revisão

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Ensino Fundamental 2
No
Nome
História – Prof. Caco
6o ano
Data
/
/
Ficha 5
AS SOCIEDADES DO ANTIGO ORIENTE: LOCALIZAÇÃO
As primeiras civilizações se formaram em torno de grandes rios: Nilo, Tigre, Eufrates, Jordão,
Indo, Amarelo, Tibre, dentre outros. O mar Mediterrâneo, que banha o sul europeu, o norte da África e
o oeste asiático, propiciou o desenvolvimento de sociedades que por mais diversas que fossem
mantinham entre si um relacionamento intenso compartilhando muitos traços culturais. Entendemos
também que em boa parte das vezes estas sociedades se transformaram, cresceram ou
desapareceram em processos de contato intenso umas com as outras.
Legenda
Ásia Menor
Mar Cáspio
Golfo Pérsico
Mar Vermelho
Índia
Mar Mediterrâneo
Egito
Pérsia
Palestina
Mesopotâmia
Fenícia
China
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AS ORIGENS DA ESCRITA
A escrita mais antiga
As escavações arqueológicas realizadas na Mesopotâmia revelaram não
apenas as ruínas de suas cidades, mas também uma imensa quantidade de placas de
argila e monumentos recobertos de inscrições desconhecidas.
Os estudiosos tiveram de enfrentar um duplo desafio, pois desde logo
ficou evidente que eram usadas duas escritas diferentes na Mesopotâmia, e era
preciso decifrá-las. A mais antiga era a escrita dos sumérios, a outra, a escrita dos
assírios e dos babilônios. Posteriormente verificou-se que uma derivava da
outra.
Os egípcios inventaram a escrita provavelmente na mesma época que os
sumérios. A existência do papiro, uma planta encontrada em abundância às mar- gens
do Rio Nilo, facilitou o desenvolvimento da escrita egípcia. Com o papiro
produziu-se um tipo de papel que foi utilizado durante milênios.
A argila foi o material utilizado como suporte da escrita na Mesopotâmia. Em
placas geralmente pequenas de argila úmida, eram feitas as inscrições. Depois
elas eram colocadas à luz do Sol para secar.
A invenção da escrita se deve, provavelmente, aos sacerdotes sumérios. Eles
precisavam registrar de alguma forma, o recebimento de produtos, sua distribuição e as
despesas feitas pelos templos.
As mais antigas plaquinhas gravadas
com a escrita suméria foram as encontradas nas
Placa de argila inscrita com sumeriruínas da cidade de Uruk. As inscrições tinham
ogramas. Datada de 3000 a.C. aproxicomo assunto anotações de contabilidade. Placas
madamente, a placa traz uma lista de
mais recentes tratavam da rivalidade entre as
alimentos. Museu Ashmolean, Oxford,
Inglaterra.
cidades de Umma e Lagash.
ESCRITAS PICTOGRÁFICAS E IDEOGRÁFICAS
Os achados de milhares de inscrições
permitiram a reconstituição de diversas fases
pelas quais passou a escrita mesopotâmica.
Inicialmente, os símbolos e seus significados
coincidiam, ou seja, para representar a palavra
sol, por exemplo, faziam um desenho circular.
Qualquer pessoa, de qualquer lugar, poderia ler
“sol”. Essa escrita é denominada pictográfica.
Mais tarde os desenhos feitos eram usados com o
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objetivo de exprimir uma idéia. Sol, nesse caso,
poderia significar “calor”. A escrita passava, assim, a ser ideográfica. Posteriormente, veio a
tornar-se silábica: cada desenho representava um
som. Combinando vários desenhos, podia-se
formar uma palavra. Com o passar do tempo, a
escrita se tornou alfabética. Essa evolução,
entretanto, não ocorreu na Mesopotâmia, mas
entre os fenícios muitos séculos mais tarde.
As placas mais antigas encontradas em Uruk utilizavam cerca de 2 mil
símbolos diferentes. Mais tarde, esse número foi reduzido para seiscentos, o que
demonstra ter havido um progresso na técnica da escrita, que se tornou mais
simples.
A escrita cuneiforme e sua decifração
Os símbolos da escrita dos sumérios eram formados por meio de riscos, o
que tornava difícil sua transcrição nas placas úmidas de argila. Por essa razão, com
o tempo, passou a ser utilizada uma haste que imprimia os sinais tal como uma
cunha. Daí a palavra “cuneiforme”, adotada para designar essa nova fase da
escrita.
Os escribas — pessoas que sabiam ler e escrever — tinham a tendência de
simplificar muito os símbolos que gravavam em suas placas de argila. Com isso,
alguns deles sofreram tantas modificações que é difícil ver, no desenho
cuneiforme, o símbolo inicial da escrita suméria que lhe deu origem.
A decifração da escrita cuneiforme resultou do esforço de inúmeros
sábios, entre eles o alemão Georg Grotefend, o primeiro a conseguir entender o
significado de alguns sinais. Mais tarde, um inglês chamado Henry Rawlinson
conseguiu decifrar a escrita cuneiforme em sua totalidade. Inscrições existentes num
rochedo localizado de Behistun, norte do Iraque atual, facilitaram os tra- balhos de
decifração.
Trecho de inscrição cuneiforme encontrada no
rochedo de Behistun.
Foi o instrumento-chave para decifrar a escrita
mesopotâmica.
A literatura dos sumérios e dos babilônios
Devemos ao rei Assírio Assurbanípal grande parte do conhecimento da literatura mesopotâmica. Nas
dependências do palácio real foram encontradas mais de 20 mil placas de argila que formavam sua
biblioteca. O rei tentou reunir todas as obras de valor existentes em sua época, e isso permitu que a
maior parte da literatura elaborada na Mesopotâmica fosse preservada.
As escavações realizadas em Mari, no palácio do rei Zimri-Lim, contemporâneo de Hamurabi,
também revelaram milhares de inscrições.
Até nossos dias, continuam a ser encontradas milhares de inscrições, e quase não há tempo para
traduzi-las. O excesso de documentos escritos deixado pelos mesopotâmios chega a dificultar o próprio
avanço de nossos conhecimentos sobre eles.
Bibliografia: L. FERREIRA, Olavo, Mesopotâmia – O amanhecer da civilização. Editora Moderna, SP, 1993.
