Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (1-13), 2013 ISSN 18088597 Uso popular e comércio informal de plantas medicinais no município de Sanclerlândia, Goiás, Brasil Anna Carolina MachadoRibeiro, KarllaBeattriz MarquesSousa, LuanaAngélicadePaula, Sandra Alves de Sousa 1 Trabalho realizado por discentes das FMB para obtenção do título de Bacharel em Farmácia. Discentes do curso de Farmácia da Faculdade de Montes Belos. 3 Orientadora do trabalho de conclusão de curso e-mail: [email protected] 2 Resumo: O presente trabalho teve como objetivo principal, avaliar o comércio informal através do trabalho realizado pelo raizeiro de Sanclerlândia-GO, e as principais plantas utilizadas pela população. A metodologia consistiu na realização de entrevistas do tipo descritiva, observacional com o raizeiro da cidade, e com a população acima de 30 anos. Na cidade foi encontrado apenas um “raizeiro”, que atua nessa área há 25 anos e seus conhecimentos são baseados em estudos e de hereditariamente. Através dos resultados obtidos, nota-se que a população adquiriu seus conhecimentos sobre as plantas medicinais pela vivência com parentes (pais, avós) de forma hereditária, sendo que 83,5% dos usuários adquiriram as plantas medicinais por conta própria (quintais, cerrados, entre outros). A gripe foi à doença com maior número de citação de uso, seguido de inflamação, estresse/insônia. Em relação à preparação das plantas, observouse a predominância dos chás (54%). É importante ressaltar fatores que podem representar riscos para os consumidores dessas preparações populares: conhecimento insuficiente sobre as plantas comercializadas falta de controle de qualidade do material vegetal e o uso de misturas de plantas sem considerar as suas interações. Palavras chaves: Fitoterapia. Plantas medicinais.“Raizeiros”.Sanclerlândia. Popular use and informal trade of medicinal plants in the city of Sanclerlândia, Goias, Brazil Abstract: - This study aimed to assess the informal trade through the work done by the healers Sanclerlândia city –GO state, and the main plants used by the population. The methodology consisted of interviews descriptive, observational raiser with the city, and the population over 30 years. In town one ¨raizer¨was found, that operates in this area for 25 years and his knowledge is based on studies and hereditary ways. Through the results, we note that the population acquired their knowledge of medicinal plants by living with relatives (parents, grandparents) and hereditary form, being 83.5% of users purchased medicinal plants on their own (backyards, closed, among others). The flu is the disease most number of citation usage, followed by inflammation, stress / insomnia. Regarding plants´ preparation, there was a predominance of teas (54%). Importantly factors that may be risks to consumers of these popular preparations is insufficient knowledge about plants marketed, lack of quality control of plant material and the use of mixtures of plants without considering their interactions. Key words: Medicinal plants "healers".Phytotherapy.Sanclerlândia. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (2-13), 2013 ISSN 18088597 1 Introdução As plantas medicinais há milhares de anos vêm sendo utilizadas com finalidades terapêuticas para tratar diversas patologias. Por volta de 3000 a.C.observam-se relatos do uso desses recursos naturais, que vêm sendo repassadas por várias gerações, tornando-se parte da cultura popular (TUROLLA ET al., 2006). Segundo o Ministério da saúde em 2006 cerca de 63% da população utiliza medicamentos industrializados, e 37% produtos de origem natural, especialmente as plantas, fonte de recursos terapêuticos na busca da melhoria da atenção à saúde (BRASIL, 2006b). A Organização Mundial de Saúde (OMS) mantém um registro de 20.000 espécies de plantas medicinais, distribuídas em 73 países, sendo que no Brasil são 332 espécies. Para esse registro, é necessário que a planta seja descrita como medicinal em pelo menos cinco países e que constem, pelo menos, na farmacopeia nacional. Cerca de 4 bilhões de pessoas dependem de plantas medicinais para o tratamento de suas doenças, sendo plantas nativas de seu próprio país as mais utilizadas (FERRO, 2008). O tratamento com plantas medicinais nativas mostra-se adequado em vários municípios brasileiros que não possuem fácil acesso aos