de 130-140 dias produção de 2.700 Kg/ha, Delta Pine, Codetec são outras cultivares.
BRS 269 Buriti. Sendo a mais plantada. Características tecnológicas de fibra
O padrão de fibras da BRS 269 Buriti atende as exigências dos mercados interno e externo, com fibras de comprimento
médio entre 29 e 32mm, destacando-se sua excelente resistência (30 a 34 gf/tex). Apresenta rendimento de fibras entre
39,5 a 41% e micronaire entre 3,8 a 4,3. Seu índice médio de fiabilidade é entre 2300 e 2500, indicando a obtenção de
fibras e fios de alta qualidade.
Indicações técnicas de manejo da cultivar
Época de semeadura: 15 de novembro a 15 de dezembro.
Espaçamento e densidade: 0,85 a 1,0 m entre fileiras e 7 a 8 plantas/metro.
Regulador de crescimento: Iniciar aplicação com altura de planta em 0,30 m. Deve-se utilizar doses crescentes do
regulador de crescimento, necessitando-se entre 50 e 75 g (total) de regulador de crescimento (cloreto de mepiquat ou
cloreto de clormequat) para que as plantas tenham entre 1,20 a 1,30 m por ocasião da colheita.
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Algodão orgânico
Esse material desenvolvido em um sistema que fomenta a atividade biológica exige um manejo diferente do
sistema de produção convencional, pois bane o uso de agrotóxicos e produtos químicos, danosos a saúde
do solo e das pessoas. É um algodão produzido de uma forma mais artesanal, cuidadosa e que requer um
estudo maior para seu desenvolvimento. Vantagens:
Grande parte das empresas que trabalham com roupas em algodão orgânico se enquadra no Comércio
Justo, ou seja, são empresas que respeitam os direitos dos seus colaboradores, garantindo melhor
qualidade de vida a eles.
Você estará comprando a construção de uma sociedade mais justa e um planeta mais limpo e saudável
para todos, grandes alvos do consumo consciente.
Anti-alérgico e ecologicamente correto porque o algodão é produzido sem agrotóxicos e é autosustentável. (Evita a contaminação do solo e malefícios à saúde dos seres vivos – desde os animais que
têm acesso à região da plantação, próprios agricultores, até os que consomem o produto que foi cultivado
com o auxílio desses defensivos.)
Permitem que a pele respire mais, se comparados com os tecidos sintéticos, garantindo frescor.
Plantio:
O plantio na Bahia acontece entre principio de novembro e meados de dezembro. No método de plantio manual usa-se
enxada e plantadeiras manuais (tico-tico ou matraca); o espaçamento de plantio é 80cm. entre fileiras e 20cm. entre
covas com colocação de 4-5 sementes/cova a 5cm. de profundidade.
No método de plantio mecânico usa-se plantadeira puxada por animais ou tratores; recomenda-se o espaçamento de
80cm. entre fileiras. A plantadeira deve deixar cair 15 a 25 sementes por metro de linha de plantio, a uma profundidade
de 5 a 6cm.
Rotação de Culturas:
Tendo em vista benefícios ao controle da erosão a diminuição da compactação do solo ao controle de pragas entre
outras, sugere-se uma rotação de cultura composta de leguminosa – algodão – milho ou feijão – algodão – milho.
Tratos Culturais:
Desbate (raleamento): O raleamento (diminuição do número de plantas no algodoal) deve ser realizado aos 20-30 dias
após emergência ou quando as plantinhas atingirem 15-20cm. de altura; a operação a ser realizada com solo úmido,
deve deixar 2 plantinhas vigorosas por cova ou 10 plantinhas por metro de linha de plantio. Isto torna o espaçamento
80cm. x 10cm. o que proporciona população de 125 mil plantas por hectare.
Controle de ervas daninhas: A lavoura do algodoeiro não deve sofrer concorrência de ervas daninhas, notadamente nos
primeiros 60 dias após a emergência (período crítico de competição existe dos 15 aos 56 dias de vida).
O controle cultural de ervas pode ser feito pelo uso de sementes sem impurezas, época certa de plantio, número de
plantas por hectare, preparo adequado de solo, rotação de culturas, outros.
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O controle mecânico – capina – é feito manualmente com enxada (homem) ou cultivador (tração animal ou tratorizada),
tendo-se o cuidado de não se cultivar a mais de 3cm. de profundidade no solo.
O controle químico – capina química – é feita através de herbicidas. A aplicação do herbicida pode ser feita antes do
plantio (em pré-plantio ou PPI), antes da emergência (em pré-emergência ou PRE) e após a emergência do algodoeiro
(em pós-plantio ou POS); nos dois primeiros casos o solo deve estar úmido.
Apesar da aplicação do herbicida o controle de ervas pode requerer complementação com capina mecânica. Para
aplicação do herbicida o operador (homem aplicador) deve portar traje EPI e o equipamento aplicador deve estar sem
vazamentos e adequadamente calibrado.
Irrigação do Algodoeiro: A irrigação visa ofertar água para lavouras em regiões de pluviosidade irregular em níveis
adequados permitindo a planta aproveitar, em sua plenitude, fatores de produção como adubos, insolação, temperatura,
outros, que otimizam a função de produção. O aspecto irrigação tem tido especial atenção dos governos que perseguem
tecnologias que incrementem rendimentos das lavouras proporcionando boas taxas de retorno e geração de matériaprima em níveis adequados para indústrias.
A "irrigação por bacias em nível" tem sido preconizada para a cultura do algodoeiro no Nordeste brasileiro. Trata-se de
sistema de método por superfície, em área sistematizada, com água distribuída de maneira mais uniforme possível com
riscos mínimos de erosão. Na prática a água é aplicada numa das extremidades da bacia em nível e flui por gradiente
hidráulico através de sulcos de irrigação que distribuem a água por toda a área. Os sulcos são interligados nas
extremidades para melhor distribuição da água.
Reguladores de Crescimento/Desfolhantes/Maturadores:
Fim de ciclo, plantas acima de 1,5m. de altura, algodoal bem fechado dificulta uma série de ações na cultura (colheita
mecanizada, controle de pragas) além de determinar sombreamento das partes mais baixas da planta, apodrecimento de
maçãs, entre outras. Para evitar tais problemas recomenda-se a aplicação de reguladores de crescimento - tais como
cloreto de chlormequat e cloreto de mepiquat, na dose de 0,5 a 1,0l./hectare - quando o algodoeiro, na floração (50 a 70
dias), ultrapassar a 1,0m. de altura com 8 a 10 flores abrindo por 10m. de linha de fileira.
Os desfolhantes podem ser específicos (produzem queda da folha antes dela secar) e herbicidas (causam morte da folha
que permanece ligada à planta). Os desfolhantes etephon, dimethipin thidiazuron, outros devem ser aplicados quando 60
a 70% dos capulhos já estiverem abertos e sua ação dá-se em 8 a 15 dias. O desfolha apressa a maturação do fruto e
abertura dos capulhos o que facilita a colheita, dá-lhe maior rendimento com produto mais limpo e facilita o controle de
pragas. Plantas que foram desfolhadas devem ser colhidas de imediato. Em grandes áreas o desfolhante é aplicado de
modo escalonado.
O dessecante (glifosate, paraquat) provoca o secamento da folha sem sua queda, o que resulta em produtos colhidos
com alto grau de impureza.
Os maturadores (etephon + cyclanilide) devem ser aplicados quando 90% dos capulhos estiverem abertos. O alvo único
é o fruto, acelerando sua maturação e abertura. A mistura maturadora pode conter entre 720 a 1200g. de ethephon + 90
a 150g. de cyclanilide.
Controle de Pragas e Doenças:
Entre as pragas mais freqüentes e importantes estão a broca-da-haste, o bicudo, curuquerê, lagarta-da-maçã, lagarta
rosada, mosca
branca, ácaros. Dentre as doenças destacam-se a ramulose, mosaico comum, antracnose, tombamento das plantinhas.
A estratégia de controle passa por:
Controle biológico: traduz-se em ação de parasitas, predadores (comem) ou causadores de enfermidades nas pragas
reduzindo sua população. É um controle natural feito por insetos (joaninhas, bicho-lixeiro, besouro calosoma,
percevejos, vespas, tesourinhas), por aranhas (caranguejeira, de teias), por microorganismo (fungos, bactérias).
Controle cultural: é a manipulação de diversas práticas de cultivo que visa tornar o agroecossistema desfavorável ao
desenvolvimento da praga e favorável a seus inimigos naturais. Entre algumas práticas cita-se extensas áreas com data
de plantio uniforme, períodos livres do plantio de algodão, destruição de botões florais, maçãs e hospedeiros
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alternativos, destruição antecipada e uniforme de restos de cultura, uso de culturas, armadilhas e rotação de culturas.
Além disso utilização de cultivares de ciclo curto.
Controle químico: Deve ser efetuado quando necessário ou seja, quando a incidência de pragas atingirem o nível de
dano econômico. A aplicação do defensivo está presa a uma série de necessidades que, satisfeitas, tornarão a prática
eficiente mantendo a praga sob controle. Entre elas, características do agroquímico (efetividade, seletividade,
toxicidade, poder residual, carência, método de aplicação, formulação, preço), características do equipamento aplicador
(bicos, estado geral, tamanho da área a tratar, calibragem, treinamento do operador). Modernamente adota-se o MIP –
Manejo Integral de Pragas que se baseia em amostragens periódicas de pragas na cultura que definirão a estratégia
correta a ser aplicada para controlar uma praga.
Manejo de Pragas e Doenças:
O manejo inclui o conhecimento das pragas, dos seus inimigos naturais e das doenças que prejudicam o
desenvolvimento da cultura.
Como técnica indispensável para determinação do momento certo da aplicação do produto químico (veneno) utiliza-se
da amostragem de pragas.
Amostragem para principais pragas:
O percurso para amostragem deve ser em espiral na lavoura; faz-se primeiro a área das bordaduras e depois o interior da
cultura. O caminhamento é feito zigue-zague.
Nas propriedades pequenas o talhão a amostrar deve ter até 10ha e o número de plantas observadas deve ser 50. Nas
áreas irrigadas (pivô central), propriedades médias e grande talhões, de 10 a 60 ha faz-se com 50 a 100 plantas
observadas.
Ácaros vermelho e rajado: observar face inferior das folhas; período crítico do ataque vai do aparecimento dos botões
florais ao primeiro capulho. Iniciar aplicações quando 40% das plantas estejam atacadas (em reboleiras).
Ácaro branco: observar folhas do ponteiro; período crítico da formação das maçãs ao aparecimento dos capulhos.
Iniciar aplicações com 40% das folhas atacadas
Bicudo:
observar botões florais e maçãs; período crítico do
aparecimento do botão floral ao primeiro capulho. Iniciar aplicações quando 10% das plantas mostrarem botões
atacados (oviposição e alimentação), do inseto.
Curuquerê:
observar face inferior das folhas; período crítico da emergência da
planta ao aparecimento do primeiro capulho. Iniciar aplicações quando forem encontradas 2 lagartas por planta (média)
observada ou desfolhamento de até 10% no terço superior da planta.
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Lagarta-da-maçã:
observar botões florais e frutos; período crítico do
aparecimento de botões florais até o primeiro capulho. Iniciar aplicações quando houver uma lagarta em 13% das
plantas amostradas (6 plantas/50).
Lagarta-rosada:
observação de flores e frutos; período crítico do
aparecimento da 1ª maçã firme até o primeiro capulho. Iniciar aplicações quando se encontrar 5 plantas de maçãs firmes
atacadas (10%) por 50 plantas observadas).
Lagarta militar (Spodoptera):
observar caule, folhas, botões florais e maçãs; iniciar as
aplicações quando se notar a presença de 7 a 8 plantas com lagartas (15%) das 50 observadas. A partir de 70 dias pós
emergência só aplicar piretroides.
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Pulgões:
observar folhas novas, botões e gemas e capulhos; período
crítico da emergência da planta ao aparecimento do 1º capulho. Quando houver 35 das 50 plantas atacadas (70%),
iniciar as aplicações.
Tripes:
observar folhas do topo da planta; período crítico da
emergência da planta até 20 dias após. Iniciar aplicação quando encontrados 70% das plantas observadas com 6 tripes
em cada.
Broca-da-raiz: observar o colo da planta; período crítico entre 10 e 40 dias pós emergência. Controle efetuado pelo
tratamento de sementes com inseticidas ou aplicações contra infestações com 20 a 30 dias de vida da planta.
Pragas / Controle:
De ordinário diz-se que broca-da-raiz, tripes e pulgões, curuquerê são pragas iniciais e ácaros, bicudo, lagartas, das
maçãs e rosada, percevejos, são pragas tardias.
Broca-da-raiz: Eutinobothrus brasiliensis (Hambledon, 1937), Coleoptera, Curculionidae.
O adulto é besouro de cor preta, com 3 a 5mm. de comprimento, aparelho bucal em forma de tromba; o jovem é uma
lagarta branca ou amarelada (até parda). A fêmea adulta coloca ovos ovais branco-amarelados no caule; deles saem
lagartas que penetram no caule, abrem galerias em todas as direções, na região entre o caule e a raiz, em geral. Isto
provoca murchamento e até morte do algodoeiro.
O controle é feito preventivamente pelo tratamento das sementes com inseticidas à base de Carbofuran (Diafuran 50,
Furadan 50) na dosagem de 30 a 40g. do produto comercial para misturar a cada 100Kg de sementes. Em caso de
infestação aos 20 dias de vida da planta, pulverizar com produtos à base de paratiom metil (Folidol 600) na dosagem de
0,5l. do produto por hectare (visar caule e colo da planta).
