Eu controlo meu diabetes guia adulto Orientações de Pacientes da Universidade Federal de Juiz de Fora Organização Prof.ª Mônica Barros Costa Colaboradores Antonio Paulo André de Castro Bruno Feital Barbosa Motta Christiane Chaves Augusto Leite Simão Layla de Souza Pires Luciana dos Santos Soares Samuel de Castro Braga Vera Hotz Prof.a Dra. Darcília M. N. da Costa Prof.a Dra. Mônica Barros Costa DIABETES_ADULTO.indd 1 14/08/13 14:27 © Editora UFJF, 2013 Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa da editora. O conteúdo desta obra, além de autorizações relacionadas à permissão de uso de imagens ou textos de outro(s) autor(es),são de inteira responsabilidade do(s) autor(es) e/ou organizador(es). Autores/Pacientes: Cleuza Pinto da Rocha Emanuel Castor Helio Gonçalves Maria Aparecida Raimundo Marília Cleide Toledo Alvim Sônia Cristina Maciel Terezinha de Jesus Silva Castor Terezinha Sinfronio Reitor Henrique Duque de Miranda Chaves Filho Vice-Reitor José Luiz Rezende Pereira Supervisão e organização: Equipe multidisciplinar do projeto de Extensão “Educação em Diabetes” da UFJF Supervisão e organização: Antonio Paulo André de Castro Bruno Feital Barbosa Motta Layla de Souza Pires Luciana dos Santos Soares Samuel de Castro Braga Vera Hotz Prof.a Dr.a Darcília M. N. da Costa Prof.a Dr.a Mônica Barros Costa Eu controlo meu diabetes : guia adulto : orientações de pacientes da Universidade Federal de Juiz de Fora / Mônica Barros Costa (org.), colaboradores, Antonio Paulo André de Castro ... [et al.] – Juiz de Fora : Editora UFJF, 2013. 32 p. : il. ISBN 978-85-7672-178-9 1. Diabetes Mellitus. 2. Educação em Saúde. 3. Promoção da saúde. I. Costa, Mônica Barros. II. Castro, Antonio Paulo André de. Diretor da Editora UFJF/ Presidente do Conselho Editorial Antenor Salzer Rodrigues Conselho Editorial Afonso Celso Carvalho Rodrigues Fabrício Alvim Carvalho Frederico Braida Henrique Nogueira Reis Rogerio Casagrande Sueli Maria dos Reis Santos Studio Editora UFJF Projeto gráfico, editoração e capa Luciana Inhan Revisão de português e normas técnicas Andressa Marques Pinto Imagens Morguefile, Stock.xchng CDU 616.379-008.64 Editora UFJF Rua Benjamin Constant, 790. Centro - Juiz de Fora - MG. CEP: 36015-400 Fone/Fax: (32) 3229-7645 | (32) 3229-7646 [email protected] | [email protected] | www.editoraufjf.com.br DIABETES_ADULTO.indd 2 14/08/13 14:27 Apresentação E sse manual foi construído a partir de depoimentos de pacientes atendidos no Ambulatório de Diabetes Mellitus do Serviço de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Foram colhidos os depoimentos de todos os participantes que, posteriormente, foram transcritos visando a elaboração deste manual. Durante todo o processo, a coordenação foi realizada por membros da equipe multiprofissional que desenvolve projeto de extensão universitária na área de Educação em Diabetes no Hospital Universitário da UFJF que incluiu médico, enfermeiro, educador físico, nutricionista, psicólogo e jornalista. Nosso objetivo é oferecer aos portadores de diabetes mellitus e às suas famílias textos que auxiliem na convivência e no cuidado com esta doença. “Eu tenho uma história muito grande no que diz respeito ao diabetes, o que ela me provocou, como eu controlo, como eu vivo... A gente contar a história da gente serve para as outras pessoas entenderem o DIABETES_ADULTO.indd 3 diabetes e a aprenderem a conviver com ela. E as crianças de hoje que podem ter diabetes e a família não sabe como combater! Eu acho que as famílias devem falar e conversar para poder ajudar. A gente sabe que a diabetes não tem cura e somente, às vezes, uma melhora: a gente tem que correr atrás e batalhar e aprender a cuidar da gente.” (Helio) 14/08/13 14:27 Apresentação da Editora UFJF A Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora (EDUFJF) tem o prazer de distribuir a cartilha Eu controlo meu diabetes. Este impresso faz parte do projeto social da EDUFJF e é distribuído gratuitamente, além de estar disponível no site da editora para acesso sem qualquer ônus financeiro. DIABETES_ADULTO.indd 4 14/08/13 14:27 Sumário Capítulo 1: Motivação para o Tratamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Capítulo 2: Noções Gerais sobre Diabetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Diabetes: afinal qual é o problema com o organismo? . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Quantos tipos de diabetes existem?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Como saber se uma pessoa tem diabetes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 O que fazer para o diabetes ficar bem controlado?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Capítulo 3: A Alimentação do Diabético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 O que representa a alimentação para o diabético?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Quais são os principais grupos de alimentos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Como diabético deve comer? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 O que deve ser evitado? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 E os adoçantes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 O que são alimentos diet e light? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 No momento de comprar os alimentos, o que o diabético deve observar nos rótulos?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Capítulo 4: Exercícios físicos e diabetes – O que é preciso saber?. . . . . . . 17 Qual a diferença entre Atividade Física e Exercício Físico? . . . . . . . . . . . . . . 17 Como o exercício físico ajuda no tratamento do diabetes?. . . . . . . . . . . . . . 17 DIABETES_ADULTO.indd 5 14/08/13 14:27 Que tipo de exercício o diabético pode fazer? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Como eu devo me exercitar (roupas, lugar, horário)? . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Quais são os cuidados que devem ser tomados para praticar exercícios físicos?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Quando não é recomendável fazer exercícios? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Capítulo 5: Os Medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Os Antidiabéticos Orais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Tipos de Antidiabéticos Orais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Cuidados de Armazenamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 A insulina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Tipos de Insulina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Quais os cuidados devem ser tomados pelos pacientes que usam insulina? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Técnica de Aplicação da Insulina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Capítulo 6: O Diabetes e Outras Doenças 25 ........................ Hipoglicemia: Causas, sintomas e como evitar Febre e Infecções ..................... 25 ........................................... 26 Cuidados com os Olhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Cuidados com os Rins ....................................... 26 Cuidados com os Pés ........................................ 26 Cuidados com os Dentes ..................................... 27 Cuidados com Coração e o Circulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 O cigarro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 DIABETES_ADULTO.indd 6 14/08/13 14:27 Capítulo 7: Como saber sobre o controle da doença A automonitorização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 O que se entende por automonitorização da glicemia? 28 ............... Quando a automonitorização é necessária? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Quais os benefícios da automonitorização? 28 ........................ Quais cuidados precisam ser tomados para a medida da glicemia capilar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Como receber o glicosímetro? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Capítulo 8: Dicas para se sentir bem ............................ 30 ............................... 31 Capítulo 9: Considerações finais DIABETES_ADULTO.indd 7 14/08/13 14:27 DIABETES_ADULTO.indd 8 14/08/13 14:27 Motivação para o tratamento “...quando eu recebi a notícia que era diabética, fiquei assustada, preocupada. Naquele dia eu fiquei só pensando: sou diabética e agora, o que fazer?” (Marilia) Q • • • • • uando se recebe o diagnóstico de diabetes as reações podem ser variadas, como: Susto; Preocupação; Negação; Conformismo; Sensação de desafio por estar diante de algo novo. Após a notícia do diagnóstico de diabetes muitas coisas vão mudar, dentre elas: • Os hábitos alimentares; • O cuidado com o corpo e com a saúde; • A prática de exercícios físicos; • A automonitorização das taxas de glicose no sangue; • O uso de medicamentos. Algumas coisas parecem complicadas à primeira vista: • Alimentar-se adequadamente, com quantidade apropriada e [9 DIABETES_ADULTO.indd 9 14/08/13 14:27 na hora certa, consumindo alimentos saudáveis; • Aplicar a insulina; • Tomar os remédios corretamente; • Praticar exercícios físicos regularmente. Nesse momento é importante buscar ajuda para iniciar o tratamento. Esse apoio pode ser encontrado: • Na família; • No diálogo com outros pacientes; • Nas consultas do ambulatório de diabetes; • Em reuniões e palestras sobre o diabetes; • Em grupos terapêuticos; • Nas informações trazidas pela mídia como jornais, revistas e programas de TV. Apesar das mudanças e dificuldades trazidas pelo diabetes é muito importante encontrar motivação para o tratamento. A motivação pode estar: • Na vontade de estar bem; • Na família; • Na aceitação de portar uma doença crônica; • Na preocupação com as complicações decorrentes do diabetes; • No bom atendimento dos profissionais de saúde. 