medicamentos industrializados, mesmo aqueles cedidos pelo governo. Reconhecendo esta realidade em 2006, o governo brasileiro aprovou a “Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS)” através da Portaria n. 971 (03/05/2006) incluindo a fitoterapia entre outros, como práticas que devem ser oferecidas pelo sistema público determinando ainda diretrizes para que estas práticas sejam estabelecidas (BRASIL, 2006a). Leva-se, em conta que os princípios ativos das plantas medicinais são substâncias químicas e que apresentam atividade farmacológica, sobre o organismo, verifica-se que podem também apresentar efeitos secundários, contra indicações, toxicidade e interações com os fármacos convencionais, utilizados em inúmeros tratamentos. (MONTEIRO, 2008). Como exemplo de ação toxica observamos a babosa (Aloe vera L.) muito utilizada no Brasil e que tem ação: cicatrizante, antibacteriana, antifúngica e antivirótica pela presença das antraquinonas como:alonina, barbaloína e isobarbaloína em sua composição química, mas que em doses altas por via oral pode ter ação nefrotóxica e causar severa crise de nefrite aguda (SILVEIRA et al., 2008). A utilização de plantas medicinais para o tratamento de doenças é chamada de fitoterapia que é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Os fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e outros). Devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população (BRASIL, 2004c). As plantas medicinais são consideradas espécies vegetais, cultivadas ou não, utilizadas com propósitos terapêuticos (BRASIL, 2010a). A farmacognosia é de extrema importância, pois envolve o estudo de plantas medicinais e de seus componentes ativos que compõem a identificação de drogas vegetais por caracteres morfológicos e anatômicos, o estudo de sua origem e formas de produção, controle da sua qualidade, composição química e conhecimento Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (3-13), 2013 ISSN 18088597 das propriedades físico-químicas das substâncias ativas, bem como o estudo de suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (RATES et al., 2001). A população ainda utiliza plantas medicinais adquiridas através de "raizeiros", (pessoas consagradas pela cultura popular) nos quais comercializam plantas medicinais e preparados líquidos, orientando como usá-las e com a intenção de curar as mais diversas doenças, apesar de não terem, em geral, um conhecimento muito profundo sobre os verdadeirosusos dos vegetais que comercializam seus efeitos adversos e interações medicamentosas (ALVES et al.,2007). A população recorre a estes recursos devido à falta de assistência médica, condições financeiras, ou até mesmo por opinião própria. Entre as formas que as plantas medicinais são preparadas, estão os xaropes, chás, cápsulas e garrafadas, cujos solventes utilizados geralmente são: bebidas alcoólicas, vinho branco, água, entre outros. (DANTAS et al., 2008). O trabalho foi realizado no município de Sanclerlândia, situado no Estado de Goiás e que está localizado no Centro oeste goiano. A economia da cidade é baseada na agropecuária e na indústria. Possui aproximadamente 7.563 mil habitantes, uma área de aproximadamente 496,83 km² e cuja região predomina o clima cerrado. Por ser uma cidade pequena têm poucos profissionais na área da saúde, fazendo com que a população procure terapias alternativas, e a utilização de plantas medicinais preparadas por raizeiros é uma das mais procuradas (IBGE, 2007). O objetivo desse estudo é avaliar o perfil de uso popular e comércio informal de plantas medicinais pela população no município de Sanclerlândia, verificando a porcentagem da população que utilizam plantas medicinais, analisar o perfil do “raizeiro”, e a incidência de plantas medicinais utilizadas. 