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O uso das ferramentas de marketing pessoal como auxilio na inserção dos arquitetos recém formados no mercado de trabalho
janeiro/2013
O uso das ferramentas de marketing pessoal como auxilio na
inserção dos arquitetos recém formados no mercado de trabalho
Fabiana Andrade de Oliveira Chempe – [email protected]
Pós-graduação Latu-sensu em Master em Arquitetura
Instituto de Pós-graduação - IPOG
Belo Horizonte, MG, 15/06/2012
Resumo
Este trabalho tem como objeto de estudo arquitetos que concluiram a graduação há até cinco
anos e que estavam trabalhando em escritórios de arquitetura em Belo Horizonte, em maio de
2012. Eles conhecem as ferramentas de marketing pessoal? Estas têm sido utilizadas de
maneira correta para ajudá-los a se estabelecer no mercado? A pesquisa investiga a hipótese
de que muitos deles desconhecem tais conceitos. O objetivo é analisar se o marketing pessoal
tem contribuído para que os recém formados se estabeleçam no mercado. A metodologia
utilizada foi a pesquisa exploratória com coleta de dados empíricos através de um
questionário direcionado aos arquitetos e a coleta de dados teóricos extraídos de literaturas, a
amostra pesquisada foi de 22 profissionais e a análise dos dados foi baseada na referência
teórica desenvolvida por Padilha, em seu livro Marketing Pessoal e Imagem Pública. Os
resultados encontrados indicam que aqueles que investiram em uma estratégia baseada no
marketing pessoal obtiveram sucesso e os que mantêm atitudes que compreendem as suas
ferramentas, melhoraram a imagem pessoal ou profissional e obtiveram conquistas a partir
dela. Concluiu-se que se houver investimento em uma boa estratégia, o marketing pessoal
contribui para que novos profissionais se estabeleçam no mercado.
Palavras-chave: Marketing Pessoal. Imagem pessoal e profissional. Recém formados. Gestão
de carreira.
1. Introdução
Muitas pessoas entram em uma faculdade com o sonho de se formar e encontrar um emprego
que lhes dará sossego e conforto para o resto da vida. Porém a situação não é tão simples
quanto parece. A carreira profissional se constrói com muito estudo e esforço. Exige às vezes,
passar noites em claro para finalizar trabalhos. E quando por fim chegar à conclusão do curso,
o que fazer? Como se diz popularmente, não vai cair um emprego do céu só porque se formou
na faculdade. E ainda existe o complicador de não serem conhecidos e não terem experiência
alguma. É preciso empenho e dedicação para alcançar o sucesso.
Embora estes fatos ocorram em outras profissões, este estudo tem como objetivo investigar o
profissional de arquitetura de Belo Horizonte, quanto à sua estratégia de marketing pessoal,
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diante da tentativa de estabelecer-se no mercado, onde já existem muitos arquitetos
experientes e com forte inserção social.
Nesse momento, as ferramentas de marketing pessoal podem contribuir muito para que o
novo profissional seja visto e conquiste a confiança do seu pretendido público. Padilha (1999,
p.28) define público como: as “pessoas a quem queremos ou precisamos agradar/satisfazer. É
o conjunto das pessoas cuja opinião interfere, de algum modo, nos resultados correspondentes
aos nossos objetivos pessoais”.
O marketing pessoal é um recurso poderoso que pode fazer grande diferença se o profissional
investir numa estratégia de gestão de carreira. “É o esforço individual de adaptação e
mudança na maneira de pensar e agir, com o objetivo de conquistar e manter seguidores que
contribuam para atingir objetivos pessoais, sociais e profissionais” (PADILHA, 1999, p.28).
As várias ferramentas deste recurso - a preocupação com o nome, com a boa aparência física,
com gestos e postura condizentes, com a voz e o vocabulário adequados, a busca por maiores
conhecimentos e habilidades profissionais e gerais, melhora na visibilidade, disponibilidade,
marcas de personalidade e de caráter - conferem ao profissional uma imagem positiva e
diminui os impactos desagradáveis. Devem ser pensadas como ações integradas, pois não
geram resultados se forem utilizadas individualmente.
Produto é o resultado de toda atividade produtiva. É dividido em bens e serviços. Bem é
aquele produto concreto, uma mercadoria, que pode ser analisado ou experimentado e se
decidir se é comprado ou não, dependendo do atendimento das necessidades. É um produto
tangível.