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O aparecimento da escrita
Os comerciantes e os funcionários do Estado precisavam controlar as quantidades de mercadorias e os impostos, calcular preços, pesos e medidas. Como tinham necessidade de registrar tudo isso,
inventaram sinais ou símbolos para representar essas mercadorias e quantidades. Esses sinais deram
origem à escrita e à numeração, em um longo e lento processo.
Escrita fenícia, século XVIII a.C., que
deu origem ao nosso alfabeto. Foi a
primeira escrita totalmente fonética.
Os sinais simbolizam os sons da fala
oral. Repare que, com apenas 23 sinais,
conseguimos escrever tudo o que falamos.
Corel Stock Photo
Museu Iraquiano, Bagdá. Giraudon/Keystone
Giraudon/Keystone
Nessas sociedades, eram poucas as pessoas que sabiam ler e escrever: apenas alguns funcionários do Estado, o rei e os sacerdotes. E apenas os filhos destes tinham direito de aprender. O
restante da população, que era a maioria, não tinha direito a esse conhecimento.
Escrita cuneiforme da Mesopotâmia.
Sinais em forma de cunha gravados em
tabletes de argila.
Hieróglifos egípcios. Escrita com desenhos que simbolizam coisas e idéias.
Decifrando símbolos
Em 1822, o francês François Champollion decifrou fragmentos de um
texto escrito em uma pedra egípcia, hoje conhecida como pedra de ro- seta,
facilitando a leitura de outras inscrições hieroglíficas posteriormente
descobertas.
Museu Britânico, LOndres.
Os povos estrangeiros que dominaram o Egito por muito tempo não
tiveram interesse em pesquisar a cultura, a arte e os costumes dos egípcios. Os
hieróglifos encontrados nos túmulos e nas pirâmides não foram estudados até
1798, quando Napoleão, imperador da França, invadiu o Egito e nomeou
estudiosos para registrar os monumentos encontrados.
Pedra de roseta.
O estudo mais detalhado das múmias, das pirâmides, dos túmulos, dos objetos e dos fragmentos de papiro possibilitou aos egiptólogos (estudiosos da cultura do Egito) recuperarem grande parte
da história desse poderoso império da Antiguidade, demonstrando a importância dessa civili- zação para
os nossos dias.
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Ampliando o vocabulário
Os pesquisadores tiveram um imenso trabalho para decifrar a escrita dos antigos egíp- cios.
Agora é sua vez! O sinônimo de algumas palavras extraídas do texto do capítulo está escrito em
código. Para decifrá-lo, substitua cada símbolo pela letra correspondente, de acordo com a seguinte
tabela:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Bibliografia:
• GIOVANNI, Cristina Visconti, JUNQUEIRA, Zilda Almeida e TUONO, Sílvia Guena. História – Compreender para aprender. Editora FTD. São
Paulo. p. 58-59
• BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. Da Pré-História à crise do Império Romano. Editora Moderna. São Paulo. pg. 68
• PANAZZO, Silvia e VAZ, Maria Luísa. Navegando pela História. Povos da Antigüidade: trabalho e diversidade cultural. Quinteto Editorial. São
Paulo. pg. 84
Escribas
Os escribas constituíam um grupo de elite na sociedade egípcia antiga, já que detinham o conhecimento da escrita. Era um ofício quase que exclusivamente reservado aos homens. A formação era
demorada, iniciando-se os estudos na infância e concluindo por volta dos 20 anos de idade. As escolas
funcionavam nos escritórios reais ou nos templos espalhados por todo o país. O aprendizado era obtido
sob a orientação de mestres que exigiam cópias de inscrições, além de muitos estudos literários. Para o
treinamento da escrita, utilizavam preferencialmente lascas de pedra, pois o papiro era caro demais para
ser desperdiçado. Castigos corporais eram aplicados para obter disciplina.
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Em geral os escribas trabalhavam como funcionários nos escritórios reais ou dos templos, copiando os decretos ditados pelos faraós e administradores, anotando a saída e entrada de mercadorias, as
taxas de impostos e todo tipo de registros. Nas horas de folga, copiavam manuscritos como obras literárias
e religiosas, e produziam exemplares de textos funerários que eram vendidos aos interessados.
O escriba usava tintas e juncos acondicionados numa paleta. O papiro era fabricado com o caule
da planta do mesmo nome. Cortavam-no em tiras compridas, que eram então sobrepostas e prensadas.
As folhas produzidas eram coladas com resina e formavam rolos, leves e facilmente transportados, de
tamanho variável.
As escritas egípcias
A escrita hieroglífica surgiu por volta de 4000 a.C. e foi usada ao longo de toda a his- tória
faraônica, principalmente nas inscrições monumentais de templos e tumbas, além de objetos e
papiros. Segundo as crenças, fora criada pelo deus Toth. Os sinais representavam seres humanos,
animais, plantas e objetos. Uma variação cursiva dos hieróglifos surgiu no Antigo Império e foi
usada para inscrições em papiros: a escrita hierática (sacerdotal, em grego). Desde 700 a.C. os
registros mais simples do cotidiano eram escritos em demótico (popular, em grego). Em 1798 a
expedição napoleônica no Egito encontrou a Pedra de Ro- seta, com inscrições em hieróglifos,
demótico e grego. Comparando esses textos, o francês Jean-François Champollion decifrou os
hieróglifos em 1822.
SCHNEIDER, Maurício Elvis. O Egito Antigo. São Paulo: Saraiva, 2001.
Alfa + Beta = alfabeto
Alfabeto é o conjunto das letras. Apesar de essa definição ser bastante simples, a humanidade
precisou de muitos e muitos séculos para substituir os pictogramas e os hieróglifos por letras.
Acredita-se que o alfabeto tenha sido criado há quase 4 000 anos pelos fenícios, povo que vivia no
território onde hoje fica o Líbano, no litoral do mar Mediterrâneo.
Os fenícios faziam intenso comércio marítimo. Para controlar melhor esse comércio precisa- vam
anotar o que compravam e o que vendiam. Por isso, criaram alguns sinais, que deram origem às atuais
consoantes.
Os gregos, um dos povos que tinham relações comerciais com os fenícios, aprenderam esses
sinais e, com o tempo, acrescentaram outros, as vogais.
As consoantes são letras como B, P, T e outras, que têm o som completado pelas vogais A, E, I O, U.
Assim, B + A = BA, B + E = BE, P + I = PI, T + O = TO e assim por diante.
