Química para Ensino Médio - COLÉGIO ESTADUAL WOLFF KLABIN

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Colégio Estadual Wolff Klabin – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional
Av. Presidente Kennedy, 635 – Centro – CEP 84261-400
Fone/ Fax 3272-3997
PROPOSTA CURRICULAR
ENSINO: MÉDIO
DISCIPLINA: QUÍMICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Química, e seu uso constitui hoje num dos mais ricos campos da ciência, desmistificando conceitos que
perduravam de muito tempo, quando já foi associada à magia negra, e em um passado remoto a venenos,
destruição, poluição, etc.
Se analisarmos sua evolução desde os primórdios da história, veremos que ela tem uma história fascinante
e rica, e daí podemos entender a importância dela nos dias atuais.
O homem teve os primeiros contatos com essa instigante ciência desde os primórdios da história, com o
domínio do fogo que era usado para cozer a argila necessária para o fabrico de cerâmicas, fabricava sucos
vegetais, corantes minerais, etc.
Os alquimistas buscavam o elixir da longa vida e a pedra filosofal, para isso dedicavam-se a
experimentação e para chegar aos seus objetivos, dominaram o métodos de extração, produção e tratamento de
diversos metais, com destaque para o cobre, ferro e o ouro, bem como o aperfeiçoamento de vidrarias e
descobertas de outras substâncias.
No final do século XIV e início do século XV, devido às péssimas condições sanitárias, pela fome, pelas
pestes nas aglomerações urbanas emergentes, gerou um desequilíbrio demográfico e problemas relacionados ao
trabalho que também se modificava estruturalmente. A partir daí a preocupação com estudos sobre substâncias
minerais para cura de doenças.
Na transição dos séculos XV – XVI estudos desenvolvidos pelo médico suíço Paracelso, possibilitou o
nascimento da Iatroquímica, antecessora da Química (Biogeoquimica), cujo conhecimento até aquele momento
era apenas terapêutico.
Baptiste van Helmont, médico que viveu entre os séculos XVI e XVII, foi condenado várias vezes pela igreja,
acusado de realizar práticas satânicas, porque em seus estudos fazia um misto de ciência e religião.
No século XVII, houve a expansão da indústria, do comércio, da navegação e das práticas militares em
cidades como Paris, Londres, Berlin, Florença e Bolonha.
Nesse contexto, foi fundada, em Paris a Academia de Sciense e em Berlin uma outra similar, ambas
subordinadas ao Estado e em Londres, a Royal Society, mantida pelos próprios participantes sem relação com o
estado, livre para colocar em ação as teorias cientificas aliadas às práticas populares e ao cotidiano das pessoas,
mas a melhor estratégia ainda era o silêncio.
No século XVII, ocorreu a Revolução Química com a incorporação de alguns elementos empíricos da
alquimia: o mágico cedeu lugar ao cientifico. Investigações sobre a composição e estrutura da matéria, estudos
partilhado com a física, que investigava as forças internas que regem a formação da matéria, havendo assim um
avanço da ciência química.
No século XVIII, houve grande desenvolvimento na experimentação química. Com o isolamento dos
elementos gasosos e a descoberta de muitos elementos químicos.
Nesse período a Revolução Industrial, impulsionada pelo desenvolvimento das máquinas que substituíram o
ritmo da força humana ocasionando a grande expansão das indústrias, expandindo o capitalismo onde o
trabalhador deixou de ter o domínio sobre o processo produtivo e trouxe como conseqüência o desenvolvimento
da indústria química.
Lavoisier propôs uma nomenclatura universal para os compostos químicos, que foi aceita
internacionalmente. A química ganhou não só uma linguagem universal quanto à nomenclatura adotada, mas
também quanto aos seus conceitos fundamentais.
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Outras descobertas importantes dessa época foram explosivos (Lavoisier), solução para os problemas das
indústrias de tecidos (Bertholet), estudos sobre corantes (Henry Perkins), torres para fabricação contínua de ácido
sulfúrico (Gay-Lussac).
No século XIX a ciência moderna se consolidou e passou a deixar marcas na caminhada da humanidade.
John Dalton apresentou sua teoria atômica em uma série de conferência na Royal Institution de Londres.
Friedrich Wöhler, em 1828, sintetizou a uréia, derrubando a teoria da força vital, pois conseguiu sintetizar
um composto orgânico através de um composto inorgânico.
Em 1860, foi realizado o primeiro congresso mundial de Química, onde 140 eminentes químicos se reuniram
para discutir definições dos conceitos de átomo, molécula, equivalente, atomicidade e basicidade e como
conseqüência foi estabelecida a classificação periódica de Mendeleev.
Na segunda metade do século XIX, os avanços da eletricidade trouxe significativas contribuições,
principalmente os conceitos de afinidade e eletrólise, que esclareceram a estrutura da matéria. Criação do
primeiro plástico artificial, rayon (fibra artificial).
No final do século XIX, surgiu laboratórios de pesquisas, consolidando a química como a principal disciplina
associada aos efetivos resultados na indústria.
No século XX, a Química e todas as outras ciências naturais tiveram um grande desenvolvimento, em
especial nos Estados Unidos e Inglaterra. Com o esclarecimento da estrutura atômica, foi possível entender
melhor a constituição e formação das moléculas, em especial o DNA.
Foi o século das maiores transformações, interesses econômicos em jogo e duas guerras mundiais. Houve
um paradoxo da evolução cientifica que contribuiu, simultaneamente, para os avanços da humanidade e para seu
possível aniquilamento.
Hoje a química está presente em tudo que existe, e seria impossível viver sem ela. O homem é o
responsável pelos seus atos, e cabe a ele decidir, a maneira de fazer uso dela, para meios pacíficos, ou para a
sua destruição. Mas uma coisa é certa, é impossível viver sem qualquer tipo de produto químico. Hoje em dia, na
produção, na constituição, ou conservação, devemos entender seus conceitos, para decidir o que escolher.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA

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Proporcionar condições para preparação do aluno como cidadão consciente e crítico, capaz de perceber a
intervenção química humana, influenciando o estilo de vida da população, o meio ambiente e a sociedade em
geral.
Reconhecer a Química como uma das ciências promotoras do conhecimento tecnológico e científico.
Despertar no aluno o interesse pela ciência, partindo do conhecimento do seu cotidiano.
Desenvolver habilidades que permitam a interpretação de resultados dos fenômenos físicos e químicos, no
dia-a-dia.
Formar o aluno que se aproprie dos conhecimentos e também seja capaz de refletir criticamente sobre o
período atual.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
De acordo com a concepção teórica assumida, serão apontados os Conteúdos Estruturantes da Química para Ensino
Médio, considerando seu objeto de estudo/ensino:
Substâncias e Materiais.
Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos
de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Como
constructos atrelados a uma concepção crítica de educação, os conteúdos estruturantes da Química devem considerar, em sua
abordagem teórico-metodológica, as relações que estabelecem entre si e entre os conteúdos específicos tratados no dia-a-dia da
sala de aula nas diferentes realidades regionais onde se localizam as escolas da rede estadual de ensino. A seleção dos
conteúdos estruturantes foi fundamentada no estudo da história da Química e da disciplina escolar e para que seja devidamente
compreendido exige que os professores retomem esses estudos, pois, essa arquitetura curricular pode contribuir para a
superação de abordagens e metodologias do ensino tradicional da Química.
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A análise histórica e crítica de como, por que, onde, a serviço do quê e de quem essa disciplina escolar e essa ciência
surgiram e se estabeleceram, dará aos professores condições de enriquecer os debates sobre os conteúdos que estruturam esse
campo do conhecimento.
São conteúdos estruturantes de química:

Matéria e sua natureza;

Biogeoquímica;

