UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL TEORIAS ANTROPOLÓGICAS I Ementa: O objetivo da disciplina é a discussão de obras definidas como modelares para a constituição do campo da Antropologia. A partir dessas, serão analisados os problemas, as elaborações teóricas e orientações metodológicas das diferentes tradições disciplinares. Obrigatória: SIM Carga Horária: 60 Créditos: 04 Professora: Maria Luiza Rodrigues Souza Objetivos: Leitura e discussão de obras que constituem referências clássicas por terem marcado a história da Antropologia, desde a segunda metade do século XIX até a primeira metade do século XX, e que pelas questões que suscitam, constituem grande parte da tradição teórico-etnográfica da disciplina. A partir dos recortes temáticos engendrados pelos diversos autores, serão confrontados modelos analíticos e perspectivas teóricas que compõem repertório fundamental para construções do objeto e orientações de metodologia. As leituras selecionadas serão orientadas para se atentar tanto para a experiência que constituiu o trabalho antropológico como o tipo de texto engendrado. Da experiência se destacará o contexto nacional dos/as autores/as e o tipo de interlocução desenvolvida para a realização das pesquisas; do texto, as escolhas de objeto, os estilos e a construção de noções e conceitos que conduzem as reflexões desenvolvidas. Analisar-se-á as diversas relações entre teoria(s) e pesquisa para que as/os alunas/os conheçam as tradições teórico-etnográficas. Desenvolvimento: Aulas expositivas com a participação das/os alunas/os, seminários e discussões. Avaliação: Um texto individual de até 15 páginas comparando autores e temas. Cronograma 1ª aula Apresentação do curso 2ª aula Questões iniciais CONNELL, R. W. Why classical theory is classical? American Journal of Sociology Volume 102 Number 6 (May 1997): 1511–57. Disponível em: http://links.jstor.org/sici?sici=00029602%28199705%29102%3A6%3C1511%3AWIC TC%3E2.0.CO%3B2-W ALMEIDA, Mauro W.B. de. “A etnografia em tempos de guerra: contextos temporais e nacionais do objeto da antropologia”. In: PEIXOTO, Fernanda Áreas; PONTES, Heloisa; SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.) Antropologia, histórias, experiências. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2004, p. 61-81. GODELIER, Maurice. O Ocidente, espelho partido – uma avaliação parcial da antropologia social, acompanhada de algumas perspectivas. EM: Revista Brasileira de Ciências Sociais, 23. Em: http://www.anpocs.org.br/portal/content/view/121/54/ 3ª aula Alguns pontos de partida CLASTRES, Hélene. Primitivismo e ciência do homem no século XVIII. Discurso, 13:http://www.fflch.usp.br/df/site/publicacoes/discurso/pdf/D13_Primitivismo_e_cienci a_do_homem_no_seculo_XVIII.pdf INGOLD, Tim. Humanidade e animalidade. Em: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 28, junho 1955.em: http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_28/rbcs28_05.htm CASTRO, Celso. Evolucionismo Cultural. Textos de Morgan, Tylor e Frazer. RJ: Jorge Zahar Ed., 2005 4ª aula A noção de sociedade primitiva e a problemática evolucionista MORGAN, L. H. A Sociedade Primitiva. Lisboa: Ed. Presença, 1974. FRAZER, Sir James George. O ramo de ouro. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. Leitura complementar KUPER, Adam. The invention of primitive society: transformation of an illusion; London and New York, 1988 FABIAN, Johannes. Time and the Other: How Anthropology Makes its Object. New York: Columbia University Press, 1983. LÉVI-STRAUSS, Claude (1952) - “Raça e História”. Em: Antropologia Estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976, (Cap. XVIII), pp. 5ª aula - Cultura Antropologia nos Estados Unidos BOAS, Franz. As limitações do método comparativo da antropologia, 1896; Raça e progresso, 1931; Os objetivos da pesquisa antropológica, 1932. In: CASTRO, Celso (org.). Franz Boas: Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. STOCKING Jr., George W. (org.) Franz Boas: A formação da antropologia americana. Tradução Rosaura Maria Cirne Lima Eichenberg. Rio de Janeiro: Contraponto/Editora UFRJ, 2004. 