Filosofia 3. Aula 10 Descartes e o Racionalismo 1. (Unicentro) Afinal de contas, a disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros como se também fossem filósofos: oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e construindo a verdade, sempre em dúvida, a partir do encontro entre uma e outras. DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. Meditação Terceira. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.) Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar: a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis. b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados. c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as coisas percebidas por meio da experiência sensível possuem existência real. d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode alcançar. e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais obstinada. SAVATER, 2001, p. 43-44. A partir do texto e dos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar: a) A verdade não exige liberdade de pensamento. b) A verdade é evidente e obedece apenas ao critério divino. c) A razão é dispensável no processo de construção da verdade. d) A verdade existe por si mesma, independente da ação humana. e) O movimento dialético entre certeza e incerteza é um dos pilares da reflexão filosófica. 2. (Enem/2012) Texto I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Texto II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. 4. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004. Adaptado. Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume: a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. ensino médio (UEL/2011) O principal problema de Descartes pode ser formulado do seguinte modo: “Como poderemos garantir que o nosso conhecimento é absolutamente seguro?”. Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder, ainda assim, jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]” 1 (AFM) René Descartes inicia sua busca pela verdade duvidando de tudo. Sua busca leva ao questionamento se é possível encontrar algo que seja totalmente indubitável, é a chamada dúvida metódica. Sobre Descartes e sua teoria do conhecimento, é correto afirmar: a) É um filósofo cético, pois sua investigação não tem como objetivo alcançar a verdade racionalmente. b) Para ele, o conhecimento oriundo dos sentidos, nos conduz a um conhecimento seguro e comprovado sobre a origem e os fenômenos do universo. c) Ao duvidar dos sentidos e das ideias do senso comum, Descartes busca estabelecer um método de investigação da verdade onde prevalece o uso da razão no processo do conhecimento. d) O propósito inicial de Descartes era encontrar um método científico que conduzisse o homem a conceber a verdade como algo individual, próprio de cada um conforme suas crenças, e, portanto, subjetivo. e) Descartes contraria a ideia do “penso, logo existo”, pois não o admite como um pensamento claro na reconstrução do saber. 1ª- ano As afirmativas corretas são: a) I, II e III b) II e III c) II, III e IV Aula 11 O Empirismo 1. (AFM) John Locke foi um dos grandes pensadores do empirismo, tendo fundamentado suas convicções, principalmente no livro Ensaio sobre o entendimento humano. Sobre as ideias de Locke podemos afirmar que: a) assim como Descartes, Locke foi um ardoroso defensor da doutrina das ideias inatas. b) a alma humana é como uma tábula rasa, um papel em branco no qual as impressões vão sendo gravadas a partir da experiência sensível, daí derivando o conhecimento. c) é defensor da ideia de que o conhecimento é dado a priori, não sendo necessária sua comprovação através de dados empíricos. d) seguiu a tradição escolástica e racionalista, dando pouca importância ao conhecimento oriundo dos sentidos. e) para ele, a busca pela verdade deve ser baseada na comprovação racional dos fenômenos, se desvinculando, assim, da experiência sensível. 2. (UEL/2007) Segundo Francis Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresentá-los, lhes assinamos nomes, a saber: Ídolos da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro”. 4. BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21. Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos da Tribo são: a) os ídolos dos homens enquanto indivíduos. b) aqueles provenientes do intercurso e da associação recíproca dos indivíduos. c) aqueles que imigraram para o espírito dos homens por meio das diversas doutrinas filosóficas. d) aqueles que chegam ao espírito humano por meio de regras viciosas de demonstração. e) são os decorrentes das relações comerciais, onde as pessoas se comunicam pelas palavras e distorcem a realidade, criando fantasias e ilusões. 