RAFAELLY SUZANYE DA SILVA SANTOS CULTIVO DA RÚCULA EM FIBRA DE COCO COM SOLUÇÃO NUTRITIVA SALINIZADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS MOSSORÓ/RN 2010 RAFAELLY SUZANYE DA SILVA SANTOS CULTIVO DA RÚCULA EM FIBRA DE COCO COM SOLUÇÃO NUTRITIVA SALINIZADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Irrigação e Drenagem. ORIENTADOR: Prof. Dr. Sc. Nildo Da Silva Dias MOSSORÓ/RN 2010 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA S237C Santos, Rafaelly Suzanye da Silva. Cultivo da rúcula em fibra de coco com solução nutritiva salinizada em diferentes épocas. / Rafaelly Suzanye da Silva Santos. -- Mossoró, 2010. 76f. il. Dissertação (Mestrado Em Irrigação E Drenagem) – Universidade Federal Rural Do Semi-Árido. Orientador: Prof. Dr. Nildo da Silva Dias. 1.Irrigação. 2.Salinidade. 3. Condutividade Elétrica. i.Título. CDD:631.7 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza CRB/15 452 RAFAELLY SUZANYE DA SILVA SANTOS CULTIVO DA RÚCULA EM FIBRA DE COCO COM SOLUÇÃO NUTRITIVA SALINIZADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Irrigação e Drenagem. APROVADA EM: ____/____/____. _________________________________________________ D. Sc. Prof. Nildo da Silva Dias (UFERSA) Orientador _________________________________________________ D. Sc. Prof. José Francismar de Medeiros (UFERSA) Conselheiro _________________________________________________ D. Sc. Francisco Valfisio da Silva Conselheiro A meus queridos pais, Raimundo (in memorian) e Maria Elza, pelo exemplo de luta e perseverança, e pelo amor, esperança e dedicação que sempre tiveram a mim. DEDICO Aos meus queridos irmãos, Raulinson e Ric, pelo carinho, incentivo e auxílio em todos os momentos. OFEREÇO AGRADECIMENTOS À Deus pela minha existência e pela Sua presença em todos os momentos da minha vida. A UFERSA pelas condições oferecidas para a realização deste trabalho. Ao Departamento de Engenharia Rural da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, pela oportunidade e espaço oferecidos. À ESALQ, juntamente com o projeto PROCAD, financiado pela CAPES, pelo financiamento e apoio ao experimento. À minha família, em especial, minhas tias Maria Edleuza e Maria Neide, pelo encorajamento diante os desafios e pela crença em mim. Aos professores Nildo da Silva Dias e Sergio Nascimento Duarte, pela orientação, estímulo e confiança no desenvolvimento deste trabalho. Às amigas Thalita por seus valiosos conselhos, Kelly, Meiriane, Mariana, Juciléa, Ana Paula, Thaiacyra, Dr. Valéria pela ajuda, solidariedade, companheirismo e bons momentos. Aos amigos Kelton e Iake, pelas inúmeras horas de risadas e boa convivência. Aos colegas de moradia pelas agonias, felicidades e conquistas. Aos primos, primas e afins que me deram força e perseverança nessa jornada. Aos amigos Carlos José Gonçalves de Souza Lima, Lucas Vellame, e Francisco Valfisio da Silva, pelas suas valorosas contribuições para realização deste trabalho. Agradeço aos professores, funcionários e colegas de pós-graduação pela convivência e amizade. Aos colegas de turma e curso, pelos momentos inesquecíveis. Aos funcionários do Departamento de Engenharia Rural-ESALQ; À todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram na instalação e manutenção deste experimento. RESUMO SANTOS, Rafaelly Suzanye da Silva. Cultivo da rúcula em fibra de coco com solução nutritiva salinizadas em diferentes épocas. 2010. 76f. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2010. As águas salobras podem ser utilizadas na produção agrícola rentável, dependendo da adoção de práticas culturais adequadas, bem como da tolerância da cultura à salinidade. Os sistemas hidropônicos podem contribuir quando se utiliza água salobra na produção de hortaliças, pois o estado de saturação que as plantas estão submetidas, possibilita o aumento da tolerância das culturas a salinidade. Este trabalho avaliou o efeito da salinidade da solução nutritiva da rúcula (Eruca sativa Mill.; cultivar “Cultivada”) cultivada em substrato de fibra de coco em condições protegidas. Foi utilizado o delineamento aleatorizado em blocos, com quatro níveis de salinidade, adicionadas de NaCl, sendo uma testemunha (S1 = 2,0, S2 = 3,5, S3 = 4,5 e S4 = 5,5 dS m-1), aplicadas em 4 épocas de desenvolvimento (1ª semana, 2ª semana, 3ª semana e 4ª semana após o transplantio) com quatro repetições. As características avaliadas foram altura das plantas, diâmetro da copa, número de folhas, peso fresco e seco da parte aérea e análise foliar. Os resultados obtidos demonstram que o aumento nos níveis de salinidade as solução nutritiva proporcionou redução nos parâmetros de diâmetro da copa, matéria fresca e matéria seca da parte aérea. O resultado da análise foliar encontrou valores aceitáveis para alimentação humana. A solução salina de 3,5 e 4,5 dS m-1, se aplicadas na 1ª ou 2ª semana de cultivos aumentaram a produção de massa. É possível obter produções satisfatórias utilizando águas salinas no cultivo hidropônico em substrato de fibra de coco na produção da rúcula. Palavras-chave: Salinidade; Condutividade elétrica; Irrigação. ABSTRACT SANTOS, Rafaelly Suzanye da Silva. Cultivation of the rocket in Coir with salinized nutrient solution at different times. 2010. 76f. Dissertation (Master degree in Irrigation and Drainage) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2010. The brackish water can be used on profitable agricultural production, depending of the adoption of appropriated crop practices and the culture tolerance to salinity as well. The hydroponic system can contribute when it is used with brackish water on horticulture production, because the state of saturation that plants is submitted, enables the increase of culture tolerance to salinity. This work evaluated the effect of salinity on nutritive solution of rocket (Eruca sativa Mill.; cultivar “Cultivated”) cultivated in coconut fiber substratum in protected conditions. The experiment was conducted with randomized blocs design, with four kinds of water, added of NaCl, one was the witness (S1 = 2.0, S2 = 3.5, S3 = 4.5 e S4 = 5.5 dS m-1), applied in four development times (1st week, 2nd week, 3th week and 4th week after the transplantation) with four repetitions. The evaluated characteristics was the plant height, crown diameter, number of leaves, fresh and dry weight of the canopy. The results showed that the increase of salinity levels provided reduction on the parameters of crown diameter, fresh and dry weight of canopy. The result of leaf analysis found acceptable values for human consumption. The saline solution of 3.5 and 4.5 dS m-1, is applied in the 1st or 2nd week of cultivation increased the production of mass. It is possible have satisfactory production on the arugula crop with saline water in hydroponic system with coconut fiber substratum. Key words: Salinity, electric conductivity, irrigation. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 15 2.1 ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DA RÚCULA .................................................. 15 2.2 CULTIVO DE HORTALIÇAS EM AMBIENTE PROTEGIDO .................................. 17 2.3 SISTEMA HIDROPÔNICO DE CULTIVO .................................................................. 20 2.4 USO DE SUBSTRATO EM SISTEMAS HIDROPÔNICOS ........................................ 22 2.5 USO DE ÁGUA SALOBRA EM SISTEMAS HIDROPÔNICOS ................................ 26 2.6 EFEITOS DA SALINIDADE SOBRE AS PLANTAS .................................................. 28 3 Material e métodos ......................................................................................................... 34 3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL ...................................................................................... 34 3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS ....................................... 35 3.3 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO ................................................ 37 3.4 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS ............................................................................ 41 3.4.1 Altura das plantas (AP) ................................................................................................ 41 3.4.2 Diâmetro de copa (DC) ................................................................................................. 41 3.4.3 Número de folhas (NF).................................................................................................. 41 3.4.4 Massa matéria fresca da parte aérea (MF) ................................................................. 42 3.4.5 Massa matéria seca da parte aérea (MS) .................................................................... 42 3.4.6 Análise foliar .................................................................................................................. 42 3.5 4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................. 42 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 43 4.1 ALTURA DE PLANTAS ............................................................................................... 44 4.2 DIÂMETRO DE COPA .................................................................................................. 46 4.3 NÚMERO DE FOLHAS ................................................................................................ 48 4.4 MASSA DE MATÉRIA FRESCA ................................................................................. 50 4.5 MASSA DE MATÉRIA SECA ...................................................................................... 52 4.6 ANÁLISE FOLIAR ........................................................................................................ 54 5 CONCLUSÕES............................................................................................................... 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 58 ANEXOS ................................................................................................................................. 72 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Estufa utilizada no experimento. ESALQ-USP ......................................................... 34 Figura 2 Recipientes onde eram armazenadas as soluções nutritivas ...................................... 36 Figura 3 Quantidade de água a ser utilizada, medida em proveta ............................................ 36 Figura 4 Estrutura dos vasos montados sobre bancada de ferro. ESALQ-USP ....................... 37 Figura 5 Alturas médias das plantas ao longo do ciclo em função das épocas de aplicação da salinidade .................................................................................................................................. 44 Figura 6 Diâmetros médios das plantas ao longo do ciclo em função das épocas de aplicação da salinidade ............................................................................................................................. 46 Figura 7 Número de folhas (NF) em função da condutividade elétrica (CE) da solução nutritiva utilizada no cultivo ..................................................................................................... 48 Figura 8 Resultado das médias obtidas através da análise foliar para os níveis de salinidade . 54 Figura 9 Resultado das médias obtidas através da análise foliar para as épocas de aplicação . 55 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Resumo de análise de variância para altura de plantas (AP), diâmetro de copa (DC), número de folhas (NF), massa de matéria fresca (MF) e massa de matéria seca (MS). Piracicaba-SP, ESALQ, 2009. .................................................................................................. 43 Tabela 2 Resumo de médias para diâmetro de copa ................................................................. 46 Tabela 3 Resumo de médias para os diferentes níveis de salinidade da solução hidropônica e épocas de aplicação da massa de matéria fresca....................................................................... 50 Tabela 4 Resumo de médias para os diferentes níveis de salinidade da solução hidropônica e épocas de aplicação da massa de matéria seca. ........................................................................ 