A arquitetura é uma profissão cujo objetivo principal é a prestação de serviços. Serviços são
produtos, dentre outras características, intangíveis. São aqueles que “não podem ser vistos,
tocados, cheirados, ouvidos ou sentidos antes de serem comprados” (PADILHA, 2001, p31).
O produto da arquitetura é serviço. Mais especificamente, é uma solução. É a informação que
o cliente precisa, e não tem em si mesmo, para resolver o seu problema. Estas informações
são conhecimentos e habilidades adquiridas pelo arquiteto durante anos de estudo e
experiência profissional (PADILHA, 2002, p.27).
Por ser um serviço intangível, há a necessidade de que seja percebida no arquiteto a sua
credibilidade para ele conseguir concretizar a venda. Portanto, investir tempo, energia e
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dinheiro no desenvolvimento da credibilidade, é uma estratégia de marketing importante para
neutralizar os efeitos da intangibilidade.
Os clientes estão cada vez mais exigentes e não querem “jogar dinheiro fora” contratando
alguém que possa talvez não realizar os serviços da maneira como desejam. Eles procuram
por elementos no fornecedor que eliminem ou reduzam as dúvidas e as inseguranças. “O
cliente só paga por aquilo que na sua percepção tem valor.” (CAMPOS, 1994, p.4). É preciso
fazer com que confiem no profissional para que possam entregar em suas mãos o seu sonho.
Na visão de Doris Daher, “o arquiteto é visto, em alguns casos, como figura ameaçadora,
diante da qual, muitos clientes se sentem pouco à vontade. Acreditam que o arquiteto tem
uma visão „implacável e arrasadora‟” sobre o que é elegante ou cafona. (2007, p.39)
Deve-se demonstrar credibilidade no primeiro contato com o cliente, pois pode não ter uma
segunda oportunidade. “Sem credibilidade um fornecedor de serviços não se estabelece nem
obtém crescimento profissional” (PADILHA, 2001, p33). Ele precisa convencer o cliente que
é capaz de resolver o problema. Isto pode ser potencializado através da sua imagem pública,
se for bem trabalhada, com boa comunicação e autoconfiança. Porém convém lembrar que
essa imagem deve ser verdadeira.
A premissa do marketing é a de identificar as necessidades e desejos do público e procurar
atendê-los para assim conquistá-lo e mantê-lo. Uma boa estratégia de marketing pessoal vai
auxiliar este profissional a atingir estes objetivos e consequentemente o sucesso (entender
para atender).
Por isto surge a indagação: Os arquitetos têm conhecimento das ferramentas de marketing? E
se sim, estas têm sido utilizadas de maneira correta para ajudá-los a se estabelecer no
mercado?
O intuito da pesquisa é tentar auxiliar “marinheiros de primeira viagem” na sua jornada pela
conquista de um espaço no grande mercado da arquitetura. Poderão tomar os resultados como
exemplos a serem ou não seguidos.
Através deste estudo, busca-se analisar se o marketing pessoal tem contribuído para que os
novos arquitetos se estabeleçam no mercado.
Para isto, pretende-se identificar se os profissionais de arquitetura conhecem as ferramentas
de marketing pessoal e qual a postura que têm tido, analisar o que têm alcançado com a
utilização das ferramentas e descrever qual deve ser a imagem a projetar para o mercado. Para
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obter as respostas aos dois primeiros objetivos foram aplicados questionários a arquitetos
formados há até cinco anos. O terceiro objetivo é respondido baseado em literaturas com o
tema voltado para o marketing pessoal.
A pesquisa investigará a hipótese de que muitos arquitetos não se preocupam ou até
desconhecem o conceito de marketing pessoal, assim sendo não traçam nenhuma estratégia,
apesar de, na maioria das vezes, se apresentarem com boa aparência.
2. Marketing Pessoal
O marketing pessoal surge como desdobramento do marketing e utiliza os seus instrumentos
em beneficio da vida pessoal e profissional dos indivíduos.
Para Padilha (2001, p.23), marketing é “o conjunto de pesquisas, estudos, planejamentos e
ações de uma organização, destinados à conquista e manutenção dos clientes em um mercado,
através da satisfação de seus desejos, necessidades e anseios”.
