ESPECIAL Medicina Dentária - Instituto de Ciências da Saúde

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Cadernos
de Saúde
NÚMERO
E S P E C I A L
Medicina Dentária
VOLUME 1, 2008
Publicação Semestral
Caderno s de Saúde Vol u m e 1 Nú m er o es p ec i al d e M ed i c i n a D e n tá r ia
Índice
Editorial
7
Alexandre Castro Caldas
Jorge Leitão
Adaptação marginal de coroas provisórias de implantes colocados
imediatamente após exodontias
8
Borges T., Carvalho A., Carvalho C., Carvalho V.
Autotransplante dentário para preservação óssea com posterior colocação
de implante dentário. Caso clínico
10
Carvalho V., Carvalho C., Carvalho A., Borges T., Afonso A. Carvalho V.
Tratamento do Herpes Labial: penciclovir vs. aciclovir
12
Rocha, S., Lopes, P., Filipe, M., Ribeiro, A., Veiga, N.
Restauração de um dente extensamente destruído. Caso clínico
14
Duarte, A., Outeiro, R., Espírito Santo, J.
Restauração de um dente anterior fracturado e encerramento de diastemas. Caso clínico
16
Outeiro, R., Duarte, A., Espírito Santo, J.
Abordagem cirúrgica de um extravasamento canalar num incisivo
com lesão apical. Caso clínico
18
Veiga, N., Traesel, T., Silva, O., Pais, C., Martins, M.
Alterações da postura corporal e disfunção da articulação temporomandibular
Filipe, M., Lopes, P., Louro, T., Veiga, N., Ribeiro, O.
20
Casuística da Consulta de Prostodontia Fixa da Clínica Universitária
da Universidade Católica Portuguesa
22
Esteves, H., Correia, A., Araújo, F., Silva, A. M.
Grau de satisfação dos pacientes reabilitados em Prostodontia Fixa na Clínica Universitária
da Universidade Católica Portuguesa – estudo preliminar
24
Correia, A., Esteves, H., Araújo F., Silva, A. M.
Acção de sensibilização na Escola Secundária Alves Martins, Viseu
26
Gonçalves, J-C., Bogalheiro, M., Melo, J., Alves, M., Figueiredo, A., Veiga, N.
Avaliação da saúde oral numa população rural
28
Barata, C., Veiga, N., Figueiredo, A., Santos, L.
Exérese de odontoma complexo. Caso clínico
30
Lopes, J., Araújo, S., Lopes, J., Silva, A., Almeida, B., Silva, S.
Mesiodentes – diagnóstico clínico e radiológico
32
Cardoso, A., Lima, T., Morais, J., Dias, R., Borges, T., Carvalho, A.
Indução cirúrgica de caninos maxilares retidos
34
Frazão, S., Dias, R., Dias, V., Silva, S., Almeida, B., Silva, A.
Critérios de selecção de brocas de osteotomia em cirurgia oral
36
Silva, M.., Taveira, J., Monteiro, J., Pinto, F., Figueiredo, C., Policarpo, F.
Próteses fixas dento-implanto-suportadas – o estado actual
38
Silva, A. M., Araújo, F., Correia, A., Esteves, H.
Ecologia microbiana do biofilme oral e pH
40
Lopes P., Filipe M., Sequeira S., Veiga N., Correia M. J.
Parâmetros de diagnóstico de dentes extensamente destruídos em prostodontia fixa
42
Matos, C., Silva, A. M., Araújo, F., Correia, A., Esteves, H.
Amputação radicular da raiz mesio-vestibular do dente 16. Caso clínico
44
Pinho I., Fernandes S., Macedo J., Silva O., Martins M.
Será a Internet útil para a prática clínica de Medicina Dentária?
46
Vilaça L., Santos J. e Correia André
A Utilização de Computadores na Prática Clínica. Estudo Prévio
48
Marques A., Sequeira S., Correia A.
Sonda periodontal computorizada. A sua aplicação na prática clínica
Fernandes S., Andrade D., Lopes P., Macedo J. e Correia A.
50
Ferulização de dentes periodontalmente comprometidos. Protocolo clínico
52
Santos, B. M., Sousa, M. C.
Diagnóstico radiológico pré-cirúrgico de sisos inclusos. Caso clínico
54
Costa, P., Filipe, M., Silva, A., Frias, C., Almeida, B., Almeida, R.
Prevalência de sisos inclusos na clínica universitária da UCP-CRB
56
Dias R., Dias V., Morais J., Lima T., Cardoso Á., Correia A.
Cavidade óssea de Stafne
58
Araújo, F., Marques, T., Santos, T., Marques, R., Frias, C., Rufino, A., Silva, A., Costa, M., Lopes, J.
Solução protética para correcção de defeito gengival com prótese fixa. Caso clínico
60
Araújo, F., Marques, T., Correia, A., Esteves, H.
Fractura do terço médio radicular. Controlo de caso clínico
Oliveira, A., Vilaça, L., Silva, O., Martins, M.
62
Editorial
Alexandre Castro Caldas
Jorge Leitão
O Instituto de Ciências da Saúde (ICS) foi
a primeira preocupação. Neste sentido, o hábito
criado na Universidade Católica Portuguesa
de registar e reportar informação começa a
há quatro anos. Foi intenção da Universidade
ser treinado desde o início; os alunos têm
organizar este domínio do saber, de que se
anualmente o seu Congresso onde apresen-
ocupava já há algum tempo em acções disper-
tam resultados das suas perguntas científicas
sas pelos diversos Centros Regionais. Assim,
em forma de “poster”. Tendo sido iniciada a
o ICS é hoje a reunião dessas acções, ampliado
publicação dos Cadernos de Saúde no corrente
pelo grande desenvolvimento que foi tendo,
ano, entendeu-se ser importante divulgar os
sobretudo no domínio da enfermagem.
trabalhos desses alunos num número suple-
A Medicina Dentária sediada em Viseu (Cen-
mentar da Revista entre os Médicos Dentistas
tro Regional das Beiras) foi incorporada no
reunidos no Congresso Nacional, a quem
ICS e sofreu no último ano uma transformação
desde já convidamos também a submeter aos
profunda. Está hoje apoiada por um corpo
Cadernos de Saúde os textos científicos que
docente muito empenhado na formação pré e
queiram publicar.
pós-graduada, mais virado para os problemas
Agradece-se o apoio ao Laboratório Pierre
da clínica do que no passado e entrando pro-
Fabre, Oral Care que tornou possível esta
gressivamente na vida da população de Viseu,
iniciativa que contamos repetir nos próximos
onde começa a ter uma imagem assistencial
anos.
importante.
A formação dos alunos em todas as competências que importam à profissão é sem dúvida
8
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Adaptação marginal de coroas provisórias
de implantes colocados imediatamente
após exodontias
Borges T.,1 Carvalho A.,2 Carvalho C.,2 Carvalho V.3
1
Assistant Professor, Department of Oral Surgery
2
Department of Dentistry, CMEB, Private Medical Center, Bragança, Portugal
Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional das Beiras
3
Chairman, Department of Prosthodontics. Portuguese Catholic University, Viseu, Portugal
Resumo
A literatura científica descreve bons resultados
de osteointegração em implantes dentários colocados em carga imediata através da utilização
de coroas provisórias. As diferenças verificadas
entre as taxas de sucesso relativas a este tipo de
procedimentos estão relacionadas com factores
anatómicos (locais de colocação), tipo de soluções
protéticas utilizadas, tipo de fixação das soluções
protéticas e procedimentos complementares à
colocação do implante, como regenerações ósseas
ou de tecidos moles.
Com este trabalho pretendemos optimizar uma
técnica de adaptação marginal de coroas provisórias imediatas após a colocação de implantes
dentários unitários no sector anterior.
Descreve-se um método de adaptação marginal
de coroas provisórias aparafusadas sobre implantes
unitários, colocados após extracções dentárias,
através da utilização de um pilar provisório em
plástico, coroas em vinil, resina auto-polimerizável
e um modelo em silicone putty, utilizado para a
adaptação final com compósito flow.
Esta técnica possibilita uma boa adaptação dos
tecidos moles peri-implantares, uma redução do
tempo de tratamento e melhoria na satisfação dos
pacientes em relação ao tratamento realizado.
Bibliografia
1. Sato N, Periodontal Surgery: A Clinical Atlas; 2000 Quint.
Book
2. Sclar A. Soft Tissue and Esthetic Considerations in Implant
Therapy. Quintessence Books 2003
3. Funato A, Salama M, Ishikawa T, Garber DA, Salama H.
Timing, positioning and sequential staging in esthetic
implant therapy: a four-dimensional perspective. Int J
Periodontics Restorative Dent 2007 Aug;27(4):313-323
4. Mark R. Ryser, Michael S. Block, and Donald E. Mercante,
Correlation of Papilla to Crestal Bone Levels Around Single
Tooth Implants in Immediate or Delayed Crown Protocols.
© 2005 American Association of Oral and Maxillofacial
Surgeons
5. J Oral Maxillofac Surg 63:1184-1195, 2005
6. Immediate Loading Versus Immediate Provisionalization
of Maxillary Single-Tooth Replacements: A Prospective
Randomized Study With BioComp Implants
7. Jerome A. Lindeboom, Joost W. Frenken, Leander Dubois,
Michael Frank, Ingmar Abbink, and Frans H. Kroon, J Oral
Maxillofac Surg 64:936-942, 2006
Nota
Poster 95 Premiado no EAO 17th Annual Scientific Meeting
– Warsaw 2008 publicado no Clinical Oral Implants Research
Vol 19. Issue No.9. 867 September 2008. Solicitada a autorização
de publicação ao Editor-in-Chief Prof. Dr. H.C. Niklaus P. Lang,
MS para a sua publicação na revista Cadernos de Saúde.
9
Marginal adaptation in immediate single tooth implants
provisional crowns
Background
Clinical Report
Literature describes good osseointegration outcomes following provisionalization of single tooth
immediate implants in extraction sites (1,2,3,4,5).
Good aesthetics results on the same day of the
surgical procedures and maintenance of the soft
tissue contours are the main advantages of this
protocol. Cemented retained, screw retained and
friction retained crowns can be used for the provisional restorations (5). The marginal adaptation
of the provisional crowns next to the soft tissues
margin can be achieved by different ways, always
conditioned by the type of chosen provisional
restoration (3,4,5).
Fig. 1. Initial intra-oral view.
We describe a method for improving marginal
adaptation of screw retained provisional crowns
in immediate implants. It was used a temporary implant abutment, a polycarbonate crown
(Fig. 6) and final adaptation with flow composite
was achieved by an indirect placement using
a silicon putty model, a copy of the zirconia
abutment, used for the final restoration. (Fig. 8).
The marginal adaptation of the provisional crowns
next to the soft tissues margin was achieved by
the curing of the flow composite (Fig. 9). Same
day provisional crown stayed in mouth during
12 weeks (Fig. 12). The final restoration was
achieved by the use of a ceramic crown and a
zirconia abutment.
Fig. 2. Initial
Fig. 3. Extraction Socket.
x-Ray With
fractured tooth.
Fig. 11.
Implant with
provisional
crown.
Fig. 4. Implant
Placement.
Fig. 5. Adaptation
of the temporary
abutment.
Fig. 12. Same day
provisional crown.
Fig. 13. Soft tissue
adaptation (12 weeks after
placement).
Fig. 6. Plastic crown
and plastic temporary
abutment.
Fig. 14 and 15. Implant with zirconia
abutment.
Fig. 16. Final Retorations
1 year after placement.
Conclusions
Fig. 7. Provisional crown before
marginal adaptation.
Fig. 8. Silicone putty Model.
Fig. 9. Adaptation With flow
composite.
Fig. 10. Marginal Adaptation of
provisinal crown.
This technique offers a good soft tissue adaptation, a reduction of treatment time and an improved
degree of satisfaction for the patients.
10
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Autotransplante dentário para preservação
óssea com posterior colocação de implante
dentário. Caso clínico
Carvalho V.,1 Carvalho C.,2 Carvalho A.,3 Borges T.,4 Afonso A.,5 Carvalho V.6
1
Chairman of Prosthodontics. Portuguese Catholic University, Viseu, Portugal
2
CMEC, Private Medical Center, Chaves, Portugal
3
CMEB, Private Medical Center, Bragança, Portugal
4
Assistant Professor of Oral Surgery; Portuguese Catholic University, Viseu, Portugal
5
PhD, Associated Professor , Dentistry Medicine Faculty of Oporto University, Oporto, Portugal
6
Medical Student, Faculty Medicine, Oporto University, Portugal
Introdução
Os Pacientes jovens e adolescentes podem
beneficiar da autotransplantação dentária para
substituir dentes perdidos precocemente. Estudos
recentes demonstraram que este procedimento é
uma opção viável para a substituição de dentes
em pacientes rigorosamente seleccionados. Este
caso clínico refere-se a uma paciente de 15 anos
de idade com um canino incluso, apresentando
a rizogénese concluída. Procedeu-se à exodontia
do canino incluso, e à sua transplantação para
um alvéolo receptor preparado para o efeito.