2 Revisão bibliográfica 2.1. Plantas medicinais O conhecimento sobre a ação dos vegetais vem sendo utilizado pelo homem desde seus primórdios até os dias atuais, e a utilização de plantas medicinais tornou-se uma prática cotidiana na medicina popular. Além disso, o conhecimento sobre tais representam muitas vezes oúnico recurso terapêutico de várias comunidades e grupos étnicos. Até hoje se observa a comercialização em feiras livres, nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras e podendo serencontradas nos quintais residenciais (TRESVENZOL et al., 2006). Devido à falta de assistência médica, de condições financeiras a população recorre a alternativas diferentes, como as preparações caseiras produzidas por conhecedores leigos. Entre as formas que as plantas medicinais são preparadas, estão as garrafadas, cujo solvente utilizado é geralmente bebidas alcoólicas ou vinho branco e raramente água (DANTAS et al., 2008). É importante ressaltar que com o progresso da indústria farmacêutica, o conhecimento sobre asplantas medicinais declinou, mas não desapareceu, e no fim do século XX acentuava-se cada vez mais a tendência a buscar outra vez nas plantas a cura de muitos males (MONTEIRO et al., 2008). Dentro do contexto de uso de plantas medicinais, destaca-se a figura do “raizeiro”, pessoa já consagrada pela cultura popular, no que diz respeito ao conhecimento sobre o preparo, Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (4-13), 2013 ISSN 18088597 indicação e comercialização de plantas medicinais (TRESVENZOL et al., 2006). Para que o uso de plantas medicinais seja considerado seguro, as mesmas devem ter o mínimo de qualidade. Os produtos preparados por raizeiros muitas vezes não envolve o uso seguro e nem o controle físicoquímico e microbiológico, o que pode tornar esta terapia ineficiente (RIBEIRO et al., 2005). Diversos trabalhos sobre a utilização de plantas medicinais têm sido desenvolvidos nos municípios brasileiros, um deles é o estudo de Tresvenzol (2006), que faz um panorama sobre o comércio de plantas medicinais no município de Goiânia. 2.2 Fitoterapia (Fitoterápicos) A Fitoterapia consiste no tratamento através da utilização de medicamentos fitoterápicos que são medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais (BRASIL, 2004a). A RDC n. 48 de 2004 faz definições importantes para o uso de fitoterápicos. Segundo ela, droga vegetal é uma planta medicinal ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. E o princípio ativo do medicamento fitoterápico são substâncias, ou classes químicas (ex: alcaloides, flavonoides, ácidos graxos, etc.), quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do medicamento fitoterápico (BRASIL, 2004c). O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, como as maiores diversidades vegetais do mundo, amplas sociodiversidade, usam de plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional e tecnologia para validar cientificamente esse conhecimento. O interesse popular e institucional vem crescendo no sentido de fortalecer a fitoterapia no SUS. A partir da década de 80, diversos documentos foram elaborados, enfatizando a introdução de plantas medicinais e fitoterápicos na atenção básica no sistema público (BRASIL, 2006a). A resolução n. 89, de 16 de março de 2004 dispõe sobre a lista de registro simplificado de fitoterápicos, contendo 34 tipos de fitoterápicos com as respectivas especificações: nomenclatura botânica, nome popular, parte usada, padronização/marcador, formas de uso, indicações / ações terapêuticas, dose diária, via de administração e restrição de uso. Esta lista tem como objetivo padronizar o uso de fitoterápicos de utilização já consagrada (BRASIL, 2004b). No Brasil, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde regulamenta a implantação e incorporação no SUS, em todo o País, de práticas de saúde como a fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares, sendo que o Ministério da Saúde deve incentivar a fitoterapia na assistência farmacêutica. Envolve abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (5-13), 2013 ISSN 18088597 e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (BRASIL, 2006a). Com base em toda essa política foi criada em 2009 a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) que apresenta plantas medicinais que possui potencial para gerar produtos de interesse ao SUS. A finalidade da lista é orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinada doença (BRASIL, 2009). Buscando regulamentar e normatizar, a RDC n. 14, de 31 de março de 2010 possui o objetivo de estabelecer os requisitos mínimos para o registro de medicamentos fitoterápicos. A norma atualiza os procedimentos, para o registro de produtos nacionais, de produtos importados, das alterações pós-registro, e da renovação do registro. Com as exigências, as empresas deverão apresentar, no momento do registro desses produtos, testes para avaliação de toxinas e testes