52 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Características comerciais físicas e químicas do substrato (AMAFIBRA) .............. 37 Quadro 2 Resultados de análises do material orgânico da fibra de coco (ESALQ/USP), Tavares, (2005). ........................................................................................................................ 38 Quadro 3 Concentração de nutrientes e quantidades de fertilizantes para o preparo de 1 m3 de solução nutritiva para o cultivo de rúcula (FURLANI, 1998). ................................................. 40 13 1 INTRODUÇÃO Em muitas áreas de produção agrícola, o uso de água de baixa qualidade para irrigação e a aplicação de quantidades excessivas de fertilizantes minerais são as maiores causas dos problemas de salinidade dos solos. Em ambientes protegidos o acúmulo de sais é mais rápido, sendo um fator crítico para a produção vegetal. O uso de águas salinas na irrigação para o suprimento hídrico das plantas é um desafio que vem sendo superado com sucesso em diversas partes do mundo, graças à utilização de práticas adequadas de manejo do sistema de produção (SIQUEIRA, 2003). Como informado por Shannon (1997), o grau com que o potencial osmótico influência o crescimento das plantas é dependente de muitos fatores, destacando-se a espécie vegetal, a cultivar, a composição salina do meio e as condições edafoclimáticas. Além disso, informa Adams (1991) que a tolerância das plantas à salinidade é influenciada por diversos fatores, incluindo o estágio de crescimento para o tempo de exposição, duração da exposição, condição ambiental, tipo de substrato e sistema de produção. De acordo com Dias et al. (2003), várias práticas de manejo têm sido utilizadas para se produzir satisfatoriamente, em condições de solo ou de água com altos riscos de salinização, dentre as quais se destaca o uso de plantas tolerantes à salinidade e sodicidade, sendo importantes os estudos que visem avaliar a sensibilidade das espécies ao estresse salino. Outra estratégia de manejo do uso de água salobra bastante relevante é a produção vegetal em sistemas hidropônicos de cultivo que se têm mostrado muito eficientes quanto à tolerância das culturas à salinidade, uma vez que dispensa o uso do solo; dado o grau de saturação ao qual as plantas são submetidas; o potencial matricial do sistema tende a ser zero possibilitando o uso de água de salinidade elevada. Estudos realizados sobre a tolerância de várias espécies à salinidade em sistema hidropônico de cultivo têm demonstrado que, mediante manejos adequados da água e das práticas de cultivo, pode-se produzir comercialmente com água salina (CARUSO, VILLARI, 2004; SAVVAS et al., 2007; AL-KARAKI et al., 2009). Neste sentido, em sistemas hidropônicos, espera-se que culturas, sobretudo de ciclo rápido, proporcionem o uso sustentável de águas salobras. Quanto aos substratos utilizados nos sistemas hidropônicos, Carrijo et al. (2002) verificaram uma superioridade da fibra de coco em termos absolutos em relação ao pó de 14 serra, a casca de arroz carbonizada, maravalha, comercial (Plantmax), substrato do CNPH, casca de arroz crua e lã de rocha. Esses autores concluíram que as propriedades físicas da fibra de coco como, reação inerte com os nutrientes da adubação, durabilidade das suas características físicas, possibilidade de esterilização, além da abundância da matéria prima que é renovável e o baixo custo para o produtor, faz da fibra de coco um substrato dificilmente superável por outro tipo de substrato mineral ou orgânico no cultivo sem solo. No caso da rúcula, poucas informações estão disponíveis na literatura retratando da tolerância à salinidade da solução nutritiva, especialmente quando cultivada sem solo sob condições protegidas. Deste modo, objetivou-se investigar como a salinidade da solução nutritiva influência a produção de rúcula, estimar o nível de salinidade suportável pela cultura, encontrar as perdas devido ao estresse salino e analisar a viabilidade da produção hidropônica da cultura em substrato de fibra de coco. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DA RÚCULA A área explorada com hortaliças no Brasil é estimada em 800 mil hectares, com produção de aproximadamente 16 milhões de toneladas. Esta atividade gera 2,4 milhões de empregos diretos e renda superior a 8 bilhões de reais (HORA et al., 2004). Na região Sudeste do Brasil é produzido cerca de 60% das hortaliças, sendo que no Estado de São Paulo a atividade gera empregos a aproximadamente um milhão de pessoas (CAMARGO FILHO, MAZZEI, 2001). A rúcula é uma hortaliça folhosa de porte baixo, altura de 15 a 20 cm, com folhas relativamente espessas e subdivididas; o limbo tem cor verde-clara e as nervuras verdearroxeadas. Produz folhas ricas em vitamina C e sais minerais, principalmente cálcio e ferro. É mais conhecida nos estados do Sul do Brasil, e embora ainda pouco consumida no Nordeste, começa a ganhar o seu espaço próprio na forma de saladas (FILGUEIRA, 2003). As sementes são muito pequenas, possuindo em um grama cerca de 650 sementes. (CAMARGO FILHO, MAZZEI, 2001). Pertencente à família Brassicaceae, sendo três espécies de rúcula utilizadas no consumo humano: Eruca sativa Miller, que possui ciclo de crescimento anual, Diplotaxis tenuifolia (L.) DC. e Diplotaxis muralis (L.) DC., ambas perenes (PIGNONE, 1997). Deve-se ressaltar que as principais cultivares de rúcula apresentam diferenças quanto ao tipo de folha, que podem ter bordas lisas até bastante recortadas (MORALES, JANICK, 2002; SALA et al., 2004). O seu cultivo comercial tem aumentado nos últimos anos em muitos países da Europa, sendo consumida principalmente como salada. Além do seu uso na alimentação, também é considerada planta medicinal com muitas propriedades, tais como: digestiva, diurética, estimulante, laxativa e antiinflamatória, além de ser fonte de vitamina C e ferro. No Paquistão, tipos especiais de E. sativa são cultivadas para produção de sementes, que são usadas para extração de óleo, rico em ácido erúcico, componente importante na indústria (PADULOSI, PIGNONE, 1996). 16 Tem sido produzida predominantemente nas regiões Sul e Sudeste do país. Apesar de ser recomendada para a semeadura o ano todo, o seu desenvolvimento é favorecido por condições de temperaturas amenas. As temperaturas altas estimulam a planta a antecipar a fase reprodutiva, emitindo o pendão floral prematuramente, tornando suas folhas rígidas e mais picantes (FILGUEIRA, 2000). Contudo, apesar de sua importância para agricultura brasileira, é uma cultura ainda pouco estudada e o aumento do número de produtores tem gerado uma demanda por informações técnicas sobre a cultura, as quais se inserem àquelas relativas à condução da cultura. As principais práticas de manejo a serem consideradas são: semeadura na época recomendada para a região de produção; escolha das cultivares mais adaptados a essa região; uso de espaçamentos e densidades adequadas; monitoramento e controle de plantas daninhas, pragas e doenças e redução ao mínimo das possíveis perdas de colheita (MOURA et al., 2008). Do ponto de vista agronômico, a análise de crescimento pode ser útil no estudo do comportamento vegetal sob diferentes condições ambientais, incluindo condições de cultivo, de forma a selecionar híbridos ou espécies que apresentem características mais apropriadas (diferenças funcionais e estruturais) aos objetivos do experimentador (BENINCASA, 1988). A rúcula tem pequena durabilidade após a colheita, sendo que em condição ambiente a hortaliça pode ser mantida por no máximo um dia, desde que colocada em local bem fresco, com a parte inferior em uma vasilha com água. Em condições ideais de armazenamento (0° a 2° C; 95% a 100% de UR), a rúcula mantém sua qualidade por 10 a 14 dias (CANTWELL, 1997). Em geladeira, a rúcula pode ser mantida por quatro dias, desde que embalada em saco plástico (TAVARES et al., 2000). Além de servir como alimento, a rúcula possui propriedades nutracêuticas, sendo um bom depurativo, fonte de vitamina C e de ferro (PIGNONE, 1997). Na sua composição, em cada 100 g de matéria fresca, tem-se em média 91,7 g de água; 2,58 g de proteína; 1,6 g de fibra; 160 mg de cálcio; 1,40 mg de ferro; 47 mg de magnésio; 52 mg de fósforo; 369 mg potássio; 27 mg de sódio; 0,47 mg de zinco; 15 mg de vitamina C; 0,044 mg de tiamina; 0,086 mg de riboflavina; 0,305 mg de niacina; 0,437 mg de ácido pantotênico e 0,073 mg de vitamina B6 (USDA, 2004). Em cultivos comerciais, a rúcula é colhida de uma só vez, arrancando-se as plantas inteiras com folhas e raízes. Porém, ela pode ser colhida diversas vezes, cortando-se as folhas sempre acima da gema apical, onde haverá rebrota, possibilitando um novo corte. Mas, 17 devido a perecibilidade do produto e a queda de produção dos cortes nas sucessivas rebrotas, como demonstrado por Takaoka, Minami (1984) e Pignone (1997), dá-se preferência à colheita das plantas inteiras. Atualmente, a colheita de plantas inteiras é a mais realizada nos cultivos convencionais (campo), porém, nas plantas provenientes de cultivo hidropônico, elas são comercializadas com o sistema radicular, fato que aumenta seu período de comercialização. 2.2 CULTIVO DE HORTALIÇAS EM AMBIENTE PROTEGIDO Estima-se que são utilizados cerca de 6 mil hectares em cultivo protegido para a produção de hortaliças e, somando-se áreas similares para a produção de mudas florestais, ornamentais e frutíferas, é possível que se alcance 10 mil hectares de área total sob plástico no território nacional (KRAMPF, 2002). No Brasil, a demanda por produtos hortícolas durante o ano, mesmo na estação chuvosa ou fria e seca, exigiu dos agricultores a adoção de tecnologia de cultivo de plantas ao abrigo de condições adversas, o chamado cultivo protegido, hoje amplamente usado nas cadeias produtivas de flores e hortaliças e em expansão na fruticultura. Essas cadeias envolvem negócios de cerca de 20 bilhões de reais por ano e geram meio milhão de empregos no país (ABREU; ABREU; BATAGLIA, 2002). Nas condições climáticas brasileiras, consideradas tropicais e subtropicais, onde o cultivo de hortaliças é possível durante o ano todo, o aquecimento natural e demasiado do ambiente pode causar problemas no cultivo das plantas. Os maiores problemas enfrentados em cultivos protegidos são, principalmente, as altas temperaturas e a elevada umidade. Embora o uso de ambiente com cobertura de polietileno seja recente no Brasil, a criação de ambientes controlados vêm ganhando cada dia mais usuários nas diversas áreas da agricultura (GOTO et al., 2005). O manejo da água, da adubação e da atmosfera interna (temperatura, radiação, umidade relativa do ar) são pontos críticos que podem inviabilizar os cultivos protegidos especialmente se levado à região semiárida brasileira, onde o menor acesso às informações e à assistência poderia agravar a inviabilidade. Já são conhecidos e aplicados vários benefícios ao cultivo em ambientes protegidos para várias hortaliças, mas não há informações sobre o cultivo da rúcula neste 18 ambiente. Sabe-se que além de proteger as culturas de fortes chuvas e da ocorrência de algumas pragas e doenças, pode-se também produzir hortaliças com maior qualidade no período de entressafra e, com isto, gerar maior rendimento para o produtor (AGROCERES, s.d.). Segundo Reis (1997), o uso das cortinas abertas nos ambientes protegidos possibilita que os ventos, que circulam no interior da cobertura plástica, transportem com mais facilidade o calor sensível e o vapor d‟água para o exterior, controlando a umidade e a temperatura do ambiente protegido. Seemann (1979) afirma que a temperatura do ar no interior do ambiente protegido é dependente do seu tamanho e volume, do tipo de cobertura, da abertura ou não de janelas e cortinas, do ângulo de incidência dos raios solares e da cobertura do solo. Entretanto, as temperaturas mínimas e médias são pouco afetadas, ocorrendo o maior efeito sobre as temperaturas máximas. Alpi e Tognoni (1991), atribuem as variações de temperaturas verificadas no interior de estufas, notadamente no sentido vertical, aos fenômenos