10 ] DIABETES_ADULTO.indd 10 14/08/13 14:27 Noções gerais sobre diabetes “Andar em dia com aquilo que você tem para fazer: a alimentação, os médicos, os exames... e frequentar os médicos que você precisa para controlar a hipertensão, a diabetes e, se às vezes, aparecer alguma coisa diferente, não esperar porque pode ser proveniente da diabetes e quanto antes você procurar ajuda você estará evitando complicações.” (SÔNIA) D iabetes: afinal qual é o problema com o organismo? Quando nos alimentamos, estamos absorvendo nutrientes dos alimentos, como, por exemplo, o carboidrato que será quebrado em glicose (açúcar). Uma parte dessa glicose será utilizada pelas nossas células e a outra irá para o fígado, onde será formada uma reserva para ser utilizada quando necessário. A glicose deve entrar na célula para produzir energia para o nosso corpo. Para que isso aconteça, é necessária a presença do hormônio chamado insulina, produzido pelo pâncreas. Nos portadores de diabetes, este órgão não é capaz de produzir insulina ou, apesar da produção, as células possuem resistência à utilização do hormônio e com isso a glicose se acumula no sangue e afeta vários órgãos do corpo. Quantos tipos de diabetes existem? Os tipos de diabetes mais comuns são tipo 1 e tipo 2: Diabetes mellitus tipo 1: • Acomete principalmente crianças e adolescentes e, ocasionalmente, adultos; • Geralmente aparece em pessoas magras; • É considerado autoimune: há lesão das células do pâncreas e com isso não há produção de insulina; • Os sintomas aparecem abruptamente; [ 11 DIABETES_ADULTO.indd 11 14/08/13 14:27 • Há necessidade de insulina. Diabetes mellitus tipo 2: • Atinge, principalmente, adultos e pessoas mais velhas; • Geralmente aparece em pessoas obesas; • Sua causa está ligada a vários fatores como obesidade, sedentarismo e genética; • Inicialmente o pâncreas ainda produz insulina, mas existe resistência das células em utilizar o hormônio; • Os sintomas podem demorar a aparecer; • Pode ser tratado com medicação oral e, posteriormente, na maioria dos casos, haverá necessidade do uso da insulina. Como saber se uma pessoa tem diabetes? • O diabetes é uma doença hereditária. • Pode não apresentar sintomas e uma pessoa pode ter a doença e sem saber; • Mesmo apresentando sintomas, eles podem ser mal definidos; • O diabetes pode acometer vários órgãos do corpo e apenas ser diagnosticado quando as complicações crônicas já se manifestaram • A melhor forma de se ter certeza se uma pessoa tem ou não diabetes é através dos exames. • Os sintomas mais comuns são: - Muita sede - Boca seca - Urinar muito - Emagrecimento - Muita fome - Cansaço e dores nas pernas - Mal-estar, tonteiras e visão turva - Dormência nos pés - “Urina doce” O que fazer para o diabetes ficar bem controlado? Assim que uma pessoa recebe o diagnóstico da doença, é muito importante: • Realizar consultas e exames periodicamente • Seguir orientação médica e dos demais profissionais da saúde (nutricionista, enfermeiro, educador físico, psicólogo e farmacêutico) • Fazer a dieta prescrita e realizar exercícios físicos. 12 ] DIABETES_ADULTO.indd 12 14/08/13 14:27 A alimentação do diabético “A alimentação complementa o tratamento com os remédios. É muito importante para nós. Não adianta tomar os remédios e não fazer a dieta de acordo.” (Emmanuel) O que representa a alimentação para o diabético? A alimentação para paciente diabético é de extrema importância, uma vez que ela faz parte do tratamento e está relacionada aos níveis de glicose no sangue. A alimentação precisa ser balanceada e variada para se obter de cada alimento os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. Além de ser fundamental para o bem-estar e qualidade de vida. Quais são os principais grupos de alimentos? Os alimentos são divididos em grupos, de acordo com suas propriedades. Grupo 1: Carboidratos É o grupo do arroz, pão, batata e macarrão. Devemos dar preferência aos grãos integrais. Recomenda-se [ 13 DIABETES_ADULTO.indd 13 14/08/13 14:27 comer de 5 a 9 porções desse grupo por dia. Grupo 2: Hortaliças É o grupo dos vegetais, verduras e legumes. Recomenda-se comer de 4 a 5 porções desse grupo por dia. Grupo 3: Frutas Recomenda-se comer de 3 a 5 porções desse grupo por dia. Grupo 4: Leguminosas É o grupo do feijão, ervilha, lentilha e soja. Recomenda-se comer 1 porção desse grupo por dia. Grupo 5: Carnes e ovos Recomenda-se comer 1 a 2 porções desse grupo por dia. Grupo 6: Leite e derivados Recomenda-se comer 3 porções desse grupo por dia, dando preferência aos desnatados. Grupo 7: Gorduras e óleos Recomenda-se comer 1 a 2 porções desse grupo, por dia. Seu consumo deve ser muito cuidadoso, pois são alimentos muito calóricos. Grupo 8: Açúcares Recomenda-se comer 1 a 2 porções desse grupo por dia. A pirâmide dos alimentos é um instrumento gráfico que ajuda a visua­lizar as proporções dos alimentos a serem consumidos em um dia. http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola/2_qualidade_vida_humana/Museu2_qualidade_corpo_digestorio3.htm 14 ] DIABETES_ADULTO.indd 14 14/08/13 14:27 Como o diabético deve comer? • Alimentar-se de três em três horas; • Respeitar a quantidade recomendada pelos médicos e nutricionistas; • Manter a alimentação nos mesmos horários, sempre que possível; • Preferir verduras, legumes, carnes mais magras (peito de frango, patinho, coxão-duro), cereais integrais e frutas; • Comer peixes marinhos, duas vezes por semana; • Preferir carne cozida ou