3. (AFM) O método cartesiano conquistou muitos seguidores, mas também atraiu opositores, como Francis Bacon, John Locke e Thomas Hobbes, que defenderam a importância dos sentidos na busca do conhecimento. Para eles, só é possível alcançar o conhecimento verdadeiro se considerarmos as observações oriundas de nossos sentidos (audição, visão, tato, paladar, olfato). Esse pensamento ficou conhecido como empirismo, palavra derivada do grego empeiria, que significa experiência. Portanto, para os empiristas, o conhecimento nasce da experiência do ser humano em seu cotidiano através de nossas percepções sensoriais. É a partir dessas percepções que o ser humano irá construir sua história. Sobre as ideias que caracterizam o Empirismo, pode-se afirmar que: a) é uma atitude filosófica que duvida da capacidade da razão humana conhecer a realidade exterior e o homem. b) a experiência sensorial é uma fonte permanente de erros e confusões sobre a complexa realidade do mundo. Somente a razão humana, trabalhando com os princípios lógicos, pode alcançar o conhecimento verdadeiro. c) um dos principais filósofos desta corrente é René Descartes, autor da famosa frase: “penso, logo existo”, que defendia a ideia que a origem do conhecimento se encontra na razão. d) o Empirismo fundamenta o conhecimento na experiência, onde a mente humana é como uma folha de papel em branco preenchida com os dados captados pelas nossas percepções sensoriais. e) um dos expoentes desta corrente é Francis Bacon, que ao defender a ideia que saber é poder, despreza o desenvolvimento da pesquisa experimental, pois esta diminui o poder dos homens sobre a natureza. Aula 12 Kant a o criticismo (Universidade da Amazônia/2006) Sobre o empirismo inglês, podemos afirmar que: I. Segundo Locke, há duas espécies de conhecimentos: conhecimento aparente (mundo sensível) e conhecimento verdadeiro (mundo inteligível). Essa dualidade ficou conhecida, em Filosofia, pelo nome de “revolução copernicana”; II. Nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações; III. Locke é o iniciador da Teoria do Conhecimento propriamente dita, porque se propõe a analisar cada uma das formas de conhecimento que possuímos; IV. Segundo Locke, há pelo menos três tipos de ideias: as ideias inatas, que são verdadeiras, as ideias adventícias, que são falsas, e as ideias fictícias, que são as nossas fantasias. ensino médio d) I e IV e) I e III 1. (AFM) Seu objetivo era superar a dicotomia racionalismoempirismo, buscando entender a legitimidade do conhecimento. Sua filosofia também era conhecida como criticismo. Essas ideias se referem a: a) Bacon. d) Voltaire. b) Locke. e) Aristóteles. c) Kant. 2. (UEL-PR) “Quando a vontade é autônoma, ela pode ser vista como outorgando a si mesma a lei, pois, querendo o imperativo categórico, ela é puramente racional e não dependente de qualquer desejo ou inclinação exterior à razão. [...] Na medida em que sou autônomo, legislo para mim mesmo exatamente a mesma lei que todo outro ser racional autônomo legisla para si.” WALKER, Ralph. Kant: Kant e a lei moral. Trad. de Oswaldo Giacoia Júnior. São Paulo: Unesp, 1999. p. 41. 2 1ª- ano Com base no texto e nos conhecimentos sobre autonomia em Kant, considere as seguintes afirmativas: I. A vontade autônoma, ao seguir sua própria lei, segue a razão pura prática; II. Segundo o princípio da autonomia, as máximas escolhidas devem ser apenas aquelas que se podem querer como lei universal; III. Seguir os seus próprios desejos e paixões é agir de modo autônomo; IV. A autonomia compreende toda escolha racional, inclusive a escolha dos meios para atingir o objeto do desejo. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e IV c) III e IV d) I, II e III e) II, III e IV 3. (UEM/PR - Adaptada) O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) estabelece uma íntima relação entre a liberdade humana e sua capacidade de pensar autonomamente, ao afirmar: “Esclarecimento é a saída do homem da menoridade pela qual é o próprio culpado. Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia. [...] É tão cômodo ser menor. Possuo um livro que faz às vezes do meu entendimento; um guru espiritual, que faz às vezes de minha consciência; um médico, que decide por mim a dieta etc.; assim não preciso eu mesmo dispensar nenhum esforço. Não preciso necessariamente pensar, se posso apenas pagar.” KANT, I. Resposta à questão: o que é esclarecimento? In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p. 407. A partir do texto de Kant, é correto afirmar que: a) liberdade é não precisar de ninguém para nada. b) riqueza é sinônimo de liberdade, como pobreza é sinônimo de escravidão. c) a justificativa para a falta de liberdade é a pouca idade dos seres humanos. d) a liberdade é, primeiramente, liberdade de pensamento. e) a liberdade é sempre dada e não conquistada, o que faz com que não seja necessário esforço pessoal para conquistá-la. 4. (UEL/2008) Leia o texto a seguir. A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira edição, 1781). Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas chama-se: a) Experiência. b) Natureza. c) Entendimento. d) Metafísica. e) Sensibilidade. ensino médio 3 1ª- ano