de transmissão de calor por irradiação, condução e, principalmente, convecção. O balanço de energia influência extremamente a temperatura do ar no interior da casa de vegetação. Depende, portanto, do processo de incidência da radiação solar, reflexão e re-irradiação através dos objetos no interior da estufa, convecção e condução através da cobertura e das paredes, renovação do ar, evapotranspiração e troca de calor com o solo (CERMEÑO, 1993). Nestes ambientes, o controle da umidade do ar, ventilação e o sistema de irrigação precisam ser melhores estudados e elaborados de acordo com o clima de cada região, com finalidade de evitar as desordens fisiológicas, como a deformação e necrose de tecidos foliares, na época mais quente do ano (OLIVEIRA, 1995). De acordo com Righi (2000), o vento aumenta a renovação de ar em torno da folha, aumentando a condutância aerodinâmica, resultando em valores de transpiração das plantas mais elevados. No interior da estufa, quando ventilada, ocorre a renovação dos ares úmidos, entrando mais seco e menos quente vindo do exterior do ambiente, o que também contribui para o aumento da evapotranspiração. Comparando diversos modelos de estufas para determinar qual seria mais eficiente em regiões de clima quente, Feuilloley; Mekikdjian e Sevila (1990) e Rault (1990), concluíram que as estufas com abertura no teto e nas laterais são mais eficientes, pois geram uma excelente circulação de ar. 19 Em relação a sua capacidade, coloração ou transparência, os filmes plásticos apresentam respostas diferenciadas quanto à absorção, à reflexão e à transmissão das radiações de onda curta e longa (ROBLEDO, MARTIN, 1981). Verlodt e Waaijenberg (2000) afirmam que um filme transparente transmite os raios solares sem dispersá-los, tendo por resultados a transmissão elevada da luz direta. Em regiões com irradiância solar elevada, isso pode induzir a queimadura das plantas, flores ou frutos. Esse efeito negativo pode ser minimizado com o uso de filmes aditivados, que difundem a luz sob a estufa inteira, de modo que mesmo as partes abaixo do dossel se iluminem. Esse tipo de película é chamado de filme difuso ou opaco. Geralmente, esses tipos de filmes plásticos têm transmissão 5% menor do que um filme transparente. Essa redução é compensada por uma porcentagem maior de luz difusa, que tem um efeito positivo no desenvolvimento da cultura, especialmente naquelas que crescem eretas. A condição meteorológica é um dos principais fatores na determinação da quantidade de água evapotranspirada pelas culturas. Além dos fatores climáticos, a evapotranspiração também é influenciada pela própria cultura (área foliar) e pela disponibilidade de água no solo (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2002). Alterações no ambiente e o sistema de cultivo adotado também podem influenciar a taxa de crescimento e a evapotranspiração das culturas (DOORENBOS; PRUIT, 1997). O ambiente protegido impede a incidência das chuvas, promovendo uma condição assemelhada à de uma área árida ou semiárida (MEDEIROS, 1998). Assim, quando se cultiva no solo em ambiente protegido, há grande risco de salinização (SILVA et al., 2005; DIAS, 2004; MEDEIROS, 1998). Devido à combinação do nível de fertilização relativamente alto na água de irrigação, associado às taxas de transpiração observadas e tais condições, os níveis de sal no meio radicular podem elevar-se como resultado da desproporção entre a absorção de água e soluto pelas raízes (VAN IEPERIN, 1996). O uso de fertilizantes em excesso via água de irrigação sob condições protegidas, eleva os níveis de salinidade do solo, ao ponto de superar os limites de tolerância pela maioria das culturas, refletindo-se na diminuição do rendimento. Assim, embora a fertirrigação contribua de maneira significativa para o aumento da produtividade, em determinadas situações, sobretudo em ambientes protegidos, pode também resultar no acúmulo do teor salino no solo. O excesso de sais no solo reduz a disponibilidade de água às plantas, além de exercer efeitos tóxicos de íons específicos sobre os processos fisiológicos e metabólicos das 20 plantas e comprometer o rendimento e a qualidade da produção. Esses excessos aplicados durante as irrigações podem salinizar os solos, sendo chamada de salinização secundária, ocorrida através da aplicação excessiva de fertilizantes salinos (MEDEIROS, 2007). Sob condições de ambiente protegido tem-se encontrado o efeito deletério de sais para diversas culturas como aipo (LEONARDI, 1998), alho (MANGAL et al., 1990), cebola (LORENZ e MAYNARD, 1988), pepino (AL-HARBI, 1994; CHARTZOULAKIS, 1995), pimentão (CORNILLON e AUGE, 1995), tomate (STANGHELLINI et al., 1998b; WILLUNSEN et al., 1996) e trigo (MASS e GRIEVE, 1990). Rosa (1997) relatou que na Espanha e Portugal, registram-se problemas inerentes às técnicas culturais praticadas em ambiente protegidos, dentre eles a salinidade, resultando em redução de crescimento e produtividade; tal efeito se deve à ação conjugada de vários fatores, em especial redução da área foliar, taxa de absorção de CO2, aumento da taxa respiratória e redução da síntese protéica. Em ambiente protegido, o manejo da irrigação é diferente das condições de regiões sub-úmidas, pois não se conta com a água da chuva. Da mesma maneira que em regiões áridas, apenas a água de irrigação é responsável por suprir as necessidades hídricas da cultura e lixiviar os sais para controle da salinidade do solo. Em condições de cultivo protegido assim como em regiões semiáridas, como o Nordeste do Brasil, deve-se estudar a tolerância das culturas à salinidade para manejar diferentemente o sistema solo-água-planta, mesmo que as plantas não mostrem sintomas visuais (MEDEIROS, 2007). 2.3 SISTEMA HIDROPÔNICO DE CULTIVO Em 1940, William Gericke apresentou um trabalho descrevendo um sistema hidropônico quase comercial, já utilizando o termo hidroponia que é a união das palavras gregas hidro (água) e ponos (trabalho). O sistema proposto por Gericke teve rápida difusão nos Estados Unidos e em outros países; entretanto o sensacionalismo da imprensa americana que dizia ser a “descoberta do século” associada à ganância de muitos, ao venderem equipamentos inadequados ao cultivo levaram a técnica ao descrédito (RESH, 1995). Em nossas condições, as culturas da alface e da rúcula são as mais cultivadas. 21 Geralmente a produção hidropônica ainda está associada à casa-de-vegetação, não obstante, Teixeira (1996) afirma que o cultivo hidropônico é uma atividade que deve ser desenvolvida em ambiente protegido para que haja maior controle do crescimento das plantas e da solução nutritiva. Isso reforça a vantagem relativa à menor incidência de pragas e doenças do cultivo sem solo, mas resulta no maior investimento inicial e também na necessidade de conhecimento sobre o manejo das condições climáticas no interior do ambiente. O sistema hidropônico predominante na produção de hortaliças folhosas no Brasil é o NFT (NOGUEIRA FILHO, MARIANI, 2000). Os sistemas hidropônicos de produção de plantas vêm sendo empregados no Brasil para diversas culturas, como hortaliças folhosas (FAQUIN, FURLANI, 1999; SANTOS, 2000; BENINI et al., 2002). A escolha do sistema hidropônico a ser empregado depende, entre outros fatores, do porte da espécie a ser cultivada e, principalmente, da disponibilidade e custo dos materiais com potencial de uso como substratos. Os sistemas hidropônicos atualmente em uso passaram por diversas modificações desde as primeiras experiências realizadas há décadas, para se adaptar às condições ambientais e sócio-econômicas das distintas regiões de produção. Dentre essas adaptações, destacam-se a opção pela circulação contínua ou intermitente da solução nutritiva; o emprego de diferentes materiais como substratos e a aeroponia (MARTINEZ, 1999; MALFA, LEONARDI, 2001). Na origem dessas modificações, identifica-se o objetivo comum de buscar uma maior adaptação do sistema de cultivo às condições ambientais, visando otimizar o crescimento, o desenvolvimento e/ou a qualidade dos produtos vegetais. Outros fatores como o consumo de energia e as exigências laboratoriais para a condução e o manejo das culturas também podem ser determinantes na escolha do sistema de produção a ser empregado. Conforme Teixeira (1996), ainda que a utilização de cultivos hidropônicos no Brasil seja criticada em razão da grande extensão de área cultivável no país, esse tipo de cultivo é uma opção para o emprego em pequenas áreas e também onde o cultivo convencional não seria possível. É considerado o mais eficiente no uso da água e, assim, dado a necessidade crescente da preservação ambiental e da economia de água, especialmente no semiárido, muitos produtores têm buscado a possibilidade de uso das águas salinas em sistema hidropônico para a produção vegetal. Os tipos de sistema hidropônico podem ser classificados em fechados e abertos, entre os fechados estão os mais utilizados, sistema NFT e o DFT (Desp film technique). No 22 primeiro, a solução nutritiva é bombeada aos canais e escoa por gravidade formando uma fina lâmina de solução que irriga as raízes; já o segundo conhecido como cultivo na água ou “floating”, a solução nutritiva forma uma lâmina profunda (5 a 20 cm) na qual as raízes ficam submersas; não existem canais, e sim uma mesa plana em que a solução circula por meio de um sistema de entrada e drenagem característico. Nos sistemas hidropônicos abertos, geralmente, não há recirculação da solução nutritiva, e as plantas são cultivadas em substratos que tem sistema radicular e parte aérea mais desenvolvidos; utilizam-se canaletas ou vasos cheios de material inerte, como areia, pedras diversas (seixos, brita), vermiculita, perlita, lã-de-rocha, espuma fenólica ou espuma de poliuretano; a solução nutritiva é percolada através desse material e drenada pela parte inferior dos vasos ou canaletas, retornando ao tanque de solução. 2.4 USO DE SUBSTRATO EM SISTEMAS HIDROPÔNICOS O cultivo hidropônico tem vantagens e desvantagens em relação ao cultivo tradicional a campo aberto e cultivo protegido no solo. Como vantagens podem-se citar o uso de pequenas áreas próximas aos centros urbanos, a obtenção de alta produtividade, possibilidade de produzir produtos de boa qualidade durante o ano todo, redução no uso de defensivos agrícolas, uso eficiente e econômico da água e fertilizantes, menor risco de contaminação por patógenos. Como desvantagem pode-se mencionar o alto custo de implantação do sistema, acompanhamento permanente do sistema, dependência de energia elétrica (FAQUIN et al., 1999). O termo substrato aplica-se a todo material sólido ou sintético ou ainda residual, mineral ou orgânico, distinto de solo, que colocado em recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema radicular desempenhando, portanto, o papel de suporte para a planta (ABAD; NOGUEIRA, 1998). No Brasil, o uso de substratos é relativamente novo. Produtores e viveiristas do setor da produção de plantas em ambientes protegidos já comprovaram na prática as vantagens da formação da muda em recipientes: melhores condições fitossanitárias, menores índices de perda no campo após transplante e aumento de produtividade. A finalidade mais importante de um substrato é produzir uma planta e/ou muda de alta qualidade em menor 23 tempo, a um custo baixo. Fatores que influenciam na fabricação dos substratos incluem que os mesmos devem ser livres ou possuírem elementos tóxicos em baixas concentrações, não devem ter influência na cadeia alimentar e seu descarte não deve causar impacto ambiental (ABREU; ABREU; BATAGLIA, 2002). Martinez (2002) caracteriza a fibra de coco como sendo um substrato que possui uma textura variável, que influencia muito na relação de equilíbrio entre o conteúdo de ar e de água, tão essencial para o cultivo das plantas. Sua porosidade é alta e retém uma quantidade de água facilmente disponível para as raízes, mantendo uma boa aeração. As propriedades químicas, referentes ao conteúdo salino, podem ser diversas e a capacidade de troca catiônica é de média à alta, não sendo um substrato quimicamente inerte. Pode-se considerar uma relação C/N alta, mais altamente estável devido ao seu alto conteúdo de lignina e