assada. Ao prepará-la, retirar a gordura aparente antes de cozinhar; • Comer ovo somente cozido e uma vez por semana; • Consumir os alimentos que “vêm de embaixo da terra”, na quantidade informada pelo médico ou nutricionista; • Utilizar azeite de oliva extra-virgem; • Preferir leite desnatado e queijo branco, como a ricota, o queijo minas ou queijo tipo cottage; • Substituir o refrigerante por sucos naturais adoçados com adoçante; • Consumir acima de oito copos de água por dia; • Utilizar adoçantes caso queira adoçar bebidas e outros alimentos. O que deve ser evitado? • Gorduras e açúcares, já que eles já são utilizados no preparo dos alimentos. É o caso dos salgadinhos fritos, balas e doces; • Bebidas alcoólicas; • Alimentos gordurosos, frituras e massas; • Comidas com corantes e muitos conservantes; • Comer exageradamente; • Passar longos períodos sem se alimentar; • Seguir a orientação de estranhos ou não-profissionais de saúde. E os adoçantes? Para substituir o açúcar no preparo dos alimentos, os pacientes diabéticos devem usar os adoçantes. Existem vários adoçantes, porém é preciso verificar com o médico ou nutricionista qual é o melhor a ser usado, já que cada um apresenta vantagens e desvantagens. O que são alimentos diet e light? O produto light é um alimento que tem redução de no mínimo 25% de algum nutriente, e essa redução geralmente é de açúcares ou gorduras. [ 15 DIABETES_ADULTO.indd 15 14/08/13 14:27 O produto diet tem a isenção de algum nutriente, podendo ser açúcares, gorduras, sódio ou proteínas, e são destinados para diabéticos, hipertensos, cardíacos e outros. É muito importante que o paciente diabético observe o rótulo dos alimentos para verificar se ele, realmente, não contém açúcar. • • • No momento de comprar os alimentos, o que os diabéticos devem observar nos rótulos? • Observar a validade: o consumo de produtos com prazo de validade vencido é prejudicial à saúde; • Observar o teor de macronu- • trientes, ou seja, carboidratos, proteínas e gorduras; No item “carboidratos”, observar qual o tipo de açúcar presente no alimento; No item “gorduras”, devem ser evitadas as gorduras saturadas e as chamadas gorduras trans; Observar o teor de sódio, que significa teor de sal do alimento, que não deve ser consumido em excesso, sobretudo por pessoas portadoras de hipertensão arterial; Os rótulos, muitas vezes, são difíceis de entender, por isso, se necessário, peça ajuda. 16 ] DIABETES_ADULTO.indd 16 14/08/13 14:27 Exercícios físicos e diabetes O que é preciso saber? “Em nosso dia a dia, o exercício ajuda tanto o diabético quanto quem tem hipertensão. O exercício físico complementa o tratamento com remédios e ajuda o organismo a não ficar mais debilitado. Funciona como um complemento muito importante do tratamento”. (Sônia) Q ual a diferença entre atividade física e exercício físico? Atividade Física Geralmente, corresponde às nossas atividades do dia a dia, como: • Varrer, lavar, cozinhar, capinar, podar uma árvore, cuidar da horta, cuidar do jardim, dentre outros. Exercício Físico É uma atividade física programada, na qual a quantidade e a intensidade do esforço são determinados previamente, além de serem definidos os dias da semana em que devem ser feitos. São exemplos de exercício físico: • Caminhada, Bicicleta, Hidroginástica e musculação (academia). Como o exercício físico ajuda no tratamento do diabetes? São muitos os benefícios proporcionados pelo exercício físico. Vejamos alguns: • Ajuda na redução do açúcar (glicose) no sangue; • Promoção do bem-estar físico; • Auxilia o tratamento não só do diabetes, mas também de outras doenças, como hipertensão arterial e doenças das articulações; • Ajuda no controle da ansiedade; • Ajuda a melhorar as dores no corpo; • Quando realizado em grupo, amplia a rede de contatos sociais.; • Promove bem-estar físico e mental. [ 17 DIABETES_ADULTO.indd 17 14/08/13 14:27 • Ajuda a perder peso Que tipo de exercício o diabético pode fazer? • Caminhada, andar de bicicleta, musculação na academia e hidroginástica. • Tanto o homem quanto a mulher podem fazer os mesmos exercícios dependendo das condições e a capacidade de cada um, levando em conta, ainda, os possíveis problemas de saúde. Como eu devo me exercitar (roupas, lugar, horário)? • Roupas leves, calçados confortáveis, fechados e não apertados e meias de algodão, preferencialmente de cor clara; • Realizar o exercício físico em lugar plano, tranquilo, iluminado, com pouca poluição e sem trânsito; • Alimentar-se antes do exercício físico; • Levar algum alimento, água e o cartão do diabético (contendo nome, endereço, telefone e informação sobre ser portador de diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2); • Evitar caminhar assim que acordar; • Evitar exercitar-se sozinho. 