A palavra alfabeto vem dos nomes das duas primeiras letras gregas: alfa e beta.
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Foi precisamente a criação
do alfabeto que proporcionou uma
grande mudança na escrita, porque,
com menos de trinta sinais simples,
que representam os sons, tornou-se
possível escrever e ler qualquer tipo
de ideia, em diferentes línguas.
Os romanos, por sua vez, há
mais ou menos 2 200 anos, aprenderam o uso do alfabeto com os
gregos e também introduziram nele
algumas modificações. Dessa forma, criaram o alfabeto latino, que é
o que usamos hoje em dia.
Bibliografia: JUNQUEIRA, Zilda A. & VISCONTI, Maria C.,
Escrita – Das paredes ao computador. Editora Ática S.A., SP, 1995.
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O PAPEL CULTURAL DOS FENÍCIOS
Ao trocarem produtos, as pessoas trocam também informações, conhecimentos, técnicas,
costumes, crenças. Os fenícios, além de desempenharem um importante papel econômico,
serviram de elo cultural entre os diversos povos que habitavam as regiões próximas ao mar Mediterrâneo.
A grande contribuição cultural fenícia foi sem dúvida a sua escrita fonética. Através do
comércio, os fenícios entraram em contato com os povos da Mesopotâmia e com os egípcios: na
Mesopotâmia e no Egito já se conhecia a escrita. Já havia um sistema pelo qual os sons eram representados por sinais. Mas, embora os fenícios tenham, com certeza, aproveitado a experiência desses
povos, a escrita fenícia não é uma simplificação nem dos hieróglifos* egípcios, nem da escrita
cuneiforme* mesopotâmica.
No século XV a.C. a escrita fonética compunha-se de um sistema
de trinta sinais representando as consoantes. Cerca de três séculos
depois, já havia um sistema de escrita bastante simples, com 22 sinais.
A simplicidade do alfabeto fenício fez com que ele fosse adota- do
por diversos povos. Os arameus, vizinhos dos fenícios, adaptaram esse
alfabeto para o aramaico e o transmitiram para os assírios e os persas
através de contatos comerciais. Na Palestina o aramaico passou a ser
usado no lugar do hebraico. Jesus e seus discípulos pregaram em
aramaico.
Talvez em decorrência desse intenso contato com outros povos, por
meio do comércio e da navegação, a arte e a religião fenícia assimilaram muitos elementos estrangeiros.
hieróglifos:
Escrita criada pelos antigos
egípcios, cujos sinais representam idéias. É, portanto, uma
escrita ideográfica.
cuneiforme:
Escrita criada pelos sumérios,
na antiga Mesopotâmia, com
sinais em forma de cunha.
A deusa fenícia da fertilidade, Astarté, tem identidade com a deusa mesopotâmica Ichtar; o deus
Hadad foi tomado de empréstimo aos sírios; Mot e Aliyan, deuses fenícios, morrem e ressus- citaram nas
festas da cidade fenícia de Biblos, tal como o des grego Adônis.
A arte fenícia mistura elementos egípcios, mesopotâmicos e gregos. O palácio de Salomão e o
templo de Jerusalém, dos hebreus, foram erguidos, segundo a Bíblia, com auxílio fenício, mas suas
características são mesopotâmicas e egípcias.
Todavia, apesar das influências externas, a religião fenícia manteve características tradicionais,
como o forte caráter agrário (Dagon, deus do trigo; Mot, deus da maturação...) e o sacrifício de
crianças ao deus El, criador de todas as coisas.
“Os meninos fizeram todas as combinações necessárias, e no dia marcado partiram muito cedo, a
cavalo no rinoceronte, o qual trotava um trote mais duro que a sua casca. Trotou, trotou e, depois de muito
trotar, deu com eles numa região onde o ar chiava de modo estranho.
— Que zumbido será esse? — indagou a menina. — Parece que andam voando por aqui milhões de
vespas invisíveis.
— É que já entramos em terras do País da Gramática — explicou o rinoceronte. — Estes zum- bidos
são os Sons Orais, que soam soltos no espaço.
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— Não comece a falar difícil que nós ficamos na mesma — observou Emília. — Sons Orais,.
como dizem os senhores gramáticos.
— Pois diga logo que são letras! — gritou Emília.
— Mas não são letras! — protestou o rinoceronte. — Quando você diz A ou O, você está produzindo um som, não está escrevendo uma letra. Letras são sinaizinhos que os homens usam para
representar esses sons. Primeiro há os Sons Orais; depois é que aparecem as letras, para marcar esses sons
orais. Entendeu?
O ar continuava num zunzum cada vez maior. O meninos pararam, muitos atentos, a ouvir.”
LOBATO, Monteiro. Emília no país da gramática – Aritmética da Emília.
São Paulo: Brasiliense, s.d. p. 8.
Bibliografia: TOTA, Antonio Pedro. História por eixos temáticos. São Paulo: FTD, 2002.
Influência de Roma, Creta, Egito e Fenícia
A cultura grega tornou-se tão importante porque foi a síntese, o resumo, de diversas outras
culturas da Antiguidade, dos povos que viveram na África e no Oriente Médio. Assim, os gregos
conheceram os cretenses, que eram excelentes navegadores. Tiveram contato com os egípcios,
famosos nos nossos dias pelo complexo domínio de conhecimentos técnicos que possuíam e por sua
organização social.
Por fim, a influência dos fenícios também foi muito importante na cultura grega. Os fenícios
foram o povo, naquela parte do planeta, que havia inventado o alfabeto cerca de 1.000 anos a.C. Esse
alfabeto foi aperfeiçoado pelos gregos, que por sua vez deu origem ao alfabeto latino, inventado pelos
romanos. Como se sabe, a língua portuguesa, que nós falamos, tem origem latina.
Todo esse processo demonstra como ocorreram frequentes intercâmbios entre os povos ao longo
da história da humanidade, embora muitos conhecimentos e invenções tenham se perdido ou deixado de
fazer sentido quando essas civilizações desapareceram.
Ao ler este texto, em língua portuguesa, você já está se revelando um herdeiro da antiga
civilização romana. O português, assim como o espanhol, o francês, o italiano e o romeno são língua que
se originaram do latim - a língua dos antigos romanos. Mas a herança que Roma nos deixou vai além das
línguas neolatinas. Os romanos também transmitiram a cultura grega e oriental aos povos chamados de
“bárbaros” e à civilização da Idade Média, que, por sua vez, a transmitiram ao mundo moderno e
contemporâneo.