hemicelulose. Apresenta pH ácido. Quanto aos substratos utilizados nos sistemas hidropônicos de cultivos, alguns pesquisadores (CARRIJO et al., 2002) verificaram uma superioridade da fibra de coco em termos absolutos em relação ao pó de serra, a casca de arroz cru e lã de rocha. Esses autores concluíram que as propriedades físicas da fibra de coco como reação inerte com os nutrientes da adubação, durabilidade das suas características físicas, a possibilidade de esterilização, além de abundância da matéria prima que é renovável e o baixo custo para o produtor, faz da fibra de coco um substrato dificilmente superável por outro tipo de substrato mineral ou orgânico no cultivo sem solo. Além dos já citados, outras vantagens podem ser relacionadas como o fato de a fibra de coco dispensar o uso de aeração forçada, já que escarificações periódicas oferecem uma boa aeração às plantas; favorece a intermitência da aplicação da solução, não exigindo a manutenção constante de uma lâmina de água sobre o substrato, fato que reduz o custo de mão de obra e energia; por ser um subproduto poluente, o uso da fibra de coco como substrato é uma alternativa viável tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista ambiental. O substrato feito a partir das fibras de coco não possui os nutrientes essenciais as plantas. Portanto é preciso fornecê-los de acordo com as necessidades da espécie a ser cultivada, adicionando-se adubos em pré-plantio ou, principalmente, em fertirrigação. A comparação da fibra de coco, em termos absolutos, com outros sete tipos de substratos mostrou uma leve superioridade da fibra de coco em termos absolutos na produção comercial de tomate, produzindo cerca de 1 tonelada a mais de frutos comerciais que o pó de serra ou 24 serragem nos três anos de avaliação. Afirmam também que a fibra de coco é ideal para cultivos de ciclo longo como as ornamentais e hortaliças sem o uso de solo, pois não sofre o processo de degradação acelerado causado pela intensa aplicação de água e fertilizante (CARRIJÓ; LIZ; MAKISHIMA, 2002). Souza (2002) afirma que o substrato pode ser composto por diversos materiais nas mais diversas proporções. Entretanto, a escolha do material depende da disponibilidade de suas propriedades físicas e, muitas vezes substratos com baixos teores de nutrientes são usados, sendo necessárias suplementações com fertilizantes. Sánches (1999) apresenta as seguintes propriedades físico-químicas da fibra de coco com os seguintes valores médios: pH = 5,4; condutividade elétrica (CE) =1,8 dS m-1; capacidade de troca catiônica (CTC) = 92; relação C/N = 132; d = 70 g L-1; porosidade total = 95,6%; retenção de água = 538 ml l-1; capacidade de aeração = 45,5% e água facilmente assimilável = 19,8%. Um substrato ideal deve possuir, entre outras características uma porosidade acima de 85%, uma capacidade de aeração entre 10 e 30% e água facilmente assimilável de 20 a 30%. Portanto, as propriedades da fibra de coco conferem ao seu substrato características de boa qualidade. As percentagens significantes de lignina (35-45%) e de celulose (23-43%) e a pequena quantidade de hemicelulose (3-12%), que é a fração prontamente atacada por microorganismos, conferem ao substrato de fibra de coco uma grande durabilidade (NOGUERA et al., 2000), sendo desta maneira recomendável para cultivos de ciclo longo como as ornamentais. Entre as características desejáveis de um substrato pode ser destacado custo, disponibilidade, teor de nutrientes, capacidade de troca de cátions, esterilidade biológica, aeração, retenção de umidade e uniformidade (GONÇALVES, 1995). Assim, Luiz et al. (2000), afirmaram que um bom substrato deve propiciar uma emergência uniforme e um bom desenvolvimento de muda, sem que ocorra fitotoxidade causada por produtos químicos, excesso de sais ou sintomas de deficiência nutricional. A indústria de substrato para planta vem buscando materiais substitutos para a turfa, consagrado como componente padrão para o cultivo em recipientes. Resíduos de agroindústria, fibra de coco maduro, materiais orgânicos decompostos aparecem como alternativas promissoras para misturas (MEEROW, 1994; KAMPF, 1999). O substrato de fibra de coco por ser um substrato orgânico tem maior absorção dos sais da solução de fertirrigação, indisponibilizando os sais para as plantas, justificando assim o uso deste com águas residuárias com elevados níveis salinos. 25 Um bom substrato deve apresentar: alta capacidade de retenção de água; alto espaço de aeração; tamponamento contra alterações de pH; ausência de pragas e agentes patogênicos; ausência de substâncias inibidoras de crescimento ou prejudiciais às plantas; ter sempre o mesmo comportamento a um dado manejo; permitir o armazenamento; boa capacidade de re-hidratação após secagem; previsível dinâmica de nutrientes; e pouca atividade biológica (ROBER, 2000). O fluxo de água no perfil dá-se em função da posição em que esta água se encontra dentro do recipiente. A altura do recipiente é determinante, sendo assim quanto mais alto o recipiente maior será o fluxo da água, para o mesmo substrato. Isto porque a base do recipiente atua como uma barreira, onde a água se encontra à pressão atmosférica ou potencial zero (FERMINO, 2002). Alturas reduzidas dos recipientes dificultam a drenagem, elevando a capacidade de retenção de água, podendo levar ao encharcamento do substrato (MILKS; FONTENO; LARSON, 1989). Comparando diversos substratos, Fermino (2002) ressalta a importância de estar sempre atento às características dos mesmos, pois materiais com valores de porosidade muito semelhante, como fibra de coco, a turfa preta, a turfa marrom e a casca de arroz carbonizada (CAC), apresentam diferentes valores de aeração. O espaço de aeração e a água disponível estão fundamentados na curva de retenção da água. É caracterizado como o volume de macroporos preenchidos com ar, em condições de saturação após drenagem livre. A água disponível seria aquela presente nos mesoporos (entre 10-100 cm de coluna de água). O sinal para a próxima irrigação é alcançado quando se atinge o valor da água tamponante (microporos). Embora esta água esteja disponível para as plantas, o estresse hídrico, exige um grande gasto energético (TAVARES, 2005). DeBoodt e Verdonck (1972 apud FERMINO, 2002) propuseram estes conceitos e uma curva de retenção de água padrão para um substrato ideal. Mesmo estes conceitos sendo propostos para um vaso de 10 cm de altura, e considerando que atualmente os recipientes têm os mais variados tamanhos, eles continuam sendo válidos. A curva de retenção é aplicada na comparação e escolha de substrato; é necessário que fique claro que o substrato deve atender à demanda da espécie em cultivo e não aos valores idealizados. Existem muitas vantagens e desvantagens na produção em substratos. Algumas vantagens são: 1 – possibilidade de cultivo em áreas com condições físicas (baixa drenagem, baixa condutividade hidráulica, e baixa porosidade), químicas (alta salinidade, razão de adsorção de sódio-RAS elevada, e altos teores de cloro e boro), ou doenças de solo; 2 – 26 melhor monitoramento da irrigação (fornecimento de água de acordo com o estágio e necessidades da planta, condições climáticas, e capacidade tampão do substrato); 3 – possibilidade de efetuar desinfecção do substrato para sua reutilização; 4 – possibilidade de cultivo onde o solo apresente muita desuniformidade; 5 – permite o cultivo quando a água de irrigação é de baixa qualidade devido à elevada condutividade hidráulica dos substratos; 6 – altas produtividades e qualidade devido à otimização das condições da rizosfera, como relação ar/água, concentrações dos nutrientes, e adequados valores de pH; e 7 – possibilidade de introduzir novas plantas que não se desenvolveram bem em solos locais. As desvantagens do cultivo em substratos são: 1 – baixa capacidade tampão, significando baixa tolerância a erros no manejo da irrigação e da fertirrigação, exigindo, portanto, monitoramento constante; 2 infecção causada por doenças de raízes (em conteiners contínuos); 3 – custos relativamente elevados; 4 – problemas ambientais (descarte de água drenada e substratos danosos, como a lã de rocha); e 5 – requer alto nível tecnológico a fim de se interpretar os resultados e tomar as decisões corretas (MILNER, 2002). 2.5 USO DE ÁGUA SALOBRA EM SISTEMAS HIDROPÔNICOS Devido à crescente necessidade de preservação ambiental e de economia de água, muitas pesquisas têm investigado a possibilidade de uso de água salina nos sistemas hidropônicos de cultivo para a produção de hortaliças (VAN OS, 1999); sendo estes sistemas os mais eficientes quanto à eficiência do uso da água. Porém, a eficiência de aplicação de água salina para a irrigação das culturas em sistemas de cultivos sem solo depende também do uso de espécies tolerantes (DASGAN et al., 2002). A aplicação eficiente das águas salobras na irrigação das culturas em sistemas hidropônicos depende da rentabilidade satisfatória da espécie explorada, bem como das práticas culturais adequadas e da habilidade das plantas de reagir ao meio salino. No Brasil poucos são os trabalhos que usam o cultivo hidropônico com águas salobras e salinas. Destes, parte objetiva averiguar diferenças de tolerância entre variedades (“screening” em programas de melhoramento), tal qual o realizado por Willadino et al. (1999) com milho, ou ainda os mecanismos de tolerância e as mudanças morfológicas e/ou fisiológicas decorrentes da salinidade. Os efeitos da salinidade sobre a produção vendável, 27 que na prática interessa mais aos agricultores, é um tema pouco abordado. Além disso, extrapolar os valores de tolerância aos sais, determinados nos cultivos em solo, para o hidropônico seria um equívoco, podendo representar sub-aproveitamento das potencialidades das águas e das espécies de interesse. Como são poucos os produtos registrados para controle fitossanitário em ambiente protegido e em hidroponia (RODRIGUES, 2002), as pesquisas com águas salobras nos cultivos hidropônicos se justificam, considerando que as águas subterrâneas, mesmo salobras, podem ter melhor qualidade biológica que as água superficiais (STEEL, 1966), prevenindo-se um dos gargalos deste tipo de cultivo (doenças disseminadas via água) (RODRIGUES, 2002) e também contribuindo para menores contaminações ambientais e alimentares provocadas por defensivos. A poluição ambiental pode ser uma desvantagem da hidroponia quando se projeta o descarte da solução nutritiva. Nos sistemas abertos esse problema é maior em alguns países, como na Alemanha, onde já é proibido esse tipo de sistema (RODRIGUES, 2002). Em sistemas fechados, o problema é menor, mas também existe, especialmente quando a solução nutritiva envelhecida é descartada no solo. Além do custo ambiental, Rodrigues (2002) estima que do gasto com água e fertilizantes, correspondentes a R$ 1,00 m3 ano-1, cerca de 80 centavos são perdidos no descarte da solução não reaproveitada. Considerando que esse problema deve ser mais sério quando se usa água salobra, tendo em vista o envelhecimento mais rápido da solução, poder-se-ia efetivar, com o descarte da hidroponia, a agricultura bio-salina em solo ou ainda em instalação hidropônica própria. Se nesse tipo de agricultura plantas tolerantes aos sais e/ou halófitas podem ser exploradas com sucesso em solo, como informado por Fernandes, Gheyi e Medeiros (2005), com a hidroponia, plantas glicófitas e sensíveis aos sais poderiam também ser inseridas na atividade produtiva, com a vantagem de serem espécies que usualmente levam à maior agregação de valor nos produtos gerados, quando comparadas às halófitas. Mais do que atividade econômica complementar, essa atividade ajudaria na prevenção e remediação da salinização do solo e de reservas hídricas, como previsto por McKersie e Leshem (1994). As quantidades dos fertilizantes para o preparo da solução nutritiva devem obedecer aos requerimentos nutricionais da cultura, mas também, conforme Furlani et. al. (1999) devem ser limitadas pelas quantidades dissolvidas na água disponível. Nesse sentido, a análise química da água é fundamental para o preparo da solução nutritiva. 