Quando a paciente completou 23 anos de idade
e como o dente 23 apresentava uma reabsorção
radicular de substituição decidimos substituir o
dente 23 transplantado por um implante dentário
em função imediata. As imagens radiográficas
mostraram uma anquilose do dente 23, assim como
os estudos histológicos dos tecidos dentários/
ósseos recolhidos.
A realização de transplantes dentários pode
substituir dentes perdidos e assegurar a preservação óssea e dos tecidos gengivais em pacientes
jovens até o crescimento estar terminado, para
que este paciente seja um candidato à colocação
de implantes dentários na idade adulta.
Bibliografia
1. Andreasen, J.O: Atlas of Replantation and Transplantation
Teeth, Mediglobe, 1991.
2. Sang, S. e Col.: Transalveolar Transplantation of Maxillary
Canines a Follow up Study .Europ.J.Orthod. 1998 May
1242:48
3. Thomas S; Turner-SR; Sandy Jr.: Autotr. of teeth, Br-J-Orth.
1998;25(4):275-82.
4. Carl E. Misch.: Contemporary Dental Implants, Mosby Corp,
2000.J. Oral Maxilary
5. Block S. M., Casadaban C. M.: Implant Restoration of External
Resorption Teeth in Esthetic Zone. J Oral Maxillofac Surg
63:1653-1661, 2005
6. Andreasen, J.O. Traumatic Injuries of the Teeth. 4th Ed.
Blackwell Munskgard 2007
Observação
Poster 247 EAO 17th Annual Scientific Meeting – Warsaw
2008 publicado no Clinical Oral Implants Research Vol 19.
Issue No.9. 917 September 2008. Solicitada a autorização ao
Editor-in-Chief Prof. Dr. H.C. Niklaus P. Lang, MS para a sua
publicação na revista Cadernos de Saúde da UCP.
11
Tooth auto transplantation for bone preservation and implant
placement. Case report
Background
Paediatric and adolescent could benefit from
auto transplantation to replace early missing teeth.
Auto transplantation of teeth is viable treatment
option in carefully chosen patients, as recent
studies show.
Fig. 1. Initial Panoramic
x-Ray
Fig. 4. Suture and Splint
of the transplanted
tooth.
Fig. 2. Extraction
of the Impacted
canine.
Fig. 3. Placement
of the tooth in a
prepared recipient
socket
Fig. 5. Final Panoramic X-Ray.
Fig. 6.
Ankylosis
of the
transplanted canine.
Fig. 11. Provisional
crown.
Fig. 12. and 13. Protetic abutment for final
restoration.
Fig. 14. Final ceramic
restoration.
Fig. 15. Intra-oral view of
the ceramic crown.
Fig. 16. Final
x-Ray.
Discussion
Case Report
A 15 year-old female patient, diagnosed with an
impacted canine was referred to an auto transplant
procedure.
At the age of 23, the patient came to our
appointment. The radiographic examination
showed a replacement resorption (ankylosis) of
the transplanted tooth (Fig. 6).
Fig. 7. Histological
examination showing
bone deposition over
dentin.
After the tooth extraction and before the dental
implant placement, a bone threfine colected a bone
sample of the transplantation area, for a histological
analisis (Fig. 7 e 8). It was then placed a dental
implant in the same day and same place of the
extracted tooth (Fig. 8, 9 and 10), as well as a
provisional restoration (Fig. 11). Final restoration
was completed 12 months after placement.
Fig. 8, 9 and 10. Immediate implant
placement.
The auto transplants can replace missing teeth
to ensure preservation of bone until growth as
ceased, so the patient can become ready to receive
dental implants.
12
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Tratamento do herpes labial:
penciclovir vs. aciclovir
Rocha, S.,1 Lopes, P.,1 Filipe, M.,1 Ribeiro, A.,1 Veiga, N.2
1
Alunos do curso de Medicina Dentária
2
Docente do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
O herpes labial é uma patologia frequente
caracterizada pela erupção de múltiplas vesículas
nos lábios e tecidos periorais, acompanhada de
rubor, edema, dor e sensação de queimadura.
É causado pelo herpes simplex vírus 1. Comummente são utilizados análogos de nucleótidos como
o Penciclovir e Aciclovir em cremes de aplicação
tópica. A evolução típica destas lesões varia entre
os 7 e os 10 dias. Com a terapêutica existente
tende-se a atenuar os sintomas e a acelerar a
cicatrização da lesão.
Objectivo
Este trabalho consiste num estudo comparativo
do tratamento por fármacos (penciclovir e aciclovir) do herpes labial, nomeadamente no que
concerne à redução dos sintomas prodrómicos,
tempo de cicatrização e extensão da lesão.
Conclusão
Apesar destes dois fármacos terem espectros
e mecanismo de acção similiares, o Penciclovir é mais efectivo, mesmo em fases tardias da
evolução da lesão. O Aciclovir é mais eficaz na
profilaxia.
Bibliografia
1. Arduino P.G, Porter S.R, Herpes Simplex Virus Type 1 infection: overview on relevant clinico-pathological features J
Oral Pathol Med (2008) 37: 107–121.
2. Fatahzadeh M, Schwartz R.A. Human herpes simplex
labialis. Clinical and Experimental Dermatology (2007)
32, 625–630.
3. Bruce A.J, et al. Diagnosis and management of oral viral
infections. Dermatologic Therapy (2002) 15, 270-286.
4. Raborn G.W. Effective treatment of herpes simplex labialis
with penciclovir cream. JADA (2002) Vol. 133, 303-309.
5. Femiano F, Gombos F, Scully C. Recurrent herpes labialis:
efficacy of topical therapy with penciclovir compared with
acyclovir (aciclovir). Oral Diseases (2001) 7, 31–33.
6. Pielop J, Wood A.C, Hsu S. Update on antiviral therapy
for herpes simplex virus infection. Dermatologic Therapy
(2000) Vol 13, 235-257.
7. Lamey P.H, Hyland P.S. Changing Epidemiology of Herpes
Simplex Virus Type 1 Infections. Herpes (1999) 6:1.
13
Tratamento do herpes labial: penciclovir vs. aciclovir
à redução dos sintomas prodrómicos, tempo de
cicatrização e extensão da lesão.
Introdução
herpes simplex vírus 1 (HSV1)
Discussão
Guanina
Herpes labialis
Fig. 1: Estrutura molecular do HSV-1
Doença viral recorrente benigna(1)
{
Erupção de múltiplas vesículas
Rubor
Edema
Dor
Sensação de queimadura
Fig. 2: Estrutura molecular do
penciclovir.
Fonte: Human herpes simplex labialis
(2)
O HSV1 vai invadir os terminais dos neurónios dos
nervos sensitivos, infectando latentemente os corpos
celulares no gânglio nervoso trigeminal. O sistema
imunitário elimina o vírus da mucosa oral, contudo, não
consegue detectar o vírus presente a nível neuronal.
(1,3)
Em períodos de maior susceptibilidade (1, 3, 4)
Stress
Trauma
Imunosupressão
Infecções
Fig. 3: Estrutura molecular do
aciclovir.
Reactivação
Migração do vírus para
a mucosa oral
novo episódio de herpes labial
A evolução típica destas lesões varia entre os 7 e
os 10 dias. Com a terapêutica existente tende-se a
atenuar os sintomas e acelerar a cicatrização da lesão.
Comummente são utilizados análogos de nucleótidos
como o penciclovir e aciclovir em cremes de aplicação tópica que apresentam um espectro antiviral
semelhante. (2, 4)
Objectivo
Este trabalho consiste num estudo comparativo
do tratamento por fármacos (penciclovir e aciclovir)
do herpes labial, nomeadamente no que concerne
O penciclovir e o aciclovir são moléculas sintéticas
similares, derivadas da guanina com espectros de
acção antiviral semelhantes. As diferenças surgem
ao nível da biodisponibilidade e tempo de semivida.
O penciclovir apresenta uma biodisponibilidade 77%
superior ao aciclovir e um tempo de semivida 10 a
20 vezes superior, o que sugere uma maior eficácia
clínica.(2,4,5,6)
De acordo com os ensaios clínicos encontrados na
literatura pesquisada, verificamos que o tratamento com
Penciclovir é mais efectivo na fase aguda da patologia
comparativamente ao aciclovir havendo redução do
tempo de cicatrização, da sintomatologia dolorosa,
área da lesão, sensação de queimadura e prurido. Isto
acontece porque o penciclovir, ao contrário do aciclovir,
vai alterar a evolução do herpes labial. (1,3,6,7)
Conclusão
Apesar destes dois fármacos terem espectros e
mecanismo de acção similiares, o Penciclovir é mais
efectivo no tratamento do herpes labial recorrente,
mesmo em fases tardias da evolução da lesão.
O aciclovir é mais eficaz na profilaxia.
14
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Restauração de um dente extensamente
destruído. Caso clínico
Duarte, A.,1 Outeiro, R.,1 Espírito Santo, J.2
1
Alunos do 6.º ano da Licenciatura em Medicina
2
Médico Dentista. Docente de Dentisteria da Licenciatura em Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A restauração de dentes extensamente destruídos é um problema actual que requer por parte
dos profissionais um conhecimento das técnicas
que permitem reconstruir estes dentes com os
melhores resultados estéticos e funcionais. Uma
dessas técnicas é a dos espigões pré-fabricados.
É necessária a utilização de meios auxiliares que
permitam a retenção do material restaurador,
aumentando a longevidade da restauração. Os
espigões pré-fabricados, usados em tratamentos
restauradores directos, são de fácil manipulação,
apresentam baixos custos e requerem pouco
“tempo de cadeira”.
Objectivo
Descrever um caso clínico e realizar uma breve
revisão da literatura sobre o caso exposto.
Conclusão
A utilização dos espigões pré-fabricados é uma
opção de tratamento viável, que aumenta a ancoragem e fortalece a restauração.
Bibliografia
1. Asmussen E, Peutzfeldt A, Sahafi A. Finite element analysis
of stresses in endodonticallytreated, dowel-restored teeth.
J ProsthetDent 2005; 94(4):321-329.
2. Blanco C F, Oyague R C, Turrión A S, Lozano J F L. Revisióny
análisiscomparativo de los distintos sistemas de pernos
radiculares. Gaceta dental 2007; ISSN 1135-2949, Nº. 177:
92-115
3. Cheung W. A review of the management of endodontically
treated teeth –Post, core and the final restoration. JADA
2005; 136: 611-619.
4. Fernandes A S, Dessai G S. Factors affecting the fracture
resistance of post-core reconstructed teeth: a review. IntJ
Prosthodont2001; 14(4): 355-363.
5. Goto Y, Nicholls J, Phillips KM, Junge T. Fatigue resistance
of endodontically treated teeth restored with three doweland-core systems. J ProsthetDent 2005; 87(4):431-437.
6. Ricketts DNJ, Tait CME, Higgins AJ. Post and core systems,
refinements to tooth preparation and cementation. British
Dental Journal 2005; 198 (9):533-541.
7. Silva CL, Correia A, Fernandes JCS, Pinho A. Resistência
à fractura de espigões falsos cotos imediatos. Revista
Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia
Maxilofacial 2006; 47(1): 15-23.
8. Yang HS, Lang LA, Molina A, Felton DA. The effects of dowel
design and load direction on dowel-and-core restorations.
J Prosthet Dent 2005; 85(6):558-567
15
Restauração de um dente extensamente destruído. Caso clínico
Introdução
Os dentes tratados endodonticamente são problemáticos
devido à perda de estrutura dentária, por cárie, trauma, ou
ambos e pelo próprio tratamento endodôntico. Isto resulta num
aumento da susceptibilidade à fractura durante a função (1,2).
Devem ser utilizados espigões quando existe insuficiência de
tecido dentário remanescente para suportar a restauração final.
A técnica que faz uso dos espigões pré-fabricados apresenta
como vantagem, uma maior preservação de estrutura dentária,
baixo custo, menor tempo de cadeira, boa resistência e dispensa
de procedimentos laboratoriais (7) .
Material e Métodos:
Paciente do sexo feminino, 24 anos, apresentando o dente
45 com tratamento endodôntico e restaurado provisoriamente
a IRM (cavidade classe II e L).
Foi utilizado um espigão pré-fabricado em fibra de vidro
cilíndrico-cónico e efectuada uma restauração a compósito.
Descrição detalhada do procedimento
– Radiografia periapical inicial;
– Isolamento relativo, uma vez que a cavidade era infragengival
na face lingual;
– Remoção da gutta com brocas de Gates e Peeso à ODM de
15 mm uma vez, que a ODMt do tratamento endodôntico
foi de 19 mm (Fig. 1);
– Selecção do espigão, colocação no canal e verificação da
adaptação (Fig. 2);
– Radiografia periapical com o espigão no interior do canal;
– Aplicação de adesivo no interior do canal e no espigão;
– Fotopolimerização do adesivo colocado no espigão durante
20 segundos;
– Aplicação do cimento dual no interior do canal com lêntulo
(Fig. 3);
– Colocação do espigão no interior do canal e fotopolimerização
durante 20 segundos (Fig. 4 e 5);
– Corte do excesso do espigão com broca de cilíndrica diamantada;
– Colocação de matriz e cunha (Fig. 6);
– Condicionamento ácido com ácido fosfórico 38% durante 15
segundos na dentina e 30 segundos no esmalte (Fig. 7);
– Lavagem da cavidade com jacto de água durante 10 segundos
(Fig. 8);
– Secagem da cavidade com bola de algodão (Fig. 9);
– Aplicação do sistema adesivo com pincel (Fig. 10);
– Selecção da cor com base na escala do kit Enamel Plus
HFO da Micerium e restauração do remanescente dentário,
cavidade de classe II (MO e L infragengival) pela técnica
incremental (Fig. 11);
– Radiografia periapical final.