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ARQUEOLOGIA – AS ORIGENS DA ESCRITA
Folha de São Paulo, 17/04/2002.
Folha de São Paulo, 18/04/2003.
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TRABALHANDO COm DOCUmENTO ESCRITO
O texto que você vai ler a seguir é um documento histórico, porque foi escrito, na Antiguidade, por
um escriba. Portanto, foi escrito por uma pessoa que viveu no Egito Antigo e que fazia parte da sociedade
descrita no texto com o qual você trabalhou.
Esse documento é muito importante porque é um depoimento de uma pessoa que viveu no
período e no local que estamos estudando. Ele transmite informações e opiniões sobre as condições de
vida e de trabalho de quem conviveu com as pessoas de diferentes camadas sociais do Egito na
Antiguidade. Portanto, esse texto é também uma fonte histórica para se obter informações a respeito dessa
sociedade.
Nesse texto, um escriba conta para seu filho sobre a vida de alguns trabalhadores do Egito
Antigo que têm condição social inferior à dele.
1. Recomendações do velho escriba
“Já pensastes na vida do camponês que cultiva a terra? O cobrador de impostos fica no cais
ocupado em receber os dízimos das colheitas. Está acompanhado de agentes de bastões e negros
munidos de pedaços de pau. Todos gritam:
— Vamos aos grãos!
Se o camponês não os possui, eles o atiram ao solo. Amarrado, arrastado para o canal é jogado de
cabeça.
O entalhador de pedras permanece agachado desde o nascer do sol. Seus joelhos e sua espinha dorsal
estão alquebrados. O pedreiro fica sobre as vigas dos andaimes, exposto a todos os ventos, pendurados
nos capitéis das colunas; seus braços se gastam nos trabalhos, suas roupas ficam em desordem, ele só se
lava uma vez por dia.
Mas, talvez, o mister oficial seja mais tentador? Conto-te a respeito do oficial de infantaria. Ainda
pequeno é encerrado na caserna. Agora, queres que te conte suas expedições em países longínquos?
Carrega seus víveres e água nas costas como um burro de carga; suas costas estão feridas.
Bebe água podre. Deve montar guarda sem cessar. Chega diante do inimigo? Não passa de um
pássaro trêmulo. Regressa ao Egito? Não é mais que um velho pedaço de madeira roído de vermes.
Só vi violência por toda parte! Por isso, consagra teu coração às letras. Contempla os trabalhos
manuais, e em verdade nada existe acima das letras. Ama a Literatura, tua mãe. Faz entrar suas belezas
em tua cabeça. Ela é mais importante do que todos os ofícios. Aquele que, desde a infância, se dispõe a
tirar proveito dela, será venerado.”
(O texto “Recomendações do velho escriba” foi traduzido para o francês e, desse idioma, para o português. É um
trecho extraído de Literatura da sabedoria, escritos do Egito Antigo, de autores desconhecidos, citado em Coletâneas de
documentos históricos para o 1º grau. São Paulo, Secretaria do Estado da Educação, 1980. p. 56–7.)
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Como esse texto é um documento histórico, não podemos alterá-lo, trocando as palavras por
outras mais simples. Para que você possa compreendê-lo, leia, com atenção, o vocabulário abaixo.
Vocabulário
dízimo – 10% do total
agentes – nesse caso, os que agem em nome do faraó
munidos – armados
entalhador – aquele que faz entalhes ou gravações, esculturas
espinha dorsal – conjunto de ossos que compõem a coluna vertebral, das costas.
andaimes – armação de madeira suspensa, sobre a qual a pessoa trabalha
capitéis – arremate superior de uma coluna
mister – trabalho, ofício
infantaria – tropa militar que faz serviço a pé
caserna – quartel
longínquos – distantes
víveres – mantimentos, alimentos
cessar – parar
consagra – no texto, significa dedique, ofereça
contemplar – olhar, observar
venerado – tratado com muito respeito
Depois de ler o vocabulário, releia o texto. Em seguida, responda, em seu caderno, às
questões abaixo.
1. No 1º, 2º e 3º parágrafos, o escriba descreve a vida de um trabalhador. A qual trabalhador ele se
refere?
2. A quem o escriba se refere no 4º parágrafo? Por que o escriba considera a vida desse trabalhador
perigosa e difícil?
3. A vida de qual trabalhador é descrita no 5º e 6º parágrafos? Por que a vida desse trabalhador não era
boa?
4. Em sua opinião, por que o escriba contou tudo isso para seu filho?
5. O que o escriba quer que seu filho faça?
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2. A dura vida das pirâmides
O texto que você vai ler agora são trechos de um artigo de jornal. Eles nos informam sobre
pesquisas científicas que foram feitas a respeito do Egito Antigo.
É muito importante estar sempre atento às revistas científicas e às seções de Ciências dos jornais em
geral, por elas publicam os resultados da últimas pesquisas. Esses resultados podem acrescentar
informações ao que já sabemos, comprovar ou modificar nossos conhecimentos. Essas pesquisas,
muitas vezes, resultam em descobertas importantes para a Humanidade.
Esses trechos do artigo informam sobre o trabalho de uma antropóloga egípcia chamada Azza
Sarry El Din. Essa antropóloga (cientista que pesquisa a respeito da evolução do ser humano,tanto
biológica quanto culturalmente) estudou muitos esqueletos de habitantes ricos e pobres do Egito
Antigo.
A partir desse estudo , fez as seguintes observações:
“Os esqueletos dos trabalhadores indicam que eles eram desnutridos, doentes e sobrecarregados de
trabalho.
Os ossos das pessoas de classes altas mostram que o privilégio significava melhor comida,
menos doenças e vida mais longa”.
Num cemitério de operário, 41 esqueletos mostram a dura realidade da vida, segundo El Din: “Suas
espinhas dorsais estavam curvadas de tanto carregar peso. Havia inflamação óssea (...)
os trabalhadores morriam entre os 18 e 40 anos, mas a maioria dos funcionários vivia até os 50 anos”.
(MANN, Mimi. A dura vida das pirâmides. Jornal da Tarde, 9 de dez. 1992.)
De acordo com o que você leu nesses trechos, responda seu caderno.