28 2.6 EFEITOS DA SALINIDADE SOBRE AS PLANTAS A área com solo no mundo soma 13 bilhões de hectares (EPSTEIN; BLOOM, 2006) e cerca de 8% é afetada por sais. Nenhum continente está livre de solos afetados por sais (PESSARAKLI; SZABOLCS, 1999). Embora a salinidade seja um fenômeno natural, se a evaporação excede a precipitação, a atividade humana da irrigação contribui imensamente para a salinização (EPSTEIN; BLOOM, 2006). De acordo com os autores, a água de irrigação em si invariavelmente contém sais dissolvidos e, em adição, a drenagem inadequada pode causar acúmulo de sais no solo. Em todo o mundo, vem aumentando a necessidade de se utilizar águas de qualidade inferior na agricultura, priorizando o uso intensivo das de boa qualidade para o consumo humano e para outros fins mais restritivos; esta preocupação estará presente na expansão das áreas irrigadas, em geral (AYERS; WESTCOT, 1999). Cada material vegetal possui seu limite de tolerância, denominado „Salinidade Limiar‟ (SL), acima do qual o seu rendimento é reduzido com o incremento da salinidade do solo (RHOADES et al., 2000). Em um dos poucos trabalhos realizados com rúcula, Silva et al. (2006) determinaram a tolerância da rúcula à salinidade em solo, com textura franco-arenosa e acondicionado em vasos plásticos de 0,6 L, com águas salinizadas artificialmente. A rúcula foi classificada nesse trabalho como moderadamente sensível à salinidade, com salinidade limiar de 2,1 dS m-1. Já a canola (Brassica napus L.) que é uma espécie oleaginosa, pertencente à família vegetal Brassicaceae, responde a salinidade no solo apresentando efeitos nos vegetais sensíveis, tendo inibição do crescimento e do desenvolvimento, e redução nas taxas fotossintéticas e respiratórias (DEUNER et al., 2009). A dessalinização de água é uma alternativa inovadora e eficaz de conversão de água salgada em água potável de boa qualidade, já consolidada em diversos países do mundo. Com a tecnologia disponível hoje, a água salinizada pode ser tratada, reduzindo-se o teor de sais, por diferentes métodos, dentre os quais, pode-se citar a osmose reversa e a eletrodiálise que são os dois processos mais utilizados na purificação de água. Nas concentrações totais de sólidos solúveis maiores que 5000 ppm, a osmose reversa se destaca, pela maior eficiência e entre 500 a 5000 ppm a eletrodiálise é o processo mais viável (STRANTHMANN, 1994). 29 Em condições salinas ocorre uma redução na disponibilidade de água, ou seja, com o acúmulo de sais no solo o potencial total da água do solo irá sofrer uma redução, ocasionado pela contribuição do potencial osmótico. Como a água tende a deslocar-se do ponto de maior para menor potencial, haverá um maior gasto de energia para a absorção de água, apesar do potencial osmótico não ser similar ao mátrico, já que as plantas adaptam-se diferentemente às condições de salinidade (LIMA, 1997). Embora algumas plantas possuam mecanismos de ajuste osmótico e consigam sobreviver, o fato da planta entrar mais rapidamente em condições de estresse, provoca o fechamento dos estômatos reduzindo a fotossíntese e diminuindo assim a translocação de nutrientes da raiz para parte aérea, além de promover um gasto de energia para absorção de íons na forma ativa. O efeito da salinidade sobre o crescimento da planta e produção tem sido atribuído à simultânea redução da área foliar e crescimento da raiz, afetando fotossíntese e absorção de água e nutrientes (SHANONN; GRIEVE, 1999; MUNNS; TERRMAAT, 1986). A salinidade afeta vários processos ao longo do ciclo de vida da planta. A resposta da planta ao excesso de sal é complexa e envolve alterações na sua morfologia, fisiologia, metabolismo e anatomia. Além de alterações na composição de aminoácidos, a salinidade afeta também a morfologia e abertura estomática das plântulas submetidas a este tipo de estesse, reduz severamente a quantidade de água transpirada pelas plantas durante seu ciclo, sendo que este efeito é maior quando a demanda evaporativa do ar é alta (LACERDA, 1995; SILVA, 1998). Esta redução pode estar relacionada com o tempo de estresse e com as alterações dos parâmetros morfofisiológicos como a área foliar, a densidade dos estômatos, a condutância estomática e a transpiração (GARCÍA LEGAZ et al., 1993; KURBAN et al., 1999; ROMERO ARANDA et al., 2001). A salinidade leva à seca fisiológica, que está relacionada à redução da absorção de água pelas raízes, mesmo quando o solo está úmido. Além disso, à medida que o solo perde umidade, há concentração de sais e o efeito da salinidade é maior. Portanto, o estudo do potencial total da água no solo ajuda a entender o estresse hídrico no que diz respeito à falta de água pelo seu esgotamento (secamento) e pelo efeito osmótico (SOARES, 2007). Em geral, os níveis elevados de salinidade da água reduzem a produção das plantas, mas por outro lado, a salinidade melhora sua qualidade, como observado por François e Maas (1994) em plantas produzidas em solo e hidroponia. Em cultivo hidropônico de tomate, aumentando os níveis de salinidade da solução nutritiva, houve aumento na 30 concentração de açúcares e ácidos orgânicos nas frutas e obteve melhora no sabor e firmeza da polpa do tomate (PETERSEN et al., 1998). No caso da hidroponia não há aumento do potencial osmótico por concentração, desde que o reservatório tenha abastecimento de água constante (SOARES 2007). O cálculo da pressão osmótica total é dado pelo somatório das pressões osmóticas parciais de cada sal adicionado (RODRIGUES, 2002) e/ou presente na água. Embora a salinidade total seja, geralmente, o fator adverso mais importante à germinação, crescimento e produção da maioria das culturas, algumas plantas são, particularmente, sensíveis a certos íons encontrados em excesso, mesmo quando a salinidade total é baixa. Dentre os solutos encontrados na água de irrigação capazes de causar direta toxidez, destacam-se o sódio, cloretos e boro. Bernstein (1974) apresenta uma completa discussão dos efeitos individuais destes íons sobre um grande número de culturas. Tabelas de tolerância das culturas à concentrações destes íons estão incluídas. Rhoades (1974) adverte que a exigência de lixiviação e drenagem deve ser estimada separadamente quando o cloreto é mais limitante do que a salinidade total. Em virtude de sua alta solubilidade o excesso de sódio na água de irrigação pode causar direta toxidez a certas plantas sensíveis (BERNSTEIN, PEARSON, 1956). Outro efeito nocivo do sódio é a deteriorização da estrutura do solo limitando o movimento de água e ar (MCNEAL, COLEMAN, 1966). As plantas tolerantes à salinidade são designadas como plantas halófitas e sua tolerância pode atingir até cerca de 15 g L-1 de NaCl, equivalente à metade da concentração da água do mar. Essas plantas absorvem, por exemplo, o cloreto de sódio em altas taxas e o acumulam em suas folhas para estabelecer um equilíbrio osmótico com o baixo potencial da água presente no solo. Este ajuste osmótico se dá com o acúmulo dos íons absorvidos nos vacúolos das células das folhas, mantendo a concentração salina no citoplasma em baixos níveis de modo que não haja interferência com os mecanismos enzimáticos e metabólicos e com a hidratação de proteínas das células. Este compartimento de sal é que permite às plantas halófitas viverem em ambiente salino. Para esse ajuste osmótico, na membrana que separa o citoplasma e o vacúolo não há fluxo de um compartimento para outro, mesmo que haja elevado gradiente de concentração. O ajuste osmótico é obtido por substâncias compatíveis com as enzimas e os metabólitos ali presentes. Esses solutos são, na maioria, orgânicos como compostos nitrogênicos e, em algumas plantas, açúcares como o sorbitol (LAUCHI, EPSTEIN, 1984). 31 As plantas sensíveis à salinidade tendem, em geral, a excluir os sais na absorção da solução do solo, mas não são capazes de realizar o ajuste osmótico descrito e sofrem com decréscimo de turgor, levando as plantas ao estresse hídrico por osmose. Embora o crescimento da parte aérea das plantas se reduza com o acentuado potencial osmótico do substrato onde vivem, a redução da absorção de água não é necessariamente a causa principal do reduzido crescimento das plantas em ambientes salinos. De fato, KRAMER (1983) aponta que plantas que crescem em substratos salinos mantêm seu turgor e chama atenção pelo fato de que a suculência é uma característica comum entre as halófitas. Este fato sugere que essas plantas não percam água por salinidade como se estivessem em solos secos e também não recuperam-se, como fazem as plantas estressadas por falta de água, ao receberem água novamente. Assim, parece que o efeito no crescimento, de níveis similares de potencial osmótico e mátrico, é diferente. Esta inferência permite questionar o emprego da soma algébrica com a mesma ponderação para potencial gravitacional, matricial e osmótico ao calcular o potencial total da água no solo (LIMA, 1997). Plantas muito sensíveis à salinidade também absorvem água do solo juntamente com os sais permitindo que haja toxidez na planta por excesso de sal absorvido. Este excesso promove desbalanceamentos e danos ao citoplasma resultando em danos principalmente na bordadura e no ápice das folhas, a partir de onde a planta perde, por transpiração, quase que tão somente água, havendo nestas regiões acúmulo do sal translocado do solo para a planta, e obviamente intensa toxidez de sais. As plantas extraem a água do solo quando as forças de embebição dos tecidos das raízes são superiores às forças de retenção da água exercida pelo solo. À medida que a água é extraída do solo, as forças que retêm a água restante tornam-se maiores. Quando a água do solo é retida com força superior às forças de extração, inicia-se o estado de escassez de água na planta. A presença de sais na solução do solo faz com que aumentem as forças de retenção por seu efeito de osmose e, portanto, a magnitude do problema de escassez de água na planta. Por exemplo, tendo-se dois solos idênticos e com o mesmo teor de água, onde um está isento dos sais e outro não, é exatamente do primeiro que a planta extrairá e consumirá mais água. A explicação científica deste fenômeno é complicada. Em geral pode-se dizer que, devido à afinidade dos sais com a água, as plantas têm que exercer maior força de embebição para extrair do solo uma unidade de água com sais, que para extrair outra que seja isenta deles, (AYERS, WESTCOT, 1991). 32 A salinidade afeta muitos aspectos do metabolismo da planta como reduções na transpiração, fotossíntese, translocação, respiração, desequilíbrio iônico e ou hídrico, assim como efeitos tóxicos de íons Na+ e Cl- e, como resultado, ocorrem decréscimos do crescimento e da produtividade. Sintomas de fitotoxidez ocorrem por desequilíbrios nutricionais no citoplasma, há uma redução da translocação de citocininas para as folhas, com consequente aumento do conteúdo de ácido abscísico e ao acúmulo de sais no ápice e nas margens das folhas, onde a transpiração é maior (FERNANDES et al., 2002). Segundo observações de Tyerman e Skerrett (1999), em ambientes salinos, o NaCl tem-se mostrado como sendo o sal predominante, causando a maioria das injúrias nas plantas. O efeito osmótico tem sido a causa maior da redução do crescimento das plantas, associado à toxidez de íons pela absorção excessiva de sódio e cloreto e ao desequilíbrio nutricional causado pelos distúrbios na absorção e/ou distribuição dos nutrientes (YAHYA, 1998). As diferenças são grandes entre as espécies de plantas na habilidade para prevenir ou tolerar elevadas concentrações de Na nas folhas (MUNNUS, 1993, citado por FERNANDES et al., 2002). A concentração de Na na folha é significativamente correlacionado com a severidade dos sintomas foliares causados pela toxidez de NaCl. A habilidade dos genótipos de plantas para manter os altos teores de K e Ca e baixos níveis de Na dentro do tecido é um dos mecanismos chaves que contribui para a maior tolerância à salinidade. Na maioria dos casos, genótipos tolerantes à salinidade são capazes de manter altas relações K/Na nos tecidos (MANSOUR, 2003; ZENG et al., 2003). A elevação dos níveis salinos da solução hidropônica pode ser devido à adição de fertilizantes na solução nutritiva. Conforme Schwarz (1995), atualmente já foram publicadas em todo o mundo aproximadamente 300 fórmulas de solução nutritiva hidropônica, para diversas culturas. Interessantemente, soluções nutritivas convencionais são relativamente concentradas em comparação com soluções do solo (RODRIGUES, 2002; EPSTEIN; BLOOM, 2006). Na verdade, acrescentam Epstein e Bloom (2006), Hoagland estabeleceu sua formulação com as maiores concentrações que a maioria das plantas tolerariam sem exibir estresse osmótico. As plantas não exigem as altas concentrações de nutrientes encontradas nas formulações usuais de soluções nutritivas. Numerosos estudos sobre o potássio, o fósforo e o nitrogênio têm demonstrado que as plantas crescem normalmente e contêm concentrações normais desses nutrientes, se os mesmos estão disponíveis na faixa de 0,1 mg L-1. Essa 33 descoberta tem levado alguns pesquisadores a enfatizar que a taxa de suprimento de nutrientes, não sua concentração, é o fator importante. A razão para a alta concentração de nutrientes nas formulações-padrão recai na dificuldade experimental de reabastecimento de nutrientes a partir de um depósito, à medida que as plantas os exaurem (EPSTEIN; BLOOM, 2006). Seja qual for a recomendação para a solução nutritiva usada, concentrada ou não, sempre se deve ter para o cultivo hidropônico o emprego dos elementos essenciais às plantas, quais sejam: N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Mn, Cu, B, Mo, Ni e Cl. O suprimento de C é via atmosfera, e o H e O são fornecidos pela própria água pura. Outros elementos considerados benéficos às plantas são Co, V, Si e Na, os quais podem ser considerados no preparo da solução nutritiva a depender das culturas a explorar (SOARES, 2007). 