18 ] DIABETES_ADULTO.indd 18 14/08/13 14:27 Quais são os cuidados que devem ser tomados para praticar exercícios físicos? Para que o diabético possa se exercitar de forma correta e segura, alguns cuidados devem ser tomados: • Alimentar-se adequadamente. Não devemos comer e ir fazer exercício em seguida. Devemos aguardar um período de pelo menos 30 minutos. • Quem faz uso de insulina não deve aplicá-la no local que será muito exercitado. Por exemplo, se for caminhar, não fazer a aplicação da insulina na coxa, preferir aplicar no braço ou no abdome. • Antes de sair para se exercitar, é bom fazer alongamentos, principalmente, da musculatura que será exercitada. O alongamento prepara o organismo para o exercício. • Usar roupas confortáveis, que permitam a movimentação do corpo e não esquentem em excesso. • Evitar se exercitar em locais pouco arejados e sob sol forte. Quando não é recomendável fazer exercícios? • Portadores de diabetes que estejam com a glicose ou a pres- são arterial descontrolados devem consultar o médico antes de começar a fazer exercícios • No dia de se exercitar, se a glicose estiver alta (acima de 300 mg/dL) ou baixa (abaixo de 80 mg/dL) não fazer exercício • Em caso de mal-estar, não iniciar o exercício e, caso se sinta mal durante a atividade, deve-se interrompê-la. • As pessoas que estiverem com ferimentos nos pés devem evitar exercícios que os forcem. [ 19 DIABETES_ADULTO.indd 19 14/08/13 14:27 Os medicamentos “A dificuldade é com os horários de tomar o remédio e o esquecimento, pois às vezes [me] programo para sair e esqueço de levar o remédio. Mas procuro evitar ao máximo que isso aconteça. Quando saio e vou demorar tenho uma caixinha, dividida pelos dias da semana, e coloco os comprimidos ali.” (Hélio) O s Antidiabéticos Orais O uso de medicamentos pela pessoa que tem diabetes não serve apenas para abaixar ou manter os níveis glicêmicos dentro da normalidade. Eles possuem também a importante função de diminuir ao máximo as complicações crônicas causadas pelo diabetes mellitus. Atualmente, além da dieta e dos exercícios físicos, existem várias medicações para manter o controle glicêmico. Tipos de Antidiabéticos Orais Os antidiabéticos orais são classificados de acordo com seu mecanismo de ação. É muito importante a orientação médica para a escolha do medicamento adequado para cada pessoa. Os principais grupos de medicamentos usados por via oral são: • Sulfonilureias: Elas aumentam a secreção de insulina em células do pâncreas. São elas: a glibenclamida, a glimepirida e a gliclazida e a clorpropamida • Glinidas: Também aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas, principalmente após as refeições. São elas a repaglinida e a nateglinida. • Biguanidas: Reduzem a produção hepática de glicose melhorando a resposta dos tecidos à insulina. Corresponde à metformina. • Glitazonas: Promovem a melhora da sensibilidade à insulina em vários tecidos do organismo. São a rosiglitazona e a pioglitazona. • Gliptinas: Aumentam a produção e a secreção de insulina. São elas: vildagliptina, sitagliptina e saxagliptina. 20 ] DIABETES_ADULTO.indd 20 14/08/13 14:27 Cuidados de Armazenamento Alguns cuidados devem ser tomados para o armazenamento dos comprimidos: • Guardar em local fresco, sem exposição à luz solar; • Verificar a data de vencimento; • Deixar fora do alcance de crianças. A Insulina Tipos de Insulina Nos portadores de diabetes tipo 2, o controle glicêmico pode ser obtido inicialmente por mudanças no estiTIPO DE INSULINA NPH Regular Lispro Glulisina Asparte Detemir Glargina AÇÃO Intermediária Rápida Ultra-rápida Ultra-rápida Ultra-rápida Lenta Lenta lo de vida. Com o passar do tempo, ocorre a perda gradual da capacidade de secreção de insulina pelo pâncreas. Dessa forma, com a evolução da doença será necessária a introdução dos antidiabéticos ou da insulina. Nos portadores de diabetes tipo 1, o uso da insulina é a base do tratamento. Existem vários tipos de insulina e análogos de Insulina que podem ser utilizados no tratamento do diabetes. Estas insulinas e suas características podem ser vista no quadro abaixo. INÍCIO DE AÇÃO 2-4 horas 0,5-1 hora 5-15 minutos 5-15 minutos 5-15 minutos 4-6 horas 2-4 horas Quais os cuidados devem ser tomados pelos pacientes que usam insulina? • Seringas: É muito importante verificar a graduação da seringa para não errar a dose que deve ser aspirada. Existem vários tipos de seringas, a saber: • • PICO DE AÇÃO 4-10 horas 2-3 horas 0,5-1,5 hora 0,5-1,5 hora 0,5-1,5 hora Sem pico Sem pico DURAÇÃO DA AÇÃO 12-18 horas 8-10 horas 4-6 horas 4-6 horas 4-6 horas 18-20 horas horas seringas de 1mL, graduadas em até 100 unidades; seringas de 0,5mL, graduadas em até 50 unidades; seringas de 0,3ml, graduadas em até 30 unidades. Agulhas: • O tamanho da agulha deve ser [ 21 DIABETES_ADULTO.indd 21 14/08/13 14:27 proporcional à espessura da pele. Sua função é atravessar a pele e liberar a insulina na gordura subcutânea. Armazenamento: • Os frascos de insulina que estejam fechados devem ser armazenados em geladeira (2° a 8°C), evitar tanto a proximidade com o congelador quanto a porta do refrigerador; • Uma vez aberto, o frasco pode ser mantido sob refrigeração ou em temperatura ambiente, entre 15° e 30°C, e deverá ser utilizado dentro do período de 30 dias; • Quando o frasco está em uso e guardado na geladeira, ele poderá ser retirado 10 a 20 minutos antes da aplicação para