Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira Esclerodermia O que é: É uma doença autoimune crônica, progressiva, portanto não é contagiosa. Está associada com a ativação de algumas células chamadas FIBROBLASTOS, responsáveis pela produção do tecido cicatricial na pele e nos órgãos. Ocorre principalmente em mulheres de meia idade. O termo "scleroderma" significa "pele dura” , uma referência ao endurecimento da pele pelo aumento do tecido que "liga" as células, o colágeno. Existe 2 tipos de esclerodermia, a localizada, que não envolve vísceras e a sistêmica. A doença pode envolver vasos sanguíneos, pele, olhos, articulações e órgãos internos, principalmente os rins, pulmões e intestino. Em uma pequena minoria de casos, a esclerodermia ou doenças que se assemelham a ela são associadas a exposição à certas toxinas, porem na maioria dos casos a causa não é conhecida. Sintomas e sinais: Normalmente, os sintomas se desenvolvem gradualmente. Inicialmente, os dedos ficam pálidos e dolorosos quando está frio (fenômeno de Raynaud). Também pode haver dor nas articulações, inchaço nas mãos, e fraqueza muscular. Com o tempo, a pele fica grossa e elevada, principalmente em cima da face e dos dedos. Outros sintomas são a dificuldade para alimentação, causada pelo envolvimento do esôfago (tubo que leva o alimento da boca ao estômago); problemas intestinais; dificuldade respiratória e anormalidades cardíacas como pericardite (inflamação da membrana que envolve o coração), bloqueio do impulso elétrico no coração (bloqueios átrio-ventriculares) e insuficiência cardíaca, com falta de ar, cansaço e inchaço nas pernas. Diagnóstico: É baseado na história clínica e nos achados do exames físico. Alguns achados no exame de sangue ajudam no diagnóstico, como anemia discreta, aumento nas provas de atividade inflamatória, alterações no exame de urina (se houver doença no rim) e exames mais específicos, como teste de anticorpos anti-nucleares, que tem maior interesse acadêmico do que prático. Os exames laboratoriais, radiológicos e testes de função pulmonar ajudam a determinar a extensão e severidade do comprometimento no organismo. Tratamento: Não há ainda nenhuma cura conhecida para Esclerodermia. Nenhum tratamento foi comprovadamente capaz de alterar o curso da doença, que pode ser bom nas formas mais leves, mas pode comprometer a vida quando ocorre o envolvimento de órgãos internos.. O tratamento é realizado para o alívio dos sintomas e suporte clínico, entretanto algumas drogas tem-se mostrado úteis, como a D-penicilamina O fenômeno de Raynaud pode ser tratado com o uso de bloqueadores dos canais de cálcio. A lesão renal e a pressão alta são tratadas com drogas anti-hipertensivas. A inflamação do esôfago (esofagite) pode ser controlada com antiácidos e remédios que diminuam a secreção dos sucos ácidos pelo estômago. Antibióticos, dietas especiais, e medicamento podem melhorar absorção de nutrientes se houver comprometimento intestinal As dores musculares são tratadas com anti-inflamatórios não hormonais, como, piroxicam, indometacina, diclofenacos, etc. Os corticoesteróides podem ser utilizados para reduzir a dor e a rigidez nas articulações, mas não são de muito uso. Além disso, a reabilitação através de exercícios é fundamental para a qualidade de vida destes doentes.