34 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL O experimento foi conduzido em estufa plástica (Figura 1) do Departamento de Engenharia Rural da Escola Superior de Agricultura „Luiz de Queiroz‟ ESALQ-USP, no município de Piracicaba-SP, situado nas coordenadas geográficas 22º 42‟ de latitude sul e 47º 38‟ de longitude Oeste, à 540 m de altitude. Conforme a classificação climática de Köppen, o clima da região é do tipo Cwa, subtropical úmido, com verão chuvoso e inverno seco. As temperaturas médias mensais variam de 24,8º C no verão e 17,1º C no inverno, sendo a média anual igual a 21,4º C. As chuvas são da ordem de 1.278 mm anuais, ocorrendo cerca de 1.000 mm de outubro a março e 278 mm de abril a setembro (SENTELHAS, 1998). Os dados climáticos durante o experimento, que se realizou de 01 de novembro a 16 de dezembro, apresentou precipitação de 7,46 mm, temperatura máxima de 30,10º C e mínima de 19,83º C, temperatura média de 24,97º C. Figura 1. Estufa utilizada no experimento. ESALQ-USP A estufa plástica possuía cobertura em arco, com 6,40 m de largura e 22,5 m de comprimento, paredes laterais e frontais confeccionadas com telas antiafídeas e rodapé de 35 0,30 m em concreto armado; possuía ainda cortinas laterais, as quais permitiam a variação de temperatura em seu interior e proteção contra chuvas, vento e baixas temperaturas. O ambiente é protegido no teto por filme transparente de polietileno de baixa densidade com 0,15 mm de espessura e aditivo anti-ultravioleta, e nas laterais por telas de sombreamento „sombrite‟ 50%. Esta estrutura experimental era provida de energia elétrica e água potável oriunda do sistema de tratamento de água da ESALQ-USP . 3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos casualizados completos com quatro repetições, em esquema fatorial 4x4 (níveis de salinidade da solução nutritiva x tempo de exposição à salinidade). As plantas de rúcula (Eruca sativa Mill.; cultivar “Cultivada”) foram nutridas com solução nutritiva com salinidade de 2,0 (testemunha); 3,5; 4,5; e 5,5 dS m-1, aplicadas em 4 épocas de desenvolvimento (durante a 1ª semana; 2ª semana; 3ª semana e 4ª semana, sendo após retornada a solução nutritiva). Em todos os níveis de salinidade de água foram adicionados a mesma quantidade da solução nutritiva, a qual tinha salinidade aproximada de 1,0 dS m-1. O tratamento testemunha (ST), teve salinidade inicial da água de 1,0 dS m-1, em média, correspondente a água do sistema local de abastecimento da ESALQ, qual seja: água potável tratada do rio, quando adicionada a solução nutritiva, apresentou salinidade média de 2,0 dS m-1, fazendo com que o tratamento testemunha já apresente nível alto de salinidade, maior do que o indicado para quando se utiliza o cultivo em solo. A variação da salinidade entre os tratamentos foi obtida com a aplicação de NaCl à solução nutritiva. Para a Testemunha não foi aplicado o NaCl. As soluções foram armazenadas em depósitos fechados localizados em frente à casa-de- vegetação (Figura 2). 36 Figura 2. Recipientes onde eram armazenadas as soluções nutritivas A irrigação foi feita com base no consumo hídrico das plantas nos vasos para cada período. Depois de hidratada a fibra, os vasos foram pesados diariamente e a partir da pesagem foi feita a irrigação com base na quantidade de água absorvida e drenada; a quantidade de água utilizada era a suficiente para a manutenção da planta, não havendo drenagem, portanto não houve reutilização desta. A quantidade de água a ser utilizada diariamente foi medida em proveta, para melhor mensuração (Figura 3). Assim, foram aplicadas as dosagens de NaCl de acordo com o pré-estabelecido para os determinados níveis. Figura 3. Quantidade de água a ser utilizada, medida em proveta 37 Os blocos experimentais foram montados sobre uma bancada de ferro, medindo 2 x 8 m, onde foram colocados todos os vasos, distanciados apenas para facilitar a identificação dos tratamentos, sendo cada bloco composto por 16 vasos, conforme a mostra a Figura 4. Foi feita a rotação dos vasos durante o ciclo. Figura 4. Estrutura dos vasos montados sobre bancada de ferro. ESALQ-USP 3.3 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO O substrato usado foi o Golden-Mix®, que é composto de uma mistura de 50% de substrato de textura grosseira, mais 50% de substrato de textura granulada, elaborado à partir do mesocarpo do coco, incorporando toda porção fibrosa do mesmo. Suas características são dadas no Quadro 1, fornecidas pela Amafibra e no Quadro 2, conforme análise realizada no Departamento de Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ/USP (TAVARES, 2005). Determinações Valor Densidade (material seco) Matéria Orgânica Porosidade Total Capacidade de Aeração (10 cm) Capacidade de Retenção de água Faixa de CE (1:2, v:v água) Faixa de pH (1:2, v:v água) 89 kg m-3 98% 94% 35% 408 ml L-1 0,8 – 1,0 dS m-1 5,5 – 6,2 Quadro 1. Características comerciais físicas e químicas do substrato (AMAFIBRA) 38 Determinações Umidade natural (embalagem lacrada) Base Seca (110º C) pH em CaCl2 0,01 M 5,4 - Densidade 0,31 g cm-3 - Umidade perdida a 60-65º C 69,97 - Umidade perdida entre 60-110º C 3,00% - Umidade Total 702,97 00,00% Matéria Orgânica total (combustão) 25,57% 94,60% Matéria orgânica compostável 24,07% 89,05% Matéria org. resistente à compostagem 1,5% 5,55% Carbono total (orgânico e mineral) 14,21% 52,57% Carbono orgânico 13,38% 49,50% Resíduo mineral total 1,46% 5,40% Resíduo mineral insolúvel 0,53% 1,96% Resíduo mineral solúvel 0,93% 3,44% Nitrogênio total 0,20% 0,74% Fósforo (P2O5) total 0,01% 0,04% Potássio (K2O) 0,31% 1,15% Cálcio (Ca) total 0,11% 0,41% Magnésio (Mg) total 0,03% 0,11% Enxofre (S) total 0,03% 0,11% Relação C/N (C total e N total) 73/1 73/1 Relação C/N (C orgânico e N total) 69/1 69/1 Cobre (Cu) total 3 mg kg-1 11 mg kg-1 Manganês (Mn) total 16 mg kg-1 59 mg kg-1 Zinco (Zn) total 8 mg kg-1 30 mg kg-1 Ferro (Fe) total 822 mg kg-1 3041 mg kg-1 Boro (B) total 8 mg kg-1 30 mg kg-1 Sódio (Na) total 160 mg kg-1 592 mg kg-1 Quadro 2. Resultados de análises do material orgânico da fibra de coco (ESALQ/USP), Tavares, (2005). Nota: Sinal convencional utilizado: Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento. 39 A cultivar de rúcula utilizada foi a “Cultivada” que produz plantas vigorosas, com bom rendimento de maços. As folhas são alongadas e de limbo profundamente recortado, de coloração verde-escura e sabor picante. Pode ser produzida durante todo ano; o início da colheita ocorre aos 40-50 dias da semeadura, quando a planta apresenta 25-30 cm de altura. As sementes foram plantadas em bandejas de poliestireno expandido com 375 células, com substrato de vermiculita. A semeadura foi realizada no dia 1 de novembro de 2009, colocando-se 10 sementes, em média, por célula, a uma profundidade de 0,04 m, cobrindo-as com uma fina camada do substrato de vermiculita, mantendo-se seis plântulas por célula após o desbaste. O volume dos vasos era de 830 mL, e estes foram preenchidos com 140 g, em média, de substrato de fibra de coco. Após o enchimento dos vasos foi feita a hidratação da fibra, colocando-se os vasos imersos em água da rede de abastecimento local da ESALQUSP, até a total absorção de água e em seguida esperou-se a drenagem natural. Após a hidratação foi feito o transplantio. O transplante foi realizado no dia 14 de novembro, quando as plantas apresentaram de 4 a 5 cm de altura e quatro folhas (incluindo os cotilédones) com emissão da quinta. As mudas foram retiradas das bandejas e transplantadas aos 14 dias, após a semeadura, no final da tarde, quando a temperatura amena. Os tratamentos foram iniciados 3 dias após o transplantio, visando não estressar as plantas, e obter-se uma melhor adaptação. O desbaste foi realizado aos 5 dias após o transplantio, que consistiu no arranque das mudas em excesso, deixando-se 6 mudas por vaso. Todas as parcelas receberam a mesma quantidade de água e nutrientes até a colheita. Todas as soluções nutritivas foram feitas na mesma época e utilizada até o final do ciclo, com exceção da solução nutritiva testemunha que precisou ser feita novamente no meio do ciclo. A solução nutritiva utilizada tanto na produção das mudas, quanto no cultivo foi baseada em Furlani (1998), sendo caracterizada com CE em torno de 2,0 dS m-1 quando composta a partir de água com baixa salinidade (0,20 dS m-1) conforme Furlani et al. (1999), de acordo com a Quadro 3. 40 NH4 NO3 Fertilizante Nitrato de potássio Fosfato monoamônico Sulfato de cobre Sulfato de zinco Sulfato de Manganês Ácido Bórico Molibdato de sódio Fe-EDTA -13% Fe Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn ----------------------------------------------g m ------------------------------------------ de cálcio Magnésio Ca -3 Nitrato Sulfato de P K 750 7,5 108,75 500 65 150 16,5 142,5 182,5 39 400 40 52 0,15 0,02 0,3 0,07 1,5 0,39 1,8 0,31 0,15 0,06 16 Recomendações 2,08 24 173,75 39 182,5 142,5 40 52 0,31 0,02 2,08 0,39 0,06 0,07 Quadro 3. Concentração de nutrientes e quantidades de fertilizantes para o preparo de 1 m3 de solução nutritiva para o cultivo de rúcula (FURLANI, 1998). Aos 32 dias após o transplantio (DAT), três unidades amostrais (vasos compostos por 6 plantas) foram colhidas em cada parcela. Por ocasião da colheita analisaram-se os seguintes parâmetros em função dos aspectos quantitativos e qualitativos, de forma que expusessem a influência dos tratamentos propostos na produção da cultura: altura das plantas, diâmetro da copa, número de folhas e matéria fresca e seca da parte aérea. 41 3.4 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS 3.4.1 Altura das plantas (AP) Por ocasião da colheita, aos 32 (DAT), foram medidas as alturas das plantas por unidade amostral, desde o nível do substrato até a inflexão da folha, utilizando-se régua graduada em centímetros. (HARDER, 2004). 3.4.2 Diâmetro de copa (DC) Para medir o diâmetro de copa, foi analisada cada unidade amostral e foram consideradas duas medidas obtidas através da medição com régua graduada, uma no sentido norte/sul e outra no sentido leste-oeste, visando verificar a uniformidade da copa quanto ao seu desenvolvimento, obtendo-se dois comprimentos em cm, feita a média destes comprimentos obteve-se o diâmetro médio em cm (HARDER; RIBEIRO; TAVARES, 2006). 3.4.3 Número de folhas (NF) Foram contados o número de folhas verdes maiores de 3,0 cm de comprimento, desprezando-se as amareladas e/ou secas, partindo-se das folhas basais até a última folha aberta, de cada unidade amostral (CAVALCANTE 2002). 