melhor conforto, já que a insulina gelada pode causar dor na aplicação. Transporte • Para transporte de curta duração, evitar exposição à luz solar direta, nunca deixar em porta-luvas nem no bagageiro de carro; • Para transporte de longa duração, usar caixa de isopor, porém sem contato direto com o gelo para evitar o congelamento da insulina. Técnica de Aplicação da Insulina • Lave bem as mãos antes de iniciar a preparação da injeção; • Prepare o material a ser usado: algodão, álcool, seringa, agulha e insulina; • Antes de aspirar a insulina, role, gentilmente, o frasco entre as mãos para misturar a suspensão; • Limpe a tampa do frasco com algodão embebido em álcool; • Introduza ar, na seringa, de acordo com a dose prescrita e injete no frasco; • Inverta o frasco e aspire a quantidade desejada. Se necessário, bata com os dedos na seringa, para retirar as bolhas de ar; • Em caso de combinação de dois tipos de insulina, aspire antes a insulina de ação rápida (insulina regular, que é incolor); • Limpe a pele com algodão embebido em álcool antes de iniciar a aplicação da insulina. • Realize uma prega cutânea antes de introduzir a agulha que deve ser introduzida em ângulo de 90 graus. 22 ] DIABETES_ADULTO.indd 22 14/08/13 14:27 • Antes de injetar, puxe o êmbolo para verificar a presença de sangue. Caso venha sangue, realize a aplicação em outro local; • Após injetar a insulina, pressione o local com algodão e retire a agulha sem fazer massagem local. FRENTE COsTAs Locais de aplicação da insulina A insulina pode ser aplicada em diversos locais: face posterior do braço, abdome, face anterior da coxa e nádegas. É recomendável fazer o rodízio dos locais de aplicação, de modo a manter uma distância mínima de 1,5 cm a cada injeção. Canetas Injetoras A insulina pode ser aplicada também através do uso de canetas injetoras. Estes dispositivos podem ser descartáveis ou reutilizáveis e auxiliam, principalmente, os pacientes que fazem uso de múltiplas doses diárias de insulina. [ 23 DIABETES_ADULTO.indd 23 14/08/13 14:27 São comercializadas em flaconetes (“refill”) com volume de 3mL, equivalente a 300 unidades de insulina. Têm a vantagem da conve­ niência na aplicação, praticidade e precisão na dose. Os procedimentos para aplicação são os seguintes: • Retire a tampa e desrosque a caneta; • Acomode o refill de insulina no corpo da caneta; • Rosqueie a agulha para a caneta, na ponta do refill; • Selecione duas unidades e pressione completamente o botão injetor, repetindo a operação até o aparecimento de uma gota de insulina na ponta da agulha; • Selecione o número de unidades de insulina necessárias; • Introduzir a agulha no tecido subcutâneo e pressione o botão injetor; • Após a administração, aguarde cinco segundos antes de retirar a agulha; • Retire a agulha e pressione o local por mais cinco segundos; • Retire e descarte a agulha utilizada; • Recoloque a tampa da caneta e guarde-a em temperatura ambiente. Descarte do material utilizado O material utilizado (seringas, agulhas etc.) deve ser colocado em material adequado para isso. Caso não esteja disponível, é possível improvisar o armazenamento em um recipiente como garrafa pet. Assim que o recipiente estiver cheio leve a um posto de sáude (Unidade Básica de Saúde) para o descarte adequado. 24 ] DIABETES_ADULTO.indd 24 14/08/13 14:27 O diabetes e outras doenças “Quem é diabético tem que fazer um controle rigoroso por causa da alteração do diabetes, que altera tudo, pressão, circulação, coração – onde tem circulação, pode entupir... Procuro fazer o melhor por mim, pois os médicos estão lá para ajudar a gente, mas precisamos nos cuidar para não precisar[mos] deles...” (Hélio) H ipoglicemia: causas, sintomas e prevenção A hipoglicemia é um evento com sintomas indesejáveis e perigosos, mais comum em pacientes que usam insulina. Quando os níveis de glicose no sangue caem abaixo de 50 mg/dL, geralmente, aparecem os sintomas de hipoglicemia, porém, esse valor pode variar de pessoa para pessoa. Causas A hipoglicemia pode acontecer em algumas situações como: • Intervalos prolongados entre as refeições. • Exercício não programado ou extenuante. • Dose excessiva de insulina ou de antidiabético oral. • Erro na dosagem de insulina. Sintomas Os principais sintomas da hipoglicemia são: • Tremores, sudorese fria, taquicardia • Dificuldade de raciocínio, sonolência • Visão turva, mal-estar, fraqueza, enjoo • Convulsões e coma Prevenção • Alimente-se regularmente (isto é, a cada três horas); • Evite exercícios extenuantes; • Tome medicação no horário certo; • Evite estresse; • Fique atento à dose de insulina; • Esteja sempre com um alimento para ingerir caso os sintomas apareçam; [ 25 DIABETES_ADULTO.indd 25 14/08/13 14:27 • Siga a orientação médica. Febre e Infecções Na presença de alguma intercorrência como quadros de febre e infecções, o diabético deve continuar tomando a medicação e procurar o médico para saber a causa da infecção. Cuidados com os Olhos As complicações oculares do diabetes estão relacionadas, principalmente, ao tempo de doença e seu mau controle. As doenças dos