físico – químicos dos extratos vegetais usados nos medicamentos fitoterápicos (BRASIL, 2010a). Os fitoterápicos são utilizados através de diferentes preparações como extratos, tinturas e macerados. Os extratos possuem uma consistência líquida, sólida ou intermediária, obtidas a partir do material vegetal ou animal. São preparados por percolação, maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como solvente álcool etílico, água ou outro solvente adequado após a extração (SIMÕES et al., 2002). As tinturas são preparações líquidas, assim como os extratos são obtidas, normalmente, de substâncias de origem vegetal ou animal. São usualmente obtidas utilizando uma parte da droga, baseadas na ação solubilizante do álcool etílico ou da glicerina sobre o pó seco da droga (planta), ao qual se pode agregar água em quantidade necessária para diminuir a concentração alcoólica (VICENTINO et al., 2007). Maceração é um processo extrativo em que a planta fresca ou seca é deixada em contato com o líquido extrator em um recipiente fechado por um tempo determinado, sob agitação. O método da maceração oferece a vantagem de que os sais minerais e as vitaminas das ervas são aproveitados (BRASIL, 2005). A utilização de plantas medicinais baseado em conhecimentos populares, aliado à crença de que, por ser natural não causa reações adversas é um fator que compromete a segurança e eficácia, além disto, sabe-se que muitas apresentam substâncias que podem desencadear reações tóxicas. O uso contínuo ou prolongado de plantas medicinais e a contaminação por agrotóxicos podem causar toxicidade, levando em consideração que ainda há dificuldades em se estabelecer os testes mais adequados para os fitoterápicos (TUROLLA et al., 2006). O uso seguro e eficaz de fitoterápicos envolve análises físicoquímicas e microbiológicas de matériasprimas e do produto acabado, como etapa preliminar para alcançar um padrão de qualidade necessário a um produto. O controle físico-químico engloba desde a identificação botânica da planta até o doseamento dos princípios ativos, e o controle microbiológico, até analise de contaminação por microrganismos (bactérias e fungos) que podem trazer diversos prejuízos à saúde do consumidor. A análise do teor dos principais componentes biologicamente ativos é uma etapa essencial para a segurança e eficácia de sua utilização na elaboração de produtos farmacêuticos (RIBEIRO et al., 2005). Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (6-13), 2013 ISSN 18088597 É importante ressaltar as diferenças entre plantas medicinais e os fitoterápicos. As plantas medicinais são todas aquelas, silvestres ou cultivadas, que se utilizam como recursos para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou patológico, ou como fonte de fármacos e de seus percussores, enquanto que fitoterápicos são produtos medicinais acabados e etiquetados, cujos ingredientes ativos são formados por partes aéreas ou subterrâneas de plantas, ou outro material vegetal, ou combinações destes, em estado bruto ou em formas de preparações vegetais (RATES et al., 2001). 3 Material e métodos O estudo realizado foi do tipo descritivo observacional com a população da cidade de Sanclerlândia, GO. Foram incluídos na pesquisa uma população constituída de 73 pessoas acima de 30 anos, os quais foram entrevistadas, responderam o questionário corretamente e assinaram o termo de consentimento, de acordo com a resolução 196/96 CONEP. Entrevistou-se também um comerciante de plantas medicinais para conhecer a procura desses produtos. As informações foram obtidas através de entrevistas, sempre em local e horário aleatórios, de forma que não atrapalhasse o entrevistado em suas atividades e possibilitasse o desenvolvimento das entrevistas. Para a coleta de dados utilizamos os questionários (ANEXO II) complementados por entrevistas livres e conversas informais. Realizamos as entrevistas de acordo com a resolução 196 do CONEP, sempre respeitando os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, bem como os hábitos e costumes quando as pesquisas envolvessem comunidades. Os dados obtidos foram analisados através de leitura cuidadosa dos questionários buscando a categorização das informações obtidas. Foi utilizado o programa Microsoft Excel 2007 para a confecção de Figuras e Tabelas. 