42 3.4.4 Massa matéria fresca da parte aérea (MF) A massa fresca da parte aérea da unidade amostral inteira obtido com a pesagem das plantas imediatamente após a colheita, em balança digital, englobando todas as plantas da parcela útil; expressa em gramas (CAVALCANTE 2002). 3.4.5 Massa matéria seca da parte aérea (MS) A massa da matéria seca foi determinada em balança de precisão (0,01g). Sendo obtido o peso seco em estufa com circulação forçada de ar a 70 ºC até atingir peso constante, sendo os valores expressos em gramas, (SOARES 2007). 3.4.6 Análise foliar Determinou-se no laboratório de Tecidos Vegetais do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ-USP, concentrações totais dos elementos Cl e Na contidos nas amostras de folhas, após secagem em estufa com circulação forçada de ar a 70ºC. 3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA Os resultados do experimento foram interpretados individualmente por meios da análise de variância. O fator quantitativo relativo aos níveis de salinidade (CE) foi analisado estatisticamente por meio de regressão polinomial (linear e quadrática), e para o fator qualitativo relativo às épocas (semanas), foi analisado estatisticamente por meio do teste de média de tukey a 5 % de probabilidade. Os fatores que apresentaram interação significativa realizou-se o desdobramento da interação dentro de cada fator e teste F. 43 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base na análise de variância (Tabela 1) verificaram-se efeitos significativos (p < 0,01) na interação salinidade x época para o parâmetro massa da matéria fresca (MF), e efeitos significativos (p < 0,05) dos níveis de salinidade para o parâmetro peso da massa fresca (MF), da interação salinidade x época para diâmetro de copa (DC), da época de aplicação para os parâmetros diâmetro de copa (DC), massa da matéria seca (MS) e massa da matéria fresca (MF) e ainda efeito linear dos níveis de salinidade para o parâmetro diâmetro de copa (DC) das plantas de rúcula avaliadas. Tabela 1. Resumo de análise de variância para altura de plantas (AP), diâmetro de copa (DC), número de folhas (NF), massa de matéria fresca (MF) e massa de matéria seca (MS). Piracicaba-SP, ESALQ, 2009. Fator de variação Variáveis AP DC NF MF MS QM Bloco 66,08** 11,08ns 316,33** 239,50* 0,02ns - Salinidade 10,50ns 8,89ns 12,61ns 35,90* 0,13ns Linear 3,62ns 5,30* 0,40ns 0,91ns 0,29ns Quadrático 0,07ns 0,17ns 0,12ns 9,09** 0,51ns - Época 5,06ns 20,54* 4,50ns 35,53* 1,46* Sal x Época 5,41ns 13,74* 9,63ns 33,98** 0,80ns CV 10,19 6,60 5,98 3,65 4,30 Média 25,67 33,38 41,17 78,12 15,85 (**) Significativo a p < 0,01; (*) significativo a p < 0,05 e ( ns) não significativo a p < 0,05 de probabilidade. 44 4.1 ALTURA DE PLANTAS Podem-se verificar na Figura 5 os valores médios de altura das plantas ao longo do ciclo, em função da diferentes épocas de aplicação da salinidade e dos seus respectivos níveis. Como constatados no quadro de variância (Tabela 1), as plantas não apresentaram efeitos da salinidade da solução nutritiva para nenhuma época de aplicação. Figura 5. Alturas médias das plantas ao longo do ciclo em função das épocas de aplicação da salinidade A partir da figura pode-se observar que não houve diferença no crescimento, em função da salinidade para as épocas de aplicação, mostrando que o crescimento foi praticamente o mesmo em todas as épocas analisadas, independente dos níveis salinos. Este fato demonstra que não houve influência deste fator sobre o parâmetro de altura das plantas em nenhuma das medições efetuadas. Apesar do resultado não ser significativo, quando se analisa a perda de rendimento relativo por incremento unitário da CEs desde o menor nível, de 2,0 dS m-1, para os níveis maiores de salinidade foram observadas reduções de 8,41% do último nível em relação ao primeiro nível. Bione et al. (2009) trabalhando com rúcula em sistema hidropônico NFT, avaliando diferentes fontes de águas salinas, variando de 0,2 a 5,2 dS m-1, obteve efeito significativo para altura de plantas; além de perdas quantitativas decorrentes do aumento da salinidade da água, também foram registradas perdas qualitativas que não permitiram se considerar a produção de massa de matéria fresca como o rendimento da rúcula. A salinidade 45 limiar encontrada pelos autores para rúcula foi classificada como moderadamente sensível à salinidade, como sendo de 2,1 dS m-1. Ressaltando a não significância entre os fatores, níveis de salinidade e épocas de aplicação, tem-se que, para o parâmetro altura pode-se utilizar água de alta salinidade, quando se dispõe apenas desta para cultivar rúcula em substrato de fibra de coco sem perdas na altura de plantas e sem a necessidade de manejo rigoroso da água salobra (fração de lixiviação, mistura das águas e/ou aplicação em estádio de desenvolvimento diferenciado). Ao final do ciclo as plantas apresentaram altura média de 25,7 cm, estando acima da altura padrão comercial. Segundo Minami & Tessarioli Neto (1998) para o comércio, as folhas de rúcula, devem estar com 15 a 20 cm de comprimento, bem desenvolvidas, verdes e frescas. Trani et al. (1994) consideram como padrão comercial à altura aproximada de 20 cm, aceitando uma variação de 10% em torno dessa medida. Porém o mercado consumidor dessa hortaliça é muito variável e regionalizado apresentando exigências, supridas apenas, por diferentes produtos. Certas regiões preferem para o consumo “in natura” folhas grandes e outras apreciam folhas pequenas. Além disso, a forma de utilização dessa hortaliça também dita como deve ser seu tamanho. 46 4.2 DIÂMETRO DE COPA Como observado no quadro de variância (Tabela 1), o diâmetro de copa respondeu diferentemente a salinidade da solução hidropônica dependendo da época de aplicação (Tabela 2). Tabela 2. Resumo de médias para diâmetro de copa Salinidade dS m-1 2,0 3,5 4,5 5,5 Média I 32,33 A 35,33 A 31,67 A 32,67 A 33,00 Diâmetro (cm) Épocas de aplicação II III IV 31,00 A 34,83 A 39,33 A 32,00 A 32,00 A 35,50 AB 33,33 A 35,00 A 32,17 B 31,83 A 31,33 A 33,67 B 32,04 33,29 35,17 Média 34,37 33,71 33,04 32,38 Médias seguidas na mesma letra na horizontal não diferem entre si pelo teste de Tukey (p <0,05). O aumento da CEs de irrigação reduziu linearmente o diâmetro de copa das plantas de rúcula, (Tabela 1). Esta constatação é mais evidente, quando se analisa a perda de rendimento relativo por incremento unitário da CEs desde o menor nível (2,0 dS m-1), sendo observadas reduções de 5,82% do último nível em relação ao primeiro nível (Figura 6). Figura 6. Diâmetros médios das plantas ao longo do ciclo em função das épocas de aplicação da salinidade 47 Soares (2007), trabalhando com alface cv. Verônica em sistema hidropônico NFT, obteve resultado significativo (p < 0.01) apresentando para o crescimento da parte aérea em diâmetro uma redução linear de 1% por dS m-1. Cordão Terceiro Neto et al. (2004), analisando o efeito da concentração salina em plantas de Violeta Africana (Saintpaulia ionantha Wendl) obteve resultados significativos quando utilizou água de 2,0 dS m-1 na irrigação, alternando com água de torneira (0,45 dS m-1). Cecilio Filho e May (2002), trabalhando com alface cultivar Carolina, consorciado com rabanete cultivar Crimson Gigante, analisando o efeito do consórcio introduzido em diferentes épocas de cultivo não obteve resultados significativos dos tratamentos sobre o diâmetro (média de 27,53 cm) das plantas de alface. Guilherme et al. (2005) analisando cajueiro anão precoce irrigado com águas de níveis salinos de 0,5 a 9,0 dS m-1, obtiveram aumento no crescimento vegetativo das plantas de cajueiro, sugerindo que, ao invés de provocar os efeitos osmóticos e tóxicos associados aos elevados níveis de sais na água, os sais aplicados contribuíram para um funcionamento mais adequado das plantas. 48 4.3 NÚMERO DE FOLHAS Como foi verificado no quadro de análise de variância (Tabela 1), o número de folhas nas plantas de rúcula não sofreu efeito significativo da concentração salina da solução hidropônica. Apresentando um valor médio de 41,25 folhas em cada unidade amostral. Figura 7. Número de folhas (NF) em função da condutividade elétrica (CE) da solução nutritiva utilizada no cultivo Quando se analisou os níveis de salinidades, o número de folhas não diferiu do inicial ao mais salino, tendo-se apenas um decréscimo de 3,43% quando foi irrigado com o nível de 4,5 dS m-1, em relação ao tratamento testemunha. Silva et al. (2008) obteve reduções com o incremento da salinidade, apesar de observar um pequeno acréscimo no segundo nível de salinidade (1,5 dS m-1) em comparação com o nível menos salino (0,5 dS m-1). Miceli, Moncada e D‟Anna (2003), estudando cultivares de alface (Severus e Ballerina) sob salinidade da solução nutritiva causada por NaCl, em hidroponia com substrato de fibra de coco, na Sicília, obtiveram diminuição do número de folhas. Para a produtividade comercial, foi observada redução de 25% quando se utilizou solução com CE de 3,6 dS m-1, em relação ao controle (1,6 dS m-1). Ao se manter uma solução com CE de 4,6 dS m-1 a produtividade foi reduzida em 50%. 49 Paulus (2008), trabalhando com cultivares de alface Verônica e Pira Roxa em sistema hidropônico com águas salinas, obteve os decréscimos relativos à testemunha (água não salina) para cada incremento unitário de CEa das variedades cultivadas Verônica e Pira Roxa, respectivamente, de 6,32% e 5,78%. Viana et al. (2001), trabalhando com a cultura da alface, verificaram expressiva redução do número de folhas da alface com aumento da salinidade. A redução do número de folhas em condições de estresse salino é uma das alternativas das plantas para manter a absorção de água, sendo conseqüência de alterações morfológicas e anatômicas nas plantas, refletindo-se na perda de transpiração como alternativa para manter a absorção de água. Santos et al. (2009), trabalhando com cultivares de alface em sistema hidropônico, não obtiveram diferença significativa do número de folhas entre as cultivares babá de verão e quatro estações, porém ocorreu um decréscimo linear no número de folhas à medida que se aumentou a salinidade da solução nutritiva. Já para a cultivar Verônica, houve um acréscimo no número de folhas com o aumento da salinidade, o que explicaria a maior produção absoluta de matéria. Trabalhos realizados com outras culturas demonstraram ter efeito da salinidade sobre o número de folhas. Oliveira et al. (2006) e Oliveira et al. (2007) constataram redução no número de folhas nas culturas da mamoneira e milho-pipoca, respectivamente, a medida que se incrementou a concentração salina da água utilizada na irrigação. 