olhos mais frequentes são a retinopatia, a catarata e o glaucoma. Para retardar ou evitar o aparecimento dessas complicações é necessário: • manter o controle adequado dos níveis de glicose e também de colesterol e triglicérides no sangue; • realizar periodicamente consultas oftalmológicas para avaliação da acuidade visual, e exame de fundo de olho. • Manter os niveis glicêmicos, as taxas lipídicas e a pressão arterial bem controlados; • Fazer acompanhamento médico periódico incluindo exames de urina para avaliar a perda de proteínas pelo rim. Cuidados com os Pés Para evitar uma complicação grave do diabetes conhecida como “pé diabético”, que pode levar até a amputação dos membros, alguns cuidados precisam ser tomados: • Usar sapatos confortáveis e meias de algodão; • Evitar usar chinelos; • Evitar andar descalço, mesmo dentro de casa; • Não cortar a cutícula das unhas nem os calos, se os possuir; • Cortar as unhas em linha reta, sem arredondar os cantos; • Lavar bem os pés com água morna e sabão neutro; Cuidados com os Rins O comprometimento renal devido ao diabetes mellitus pode ser silencioso, ou seja, assintomático. Para evitar a doença renal relacionada ao daibetes é necessário: 26 ] DIABETES_ADULTO.indd 26 14/08/13 14:27 • Secar bem os pés, dando especial atenção à região entre os dedos; • Usar creme hidratante na pele evitando passá-lo entre os dedos; • Examinar os pés à procura de qualquer ferimento; • Verificar se não há algum objeto dentro dos sapatos, antes de calçá-los; • Não usar bolsas de água quente. Cuidados com os Dentes O mau controle do diabetes e a higiene deficiente podem levar a doenças das gengivas e dos tecidos que apoiam os dentes, favorecendo o acúmulo de restos alimentares e bactérias, infecção e até“amolecimento” e perda dos dentes. Dessa forma, para o diabético, é fundamental a higiene bucal, ou seja, escovação dos dentes e língua, o uso de fio dental e visitas periódicas ao dentista. Dessa forma, evitam-se infecções e outras doenças da boca e das gengivas. Cuidados com o Coração e a Circulação A hiperglicemia pode causar lesões na circulação, atingindo tanto os grandes quanto os pequenos vasos sanguíneos. Em associação com ta- xas elevadas de lípides (gorduras) no sangue pode levar a infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e amputação dos membros. Para evitar estas complicações é necessário: • Manter o bom controle dos níveis de glicose, colesterol, triglicérides e pressão arterial; • Realizar consultas médicas periódicas acompanhadas de exames como eletrocardiograma, teste de esforço e exames de sangue sempre que necessário. O cigarro O cigarro dificulta a ação da insulina e aumenta os níveis de glicose no sangue. Dessa forma, favorece o surgimento de doenças cardíacas,lesões dos vasos sanguíneos, e doenças pulmonares, dentre outras. Por tudo isso, todo diabético deve interromper o hábito de fumar. [ 27 DIABETES_ADULTO.indd 27 14/08/13 14:27 Como saber sobre o controle da doença A automonitorização “Eu estou bem e começo a sentir alguma coisa, parecendo que é hipoglicemia, tem que medir para ver o que está acontecendo na realidade” (Helio) O que se entende por automonitorização da glicemia? A automonitorização da glicemia consiste na prática em que o paciente diabético mede, regularmente, a sua própria glicemia através do uso do glicosímetro. Os glicosímetros são aparelhos portáteis, que permitem a dosagem da glicose no sangue retirado, geralmente, dos vasos (capilares) da ponta dos dedos. Quando a automonitorização é necessária? O plano de monitorização mais adequado para cada paciente é determinado pelo médico endocrinologista, levando em conta fatores como a presença de complicações do diabetes, o tipo de medicação utilizada e a qualidade do controle glicêmico. De uma maneira geral, a frequência da automonitorização é definida em função do tipo de diabetes: • diabetes tipo 1: 3 a 6 vezes ao dia • diabetes tipo 2: 2 a 3 vezes ao dia Quais os benefícios da automonitorização? A medida frequente dos níveis de glicose no sangue é uma ferramenta de grande valia para o portador de diabetes. Através da automonitorização é possível ao paciente diabético: • Evitar possíveis episódios de hipoglicemia ou de hiperglicemia; • Fazer ajustes nos hábitos de vida e na dose das medicações; 28 ] DIABETES_ADULTO.indd 28 14/08/13 14:27 • Avaliar a efetividade do tratamento; • Assumir o controle da sua própria saúde. Quais cuidados precisam ser tomados para a medida da glicemia capilar? Fitas O armazenamento das fitas deve ser feito com cuidado. Nunca devem ser misturadas fitas de diferentes frascos e a embalagem deve ser rapidamente fechada logo após a retirada de uma fita para uso. Lancetas Quanto às lancetas, é recomendável: • Mantê-las em lugar limpo e seco; • Fazer o descarte em local apropriado, como é feito com as agulhas de aplicação de insulina. tes, através do Censo de Portadores de Diabetes Insulino-dependentes, é o primeiro passo para se ter direito às portarias estaduais que regem a dispensação de insumos para diabéticos em todo o estado de Minas Gerais. Os