Pulgões:
Pulgão do algodoeiro: Aphis gossypii (Glover, 1876)
Pulgão verde: Myzus persicae (Sulzer, 1776) – Homoptera, Aphididae
Insetos pequenos, com corpo mole ovalado com 1,3mm. de comprimento, cor verde - limão (Aphis) e verde a verdeamarelada até marmoreada (Myzus). Reproduzem-se (parição) nas regiões quentes sem concurso de machos. Vivem em
colônias sugando a seiva das folhas (face inferior) novas e brotos expoliando o algodoeiro; ataques severos causam
encarquilhamento da folha e até "mela" (por substância doce excretada pela praga que danifica capulhos e atrai
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formigas pretas). Quando a população excede a capacidade do órgão da planta em alimentar a colônia, surgem adultos
alados que voam para outras folhas ou plantas para iniciar colônias. O ataque de pulgão pode determinar prejuízos de
até 44% à lavoura do algodoeiro. Alta temperatura e umidade relativa do ar associada à estiagem favorecem o
desenvolvimento dos pulgões.
O controle do pulgão pode ser feito, parcialmente, por seus inimigos naturais – joaninhas, bicho-lixeiro, mosca sirfideo,
entre eles – e via aplicação de produtos agroquímicos (inseticidas) a partir das épocas determinadas pela amostragens,
com os defensivos químicos abaixo:
Pirimicarb (Pirimor 500) – (500 gramas/hectare)
Thiomethon (Ekatim 250 CE) – 0,3 a 0,5 l./hectare)
Monocrotofos (Azodrin 400S) – 1,5 l./hectare
Curuquerê : Alabama argillacea (Hubner, 1823), Lepidoptera, Noctuidae.
Também se hospeda no mate. O adulto é mariposa cor marrom-avermelhada, com duas manchas circulares no centro
das asas anteriores. A lagarta é do tipo mede-palmos, com cores variadas (verde ao preto), podendo atingir 35 a 40 mm.
de comprimento (madura) e a pupa é de cor castanha e encontrada enrolada em folha. Com hábitos noturnos a mariposa
fêmea põe ovos circulares e achatados verde-azulados embaixo das folhas. O ataque começa pela parte superior do
algodoeiro e as lagartas, vorazes, consomem a área foliar completamente. Lagartas foram encontradas consumindo as
primeiras folhas (cotilédones) logo após a emergência do algodoeiro.
O controle do curuquerê é feito, em parte, por inimigos naturais (percevejos, aranhas, vespas, outros) e por aplicação de
defensivos agroquímicos lagarticidas como:
Bacillus thuringiensis (Dipel 32 PM, ou Thuricide) – 0,5 Kg/hectare
Diflubenzuron (Dimilin 250 PM) – 50 a 60 gramas/hectare
Endosulfan (Thiodan 35 CE) – 1,2 a 1,5 litro/hectare.
Bicudo: Anthonomus grandis (Boheman, 1843), Coleoptera, Curculionidae.
Adulto é besouro acinzentado ou castanho, com 4 a 9 mm de comprimento e 7 mm de envergadura, aparelho bucal em
forma de tromba, tipo mastigador; a forma jovem é lagarta sem patas, cor branca ou creme que vive dentro de botões e
maçãs e lá passa a pupa (creme ou branca) donde surge o adulto.
A fêmea adulta deposita ovos esféricos, branco-amarelados, dentro dos botões florais ou em maçãs pequenas, onde as
lagartas se alimentam.
Após o ataque os botões tornam-se amarelos, as brácteas (folhas modificadas) abrem-se e os botões caem no solo; há
destruição da fibra e das sementes nas maçãs atacadas.
As medidas de controle preconizadas são:
Culturais: destruição de restos culturais do algodoeiro (o mais cedo possível pós colheita), catação de botões florais
atacados e caídos ao solo ( operação diária com queima do material), plantio uniforme (no máximo dentro de uma
semana), plantio-isca (algumas ruas de algodoeiro, antes do plantio, para atrair o inseto adulto).
Em parte o bicudo pode ser controlado por inimigos naturais – como a formiga preta grande - e por aplicação de
agroquímicos inseticidas como:
Carbaryl (Sevin 850 PM) – 1,6 Kg/hectare
Endosulfan (Thiodan 35 CE) – 2,0 litros/hectare
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Betacyfluthrin (Buldock 125 SC) – 100 ml./hectare
Deltametrina (Decis 50 SC) – 200 ml./hectare
Lagarta-da-maçã: Heliothis virescens (Fabricius, 1871) Lepidoptera, Noctuidae.
Adulto é mariposa de cor verde pálido a amarelada com 3 listras cor castanha distribuídas nas asas e tem hábitos
noturnos. O jovem é lagarta verde com pontuações no corpo e mede de 16 a 25mm. quando madura (a larva pode tomar
cor avermelhada por vezes).
A fêmea adulta põe ovos semi-esféricos estriados e de cor branco-brilhante, nos ponteiros da planta (preferencialmente)
e também em brácteas dos botões florais e em folhas laterais novas. As lagartas podem ser encontradas nos botões
florais, nos ponteiros e em maçãs pequenas e grandes.
A lagarta perfura botões florais e maçãs e alimenta-se da parte interna; ela pode penetrar parcial ou totalmente. O
controle da lagarta é feito pela aplicação de:
Bacillus thuringiensis (Dipel 32 PM, Thuricide) – 0,5Kg/hectare
Endosulfan (Endosulfan CE, Thiodan CE) – 1,5 – 2,5l./hectare
OBS.: há casos de se encontrar a lagarta da espiga do milho (Heliothis zea) ou a lagarta do cartucho do milho
(Spodoptera frugiperda) atacando botões florais e maçãs do algodoeiro.
Lagarta rosada: Pectinophora gossypiela (Saunders, 1844) Lepidoptera, Gelechiidae.
Adulto é mariposa com 18-20mm. de comprimento, asas anteriores pardo-claras, corpo com 10 a 13mm. de
comprimento, cor creme clara com dorso púrpureo. A pupação faz-se no solo.
As fêmeas põem ovos entre as diferentes estruturas da flor e das maçãs. As lagartas rosadas são encontradas no interior
dos botões florais, de flores (flor rosetada), e de maçãs alimentando-se das estruturas e das sementes. A flor rosetada
não se abre e é sinal da presença da lagarta rosada.
Os danos são destruição de flores, fibras manchadas ou destruídas, sementes parcial ou totalmente destruídas, maçãs
amadurecem precocemente sem abrir-se. O controle da lagarta rosada pode ser feito parcialmente por inimigos naturais
– vespas predadoras e parasitas – e por aplicação de defensivos químicos agrícolas, à saber:
Carbaryl (Carbaryl 850 PM, Sevin 850 PM) – 1,5Kg/ha.
Deltametrina (Decis 25 CE) – 300cc./hectare
Lambdacyhalotrina (Karate 50 CE) – 250cc./hectare
Lagarta militar: Spodoptera frugiperda (J.E.Smith, 1797) Lepidoptera, Noctuidae.
Adulto é mariposa com 25mm. de comprimento, 35mm. de envergadura; asas anteriores acinzentado-escuras e asas
posteriores claras, esbranquiçadas, corpo acinzentado.
Lagarta madura atinge 35 a 50mm. de comprimento cor de verde-claro a pardacento, escura com 5 estrias longitudinais
escuras e cabeça preta com 3 estrias claras que formam Y invertido.
A fêmea adulta, com hábitos noturnos, põe ovos em camadas superpostas em ambas as faces da folha. Saídas do ovo as
lagartas passam a se alimentar do caule, folha, botões florais e maçãs. São terrivelmente vorazes. Para pupar a lagarta
abandona a planta e enterra-se no solo (de 1 a 5cm.). Uma fêmea pode pôr 1000 ovos em 12 dias de longevidade.
Lagartas iniciam o ataque à partir da parte mediana da planta subindo até o ponteiro. Controla-se esta lagarta pela
aplicações dos agroquímicos a saber:
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Endosulfan (Thiodan 35 CE) – 1,5 – 2,5l./hectare
Triclorfon (Dipterex 500) – 1,5l./hectare
Cloropirifós (Lorsban 480 CE) – 1,0l./hectare
Triazophós (Hostathion 400 CE) – 0,5l./hectare
Paration metil (Folidol 600) – 450-675cc./hectare
Mosca branca: Bemisia argentifolii (Bellows e Perrina) Bemisia tabaci (Gennaduis, 1889), Homoptera, Aleyrodidae.
Adulto é inseto com 1,5mm. de comprimento, olhos vermelhos, antenas longas, 2 pares de asas membranosas brancas,
vivem em colônias na parte inferior da folha. Inseto sugador de seiva, transmite várias viroses à planta e é capaz de
reduzir a produção em mais de 50%. Jovem – ninfas – são quase imóveis. Adulto vive 18 dias e ninfas 15 a 30 dias.
Como medidas de controle destruir restos da cultura, fazer barreiras quebra-vento no algodoal (com milho ou sorgo
forrageiro), evitar plantar algodão próximo à melancia, soja, melão, feijão e fumo, plantar na mesma época que outros
produtores. O controle químico indica os seguintes produtos:
Endosulfan (Thiodan 35 CE) – 1,5l./hectare
Imidacloprid (Confidor 700) – 360g./hectare
Triazophos (Hostathion 400 CE) – 1,0l.hectare.
Ácaros:
Ácaro banco: Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) Tarsonemidae
Ácaro rosado: Tetranychus urticae (Koch, 1836) Tetranychidae
Ácaro vermelho: Tetranychus ludeni (Zacher, 1913) Tetranychidae.
Branco: fêmeas com 0,2mm. de comprimento, cor branca a amarelo – brilhante, ovos com 0,1mm. de diâmetro, cor
pérola. Ciclo de 5 a 7 dias (a 27ºC). Tem preferência pelas folhas do ponteiro onde põe os ovos. Danos aparecem nas
folhas dos ponteiros que mostram face inferior brilhante e margens voltadas para cima e depois ficam espessas e
coriáceas tornando-se quebradiças. Sob ataques intensos os caules tomam forma de S. Hospeda-se, também, na
batatinha, laranjeira, mamoeiro, dália. Alimentam-se sugando a seiva da s folhas.
Rajado: hospeda-se também no cuchuzeiro, feijoeiro, mamoeiro, roseira. As fêmeas possuem coloração esverdeada com
duas manchas escuras de cada lado do dorso; elas medem 0,5mm. de comprimento e tem corpo ovalado. Vivem em
colônias na página inferior da folha tecendo grandes quantidades de teias onde são colocados ovos esféricos e
esbranquiçados. Os danos caracterizam-se pelo aparecimento de pequenas manchas avermelhadas entre as nervuras que
se juntam, tomam toda a folha que seca e cai. Sugam a seiva das folhas.
Vermelho: as formas ativas apresentam cor vermelha – intensa, fêmeas com 0,43mm. de comprimento, corpo ovalado.
Localizam-se na parte inferior da folha onde formam colônias, recobrindo-a com teias onde põem os ovos arredondados
e avermelhados. Sugam a seiva das folhas. Hospedam-se, também, no feijoeiro, no girassol.
O controle dos ácaros é feito por inimigos naturais – ácaros predadores, percevejos, bicho lixeiro – e por aplicações de
agroquímicos defensivos agrícolas acaricidas ou inseticidas-acaricidas tais como:
Para o branco:
Abamectin (Vertimec 18 CE) – 0,3l./hectare
Propargite (Omite 720 CE) – 1,5l./hectare
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Endosulfan (Thiodan 350 CE) – 1,5l./hectare
Para rajado e vermelho:
Abamectin (Vertimec 18 CE) – 0,6l./hectare
Propargite (Omite 720 CE) – 1,5l./hectare
Tetradifon (Tedion 80 CE) – 3,0l./hectare
Outras pragas:
Tripes – picam partes novas para sugar a seiva
Percevejos (rajado e manchador) – danificam botões, brotos e maçãs
Besouro amarelo – depreda a folhagem
Lagarta elasmo – broqueia o caule
Percevejo castanho – suga a seiva das raízes
Formigas saúvas – cortam folhas
Ácaro verde – suga a seiva das folhas
Doenças / Controle: As principais doenças do algodoeiro são:
Ramulose ou superbrotamento
Antracnose
Mosaico comum
Tombamento das plantinhas
Ramulose: Doença dos vasos do algodoeiro causada pelo fungo Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides, A. S.
Costa. Tem importância econômica podendo ocasionar redução em 80% da produção (segundo a cultivar, época do
plantio, susceptibilidade da planta). Temperatura elevada e chuvas intensas são favoráveis ao desenvolvimento do
fungo.
Os sintomas iniciam-se pelo aparecimento de manchas de forma estrelada e cor pardo-escuro nas folhas novas do
ponteiro que, com o passar do tempo, tornam-se furos nos limbos foliares. Há redução dos internódios perto do
ponteiro, manchas necrosadas no caule e hastes e superbrotamento no ponteiro com redução do porte da planta. Para o
controle recomenda-se:
Queima dos restos de cultura, rotação de cultura por 3 anos; não plantar algodão em área vizinha de cultura
contaminada no ano anterior.
Uso de cultivares resistentes a doença tais como Deltapine 90, CNPA ITA 97, Sicala 34, CNPA Itamarati 90, CS 50.
Uso de sementes sadias para o plantio.