6ª aula Cultura, personalidade, comunicação e outras experiências de campo MEAD, Margaret. Sexo e temperamento. SP: Ed. Perspectiva, 2000 _______Changing Styles of Anthropological Work Author(s): Margaret Mead Source: Annual Review of Anthropology, Vol. 2 (1973), pp. 1-26. http://www.jstor.org/stable/2949254 BENEDICT, Ruth. Configurações de cultura. In: PIERSON, Donald. Biblioteca de Ciências Sociais: Estudos de Organização Social, Tomo II. São Paulo: Martins. BATESON, Gregory. The Naven: A survey of the problems suggested by a composite picture of the culture of a new guinea tribe drawn from three points of view. Cambridge: Univ Press.1936. 7ª aula Guerra e caráter nacional BENEDICT, R. O Crisântemo e a Espada. São Paulo: Perspectiva, 2002. BATESON, G. 1972 [1942]. “Morale and National Character”. Em: Steps to an Ecology of Mind. Collected Essays in anthropology, Psychiatry, Evolution, and Epsitemology: New York: Ballantine Books. 8ª aula Antropologia francesa DURKHEIM, Emile. As formas elementares da vida religiosa: o sistema totêmico na Austrália. São Paulo: Martins Fontes, 1996. MAUSS, M. e HUBERT, H. Ensaio sobre a natureza e a função do sacrifício. Em: Mauss, M., Ensaios de sociologia. São Paulo: Perspectiva, 1981 MAUSS, Marcel. Esboço de uma teoria geral da magia. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. 9ª aula Antropologia francesa MAUSS. Maarcel. Ensaio sobre a dádiva. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naif, 2003 10ª aula Antropologia inglesa - Pesquisa de campo MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental: Um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné, Melanésia. São Paulo: Abril Cultural, Coleção Os Pensadores, 1978. MALINOWSKI, Bronislaw. Crime e costume na sociedade selvagem. Brasília: Editora UnB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2003 Leitura complementar DURHAM, Eunice. Introdução. Malinowski. São Paulo: Ática, 1986 11ª aula Estrutura, função RADCLIFFE-BROWN, A. R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Petrópolis: Vozes, 1973. RADCLIFFE-BROWN, A. R. Sistemas africanos de parentesco e casamento. Introdução. Em: Melatti, J. C (org). Radcliffe-Brown: Antropologia. São Paulo: Ática, 1978. RADCLIFFE-BROWN, A. R. O método comparativo em antropologia social. Em: Melatti, J. C., org. Radcliffe-Brown: Antropologia. São Paulo: Ática, 1978. Leitura complementar KUPER, Adam. Cultura, a visão dos antropólogos. Bauru: EDUSC, 2002. 12ª aula Antropologia inglesa EVANS-PRITCHARD, E. E. Os nuer: Uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. São Paulo: Perspectiva, 1993. FIRTH, Raymond. Nós, os Tikopias. Cap. São Pulo: EDUSP, 1998. Leitura complementar: GLUCKMAN, Max. O material etnográfico na antropologia social inglesa. Em: ZALUAR, Alba (org.). Desvendando Máscaras Sociais. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980. 13ª aula Antropologia francesa - Estruturalismo LÉVI-STRAUSS, Claude (1949) - As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes, 1982, (Cap. 1, 2, 3, 4, 5, 29). LÉVI-STRAUSS, Claude (1955) - “A estrutura dos mitos.” Em: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976. LÉVI-STRAUSS, Claude (1945) - “A análise estrutural em lingüística e em antropologia.” Em: Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976. Leitura complementar PASSETTI, Dorothea Voegeli. Lévi-Strauss, antropologia e arte – Minúsculo – incomensurável. São Paulo: Edusp: Educ, 2008. QUEIROZ, Ruben Caixeta de & RENARDE, Freire Nobre (orgs). Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. 14ª aula Lévi-Strauss - Mito LÉVI-STRAUSS. O cru e o cozido — mitológicas. São Paulo, Brasiliense, 1991 Leitura complementar NASCIMENTO, Carlos Arthur R. (tradução). Atualidade do mito. São Paulo: Duas Cidades, 1977. 15ª Apresentação dos trabalhos/encerramento