Química sintética.
CONTEÚDOS BÁSICOS
MATÉRIA
Constituição da matéria; Estados de agregação; Natureza elétrica da matéria; Modelos atômicos (Rutherford,
Thomson, Dalton, Bohr...). Estudo dos metais. Tabela Periódica.
SOLUÇÃO
Substância: simples e composta; Misturas; Métodos de separação; Solubilidade; Concentração;
Forças intermoleculares; Temperatura e pressão;
Densidade; Dispersão e suspensão; Tabela Periódica.
VELOCIDADE DAS REAÇÕES
Reações químicas; Lei das reações químicas;
Representação das reações químicas; Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas.
( Fatores que interferem na velocidade das reações (superfície de contato, temperatura, catalisador, concentração
dos reagentes, inibidores) ; Lei da velocidade das reações químicas; Tabela Periódica.
EQUILÍBRIO QUÍMICO
Reações químicas reversíveis; Concentração; Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de
equilíbrio); Deslocamento de equilíbrio (príncipio de Le Chatelier): concentração, pressão, temperatura e efeito dos
catalizadores; Equilíbrio químico em meio aquoso (pH, constante de ionização, Ks ). Tabela Periódica.
LIGAÇÃO QUÍMICA
Tabela periódica; Propriedade dos materiais; Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos
materiais; Solubilidade e as ligações químicas; Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias
moleculares; Ligações de Hidrogênio; Ligação metálica (elétrons semilivres) Ligações sigma e pi; Ligações polares
e apolares; Alotropia.
REAÇÕES QUÍMICAS
Reações de Oxi-redução; Reações exotérmicas e endotérmicas; Diagramas das reações exotérmicas e
endotérmicas; Variação de entalpia; Calorias; Equações termoquímicas; Princípios da termodinâmica; Lei de
Hess; Entropia e energia livre; Calorimetria; Tabela Periódica.
RADIOATIVIDADE
Modelos Atômicos (Rutherford); Elementos químicos (radioativos); Tabela Periódica; Reações químicas;
Velocidades das reações; Emissões radioativas; Leis da radioatividade; Cinética das reações químicas;
Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear);
GASES
Estados físicos da matéria; Tabela periódica; Propriedades dos gases; modelo de partículas para os materiais
gasosos; misturas gasosas; diferença entre gás e vapor; lei dos gases.
FUNÇÕES QUÍMICAS
Funções Orgânicas; Funções Inorgânicas; e Tabela Periódica.
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ENCAMININHAMENTOS METODOLÓGICOS
É importante que o processo pedagógico parta do conhecimento prévio dos estudantes, no qual
se incluem as idéias preconcebidas sobre o conhecimento da Química, ou as concepções espontâneas,
a partir das quais será elaborado um conceito científico.
A concepção espontânea sobre os conceitos que o estudante adquire no seu dia-adia, na
interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência, faz-se presente no início do processo
de ensino-aprendizagem. Por sua vez, a concepção científica envolve um saber socialmente construído
e sistematizado, que requer metodologias específicas para ser disseminado no ambiente escolar. A
escola é, por excelência, o lugar onde se lida com o conhecimento científico historicamente produzido.
Entretanto, quando os estudantes chegam à escola, não estão desprovidos de conhecimento.
Uma sala de aula reúne pessoas com diferentes costumes, tradições, preconceitos e idéias que
dependem também de suas origens, isso dificulta a adoção de um único encaminhamento metodológico
para todos os alunos.
Uma maneira de apresentar os conteúdos de química é utilizar MODELOS; propostas provisórias
para explicar determinados fenômenos e atendem a interesses desses grupos de cientistas que
investigam a matéria e sua natureza. EXPERIMENTAÇÃO: Uma aula experimental, seja ela com
manipulação do material pelo aluno ou demonstrativa, não deve ser associada a um aparato
experimental sofisticado, mas sim, à sua organização, discussão e análise, possibilitando interpretar os
fenômenos químicos e a troca de informações entre o grupo que participa da aula.; LEITURAS ; A
Química estuda o mundo material e sua constituição. Considera-se importante propor aos alunos
leituras que contribuam para a sua formação e identificação cultural, que possam constituir elemento
motivador para a aprendizagem da Química e contribuir, eventualmente, para a criação do hábito da
leitura.
Como então trabalhar com textos? Sugere-se:
-fazer a leitura do texto e apresentação por escrito com questões e dúvidas, ou a leitura do texto para
discussão em outro momento;
-solicitar que os alunos tragam textos de sua preferência, de qualquer natureza (jornal, revista, rótulos
de vidros de remédios, etc.) e relacioná-los com o conteúdo químico a ser trabalhado;
-assistir a um filme, por exemplo, Óleo de Lorenzo e relacionar a produção e o acúmulo de ácidos
graxos no organismo com as doenças degenerativas. Na seqüência, fazer a leitura de um texto de
divulgação científica sobre o mesmo assunto. É uma maneira de motivar o aluno para a leitura e um
recurso que favorece questionamentos.
- TV pendrive também é um dos recursos usados para apresentação de aulas praticas e teóricas que
facilitam o trabalho do professor.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇAO
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos. Trata-se de um
processo de “construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos” (MALDANER, 2003,
p.144). Valoriza-se, assim, uma ação pedagógica que considere os conhecimentos prévios e o contexto
social do aluno, para (re)construir os conhecimentos químicos. Essa (re)construção acontecerá por
meio das abordagens histórica, sociológica, ambiental e experimental dos conceitos químicos.
Por isso, ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve usar instrumentos que
possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como: leitura e interpretação de textos, produção
de textos, leitura e interpretação da Tabela Periódica, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em
laboratório, apresentação de seminários, entre outras. Esses instrumentos devem ser selecionados de
acordo com cada conteúdo e objetivo de ensino.
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BIBLIOGRAFIA
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Diretrizes Curriculares do Ensino Médio do Estado do Paraná – 2006
FELTRE, Ricardo - Fundamentos da Química. 3. ed – Editora Moderna, 2001.
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LINGUANOTO, Maria e UTIMURA, Teruko. Química . São Paulo; FTD, 1998.
MACEDO,Magno Urbano de e CARVALHO, Antonio. Química. São Paulo; IBEP
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SARDELLA. Química – edição compacta. São Paulo: Ática, 2004.
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