Tombamento: O tombamento está associado à vários fungos sendo os mais freqüentes Colletotrichum gossypii,
Rhizoctonia solani e Fusarium spp. Ocorre mais em condições de alta umidade no solo nos primeiros 20 dias após a
emergência da plantinha. Baixas temperaturas agravam os efeitos da doença. O principal sintoma é o escurecimento da
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haste logo abaixo do colo das plantinhas seguido de tombamento e morte. Esta doença causa falhas na população de
plantas comprometendo o rendimento da cultura.
O controle deve ser preventivo através do conjunto:
Uso de sementes com boa germinação e vigor
Bom preparo do solo
Distribuição uniforme das sementes no sulcos cobertos com pouca terra
Tratamento químico da semente em pré - plantio, com produtos à base de benomyl (Benlate), ou benomyl + thiram
(Benlate + Rhodiauram) ou carboxin + thiram + PCNB
Antracnose: Doença causada pelo fungo Colletotrichum gossypii Southi worth, ocorre em todas as regiões produtoras,
ataca todas as partes da planta podendo aparecer nos cotilédones e caule das plantulas recém – emergidas que podem
morrer. A doença aparece nos cotilédones sob forma de pequenas lesões que servem de foco da doença para estádios
mais avançados do desenvolvimento do algodoeiro. A lesão é mancha deprimida avermelhada. Nas maçãs a lesão
começa sob forma de pequenas manchas de coloração escura e arroxeada; elas aumentam de tamanho cobrindo grande
parte da maçã. Em condições favoráveis e temperatura moderada as lesões cobrem-se de massa de esporos
(frutificações) úmida, pastosa e cor rósea. Mesmo com pouca extensão externa da lesão o fungo penetra a maçã, causa
deterioração da parte interna, e fibra e sementes podem ser destruídas. Quando não há destruição total da fibra a maçã
amadurece e abre, mostrando fibra compacta, descolorida e coberta com massa rosa de esporos.
O fungo é transmitido pelas sementes (interna e externamente) podendo causar tombamento em pré e em pós
emergência.
O método mais importante de controle é o tratamento prévio de sementes com fungicidas dos grupos do benzimidazois
(Benlate) e dos tolyfluanid (Euparen).
Utilização de sementes sadias para o plantio
Rotação de culturas e destruição de restos de culturas
Mosaico comum: Doença causada pelo AbMV (vírus) e pode ser encontrada em todas as regiões produtoras e sua
incidência pode chegar a 50%.
Manchas alternadas de coloração diferente (mosaico) são caracterizadas por manchas amarelas (cor gema-de-ovo). Com
maturação da planta a coloração amarela fica mais clara e os sintomas menos evidentes. Em alguns aparece coloração
avermelhada. Segundo o estado de desenvolvimento a planta pode apresentar nanismo e torna-se parcial ou totalmente
estéril. O vírus é transmitido pela mosca branca (Bemisia tabaci e B. argentifolii).
Controle:
Eliminar plantas doentes, no desbaste.
Eliminar ao máximo, malváceas nativas em torno do futuro campo do algodoeiro
Usar cultivares resistentes como CNPA Precoce 2, CNPA 7H e IAC 22.
Nematóides: Vermes microscópicos que atacam plantas e se alimentam, principalmente, das raízes.
Espécies dos gêneros Rotylenchulus, Belonolaimus, Pratylenchus, Trichodorus, outras, atacam o algodoeiro; o mais
importante é o nematoide de galhas ( Meloidogyne incognita (Kofoid/White) Chitwood. Causa danos por alimentar-se
da planta bem como por abrir caminho para a penetração de fungos (Fusarium) nas plantas.
Galhas (entumescencias) na raiz é o sintoma característico do ataque do nematoide. A doença pode determinar murcha
nas horas quentes do dia e morte em época de seca. As plantas atacadas aparecem em reboleira.
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O controle mais eficiente é o uso de variedades (cultivares) resistentes; rotação de culturas diminui a população de
nematoides no solo.
Outras doenças do algodoeiro:
Doenças por vírus:
Mosaico das nervuras: amarelecimento ao longo da nervura
Vermelhão: áreas vermelhas ou roxas nas folhas baixeiras
Mosaico tardio: mosaico de áreas verde-claras e normais
Murchamento avermelhado: folhas dobram-se para baixo, com cor bronzeada que evolui para vermelho.
Doenças por fungos:
Murcha de Fusarium: escurecimento de feixes vasculares, clorose nas folhas, necrose nas bordas
Murcha de Verticillium: semelhante a anterior, em reboleiras
Mancha de Alternaria: manchas de até 1 cm, cor marrom nas folhas cobrindo-as.
Mancha de Stemphylium: manchas marrom-escuras à negras nas folhas
Podridão das maçãs: de vários fungos
Doenças por bactérias:
Mancha angular: lesões aquosas com bordas em ângulos nas folhas
Aplicação de agroquímicos ao algodoal:
O agroquímico – acaricida, fungicida, herbicida ou inseticida – encontrado no comércio sob diversas formulações
(estado físico), tais como concentrado emulsionável (CE), solução (S,SC), pó molhável (PM ou M) necessita, para
chegar ao solo ou a planta, de um veículo que é, de ordinário, a água;
(agroquímico + água constituem a calda defensiva). A quantidade total da calda (volume) aplicada num hectare deve
conter a quantidade do agroquímico (dose, dosagem) preconizado pelo fabricante para controlar a erva, a praga ou
doença. A água deve ter boa qualidade, ser limpa e conter uma quantidade mínima de sais. Ideal seria água de chuva.
Para misturar água e agroquímico dilui-se o produto comercial vagarosamente em pequena quantidade de água
-pré-mistura – que depois é adicionada lentamente, ao tanque do aplicador, já com a metade de sua capacidade cheia
com água.
Para manipular o agroquímico bem como a calda defensiva deve-se usar equipamento de proteção – EPI (óculos,
respirador, luvas, botas, macacão, outros) -, deve-se ler com cuidado o rótulo (princípio ativo, dosagem, volume de
calda, cuidados gerais, organismo a controlar) da embalagem do químico e usar recipientes destinados somente para
"venenos".
A aplicação do agroquímico pode ser feita com pulverizadores (costal manual, costal motorizado, tratorizado de barra),
atomizadores (baixo e ultra baixo volume) e aviões; sabendo-se o volume de calda a aplicar deve-se calibrar o
equipamento para a aplicação daquele volume, uniformemente, na área prevista.
O solo ou planta a serem tratados pelo agroquímico constituem-se em superfície-alvo da aplicação. Bocais
(atomizadores e costal motorizado) bicos (costal manual e barras) e micronair e bicos (aviões) são órgãos do aplicador
que se encarregam de produzir gotas. Para aplicação de herbicidas, formicidas, em áreas do solo, deve-se utilizar de
gotas grandes (bicos leques e de deflexão) que induzem deposição de volumes entre 400l. e 500 l. de calda/hectare. Para
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aplicação de fungicidas e herbicidas às plantas usa-se gotas pequenas (bicos cone) que permitem aplicações de volumes
de 300l. a 400 l./hectare (fungicidas) e 200 – 300l. por hectare (inseticidas, acaricidas). Em casos especiais – lavouras
de batatinha, de abacaxi e algumas fruteiras – o volume varia de 800 a 2.000 litros de calda por hectare.
Para aplicação do agroquímico deve-se atentar para:
Leitura criteriosa da bula da embalagem do agroquímico.
Usar EPI – Equipamento de Proteção Individual.
Preparar a pré-calda e adicioná-la, lentamente, ao tanque.
Não fumar, beber ou comer durante a aplicação; Tomar banho frio e lavar equipamento de proteção longe de aguadas,
tanques, outros, pós aplicação.
Não efetuar aplicações perto de matas, rios, aguadas, instalações de animais, depósitos.
Calibrar o equipamento aplicador e evitar mal funcionamento e vazamentos.
Não aplicar agroquímico, contra o vento, em horas quentes do dia (ideal à tardinha), com ar seco, com chuvas.
Não usar a boca para desentupir bicos ou bocais e sim palito de madeira.
Pós aplicação lavar equipamento com água/óleo diesel, efetuar tríplice lavagem da embalagem vazia do agroquímico e
destruí-la.
Sobras do químico devem ter embalagem bem fechada e serem armazenadas longe de alimentos, de crianças, de
animais, em lugar fresco, seco e com pouca luz.
Colheita / Armazenamento:
Por exigir atenção constante ao longo do seu desenvolvimento (mão-de-obra e capital) maiores cuidados com o
algodoeiro devem ser alocados à colheita e armazenamento. Como a destinação principal do algodão é a indústria têxtil
a qualidade da fibra é de fundamental importância e também depende da colheita.
A ocorrência de sujeira – notadamente fios de sisal, ráfia, náilon e plásticos, penas de aves (já no armazenamento) contamina o algodão, deprecia sua qualidade e induz mau conceito junto a consumidores.
O algodão deve ser colhido em sacos de algodão; no ato da colheita separar o algodão mais limpo do produto sujo;
nessa ocasião separar gasulos, carimãs, frutos verdes, entre outros.
A colheita, iniciada em até 130 dias de ciclo, pode ser manual ou mecânica.
Colheita manual: Própria para algodoais em áreas pequenas com exploração quase familiar. Deve-se evitar o que se
chama "rapa" isto é, colheita misturando o algodão baixeiro com o algodão do ponteiro da planta o que produz tipos 6 e
7 (inferiores). Um apanhador (colhedor) pode colher 3 a 6 arrobas/dia.
A colheita deve ser iniciada quando 60% dos capulhos estiverem abertos. É de bom alvitre conscientizar os apanhadores
acerca da importância da colheita.
A medida que o algodão é colhido deve ser entregue à usinas de beneficiamento (evita-se riscos de incêndio,
fermentação, contaminação).
Colheita mecânica: ( Colhedeiras do tipo Picker de 2 a 5 fileiras). De alto rendimento é de menor custo que a manual;
em lavouras bem conduzidas tecnicamente e com bom rendimento um equipamento colhedor pode colher de 3 a 5ha/dia
de trabalho (colhendo 2 filas). O algodão colhido (tipo 5) passa a tipo 4. Para a colheita mecânica a declividade do
terreno deve estar abaixo de 8%, não devem existir obstáculos no terreno, tocos, pedras, buracos, deve haver satisfação
às exigências da colheita mecânica (cultivar, população de plantas, controle de ervas, entre outros), teor de umidade de
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7 a 12% (colher em horas quentes do dia) , operadores capacitados, a cultura deve estar no limpo, desfolhada e
uniforme. Perdas admitidas em até 10%. Velocidade de trabalho em 3,5 km/h.
Rendimentos podem variar de 1.500kg a 2.500kg/ha em condições de sequeiro; em trabalhos experimentais já se
conseguiu 4.500kg/ha (Bahia) em condição de lavouras irrigadas.
Caso haja necessidade de armazenamento antes da comercialização o local deve estar seco, ventilado, limpo, protegido
da umidade e do fogo.
Beneficiamento do Algodão:
Para que as máquinas de beneficiamento operem com maior eficiência e para obter fibra e semente de boa qualidade é
recomendado que o algodão em caroço, ao entrar na usina, apresente as seguintes características:
Umidade do algodão em torno de 7% (6,5 a 8%)....
Sem excesso de impurezas (detritos da cultura, brácteas, barbantes, penas de aves, amarrios, arames, terra)...
Isenção de pragas e doenças
Grau de maturidade ideal (verificado em laboratório)
Algodão proveniente de cultivares apropriadas para a colheita mecânica.
Fases do beneficiamento: O beneficiamento é dividido em 3 etapas:
Preparatória: recepção, qualificação, armazenamento temporário.
Limpeza e descaroçamento: separação da fibra da semente
Complementar: prensagem, enfardamento e armazenamento da fibra.
Fibra/Fio de Algodão:
Fecundada a flor do algodoeiro a fibra de algodão desenvolve-se na epiderme (parede mais externa) da semente. Cada
fibra é formada por uma célula simples dessa epiderme que se alonga ( 1mm./dia) até o seu tamanho final (segundo
cultivar e condições edafoclimáticas).
Cada semente (G. hirsutum) pode conter de 7.000g. a 15.000 fibras individuais. O crescimento pode variar de 50 a 75
dias (da fecundação à abertura das maçãs).
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Da sua superfície à parte mais interna a fibra pode conter cêras, gomas, óleos, cutícula, celulose, proteínas, glicose,
ácidos málico, cítrico, outros.
Para produzir o fio de algodão a fibra deve apresentar comprimento necessário, uniformidade, resistência, finura, pureza
(limpeza).
Comprimento: fibras inferiores (abaixo de 22mm.), fibras curtas (22-28mm.), fibras médias (28-34mm.), e fibras longas
(acima de 34mm.).
O G. hirsutum produz fibras médias e curtas e o G. barbadense fibras médias e longas.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EMBRAPA – CNPA – Campina Grande – Pb.

Caracterização de Sistema e Tecnologias de Cultivo para a Cotonicultura Herbácea com Ênfase para o Norte
de Minas Gerais – Documentos 55 – 1997

Cultura do Algodoeiro no Estado do Mato Grosso
Circular Técnica n.º 23 – ISSN 0100 – 6460 - Janeiro, 1997

Algodão – Informações Técnicas
Circular Técnica n.º 7 – ISSN 0104 – 7191 - Novembro, 1998

Situação da Cultura do Algodão no Brasil – Uma breve abordagem geral
ISSN 01030 – 0209 0 Documentos 53 – 1997

Conheça os insetos da sua lavoura de algodão
Documento 3 / 3ª Edição 1992

Irrigação por bacias em nível na cultura do algodoeiro
Circular Técnica n.º 26 – ISSN 0100-6460
Outubro, 1997
EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO

Manual de Manejo Cultural do Algodoeiro
Palmas de Monte Alto – 1998
EDITORA ABRIL - Guia Rural Plantar
São Paulo, 1992
SEAGRI / AIBA / Banco do Nordeste / IMIC / CREDICOOGRAP

Revista Negócios Agrícolas – Ano II N.º XI
Outubro, 1999
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21
FONTES DE CONSULTAS::
Escritórios Regionais da EBDA em:
Caetité,
Bom Jesus da Lapa,
Barreiras.
