Por que não sou

Propaganda
comportamento
SÁBADO E DOMINGO
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21 E 22 DE MAIO DE 2016
Por que não sou
Saiba como funciona a dinâmica
da promoção nas organizações
promovido?
A ascensão na carreira se
parece, muitas vezes, com
o fluxo de uma rodovia.
Enquanto uns avançam rapidamente pela esquerda,
outros vão mais devagar
na faixa da direita, e alguns
indivíduos nem conseguem
entrar na pista, ficam parados, vendo os outros passarem por ele. Para evitar
esse tipo de situação, vale a
pena conhecer fatores que
influenciam nas promoções. Atingir as metas é o
combustível da carreira. Se,
além disso, o profissional
cultivar bons relacionamentos, dentro e fora da equipe,
e investir no marketing pessoal, o carro vai se deslocar
mais depressa.
No início, o avanço ocorre no caminho da especialização. Ao alcançar o topo
da área técnica, o trabalhador pode ser cogitado para
assumir cargos de gestão,
quando apresenta perfil
para isso.
– Algumas pessoas
nasceram para atuar na
especialização, são mais
práticas, operacionais, com
maior controle e detalhamento. São boas naquela
tarefa, no pedacinho do
processo. Então, a tendência
é que o RH veja a competência de especialista. Por outro
lado, alguns lidam bem com
a gestão de talentos, para
que o grupo atenda aos objetivos – explica a consultora Simone Turra.
Companhias com políticas de carreira bem estruturadas realizam avaliações
que identificam o potencial
de liderança. Quando isto
não acontece, o próprio profissional pode tentar descobrir seu perfil com a ajuda
de empresas especializadas.
Duas consultorias ouvidas nesta reportagem são
unânimes em afirmar que
permanecer
acomodado
fazendo o mesmo trabalho
sem olhar para o lado, à espera de que um dia alguém
ofereça a grande chance, não
é uma boa postura, pois esse
dia nunca chegará. Confira
ao lado alguns aspectos que
interferem no processo de
ascensão de cargos.
Profissionais que se ressentem da estagnação, não
raro, trabalham muito e
não entendem por que nada
parece ser suficiente para
conseguir alcançar o reconhecimento. De acordo com
a consultora Simone Turra, não se trata de trabalhar mais e mais,
sempre fazendo a
mesma coisa.
– Não se pode
só “carregar piano”,
é preciso ter visão de
empreendedor, de chefe,
de dono daquela empresa, é
o que chamam de talento –
explica.
Comportamento
Há algum tempo, a consultora Lise Chaves observa
que as organizações valorizam a multifuncionalidade,
estar disponível para migrar
de uma área para outra em
cargos de gestão. Existe o entendimento de que, para ser
gestor de uma área técnica,
não é preciso ter formação
técnica, é mais importante
saber gerir pessoas.
– Querer assumir novos
desafios, contribuir com
a equipe, ser participativo
e dar sugestões também
ajudam. É visível quando
as pessoas têm disposição
para fazer as coisas. Iniciativa é importante – Lise
acrescenta.
Se a empresa passou por
mudanças, frases do tipo:
“No passado, eu fazia....”
não são bem-vindas, observa Simone, que já viu gente
perder o emprego por causa
da resistência em adotar o
novo sistema de gerenciamento após o processo de
fusão ou transformação.
Marketing só tem valor
com competência
O marketing pessoal está ligado àquela famosa frase de que
quando a galinha bota ovo, faz festa, diz a consultora Simone Turra.
Saber “vender” as ideias também faz parte do marketing pessoal.
Para Lise Chaves, isto significa ter consistência na argumentação,
apresentar algo que realmente tenha valor para a organização e
com uma boa habilidade de comunicação.
O networking é visto como importante, mas ele só se sustenta se
o profissional for competente. Se, por algum motivo, a promoção
acontecer apenas pelo bom relacionamento com o superior, Simone alerta para o risco da promoção para o fracasso, aquela que termina em demissão pela ausência das competências para assumir
a função. No final,a imagem que ficará no mercado é a de que a
pessoa não deu conta. Seguir a cartilha à risca não é garantia de sucesso, já que fatores alheios ao esforço do profissional influenciam
o preenchimento das vagas. Simone chama a atenção para um número significativo de profissionais talentosos que perdeu o emprego em 2015 por causa da crise econômica.
Em caso de fusão,venda da companhia ou mudanças na alta liderança, além do risco de substituição de
profissionais na equipe, os que já estão ali voltarão a
ser desconhecidos.A única referência do passado será
o resultado da avaliação de desempenho quando a ferramenta é aplicada na empresa. É como começar de novo.
A dica de especialistas é ter resiliência e dinamismo no marketing
pessoal para ganhar visibilidade novamente.
FIQUE ALERTA
A consultora Lise Chaves listou algumas perguntas que cada
profissional deve fazer a si mesmo para saber se entrou em
processo de estagnação, se nada de diferente acontece há
algum tempo:
l Quando foi a última vez que você pediu feedback ao gestor?
l Quando teve a iniciativa de discutir a carreira com seu superior?
l Faz tempo que não é envolvido em um projeto?
l Quando foi convidado para pensar em algo novo?
l Está há mais de três anos fazendo a mesma coisa?
Querer assumir novos desafios, contribuir
com a equipe, ser participativo e dar
sugestões são coisas que ajudam.
LISE CHAVES, consultora
Tem gente que foi educada pelos pais para
ser humilde, só que o meu líder deve saber
quando superei a meta.
SIMONE TURRA, consultora
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