Resultados
Na radiografia periapical final (Fig. 13) verificou-se
selamento apical (a ≈ 4mm do ápex) e uma boa
adaptação do espigão ao canal. Foi restabelecida a
função do dente, tendo sido obtida uma anatomia
correcta. Esteticamente a cor obtida foi satisfatória
(Fig. 12).
Fig. 13
Discussão
O material deve ter um módulo de elasticidade semelhante
ao do dente, sendo que a fibra de vidro é o material onde este
é mais próximo ao da dentina. Tem também como vantagem
a coloração, sendo mais estéticos (6,7). Estes espigões são
cimentados com cimentos de resina os quais têm aderência
à dentina e ao espigão (acção dual) ocorrendo uma reacção
imediata e completa. Em relação à forma, os cilíndricos são mais
retentivos que os cónicos que exercem efeito de cunha.
Para o comprimento do espigão é aceite que os 3 a 6 mm
de guta-percha devem ser preservados para manter o selamento
apical. Em relação à espessura, considera-se que o diâmetro
do espigão tem pouca influência na sua retenção. De um
modo geral, a espessura do espigão não deve ser superior
a 1/3 da largura da raiz na sua zona mais estreita. A parede
em contacto com o espigão deve ter como mínimo 1 mm de
espessura(4).
Conclusão
A utilização dos espigões pré-fabricados é uma opção de
tratamento viável, em dentes submetidos a tratamento endodôntico, que aumenta a ancoragem e fortalece restauração contra
as forças de cisalhamento.
16
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Restauração de um dente anterior fracturado e
encerramento de diastemas. Caso clínico
Outeiro, R.,1 Duarte, A.,1 Espírito Santo, J.2
1
Alunos do 6.º ano da Licenciatura em Medicina Dentária
2
Médico Dentista. Docente de Dentisteria da Licenciatura em Medicina
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
É grande a preocupação da sociedade actual
em relação à estética. Os dentes antero-superiores
assumem particular importância na estética. Possuir
dentes alinhados, contornados e brancos passou
a ser uma exigência, não bastando apenas devolver a função perdida ao elemento dentário mas
também dar um tratamento que o torne belo,
com base no padrão estabelecido pela sociedade.
É particularmente marcante nas lesões classes III,
IV e V em dentes anteriores.
Objectivo
Descrever os procedimentos clínicos e a fundamentação para a realização de restauração
estética em dentes anteriores fracturados (2.1) e
encerramento de diastemas (2.2, 2.3) com recurso
a matriz de silicone e resinas compostas.
Conclusão
É importante estabelecer um correcto plano
de tratamento e execução das tarefas, em várias
etapas, desde a realização do diagnóstico correcto
até à selecção e utilização do material restaurador
mais adequado, para se obter uma restauração o
mais estética possível.
Bibliografia
1. Cordeiro N, Martins LRM, De GoesMF, CahnDCN. Conservative
technique for closing diastema and recontouring pegshaped teeth. ContempEsthetRestorPract2001; 5:16–22
2. Hirata, R., Ampessan, R.L., Liu, J. Reconstruction of Anterior
Teethwith Composite Resin-Sequence of Choice and
Application, JBC –Jornal Brasileiro de Clínica & estética
em Odontologia, Vol. 5, N.º 25, Jan/Fev–2001
3. Georgia M., Vishnu R., Ritter, A. Longevity of a anterior
composite restorations, J Esthetic Dent–Vol. 18, N.º 6,
2006
4. Soares, CJ., Pizi, E., Fonseca, RB., Martins, L.RM, Neto, A.
Direct restoration of worn maxillary snterior teeth with a
combination of composite resin materials: a case report,
Journal of Esthetic and Restorative Dentistry, Vol.17, N.º2,
2005
5. Soares CJ, Fonseca RB, Martins LRM, Giannini M. Esthetic
rehabilitation of anterior teeth affected by enamel hypoplasia: A case report. J EsthetRestorDent2002; 14:340–348.
6. Lopes, O., Silva, MJ. Caso Clínico de encerramento de
diastemas superiores com recurso a um enceramento de
prognóstico, Dentsply, Setembro 2003
7. Ramos, J,C., Vinagre, A., Chambino, A., Faustino, A. Coronoplastias de dentes anteriores com resinas compostas
microhíbridas, Dentsply, Maio 2003
17
Restauração de dente anterior e encerramento de diastemas.
Caso clínico
Introdução
A reprodução de características dos dentes naturais, mais especificamente de cor e forma, é uma das intenções das técnicas e materiais
restauradores(2). A resina composta é o material de escolha para
restaurações conservativas em dentes anteriores, modificações estéticas
e funcionais, e encerramento de diastemas (3).
Propriedades como a resistência à fractura, capacidade de polimento
e a existência de uma gama de cores e opacos aceitável, são condições
indispensáveis na procura da excelência do tratamento (5).
Fig. 7
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
Objectivos
Fundamentar e descrever os procedimentos clínicos para a realização de restauração estética em dentes anteriores fracturados (21) e
encerramento de diastemas (22, 23) com recurso a matriz de silicone
e resinas compostas.
Material e Métodos
– Paciente do sexo feminino, 38 anos, apresentando o dente 21 fracturado
no terço médio e incisal diincluindo o bordo incisal distal e diastema
entre os dentes 21, 22 e 23 (fig. 11).
– Enceramento de agnóstico em modelo de estudo e execução de
matriz de silicone.
– Selecção da cor com base na escala do kit Enamel HFO Plus da
Micerium.
– Compósito microhíbrido Enamel HFO Plus Dentina UD3 e Esmalte
GE2.
– Descrição detalhada do procedimento:
– Enceramento de diagnóstico e execução de matriz de silicone (fig.
1 e 2);
– Polimento prévio dos dentes envolvidos, com uma escova e pasta
profilática sem flúor;
– Selecção da cor (Dentina UD3 e Esmalte GE2);
– Isolamento do campo operatório com rolos de algodão e aspiração
de alto débito;
– Bisel a 45º do bordo fracturado no dente 21 com broca tronco-cónica
diamantada (fig. 3);
– Condicionamento do esmalte pelo ácido ortofosfórico 37% durante
30 seg do dente 21 e simultaneamente em dois dentes contíguos
para o encerramento dos diastemas (superfícies distal do 21 e 22 e
mesial do 22 e 23) (fig. 4);
Fig. 1
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
– Depois de lavar e secar as superfícies, aplicou-se um adesivo fotopolimerizável (Prime & Bond NT), de acordo com as instruções do
fabricante e respectiva fotopolimerização (fig. 5);
– Colocação da guia palatina;
– Aplicação e fotopolimerização pela técnica incremental da resina
composta no ecrã posterior de cada superfície – cor UD3 – respeitando
a forma atómica previamente definida (fig. 6 e 7);
– Aplicação e fotopolimerização pela técnica incremental da resina
composta na face vestibular das superfícies – cor GE2 (fig. 8 e 9);
– Após os acertos oclusais, procedeu-se ao acabamento e polimento
das superfícies com taças de polimento (fig. 10);
Resultados
Esteticamente a cor final obtida
foi satisfatória, tendo-se obtido
uma restauração imperceptível
(fig.12 e 13). Após 1 ano, notase uma ligeira descoloração do
compósito no dente 21 (fig.14).
Fig. 12
Fig. 11
Fig. 13
Discussão
A utilização de resinas compostas para a realização de coronoplastias
nos dentes anteriores constitui o método mais rápido e económico
para a resolução de determinados tipos de problemas relacionados
com a forma, cor, posição ou estrutura do dente. O encerramento de
diastemas é um dos exemplos deste tipo de terapêutica (6).
O estudo através de um enceramento de diagnóstico, permite ao
Médico Dentista antever o resultado final do tratamento.
Optámos pelo isolamento do campo operatório com rolos de
algodão e aspiração de alto débito, de modo a aprender a fazer isolamentos relativos de elevada qualidade em detrimento de isolamentos
absolutos.
O resultado estético correspondeu muito às expectativas da paciente.
Conclusão
Fig. 5
Fig. 6
É importante estabelecer um correcto plano de tratamento e execução das tarefas, em várias etapas, desde a realização de um correcto
diagnóstico até à selecção e utilização do material restaurador mais
adequado, para se obter uma restauração o mais estética possível.
18
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Abordagem cirúrgica de um extravasamento
canalar num incisivo com lesão apical.
Caso clínico
Veiga, N.,1 Traesel, T.,2 Silva, O.,1 Pais, C.,1 Martins, M.1
1
Docentes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
2
Aluno do curso de Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
São frequentes as situações clínicas com patologia inflamatória periapical cuja persistência leva
à formação de um granuloma e posterior diferenciação em lesão quística. Estas lesões podem
induzir sintomatologia dolorosa acompanhada de
tumefacção e edema. Este caso clínico consiste na
realização de uma cirurgia apical para a resolução
de um extravasamento apical e remoção de lesão
de aspecto quístico, para a qual foi pedida análise
histopatológica, seguida de apicectomia da raiz
do dente 21 a qual apresentava uma sobreobturação.
Discussão
O dente 21 encontrava-se com sintomatologia, em fase avançada de necrose pulpar. Após
realização de estudo radiológico verificou-se a
existência de lesão compatível com entidade
quística envolvendo o ápex dos dentes 21 e 22.
Realizou-se o tratamento endodôntico prévio dos
dentes em questão. O dente 21 apresentava uma
constrição apical insuficiente o que contribuiu
para a ocorrência de uma sobreobturação. Atendendo à persistência das manifestações clínicas da
paciente e à inviabilidade de uma nova intervenção
endodôntica convencional, a qual seria incapaz
de remover o extenso material de obturação extravasado, os autores determinaram a abordagem
cirúrgica como sendo a mais indicada.
Conclusões
A cirurgia apical é o tratamento de eleição
nestes casos podendo ser considerada como uma
alternativa obrigatória na remoção de processos
radiculares persistentes ou de grandes dimensões
em que a abordagem endodôntica convencional
é insuficiente. A indicação cirúrgica nestes casos
deve ser pautada por critérios endodônticos, de
clínica e avaliação radiológica.
Bibliografia
1. Ingle J, Bakland K, Baumgartner J. Ingle´s Endodontics. 5th
edition. B.C.Decker Inc., 2002.
2. Bramante C, Bebert A. Cirurgia paraendodontica. 1.ª Ed.
Livraria Santos Editora, 2000.
3. Sundqvist G, Figdor D, et al. Microbiologic analysis of
teeth with failed endodontic treatment and the outcome of
conservative re-treatment. Oral Surg, Oral Med, Oral Pathol,
Oral Radiol Endod (1998) 85(1):86-93.
19
Caso clínico: abordagem cirúrgica de um extravasamento
canalar num incisivo com lesão apical
da lesão resultou uma loca óssea que
foi devidamente curetada. Foi efectuada
regularização óssea e minuciosa inspecção
e lavagem com soro fisiológico. O retalho
foi de seguida reposicionado e suturado
com seda 3/0 (Fig. 10).
Identificação
Paciente F.M.B., 25 anos, do sexo
feminino, raça caucasiana, saudável, sem
alergias e sem medicação. Apresentou-se
na clínica com sintomatologia referida
ao dente 21. Após realização de estudo
radiológico verificou-se a existência de
lesão compatível com entidade quística
envolvendo o ápex dos dentes 21 e 22
(Fig. 1).
Tratamento
Realizou-se o tratamento endodôntico
prévio dos dentes em questão. O dente 21
apresentava uma constrição apical insuficiente o que contribuiu para a ocorrência
de uma sobreobturação. Atendendo à
persistência das manifestações clínicas da
paciente e à inviabilidade de uma nova
intervenção endodôntica convencional,
a qual seria incompatível com a remoção do extenso material de obturação
extravasado, os autores determinaram a
abordagem cirúrgica como sendo a mais
indicada.
Atendendo à proximidade do ápex do
22 relativamente à imagem radiológica,
optou-se por efectuar a endodontia prévia
e profiláctica deste dente, o qual também
apresentava um ligeiro extravasamento de
pasta (Fig. 2).
Fig. 1 Endodontia do
dente 21.
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 8
Fig. 9
Fig. 10
Fig. 2 Endodontia do
dente 22.