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22
Cultura – Mamoneira
Mamona – Rícinus communis
Classe Dicotiledoneae – Família Euforbiaceae
Aspectos Gerais:
A mamoneira parece ter, na Etiópia (África), o seu centro de origem. No mundo sementes foram encontradas nas
tumbas de antigos egípcios e hoje a planta parece ser importante para Israel (que lidera produção de sementes híbridas).
Foi introduzida no Novo Mundo pelos escravos.
O Brasil já foi maior produtor mundial de mamona (573 mil toneladas em 1974) e maior exportador do seu óleo (há
algumas décadas); em 1996 a produção nacional foi de 122 mil toneladas. No Nordeste semi-árido brasileiro concentrase a produção nacional (80%). Na Bahia a cultura da mamoneira - ricinocultura - é importante para as regiões agrícolas
de Irecê, Jacobina, Itaberaba, Senhor do Bonfim, Seabra, Brumado.
Usos da Mamoneira:
A cultura da mamoneira é de grande importância para a economia de semi-árido do Nordeste por ser resistente à seca,
ser fixadora de mão-de-obra bem como geradora de emprego e de matéria prima.
Os restos culturais do mamoneira podem devolver ao solo 20t. de biomassa; as folhas podem servir de alimento para o
bicho-da-seda. A haste (caule) pode fornecer celulose para fabricação de papel além de ser matéria-prima para a
fabricação de tecidos grosseiros. Da semente extrai-se óleo - óleo de rícino tido como dos mais versáteis - que é produto
renovável e barato tendo mais de 400 aplicações industriais. Resultante do esmagamento da semente a torta de mamona
tem uso agrícola por certa riqueza em nitrogênio.
Importância econômica
As aplicações do óleo são inúmeras. O uso mais importante, em termos quantitativos, é na fabricação de tintas, vernizes,
cosméticos e sabões. É também importante na produção de plásticos e de fibras sintéticas. Deve-se mencionar que as
fibras em cujas composições entra o óleo de mamona são atóxicas e antialérgicas e apresentam grande resistência a
corrosão; destaca-se, também, o uso deste óleo como lubrificante "Pelas características exclusivas de queimar sem
deixar resíduos e de suportar altas temperaturas sem perder a viscosidade (no que supera os óleos derivados de petróleo)
é o óleo ideal para motores de alta rotação: usam-no, apenas para exemplificar, os foguetes espaciais e os sistemas de
freios dos automóveis" (Coelho, 1979).
O óleo de mamona é também utilizado em outros processos industriais: na fabricação de corantes, anilinas,
desinfetantes, germicidas, óleos lubrificantes de baixa temperatura, colas e aderentes; serve de base para fungicidas,
inseticidas, tintas de impressão, vernizes, nylon e matéria plástica.
Outro uso do óleo de mamona é na produção de biocombustível. O Programa Nacional do Biodiesel que dispõe sobre a
introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, deverá impulsionar e promover a expansão da área de plantio e
produção da mamona, especialmente no Nordeste, região incentivada para a produção do biodiesel a partir dessa
oleaginosa e, também, nas regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul do País como produtora de óleo industrial ou mesmo
como produtora da matéria-prima do biodiesel. Nessas regiões a mamona pode ser uma alternativa para os sistemas de
rotação de culturas que visem à sustentabilidade econômica e ambiental de biomas. Portanto, a área plantada, a
produtividade e a produção nacional poderão aumentar consideravelmente, bastando aplicar a tecnologia disponível de
produção da matéria-prima.
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Botânica/Descrição/Cultivares:
A mamoneira é conhecida como Rícinus communis L. classe Dicotiledoneae família Euforbiaceae. Também é chamada
carrapateira, baforeira e baga.
Segundo a cultivar a mamoneira pode ter de 1,8m. até acima de 5m. de altura bem como cor da folha e caule, tamanho
da semente e conteúdo de óleo variáveis.
Possui raízes laterais e uma pivotante que vai a 1,5m. de profundidade, caule redondo, liso, esverdeado e coberta com
cera, folhas verde- escuro, grandes, com 5 a 111 lóbulos, flores em panícula (cacho) terminal com flores masculinas
(baixo) femininas e hermafroditas, com polen viável por 1 semana.
Fruto e capsula tricoca deiscente ou indeiscente, semente com cor e tamanho variados, com 40-49% de óleo que tem
como componente maior o ácido ricinoleico.
As cultivares de mamoneira para o plantio são classificadas segundo seu porte e grau de deiscência (abertura) do fruto
maduro à saber:
Quanto ao porte (altura da planta): Anão - porte até 1,8m.; médio - entre 1,8 e 2,5m; alto - entre 2,5 e 5,0m.; arbóreo acima de 5,0m..
Quanto a deiscência do fruto: Deiscente - com abertura total: semideiscente - com abertura parcial; indeiscente - sem
abertura do fruto.
No Nordeste tem-se usado as cultivares Canela de Juriti, Amarelo de Irecê e Sangue de Boi com boa produção.
Resultados de pesquisa evidenciaram as cultivares Nordestina (BRS 149). Pernambucana, SIPEAL 28 e Baianita que se
destacaram em produtividade, no semi-árido.
Quadro I - Características de algumas cultivares:
Cultivar
Nordestina
Porte
Rendimento
%
Peso 100
Óleo
semen.tes
médio
1.500 kg/ha
48,9%
68g.
Pernambucana
médio
1.300 Kg/ha
47,28%
68g.
Baianita
médio
1.150 Kg/ha
47,49%
68g.
SIPEAL 28
médio
1.130 Kg/ha
47,47%
76g.
(BRS 149)
FONTE: Embrapa algodão C.T.25 / Folheto Embrapa EBDA BRS 149
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.Em termos gerais na escolha do cultivar para plantio - além da adaptabilidade à região - deve-se levar em consideração
a produtividade, precocidade, deiscência do fruto uniformidade de maturação, porte, entre outras características.
A mamoneira é planta anual (ciclo 250 dias) a semiperene (5 anos)
A mamona (Ricinus communis L.) possui um óleo com diversas utilizações industriais, desde próteses ósseas até
lubrificantes de motores. A atual legislação que institui a adição de biodiesel ao diesel criou grande expectativa na
produção de mamona, visto ser um dos óleos indicados para a produção deste, gerando uma demanda por cultivares
com adaptação em regiões onde o cultivo da mamona não é tradicional.

Principais Cultivares Plantadas na Bahia.
BRS Paraguaçu
A cultivar BRS Paraguaçu foi obtida por seleção massal da variedade local Sangue de Boi.
BRS NORDESTINA
A Cultivar BRS Nordestina foi obtida a partir de seleção individual com teste de progênies na variedade local Baianita.
Necessidades da planta:
Climáticas: A mamoneira é planta de clima tropical e subtropical, precisa de chuvas regulares no início do período e de
período seco na maturação dos frutos. Não suporta geadas, ventos fortes freqüentes e nebulosidade.
Requer temperatura entre 20-26ºC, chuvas entre 600 e 700mm. anuais (mínimo de 400mm.), dias longos (com 12 horas
de duração como mínimo) em altitude entre 300 e 1.500m.. Em clima temperado a planta se desenvolve mas tem a
produção de óleo prejudicada.
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De solos: A mamoneira não se adapta à solos de textura argilosa e de drenagem precária. Solos profundos de textura
variável, com boa estrutura, boa drenagem, fertilidade média e pH 6,0 a 6,8 são ideais para o cultivo da mamoneira. O
terreno deve ter topografia plana a suavemente ondulada, sem erosão.
Preparo do solo/Adubação de fundação:
Em solos arenosos ou franco-arenosos com pouca erva daninha, fazer gradagens (grade destorroadora); em solos de
textura mediana (barrentos) proceder a uma aração a 20-30cm. de profundidade, (aração escarificador ou arado de
aiveca) e uma gradagem e em solos argilosos uma aração e duas gradagens.
Exigente em nutrientes minerais a mamoneira é planta esgotante do solo; resultados de trabalhos de pesquisa em
adubação indicam que 40-100 Kg/ha de nitrogênio (110-200 Kg de uréia), 40-60 Kg de fósforo/hectare (220-330 Kg de
superfosfato simples) e 15-60 Kg/ha de potássio (25 a 100 Kg de cloreto de potássio) podem satisfazer as necessidades
da mamoneira.
Todo superfosfato, todo cloreto e 1/3 de uréia devem ser colocados na cova/sulco, no plantio; 2/3 da uréia devem ser
aplicados em cobertura, 40 dias após a emergência da planta, com leve incorporação.
Plantio:
Deverá ser feito no início da estação chuvosa após precipitação de pelo menos, 30mm.. Na Bahia planta-se mamona de
abril a junho e de outubro a dezembro segundo a zona agrícola.
O plantio, semeio, pode ser manual ou mecanizado. O manual é feito deixando-se cair 3 ou mais sementes em covas a
5cm. (arenoso) e 3cm. (argiloso) de profundidade; segundo a porcentagem de germinação gasta-se de 5 a 15Kg. de
sementes para se plantar um hectare (10.000Km2). O plantio mecanizado é utilizado para cultivares de mamona com
sementes tamanho pequeno ou médio cujo espaçamento de plantio, entre plantas na fileira, é de 0,5 - 1,0m..
O sistema de cultivo pode ser mamona solteira (isolado) ou consórcio (mamona acompanhada). De ordinário a mamona
é consorciada com feijão - faseolus, feijão vigna ou milho; arroz e amendoim podem ser consorciadas à mamona,
também. Os espaçamentos de plantio recomendados são:
Quadro I - Espaçamento para sistema isolado:
Solos
Fileira simples (m)
Fileira dupla (m)
Baixa fertilidade
2,0 x 1,0 (1)
(4,0 x 1,0) x 1,0 (1)
Média fertilidade
3,0 x 1,0 (1)
(4,0 x 1,0) x 1,0 (1)
Alta fertilidade
4,0 x 1,0 (1)
(5,0 x 2,0) x 1,0 (1)
(1) Planta/cova
Sistema em Consórcio
1 Com feijão faseolus:
1a Fileiras Simples:
1 Fileira de mamona (4m.x1m.-2 plantas/cova) + 3 a 4 fileiras de feijão (50cm.x20cm.).
1b Fileiras duplas:
1 Fileira dupla de mamona (4m.x2m.) x 0,5 + 3: fileiras de feijão (50cm.x20cm.).
2 Com feijão vigna ou milho:
2.1 Fileiras simples:
1 fileira de mamona (4m.x1m. - 2 plantas/cova) + 3 fileiras de vigna ou milho
OBS: O milho pode ser semeado trinta dias após a germinação da semente de mamona.
Vinte a trinta dias após a emergência, plantinha com 10-12cm. de altura, efetua-se o desbaste deixando-se 1 a 2
plantas/cova.
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
Organografia da Planta de Mamoneira
Tratos culturais:
A mamoneira é muito vulnerável à competição das ervas daninhas com redução do rendimento econômico. O período
critico de competição mamoneira/daninhas está entre a 3ª e 10ª semana pós emergência; sugere-se manter a cultura livre
de ervas até 60 dias após a emergência.
O controle das ervas daninhas pode ser feito por:
Método mecânico - com auxílio da enxada, cultivadores quando deve-se efetuar 3 a 4 limpas nos primeiros 60 dias (15
dias/homem/limpa), cultivadores a tração animal (áreas até 50ha) e cultivadores a tração tratorizada (áreas acima de
50ha).
Colheita/Beneficiamento:
Colheita: De uma maneira é feita quando dois terços dos frutos do cacho estiverem secos (aí pelos 3 meses). Para
variedades deiscentes a colheita deve ser parcelada em 3 a 4 vezes, com colheita manual (Nordeste). Para variedades
indeiscentes procede-se a uma colheita única, manual ou mecânica.

Manual

Mecânica
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Beneficiamento: Colhidos, os frutos tem a sua secagem completada em terreiro; para retirar frutos dos cachos faz-se
um penteamento (passar o cacho por pente rústico - pregos presos à uma ripa fixada em suporte) - Frutos são estendidos
no terreiro, em camadas de 4 a 5cm., remexidas varias vezes por dia para secagem uniforme. A tarde devem ser
enleirados e de manhã novamente es parramados.

Manual

Mecânico
Beneficiamento Mecânico
Frutos não abertos na secagem (do terreiro) são trilhados - uso de varas flexíveis seguido de peneiramento - para
eliminar-se a casca e obter-se semente limpa. Para tal também se usa despolpadoras motorizadas.
Em seguida sementes são acondicionadas em sacos de aniagem e a sacaria deve ser empilhada sobre estrados de
madeira em armazéns limpos, secos e arejados.