O marketing pessoal é o próprio marketing, porém as principais políticas referentes ao
produto, preço, promoção e distribuição são aplicadas ao produto “pessoa”. Carvalho Neto
afirma que o marketing pessoal é
O processo encetado por um indivíduo, envolvendo a concepção, planejamento e
execução, de ações que contribuem para: a formação profissional e pessoal do
indivíduo (produto), a atribuição de um valor justo e compatível com o
posicionamento de mercado que se queira adquirir (preço), a execução de ações
promocionais de valorização pessoal (promoção), que o colocariam no lugar certo na
hora certa (distribuição) (NETO, 1999, p.23).
Kotler (1999) acredita que é uma “disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do
marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser
humano em todos os seus atributos”.
Como vimos, os dois autores citados concordam em uma coisa: o marketing pessoal utiliza
técnicas provindas do marketing empresarial, para promover uma imagem pessoal capaz de
ampliar o potencial do indivíduo no mercado de trabalho e em suas relações pessoais. E como
Padilha (2002, p.77) afirma, na arquitetura, a imagem pessoal é indissociável da profissional.
De acordo com PASSOS e NAJJAR (1999, p.72), “para sobreviver em um mercado cada vez
mais competitivo, é preciso construir uma boa imagem profissional”.
E acrescenta:
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É importante para as pessoas que, [...], reconhecem em sua carreira profissional um
patrimônio - e portanto buscam a auto-gestão da carreira - conhecer padrões e
ferramentas que possam auxiliar na identificação de suas habilidades, o que tornará
o trabalho uma expressão de alegria e qualidade de vida ao poder ter sua atividade
profissional ligada às áreas que mais lhe trazem prazer e alegria (PASSOS e
NAJAR, 1999, p.41).
Para Linkemer (1991, p.10), cada um de nós projeta sua imagem para os outros, seja ela boa
ou ruim, “com expressões faciais, com o tom de voz, pelo modo como pára ou anda, com os
olhos, as roupas e a linguagem do corpo [...] está dando informações a qualquer um que se
aproxime [...] esta imagem é um reflexo verdadeiro do seu interior”. Portanto, é preciso
trabalhar as questões internas para construir uma imagem positiva que reflita honestidade,
consigo mesmo e com os outros.
A imagem - profissional ou pessoal - deve ser a genuína expressão do que a pessoa
é, e não um pacote de truques elaborados para enganar alguém que se está tentando
impressionar” e “essa expressão deve ser adequada à situação, ao ambiente ou à
cultura em que a pessoa está envolvida. (LINKEMER, 1991, p. 21).
É através da imagem que há comunicação com o mundo ao redor. A preocupação com a
imagem pessoal é muito importante para quem está começando, pois é uma ferramenta que
ajuda realçar competências e habilidades e ao mesmo tempo fortalecer as redes de
relacionamento. Estas últimas podem favorecer o marketing „Boca-a-Boca‟, que “é um dos
meios de comunicação mais eficiente quando o produto é serviço, pois é o que manifesta
maior credibilidade, relata uma experiência ocorrida e é de graça.” (PADILHA, 2001, p.66).
Linkemer, em seu livro “Cuide bem da sua imagem profissional”, entrevista Marvin
McMillan, vice-presidente de uma empresa de serviços públicos, e este afirma que a
“aparência de competência é crucial. Uma pessoa competente, que não o demonstre, não é
levada a sério. Com freqüência, essa pessoa perde determinados empregos por não transmitir
a imagem correta” (1991, p.65).
Os autores acima concordam que é preciso uma boa imagem, conquistada com ferramentas do
marketing pessoal, para obter o sucesso profissional. E Padilha também concorda com isto,
pois afirma: “O Marketing Pessoal desenvolve instrumentos e técnicas para [...] transmitir as
mensagens necessárias para a fixação da imagem desejada” (2002, p.59).
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Portanto, a utilização destas ferramentas poderá contribuir fortemente para a pessoa construir
uma boa imagem pessoal e profissional, através da melhoria nos cuidados pessoais, no
comportamento e modo de falar, na aquisição de novos conhecimentos, na disciplina e
organização das habilidades, podendo assim conquistar o sucesso e tornar-se referência na sua
área de atuação.