Conclusões
Procedimento cirúrgico
Após anestesia local, foi executado um
retalho com incisão intra-sulcular associada
a duas incisões de descarga, uma em distal
do incisivo central contra-lateral e outra
em mesial do segundo pré-molar ipsilateral
(Fig. 5). No descolamento muco-periósteo
foi possível visualizar a lesão, devido ao
envolvimento da tábua óssea vestibular
(Fig. 6). De seguida, a lesão foi cuidadosamente individualizada e excisionada
em bloco, tendo sido imersa em formol a
10% para posterior análise histopatológica
(Fig. 7 e 8). Procedeu-se à ressecção do
terço apical radicular (Fig. 9). Da remoção
Fig. 5
Fig. 3 Exame radiológico
final.
Fig. 4 Aspecto e
mensuração da lesão.
A cirurgia apical é o tratamento de
eleição na remoção de processos radiculares persistentes ou de grandes dimensões em que a abordagem endodôntica
convencional é insuficiente. A indicação
cirúrgica nestes casos deve ser pautada
por critérios endodônticos, de clínica e
avaliação radiológica, associada à conveniente experiência cirúrgica do médico
dentista.
Tendo a cirurgia decorrido dentro dos
parâmetros determinados no planeamento
pré-operatório, e atendendo ao aspecto
clínico e radiológico deste caso, pode-se
arriscar, salvaguardando os resultados
do estudo histológico, um prognóstico
aparentemente favorável.
20
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Alterações da postura corporal e disfunção
da articulação temporomandibular
Filipe, M.,1 Lopes, P.,1 Louro, T.,2 Veiga, N.,2 Ribeiro, O.2
1
Alunos do curso de Medicina Dentária da UCP-CRB
2
Docentes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Durante vários anos, o estudo dos distúrbios
temporomandibulares encontrava-se associado
sempre a factores oclusais. Actualmente existem
outros factores relacionados com o aparecimento
de distúrbios temporomandibulares (DTM) havendo
a necessidade de diagnosticar e tratar a patologia com base numa organização multidisciplinar.
A postura corporal pode ser considerada como
sendo um dos factores causais da patologia da
articulação temporomandibular (ATM).
Objectivos
Pretende-se estudar a associação entre alterações
da postura corporal, DTM e dor orofacial.
Conclusão
As complexas interrelações do sistema estomatognático, regulação neuromuscular e a problemática postural corporal apontam cada vez mais
para uma interrelação causal destes factores no
problema da disfunção temporomandibular.
Bibliografia
1. Ioi H, Matsumoto R, et al. Relationship of TMJ osteoarthritis/
osteoarthrosis to head posture and dentofacial morphology.
Orthod Craniofac Res (2008) 11: 8-16.
21
Alterações da postura corporal e disfunção da articulação
temporomandibular
Introdução
Discussão
Durante vários anos, o estudo dos distúrbios temporomandibulares (DTM) encontrava-se associado sempre
a factores oclusais. Actualmente, existem outros factores
relacionados com o aparecimento de DTM, havendo a
necessidade de diagnosticar e tratar a patologia com
base numa organização multidisciplinar.
A postura corporal pode ser considerada como
sendo um dos factores causais da patologia da
articulação temporomandibular (ATM).
Postura ideal
Segundo a literatura actual pesquisada, verificou-se
que pacientes portadores de DTM apresentam alterações
importantes na postura corporal.
Hiperlordose cervical
Consiste na curvatura aumentada
da coluna vertebral a nível cervical,
podendo ser considerado como sendo
um sinal importante associado a DTM.
Alguns estudos comprovam uma maiorr
prevalência de hiperlordose cervical
em pacientes diagnosticados com DTM
(2,6).
Anteriorização da cabeça
A anteriorização da cabeça também se encontra
associada à hiperlordose cervical (1).
Posicionamento anormal dos ombros
Induz hiperactividade da musculatura cervical e
mastigatória. Um desequilíbrio na sinergia entre os
músculos mastigatórios e cervicais leva a alterações
da posição de repouso mandibular (3,5).
Causa alterações
do posicionamento
e funcionamento
mandibular
Tensão na
musculatura
mastigatória
DTM
Postura durante o sono
Um desequilíbrio destas estruturas leva a alterações
na postura e consequente patologia, nomeadamente,
ao nível da ATM (1,5).
Objectivo
Neste trabalho pretende-se estudar a associação entre
alterações da postura corporal, DTM e dor orofacial.
Estudos comprovam que o lado da postura do
paciente durante o sono é ipsilateral à ATM com
deslocamento anterior do disco. Esta associação deve
ser mais profundamente estudada de modo a verificar
uma associação mais consistente entre a postura durante
o sono e o surgimento de DTM (4).
Conclusão
As complexas interrelações do sistema estomatognático, regulação neuromuscular e a problemática postural
corporal apontam cada vez mais para uma interrelação
causal destes factores no problema da DTM.
22
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Casuística da Consulta de Prostodontia Fixa da
Clínica Universitária da Universidade Católica
Portuguesa
Esteves, H.,1 Correia, A.,2 Araújo, F.,2 Silva, A. M.2
1
Médico Dentista, Regente de Prostodontia Fixa do Curso de Medicina Dentária
2
Médico Dentista, Assistente Convidado de Prostodontia Fixa do Curso de Medicina Dentária
3
Médico Dentista, Assistente Estagiário do Curso de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A Prostodontia Fixa visa a substituição ou restauração de peças dentárias por análogos artificiais
que não são facilmente removíveis da boca do
paciente (1). Dada a exigência técnica desta Área
Disciplinar, é necessário um treino com elevado
número de horas clínicas na formação do Médico
Dentista.
Objectivos
Avaliar o desempenho clínico da área disciplinar
de Prostodontia Fixa na Clínica Universitária da
Universidade Católica Portuguesa entre 2005 e o
final do primeiro semestre de 2008.
Discussão/Conclusões
A casuística apresentada não é muito elevada
mas é nossa intenção continuar a análise sistemática dos casos tratados nesta área disciplinar.
Apesar de resolvidas em tempo adequado, importa
também determinar os factores etiológicos das
complicações encontradas.
Bibliografia
1. Rosenstiel SF, Lans MF, Fujimoto J, Contemporary Fixed
Prosthodontics, 3 ed Missouri: Mosby; 2001
23
Casuística da Consulta de Prostodontia Fixa da Clínica
Universitária da Universidade Católica
Introdução
A Prostodontia Fixa visa a substituição ou restauração de peças dentárias por análogos artificiais que
não são facilmente removíveis da boca do paciente
(1). Dada a exigência técnica desta Área Disciplinar,
é necessário um treino com elevado número de horas
clínicas na formação do Médico Dentista.
Fizeram-se 44 próteses fixas metalo-cerâmicas e 2
metálicas – Figura 3.
Objectivos
Figura 3
Avaliar o desempenho clínico da área disciplinar
de Prostodontia Fixa na Clínica Universitária da Universidade Católica Portuguesa entre 2005 e o final do
primeiro semestre de 2008.
Dos 63 dentes preparados, 37 eram vitais – Figura
4.
Nos 26 pacientes que compareceram à consulta
de controlo (correspondendo a 59% dos tratados em
Prostodontia Fixa) encontrámos duas complicações
Materiais e Métodos
Revisão dos casos clínicos tratados pelos alunos do 6º
ano no âmbito do ensino de Prostodontia Fixa do Curso
de Medicina Dentária Fixa da Universidade Católica
Portuguesa, Centro Regional das Beiras, no período
2005 e o final do primeiro semestre de 2008.
Figura 4
Resultados
Entre 2005 e o final do 1º semestre 2008 foram
observados 110 pacientes (Figura 1) dos quais 50%
não tinham indicação clínica para esta área disciplinar,
10% só compareceram à primeira consulta e 40% foram
oficialmente reabilitados com recurso a prótese fixa.
após cimentação definitiva (prematuridades oclusais)
e 4 complicações sentidas durante o tempo da reabilitação provisória (hipersensibilidade dentária). Ambas
as complicações foram atempadamente resolvidas
– Figura 5.
Figura 1 - Número e
percentagem de pacientes de cada grupo.
Figura 5
Dos tipos de trabalhos efectuados (Figura 2) 48%
foram próteses fixas com substituição de peças dentárias completas e 52% foram restaurações dentárias
parciais.
Figura 2 - Número e
percentagem de cada
tipo de prótese fixa
efectuado.
Discussão/Conclusões
A casuística apresentada não é muito elevada.
A análise sistemática será continuada nos anos lectivos
seguintes, para se poderem extrair dados conclusivos.
Relativamente às complicações encontradas, e apesar
de resolvidas em tempo adequado, importa determinar
os seus factores etiológicos.
24
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Grau de satisfação dos pacientes reabilitados
em Prostodontia Fixa na Clínica Universitária
da Universidade Católica Portuguesa. Estudo
preliminar
Correia, A.,1 Esteves, H.,2 Araújo, F.,3 Silva, A. M.3
1
Médico Dentista. Assistente Convidado de Prostodontia Fixa do Curso de Medicina Dentária
2
Médico Dentista. Regente de Prostodontia Fixa do Curso de Medicina Dentária
3
Médico Dentista. Assistente Estagiário do Curso de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A reabilitação oral em Prostodontia Fixa tem
por objectivo proporcionar o restabelecimento
das funções mastigatória, fonética e estética do
paciente. Como estas reabilitações implicam processos morosos e geram grandes expectativas para
o paciente, é importante para o Médico Dentista
verificar se o esforço e gastos dispendidos correspondem efectivamente a essas expectativas.
Objectivos
Medir o grau de satisfação dos pacientes reabilitados em Prostodontia Fixa na Clínica Universitária da Universidade Católica Portuguesa, Centro
Regional das Beiras.
Discussão/Conclusões
De acordo com os resultados, notou-se uma
tendência que poderá indicar uma avaliação
positiva em relação à satisfação dos pacientes
reabilitados com próteses fixas, sobretudo nos
factores estéticos (cor e forma).
Bibliografia
1. Pinelli LAP, Fais lmo, Marra j, Tavares da Silva rhbt, Guaglianoni DG. Grau de satisfação de pacientes portadores
de prótese parcial fixa. Revista de odontologia da UNESP
2004;33(2):87-93.
25
Grau de satisfação dos pacientes reabilitados em Prostodontia
Fixa numa Clínica Universitária. Estudo preliminar
Introdução
“Já se acostumou aos seus
novos dentes?”
“Notou alguma alteração na
alimentação?”
“Está mais fácil de comer com
os novos dentes?”
“Recebeu informações suficientes sobre o tratamento?”
“Cor –
acha que os seus dentes…”
“Comprimento –
acha que os seus dentes…”
“Acha que os seus dentes têm
a forma e a posição certas?”
“Acha que o tratamento afectou
os seus relacionamentos sociais?”
A reabilitação oral em Prostodontia Fixa tem por
objectivo proporcionar o restabelecimento das funções
mastigatória, fonética e estética do paciente. Como estas
reabilitações implicam processos morosos e geram grandes
expectativas para o paciente, é importante para o Médico
Dentista verificar se o esforço e gastos dispendidos correspondem efectivamente a essas expectativas.
Fig. 1 – Prótese Parcial Fixa efectuada em aulas clínicas de Prostodontia
Fixa na Clínica Universitária da UCP-CRB
Objectivos
Medir o grau de satisfação dos pacientes reabilitados em
Prostodontia Fixa na Clínica Universitária da Universidade
Católica Portuguesa, Centro Regional das Beiras.
Material e Métodos
Revisão dos casos clínicos tratados pelos alunos do
ciclo clínico de Prostodontia Fixa (2005-2008).
Em 2007-2008 foram efectuadas consultas de controlo,
nas quais foi realizado um inquérito de satisfação, adaptado de Pinelli (1).
Resultados
Dos 26 pacientes sujeitos a controlo, 17 responderam
ao inquérito (65,4%).
Discussão e Conclusão
Dentro das limitações do nosso estudo, notou-se uma
tendência que poderá indicar uma avaliação positiva
em relação à satisfação dos pacientes reabilitados com
próteses fixas, sobretudo nos factores estéticos (cor,
forma e posição).
26
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Acção de sensibilização na Escola Secundária
Alves Martins, Viseu
Gonçalves, J.-C.,1 Bogalheiro, M.,1 Melo, J.,1 Alves, M.,1 Figueiredo, A.,2 Veiga, N.2
1
Alunos do curso de Medicina Dentária da UCP-CRB
2
Docentes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A implementação de programas de promoção de
saúde oral nas escolas é cada vez mais importante
para instruir e motivar a comunidade para a prática de comportamentos de saúde oral correctos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que um maior conhecimento por parte das
populações de cuidados de saúde oral preventivos
leva a alterações importantes nos comportamentos
de saúde oral.
Objectivos
O nosso objectivo foi promover uma acção
de sensibilização sobre cuidados de saúde oral
a alunos do 12º ano da Escola Secundária Alves
Martins, em Viseu, que solicitaram a nossa intervenção no âmbito da Área de Projecto “Semana
da Saúde”.
Conclusões
Os resultados obtidos confirmam uma prevalência de cárie dentária moderada. Os alunos
demonstraram interesse sobre os assuntos abordados, contudo esta avaliação pode apenas ser
realizada com posteriores acções de sensibilização
de modo a verificar se há uma maior ou menor
adesão e motivação por parte destes.