Óleo
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28
Fluxograma do processo de extração do óleo de mamona
Características do óleo
O teor de óleo das sementes de mamona pode variar de 35 a 55%, mas a maior parte das cultivares plantadas
comercialmente no Brasil possuem teor de óleo variando entre 45% e 50% . Cerca de 90% do óleo é composto
por triglicerídio, principalmente da ricinoleína, que é o componente do ácido ricinoléico, cuja fórmula
molecular é (C17H32OHCOOH). O ácido ricinoléico tem ligação insaturada e pertence ao grupo dos
hidroxiácidos e se caracteriza por seu alto peso molecular (298) e baixo ponto de fusão (5 oC). O grupo
hidroxila presente na ricinoleína confere, ao óleo de mamona, a propriedade exclusiva de solubilidade em
álcool.
Mercado Interno
Atualmente, a cotação de referência é feita em Irecê, Bahia, que é a principal região
produtora. Enquanto a produção brasileira for pequena em relação à produção mundial, eventos internos como
aumento da área plantada ou ocorrência de secas têm pouco impacto mesmo sobre os preços locais. Apenas
eventos como limitações logísticas para armazenamento, comercialização e transporte, ou repentino aumento
na demanda para produção de biodiesel pode interferir no preço interno da mamona.
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Pragas:
Percevejo verde - Nezara viridula (L. 1785) Hemíptera, Pentatomidae.
Inseto verde escuro; formas jovens tem cor escura com manchas vermelhas. Adultos e jovens vivem em colônias sobre
a planta sugando a seiva de folhas e frutos. O controle é feito pela pulverização da planta com caldas de produtos à base
de endosulfan (70g. i. a./100l. de água).
Cigarrinhas - Agallia e Empoasca, Homoptera
Insetos pequenos, verdes e bastante ágeis, cujos jovens deslocam-se lateralmente. Sugam a seiva das folhas podendo
fazê-las secar. Controla-se pelo uso da caldas contendo monocrotofos (60g. de i. a./ 100l. água).
Lagarta desfolhadora - Spodoptera latifasciata, Walk, 1856, Lepidoptera, Noctuidae.
As lagartas atingem 4cm. de comprimento, coloração parda e manchas pretas dorsais. Alimentam-se das folhas podendo
causar desfolhamento total. Controla-se com Deltametrina (5g. i. a./100l. água).
Doenças:
Mofo cinzento: Agente fungo Botryotina rícino (Godf.)
Agente causa aparecimento de pequenas manchas de tonalidade azulada no caule, folhas e inflorescências, as quais
exsudam gotas de liquido amarelo.
Frutos e inflorescências atacados podem apodrecer e tomar cor escura. Controla-se por: uso de variedades (cultivares)
resistentes como Canela de Juriti, SIPEAL 28, outras.
Eliminação de restos de cultura e plantio longe de área contaminada.
Tratamento da semente (formol 40% - 1l. para240l. água com imersão da semente por 15 minutos).
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Murcha-se Fusarium: Agente fungo Fusarium oxysporum f. rícino
Fungo habita o solo; plantas atacadas surgem em reboleira, as folhas perdem a turgescência e há aparecimento de áreas
com contorno irregular com coloração amarela. Pode ocorrer necrose e queda da folha. O controle é feito pelo uso de
cultivares resistentes e rotação de culturas.
Zoneamento da Mamona no Nordeste
A indicação dos municípios recomendados para o plantio da mamoneira (Zoneamento Agrícola) foi feita com base em
três critérios:
a) altitude entre 300 e 1.500m sobre o nível do mar
b) precipitação pluviométrica de pelo menos 500mm
c) temperatura média do ar entre 20 e 30ºC
A inclusão de um município no Zoneamento Agrícola não é garantia da obtenção de boas produtividades e
também não significa que os municípios não incluídos estejam proibidos de plantar mamona. O Zoneamento
Agrícola apenas aponta os locais onde esta espécie tem potencial para expressar seu potencial produtivo. O
Zoneamento Agrícola é continuamente aperfeiçoado de forma a incluir as inovações tecnológicas, avanços
científicos, novas cultivares etc. Analisou-se a ocorrência de chuvas em cada mês nos últimos 30 anos para sugerir
uma melhor época de plantio para cada município zoneado.
Panorama Mundial
No mercado internacional a comercialização da mamona pode ser feita tanto na forma bruta e de pouco valor agregado
(mamona em baga), quanto em formas intermediárias (óleo bruto ou refinado) ou através da exploração de seus
derivados de alto valor agregado (ácido graxo destilado de óleo de mamona desidratado, óleo de mamona hidrogenado,
óleo de mamona sulfuricinado, ácido 12-hidróxido esteárico e outros, com usos diferenciados como poliuretanos,
resinas plásticas, etc). No mercado internacional, o óleo é o principal produto comercializado, constituindo-se em
matéria-prima industrial utilizada para obtenção de inúmeros produtos. O panorama atual demonstra que a demanda por
óleo não é muito grande, pois o principal consumidor tem sido a indústria química fina (ricinoquímica).
No período compreendido entre 1978 a 2005 a Índia, a China e o Brasil vêm se mantendo como principais produtores
mundiais de mamona em baga, tanto em termos de área colhida como na quantidade produzida. A participação desses
países na área total mundial no período 1978/1982 foi em média de 74%, mantendo-se em crescimento até a última
safra analisada, quando esta participação foi da ordem de 91%. No quinqüênio 1978/1982 estes países produziram 65%
do total produzido mundialmente, sendo este percentual crescente no decorrer dos anos e alcançando a escala dos 94%
na safra de 2005 (Tabela 1).
O Brasil teve, em média, a segunda maior área colhida de mamona em baga, em nível mundial, nos períodos 1978/1982
e 1983/1987, quando respondia por 28% e 24% da área total, respectivamente. A partir do período 1983/1987 houve um
declínio na área colhida que atingiu seu ponto mais baixo no período 1993/1997 (10% da área total). A despeito deste
panorama, o país ainda ocupa a terceira posição em área colhida do mundo. Nos anos 2004 e 2005 observa-se um
incremento na área colhida com a cultura da mamona no Brasil, quando o país respondeu por 14% e 15% da área total
colhida mundialmente, respectivamente (Tabela 1).
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Em termos de produção, o Brasil já ocupou a primeira posição mundial, no período 1978/1982, quando contribuía com
32% do montante produzido. Todavia, o país perdeu esta posição no período 1983/1987. Nas safras 2004 e 2005, apesar
da recuperação observada, o país foi responsável por apenas 11% e 13% do montante produzido, respectivamente,
ocupando a terceira posição (Tabela 1).
Dados da safra de 2005 demonstram que no cenário mundial, a Índia e a China são os principais produtores de mamona
em baga e respondem por 76% da área colhida e 82% da quantidade produzida mundialmente (Tabela 1).
O mercado mundial de mamona em baga sempre mostrou-se muito reduzido, estando restrito a poucos países. Em 2004
o volume de transações realizadas no mercado internacional (exportações) movimentou apenas 24.225 toneladas de
mamona em baga, algo que correspondeu a aproximadamente 2% da produção mundial. O Paraguai foi o principal país
exportador, respondendo por 39% das exportações mundiais (82% de sua produção). Neste mesmo ano, o Brasil
importou 9.644 toneladas de mamona em baga (41% das importações mundiais) sendo grande parte desta proveniente
do Paraguai e destinada ao processamento por indústrias localizadas principalmente no Estado de São Paulo (Tabela 1).
Tabela 1. Área colhida, produção, importação e exportação de mamona em baga nos principais países,
qüinqüênios 1978/1982 a 1998/2002 e anos 2003, 2004 e 2005..
Principais
países e
total
mundial
Médias Qüinqüenais
Anos
1978/1982
1983/1987
1988/1992
1993/1997
1998/2002
2003
2004
2005
Índia
504.520
597.540
703.000
726.880
769.120
625.000
650.000
800.000
China
196.000
235.400
267.000
222.400
333.600
280.000
270.000
270.000
Brasil*
414.967
379.809
247.473
119.361
133.880
130.230
165.430
214.751
Etiópia
11.600
12.000
13.040
13.900
14.500
14.500
14.500
14.500
Paraguai
21.240
22.260
16.958
11.587
8.890
8.000
11.000
10.000
Mundo*
1.506.707
1.571.695
1.484.514
1.218.902
1.366.497
1.162.735
1.216.035
1.409.793
Índia
163.140
321.600
569.760
798.160
712.780
580.000
804.000
870.000
China
123.892
238.000
292.000
216.000
334.600
400.000
275.000
268.000
Brasil*
281.376
235.960
130.546
53.833
67.758
86.888
149.099
176.763
Etiópia
11.600
12.000
13.040
14.060
15.100
15.000
15.000
15.000
Paraguai
20.580
23.572
18.961
15.972
11.439
10.000
13.000
11.500
Mundo*
875.367
1.008.113
1.149.896
1.162.820
1.366.497
1.144.318
1.311.679
1.393.812
Alemanha
25.883
36.062
32.187
23.094
15.592
6.000
53
-
Brasil
10.286
33.047
23.077
4.550
914
9.332
9.644
-
Tailândia
7
2.216
18.401
13.515
6.227
2.395
8.009
-
Japão1
29.567
38.080
27.497
2.986
6
0
2
-
Mundo
82.474
125.682
112.535
45.242
23.993
20.076
23.397
-
Área (ha)
Produção (t)
Importação
(t)
Exportação
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(t)
Paraguai
17.640
15.272
14.631
2.622
1.137
8.803
9.456
-
Índia
15
7
0
21.040
12.625
1.917
1.339
-
Paquistão
9.200
7.983
4.752
3.410
1.056
885
6.620
-
China
14.800
81.157
85.487
16.088
154
49
56
-
Mundo
82.140
126.895
116.943
45.797
17.079
13.930
24.225
-
Fonte: FAO (2006).
Com relação às exportações mundiais de óleo de mamona, verifica-se que a Índia ocupa, desde o período 1988/1992, a
posição de maior exportador mundial. Em 2004, esse país foi responsável por 85% do total das transações realizadas no
mercado internacional. O Brasil, que já foi, em média, o maior exportador mundial de óleo nos períodos de 1978/1982 e
1983/1987, reduziu significativamente a comercialização de óleo no decorrer dos anos, chegando em 2004 a contribuir
com apenas 0,3% das exportações mundiais. Atualmente, o principal produto exportado pelo Brasil é o óleo de mamona
hidrogenado e não mais o óleo bruto ou refinado, como verificado em safras anteriores. (Tabela 2).
Situação Brasileira
No período de 1978 a 2005 a ricinocultura brasileira sofreu grandes oscilações de área cultivada e de quantidade
produzida, com tendência de declínio. Nesse período as taxas anuais de crescimento da área colhida, da produção e do
rendimento médio da cultura da mamona foram negativas (-5,12%, -5,93% e -0,85%, respectivamente) (Tabela 3).
Observa-se que a partir do ano agrícola 1985/86 inicia-se uma fase de redução da área colhida e quantidade produzida
de mamona em baga que atinge seu ponto mais baixo no ano agrícola 1997/98, quando a área e a quantidade produzida
foram respectivamente, 13% e 4% dos maiores valores verificados no período de 1978 a 2005 (no ano agrícola
1984/85). Observar-se, também, que o rendimento médio da cultura, nesse período, atingiu um máximo no ano agrícola
1977/78 e um mínimo em 1997/98 (29% do máximo obtido) (Tabela 3). Vieira et al. (1997) atribuem a redução
ocorrida nas regiões Sul e Sudeste à não competitividade econômica da mamona perante outras culturas; já na região
Nordeste são considerados fatores importantes:
1. a desorganização e inadequação dos sistemas de produção vigentes, devido à reduzida oferta de sementes de
cultivares melhoradas geneticamente;
2. a utilização por parte dos produtores de cultivares impróprias para o plantio (de baixo rendimento médio, baixa
qualidade e de alta susceptibilidade às doenças e pragas);
3. a utilização de práticas culturais inadequadas (como espaçamento, época de plantio e consorciação);
4. a desorganização do mercado interno, tanto para o produtor como para o consumidor final;
5. os baixos preços pagos ao produtor agrícola;
6. a reduzida oferta de crédito e de assistência técnica ao produtor agrícola;
7. a utilização da mesma área para sucessivos plantios da cultura.
Após o lançamento do Programa Nacional do Biodiesel verifica-se que nas safras 2003/2004 e 2004/2005 houve uma
extraordinária recuperação da produção nacional em relação às safras dos últimos dez anos (Tabela 3). No entanto, a
previsão para a safra 2005/2006, em relação à safra anterior, é de que deverá haver uma redução de, aproximadamente,
31% na área colhida e de 32% na produção nacional de mamona em baga (IBGE, 2006a). Tal fato pode ser atribuído,
principalmente, aos baixos preços recebidos pelos produtores na safra 2004/2005, quando o preço da saca de 60kg de
mamona em baga foi cotado bem abaixo do preço mínimo de R$ 30,30 estabelecido pelo governo. Quando acontece
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33
redução de preços, como ocorreu na safra passada, as quedas na produção se mostram mais acentuadas provocando, em
conseqüência, reduções aceleradas nas rendas brutas dos produtores rurais
O Estado da Bahia é o principal produtor nacional de mamona com 182,459 mil hectares colhidos na safra 2004/2005
(82% da área total do país) e uma produção estimada em 132,324 mil toneladas (82% da produção nacional) (Tabela 4).
A produção desse Estado concentra-se nas microrregiões de Irecê, Senhor do Bonfim, Jacobina, Seabra e Guanambi
(IBGE, 2006b). No entanto, verifica-se que os rendimentos médios da cultura da mamona nos Estados do Nordeste
ainda são muito baixos, apesar dos incrementos ocorridos nos últimos anos. Em 2003, 2004 e 2005, no Estado da Bahia,
os rendimentos médios obtidos foram, respectivamente, 38%, 48% e 47% dos alcançados no Estado de São Paulo
(Tabela 4).