4 Resultado e discussão Foram feitas 100 entrevistas aleatoriamente, sendo que 73 pessoas relataram o uso de plantas medicinais em algum momento da vida. No grupo entrevistado 51 pessoas eram do sexo feminino e 22 do sexo masculino. Notase um maior uso de plantas medicinais pelas mulheres comparando-se com aos homens entrevistados isso se deve pelo falto de que as mulheres têm um maior cuidado com a saúde (Tabela 1). Tabela1- Entrevistados usuários e não usuários em relação ao sexo A faixa etária dos entrevistados selecionados encontra-se acima de 30 anos, pois às pessoas mais jovens ocorrerem em menor quantidade ao uso de plantas medicinais, sendo assim pouco relevante para os estudos programados. Contudo a maioria dos participantes se encontrava na faixa etária entre 30 e 60 anos (Tabela 2), resultando em 72 pessoas entrevistadas. Essa faixa de idade apresentou idades com largo intervalo de grandeza porquea maioria das pessoas entrevistas foi em escolas, educação de jovens e adultos (EJA). E as pessoas Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (7-13), 2013 ISSN 18088597 entrevistadas acima de 61 anos, deve-se em grande parte as entrevistas em programas realizados pela prefeitura do Programa Melhor Idade. Nota-se que a maioria dos entrevistados pertence à classe de baixo poder aquisitivo. Demonstrando que estas pessoas têm um menor acesso aos serviços básicos de saúde, recorrendo, no entanto ao tratamento com plantas medicinais (Tabela 3). Tabela 2-Entrevistados em relação a idade e sexo Tabela 4- Nível de escolaridade dos entrevistados No total 47% dos entrevistados usuários afirmaram que os conhecimentos sobre as plantas medicinais, assim disposto na Figura 1, foram adquiridos pela vivência com parentes (pais, avós) de forma hereditária, que as empregavam em uso próprio ou para curar outras pessoas. Em outra pergunta realizada no questionário descobriu - se que 83,5% adquiriram as plantas medicinais por conta própria (quintais, cerrados, entre outros). Figura 1: - Como adquiriu informações sobre plantas medicinais Tabela 3- Renda mensal de usuários e não usuários de plantas medicinais. Com relação ao grau de escolaridade dos entrevistados, pode se observar que 11% são analfabetos, 9% sabe ler e escrever, 21% estudou até a 4º série do ensino fundamental, apenas 6% concluíram 1º grau do ensino fundamental, a maioria dos entrevistados atingiu o ensino médio completo ou incompleto sendo 31%, e 22% apresentavam curso superior completo. Pode - se observar que o nível de escolaridade foi variado não podendo, então estabelecer uma relação entre a utilização de fitoterápicos e o nível de escolaridade. Ao realizar o questionário percebeu - se que a preferência pela população foi por chás, considerando a facilidade da preparação. Deve ser considerado na Figura 2 que alguns usuários utilizam mais de um tipo de preparação. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (8-13), 2013 ISSN 18088597 Figura 2- Tipos de preparações de plantas medicinais utilizadas. Entre os entrevistados usuários nota-se que o objetivo do tratamento com plantas medicinais mais utilizados foi para gripe e em segundo lugar para inflamações. Foram usadas também para outros recursos atendendo a necessidade clínica dos usuários. Observando que os usuários utilizam para mais um tipo de patologia, o maior número de espécies citadas foi para o tratamento da gripe concordando com Medeiros et al. (2004) devido à facilidade de acesso, preparação, e ao grande índice dessa patologia, sendo o tratamento para inflamação o segundo grupo (Figura 3). cidreira(31,5%), Boldo(8,3%) e Hortelã(7,3%). A erva cidreira (Melissa officinalis) possui ação Terapêutica como: Ulceras gástricas, antiespasmódico, calmante, e digestivo. Atua no combate à insônia e estimulante da secreção biliar. As Folhas frescas ou secas são as partes usadas (BARBOSA et al.,2012). O boldo (Coleus barbatus Benth. L.) pode ser usado na forma de chá/macerado atuando em problemas estomacais, hepáticas e cólicas. E a hortelã (Mentha piperitaL.) utilizada na forma de chá para vermes, doenças infantis, febre, cólicas e como calmantes (HANAZAKI et al.,1996). Tabela 5 - Plantas mais utilizadas pela população. *Indicações segundo a população loca Figura 3– Objetivo do tratamento com plantas medicinais. Em geral muitas plantas minimizam, aumentam ou se opõem aos efeitos dosmedicamentos alopáticos (Tabela 5). Em particular atuam como