Bibliografia
1. Watt RG, Marinho VC. Does oral health promotion improve
oral hygiene and gingival health? Periodontology 2000
(2005) 37: 35–47.
2. Harnett ET, Catherine S. Oral health promotion evaluation
– time for development. Community Dent Oral Epidemiol
(2001) 29: 161–6.
3. Kwan S, Petersen PE, et al. Health-promoting schools: an
opportunity for oral health promotion. Bulletin of the World
Health Organization (2005) 83(9): 677-85.
4. Petersen PE, Torres AM. Preventive oral health care and health
promotion provided for children and adolescents by the
Municipal Dental Health Service in Denmark. International
Journal of Paediatric Dentistry (1999) 9: 81-91.
5. Campus G, Lumbau A, Lai S, et al. Socio-economic and
Behavioural Factors Related to Caries in Twelve-Year-Old
Sardinian Children. Caries Res (2001) 35: 427 – 434.
6. Pine CM, Curnow MM, et al. Caries Prevalence Four Years
after the End of Randomised Controlled Trial. Caries Res
(2007) 41: 431 – 436.
27
Acção de sensibilização na Escola Secundária
Alves Martins, Viseu
Introdução
A implementação de programas de promoção de
saúde oral para a instrução e motivação da comunidade escolar é fundamental para a prática correcta de
comportamentos de saúde oral.
Resultados
Não deixa de ser importante referirmos que o pedido
veio por parte dos alunos da Escola Secundária Alves
Martins de Viseu, o que revela interesse pelos próprios
na instrução/motivação pela área da saúde oral.
O índice de CPOD total foi de 3,48 (cariados 2,32;
perdidos 0,25; obturados 0,9), num total de 139 dentes cariados, perdidos e obturados. Os dentes mais
afectados pela cárie dentária são os primeiros molares
permanentes. Esta situação indica que esta amostra tem
um índice de CPOD superior ao recomendado pela
OMS (CPOD igual ou inferior a 3) para 2000.
Objectivo
O nosso objectivo foi promover uma acção de
sensibilização sobre cuidados de saúde oral aos alunos
do 12º ano da Escola Secundária Alves Martins, em
Viseu, que solicitaram a nossa intervenção no âmbito
da Área de Projecto “Prevenção, uma solução a longo
prazo?” na campanha escolar “Semana da Saúde”.
Material e Métodos
Realizámos uma acção de sensibilização para 40
alunos que frequentavam o 12º ano na Escola Secundária Alves Martins (65,9% do sexo feminino).
Inicialmente, os alunos assistiram a uma apresentação sobre cuidados e comportamentos de saúde
oral. Seguidamente, foi avaliado o índice de CPOD
de modo a dar a conhecer aos alunos o seu estado
de saúde oral.
A observação intra-oral foi realizada por alunos do
curso de Mestrado Integrado em Medicina Dentária
da UCP, Viseu, com recurso ao espelho bucal e sonda
WHO probe.
No final cada aluno recebeu um kit composto por
escova de dentes, pastas, colutórios e um panfleto
informativo sobre saúde oral.
Conclusões
Os resultados obtidos nesta sensibilização confirmam
uma prevalência de cárie dentária moderada.
Os alunos demonstraram interesse sobre os assuntos
abordados, contudo esta avaliação pode apenas ser
realizada com posteriores acções de sensibilização de
modo a verificar se há uma maior ou menor adesão
e motivação por parte destes.
28
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Avaliação da saúde oral numa população rural
Barata, C.,1 Veiga, N.,2 Figueiredo, A.,2 Santos, L.2
1
Aluna do curso de Medicina Dentária da UCP-CRB
2
Docentes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Existem em Portugal deficiências ao nível da
saúde oral nas nossas populações, o que demonstra
a necessidade de existirem programas de promoção
de saúde oral entre a comunidade escolar.
Objectivos
Os objectivos definidos para esta acção de sensibilização foram os seguintes: ajudar a modificar
as práticas/hábitos de higiene oral; alertar para
a importância de hábitos de higiene oral com o
intuito de prevenir doenças orais; alertar para
a importância de efectuar uma correcta higiene
oral desde cedo; fomentar hábitos alimentares
saudáveis; incentivar a ida ao médico dentista
com periodicidade; fazer dos filhos pontes privilegiadas de mudança de atitudes junto do seu
núcleo familiar e avaliar o nível de saúde oral em
crianças dos 6 aos 12 anos.
Conclusões
Torna-se imprescindível a implementação de
programas de promoção de saúde oral nas escolas
de modo a permitir uma melhoria dos níveis
de saúde oral das crianças. Este tipo de acção
de sensibilização permite melhorar a motivação
da comunidade para a saúde oral e realizar a
incrementação dos níveis de conhecimentos acerca
de cuidados higiénicos, quer nas crianças, quer
nos seus encarregados de educação.
Bibliografia
1. Bratthall D, Ansel Gp. (2005). Cariogram – a multifactorial risk
assessment model for a multifactorial disease. Community
Dentistry and Oral Epidemiology (2005).
2. Gushi Ll, Soares Mc. Forni Tb, Vieira V, Wada Rs, Sousa M.
Relathionship between dental cáries and sócio-economic
factors in adolescents. Journal of Applied Oral Science
(2005). Brasil.
3. Petersen Pe, Peng B, Tai B, Bian Z, Fan M. Effect of a schoolbased oral health education programme in Wuhan City,
Peoples Republic of China. International Dental Journal
(2004). China.
4. Petersen Pe, Kwan S. Evaluation of community – based
oral health promotion and oral disease prevention – WHO
recommendations for improved evidence in public health
practice. Community Dental Health (2004). Suíça.
5. Almeida Cm, Petersen Pe, André Sj. Toscano A. Changing
oral health status of 6- and 12-year-old schoolchildren in
Portugal, in Community Dental Health (2003) 20: 211216.
6. Petersen Pe, Esheng Z. Dental caries and oral health behaviour situation of children, mothers and schoolteachers in
Wuhan, People’s Republic of China. International Dental
Journal (1998). China
29
Avaliação da saúde oral numa população rural
Introdução
A escola é um local ideal para a promoção da saúde oral. Na
idade escolar passa-se de criança para adolescente e estes são os
estágios que mais influenciam a vida das pessoas, no que respeita
aos comportamentos relacionados com a saúde oral. As crianças
estão particularmente receptivas durante este período e quanto
mais cedo forem estabelecidos os hábitos, por mais tempo se
prolonga o seu impacto.
No âmbito da escolaridade obrigatória, pareceu-nos importante
ter a família e a escola implicados neste projecto, pois são as
principais instituições de socialização das crianças.
Figura 2: Algumas das passagens
na sessão para os pais.
Objectivos
• Realçar as potencialidades da relação Escola-Família;
• Ajudar a modificar as práticas/hábitos de higiene oral;
• Alertar para a importância de hábitos de higiene oral para a
prevenção de doenças orais;
• Alertar para a importância de efectuar uma correcta higiene
oral desde cedo;
• Fomentar hábitos alimentares saudáveis;
• Incentivar a ida ao Médico Dentista com periodicidade;
• Fazer dos filhos pontes privilegiadas de mudança de atitudes
junto do seu núcleo familiar.
Material e Métodos
A implementação e aplicação do inquérito com antecedência à
população escolar foi preponderante para a concepção das sessões
dinamizadas, pois, através dele, pudemos direccionar as sessões de
acordo com as dúvidas apresentadas, desde cronologia de erupção
de dentes decíduos e permanentes, a técnicas de escovagem e
manuseamento do fio dentário, passando por algumas sugestões
acerca de alimentação saudável.
Foram efectuadas duas sessões diferentes, uma em horário
escolar com as crianças e outra em horário pós-laboral com os
encarregados de educação.
O estudo efectuado foi um estudo piloto, com uma amostra
de 32 crianças, de um total de 41 (19 do sexo feminino e 22 do
sexo masculino), da Escola do 1º Ciclo de Ensino Básico (CEB)
de Sarzedo, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.
Foram avaliados o Índice CPOD, cpod e o Índice de placa de
O’Leary. A cada criança foram distribuídas uma escova de dentes,
pasta dentífrica, raspadores de língua e os folhetos com os tópicos
essenciais para uma correcta higiene oral.
Resultados
O índice CPOD foi de 0,5 e o índice cpod foi de 2,05. O índice
de placa de O’Leary apresentou um valor médio de 16,5%.
Houve uma óptima adesão por parte de todas as pessoas
envolvidas: inicialmente havíamo-nos autoproposto para fazer esta
acção (no passado ano lectivo) e este ano foram os professores
que nos solicitaram a continuação do trabalho; os pais aderiram
de forma mais consistente este ano comparativamente ao ano
passado, quer no âmbito do preenchimento dos inquéritos (80%
contra os 61% em 2007) quer também da procura de cuidados
de saúde oral.
Figura 3: Gráficos sobre a adesão dos pais ao projecto em 2007 e 2008,
respectivamente.
Conclusões
Figura 1: Algumas passagens na
sessão com as crianças.
Torna-se imprescindível a implementação de programas de
promoção de saúde oral nas escolas de modo a permitir uma
melhoria dos níveis de saúde oral das crianças. Este tipo de acção
de sensibilização permite melhorar a motivação da comunidade para
a saúde oral e realizar a incrementação dos níveis de conhecimentos
acerca de cuidados higiénicos, quer nas crianças, quer nos seus
encarregados de educação.
30
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Exérese de odontoma complexo. Caso clínico
Lopes, J.,1 Araújo, S.,1 Lopes, J.,2 Silva, A.,3 Almeida, B.,4 Silva, S.1
1
Alunos do Curso de Medicina Dentária
2
Professor Regente das áreas de Medicina Oral e Patologia Oncológica do Curso de Medicina Dentária
3
Professor Regente da área de Cirurgia Oral do Curso de Medicina Dentária
4
Assistente Convidado da área de Cirurgia Oral do Curso de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
O odontoma é um tumor de origem odontogénica constituído por todos os tecidos dentários:
esmalte, dentina, cemento e polpa formando uma
massa que, morfologicamente se assemelha a um
dente ou não, denominando-se respectivamente
odontoma composto ou odontoma complexo.
Ocorrem normalmente antes dos 20 anos de idade
estando associados a dente(s) não erupcionado(s).
O odontoma complexo é mais comum na região
posterior da mandíbula, assintomático e radiograficamente identifica-se uma massa volumosa
calcificada, circundada por estreita linha radiopaca
com espaços radiotranslúcidos no seu interior.
O odontoma composto apresenta-se mais
frequentemente na região anterior do maxilar
superior, sob a forma de dente ou dentículos.
Objectivos
Os autores propõem-se a apresentar um caso
clínico, raro pela sua dimensão, de uma paciente
saudável da Clínica Universitária, de 47 anos, apresentando pontualmente sintomatologia dolorosa
na região mandibular esquerda.
Conclusão
O diagnóstico clínico e imagiológico, seguido de
intervenção cirúrgica e exame anátomo-patológico
sistemático da peça, constitui a adequada atitude
terapêutica neste tipo de patologia.
31
Exérese de odontoma complexo. Caso clínico
Procedimento Cirúrgico e Follow up:
Introdução
O odontoma é um tumor de origem odontogénica constituído
por todos os tecidos dentários: esmalte, dentina, cemento e polpa
formando uma massa que, morfologicamente se assemelha a
um dente ou não, denominando-se respectivamente odontoma
composto ou odontoma complexo1,2 .
Ocorrem normalmente nas duas primeiras décadas de vida
estando associados a dente(s) não erupcionado(s)3. O odontoma
complexo é mais comum na região posterior da mandíbula,
assintomático e radiograficamente identifica-se uma massa
volumosa calcificada, circundada por estreita linha radiopaca
com espaços radiotranslúcidos no seu interior 4,5,6,7,.
O odontoma composto apresenta-se mais frequentemente
na região anterior do maxilar superior, sob a forma de dente
ou dentículos5,6,7,8.
Fig. 1
Fig. 2
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Anestesia loco-regional;
Retalho muco-periósteo com descarga distal;
Osteotomia com exposição do odontoma (Fig. 8);
Osteotomia circular conservadora das corticais, com remoção
de estrutura periférica do odontoma;
Secção do odontoma;
Luxação do odontoma;
Exérese do odontoma (Fig. 9) e envio para exame anátomopatológico;
Regularização do bordo ósseo e irrigação da cavidade cirúrgica
(Fig.10);
Sutura simples 2.0;
Ortopantomografia de controlo imediato (Fig. 11);
Controlo pós-operatório após uma semana e após um mês,
com presença de comunicação com a cavidade oral, em
consequência da ruptura da sutura (Fig. 12).
Fig. 8
Fig. 3
Fig. 9
Fig. 4
Fig. 11
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 10
Discussão e Conclusão
Objectivo
Apresentação de um caso clínico, raro pela sua dimensão
e localização5,6,7,8, de uma paciente saudável da Clínica Universitária, de 47 anos com sintomatologia dolorosa pontual na
região posterior esquerda da mandíbula..
Metodologia
O diagnóstico foi realizado através de exame clínico, ortopantomografia, radiografia periapical, T.A.C. e exame anátomopatológico.