Em relação ao óleo de mamona nota-se que no período de 1978 a 2005 houve grande redução, tanto da produção como
das exportações. O Brasil está deixando de exportar óleo refinado de mamona, tanto que, em 2003, as exportações
corresponderam a apenas 1,34% da maior quantidade já exportada (em 1979). As indústrias brasileiras estão
conseguindo produzir e exportar os derivados desse óleo, principalmente, o óleo de mamona hidrogenado que sofre
redução de tarifa fiscal por ser classificado como cera. Segundo dados da CONAB (2005 e 2006), em 2003, 2004 e
2005 as exportações brasileiras de óleo de mamona hidrogenado foram de 22.026, 20.301 e 18.130 toneladas,
respectivamente. Observa-se, ainda que entre 1992 e 1997 ocorreram as maiores quedas de produção de óleo, o que
acarretou aumento nas importações. Em alguns momentos de quedas da produção, o Brasil importou óleo em maior
quantidade em regime de draw-back e esta matéria-prima foi utilizada para processamento na indústria nacional
visando atender aos contratos externos para fornecimento de derivados.
Para que os problemas da mamona sejam resolvidos no curto prazo e a cultura se consolide e se mantenha sustentável
em prazo mais longo, torna-se essencial a adoção de algumas medidas como o estabelecimento de um melhor
relacionamento entre os produtores da matéria-prima e os empresários da indústria de esmagamento, de modo que
sejam respeitadas as necessidades de continuação deles como importantes agentes da cadeia produtiva da mamona.
Também, é de fundamental importância o comprometimento governamental em níveis federal, estadual e municipal
através de políticas agrícola e industrial adequadas, dada a importância social de todo o agronegócio da mamona no
Brasil.
Tabela 2. Produção, importação e exportação de óleo de mamona nos principais países, qüinqüênios
1978/1982 a 1998/2002 e anos de 2003 e 2004.
Principais Médias Qüinqüenais
países e
total
1978/1982 1983/1987 1988/1992 1993/1997 1998/2002
mundial
Anos
2003
2004
Produção
(t)
Índia
82.800
125.800
178.000
278.200
267.200
247.500
-
China
45.360
64.130
85.637
84.185
141.432
169.715
-
Brasil*
136.880
106.660
73.460
28.180
32.120
34.500
-
Mundo*
348.334
401.955
427.740
440.515
477.634
483.189
-
39.379
44.783
45.990
50.942
57.355
41.764
48.707
Importação
(t)
França
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34
EUA
42.688
37.306
34.157
41.738
42.725
26.702
40.669
Alemanha
15.949
9.949
15.495
22.180
31.556
35.395
38.476
China
409
476
1.326
22.076
25.917
14.800
43.600
Holanda
2.596
2.870
6.074
7.106
15.774
18.535
29.000
Japão
5.708
3.523
6.933
19.390
19.161
22.805
21.051
Brasil
0
10
1.825
23.684
2.815
150
1.456
Mundo
187.581
170.505
177.218
251.454
260.090
231.226
303.234
Índia
49.600
64.900
88.840
192.694
202.525
136.509
239.218
Brasil
112.331
76.210
42.314
6.394
10.496
1.980
824
Holanda
1.354
1.437
2.165
5.742
8.013
17.005
21.492
Alemanha
3.661
4.459
5.792
5.446
6.445
6.987
5.512
Mundo
188.808
177.158
174.103
228.898
239.592
175.165
281.528
Exportação
(t)
Fonte: FAO (2006).
(-) Dados não disponíveis.
* Dados corrigidos em função dos ajustes feitos na Tabela 1 mantendo-se as mesmas proporções de produção de
óleo/produção de mamona em baga.
Tabela 3. Área colhida, produção, rendimento médio, importação e exportação de mamona em baga do Brasil, 1978 a 2005.
Exportação2
Área colhida1
(1.000 ha)
Produção1 (1.000 Rend. Médio1
t)
(kg/ha)
Importação2
(1.000 t)
1977/1978
350,336
317,083
905
6,302
0,000
1978/1979
374,798
325,149
868
7,247
0,000
1979/1980
440,511
280,688
637
14,459
0,000
1980/1981
447,364
291,812
652
7,510
0,000
1981/1982
461,824
192,148
416
15,912
0,000
1982/1983
270,130
171,777
636
10,961
0,000
1983/1984
412,955
222,678
539
10,698
0,001
1984/1985
496,844
417,657
841
28,181
6,272
1985/1986
457,078
263,237
576
68,657
3,985
1986/1987
262,516
103,568
395
46,738
0,003
1987/1988
278,869
147,901
522
26,271
0,003
1988/1989
269,119
128,586
477
8,112
0,000
1989/1990
286,703
147,971
516
38,197
0,000
Ano agrícola
Agricultura II
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(1.000 t)
Prof.º Álvaro Nunes Ferraz Neto
35
1990/1991
233,555
129,678
555
21,016
0,000
1991/1992
175,336
102,120
582
21,787
0,000
1992/1993
141,074
43,188
306
13,387
0,011
1993/1994
106,319
54,039
508
5,130
0,000
1994/1995
76,427
33,149
434
1,882
0,000
1995/1996
119,849
41,346
345
1,275
0,003
1996/1997
153,138
97,445
636
1,075
0,000
1997/1998
63,233
16,683
264
0,250
0,016
1998/1999
103,763
33,357
321
0,254
0,000
1999/2000*
208,538
112,849
541
0,446
0,000
2000/2001
171,624
99,950
582
0,000
0,000
2001/2002*
122,248
75,961
621
3,620
0,030
2002/2003
133,879
83,682
625
9,332
0,000
2003/2004
172,704
138,745
803
9,644
0,029
2004/2005
223,589
161,468
722
-
-
Taxa anual de
Crescimento (%)
-5,12
-5,93
-0,85
Fonte: Fonte: 1IBGE (1978/2000 e 2006ab); 2FAO (2006).
(-) Dados não disponíveis.
(*) Dados corrigidos.
Tabela 4. Área colhida, produção e rendimento médio de mamona em baga no Brasil e nos principais Estados produtores,
qüinqüênios 1978/1982 a 1998/2002 e anos 2003, 2004 e 2005.
Principais estados
e total Brasileiro
Médias qüinqüenais
1978/1982
anos
1983/1987
1988/1992
1993/1997
1988/2002
2003
2004
2005
Área Colhida (1000 ha)
Bahia
274,317
265,976
173,248
105,510
117,360
125,128
147,698
182,459
Minas Gerais
7,279
8,222
2,891
0,385
4,145
1,212
1,672
3,605
São Paulo
27,255
21,985
11,693
1,496
1,577
0,670
0,530
1,980
Ceará
22,566
12,682
12,940
2,540
1,693
1,937
9,172
14,050
Piauí
9,547
14,607
11,650
1,331
0,306
0,356
3,127
11,316
Paraná
35,437
23,165
4,674
0,289
0,324
0,225
0,569
-
Pernambuco
29,452
26,115
30,131
6,656
0,998
0,516
2,246
8,744
Paraíba
1,740
1,446
0,892
0,044
0,096
0,092
0,667
-
Mato Grosso
0,439
1,571
0,051
0,436
6,918
3,658
5,185
-
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36
Brasil
414,967
379,905
248,716
119,361
133,881
133,879
172,704
223,589
Bahia
156,838
138,656
80,357
44,487
52,053
73,624
114,125
132,324
Minas Gerais
6,457
6,604
2,013
0,364
3,002
1,281
1,670
5,865
São Paulo
28,781
22,832
14,411
1,992
2,335
1,050
0,860
3,070
Ceará
12,027
8,297
8,166
1,715
1,217
1,638
7,358
9,765
Piauí
3,877
6,456
7,982
0,796
0,155
0,111
2,060
5,175
Paraná
55,018
32,544
6,539
0,340
0,499
0,434
1,049
-
Pernambuco
10,458
13,447
10,785
2,757
0,369
0,234
1,733
4,270
Paraíba
0,941
0,638
0,533
0,034
0,074
0,062
0,617
-
Mato Grosso
1,216
1,750
0,048
0,547
7,547
5,188
7,858
-
Brasil
281,376
235,783
131,251
53,833
67,760
83,682
138,745
161,468
Bahia
620
493
474
412
411
588
773
725
Minas Gerais
909
787
807
1.044
1.115
1.057
999
1.627
São Paulo
1.060
1.064
1.228
1.290
1.431
1.567
1.623
1.551
Ceará
542
581
588
582
667
846
802
695
Piauí
454
375
678
674
491
312
659
457
Paraná
1.527
1.390
1.390
1.102
1.714
1.929
1.844
-
Pernambuco
336
424
349
377
357
453
772
488
Paraíba
499
477
538
603
554
674
925
-
Mato Grosso
1.276
1.110
1.222
776
1.086
1.418
1.516
-
Brasil
696
597
532
446
466
625
803
722
Produção (1000 t)
Rendimento (kg/ha)
Fonte: Fonte: IBGE (1978/2000 e 2006ab).
(- ) Dados não disponíveis.
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37
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Editora Abril S/A
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Cultura da Mandioca
Nome científico: Manihot esculenta Crantz
Família: Euphorbiaceae
Nomes populares: Mandioca, macaxeira, aipim.
Nome em inglês: Cassava
Origem da Mandioca
A origem da mandioca ainda é controversa, alguns acreditam que a mandioca teria sua origem nas Américas Central e
do Sul e outros crêem que sua origem estaria no cerrado brasileiro e posteriormente alcançado a Amazônia.
A teoria mais aceita está embasada em uma lenda que conta sobre um passado muito distante onde a linda filha de um
chefe indígena, chamada Mani, morrera ao completar apenas um ano. A criança de aparência muito branca foi enterrada
dentro de sua oca, onde sua sepultura teria sido regada diariamente, conforme o costume da tribo. Algum tempo depois
nasceu uma planta desconhecida sobre seu túmulo. Com o tempo as raízes foram aparecendo e chamaram atenção dos
índios que as comeram. Teriam então, os indígenas, aprendido a cultivar a planta e passaram a chamá-la de Mani-oca
que significava casa de Mani, onde a junção dessas palavras acabou tornando-se “mandioca”. Quem registrou essa
lenda foi o escritor e folclorista mineiro, especialista em cultura indígena, Couto de Magalhães (1837 – 1898).
Por sua provável origem, a mandioca caracteriza-se por ser um produto brasileiro e tem relevante importância na cultura
e alimentação brasileira. Ela é produzida em 1,7 milhão de hectares em todo Brasil e juntamente com milho, arroz e
cana de açúcar constituem como principais fontes de alimento e cerca de um bilhão de pessoas em todo mundo
utilizam-na como fonte alimentar.
Desempenho da mandioca nos continentes
Com uma produção acima de 170 milhões de toneladas, a mandioca constitui uma das principais explorações agrícolas
do mundo (Tabela 1). Entre as tuberosas, perde apenas para a batata. Nos trópicos, essa importância aumenta. Dentre os
continentes, a África (53,32%) é o maior produtor mundial, seguido pela Ásia (28,08%), Américas (18,49%) e Oceania
(0,11%). Quanto ao rendimento, destacam-se a Ásia (14,37 t/ha) e as Américas (12,22 t/ha), seguidas pela Oceania
(11,57 t/ha) e África (8,46 t/ha) (Tabela 1).
Tabela 1. Área colhida, produção e rendimento da mandioca no mundo, por continente, em
2000.
Variáveis
Continentes
Área Colhida (ha)
Produção (t)
Rendimento (t/ha)
África
10.804.484
91.451.289
8,46
Ásia
3.351.119
48.163.007
14,37
Américas
2.596.719
31.719.755
12,22
15.848
183.292
11,57
16.768.170
171.517.343
10,23
Oceania
Mundo
Fonte: FAO, 2001a.
África
O continente africano é o maior produtor mundial de mandioca. A produção é distribuída por vários países, com
destaque para a Nigéria e a República Democrática do Congo que, juntos, contribuem com aproximadamente metade da
produção do continente. A outra metade é produzida em outros 37 países.
Ásia
No continente asiático, a maioria da produção provém da Tailândia e da Indonésia. Quase todos os países têm
demonstrado, nos últimos anos, uma tendência de aumento. Nesse continente, a produção da mandioca é voltada para a
industrialização. Nesse sentido, a Tailândia é o maior exportador de derivados de mandioca do mundo.
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42
Américas
O Brasil é o maior produtor de mandioca do continente. A produção brasileira, apesar de ser bastante significativa,
praticamente estagnou nos últimos anos, ora apresentando pequenos decréscimos, ora apresentando pequenos
acréscimos, porém, nada significativo. Na maioria dos países das Américas, o principal consumo da mandioca é sob a
forma fresca, à exceção do Brasil, que apresenta a farinha de mesa o seu principal produto.
Oceania
A produção da Oceania é muito pequena e se concentra em Papua e Nova Guiné, embora não se tenha muitas
informações sobre o nível tecnológico utilizado, nem sobre as principais formas de produção.
Desempenho da mandioca nos países produtores
No Gráfico 1, verifica-se a produção dos oito principais países produtores. O Brasil se destaca na produção, sendo o
segundo produtor mundial, atrás da Nigéria, o maior produtor. Merecem destaque as produções de: Tailândia, Congo,
Indonésia, Gana e Tanzânia.
Gráfico 1. Principais países produtores de mandioca em 2000.
Fonte: FAO, 2001a.