50 4.4 MASSA DE MATÉRIA FRESCA Como foi constatado na análise de variância (Tabela 1), houve efeito interativo entre a CE da solução e época de aplicação (Tabela 3). Tabela 3. Resumo de médias para os diferentes níveis de salinidade da solução hidropônica e épocas de aplicação da massa de matéria fresca Salinidade dS m-1 2,0 3,5 4,5 5,5 Média I 76,05 A 85,60 B 83,08 B 75,92 A 80,16 Massa de Matéria Fresca (g) Épocas de aplicação II III 72,21 A 78,53 A 81,04 B 75,74 A 74,65 A 79,33 A 76,39 AB 78,29 A 76,08 77,97 IV 78,72 A 79,61 A 74,87 A 79,82 A 78,26 Média 76,38 80,50 77,98 77,60 Médias seguidas na mesma letra na vertical e na horizontal não diferem entre si (p <0,05). Pode-se observar que quando aplicado água salina no início do ciclo as plantas apresentaram-se mais tolerantes aos níveis de 3,5 e 4,5 dS m-1, proporcionando um maior acúmulo de massa fresca nas plantas no final do ciclo. O que pode estar associado ao tempo reduzido de exposição das plantas à solução salina que foi de apenas 7 dias, dada a menor necessidade hídrica das plântulas. Neste trabalho, embora as plantas tenham sido expostas por um mesmo tempo, as irrigadas com água salina na fase inicial de crescimento (1ª semana) tiveram maiores PMF (79,14 e 73,67 g para ST e S1, respectivamente) em relação às plantas expostas na ultima fase de cultivo (4ª semana), ficando evidente que a tolerância da rúcula ao efeito salino entre as fases de desenvolvimento é diferente e, dentre as fases do ciclo cultural, a de desenvolvimento inicial é mais tolerante aos efeitos da salinidade e sua toxidez em relação fase final de cultivo. Esse comportamento pode variar de acordo com a espécie cultivada Maas (1990) concluiu que o milho doce, embora sofra durante o estágio inicial de crescimento, tolera até 9 dS m-1 durante o enchimento dos grãos, sem prejuízo de sua produtividade. Santos et al. (2009), analisando alface hidropônico cv. Vera, com níveis salinos de 1,4 a 5,5 dS m-1, encontrou decréscimos relativos (comparados à testemunha) na produção de matéria fresca de 94,83%. Paulus (2008), trabalhando com cultivares de alface Verônica e Pira Roxa em sistema hidropônico com águas salinas, obteve decréscimos relativos à testemunha (água não 51 salina) para cada incremento unitário de CEa das variedades cultivadas Verônica e Pira Roxa, respectivamente, de 14,105% e 9,54%. Para fins comerciais, obteve-se uma perda de 56,16% quando se utilizou a água mais salina (7,69 dS.m-1). Soares (2007), em diferentes trabalhos em sistema NFT com alface Verônica, utilizando água doce (0,66 dS m-1) para o preparo da solução nutritiva e água salina (7,46 dS m-1) para a reposição do volume consumido, obteve perda de 19,3% com relação à produtividade comercial. Silva (2009), trabalhando com rúcula em sistema hidropônico tipo NFT, com 9 níveis de salinidade, obteve o maior acúmulo de massa fresca de 177 gramas, no menor nível de salinidade (1,8 dS m-1), sendo esse superior em 91% com relação ao acúmulo no maior nível de salinidade (10,3 dS m-1), que foi de 92,5 gramas por unidade amostral. Verificou ainda que para cada incremento de uma unidade de condutividade elétrica, houve um decréscimo de 9,87 gramas no acúmulo de massa fresca, sendo observado a partir do coeficiente angular negativo da equação de ajuste. Discordando, Santos et al. (2009) trabalhando com alface cv. Vera, analisando águas de diferentes poços com salinidade média de 2,2 dS m-1 para o preparo de soluções nutritivas, não obteve resultados significativos. 52 4.5 MASSA DE MATÉRIA SECA Como foi constatado na análise de variância (Tabela 1), este parâmetro teve efeito significativo (p < 0,05) para a época de aplicação (Tabela 4). Tabela 4. Resumo de médias para os diferentes níveis de salinidade da solução hidropônica e épocas de aplicação da massa de matéria seca Salinidade dS m-1 2,0 3,5 4,5 5,5 Média I 16,00 A 15,33 A 15,33 A 16,33 A 15,75 Massa de matéria seca (g) Épocas de aplicação II III 16,00 AB 16,00 A 15,00 A 15,67 A 16,00 AB 16,00 A 17,00 B 15,67 A 16,00 15,84 IV 15,00 A 16,00 A 16,00 A 16,33 A 15,83 Média 15,75 15,50 15,83 16,33 Médias seguidas na mesma letra na vertical e na horizontal não diferem entre si (p <0,05). Verifica-se na Tabela 4, que a aplicação de água salina na 2ª semana proporciona maior acúmulo de massa seca do que quando aplicado na 1ª semana. O acúmulo de massa de matéria seca das plantas, pouco diferiu com o incremento da salinidade na água de irrigação, para as diferentes épocas que as plantas foram submetidas aos níveis salinos. Soares (2007), que utilizando alface da cultivar Hortência, com níveis salinos de 0,43 dS m-1 a 3,93 dS m-1, teve acúmulo de massa seca diminuído à medida que se aumentou o nível salino da solução, tendo-se obtido uma redução de 4,22% na produtividade relativa. Paulus (2008), trabalhando com cultivares de alface Verônica e Pira Roxa em sistema hidropônico com águas salinas, obteve os decréscimos relativos à testemunha (água não salina) para cada incremento unitário de CEa de 53% e 44%, respectivamente, Verônica e Pira Roxa. A variedade cultivada Verônica resultou em maior teor de água (94,57%) que a Pira Roxa (93,63%). Para fins comerciais, obteve-se uma perda de 38,42% quando se utilizou a água mais salina (7,69 dS.m-1). Silva et al. (2008), analisando o efeito da salinidade na matéria seca média dos substratos, verifica-se redução com o incremento da salinidade. Para o efeito da salinidade em cada composição dos substratos, pode-se constatar que o segundo nível salino avaliado (2,5 dS m-1) favoreceu o desenvolvimento das plantas; no entanto a resposta foi negativa a partir desta salinidade. 53 Segundo Morales et al. (2001), nem todas as partes da planta são igualmente afetadas pela salinidade, bem como, a adaptação ao estresse salino varia entre espécies e em um mesmo genótipo pode variar entre estádios fenológicos. A pequena resposta do uso de substrato orgânico deste experimento pode ser explicada em parte pelo curto intervalo de tempo da avaliação, visto que, por a rúcula apresentar ciclo rápido, provavelmente os nutrientes presentes na solução hidropônica, ou residual do substrato orgânico bem como, o nível salino residual, não tenham se disponibilizado. O estresse salino reduz o crescimento e o desenvolvimento das plantas em diferentes fases fisiológicas. A redução do crescimento da planta devido o estresse salino pode estar relacionado com os efeitos adversos do excesso de sais sob homeostase iônica, balanço hídrico, nutrição mineral e metabolismo de carbono fotossintético (ZHU, 2001; MUNNS, 2002). Os mecanismos pelo qual o estresse salino deprecia as plantas ainda é uma questão discutida devido à natureza muito complexa do estresse salino na planta. O efeito reduzido da salinidade da solução nutritiva sobre as variáveis de crescimento pode ser atribuído ao sistema de cultivo hidropônico com fibra de coco, associado aos benefícios da produção sob condições protegidas (BURIOL et al., 2000). Segundo Rosa et al. (2002), a fibra de coco tem alta capacidade de absorção hídrica, cerca de 85% de umidade, mantendo o substrato em condições ideais de umidade, suficiente para reduzir os efeitos da salinidade na solução nutritiva. Além disso, no sistema hidropônico a inexistência do potencial matricial sobre o potencial total da água reduz a dificuldade de absorção de água pelas plantas em meio salino, conforme relatado por Soares (2007). 54 4.6 ANÁLISE FOLIAR Para este parâmetro não foi feita a análise estatística, usou-se apenas médias para obtenção de gráficos. Analisando separadamente os níveis de salinidade e as épocas de aplicação. Figura 8 e Figura 9. Figura 8. Resultado das médias obtidas através da análise foliar para os níveis de salinidade Como observado na Figura 8, com o aumento do nível de salinidade da solução nutritiva, aumentou-se a concentração de Cl nas folhas, isso também pode ser observado de forma mais sutil na concentração de Na. Quanto maior a quantidade de NaCl das soluções nutritivas maior o acúmulo nas folhas ao final do ciclo. Savvas et al. (2007), trabalhando com Pimentão, analisando dois diferentes regimes de irrigação com dois níveis de salinidade (0,8 e 6 mol m-3) obteve acúmulo crescente nas folhas jovens. Como esperado, o nível elevado de NaCl (6 mol m-3) na água de irrigação introduzida no sistema hidropônico de ciclo fechado para suprir a absorção de água pela planta resultou em altas concentrações de Na e Cl nas folhas jovens de pimentão em comparação com o baixo nível de NaCl. Os níveis de Na e Cl na solução drenada aumentou com o tempo devido a acumulação progressiva, em um padrão semelhante com o da CE. Entretanto, as diferenças nas concentrações de Na e Cl entre a baixa e alta freqüência de irrigação foram estatisticamente significativa apenas para os níveis altos de salinidade. Aktas, Abak e Cakmak (2006), estudando a variação genética de 102 genótipos de pimentão (Capsicum annuum) tolerantes a 100 mM de cloreto de sódio (NaCl) em solução nutritiva, obteve resultados quando o NaCl não foi fornecido, os genótipos testados foram 55 mais ou menos similar na concentração de Na, e quando houve fornecimento de NaCl, os genótipos sensíveis com maior dano foliar tiveram maior concentração de Na nas folhas. A concentração de Na para o tratamento com NaCl, foi significativamente correlacionado com a severidade dos sintomas foliares causado pela toxidez de NaCl. Este tratamento exerceu um efeito reduzido na concentração de K nas plantas, e esta redução ficou mais evidente nos genótipos sensíveis. Também reduziu a concentração de Ca na planta. Figura 9. Resultado das médias obtidas através da análise foliar para as épocas de aplicação Como observado na Figura 8, com o aumento do nível de salinidade da solução nutritiva, aplicado em diferentes épocas é possivel notar que a concentração de Cl nas folhas é maior que a de Na, tendo decréscimo no D2 (segunda semana de aplicação), sendo observado um leve acúmulo na concentração de Na, no decorrer do ciclo. Quando aplicado NaCl no início do ciclo, os efeitos do Na foram mais sútis no início quando comparados com o acúmulo final, observação semelhante com relação ao Cl, tendo-se um decréscimo no acúmulo quando aplicado na segunda semana de cultivo. A maior concentração de Na nas folhas ocorreu quando o tratamento ocorreu na 3ª semana, enquanto que o Cl teve maior concentração quando aplicado na 4ª semana. Utilizando NaCl na produção hidropônica de rúcula o mais indicado será usar a solução na 2ª semana de cultivo, visto que os danos e perdas serão relativamente pequenos. Quando absorvido e nas planta, o Na se torna altamente tóxico em níveis fisiológicos diferenciados. Prejuízos fisiológicos causados pela toxidez de Na incluem deficiência dos nutrientes K e Ca, desenvolvimento de estresse hídrico e indução de danos celulares oxidativa. Entretanto, mantendo-se a baixa concentração de Na seja por impedimento na absorção de Na ou homeostase de regulação de Na em células pelas altas 56 taxas de K/Na ou seqüestro de íons Na no vacúolo são as maiores estratégias das plantas com o estresse de Na (RENGEL, 1992; BOHNERT, JENSEN, 1996; ZHU, 2001). A concentração de sódio e a relação K/Na das plantas são amplamente aceitas e utilizadas como parâmetros na seleção de genótipos tolerantes ao Na (GORHAM et al., 1997; DASGAN et al., 2002; MUNNS, JAMES, 2003; SHI et al., 2003). O sódio sob forma ionizada, é um dos principais fatores de regulação osmótica do sangue, plasma, fluidos intercelulares e do equilíbrio ácido-base. É essencial à motilidade e à excitabilidade muscular e na distribuição orgânica de água e volume sangüíneo. Seu teor no organismo gira em torno de 1% do peso corporal ou 70g para o homem adulto, sendo um elemento muito espalhado na natureza, ingressando no organismo através dos alimentos, deliberadamente acrescentado à dieta com o sal de cozinha. As recomendações nutricionais diárias de sódio são de 120 a 370 mg dia-1, para lactantes, 1000 a 1200 mg dia-1, para crianças e adolecentes e de 1200 a 1500 mg dia-1, para adultos (EDEMIX, 2010) O cloro é encontrado predominantemente em líquidos extracelulares e intracelulares. A quantidade de cloro no homem adulto normal de 70 kg corresponde a 0,12% do peso corporal. É absorvido de forma rápida no trato gastrointestinal. Esse mineral é um dos mais importantes na regulação da pressão osmótica, pois o cloro ionizado, juntamente com o sódio, mantém o balanço aquoso. Participa no equilíbrio ácido-base e na manutenção do Ph sangüíneo. O cloro secretado pela mucosa gástrica como ácido clorídrico acarreta a acidez necessária para a digestão no estômago e para a ativação de enzimas. As recomendações nutricionais diárias de cloro são de 180 a 570 mg dia-1, para lactantes, 1500 a 1900 mg dia-1, para crianças e adolecentes e de 1500 mg dia-1, para adultos (EDEMIX, 2010). 57 5 CONCLUSÕES Considerando as condições em que o presente trabalho foi conduzido e com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que: Os parâmetros diâmetro de copa, matéria fresca e matéria seca da parte aérea foram afetados negativamente pelo incremento do fator salinidade da solução nutritiva utilizada no cultivo de rúcula; Quando a solução salina de 3,5 e 4,5 dS m-1, foram aplicados na 1ª ou 2ª semana de cultivos aumentaram a produção de massa; O teor de Na e Cl nas folhas pode ser classificado como aceitável, para alimentação humana, visto que estes se encontraram com níveis baixos, e são nutrientes essenciais na dieta alimentar; É possível obter produções satisfatórias utilizando águas salinas no cultivo hidropônico com substrato de fibra de coco na produção da rúcula. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABAD, M.; NOGUEIRA, P. 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