Exérese da lesão no bloco operatório da Clínica Universitária,
pelos docentes, sob anestesia local.
Pela dimensão, localização (Figs. 2, 3) e sintomatologia
consideramos a remoção cirúrgica a melhor terapêutica.
O diagnóstico diferencial entre odontoma composto e odontoma complexo deverá ser feito com outras lesões odontogénicas
mistas, nomeadamente o quisto odontogénico calcificante,
fibro-odontoma ameloblástico e odontoameloblastoma.
O caso clínico, identificava-se como odontoma complexo no
que diz respeito à imagiologia (Figs. 3, 4, 5, 6, 7) e anatomia,
no entanto o exame anátomo-patológico (Figs. 13, 14) veio
confirmar a aparência macroscópica de odontoma composto
(Figs. 8, 9).
O diagnóstico clínico e imagiológico, seguido da exérese do
tumor e exame anátomo-patológico sistemático da peça, constitui
a adequada atitude terapêutica neste tipo de patologia7, 8, 9.
Fig. 12
Fig. 13
Fig. 14
32
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Mesiodentes. Diagnóstico clínico e radiológico
Cardoso, Á.,1 Lima, T.,1 Morais, J.,1 Dias, R.,1 Borges, T.,2 Carvalho, Á.3
1
Aluno do 3.º Ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
2
Assistente Convidado da Área Disciplinar de Cirurgia Oral do Mestrado Integrado em Medicina Dentária
3
Assistente Convidada da Área Disciplinar de Ortodontia
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Os dentes supranumerários são dentes suplementares da dentição. A prevalência de dentes
supranumerários situa-se entre 0,15 e 3,9% (1).
O mesiodente constitui mais de 50% dos dentes
supranumerários, localiza-se na região interincisiva
maxilar, apresentando-se na forma individual
ou múltipla (2). O trajecto eruptivo destes dentes pode estar invertido, com uma direcção de
erupção em relação à cavidade nasal ou aos
seios maxilares (1-4). Os mesiodentes podem
ser classificados com base na sua ocorrência na
dentição permanente (mesiodentes rudimentares),
que apresentam forma anormal e dimensões
reduzidas em relação aos dentes normais; ou na
dentição decídua (mesiodentes suplementares),
que se assemelham aos dentes naturais e também de acordo com a sua morfologia (cónica,
tuberculada e molariforme) (3).
Objectivos
Com este trabalho pretendeu-se realizar uma
revisão bibliográfica sobre o tema, corroborada
com a apresentação de um caso clínico relacionado.
Conclusão
Apesar dos dentes supranumerários permanecerem frequentemente assintomáticos, podem estar
associados a complicações diversas. Na tentativa
de as evitar ou minimizar, um diagnóstico diferencial precoce assume uma importância crucial. Os
exames de diagnóstico radiográfico são, neste tipo
de patologias, uma ferramenta fundamental para
uma avaliação correcta das alterações descritas e
complicações associadas.
Bibliografia
1. Van Buggenhout G, Bailleul-Forestier I. Mesiodens. Eur J
Med Genet. 2008
2. Kim SG, Lee SH. Mesiodens: a clinical and radiographic
study. J Dent Child (Chic). 2003 Jan-Apr;70(1):58-60.
3. Russell KA, Folwarczna MA. Mesiodens--diagnosis and
management of a common supernumerary tooth. J Can
Dent Assoc. 2003 Jun;69(6):362-6. Review.
4. Asaumi JI, Shibata Y, Yanagi Y, Hisatomi M, Matsuzaki H,
Konouchi H, Kishi K. Radiographic examination of mesiodens and their associated complications. Dentomaxillofac
Radiol. 2004 Mar;33(2):125-7.
5. Ersin NK, Candan U, Alpoz AR, Akay C. Mesiodens in
primary, mixed and permanent dentitions: a clinical
and radiographic study. J Clin Pediatr Dent. 2004 Summer;28(4):295-8.
6. Costa Pinho TM, Figueiredo Pollmann MC. Study of the
frequency and the features of supranumerary teeth found
in one Portuguese population. Bull Group Int Rech Sci
Stomatol Odontol. 2004 May-Dec;46(2-3):52-62.
33
Mesiodentes. Diagnóstico clínico e radiográfico
Introdução
Os dentes supranumerários são dentes suplementares da dentição. A prevalência de dentes
supranumerários situa-se entre 0,15 e 3,9% (1).
O mesiodente constitui mais de 50% dos dentes
supranumerários, localiza-se na região interincisiva
maxilar, apresentando-se na forma individual ou
múltipla (2). O trajecto eruptivo destes dentes pode
estar invertido, com uma direcção de erupção em
relação à cavidade nasal ou aos seios maxilares
(1-4). Os mesiodentes podem ser classificados com
base na sua ocorrência na dentição permanente
(mesiodentes rudimentares), que apresentam forma
anormal e dimensões reduzidas em relação aos
dentes normais; ou na dentição decídua (mesiodentes
suplementares), que se assemelham aos dentes
naturais e também de acordo com a sua morfologia
(cónica, tuberculada e molariforme) (3).
A radiografia panorâmica, a radiografia oclusal e
a radiografia periapical são exames complementares
de diagnóstico imprescindíveis no estabelecimento
desta anomalia (3). A utilização da tomografia computorizada, baseada em cortes axiais e coronais
constitui uma outra modalidade válida de diagnóstico
complementar,4 facultando imagens tridimensionais
das estruturas anatómicas.
Fig. 1. Alteração do trajecto
eruptivo do dente 21.
Fig. 2. Radiografia Panorâmica inicial.
Objectivos
Com este trabalho pretendeu-se realizar uma
revisão bibliográfica sobre o tema, corroborada com
a apresentação de um caso clínico relacionado.
Fig. 3. Radiografia periapical
Fig. 4. Radiografia oclusal
Material e Métodos
Pesquisa na Medline® com as seguintes palavras-chave: “mesiodens”, “incisor abnormalities” e “supernumerary AND diagnosis”, limitada a publicações de
Medicina Dentária, língua Inglesa, indexadas, entre
o ano de 2003 a 2008.
Discussão
O diagnóstico do mesiodente reside fundamentalmente no exame clínico e no exame radiográfico.
A presença de alterações no trajecto eruptivo dos
incisivos maxilares (Fig. 1.), a presença de rotações
e inclinações dentárias na região incisiva maxilar
exige a pesquisa da eventual presença de dentes
supranumerários na pré-maxila (3,5,6). A palpação
na região interincisiva e a inspecção visual são
também procedimentos elementares.
Fig. 5. Corte Axial da Tomografia
Computorizada.
Fig. 6. Cortes Coronais da
Tomografia Computorizada.
Conclusão
Apesar dos dentes supranumerários permanecerem frequentemente assintomáticos, podem estar
associados a complicações diversas. Na tentativa
de as evitar ou minimizar, um diagnóstico diferencial precoce assume uma importância crucial. Os
exames de diagnóstico radiográfico são, neste tipo
de patologias, uma ferramenta fundamental para
uma avaliação correcta das alterações descritas e
complicações associadas.
34
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Indução cirúrgica de caninos maxilares retidos
Frazão, S.,1 Dias, R.,1 Dias, V.,1 Silva, S.,1 Almeida, B.,2 Silva, A.3
1
Aluno(a) do 3.º ano do Curso de Medicina Dentária
2
Assistente Convidado da área de Cirurgia Oral
3
Professor Regente da área de Cirurgia Oral do Curso de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A exploração radiológica com predictibilidade
de possível retenção de caninos maxilares deve ser
realizada depois dos 10-11 anos. Posteriormente
devemos realizar exame clínico com palpação da
possível saliência vestibular. Caso não se identifique, será indicador de possível retenção ou desvio
da trajectória de erupção. Depois de confirmada
a indicação para indução cirúrgica excisa-se um
anel de mucosa (ou o decíduo caso exista) e
realiza-se osteotomia (caso exista recobrimento
ósseo) com exposição da coroa do canino, com
colocação ou não de cimento cirúrgico, de forma
a permitir erupção espontânea. Os factores determinantes do sucesso desta intervenção são: ápice
incompletamente formado, inclinação do eixo do
dente, idade e espaço na arcada dentária.
Objectivos
Os autores propõem-se a abordar o diagnóstico,
a técnica cirúrgica e o prognóstico da indução
cirúrgica de caninos maxilares retidos.
Conclusão
A indução cirúrgica suportada por um diagnóstico e procedimento cirúrgico correcto, se no
timing certo permite a erupção espontânea do
dente retido.
Bibliografia
1. Abron A., Mendro Ryan L., Kaplan S. Impacted Permanent
maxillary canines: diagnosis and treatment. Columbia Dental
Review 2004: 9: 15-22
2. Patrick F., Mcsherry B.A. The ectopic maxillary canine:
A Review. British Journal of Orthodontics. Vol. 25/3/1998,
p. 209-216.
3. Jarjoura K. Crespo P. Fine JB. Maxillary canine impactions:
orthodontic and surgical management. Compedium of
Continuing Education in Dentistry 2002. 23(1):23-26.
4. Richerdson G RK. A review of impacted permanent
maxillary cuspids. Diagnosis and prevention. Journal of
the Canadian Dental Association 2000. 66(9):497-501.
5. Felsenfeld AL, Aghaloo T. Surgical exposure of impacted teeth. Oral Maxillofac Surg Clin North Am. 2002
May;14(2):187-99.
6. Cooke J, Wang HL. Canine impactions: incidence and
management. Int J Periodontics Restorative Dent. 2006
Oct;26(5):483-91.
7. Abron A, Mendro RL, Kaplan S. Impacted permanent
maxillary canines: diagnosis and treatment. N Y State
Dent J. 2004 Dec;70(9):24-8.
35
Indução Cirúrgica de Caninos Maxilares Retidos
Caso Clínico
Introdução
A retenção de caninos permanentes maxilares afecta 1 a 2%
da população em geral, sendo o segundo tipo de retenção mais
frequente.
Um diagnóstico precoce permite reduzir possíveis complicações. É
conveniente determinar o grau de retenção com o auxílio da a história
clínica, inspecção visual, palpação e exame radiológico. 1,2
Existem essencialmente três métodos de exposição e alinhamento
do canino:2
Paciente do sexo feminino, com 16 anos; presença dos
dentes 53 e 63 na arcada dentária; mobilidade no dente 63 e
retenção dos dentes 13, 23 e 43.
Exposição cirúrgica do dente e erupção espontânea
Exposição cirúrgica do dente e tracção
Exposição cirúrgica do dente com recobrimento da coroa com
mucosa e tracção
Esta apresentação tem como objectivos abordar o diagnóstico e
técnica cirúrgica aplicados à indução cirúrgica de caninos maxilares
retidos.
Material e Métodos
Pesquisa na Medline® com as palavras-chave “impacted canine
management”,“surgical exposure AND impacted canines” e “spontaneous eruption AND impacted canines”, limitada a revistas de
Medicina Dentária, língua Inglesa; complementada com apresentação
de um caso clínico.
Fig. 3 – Raio-x Panorâmico.
Fig. 4 – Raio-x
Periapical, dente 13.
Fig. 5– Raio-x
Periapical, dente 23.
Ápice quase completamente formado
Indução cirúrgica dos dentes 13 e 23:
Anestesia por bloqueio loco-regional;
Extracção dos dentes 53 e 63;
Retalho em envelope;
3. Osteotomia com broca esférica em peça de mão com
exposição da coroa do dente 13; no dente 23 remoção do
septo ósseo com exposição;
4. Luxação dos dentes 13 e 23;
5. Colocação de cimento cirúrgico no dente 13;
6. Encerramento com sutura.
Discussão
O médico dentista deve suspeitar de uma possível retenção
quando o canino permanente não o respeita o timing normal
de erupção ou se a palpação indica uma assimetria do padrão
eruptivo (2).
A avaliação radiológica deve ser implementada sempre que a
palpação é inconclusiva (1,3-5). No entanto, há que ter em conta
que o exame radiológico realizado antes dos 10/11 anos tem um
baixo valor de diagnóstico (2).
A decisão terapêutica deve ser tomada tendo em conta vários
aspectos (1-6):
• Estado de formação do ápice;
• Idade do paciente;
• Causa da retenção;
• Inclinação do eixo do dente;
• Presença ou não de reabsorção radicular dos incisivos adjacentes;
• Existência de espaço na arcada ou a possibilidade de o
obter;
• Existência de patologia associada (local, regional ou geral);
• Estado geral da dentição.
Fig. 4 – Fotografia Intra-Oral
Fig. 5 – Extracção do dente 13.
Fig. 6 – Luxação do dente 13.
Fig. 7 – Colocação do cimento
cirúrgico no dente 13.
Fig. 8– Extracção do dente 23.
Fig. 9 – Luxação do dente 23.
Factores Desfavoráveis 1-6
•
•
•
•
•
Ápice completamente formado;
Inclinação superior a 45o;
Anquilose;
Dilaceração;
Proximidade à linha média.
Factores Favoráveis 1-6
• Ápice incompletamente formado;
• Idade jovem (10-13 anos);
• Direcção e inclinação de erupção correctas .