Porém, no período de 1970-2000, todos os principais países produtores de mandioca apresentaram crescimento na sua
produção. A exceção foi o Brasil, que apresentou ligeiro decréscimo (Tabela 1). Gana apresentou um acréscimo de
produção de 6,40% no período; a Nigéria, 5,13%; a Tailândia, 4,85%; a Tanzânia, 2,14%; a República Democrática do
Congo, 2,11%; e a Indonésia, 1,39%. No Brasil, o decréscimo foi de –0,99%.
Tabela 1. Desempenho da mandioca nos principais países produtores no período de 19702000.
Países
Produção (% a.a)
Nigéria
5,13
Brasil
-0,99
Tailândia
4,85
República Democrática do Congo
2,11
Indonésia
1,39
Gana
6,40
Tanzânia
2,14
Mundo
1,95
Fonte: FAO, 2001a.
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Brasil
O Brasil, apesar de não ter uma participação significativa no mercado internacional, exporta alguns derivados de
mandioca, notadamente a fécula e a farinha. Os maiores compradores de fécula do Brasil são os países da América
Latina, em particular a Argentina, Venezuela e Colômbia. (Tabela 2).
Tabela 2. Exportações brasileiras de fécula de mandioca, por países de destino.
Países
1999
M US$
2000
t
M US$
2001*
t
M US$
t
Argentina
1.144
4.523
912
3.059
527
2.330
Venezuela
589
2.120
779
2.506
767
2.765
Colômbia
21
60
335
1.036
284
924
Estados Unidos
266
465
199
367
157
336
Uruguai
121
496
179
613
113
581
Bolívia
223
1.184
113
486
0,0
0,0
México
66,5
220
103
348
53,0
182
Peru
0,0
0,0
51,8
135
50,0
135
Paraguai
9,3
15,4
36,7
263
84,9
618
Canadá
87,2
300
34,8
120
61,4
241
2.215
8.432
Total
2.682 9.749
2.820 9.086
Fonte: Mandioca (2002). M US$ = US$ 1000 FOB *Até jul/2001
Em função do tipo de raiz, a mandioca pode ser
classificada em: 1) de “mesa” - é comercializada na forma in natura; e 2) para a indústria, transformada principalmente
em farinha, que tem uso essencialmente alimentar, e fécula que, junto com seus produtos derivados, têm
competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos
industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica (Figura 1).
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Figura 1. Potencialidades de uso do amido no Brasil.
A produção nacional da cultura projetada pela CONAB para 2002 será de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa
área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha.
A produção nacional da cultura, projetada pela CONAB em 2002, foi de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa área
plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados produtores em
2001 destacam-se: Bahia (21,92%), Pará (21,58%), Paraná (19,99%), Rio Grande do Sul (6,86%) e Amazonas (5,06%),
que respondem por 75,41% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,76% da
produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 11 t/ha, as demais regiões participam com 25,71% (Norte),
25,03% (Sul), 9,22% (Sudeste) e 5,28% (Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais
consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios de 19 t/ha e 16 t/ha, respectivamente,
a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. É importante
também destacar o crescimento da atividade no Mato Grosso do Sul.O ecossistema dos Tabuleiros Costeiros estende-se
desde o Amapá até o Rio de Janeiro, ocupando uma área de cerca de 20 milhões de hectares, dos quais metade encontrase na Região Nordeste, correspondendo a cerca de 16% da área total dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (Figura 1). Esse ecossistema apresenta grande potencialidade para
uso agrícola, principalmente para a produção de alimentos, devido à topografia plana a suavemente ondulada, que
favorece a mecanização, e ao mercado consumidor que os grandes centros urbanos, localizados nos tabuleiros,
representam. No entanto, os solos desse ecossistema apresentam várias limitações agrícolas como baixa fertilidade
natural, aumento da acidez com a profundidade, caráter álico, baixa CTC, baixa saturação por bases e baixa capacidade
de retenção de água. Embora considerados profundos, a presença de horizontes coesos reduz a profundidade efetiva,
prejudicando a dinâmica da água no perfil e, principalmente, o aprofundamento do sistema radicular. A má distribuição
das chuvas no ecossistema, com a presença de períodos de estiagens, agrava ainda mais as limitações dos solos. Os
solos mais dominantes na região são os Argissolos Amarelos (Podzólicos Amarelos) e os Latossolos Amarelos
(Latossolos Amarelos).Estima-se que cerca de 33% da área plantada e de 43% da produção de mandioca na Região
Nordeste estão localizados no ecossistema dos Tabuleiros Costeiros.O consumo per capita mundial de mandioca e
derivados, em 1996, foi de 17,4 kg/hab/ano, sendo de 50,6 kg/hab/ano no Brasil. Os países da África destacam-se nesse
aspecto, sendo que a República Democrática do Congo, República do Congo e Gana apresentaram, respectivamente,
valores de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano.
Figura 2. Área ocupada pelos Tabuleiros Costeiros na Região Nordeste do Brasil, de cerca de
10 milhões de hectares (Silva et al., 1993).
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Clima
A mandioca é cultivada entre 30 graus de latitudes Norte e Sul, embora sua concentração de plantio esteja entre as
latitudes 15ºN e 15ºS. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 metros, sendo regiões
baixas ou com altitude de até 600 a 800 metros as mais favoráveis.
A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 a 27ºC (média anual). As temperaturas baixas, em torno de 15ºC,
retardam a germinação e diminuem ou mesmo paralisam sua atividade vegetativa, entrando em fase de repouso, o que
ocorre muito no Sul do Brasil.
A faixa mais adequada de chuva é entre 1.000 a 1.500 mm/ano, bem distribuídos. Em regiões tropicais, a mandioca
produz em locais com índices de até 4.000 mm/ano, sem estação seca em nenhum período do ano; nesse caso, é
importante que os solos sejam bem drenados, pois o encharcamento favorece a podridão de raízes. É também muito
cultivada em regiões semi-áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos; nessas condições, é importante
adequar a época de plantio, para que não ocorra deficiência de água nos primeiros cinco meses de cultivo, o que
prejudica a produção; a deficiência de água após os primeiros cinco meses de cultivo, quando as plantas já formaram
suas raízes tuberosas, não causa maiores reduções na produção.
O período de luz ideal está em torno de 12 horas/dia. Dias com períodos de luz mais longos favorecem o crescimento de
parte aérea e reduzem o desenvolvimento das raízes tuberosas, enquanto que os períodos diários de luz mais curtos
promovem o crescimento das raízes tuberosas e reduzem o desenvolvimento da parte aérea. Esse aspecto é importante
no Sul do Brasil, onde o número de horas de sol por dia varia bastante entre as estações do ano; no Nordeste a variação
é muito pequena e não afeta a cultura.
Solos
Como o principal produto da mandioca são as raízes, ela necessita de solos profundos e friáveis (soltos), sendo ideais os
solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela
facilidade de colheita. Os solos argilosos devem ser evitados, pois são mais compactos, dificultando o crescimento das
raízes, apresentam maior risco de encharcamento e de apodrecimento das raízes e dificultam a colheita, principalmente
se ela coincide com a época seca. Os terrenos de baixada, com topografia plana e sujeitos a encharcamentos periódicos,
são também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno desenvolvimento das plantas e o
apodrecimento das raízes. É importante observar o solo em profundidade, pois a presença de uma camada argilosa ou
compactada imediatamente abaixo da camada arável pode limitar o crescimento das raízes, além de prejudicar a
drenagem e a aeração do solo.
Com relação à topografia, deve-se buscar terrenos planos ou levemente ondulados, com declividade de até 10%. Em
ambos os casos, deve-se utilizar práticas conservacionistas do solo, pois os plantios de mandioca estão sujeitos a
acentuadas perdas de solo e água por erosão.
A faixa favorável de pH é de 5,5 a 7,0, sendo 6,5 o ideal, embora a mandioca seja menos afetada pela acidez do solo do
que outras culturas. Ela produz muito bem em solos de alta fertilidade, embora rendimentos satisfatórios sejam obtidos
em solos degradados fisicamente e com baixos teores de nutrientes, onde a maioria dos cultivos tropicais não produziria
satisfatoriamente. Os solos de tabuleiro, desde que melhorados por calagem e adubações orgânica e mineral
oferecem boas condições ao cultivo da mandioca.
Preparo do solo
Além do controle do mato, o preparo do solo visa melhorar as suas condições físicas para a brotação das manivas,
crescimento das raízes e das partes vegetativas, pelo aumento da aeração e infiltração de água e redução da resistência do
solo ao crescimento radicular.
Se for necessário desmatamento e destoca para a instalação do mandiocal, quando feitos mecanicamente deve-se evitar
muita movimentação da camada superficial do solo, pela desestruturação que causa, além de remover a matéria orgânica;
quando feitos manualmente, no caso de áreas para pequenos plantios, esses problemas são mínimos. Em ambos os casos,
deve-se deixar faixas de vegetação natural na área, bem como efetuar o enleiramento em nível (“cortando” as águas) dos
restos vegetais que não apresentem valor econômico e que não justifiquem a sua retirada do terreno desmatado.
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O preparo do solo deve ser o mínimo possível, apenas o suficiente para a instalação da cultura e para o bom
desenvolvimento do sistema radicular, e sempre executado em curvas de nível, orientação esta que também deve ser seguida
no plantio. A aração deve ser na profundidade de 15 a 20 centímetros e, 30 dias depois, executar-se duas gradagens em
sentido cruzado, a segunda em curva de nível, deixando-se o solo bem destorroado para ser coveado ou sulcado e plantado.
Nos plantios em fileiras duplas pode-se executar o preparo do solo apenas nas linhas duplas de plantio. No caso de pequenos
produtores, o preparo do solo manual restringe-se à limpeza da área, coveamento e plantio.
Vale lembrar que o solo deve ser revolvido o mínimo possível, devendo ser preparado nem muito úmido e nem muito seco,
com umidade suficiente para não levantar poeira e nem aderir aos implementos; além disso, deve-se alternar o tipo de
implemento (por exemplo, uma vez usa-se o arado de discos, outra vez o arado de aiveca etc.) e a profundidade de trabalho,
usar máquinas e implementos o menos pesados possíveis, acompanhar as curvas de nível do terreno e deixar o máximo de
resíduos vegetais na superfície.
Adubação e Calagem
A mandioca absorve grandes quantidades de nutrientes e praticamente exporta tudo o que foi absorvido, quase nada
retornando ao solo sob a forma de resíduos culturais. Em média, para uma produção de 25 toneladas de raízes + parte
aérea de mandioca por hectare são extraídos 123 kg de N, 27 kg de P, 146 kg de K, 46 kg de Ca e 20 kg de Mg; assim, a
ordem decrescente de absorção de nutrientes é a seguinte: K > N > Ca > P > Mg.
A calagem e adubação em mandioca devem obrigatoriamente ser definidas em função da análise química do solo,
realizada com antecedência de pelo menos 60 dias do plantio, para que haja tempo suficiente para aquisição dos
insumos e sua aplicação. Com base na análise do solo são feitas as seguintes recomendações para a cultura:
Calagem: calcular a necessidade de calcário dolomítico (NC), em toneladas por hectare (t/ha), empregando as
fórmulas:
NC (t/ha) = [2 - (cmolc Ca ++ + Mg++/100cm3)] x f;
NC (t/ha) = f x cmolc Al+++/100cm3
f = 100/PRNT,
Utilizar a fórmula que apresentar maior quantidade de calcário. Aconselha-se o limite máximo de uma tonelada de
calcário por hectare, ainda que tenham sido encontradas quantidades mais elevadas;
Realizando-se a calagem e a adubação nas doses, épocas e modos de aplicação recomendados, estima-se um rendimento
médio de 20 toneladas de raízes por hectare. Há que se ressaltar que a média nacional é de cerca de 13 t/ha.
Conservação do solo
Dois aspectos devem ser considerados na conservação do solo em mandioca: 1) ela protege pouco o solo contra a
erosão, pois o crescimento inicial é muito lento e o espaçamento é amplo, fazendo com demore em cobrir o solo para
protegê-lo da degradação da sua estrutura pelas chuvas e enxurradas; e 2) ela é esgotante do solo, pois quase tudo que
produz (raízes, folhas e manivas) é exportado da área, para produção de farinha, na alimentação humana e animal e
como sementes para novos plantios, muito pouco retornando ao solo sob a forma de resíduos.
As práticas conservacionistas mencionadas (preparo do solo e plantio em nível, rotação e consorciação, culturas em
faixas e em nível, enleiramento em nível dos restos culturais, capinas alternadas etc.) são eficientes por si só em áreas
com declividade até 3%. Daí em diante, além de tais medidas, deve-se recorrer às práticas mecânicas de conservação do
solo (terraços e canais escoadouros), que são mais onerosas que as anteriores e, por isso, somente utilizadas em
condições extremas de riscos de erosão.
Cultivares
As cultivares de mandioca são classificadas em:
1) doces ou de "mesa", também conhecidas como aipim, macaxeira ou mandioca mansa e normalmente utilizadas para
consumo fresco humano e animal; e
2) amargas ou mandiocas bravas, geralmente usadas nas indústrias.
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Para consumo humano, a principal característica é que as cultivares apresentem menos de 50ppm ou 50mg de ácido
cianídrico (HCN) por quilograma de raízes. O teor de HCN varia com a cultivar, com o ambiente e com a idade de
colheita, que é um fator decisivo na escolha da cultivar de aipim. Toda a planta da mandioca pode ser usada na
alimentação de vários animais domésticos, como bovinos, aves, caprinos, ovinos e suínos.