“O cuidado com a imagem pública [...] é uma disciplina essencial para o exercício comercial
da Engenharia e da Arquitetura. É uma atividade que concorre fortemente (decisivamente)
para a aceitação ou não do seu produto no mercado” (PADILHA, 2002, p.77)
3. Referência teórica
Foram usados como referência teórica os conceitos e a descrição das ferramentas de
marketing pessoal que auxiliam na construção da imagem pessoal e profissional,
desenvolvidos por Padilha, em seu livro Marketing Pessoal e Imagem Pública (2002, p.57 a
79).
Uma empresa que queira obter sucesso lançando um produto ao mercado deve investir em
todas as políticas de Marketing, simultaneamente. As políticas - produto, preço, promoção,
ponto de venda, processo de produção, pessoas envolvidas, parcerias e pós-vendas, e também
chamado de mix de marketing - sendo trabalhadas em conjunto, sustentará as relações da
empresa com o mercado. Isto é o que caracteriza um bom Marketing.
Estes conceitos podem ser transportados para o nível pessoal. As pessoas precisam sempre
desenvolver capacidades e habilidades variadas, talentos, adquirir outros conhecimentos, além
dos adquiridos naturalmente, para conquistar seu público. “A imagem pessoal”- e também a
profissional, pois como diz o próprio Padilha, a „imagem profissional é indissociável da
imagem pessoal‟ - “é construída e sustentada a partir das nossas „políticas‟ de
relacionamento.” (p.59). Estas devem ser trabalhas integralmente em uma estratégia de
marketing pessoal, para assim gerar uma imagem que traga sucesso. São elas:
a) nome;
b) aparência física;
c) gestos e postura;
d) voz e vocabulário;
e) conhecimentos e habilidades específicas(profissionais);
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f) conhecimentos e habilidades gerais;
g) visibilidade e disponibilidade;
h) marcas de personalidade;
i) marcas de caráter.
A seguir será discorrido sobre cada uma dessas variáveis.
a) Nome:
Agregado ao nome de uma pessoa, estão as suas virtudes, suas experiências, habilidades e
valores. Quando se ouve o nome de determinada pessoa, nos vem logo à mente, a imagem que
aquela pessoa nos passa, ou seja, os valores que a atribuimos conforme a nossa percepção. O
nome dela tem um significado para o seu público, é a sua marca, que permanecerá ativa
qualquer que seja a sua atividade. Mesmo que esta mude, o nome será o mesmo e levará
consigo a imagem que adquiriu em sua caminhada.
De acordo com Padilha, o nome tem duas componentes básicas: a conceitual e a
morfoetimológica.
A conceitual diz respeito às atribuições feitas à pessoa pelo seu público “em função de suas
ações e omissões, gestos, postura, palavras, conhecimentos, habilidades e outras
características”(p.62).
A morfoetimológica, é a imagem atribuida ao nome, sem que o público tenha conhecido o seu
dono. Uma pessoa chamada por um apelido, por exemplo, pode ter a sua imagem deturpada
pelo simples fato de o apelido representar um “defeito” que a pessoa possua. Por isso, se o
nome de uma pessoa for muito complicado ou tiver significados secundários, pode e deve ser
alterado para beneficiar os objetivos pessoais e/ou profissionais. Quando for muito comprido,
deve ser reduzido a duas ou três palavras para facilitar a fixação.
b) Aparência física:
“Trata-se de um aspecto absolutamente fundamental quando o assunto é a busca de sucesso
pessoal.”(p.63). É preciso dar importância a essa questão, pois a imagem de uma pessoa é
construida a partir do que os outros estão enxergando nela. Se não a conhecem, podem tem
uma interpretação diferente do que a pessoa realmente é.
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“Quando você chega em algum lugar as pessoas avaliam você apenas passando os olhos (da
cabeça aos pés) e „sentindo‟ a energia que você transmite.”(p.64). As mensagens são
transmitidas pela aparência, pela postura, pela fisionomia e pelo olhar.