1. Quem é Azza Sarry El Din?
2. O que ela estudou?
3. A partir desse estudo, que observações fez sobre:
a) os ossos dos trabalhadores?
b) os ossos das pessoas das classes altas?
c) a idade com que morriam os trabalhadores?
d) a duração da vida dos funcionários que faziam parte das classes altas?
4. A partir dessas informações, o que você pode concluir a respeito da sociedade do Egito Antigo?
5. Isso confirma ou não o que você estudou sobre o Egito Antigo? Por quê?
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3. Observe as ilustrações abaixo e leia atentamente as questões. Siga o roteiro,
pois dessa forma conseguirá construir um texto completo sobre as origens da
escrita.
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Roteiro: você deverá incluir em sua redação as respostas das seguintes questões:
a) Como ocorreu o desenvolvimento da escrita na Antiguidade?
b) Cite os primeiros povos que utilizaram a escrita. O nome e o significado dessas primeiras formas de
escrita.
c) Quais foram as principais mudanças nos materiais da escrita?
d) Explique o papel dos escribas.
e) Explique as escritas pictográficas e ideográficas. f)
Como a escrita tornou-se alfabética?
g) Quais são os povos envolvidos no desenvolvimento do alfabeto?
Por quê? Como eram os primeiros alfabetos?
AS ORIGENS DA ESCRITA
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AS SOCIEDADES DO ANTIGO ORIENTE
Leia atentamente os itens selecionados. Esses itens resumem os aspectos mais importantes dos povos
que serão investigados.
O Antigo Egito
• Os egípcios antigos viveram em uma região quente e árida, localizada no nordeste da África.
• “A civilização do Nilo”. As cheias do rio Nilo, a abertura de canais de irrigação e a construção de
reservatórios de água possibilitaram a vida no Egito.
• A serviço do faraó, um deus na terra, “o senhor de todos os homens e dono de todas as terras”.
• O Estado egípcio era, portanto, uma monarquia teocrática. Os ofícios e os cargos eram geralmente
hereditários, o que tornava difícil a ascensão social.
• Os funcionários públicos (escribas, vizir, etc.), camada privilegiada no Egito Antigo, tinham
diferentes funções e, de acordo com seu trabalho, eram mais ou menos importantes na sociedade.
• Os camponeses (felás) ficavam com muito pouco do que produziam, pois pagavam altíssimos
impostos ao Estado, entregando grande parte da sua produção. Nas épocas de seca ou entre as
colheitas, eram convocados para trabalhar em obras públicas: construção de represas, barragens,
canais de irrigação, estradas, templos, palácios e túmulos dos faraós.
• Do ponto de vista jurídico a mulher podia ter propriedades, legar bens e fazer testamentos. A
mulher egípcia administrava a casa e podia exercer as mais diversas profissões.
• “Viver para a eternidade, mumificação”. Os egípcios acreditavam que a vida após a morte duraria
enquanto durasse o corpo.
• A característica básica da religião dos antigos egípcios era a crença em vários deuses: o politeísmo.
Nas representações, as divindades aparecem de maneira antropomorfa ou antropozoomorfa.
• A crença egípcia na vida após a morte refletiu-se na adoção de práticas funerárias bastantes originais.
A preservação do corpo era necessária para a sobrevivência do espírito no além-túmulo, daí então a
mumificação. Servos carregavam para o interior da tumba tudo que fosse útil à nova existência do
espírito no além, objetos pessoais e artefatos religiosos, como papiro de orações Livro dos Mortos.
• A escrita hieroglífica surgiu por volta de 4.000 a.C. foi usada principalmente nas inscrições
monumentais de templos e tumbas, além de objetos e papiros.
• Os escribas constituíam um grupo de elite na sociedade egípcia antiga, já que detinham o
conhecimento da escrita. Era um ofício quase exclusivamente reservado aos homens. Os escribas
usavam tintas e juncos acondicionados numa paleta.
Junco
sm (lat juncu) 1 Bot Gênero (Juncus) típico da família das Juncáceas, que compreende plantas pantanosas das regiões
temperadas, com caule cilíndrico, delgado e flexível, muitas vezes oco, com folhas glabras, comumente teretes ou sulcadas.
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As civilizações da mesopotâmia
• “A terra entre rios”, com diferentes povos que ali viveram e lutaram entre si.
• Sumérios, Acádios, Babilônios e Assírios.
• Os sumérios criaram uma das primeiras escritas da história da humanidade.
• A justiça do rei – as leis do Código de Hamurábi (Babilônia), o código segue o princípio “olho por olho,
dente por dente”.
• Vigorava na sociedade babilônica o sistema patriacal, a poligamia era permitida. Geralmente era o pai
que escolhia a esposa para o seu filho.
• O espírito militar e guerreiro dos assírios estava presente em todos os aspectos da sociedade. O
rei era essencialmente guerreiro. Ele teria recebido dos próprios deuses essa vocação militar.
• O templo mesopotâmico construído no alto de uma grande torre chamada Zigurate, era dedicado a um
único deus. Como a religião era politeísta, existiam numerosos templos nas cidades. As construções
eram feitas de tijolos padronizados e vitrificados, uma técnica inventada pelos mesopotâmicos.
• Existia uma forte ligação entre a religião e a vida diária. O conhecimento a respeito do tempo, das
estações do ano e da época das enchentes era fundamental para a agricultura. Por isso, os povos da
Mesopotâmia estudaram os astros e aprenderam muito sobre Astronomia. A partir desses
conhecimentos, os sacerdotes procuravam prever o futuro, e assim criaram a Astrologia.
• A escrita cuneiforme se deve, provavelmente aos sacerdotes sumérios. Eles precisavam registrar o
recebimento de produtos, sua distribuição e as despesas feitas pelos templos. As mais antigas placas
da escrita cuneiforme foram encontradas em Uruk. Os símbolos da escrita cuneiforme eram formados
por meio de riscos, o que tornava difícil sua transcrição nas placas úmidas de argila. Por essa razão, com
o tempo, passou a ser utilizada uma haste que imprimia os sinais como uma cunha.
• As obras literárias permitem uma visão diferente da época em que são escritas. Revelam o modo de
pensar do povo A Epopéia de Gilgamés relata as façanhas realizadas pelo herói que lhe deu o nome,
homem fortíssimo que participou de inúmeras aventuras que envolvem monstros, deuses e animais.
Gilgamés foi o quinto rei da cidade de Uruk, e teve, na tradição dos sumérios, uma tal valorização de
suas obras que foi elevado à categoria de herói.