Várias cultivares tem sido recomendadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Tabela 1). Além dessas cultivares,
agricultores da região cultivam muitas outras, como Cigana Preta, Cidade Rica, Caravela, Aciolina, Urubu, Bujá,
Tapicina e Rosa.
Tabela 3. Rendimento médio de raízes e características qualitativas e morfológicas de
cultivares de mandioca recomendadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Rendimento
Teor de amido Resistência
Cor da
Cor da Cor da
Cultivares
médio de raiz
(%)
à doença
película
casca polpa
(t/ha)
Para mesa
Saracura
45,8
30,9
Marrom
Rósea Branca
escuro
Maragogipe
33,0
29,2
Marrom claro Branca Branca
Casca Roxa
29,1
30,4
Marrom
Rósea Branca
escuro
Manteiga
24,2
31,1
Marrom
Roxa Creme
escuro
Paraguai
15,2
24,4
Marrom
Creme Branca
escuro
Aipim Brasil
15,0
30,0
Branca
Branca
Para indústria
Jussara
26,7
25,0
Creme
Branca Branca
Valença
35,1
32,0
Marrom Claro Branca Branca
Caetité
30,0
33,0
Marrom
Creme Branca
escuro
Catulina
34,5
30,0
Creme
Branca Branca
Bibiana
25,3
26,0
Podridão Marrom claro Rosa Branca
Fonte: Embrapa Cerrados.
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Mudas e Sementes
Seleção e preparo do material de plantio
Na seleção do material devem-se observar: 1) aspectos agronômicos – a) a escolha da cultivar deve ser feita de acordo
com o objetivo da exploração. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura
de cultivares; b) deve-se escolher manivas maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade, e utilizar
apenas o terço médio, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte basal, muito
lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou “cegas”; c) as manivas-semente devem ter 20 cm de comprimento, com
pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos. É importante verificar
o teor de umidade da haste, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte; d) as
manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular, de modo a formar um ângulo
reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte em bisel e) a quantidade de manivas para o
plantio de um hectare é de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o
plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas-sementes com 20
cm de comprimento; e 2) aspectos fitossanitários - o material de plantio deve estar livre de pragas e doenças, já que a
disseminação de patógenos é maior nas culturas propagadas vegetativamente do que nas espécies propagadas por meio
de sementes sexuais.
Época de plantio
O plantio é normalmente feito no início da estação chuvosa, quando a umidade e o calor tornam-se elementos essenciais
para a brotação e enraizamento. No caso de riscos de excesso de umidade no solo, o plantio pode ser realizado após o
início das chuvas. É importante conectar a época de plantio com a disponibilidade de manivas, sejam elas recémcolhidas, o que é melhor, ou armazenadas. Devido a da extensão do território brasileiro, as condições ideais para o
plantio de mandioca não coincidem nos mesmos meses em todas as regiões. Na Tabela 3 são apresentadas as épocas de
plantio mais adequadas para a região semi-árida de cada estado da região nordeste.
Tabela 4. Épocas de plantio de mandioca para a região semi-árida.
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Estado
Época de plantio
Alagoas
maio a junho
Bahia
outubro a dezembro
Ceará
janeiro a março
Maranhão
dezembro a janeiro
Paraíba
março a abril
Pernambuco
dezembro a janeiro
Piauí
janeiro a fevereiro
Rio Grande do Norte
fevereiro a março
Sergipe
maio a junho
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Espaçamento e plantio
O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, da disponibilidade de água, do porte da
variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada).
De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x
0,60 m, em fileiras duplas.
Tratos Culturais
Manejo de plantas daninhas
As plantas daninhas concorrem com a cultura da mandioca principalmente por água e nutrientes, podendo causar perdas
de até 90% na produtividade, dependendo do tempo de convivência e da quantidade de mato. O controle de plantas
daninhas representa a maior parcela dos custos de produção (cerca de 35% do total). O período crítico de competição
das plantas daninhas com a mandioca compreende os primeiros quatro a cinco meses do seu ciclo, exigindo nessa fase
cerca de 100 dias livre da interferência do mato, a partir de 20 a 30 dias após sua brotação, para se obter boa produção,
dispensando daí em diante as limpas até a colheita.
No Brasil, de modo geral, não se tem conseguido aumentos acentuados na produção da
mandioca pela aplicação de calcário, mesmo em solos ácidos, confirmando a tolerância da
cultura à acidez do solo. No entanto, após vários cultivos na mesma área, é possível que a
planta responda à aplicação de calcário, principalmente como suprimento de cálcio e
magnésio, terceiro e quinto nutrientes mais absorvidos pela cultura.
Principais Pragas
Mandarová
É uma das pragas de maior importância para a mandioca, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de
consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento, o qual, durante
os primeiros meses de cultivo, pode reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens.
No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à coloração, confundindo-se
com a da folha. Quando completamente desenvolvidas, o colorido das lagartas é o mais variado possível, havendo
exemplares de cor verde, castanho-escura, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanho-escura.
A utilização de práticas culturais adequadas, boa preparação do terreno e o controle de ervas daninhas podem reduzir as
populações de pupas e adultos do mandarová. Inspeções periódicas das lavouras, identificando os focos iniciais,
também tornam o controle mais eficiente. Em plantios pequenos, recomenda-se a catação manual das lagartas e sua
destruição.
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Ácaros
Os ácaros mais importantes para a cultura da mandioca no Brasil são o ácaro verde ou "tanajoá" e o ácaro rajado. Os
ácaros são as pragas mais severas que atacam a mandioca, sendo encontrados em grande número na face inferior das
folhas, freqüentemente durante a estação seca do ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões
Nordeste e Centro-Oeste. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e succionando o conteúdo celular. Os
sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações
e queda das folhas, reduzindo a área foliar e a fotossíntese.
Percevejo de Renda
É uma praga de hábito sugador que ocorre durante épocas secas. O adulto é de cor cinzenta e a ninfa (fase jovem do
inseto) é branca, sendo ambos encontrados na face inferior das folhas basais e medianas da planta; quando o ataque é
severo, podem chegar até as folhas apicais.
Mosca Branca
Os adultos geralmente são encontrados na face inferior das folhas da parte apical da planta, podendo ser vistos
sacudindo-se os brotos da planta para fazê-los voar. Já as ninfas (fase jovem do inseto) podem ser encontradas na face
inferior das folhas mais velhas. Tanto os adultos como as ninfas sugam a seiva das folhas.
Broca do caule
As larvas são encontradas no interior das hastes, sendo o ataque detectado pela presença de excrementos e serragem que
saem das galerias feitas pelo inseto. Durante os períodos secos, as plantas atacadas podem perder suas folhas e secar,
reduzindo assim a qualidade do material para plantio. Quando a infestação é severa, as plantas podem morrer.
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Cupins
Apresentam o corpo branco-cremoso e asas maiores que o abdome. Atacam o material de propagação armazenado,
penetrando pela parte seca, podendo destruí-lo totalmente. Nas plantas novas, constroem galerias entre a medula e o
córtex, impedindo assim o transporte de nutrientes, fazendo com que elas apresentem um secamento progressivo
descendente e logo depois morram.
Formigas
Podem desfolhar rapidamente as plantas quando ocorrem em altas populações e/ou não são controladas. Fazem um
corte semicircular na folha, podendo também atingir as gemas quando os ataques são severos.
Principais Doenças
Podridão radicular
A podridão radicular é a doença mais limitante da produção de mandioca na Região Nordeste,
sendo que as perdas de produtividade nas áreas de maior ocorrência da doença estão em
torno de 30%.
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Bacteriose
Os sintomas da bacteriose, causada por Xanthomonas campestris pv. Manihotis, caracterizam-se por manchas
angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas
hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta.
Superbrotamento
O superbrotamento é uma doença causada por fitoplasma, que tem sido encontrada atacando a cultura da mandioca no
Brasil. Em condições altamente favoráveis ao desenvolvimento da doença, pode provocar uma redução de até 70% no
rendimento de raízes, e acentuada diminuição nos teores de amido, que chega a 80% em cultivares suscetíveis. O
superbrotamento também pode causar perdas na produção de manivas-semente, tendo em vista que, nas plantas
afetadas, as hastes apresentam-se com um tamanho muito reduzido e excesso de brotação das gemas.
Outras doenças
Em alguns casos, dependendo das condições ambiente e da suscetibilidade das variedades utilizadas, a antracnose
causada por Colletotrichum gloeosporioides pode causar prejuízos esporádicos ou temporários na mandioca; em
determinadas épocas ela ocorre de maneira mais intensiva, causando perdas significativas na produção de raízes e
redução da qualidade dos produtos. As cercosporioses em mandioca são bem conhecidas, apesar de não causarem
maiores prejuízos para a cultura; portanto, não são motivo de preocupação para os produtores.
Importância Econômica
O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca, participando com 12,7% do total. A mandioca é
cultivada em todas as regiões do Brasil, assumindo destacada importância na alimentação humana e animal, além de ser
utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. Tem ainda papel importante na geração de emprego e
de renda, notadamente nas áreas pobres da Região Nordeste. Considerando-se a fase de produção primária e o
processamento de farinha e fécula, estima-se que são gerados, no Brasil, um milhão de empregos diretos. Estima-se que
a atividade mandioqueira proporcione uma receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição
tributária de 150 milhões de dólares. A produção de mandioca que é transformada em farinha e fécula gera,
respectivamente, uma receita equivalente a 600 milhões e 150 milhões de dólares, respectivamente.
A produção nacional da cultura estimada pela CONAB para 2002 é de 22,6 milhões de toneladas numa área plantada de
1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 toneladas de raízes por hectare. Dentre os principais estados
produtores destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%),
que em conjunto são responsáveis por 59% da produção do país. Na distribuição da produção pelas diferentes regiões
fisiográficas do país, a Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,7% da produção, porém com
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rendimento médio de apenas 10,6 t/ha. Nas demais regiões as participações na produção nacional são: Norte (25,9%),
Sul (23,0%), Sudeste (10,4%) e Centro-Oeste (6,0%). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais
produtoras e consumidoras, sendo a produção essencialmente utilizada na dieta alimentar, na forma de farinha. Nas
Regiões Sul e Sudeste, em que os rendimentos médios são de 18,8 t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da
produção é orientada para a indústria, principalmente nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
A cultura da mandioca é uma das mais importantes fontes de carboidratos para os consumidores de renda mais baixa,
em países tropicais da América Latina e África. Em algumas regiões do Nordeste do Brasil, a mandioca é um dos
principais cultivos, do qual depende a subsistência e renda dos produtores e a alimentação animal. Além da destacada
importância na alimentação humana e animal, as raízes da mandioca são também utilizadas como matéria-prima em
inúmeros produtos industriais. Apesar de sua importância sócio-econômica, a mandioca não vem apresentando, nos
últimos anos, um padrão estável de produção ao longo do tempo, exibindo uma significativa oscilação, principalmente,
na sua área cultivada e preço.
Um aspecto que deve ser considerado no tocante a competitividade da mandioca, é segurança alimentar, principalmente
nas unidades de produção do tipo familiar, onde a mandioca além de ser importante fonte
de carboidratos para alimentação humana é utilizada também na alimentação de pequenos rebanhos, que são elementos
significativos na composição da renda nessas unidades de produção.
Produção de Raspa
A raspa ou apara de mandioca, bastante conhecida em todo território nacional, são pedaços ou fatias de raiz de
mandioca seca ao sol. Algumas vezes é confundida com a casca seca, resultante do descascamento das raízes para a
produção de farinha de mesa. As raspas de mandioca são produzidas em pequenas agroindústrias que constam,
basicamente, de um terreiro de secagem (geralmente revestido de cimento); uma máquina raspadeira e um depósito. A
produção de raspa ocorre no período adequado à colheita, quando as condições climáticas são favoráveis (boa
insolação, alta temperatura e baixa umidade O primeiro estágio do processo de produção da raspa consiste, basicamente,
em, logo após a colheita, proceder-se a lavagem das raízes, que tem como objetivo eliminar, ao máximo, a terra, areia e
outros elementos estranhos aderidos. A operação pode ser realizada usando simplesmente água sob pressão ou
máquinas lavadoras. A intensidade da lavagem depende do sistema de processamento que se deseja realizar ou dos
requisitos de qualidade exigidos. A lavagem adequada permite obter materiais que reúnam normas mínimas de
qualidade, quanto ao conteúdo de resíduo. Depois de lavadas, as raízes são picadas em fatias finas e uniformes para
acelerar o processo de secagem e facilitar seu uso no preparo de rações. O corte pode ser feito de forma rudimentar,
com faca ou facão e, quando o volume a ser processado é grande, usam-se máquinas picadeiras, para acelerar a
operação e uniformizar o formato dos pedaços. O material picado é exposto ao sol, sobre uma área cimentada, em
camadas uniformes de 4 a 5 cm de espessura, proporcionando uma densidade de 10 a 12 kg/m2. Para acelerar o
processo de secagem, no primeiro dia o material deve ser revolvido em períodos regulares de material é reunido em
montes e protegido com uma lona plástica ou similar, para evitar que, durante a noite, readquira parte da umidade que
perdeu durante o dia, por se tratar de um produto bastante higroscópico.
O tempo de secagem depende de uma série de fatores: condições climáticas favoráveis, umidade inicial da raiz,
densidade, geometria dos pedaços e número de revolvimentos. O material se encontra em condições de ser armazenado
ou fornecido aos animais quando sua umidade for de 10 a 14 %. Uma maneira prática e eficiente para duas horas, com
um ancinho ou rodo de madeira no sentido do maior comprimento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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