Vários cuidados são necessários para impedir que a sua imagem chegue incorreta aos olhos
das outras pessoas: manutenção de cuidados básicos com o corpo e com a saúde; fazer
tratamentos e intervenções naquelas partes do corpo que realmente necessitam, mas sem
exageros; vestir-se adequadamente à cada situação - Padilha afirma que “vestir-se
adequadamente significa vestir-se com respeito às pessoas com quem você irá se
relacionar”(p.67) - ; praticar atividades físicas e não exagerar nos acessórios.
c) Gestos e Postura:
Os gestos e a postura dizem muito do que a pessoa é. O corpo em movimento transmite
mensagens. É importante desenvolver e manter gestos que reforcem as melhores qualidades e
uma postura que inspire confiança e tranquilidade às outras pessoas.
d) Voz e Vocabulário:
“Uma boa voz ajuda a construir uma boa imagem”(p.72). Alguns problemas com ela pode ser
corrigido com exercícios e hábitos adequados de alimentação e hidratação.
Quanto ao vocabulário pobre, deve-se procurar ler bastante para a conversa não ficar repetiva
e enjoada. Os vícios de linguagem, gírias e frases feitas devem ser evitados, pois deixam a
personalidade muito vulnerável. Neste sentido, o autor diz que “sustentar uma boa imagem
pública sem um bom vocabulário e sem a correção dos vícios de linguagem é o mesmo que
tentar manter em pé uma árvore sem raízes.”(p.72).
e) Conhecimentos e Habilidades Específicas:
Estes conhecimentos e habilidades dizem respeito àqueles relacionados com a área de
atuação. São intrínsecos à pessoa e é a base da sua reputação. Para criar uma boa imagem, a
pessoa deve dominar os conhecimentos da profissão que são fundamentais para esta ser
desenvolvida. Deve investir na sua capacitação profissional, ter muita dedicação e discplina e
fazer cursos e treinamentos. “Você precisa conhecer muito bem a sua atividade principal e ser
muito bom em todos os fundamentos profissionais.”(p.73).
f) Conhecimentos e Habilidades Gerais:
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São aqueles que não fazem parte das qualidades fundamentais para exercer a profissão. São
coisas comuns que a pessoa saber fazer e a valorizam por isso, como por exemplo tocar um
instrumento, cozinhar pratos especiais, dominar outros idiomas e outras mais.
g) Visibilidade e Disponibilidade:
O Marketing Pessoal só funciona quando a pessoa conhece o seu público e permite que este o
conheça.
Não adianta você investir seu tempo, seu dinheiro e suas energias corrigindo ou
incorporando qualidades na sua forma de ser e de agir, com o objetivo de conquistar
espaços e atingir objetivos pessoais, se você se esconde em casa e „não deixa‟ que o
mundo saiba que você existe.(p.74).
É importante registrar a “presença” na medida certa, quando se estabelece um plano de
marketing pessoal.
h) Marcas de Personalidade:
São aquelas coisas feitas sempre do mesmo jeito. Incorporadas na vida da pessoa tornam-se
„marcas registradas‟ do modo de viver. São “atitudes, hábitos, práticas e preferências”. Elas
podem a qualquer tempo ser alteradas ou eliminadas do comportamento.
“Desenvolver marcas de personalidade é muito importante para garantir que as pessoas
tenham uma imagem única de você. Mas é importante que essas marcas sejam positivas e não
incorporem exageros.”(p.77).
i) Marcas de Caráter:
São qualidades intrínsecas de cada pessoa e mais difíceis de serem incorporadas ou
eliminadas. Aquelas que a pessoa tem ou não tem, “são defeitos ou virtudes que não podem
ser agregados ou descartados”(p.78). Apesar disto, as virtudes podem ser exploradas e os
defeitos patrulhados e controlados para maximizar as características positivas do caráter.
A partir disto, o autor conclui que no Marketing pessoal, “ações isoladas geralmente não
funcionam. O bom Marketing é sempre resultado da integração de vários conhecimentos e de
várias decisões e atitudes.”(p.79)
Estas variáveis respondem ao terceiro objetivo específico da proposta da pesquisa que é a
descrição da imagem que um profissional pode assumir para adicionar fatores favoráveis na
conquista de um emprego ou clientes. Também foram utilizadas como parâmetros para
analisar os dados coletados.
4. Método adotado
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Foi adotada como metodologia a pesquisa exploratória através da coleta de dados empíricos e
da coleta de dados teóricos em literatura voltada para o tema.
O instrumento da coleta dos dados empíricos é um questionário com perguntas que procuram
descobrir se o pesquisado tem o conhecimento das ferramentas de marketing pessoal, se já as
utiliza em seu dia a dia e o que já conquistou com a sua utilização.