• A música e a dança serviam de acompanhamento aos atos religiosos. Os instrumentos musicais eram
muitos: chocalhos, flautas, tambores e trombetas.
Os Hebreus
• Localizada ao sul da Fenícia, a Palestina foi povoada principalmente pelos Hebreus. A situação
geográfica favoreceu o desenvolvimento do comércio, pois era uma verdadeira encruzilhada de rotas
comerciais entre o Oriente e o Ocidente.
• Eram pastores nômades organizados em tribos, cada uma delas sob o comando de um patriarca.
Inicialmente viviam perto da cidade de UR, eram criadores de ovelhas e cabras.
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• Os hebreus acreditavam ser o povo eleito de Deus, que os guiaria cotidianamente. Acreditavam que
Deus, para protegê-los e indicar-lhes o melhor caminho, às vezes escolhia determinados membros
do grupo. “Uma aliança com Deus”. Os líderes políticos eram somente os seus representantes.
O antigo testamento é o principal documento da história dos hebreus.
• As necessidades de um povo nômade levaram os hebreus a desposarem estrangeiras, mas
procuravam-se casar com mulheres hebraicas.
• “O exílio no Egito”. Os governantes egípcios escravizaram os hebreus. Moisés reconduziu o povo
hebreu de volta à Palestina.
• A Terra Prometida estava ocupada pelos filisteus e cananeus. A difícil reconquista, um período de lutas e
de esplendor. Os domínios israelitas se estenderam do rio Eufrates ao Egito. Divisão do reino em
dois: Israel e Judá.
• O poder e a autoridade do patriarca no seio da família eram quase absolutos. Era ele que determinava o
destino do grupo, e todos lhe devotavam temor e respeito.
• Segundo a tradição, as doze tribos que compunham o povo hebreu tiveram origem nos doze filhos do
patriarca Jacó, depois chamado Israel (neto de Abraão). Por isso, os hebreus se autodenominavam também
“filhos de Israel”, ou israelitas.
• No século II d.C., os hebreus se rebelaram contra a dominação romana e foram expulsos da Palestina,
espalhando-se pelo território do Império Romano (diáspora, dispersão).
• As meninas viviam reclusas em casa até o casamento. O contato com os meninos e as mulheres
casadas era evitado, para que elas permanecessem puras até o matrimônio.
• A escrita hebraica mais antiga originou-se de uma escrita fenícia. O Hebraico moderno tem a sua
origem numa escrita conhecida como proto-hebreu/aramaico antigo. O Hebraico é uma língua semítica e
o idioma oficial de Israel. Era a língua falada pelos judeus da Antiguidade, mas, há cerca de 2.500 anos
atrás, caiu em desuso e foi substituída pelo Aramaico. Apesar disso, continuou sendo usada como uma
linguagem litúrgica e foi resgatada no início do século XX. Atualmente há cerca de 5 milhões de
pessoas em Israel que falam o Hebraico Israelense Moderno. Outras 2 a 3 milhões de pessoas falam o
idioma na Austrália, Brasil, Argentina, Canadá, França, Alemanha, Palestina, Panamá, Inglaterra e
EUA. A ortografia do hebraico: a escrita hebraica é feita da direita para a esquerda, a partir da
primeira linha superior, e descendo linha a linha. Há uma inversão de lateralidade em relação à
escrita ocidental. Em segundo lugar, é preciso entendermos que em hebraico não existem vogais,
mas apenas consoantes, embora algumas destas consoantes, eventualmente atuem com o som de
vogais.
A Pérsia
• Localizava-se no planalto do Irã, uma região montanhosa que tinha poucas terras férteis. Sua
população dedicou-se, principalmente, ao pastoreio. Os seus principais rios são Karkheh e Karum.
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• Império persa, o mais extenso da Antiguidade Oriental. Primeiro dominou os medos, depois a Lídia,
as cidades gregas da Ásia Menor (atual Turquia), Mesopotâmia, Síria e Egito. “O Império Persa
sobreviveu por duzentos anos”. O Império estava dividido em províncias (satrápias). Os inspetores
reais, chamados olhos e ouvidos do rei, percorriam todas as satrápias.
• Uma rede de caminhos (postos de correio) facilitava a comunicação.
• Os seus governantes gozavam de muita autoridade, viviam luxuosamente, possuíam enormes
propriedades locais, faziam leis e dispunham de exércitos particulares.
• “Assim falou Zaratustra” – os imperadores persas acreditavam que a religião poderia ser um agente de
coesão do Império. Por isso, apoiaram as idéias do profeta Zaratustra, segundo as quais existem no
mundo duas forças que se opõem.
•
Os zoroastristas não permitiam que os mortos fossem enterrados, temiam a contaminação da
natureza. Os mortos eram depositados nas regiões altas, servindo de alimento para os abutres.
• As mulheres eram obrigadas a devotar obediência absoluta aos maridos. Os homens podiam ser
polígamos.
• Além dos problemas administrativos internos, os persas passaram a enfrentar também a ofensiva
estrangeira. Os macedônios, comandados por Alexandre, o Grande, conquistaram o império Persa.
• Uma grande inovação foi realizada por Dario 1º: a língua falada até então não era escrita; Dario
introduziu a escrita cuneiforme (copiada da Mesopotâmia). Mas como esse tipo de escrita
necessitava de um volume enorme de plaquetas de argila para ser produzida, o imperador instituiu o
aramaico como escrita da administração imperial.
A China
• A China antiga era uma península situada no leste da Ásia, banhada pelo Oceano Pacífico. Dois
grandes rios atravessavam o seu território: o Hoang-Ho (Rio Amarelo) e o Iang-Tsé (Rio Azul).
• Por volta de 3 000 a.C., as terras férteis do vale do Rio Amarelo já eram habitadas e cultivadas pelos
povos chineses.
• Para controlar as águas e arar as terras para o plantio, os chineses construíram uma rede de canais, diques
e represas.
• Cultivavam principalmente trigo, cevada e arroz.
• Por volta de 2200 a.C. um líder chamado Yü, o Grande, conseguiu unificar os reinos e proclamou- se rei.
A partir de então, sucederam-se várias dinastias e a China dividiu-se novamente em vários reinos.
• A dinastia Han (206 a.C. – 220 d.C.) governou a China por mais de quatro séculos. Em sua época, o
império Han, rivalizava com o império Romano em extensão, poderio e riqueza.
