FITOTERAPIA ERVA MATE - Ilex paraguayensis A. Saint Hilaire. Aspectos botânicos: Planta pertencente à família das Aquifoliáceas, com altura de 3 até 8 m. Folhas verdes, brilhantes, alternas, atingindo até 10 cm. Flores esbranquiçadas e frutos redondos, avermelhados. Original do sul da América do Sul: Paraguai, Sul do Brasil, Uruguai, Litoral da Argentina e Sul da Bolívia, cresce em terras úmidas, principalmente em regiões altas, estando atualmente ameaçada de extinção pela coleta indiscriminada. Sua floração ocorre na primavera. As coletas são feitas entre dezembro e agosto, quando amadurecem as sementes, sendo a primeira com 03 a 04 anos do plantio, alcançando o máximo em 10 a 15 anos, (permitindo várias coletas ao ano). Tem vida média de até 70 anos, sendo 30 de vida produtiva. A Argentina é o maior produtor mundial, com uma produção de aprox. 280 mil toneladas anuais, que são exportadas para diversos países e com uma área cultivada de aprox. 180.000 hectares. No Brasil é cultivada desde o sul do Paraná até o Rio Grande do sul; Nomes populares: Erva mate, yerba mate, erva do Paraguai, mate, ka’a (Guarani), chá dos jesuítas, congonha, chimarrão, tererê; Histórico: Acredita-se que não era conhecida em tempos pré-colombianos. No século XVI, foi mencionada pelos espanhóis, como tendo um efeitos pernicioso, pelo uso estimulante pelos indígenas. Foi entretanto cultivado primeiramente pelos jesuítas, à partir de 1670, até sua expulsão em 1767, tendo então seus cultivos abandonados. Foi muito utilizada pelos soldados paraguaios durante a “guerra do Paraguai”, como estimulante, permitindolhes passar muito tempo em batalhas, acordados e sem alimentação adequada. Foi descrita botanicamente pela primeira vez pelo botânico Francês, Auguste C. De Saint Hilaire, em 1822, sendo à partir daí, objeto de diversos estudos, principalmente sobre seus alcalóides. Somente na segunda metade do século XIX, iniciam-se novas plantações na Argentina, sendo seu uso difundido pelo mundo à partir de então; Usos terapêuticos: Tônico-estimulante, diurético, digestivo, laxante suave, anti-oxidante, auxiliar na redução do colesterol e em regimes de emagrecimento; Princípios ativos:.Cafeína, teobromina, teofilina, ácido clorogênico e derivados, saponinas, taninos, ácido ursólico, óleos essenciais, rutina, trigonelina, açúcares, minerais diversos (ferro, magnésio, manganês, potássio, sódio, cálcio, etc) e algumas vitaminas (C, B1, B5, ácido nicotínico e beta-caroteno); Partes utilizadas: Folhas e pequenos talos das folhas; Formas de uso e dosagem: Pode ser consumido isolado ou em associação com outras ervas, com finalidades distintas: Uso interno: Infusão das folhas (chá ou chimarrão); Maceração das folhas em água fria (tererê); Tintura (1:10): 30 gotas 3X/dia; Tempo de uso: Sem referências na literatura consultada; Efeitos colaterais: Raros nas doses habituais. Em altas doses pode levar a insônia, nervosismo, dores abdominais, náuseas e vômitos; Casos de câncer de esôfago e de boca, tem sido associados ao uso da erva-mate, principalmente quando associado ao consumo de álcool e cigarros (acredita-se que este efeito se deva a presença de benzopirenos, taninos em altas doses e à temperatura elevada de consumo); Interações medicamentosas: Pode diminuir os efeitos de sedativos, calmantes e anti-convulsivantes, devido a seu efeito estimulante no sistema nervoso; Contra-indicações: Epilepsia, insônia, nervosismo, portadores de gastrites e úlceras pépticas. Lembramos que as informações aqui contidas terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados. Fonte principal de consulta: “Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas” Dr. Jorge R. Alonso – editora Isis . 1998 – Buenos Aires – Argentina. Imagens: www.americanto.com.br/ www3.unileon.es/.../Ilex%20paraguaiensis.jpg