A pesquisa foi realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, em Maio de 2012, com um
período de coleta de dados de um mês.
A amostra pesquisada foi de 22 arquitetos formados há até cinco anos que já trabalham em
escritórios de arquitetura. A escolha da amostra se deu em função de os novos arquitetos
ainda estarem vivenciando o período de estabelecimento no mercado.
5. Dados coletados: Tabelas 1,2 e 3.
Descrição
Quantidade
Percentual(%)
Arquitetos que conhecem o Marketing pessoal
15
68
Arquitetos que conhecem as ferramentas de Marketing pessoal
8
36
Arquitetos que traçaram estratégias
4
18
Arquitetos que alcançaram resultados
3
14
Tabela 1 – Conhecimento do Marketing Pessoal e de suas ferramentas por parte dos novos arquitetos
Fonte: Fabiana Chempe(2012)
Os dados das tabelas 2 e 3 abaixo contemplam os arquitetos que possuem e os que não
possuem conhecimento do Marketing Pessoal.
Descrição
Quantidade
Percentual(%)
16
73
17
77
9
41
Emprego/Clientes
7
32
Melhora na relação com colegas de trabalho, amigos e familiares
6
27
Arquitetos que mantêm atitudes cotidianas que compreendem as
ferramentas de Marketing pessoal com objetivos profissionais
Arquitetos que melhoraram a sua imagem pessoal e profissional com
tais atitudes
Arquitetos que obtiveram resultados com a melhora da imagem
Conquistas alcançadas:
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Novos relacionamentos
5
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Tabela 2 – Resultados obtidos com a imagem pessoal e profissional
Fonte: Fabiana Chempe(2012)
Ferramentas
Quantidade
Percentual(%)
Nome
19
86
Aparência
19
86
Gestos e Postura
21
95
Voz e Vocabulário
19
86
Conhecimentos e habilidades específicas(profissionais)
11
50
Conhecimentos e habilidades gerais
19
86
Visibilidade e disponibilidade
15
68
Marcas de personalidade
20
91
Marcas de caráter
16
73
Tabela 3 – Importância dada à cada ferramenta de Marketing Pessoal pelos arquitetos
Fonte: Fabiana Chempe(2012)
6. Resultados
Muitas pessoas acreditam que marketing é propaganda para vender algum produto e, da
mesma forma, que o marketing pessoal é somente a promoção de si mesmos. Mas para
alguém dizer que sabe o que é marketing pessoal, é preciso conhecer os conceitos e também
as suas ferramentas(técnicas e recursos), pois como foi dito na referência teórica acima, ações
isoladas não funcionam e o marketing é sempre a integração de vários conhecimentos. Isto
implica conhecê-lo em sua totalidade.
A pesquisa realizada apresentou que 68% dos entrevistados afirmam conhecer o marketing
pessoal, porém apenas 36% o conhecem por completo.
Assim a hipótese de muitos dos novos arquitetos não conhecerem o marketing pessoal foi
confirmada.
Dos 36% que conhecem os conceitos e ferramentas, 50% traçaram estratégias para a carreira.
Destes, 75% alcançou os resultados almejados. Ou seja, os que investiram em uma estratégia
baseada no marketing pessoal obtiveram sucesso.
Todos os arquitetos entrevistados mantêm atitudes que compreendem as ferramentas, mesmo
sem conhecer os conceitos. Da amostra analisada, apenas 73% mantêm estas atitudes com o
intuito de atingir objetivos profissionais mas 77% melhoraram a imagem pessoal ou
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profissional. A metade dos que melhoraram a imagem obtiveram resultados a partir dela. Um
dos objetivos alcançados que se destaca é a aquisição de emprego, ou de clientes no caso de
um profissional autônomo, seguida da melhora nos relacionamentos e a conquista de novos.
Outros citados, mas em menor número, foram a ampliação na rede de contatos profissionais e
melhora na saúde psico-somática e espiritual.
Nenhum entrevistado ainda alcançou a posição que almeja na carreira.
Ao analisar a importância dada às ferramentas de marketing pessoal pelos novos arquitetos,
foi percebido que apenas 50% deles se preocupam em aprofundar os conhecimentos da
profissão e 68% com a sua visibilidade e disponibilidade. Destacou-se estas duas por
apresentarem menor porcentagem. A referência teórica citada anteriormente, descreve como
cada uma das ferramentas deve ser utilizada para que sejam todas cumpridas e gerem
resultados. Portanto, se algumas delas não tiverem a importância devida, não adiantará
investir nas outras.
Mas porque uma das principais ferramentas (o aprofundamento nos conhecimentos da
profissão) para que a carreira seja melhor desenvolvida e apresente melhor credibilidade, é a
mais negligenciada? Ela foi a que apresentou menor importância. Como já foi citado
anteriormente, “você precisa conhecer muito bem a sua atividade principal e ser muito bom
em todos os fundamentos profissionais”(PADILHA, 2002, p.73). Investigar porque tal item
tem sido esquecido é um tema para uma nova pesquisa, o qual não é o objetivo desta.
7. Conclusão
Apesar de a amostra pesquisada ter sido pequena e também o número de pessoas que traçaram
estratégias fundamentadas nos conceitos e ferramentas de marketing pessoal, os resultados
favorecem o alcance dos objetivos almejados. Isto se deve ao fato de que trabalharam todas as
ferramentas conjuntamente. Então, concluo que, se houver um investimento em uma boa
estratégia de gestão da carreira e disciplina no cumprimento dela, o marketing pessoal
contribui para que os novos profissionais construam uma boa imagem pessoal e profissional e
assim sejam auxiliados por estas no seu estabelecimento no mercado. Desta forma, a questão
principal do trabalho foi elucidada.
Foi constatado que mais de 60% dos arquitetos entrevistados demonstram não conhecer o que
é marketing pessoal. Assim sendo, não poderiam traçar tal estratégia.
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Todos os arquitetos entrevistados mantêm atitudes que compreendem as ferramentas. Mesmo
sem a consciência dos conceitos, de uma forma ou de outra, realizam algum marketing
pessoal, porém correm o risco de fazê-lo com má qualidade e não alcançar todos seus
objetivos, exatamente por não utilizar todas as ferramentas integralmente. Mas apesar da não
consciência e do uso errado das ferramentas, estas atitudes os têm ajudado a conquistar pontos
positivos tanto na vida pessoal como profissional. Mais uma vez é confirmado o que o
marketing pessoal pode fazer.
Com os resultados temos que os objetivos do estudo apresentados na introdução foram
alcançados – mais de 60% não conhecem o marketing pessoal; a postura que têm tido é o não
aprofundamento nos conhecimentos da profissão e na sua visibilidade, apesar de realizar
outras atividades também importantes; as conquistas alcançadas pelos arquitetos estão
descritas na apresentação do resultado e a imagem ideal a ser projetada para o mercado foi
detalhada na referência teórica.
A hipótese levantada - muitos arquitetos não se preocupam ou até desconhecem o conceito de
marketing pessoal, assim sendo não traçam nenhuma estratégia, apesar de, na maioria das
vezes, se apresentarem com boa aparência - foi confirmada.
Durante a coleta dos dados houve uma dificuldade em levantar um bom número de respostas
dos arquitetos. Foram muitos os emails enviados e escritórios visitados. O que se percebe é
que a maioria não se dispõe a responder a algum tipo de pesquisa, talvez por estarem
ocupados com seus projetos. Porém há aqueles que se dispõe a participar e a ajudar que
problemas sejam elucidados. Mas apesar desta dificuldade, ainda pode ser explorado o porquê
de muitos arquitetos ainda não conhecerem o marketing pessoal, o qual não é o objetivo desta
pesquisa, mas pode vir a ser em outra.
Referências
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Horizonte:UFMG, 1994.
DAHER, Doris. Cimento, batom e pérolas – Quem tem medo de arquiteto? Rio de
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KOTLER, Philip. Administração de Marketing:a edição do novo milênio. In: Revista
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LINKEMER, Bobbi. Cuide bem da sua imagem profissional. São Paulo: Nobel, 1991.
NETO, Carvalho. Marketing Pessoal: o posicionamento pessoal através do marketing: In:
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PADILHA, Ênio. Os Pecados de Marketing na Engenharia e na Arquitetura. Balneário
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PASSOS, Alfredo; NAJJAR, Eduardo Rienzo. Carreira e Marketing Pessoal –Da Teoria à
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14
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