Fig. 2 – Factores determinantes no sucesso ou fracasso da indução cirúrgica.
Fig. 10 – Dentes 53 e 63.
Conclusão
A indução cirúrgica suportada por um diagnóstico e procedimento cirúrgico correcto, se no timing certo, permite a erupção
espontânea do dente retido. Caso não se verifique, deverá ficar
sempre em aberto a possível tracção ortodôntica.
36
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Critérios de selecção de brocas de osteotomia
em cirurgia oral
Silva, M.,1 Taveira, J.,1 Monteiro, J.,1 Pinto, F.,1 Figueiredo, C.,1 Policarpo, F.1
1
Aluno (a) do 4.º ano do Curso de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Nas intervenções de Cirurgia Oral pode ser
necessário eliminar tecido ósseo com o objectivo
de aceder à área patológica como, por exemplo, um quisto intra-ósseo ou elemento dentário
incluso. Este procedimento chamado osteotomia,
deve ser realizado minimizando o traumatismo do
tecido ósseo circundante.
Objectivos
Os autores propõem uma selecção de brocas
de osteotomia adequadas à cirurgia oral.
Conclusão
A selecção adequada das brocas de osteotomia em Cirurgia Oral permite uma intervenção
atraumáutica, selectiva e conservadora evitando
complicações intra e pós-operatórias.
Bibliografia
1. Peterson, Larry J. et al, Contemporary Oral and Maxillofacial
Surgery, Mosby – Year Book Inc., 2005;
2. Donoff, R. Bruce et al, Manual of Oral and Maxillofacial
Surgery, Mosby - Year Book Inc., 2005;
3. Donado, M.et al, Cirurgia Bucal - Patologia e técnica, Masson;
4. Escoda, Cosme Gay, et al Odontologia - Tratado de Cirurgia
Bucal – Tomo 1, Ergon Ediciones, 2006.
37
Critérios de selecção de brocas de osteotomia em cirurgia oral
Introdução
Nas intervenções de Cirurgia Oral pode ser necessário remover
tecido ósseo com o objectivo de aceder à área patológica
(1) como, por exemplo, um quisto intra-ósseo ou elemento
dentário incluso. Este procedimento designado osteotomia,
deve ser selectivo, conservador e atraumático para o tecido
ósseo circundante.
Em Cirurgia Oral a osteotomia pode ser realizada de forma
isolada ou associada a odontosecção, logo a escolha do material
rotatório a utilizar depende do acto clínico.
Actualmente, utilizam-se na prática clínica brocas de aço,
tungsténio e cerâmica.
As brocas em cerâmica, consideradas inovadoras pelas
suas propriedades físico-químicas apresentam as seguintes
características (8):
• Biocompatibilidade;
• Não contêm metal;
• Não sofrem corrosão;
• Alta capacidade de corte;
• Boas propriedades de perfuração;
• Desenho especial das ranhuras da ponta activa, permitindo
uma osteotomia com pouca vibração e condução exacta do
movimento de corte;
• Redução conservadora e suave do osso a cortar;
Apesar das vantagens das brocas cerâmicas, a relação custo-benefício bem como a limitação de oferta permitem que as
brocas de tungsténio continuem a ser as mais utilizadas na
prática clínica.
A
B
C
FIG.1 A/B/C – Brocas
esféricas de tungsténio (1,5; 3 e 5 mm
de Ø)
D
E
FIG.2 D/E – Brocas
esféricas de cerâmica
(2,3 e 3,1 mm de Ø)
FIG.3 – Brocas
fissuradas de cerâmica
e tungsténio
FIG.4 – Osteotomia com brocas de peça de mão
Contra-Ângulo:
Instrumento com alto torque, baixa rotação (20.000 rpm)
para utilizar sempre que não exista acessibilidade para a peça
de mão (1,2,3,4,5,6,7).
Objectivos
Os autores baseando-se na experiência clínica dos docentes
de Cirurgia Oral do Curso de Medicina Dentária da Universidade
Católica Portuguesa – Centro Regional das Beiras, apresentam
um grupo restrito de brocas a utilizar na osteotomia para cada
instrumento rotativo.
Discussão
São vários os critérios a ter em conta na selecção de brocas
de osteotomia em Cirurgia Oral (3):
CRITÉRIOS
•
•
•
•
•
•
Qualidade/Quantidade de osso
Experiência do Operador
Material da ponta activa
Instrumento rotativo
Tamanho/diâmetro da broca
Estrutura dentária
Peça de Mão
Instrumento de eleição em Cirurgia Oral, devido ao seu
elevado torque e baixa rotação (20.000 rpm) (1,2,3,4,5,6,7)
FIG.5 – Broca
fissurada de
tungsténio
FIG.6 – Brocas
esféricas de
tungsténio
FIG.7 – Broca
esférica de
cerâmica
FIG.8 – Broca
fissurada de
cerâmica
Brocas de Turbina:
Instrumento rotativo de alta rotação
(300000-400000 rpm), e baixo torque;
apenas deverá ser utilizado por profissionais com experiência cirúrgica, em
casos de odontosecção/osteotomia.
FIG.9 – Brocas fissuradas
de tungsténio para odontosecção e osteotomia
Conclusão
Respeitando os critérios de selecção, é possível obter um
broqueiro cirúrgico selectivo com capacidade para fazer face
às intervenções de Cirurgia Oral.
As brocas apresentadas traduzem a experiência clínica dos
docentes de Cirurgia Oral, sendo suficientes para a resolução de
todas as intervenções de osteotomia, no consultório dentário.
38
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Próteses fixas dento-implanto-suportadas.
O estado actual
Silva, A. M.,1, Araújo, F.,1 Correia, A.,2 Esteves, H.1
1
Médico Dentista, Docente Colaborador da Área Disciplinar de Prostodontia Fixa
2
Médico Dentista, Docente Responsável da Área Disciplinar de Prostodontia Fixa
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Actualmente, a reabilitação oral de pacientes
com edentulismo parcial, pode ser efectuada com
recurso a próteses fixas suportadas por dentes
naturais e implantes.
Objectivos
Neste trabalho pretende-se efectuar uma revisão
da literatura científica sobre o estado actual das
próteses fixas dento-implanto-suportadas.
Bibliografia
1. Kronström M, Trulsson M, Söderfeldt, B; Patient Evaluation
of treatment with fixed prostheses supported by implants or
a combination of teeth and implants – Journal of Prosthodontics, Vol. 13, N.º 3, 2004,160-165;
2. Naert I, Duyck J, Hosny M, van Steenberghe D; Freestanding
and tooth-implant connected prostheses in the treatement of
partially edentulous patients. Part I: An up to 15-years clinical
evaluation – Clin. Oral Impl. Res. 12, 2001, 237-244;
3
Lin C-L, Chang S-H, Wang J-C; Finite element analysis of
biomechanical interactions of a tooth-implant splinting
system for various bone qualities – Chang Gung Med J, 29,
2006, 143-153;
4
Lin C-L, Wang J-C, Chang W-J; Biomechanical interactions
in tooth-implant-supported fixed partial dentures with variations in the number of splinted teeth and connector type: a
finite element analysis – Clin. Oral Impl. Res. , 2007;
5
Ochiai K T, Ozawa S, Caputo A, Nishimura R D; Photoelastic
stress analysis of implant-tooth connected prostheses with
segmented and nonsegmented abutments – The Journal
of Prosthetic Dentistry, Volume 89, Number 5, 2003, 495-502;
6
Pjetursson B E, Brägger U, Lang N P, Zwahlen M; Comparison
of survival and complication rates of tooth-supportes fixed
dental prostheses (FDPs) and implant-supported FDPs and
singlr crowns (SCs) – Clin. Oral Impl. Res. 18 (Suppl. 3), 2007,
97-113;
7
Lindh T, Bäck T, Nyström E, Gunne J; Implant versus toothimplant supported prostheses in the posterior maxilla: a
2-year report – Clin. Oral Impl. Res. 12, 2001, 441-449;
8
Gross M, Laufer B-Z; Splinting osseointegrated implants
and natural teeth in rehabilitation of partially edentulous
patients. Part I: Laboratory and clinical studies – Journal of
Oral Rehabilitation 24, 1997, 863-870;
9
Nickenig H-J, Schäfer C, Spiekermann H; Survival and complications rates of combinated tooth-implant-supported fixed
partial dentures - Clin. Oral Impl. Res. 17, 2006, 506-511.
Conclusão
A combinação de implantes e dentes naturais
numa reabilitação protética parece ser um tratamento seguro e com prognóstico favorável desde
que sejam correctamente avaliadas as condições
intra-orais existentes. Da bibliografia consultada
não se verificaram diferenças significativas entre
a taxa de sucesso clínico das prótese implanto-suportadas e as implanto-dento-suportadas. No
entanto, até serem determinadas objectivamente
essas condições orais, algumas reservas devem ser
tomadas no emprego deste tipo de tratamento.
39
Próteses Fixas Dento-Implanto-Suportadas. O Estado Actual
Introdução
Actualmente, a reabilitação oral de pacientes com
edentulismo parcial, pode ser efectuada com recurso a
próteses fixas suportadas por dentes naturais, implantes
ou dentes e implantes, constituindo neste último caso as
próteses fixas dento-implanto-suportadas (1).
Discussão
As próteses fixas dento-implanto-suportadas providenciam um aumento da capacidade mastigatória, melhor
conforto oral, e principalmente um aumento na satisfação e
qualidade de vida dos pacientes com edentulismo parcial.
Todavia, a complexidade das interacções biomecânicas
estabelecidas entre dente pilar e implante exige uma
avaliação cuidada de vários factores: saúde periodontal,
distância implante – dente pilar, tipo de osso presente,
configuração da infra-estrutura a utilizar, distribuição
oclusal e tipo de conexão dente-implante (1,5).
Fig. 1 – Prótese Fixa Dento-Implanto Suportada no Maxilar Superior.
Estrutura Metalo-Cerâmica suportada por quatro dentes naturais e
dois implantes. (imagem gentilmente cedida pelo Dr. Manuel Neves)
Desde o aparecimento dos implantes dentários que
a sua combinação com dentes naturais gerou uma certa
relutância, devido à anatomo-fisiologia das estruturas
envolventes: enquanto um dente natural apresenta ligamento periodontal com receptores proprioceptivos que
providenciam informação acerca das forças que atingem
individualmente o dente, um implante estabelece uma
relação de anquilose com o osso alveolar (1,2). Estas
diferenças podem causar sérios problemas numa prótese
fixa, tais como perda da retenção do pilar do implante,
intrusão do dente natural, fractura do implante ou da
prótese, perda de osteointegração ou perda de osso
na zona peri-implantar, devido à sobrecarga sentida no
implante (3,4).
Objectivos
Neste trabalho pretende-se efectuar uma revisão da
literatura científica (Medline®) sobre o estado actual das
próteses fixas dento-implanto-suportadas.
Material e Métodos
1. Palavras-Chave: "Dental Implants"[Mesh] AND
"Tooth"[Mesh]) AND "Denture, Partial, Fixed"[Mesh].
2. Limites: Dental Journals, desde 1990.
Foram selecionados artigos de revisão, estudos clínicos
e estudos “in vitro”.
Realizou-se um levantamento do número total de
próteses dento-implanto-suportadas efectuadas, verificando
se a opinião dos estudos é favorável ou desfavorável a
este tipo de tratamento.
Fig. 2 – Prótese Fixa Dento-Implanto-Suportada. Estrutura MetaloCerâmica suportada por quatro dentes naturais e dois implantes.
(imagens gentilmente cedida pelo Dr. Manuel Neves)
AUTORES ESTUDO
Kronström LongituM et al.
dinal
Naert I
Cohort
et al.
Nickenig
H-J et al.
Lindh T Longituet al.
dinal
Pjetursson
BE et al.
Revisão
de
literatura
N.º
PAC.
N.º
PROT.
21
21
123
123
83
84
26
52
2 anos
–
–
≥5 anos
FOLLOW-UP
8,1 anos
(média)
6,5 anos
(média)
4,73 anos
(média)
TAXAS DE
SUCESSO
Resultados similares
para PDIS e PIS
PDIS: 94,9%; PIS:
98,4%
PDIS: 90% (5 anos);
87% (8 anos)
PDIS: 96% ; PIS:
95%
5 anos: PDIS:
95,5%; PIS: 95,2%
10 anos: PDIS:
77,8%; PIS: 86,7%
Discussão e Conclusão
Em função dos resultados apresentados na Tabela
1, a combinação de implantes e dentes naturais numa
reabilitação protética parece ser um tratamento seguro,
e com prognóstico favorável, desde que sejam correctamente avaliadas as condições intra-orais existentes. Da
bibliografia consultada (1-9) não se verificaram diferenças
significativas entre a taxa de sucesso clínico das prótese
implanto-suportadas e as implanto-dento-suportadas.
Dado o seu carácter multifactorial, importa determinar
objectivamente que factores influenciam o sucesso clínico,
pelo que algumas reservas devem ser tomadas nestes
tratamentos.