• A produção da seda foi um segredo guardado pelos chineses durante mil anos. Além das trocas
locais, existia o comércio da seda de longa distância (Estrada da Seda).
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• Os textos chineses antigos eram compostos de desenhos e símbolos que representavam idéias,
chamados ideogramas. Os textos mais antigos estão gravados nos Jiaguwen, carapaças de tartaruga e
ossos de boi. Jiaguwen foi o nome dado pelos filólogos (filologia: ciência que, por meio de textos
escritos, estuda a língua, a literatura e todos os fenômenos de cultura de um povo) para as inscrições
oraculares em ossos. O Mandarim é o principal dos dialetos da língua chinesa, falado em todo o Norte
da China e nas províncias do Centro, do Oeste e do Sudoeste, tomado como língua oficial (em chinês,
putonghua) e que se baseia no dialeto pequinês, com pronúncia de Beijing (http://
houaiss.uol.com.br).
• As artes marciais chamadas em chinês de wu shu, existem há mais de 3 mil anos. A mais conhecida é a
arte marcial Kung fu.
• Os chineses foram os criadores da acupuntura, técnica de anestesiar e curar baseada na aplicação de
agulhas em pontos específicos do corpo humano.
• A religião chinesa adorava as forças naturais e deuses celestiais. A doutrina oficial dos chineses era o
confucionismo que se baseava no culto dos antepassados, na adoração aos familiares mortos e respeito
às antigas tradições.
A Índia
• A Índia está situada no sul da Ásia. Essa civilização organizou-se nos vales férteis dos rios Indo e
Ganges.
• Inicialmente essa região foi ocupada pelos dravidianos, eles eram governados pelos príncipes
chamados marajás. Os drávidas desenvolveram eficientes métodos de trabalho para praticar a
agricultura e pecuária. Graças à construção de reservatórios de água e canais de irrigação,
conseguiram boas colheitas de cevada, trigo, melão e damasco.
• Em 2.500 a.C, alguns povoados já haviam se tornado cidades importantes como Harapa, Mohenjo Daro
e Lothal. Os pesquisadores acreditam que Harapa foi à cidade mais poderosa e que exerceu certo poder
e controle sobre as demais. Por isso, costuma-se chamar a produção de toda a região de cultura
harapense.
• Aproximadamente em 1500 a.C, povos arianos invadiram a região e fixaram-se às margens do rio
Ganges. Esse povo mesclou a sua cultura com os dravidianos e surgiu a sociedade Hindu. O Sânscrito
é classificado como língua indo-ariana., inicialmente original dos árias.
• A região foi invadida pelos persas. Já no século IV a.C., após a conquista da Pérsia, o imperador
Alexandre “o Grande”, comandou a ocupação da Índia pelos macedônios. Os gregos ocuparam o norte
e outras regiões foram invadidas por povos nômades da Ásia Central.
• Nas primeiras cidades do Vale do Indo já havia líderes que tinham mais poderes e privilégios do que o
restante da população. Porém, foram os sacerdotes árias que criaram o sistema de castas, ou seja, a
divisão da sociedade em grupos rigidamente demarcados.
• Na índia pode-se observar a transformação do politeísmo para o Vedismo, o Bramanismo e para o
Budismo.
22
• O Vedismo admitia a existência de numerosas divindades. O Bramanismo, uma transformação do
Vedismo, admitia a transmigração (passagem de um corpo para outro) das almas. Brama era o espírito
absoluto.
• O Budismo surgiu entre os séculos VI e V a.C., após as peregrinações de Sidarta Gautama, o “Buda”
(iluminado), príncipe de um pequeno reino do Himalaia (atual Nepal, entre a China e a Índia).
• Na Índia, a mulher era equiparada a uma escrava, eram tratadas nos textos sagrados como impuras,
sedutoras e ciumentas. No período pré-budista há algumas referências históricas a mulheres
sábias. Sem dúvida há uma tradição de mulheres mestras e professoras sábias, mas seus nomes e
detalhes da tradição são obscuros ou se perderam. As incursões arianas na Índia, por volta de
1.500 antes de Cristo, acabaram impondo uma ordem patriarcal e predominantemente masculina, que
substituiu a sociedade matriarcal dos vales Hindus. Anteriormente à dominação ariana as mulheres
contribuíam economicamente, participavam do trabalho agrícola, faziam roupas, cestas e flechas. As
meninas, assim como os meninos, eram iniciados nos sagrados textos dos Vedas. As mulheres podiam
participar com seus maridos dos rituais religiosos e, mesmo as que não tinham companheiros, podiam
fazer ofertas nesses rituais. Entretanto, isso se aplicava apenas às mulheres das castas superiores.
• A escrita Brâmanesa foi utilizada no séc. III a.C. para transcrever os editos do imperador Asoka.
Era gravada em pilares e rochas espalhadas por todo o território da Índia, menos na região nordeste, onde
as inscrições foram traçadas em caracteres Kharosti. Esta escrita era inicialmente chamada Magadha,
nome de um país situado perto de Patna, no rio Ganges, região central do Império de Asoka. O nome
Brahami designa, nos textos religiosos, a mais antiga escrita da India Clássica e foi criada pelo deus
Brahma, “criador de todas as artes e ciências”. O brâmanes, cuja origem é ainda incerta, apesar da tese
que a faz derivar dos caracteres fenícios, deu origem a todas as escritas indianas.
A Fenícia
• No Norte da Palestina, entre o Mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano viviam os fenícios.
Sem dispor de terras boas para a agricultura, eles se tornaram grandes navegadores e comerciantes.
• A madeira foi uma das maiores fontes de riqueza do povo fenício. As montanhas da região eram
cobertas por florestas de cedro, madeira leve e resistente, apropriada para a construção de
embarcações. Além da construção naval, os fenícios desenvolveram a metalurgia, a tecelagem e a
tinturaria.
• Os fenícios não criaram um Estado unificado. Embora se costume denominar sua região de Fenícia, não
existiu um reino com esse nome, mas um grupo de cidades-Estado – como Tiro, Biblos e Sidon. Cada
cidade-Estado tinha o seu rei, cujo poder era limitado por um Conselho de comerciantes.
• Os mercadores-navegadores fenícios fundaram diversas colônias e dominaram portos comerciais
estratégicos no Norte da África, na península Itálica e em várias ilhas do Mediterrâneo. A mais
importante foi Cartago, que chegou a dominar grande parte do comércio no mar Mediterrâneo.
23
• Os fenícios adoravam várias divindades associadas aos astros, à fertilidade e às forças da natureza.
Cultuavam seus deuses com oferendas de vegetais e animais e, às vezes, sacrifícios humanos.
• Para facilitar o comércio e a administração dos negócios, por volta de 1700 a.C, os fenícios
desenvolveram um novo sistema de escrita. Esse sistema foi o alfabeto, que deu origem a
praticamente todos os alfabetos usados em nossos dias.
• Os próprios monarcas fenícios, homens ou mulheres, exerciam o sacerdócio, para o que se requeria um
estudo profundo da tradição. Os sacerdotes e sacerdotisas frequentemente herdavam da família o ofício
sagrado.
24
ANTIGUIDADE
Fontes para as suas consultas e pesquisas sobre a Idade Antiga.
Título dos livros didáticos
História e Vida Integrada, 6o ano, Piletti & Piletti & Tremonte, Ática, 2008.
História, Sociedade e Cidadania. Boulos Junior, Alfredo, FTD, 2009.
Tudo é História, 6o ano, Oldimar Cardoso, Ática, 2006.
Passaporte para a História, vol.1, Mocellin & Camargo, Editora do Brasil, 2007.
História em projetos, 6o ano, Ática, 2007.
Tempo e Espaço, 6o ano, Flávio Berutti, Formato, 2002.
História Compreender para aprender, 6o ano, M. Cristina Giovanni, FTD, 1998.
História Cotidiano e Mentalidades, 6o ano, Ricardo Dreguer, Ed. Atual, 2000.
Trabalho e Civilização, vol.1, A humanidade em construção. Ricardo Maranhão, Ed.
Moderna, 1999.
História por eixos temáticos, 6o ano, Antonio Pedro, FTD, 2002.
Navegando pela História, Povos da antiguidade: trabalho e diversidade cultural, Silvia
Panazzo, Quinteto Editorial, 2001.
História & Companhia, 6o ano, Ricardo de Moura Faria, Ed. Lê, 1998.
História, 6o ano, coleção link do tempo, Denise Mattos Marino e Léo Stampachio, Escala
Educacional, 2004.
História 6o ano, Projeto Arararibá, Ed. Moderna, 2004.
História em documento, 6o ano, Joelza Éster Rodrigues, FTD, 2001.
História para viver juntos, Débora Yumi Motooka, SM, 2009.
25
Título de coleções paradidáticas:
Coleção: “A Vida no Tempo dos deuses” – Ed. Atual
O Egito dos faraós e dos sacerdotes, Raquel Funari, 2001.
Império e Família em Roma, Pedro Paulo Funari, 2000.
Coleção: “Que história é esta?” – Ed. Saraiva
O Egito antigo, Maurício Schneider, 2001.
A Mesopotâmia, Marcelo Rede, 1997.
A Grécia antiga, Marcelo Rede.1999.
Roma e seu Império, Carlos Machado, 2002.
Coleção: “Como seria sua vida?”- Ed. Scipione
Como seria sua vida no Egito? Jaqueline morley, 1996.
Como seria sua vida na Grécia antiga? Fiona Macdonald, 1996.
Como seria sua vida na Roma antiga? Anita Ganeri.
Coleção: “Contos e Lendas”- Ed. Cia. Das Letras
Contos e Lendas do Egito antigo, Brigitte Évano, 1998.
Contos e Lendas da Mitologia Grega, Claude Pouzadoux, 2001.
Contos e Lendas do Nascimento de Roma, François Sautereau, 2002.
Coleção: Histórias da Antiguidade – Ed. Cia das Letrinhas
Egito Antigo, Stewart Ross, 2005.
Roma Antiga, Stewart Ross 2007.
Coleção: “Povos do Passado” – Ed. melhoramentos
Os Egípcios, Anne Millard, 2004.
Os Gregos, Judith Crosher, 2004.
OS Romanos, Joan Forman, 2004.
Coleção: Civilizações Antigas – Ed. melhoramentos
Egípcios, John Guy, 2002.
Gregos, John Guy, 2002.
Romanos, John Guy, 2002.
Coleção: O cotidiano da História – Ed. Ática A
democracia grega, Martin Cezar Feijó, 2004. A
formação de Israel, Silvia Szterling, 2004.
Coleção: História Geral em documento – Ed. Atual
Roma, a vida pública e vida privada, Pedro Paulo Funari, 2000.
Grécia: a vida cotidiana na cidade-estado, Teresa Van Acker, 1994.
Coleção: Pequenas Histórias dos Homens- Ed. Sm
Pequena História da escrita, Sylvie Baussier, 2005.
Pequena História do tempo, Sylvie Baussier, 2005.
Pequena História da guerra e da paz, Sylvie Baussier, 2005.
Coleção: Larousse Jovem – Ed.Larousse
Egito, tradução de Tommaso Besozzi, 2005
Coleção: Discutindo a História – Ed. Atual
Nascer, viver e morrer na Grécia antiga, Maria Beatriz Florenzano, 1996.
26
Pelo autor:
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AGUIAR, Luiz Antonio. Assim tudo começou. São Paulo, Quinteto Editorial, 2005.
BAUSSIER, Sylvie. Pequena história da escrita. São Paulo, SM, 2005.
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CASTEJÓN, Philippe. Nos passos dos fundadores de Roma. Rio de Janeiro, Rocco, 2005.
FARRINGTON, Karen. História Ilustrada da Religião. Ed. Manole, 1999.
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VASCONCELOS, Cláudia. Uma História da China. São Paulo, Nova Alexandria, 2005.
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Lia. Aventura da escrita. São Paulo, Moderna, 2002.
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Dicionários
Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Antonio Carlos do Amaral Azevedo. Ed.
Nova Fronteira.
Dicionário de conceitos históricos. Kalina Vanderlei Silva & Maciel Henrique Silva.
Ed. Contexto.
Revistas e Sites
História Viva – Duetto Editorial.
www.historiaviva.com.br
Nossa História – Editora Vera Cruz
www.nossahistoria.net
Revista de História da Biblioteca Nacional –
www.revistadehistoria.com.br
National Geographic –
www.nationalgeographic.com.br
Scientific American –
www.sciam.com.br
Site
http://www.cei.santacruz.g12.br/~6ano/historia/
2013/ficha_05/jsr
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