ansiolítico (terapia anti - depressiva), anti -convulsivante,anti - coagulante, anti - plaquetário, anti - arrítmico, hipotensivo, hipocalemia, tratamento do câncer entreoutros (SILVEIRA et al.,2008). Entre as plantas medicinais mais utilizadas pela população de Sanclerlândia-GO destaca-se as: Erva Entre os 73 entrevistados usuários deplantas medicinais, 24 Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (9-13), 2013 ISSN 18088597 pessoas afirmaram que utilizam medicamentos de uso continuo (Tabela 6). Não foram encontrados dados referentes as interações entre os medicamentos e as plantas medicinais relatados pelos entrevistados. São necessários estudos sobre as interações farmacocinéticas entre as plantas medicinais e fármacos citados pelos entrevistados, assim como foi realizado no trabalho de Cordeiro (2005) sobre interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Tabela 6: - Medicamentos de uso contínuo por usuários de plantas medicinais. participou da autoria de dois livros (Saúde da Mulher e Farmacopeia do cerrado). Segundo relatos do mesmo, ele atende cerca de 10 a 15 pessoas por dia sendo a maioria do sexo feminino, fazendo a indicação das plantas conforme os relatos do paciente. A orientação realizada de forma verbal esomente com relação ao modo de uso. Suas matérias primas são adquiridas principalmente no cerrado, na região do entorno de Sanclerlândia, são preparadas em sua própria casa, na forma de xaropes, cápsulas, garrafadas, e pó para preparação de chás e infusões.A maior procura pelos seus serviços, segundo o mesmo, e em casos de infecção,DST e problemas ginecológicos. Na Tabela 7 são encontradas as principais plantas, relatas pelo “raizeiro”. Tabela 7- Principais plantas medicinais comercializadas em Sanclerlândia. No município de SanclerlândiaGO foi encontrado apenas um “raizeiro”, atuando nessa área a 25 anos, seus conhecimentos foram adquiridos de maneira hereditária devido ser descendente de família indígena, tem como principal ocupação a profissão de lavrador, para ajudar na sua renda mensal. O comerciante entrevistado possui o ensino médio completo, tendo como adicional, dois cursos técnicos em manipulação de plantas (UCG) e Curso de Botânica (UFG) realizado entre 1992-2000. Segundo relatos do mesmo, Observa-se que o comércio de plantas feito pelo “raizeiro” acontece sem nenhuma orientação ao paciente Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (10-13), 2013 ISSN 18088597 quanto aos aspectos de utilização racional de medicamentos, como acondicionamento adequado, modo de preparo, orientações escritas e legíveis, identificação das plantas em rótulos, sendo estes fatores, uma preocupação das autoridades de saúde com relação à contaminação do produto, sua eficácia e segurança. Dentre os usuários entrevistados apenas uma pessoa relatou apresentar alergia com uso de uma garrafada comercializada pelo “raizeiro” da região, relatando não conhecer a sua composição. No trabalho de Moraiset al., (2005) foramrelatadas algumas plantas que não dispunhamde dados tóxicofarmacológicos, dentre elas quatro citadas no trabalho que são: Bugre (Rudgea viburnoides Benth), Douradinha (Palicourea coriácea Schum) Pé de perdiz (Crotonanty siphiliticus Mart.), Velame Branco (Macrosiphonia velame (A. St. Hill.). Mull. Arg. Também não dispunham de dados as plantas: algodãozinho, barbatimão, douradão, pacovar, sangra d‟água, sofre do rim e quem quer. Com relação aos estudos realizados de toxicidade apenas duas plantas foram encontrados estudos como Mamacadela (Brosimum gaudichaudii Trécul) e Noni (Morinda citrifolia). De acordo com o trabalho realizado por Leãoet al., (2005), a „mamacadela‟ (Brosimum gaudichaudii Trecul) é popularmente empregada no tratamento de combate ao vitiligo, sendo responsável pelo efeito da repigmentação. Nos estudos toxicológicos pré-clínicos, realizado em pacientes portadores de vitiligo para verificação toxicológica, notou-se baixa toxicidade do extrato de raiz da planta. No livro “O fruto tropical de 101 aplicações medicinais” encontram – se relatos de uma pesquisa realizada com 10.000 pessoas que tomaram o noni, e que menos de 3% dos entrevistados sofreram efeitos colaterais como gases estomacais, diarreia, ou alergia ao noni, com erupção cutânea leve. E 78%tiveram benefício de alguma forma, inclusive no combate ao câncer, doenças cardíacas, desordens digestivas, entre outras (SOLOMON, 2012). Entretanto há relatos de dois casos de hepatoxicicidade no suco do Noni. Um homem de 20 anos de idade, com hepatite tóxica prévia associada a pequenas doses de paracetamol desenvolveu insuficiência hepática após o consumo de 1,5 L de suco de Noni ao longo de três semanas, e necessitou de transplante de fígado com urgência. E, uma mulher de 62 anos de idade sem evidências de doenças hepáticas prévia desenvolveu um episódio de hepatite aguda após o consumo de 2L de suco de Noni distribuídos no período de abril a julho de 2003 (FRANCHI et al.,2008). 