40
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Ecologia microbiana do biofilme oral e pH
Lopes P.1, Filipe M.1, Sequeira S.1, Veiga N.2, Correia M. J.3
1
Ciclo Clínico, Centro Regional das Beiras, UCP, Viseu
2
Médico dentista licenciado pela UCP-Viseu
3
Ciclo de Estudos Biomédicos
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A cavidade oral é um complexo ecossistema
onde co-habita uma microflora extremamente
diversificada que se organiza numa comunidade de
biofilmes. Estes são definidos como comunidades
de microrganismos aderidos a uma superfície e
envoltos numa matriz de exopolissacarídeos autoproduzida. Como em todas as comunidades de
seres vivos há factores que controlam a abundância
relativa de cada uma das espécies que compõem
o biofilme oral. As perturbações no equilíbrio
estabelecido entre as várias espécies que compõem
o biofilme oral estão na base de patologias como
a cárie e a periodontite (Hipótese ecológica da
placa bacteriana).
Um dos factores amplamente documentado
como tendo efeitos drásticos no equilíbrio entre os
vários componentes do biofilme oral é o pH.
mutans e Lactobacillus. Enquanto se verifica um
aumento 4-10 vezes superior na quantidade de
Lactobacillus, o Streptococus mutans não aumenta
significativamente, sugerindo que as alterações
estruturais provocadas por este são causadas,
não pela quantidade, mas sim por aumento dos
factores de virulência. As alterações que ocorrem
dependem da frequência da exposição, da concentração e do tipo de glúcido.
Bibliografia
1
Garcia-Godoy, F., Hicks, J., Maintaining the integrity of
the enamel surface – the role of dental biofilm, saliva
and preventive agents in enamel demineralization and
remineralization (2008) JADA; 139; 25-34
2
Cury, J.A., Marques, A. S., Tabchoury, C. M., Del Bel Cury, A.
A., Composition of dental plaque formed in the presence
of sucrose and after its interruption (2003) Braz Dent J; 14
(3): 147-152
3
Welin-Neilands J., Svensäter G., Acid tolerance of biofilm
cells of Streptococcus mutans (2007) Applied and Environmental Microbiology; 5633-5638
4
McNeill, K., Hamilton, I.R., Effect of acid stress on the physiology of biofilm cells os Streptococcus mutans (2004)
Microbiology, 150, 735-742
5
Cury, J. A. et al, Ca, Pi, and F in the fluid of biofilm formed
under sucrose (2006) J Dent Res; 85(9):834-838
6
Cury , J. A. et al, Effect of frequency of sucrose exposure on
dental biofilm composition and enamel demineralization
in the presence of fluoride (2006) Caries Res; 473
7
Arthur, R. A. et al, Genotypic diversity of S. mutans in dental
biofilm formed in situ under sugar stress exposure (2007)
Braz Dent J; 18(3): 185-191
8
Cury, J. A. et al, Effect of sucrose on the selection of mutans
Streptococci and Lactobacilli in dental biofilm formed in
situ (2006) Caries Res; 460
9
Cury, J. A. et al; The role of sucrose in cariogenic dental
biofilm formation – New insight (2006) J Dent Res; 85 (10):
878-887
Objectivos
O objectivo deste trabalho é fazer um levantamento dos dados mais recentes que mostram
os efeitos das variações deste parâmetro na composição relativa da microflora do biofilme oral
e dos mecanismos moleculares utilizados pelos
microrganismos acidogénicos em presença de
açúcares que permitem por um lado a resistência
à acidificação do meio, ao mesmo tempo que
contribuem para essa mesma acidificação.
Conclusão
A exposição frequente a glúcidos do biofilme oral
promove alterações na sua composição, seleccionando bactérias acidogénicas, como Streptococcus
41
Ecologia microbiana do biofilme e pH
Hipótese ecológica do biofilme oral
As perturbações do equilíbrio estabelecido entre os vários
componentes do ecossistema oral está na base de patologias
como cárie e periodontite.
Através de estudos de proteómica, verificou-se que 20% das
proteínas detectáveis eram expressas de forma diferente quando
organizadas em biofilmes do que no estado livre.
A diminuição de pH, cria um movimento dos iões de cálcio,
flúor e fósforo inorgânico do esmalte para o biofilme, ficando
estes retidos em reservatórios de iões por ligação a proteínas
ou bactérias. O processo de remineralização ocorre quando
estes iões voltam ao esmalte.
A placa dentária formada na presença de sacarose apresenta
baixas concentrações de flúor, cálcio e fósforo inorgânico, devido
a alterações na estrutura do biofilme, como por exemplo a
porosidade, que permite a difusão destes para o exterior.
Sacarose
ácidos orgânicos
Perda dos reservatórios por quebra
das ligações às proteínas aniónicas
e bactérias.
Os iões, devido à maior porosidade do biofilme, são libertados
para o meio oral e o processo de remineralização fica comprometido. Uma vez restabelecido o pH as ligações anteriormente
quebradas não são restabelecidas levando a cada vez menores
concentrações dos iões. Novas ligações só serão formadas com
novas bactérias ou proteínas entretanto expressas.
Acção do flúor
• Inibe a enolase, uma enzima envolvida na via glicolítica
• Diminuição na produção de ATP e
de produtos ácidos
• Inibe a bomba de protões ATPase
Concentração de flúor mínima: 0.5 M
Nos biofilmes mais cariogénicos a quantidade de Streptococus
mutans não aumenta significativamente
as alterações ao
biofilme são mais determindas pelo aumento da expressão
dos factores de virulência que pelo aumento do número de
células.
Lactobacilus não estão implicados na iniciação do processo
de cáries mas sim na progressão da lesão uma vez que são
encontrados em elevado número nas lesões cariosas.
S. mutans → tem uma alta capacidade de degradar rapidamente os carbohidratos e uma grande capacidade de adaptação
a ambientes acídicos.
A adesão dos Streptococcus a superfícies orais resulta em
complexas alterações na fisiologia celular em que os mecanismos
de “quorum-sensing” influenciam todas as características do
biofilme resultante.
Estas alterações na expressão proteica sugerem a capacidade
adaptativa das bactérias aos diferentes nichos ecológicos.
}
afecta a capacidade dos S. mutans
para manter o pH intracelular
inalterado
apresentam membranas danificadas
diminuindo o número de células
viáveis;
Resistência ao stress acídico e a agentes antimicrobianos:
Biofilmes
Elevada densidade celular
Comunidade madura
Baixa densidade celular
Comunidade recém-formada
Células
Livres
Conclusão
• A exposição frequente a glúcidos do biofilme oral promove
alterações na sua composição, seleccionando bactérias acidogénicas, como Streptococcus mutans e Lactobacillus e
diminuindo espécies que contribuem para a regulação do
pH como S. sanguinis.
• Os Streptococci do grupo mutans além de manterem o pH da
cavidade oral baixo pela produção de ácido, expressam enzimas
como as glicotransferases e fructosiltransferases responsáveis por
alterações do biofilme a nível estrutural (porosidade e adesão)
e diminuem a concentração de iões inorgânicos livres (Ca2+, Pi
e F) contribuindo para a desmineralização do esmalte.
• Os efeitos descritos no ponto anterior devem-se à produção de
ácido láctico, EPS, IPS, e adaptações específicas à sobrevivência
no biofilme oral maduro características dos S. mutans.
• O efeito da cariogénico da sacarose quando comparado com
o amido e glicose + frutose é maior (há maior alteração das
concentrações de iões no biofilme).
42
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Parâmetros de diagnóstico de dentes
extensamente destruídos em prostodontia fixa
Matos, C.,1 Silva, A. M.,2 Araújo, F.,2 Correia, A.,2 Esteves, H.3
1
Aluno do 6.º ano do Curso de Medicina Dentária
2
Médico Dentista, Docente da Área Disciplinar de Prostodontia Fixa
3
Médico Dentista, Docente Responsável da Área Disciplinar de Prostodontia Fixa do Curso de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Numa altura em que o sucesso comprovado dos
implantes dentários é uma evidência, o aproveitamento do remanescente dentário deve obedecer
a uma avaliação criteriosa, no sentido de garantir
o sucesso clínico da reabilitação a longo prazo.
Dentes endodonciados com mais de 50% da sua
coroa clínica destruída, devem ser restaurados com
restaurações indirectas que conservem e protejam
o remanescente da estrutura dentária (1-3). Estudos
de meta-análise demonstraram que cerca de 10%
dos dentes restaurados com espigões radiculares
apresentavam complicações (4). Para o sucesso
deste tipo de tratamento, a quantidade de remanescente dentário parece ser mais importante do que
o material restaurador utilizado (5). Os parâmetros
de avaliação do remanescente dentário resultam
de estudos tendo em vista o sucesso terapêutico.
Esses parâmetros foram: selamento apical, anel
de reforço e relação coroa-raiz (5;6).
Objectivos
Demonstração da aplicação dos parâmetros de
avaliação do remanescente dentário em dentes
endodonciados, na educação clínica do aluno de
Medicina Dentária na área disciplinar de Prostodontia Fixa da Universidade Católica Portuguesa,
Centro Regional das Beiras, com majoração do
valor pedagógico na metodologia de ensino.
Discussão/Conclusões
A utilização desta metodologia de ensino procura
facilitar e simplificar o diagnóstico criando-se condições para aumento do sucesso terapêutico.
Bibliografia
1. Aquilino SA, Caplan DJ. Relationship between crown
placement and the survival of endodontically treated
teeth. J Prosthet Dent 2002 Mar;87(3):256-63.
2. Sorensen JA, Martinoff JT. Clinically significant factors in
dowel design. J Prosthet Dent 1984 Jul;52(1):28-35.
3. Sorensen JA, Martinoff JT. Endodontically treated teeth
as abutments. J Prosthet Dent 1985 May;53(5):631-6.
4. Goodacre CJ, Bernal G, Rungcharassaeng K, Kan JY. Clinical
complications in fixed prosthodontics. J Prosthet Dent
2003 Jul;90(1):31-41.
5. Morgano SM, Rodriguez AHC, Sabrosa CE. Restoration of
endodontically treated teeth. Dent Clin N Am 2004;48:397416.
6. Heydecke G, Peters MC. The restoration of endodontically treated, single-rooted teeth with cast or direct
posts and cores: a systematic review. J Prosthet Dent 2002
Apr;87(4):380-6.
43
Parâmetros de diagnóstico de dentes extensamente destruídos
em prostodontia fixa
Introdução
Numa altura em que o sucesso comprovado dos
implantes dentários é uma evidência, o aproveitamento
do remanescente dentário deve obedecer a uma avaliação criteriosa, no sentido de garantir o sucesso clínico
da reabilitação a longo prazo (5). Dentes endodonciados
com mais de 50% da sua coroa clínica destruída,
devem ser restaurados com restaurações indirectas que
conservem e protejam o remanescente da estrutura
dentária (1-3). Estudos de meta-análise demonstraram
que cerca de 10% dos dentes restaurados com espigões
radiculares apresentavam complicações (4). Para o
sucesso deste tipo de tratamento, a quantidade de
remanescente dentário parece ser mais importante do
que o material restaurador utilizado (5). Os parâmetros
de avaliação do remanescente dentário resultam de
estudos tendo em vista o sucesso terapêutico. Esses
parâmetros foram: selamento apical, anel de reforço
e relação coroa/raiz (5;6).
Objectivos
Demonstração da aplicação dos parâmetros de
avaliação do remanescente dentário em dentes endodonciados, na educação clínica do aluno de Medicina
Dentária na área disciplinar de Prostodontia Fixa da
Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional
das Beiras, com majoração do valor pedagógico na
metodologia de ensino.
Figura 1 – Esquema representando as dimensões mínimas
do remanescente dentário.
Figura 2 e 3 – Demonstração clínica da
avaliação do remanescente dentário.
Figura 4 – Radiografia
para ajuda na avaliação
remanescente dentário
– alturas nas zonas
proximais.
Selamento Apical – Consegue-se deixando pelo
menos 5 mm de material de obturação canalar na
extremidade apical da raiz (Figuras 6 e 7).
Relação Coroa/Raiz – A raiz clínica deve ter um
comprimento igual ou maior
do que a altura da futura coroa
adicionado de 5 mm (Figuras 5,
6, 7).
Materiais e Métodos
Neste estudo utilizaram-se modelos de trabalho,
registos radiográficos, fotográficos e clínicos (com o
auxilio de um espessímetro e de uma sonda periodontal) no processo educativo na etapa de formação
das boas práticas clínica pretendendo demonstrar a
forma de aplicação do protocolo a incluir.
Apresentação dos Resultados
Anel de Reforço – Dimensões recomendadas para
o remanescente dentário (Figuras 1-4): altura – 4 a
4,5 mm acima do rebordo alveolar (corresponde a
2,5 mm para o espaço biológico e 1,5 a 2 mm acima
da margem gengival; largura – 1 mm adicionado à
largura da margem que vier a ser definida. A porção
mais coronal do anel de reforço deve ser perpendicular
ao eixo de inserção do espigão radicular.
Figura 5 – Demonstração clínica da
determinação da
altura da coroa
dentária.
Figura 6 – Radiografia para ajuda
da determinação
do selamento
apical e relação
coroa/raiz.
Figura 7 – