1 Quantização não linear No caso da quantização linear ou uniforme, teremos erros de quantização relativamente grandes para sinais de pequeno valor. • Estes erros poderiam ser de mesma grandeza que o próprio sinal de entrada e a razão sinal-ruído não seria suficientemente grande para a recuperação da informação. • Por este motivo usam-se intervalos de quantização de larguras diferentes, caracterizando a quantização não-linear. Figura 1: Fonte: Modern Digital And Analog Communications Systems (B. P. Lathi) 3rd Ed. Para muitas classes de sinais, a quantização uniforme não é eficiente. Por exemplo, observa-se (estatisticamente), na comunicação pela fala, a predominância de amplitudes menores. Sendo que amplitudes mais altas são raramente utilizadas. Portanto, o esquema de quantização uniforme será sem sentido para sinais da fala, uma vez que, muitos níveis de quantização serão raramente utilizados. Observe um exemplo na Figura 1. Um esquema eficiente é implementar um método de quantização não-uniforme, no qual passos menores para amplitudes menores são utilizados. Neste caso teremos pequenos intervalos de quantização para sinais de pequeno valor e intervalos maiores para sinais de maior valor. Desta forma a relação entre o sinal de entrada e o erro de quantização é aproximadamente igual para toda a faixa de amplitude do sinal de entrada. O mesmo resultado pode ser obtido comprimindo-se inicialmente as amostras do sinal e, então, utilizando uma quantização uniforme. As características de um compressor são 1 mostradas na Figura 2 e Figura 3. O eixo horizontal é o sinal de entrada normalizado, ou seja, o sinal original dividido por seu valor máximo de amplitude. Figura 2: Lei de compressão “A”. Figura 3: Lei de compressão “µ”. No compressor ilustrado na Figura 2 e Figura 3 tem-se que: • O eixo vertical é o sinal de saída y. • O compressor faz o mapeamento de um incremento ∆x do sinal de entrada para um grande incremento ∆y quando o valor do sinal de entrada for pequeno. • O compressor faz o mapeamento de um incremento ∆x do sinal de entrada para um pequeno incremento ∆y quando o valor do sinal de entrada for grande. Desta forma a relação entre o sinal de entrada e o erro de quantização é aproximadamente igual para toda a faixa de amplitude do sinal de entrada. 1.1 Lei A & Lei µ Os detalhes da quantização não-linear são fixados pela curva característica definida pelo ITU-T (International Telecommunication Union – Telecommunications). Para Europa é definida a curva (padrão G711, lei A – Figura 2, para o sistema PCM-30 – Europa), expressa por: A|x| se 0 ≤| x |≤ A1 sgn(x) · { 1+ln A }, y= , (1) 1+ln A|x| 1 sgn(x) · { 1+ln A }, se A ≤| x |≤ 1 2 em que, x e y são, respectivamente, o sinal sendo quantizado e o sinal quantizado normalizados, estando seus valores entre −1 e 1. A = 87, 6 e +1, se x(t) > 0 . sgn(x) = −1, se x < 0 A ITU–T definiu a curva para lei µ (padrão G711, lei µ – Figura 3, para o sistema PCM-24 - América do Norte e no Japão) expressa por: ln 1 + µ | x | y = sgn(x) · , se 0 ≤| x |≤ 1, (2) ln (1 + µ) µ é uma constante positiva igual a 255 na América do Norte. Para recuperar as amostras do sinal em seus níveis corretos, um expansor com a característica complementar a do compressor é utilizado no receptor. A combinação da compressão e expansão é chamada de companding conforme ilustra a Figura 4. Figura 4: Diagrama de blocos para um sistema de quantização não linear 2 Codificação Modulação Delta A conversão Delta baseia-se no fato de que para muitos sinais, amostrados com uma frequência adequada, a variância do sinal diferença é menor que a variância do sinal e, portanto, terá uma faixa dinâmica menor requerendo um menor número de dígitos por palavra. Este sinal diferença é codificado com apenas um bit. A modulação delta tem as seguintes características: • A entrada analógica é aproximada por uma função degrau. • Sobe-se ou desce-se um nível (δ) em cada intervalo de amostragem. • Comportamento binário, ou seja, dois símbolos, 0 e 1. • Toda vez que o sinal da amostra ficar acima da referência (função degrau) a referência será incrementada em um nível. 3 Figura 5: Modulação delta • De outro modo ao sinal de referência será decrementado 1 nível. • Saída é 1 se o valor da amostra ficar acima da função degrau. Saída é 0 de outro modo. • Dois valores importantes: δ e a taxa de amostragem (superior a de Nyquist para se ter um baixo erro de quantização) • Para se ter um baixo erro de quantização a frequência de amostragem do codificador delta deve ser superior a de uma modulação PCM. A modulação Delta produz dois tipos de distorção, ilustradas na Figura 5: o ruído de overload (slope overload) característica das zonas de transição brusca do sinal, em que o passo δ do quantizador não é suficiente para o acompanhar; e o ruído granular ou de quantização, típico das zonas de silêncio ou de pequena variação do sinal de entrada quando comparado com o passo δ do quantizador. 4