critérios para receber os insumos são: • Portadores de diabetes tipo 1 e gestantes: 1 glicosímetro por paciente, 1 lanceta/dia e 3 fitas reagentes/dia • Portadores de diabetes tipo 2: 1 glicosímetro por paciente, 1 lanceta/dia e 01 fita reagente/ dia (a partir do 2º semestre de 2010). Glicosímetro Quanto aos aparelhos, recomenda-se: • Armazenar na caixa ao final de cada uso; • Não guardar em locais úmidos ou expostos ao sol. Como receber o glicosímetro? O preenchimento da Planilha de Programação de Insumos para Diabe- [ 29 DIABETES_ADULTO.indd 29 14/08/13 14:27 Dicas para se sentir bem “Você não precisa parar de frequentar festa, nem lugar nenhum. Tem que levar a sua vida normalmente. Na hora, tem que ver aquilo que você pode fazer ou não!” (Hélio) P ara se sentir bem é importante que o diabético tome algumas atitudes, muitas delas, bastante simples: Medidas gerais • Seguir as orientações da equipe de saúde; • Entender a importância do tratamento; • Manter hábitos de vida saudáveis; • Solicitar ajuda de familiares ou dos profissionais de saúde, quando necessário. Cuidados com a alimentação • Comer alimentos saudáveis e variados; • Seguir a dieta prescrita pelo nutricionista; • Alimentar-se na hora certa, conforme orientado pelo médico e pelo nutricionista; • Evitar bebidas alcoólicas; • Praticar exercícios físicos; • Seguir as orientações do médico e do professor de Educação Física; • Usar roupas e calçados adequadas ao exercício que será praticado; • Dar preferência aos exercícios prazerosos e bem orientados. Medicamentos • Fazer o uso da medicação de forma correta; • Não aumentar, diminuir ou suspender o medicamento por conta própria; • Fazer a automonitorização da glicemia. Cuidados com o corpo • Verificar se existem feridas ou lesões, principalmente nos pés; • Notar se as feridas estão demorando a cicatrizar; • Manter cuidados específicos com os olhos, os rins, os pés, os dentes, o coração e o cérebro. 30 ] DIABETES_ADULTO.indd 30 14/08/13 14:27 Considerações finais P ara finalizar, um recado do nosso grupo de pacientes. Esperamos que ele possa servir de ajuda e apoio a todos os diabéticos na sua luta diária pelo bom controle da doença. “Procuro fazer uma boa alimentação, comer mais verduras, tomar os remédios direitinho. Eu estou sentindo que isto está fazendo muito bem para mim.” (Marilia) “Eu convivo até bem com a diabetes. Cuido da minha alimentação. Tenho muita vontade de comer doce, mas sei que não devo comer.” (Terezinha Sinfrônio) “A minha diabetes foi mais na parte de stress. Fui criada e tive uma vida até boa, porque comia muita verdura, corria no campo, tinha boa alimentação, era mais verdura... Tudo era da roça: o que a gente plantava, comia. Eu acho que depois que “peguei” idade e não me cuidava, não ia ao médico, não fazia nada e só comia coisa que não devia, então acho que foi onde [sic.] adquiri o diabetes. Mas eu aceitei bem a doença porque quando fui ao médico e ele me disse que eu poderia ter vários problemas mais tarde, eu assumi o compromisso e tentei não fazer nada de errado. Procuro manter o tratamento direitinho.” (Cleusa) “Eu acho que cuidar em saúde depende tanto da parte médica como da parte da família: a família deve ajudar. Nós mesmos, os diabéticos, também devemos nos ajudar uns aos outros. A doença já é difícil e quem está tendo dificuldade de enfrentamento vai ficar ainda mais chateado. A raiva para ele vai ser pior, pois quanto mais raiva, mais mal ele sente. Tem que ter carinho, atenção... A doença não é só remédio que a gente toma. Tem que ter o amor, a dedicação e o cuidado. Para mim foi assim.” (Sonia) “Ajuda muito quando a gente tem um acompanhamento frequente, porque a gente aprende a cuidar de nós mesmos e se torna responsável [ 31 DIABETES_ADULTO.indd 31 14/08/13 14:27 por nós mesmos. Depois que passei a me cuidar, me senti melhor.” (Aparecida) “Antigamente eu nem procurava médico, agora depois que fiquei diabético, tenho que ir sistematicamente. Eu também não tinha hora para comer, nem nada, aí depois que apareceu tive que entrar na norma: comer de três em três horas e não comer exagerado. Quanto à insulina não tive problema não. Pelo contrário, me dei bem com a insulina. Depois que eu tomei insulina até que eu melhorei. Vou continuar com ela.” (Emanuel) “Não sabia que ele (meu marido) tinha diabetes até a hora que descobriu. A partir daquele dia, eu o acompanho sempre. A vida continua e graças a Deus, Deus me deu saúde e força, vou levando a vida e acompanhando o marido, há 45 anos.” (Terezinha Castor) o médico, a nutricionista para fazer um cardápio para me alimentar direito. A diabetes, hoje, está me proporcionando uma vida muito melhor do que era antes.” (Helio) “Eu aprendi que a gente nasce para passar por muitas e muitas coisas. Eu consegui, com o tratamento, reverter os sintomas do meu diabetes. Após o diabetes é que eu me interessei por tudo aquilo que eu deixei para trás, sem me interessar: cuidar da saúde. A partir do diabetes eu fui me interessar a procurar Boa sorte! Você não está sozinho nessa luta. 32 ] DIABETES_ADULTO.indd 32 14/08/13 14:27