Anatomia da orelha e fisiologia da audição

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Diogo Araujo – Med 92
Anatomia da orelha e fisiologia da audição
Professor André
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O osso temporal é dividido em porção escamosa (maior parte), timpânica e mastoidea
(espumosa). Na parte petrosa do osso temporal que se situam os órgãos da audição e
equilíbrio.
A orelha é dividida em:
o Externa
o Média
o Interna
Na orelha externa, temos:
o Pavilhão auricular com
 Hélice
 Antihélice
 Escafa
 Trago
 antitrago
 Concha
 Lobo
o O pavilhão é inervado pelo n. auricular maior (ramo do vago). A vascularização
é feita pela artéria carótida externa (artéria temporal superficial e auricular
posterior) e a drenagem por ramos da veia jugular externa. A drenagem linfática
se dá para os linfonodos pré e pós auriculares além dos parotídeos.
o Meato acústico externo
 Tem forma de S. Mais ou menos 2,5cm.
 1/3 lateral cartilaginoso
 2/3 medial ósseo
 Tem duas constricções: no meio da cartilagem e na parte óssea (istmo)
o A orelha externa tem função de proteção de trauma e infecção bacteriana. Além
disso, faz amplificação do som e condução do som até a membrana timpânica.
A orelha média:
o É uma caixa repleta de ar formada pela caixa do tímpano.
 Limite superior: tégmen timpânico (fina camada óssea que separa do
lobo temporal)
 Limite inferior: veia jugular (às vezes, o bulbo da veia pode ocupar parte
da caixa timpânica. Forma o hipotímpano nessa região.
 Limite anterior: orifício de abertura da tuba auditiva.
 Limite posterior: osso mastoideo
 Limite medial: orelha interna.
 Limite lateral: membrana timpânica
o No osso mastoideo, há porosidade. A maior cavidade nessa estrutura é o antro
da mastoide. Durante o processo infeccioso, pode ser ocupado por secreção,
caracterizando a osteomastoidite.
o A tuba auditiva se abre na rinofaringe. Existe um clearance mucociliar que
direciona o conteúdo de dentro da orelha média para dentro da rinofaringe.
Diogo Araujo – Med 92
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A orelha interna:
o Fica localizada dentro da parte petrosa do osso temporal.
o Possui a parte coclear e a vestibular.
o Parte vestibular
 Para controle do equilíbrio, existem os canais semicirculares e o
vestíbulo. Dentro deles, há um tubo único que se interconecta.
 Os canais são:
 Superior
 Lateral
 Posterior
 O vestíbulo tem a janela oval (se articula com os ossículos) e a janela
redonda (não se articula com os ossículos).
 O vestíbulo conta com as máculas do sáculo e do utrículo. E, além deles,
temos as cristas ampulares de cada um dos canais semicirculares. As
cristas ampulares dentro das ampolas + máculas do sáculo e do utrículo
formam o órgão de equilíbrio. Elas contém as células (epitélio)
responsáveis pelo equilíbrio.
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Tem cerca de 31 a 38 mm. Tem porção óssea e cartilaginosa (que se abre na
rinofaringe). O istmo é o maior ponto de constricção. A angulação da tuba é de
cerca de 10° na criança, o que facilita infecções (adulto: 30 a 40°).
A membrana timpânica separa a orelha média da externa. Tem uma camada
fibrosa intermediária que dá sustentação à membrana. Existe camada mucosa
que reveste a parte interna da membrana. Ela contém o cone luminoso e a
porção flácida (que tem densidade baixa de fibras; fica na região ânterosuperior; está relacionado com o surgimento de otites médias crônicas).
A função básica da orelha média é amplificação do som (cerca de 18 vezes pelo
mecanismo hidráulico e pelo de alavanca resistente). Isso é feito pela cadeia
ossicular, que contém:
 Martelo (mais externo, ligado ao tímpano)
 Cabeça, colo e processo lateral (essa parte lateral se insere no
tímpano)
 Bigorna
 Corpo e ramos longo e curto (o curto aponta para o nervo facial)
 Estribo (menor osso do corpo humano; está em contato com a janela
oval)
 Cabeça e cruras anteriores e posteriores. A platina do estribo se
liga à janela oval.
Parte coclear
 A cóclea é um caracol. Se fosse retificada, veríamos que o tubo que
forma a esse caracol é, na verdade, composto por três outros tubos
menores, que são as rampas vestibular e timpânica e o canal coclear
(que contém o órgão de Corti, responsável pela audição).
Como se processa a informação de um sinal analógico (onda mecânica sonora) para um
sinal elétrico (transdução mecanoelétrica)?
Isso acontece porque, dentro da escala média, temos o órgão de Corti.
Diogo Araujo – Med 92
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A onda sonora, depois de vibrar o tímpano e a cadeia ossicular, chega na janela oval
(após vibrar o estribo). Então, os líquidos dentro da orelha interna (endolinfa e perilinfa)
se movem. Assim, eles vibram a membrana basilar onde repousa o órgão de Corti. A
endolinfa fica dentro do tubo (canal coclear) que contém o órgão de Corti. A perilinfa
fica dentro dos outros dois tubos da cóclea (rampas vestibular e timpânica).
Os líquidos vibram na cóclea inteira. Contudo, há uma diferenciação celular em cada
região da membrana basilar, que faz com que cada parte da cóclea vibre de maneira
diferente a frequências de vibração.
o A base vibra mais para sons agudos e o ápice, para sons graves.
O órgão de Corti é composto por três camadas de células ciliadas externas e uma
interna. Ele repousa sobre a membrana basilar.
Quando há uma perturbação dentro do meio líquido (perilinfa), a membrana basilar é
perturbada, as células ciliadas externas se contraem e fazem com que as células ciliadas
internas toquem na membrana tectorial. Nesse momento, essas células formam um
potencial de ação.
o A membrana basilar vibra de maneira diferenciada para cada frequência sonora.
Assim, grupos de células ciliadas externas se contraem para cada frequência.
o A teoria da cóclea ativa diz que as células ciliadas externas também são
responsáveis pela produção do som.
 Daí veio o teste da orelhinha (Emissão Otoacústica Evocada – EOA).
Nesse teste, é emitido um som e um microfone capta o som emitido
como resposta pelas células ciliadas externas.
 Não confundir com o BERA (Exame do Potencial Evocado Auditivo do
Tronco Encefálico), que avalia as vias de condução do estímulo nervoso
auditivo.
o As células ciliadas externas também amplificam o som.
Os cílios das células ciliadas internas, ao tocarem na membrana, se despolarizam ao
internalizar potássio.
A deficiência auditiva acomete cerca de 17% da população do Brasil.
O problema neonatal mais frequente é a surdez.
Quando suspeitamos que um acriança tenha deficiência auditiva?
o Condição requerendo UTIN > 48h (pelo uso de ATB ototóxico)
o Anomalias crânio-faciais
o Familiares com atraso de fala, linguagem e audição
o História familiar de deficiência auditiva congênita
o Sinais e sintomas de síndromes que apresentam deficiência auditiva
neurossensorial, condutiva ou disfunção da tuba auditiva
o Infecções pós-natais associadas a perdas auditivas neurossensoriais, meningite
bacteriana
o Infecções neonatais: rubéola, sífilis, CMV, herpes e toxoplasmose
o Hiperbilirrubinemia/exsanguíneo-transfusão
o Ventilação mecânica
o Desordens neurodegenerativas/neuropatias sensório-motoras
o TCE
o Otite média recorrente
Nasceu? Tem que ter audição testada.
Diogo Araujo – Med 92
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