5 Conclusões Deve ser respeitado o conhecimento do “raizeiro” para a população, principalmente as de baixo poder aquisitivo, que muitas vezes não tem acesso aos serviços básicos de saúde, e ressaltar que o conhecimento popular é extremamente importante para o avanço científico da fitoterapia, mas é necessária uma regularização deste comércio, visando à segurança dos pacientes. Em relação aos usuários nota-se que grande parte da população faz uso de plantas medicinais, mas que o conhecimento sobre as plantas utilizadas ainda é pequeno. Alertasepara o fato de que o uso indiscriminado dessas preparações torna-se relativamente perigoso, uma vez que, por pleno desconhecimento, muitas pessoas acreditam que tais não acarretam perigo algum, o que não é verdade, visto que podem ocorrer sérias Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (11-13), 2013 ISSN 18088597 consequências, efeitos colaterais, interações e intoxicações ao longo do tempo. Referências bibliográficas ALVES, R. R. N.; SILVA, A. A. G.; SOUTO, W. M. S.; BARBOZA, R. R. D. Utilização e Comercio de Plantas Medicinais em Campina Grande, PB, Brasil. Revista eletrônica de farmácia.n. 2, v.4, p. 175-198, 2007. BARBOSA, A. S.; SOUSA, E.G.; SILVA, M.A.; OLIVEIRA, H. S.M.C.; MEDEIROS, M. B. Plantas Medicinais: aspectos do uso de fitoterápicos na melhoria da qualidade de vida humana. Disponível em http://www.prac.ufpb.br/anais/IXEnex/i niciacao/documentos/anais/6.SAUDE/6 CFTDAPMT01.pdf Acesso em 27 out 2012. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública n. 98, de 26 de dezembro de 2005. Confere o inciso IV do art. 13 do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto n. 3.029, de 16 de abril de 1999. Disponível em http://www4. anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B 13157-1-0%5D.PDFAcessado em 05 maio 2011. Ministério da Saúde elabora Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS, 06/03/2009. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/pdf/ marco/MS_relacao_plantas_medicinais _sus_0603.pdf. Acessado em 10 mar 2011. Aprova a política nacional de praticas integrativas e complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.Portaria n. 971de3 de maiode2006a. Disponível em http:// portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/ PNPIC.pdfAcesso em 08 mar 2011. Política Nacional de plantas medicinais e fitoterápicos. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica, 2006b. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco es/politica_nacional_fitoterapicos.pdf Acesso em 27 out 2012. ______.Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências.RDCn. 10 de 9 de março de 2010a. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegi s/anvisa/2010/res0010_09_03_2010.ht ml Acesso em 15 fev 2011. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos.RDC n. 14 de 31 março de2010b.Disponível em http://www.brasilsus.com.br/legislacoes /rdc/103507-14.htmlAcesso em 10 mar 2011. ______. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos.RDC n. 48 de 16 de março, 2004a. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pd f/rdc_48_16_03_04_registro_fitoterapicos %20.pdfAcesso em 15 fev 2011. ______.Lista de registro simplificado de fitoterápicos.Resolução n. 89 de 16 de março de2004b. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivo s/pdf/RE_89_16_03_2004.pdfAcesso em 10 mar 2011. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (12-13), 2013 ISSN 18088597 ______.Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos.RDC n. 48 de 16 de marçode2004c. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivo s/pdf/rdc_48 _16_03_04_registro_fitoterapicos.pdf. Acesso em 15fev2011. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Sanclerlândia de 2007.Disponível em http://www.ibge. gov.br/cidadesat/painel/painel.php?cod mun=521900Acesso em 04abr2011. CORDEIRO,C. H.G.; CHUMG,M.C.; SACRAMENTO, L. V. S.Interações medicamentosas defitoterápicos e fármacos: HypericumperforatumePiper methysticum. Revista Brasileira de Farmacognosia.v. 15,n.3, p. 272-278, jul/set 2005. DANTAS, V. S.; DANTAS, I. C.; CHAVES, T. P.; FELISMINO, D. C.; SILVA, H.; DANTAS, G. D.S. Analise das garrafadas indicadas pelos raizeiros na cidade de Campina GrandePB. Revista de Biologia e Farmácia. v.3, n. 1, p. 7-13, 2008. FERRO, D. Fitoterapia:Conceitos clínicos. São Paulo: Atheneu,2008. 502 p. CECHINEL FILHO, V.&YUNES, R.A.Estratégias para a obtenção de compostos e farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais. Conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade. Química nova.v. 21, n.1, p. 99-105, 1998. FRANCHI, L.P.; GUIMARÃES, N. N.; LEHMANN, M.; ANDRADE,H. H. R.; CUNHA,K. S.Ausência de efeito tóxico-genético de Morindacitrifoliaou noni, em células somáticas de Drosophilamelanogaster. Revista eletrônica de farmácia. v. 5, n. 3, 2008. HANAZAKI, N.; LEITÃO FILHO, H. F.; BEGOSSI, A. Uso de recursos na mata atlântica: o caso da ponta do almada (UBATUBA, BRASIL). Interciencia. v.21, n.6, p. 268276,1996. LEÃO, A.R.; CUNHA, L.C.; PARENTE, L. M. L.; CASTRO, L. C.M.; CHAUL, A.; CARVALHO,H. E.; RODRIGUES, V.B.;BASTOS, M. A. Avaliação clínica toxicológica preliminar do viticromin em pacientes com vitiligo.Revista Eletrônica de Farmácia.v. 2,n. 1, p. 15-23, 2005. MEDEIROS, M. F.T.; FONSECA, V.S.; ANDREATA, R. H.P. Plantas medicinais e seus usos pelos sitiantes da reserva rio das pedras.Mangaratiba, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasileira. v.18, n. 2, p. 391-399, out2004. MONTEIRO, A. R. M.Produtos á base de plantas dispensadas em ervanárias para o emagrecimento: efeitos terapêuticos, toxicologia e legislação.Disponível em http://repositorio-aberto.up.pt/ bitstream /10216/9156/2/TESE%20Ana%20Raqu el.pdf Acesso em 27 out 2012. Dissertação de Mestrado em Medicina Legal, 2008 Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (13-13), 2013 ISSN 18088597 MORAIS, I. C.; SILVA, L. D. G.; FERREIRA, H. D.; PAULA, J. R.; TRESVENZOL, L. M. F.Levantamento sobre plantas medicinais comercializadas em Goiânia: abordagem popular(raizeiros) e abordagem científica (levantamento bibliográfico).Revista Eletrônica de Farmácia.v. 2, n. 1, p. 13-16, 2005. RATES, S. M. K. Promoção do uso racional de fitoterápicos: uma abordagem no ensino de farmacognosia. Revista Brasileira de Farmacognosia.Maringá,v.11, n. 2, p. 57-69, 2001. RIBEIRO, A. Q.; LEITE, J. P. V.; BARROS, D. A. M. Perfil de utilização de fitoterápicos em farmácias comunitárias de Belo Horizonte sob a influência da legislação nacional. Revista Brasileira de Farmacognosia. v.15, n. 1, p. 65-70,jan/mar 2005. RIBEIRO, P. A. M.; ARANTES, M. C. B.; SANDOVAL JUNIOR, J. C. S.; AMORIN, L. L. R. S. S.; PAULA, J. R.; BARA, M. T. F. Controle de qualidade físico-químico de matériasprimas vegetais. Revista Eletrônica de Farmácia. v. 2, n. 2, p. 176-179, 2005. SILVEIRA, P. F.; BANDEIRA, M. A. M.; ARRAIS, P. S. D. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia. João Pessoa, v. 18,n.4, p. 618-626,out/dez 2008. SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P. A pesquisa e a população brasileira de medicamentos a partir de plantas medicinais: a necessária interação da indústria com a academia. Revista Brasileira de Farmacognosia. n. 1, v.2, p. 35-40, 2002. SOLOMON, N.O fruto tropical de 101 aplicações medicinais: Suco de NONI(morinda citrofolia). Disponível em:http://pt.scribd.com/doc/56202682/S umo-de-Noni Acesso em: 27 out 2012. TRESVENZOL, L. M.; PAULA, J. R.; RICARDO, A. F.; FERREIRA, H. D.; ZATTA, D. T. Estudo sobre o comercio informal de plantas medicinais em Goiânia e cidades vizinhas. Revista Eletrônica de Farmácia.v.3, n. 1, p. 23-28, 2006. TUROLLA, M. S. R.; NASCIMENTO, E. S. Informações toxicologias de alguns fitoterápicos utilizados no Brasil.Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. v. 42, n. 2, p. 289-306, abr/jun 2006. VICENTINO, A. R. R.; MENEZES, F. S. Atividade antioxidante de tinturas vegetais, vendidas em farmácias com manipulação e indicadas para diversos tipos de doenças pela metodologia do DPPH. Revista Brasileira de Farmacognosia João Pessoa, v. 17, n. 3, p. 384-387, jul/set 2007.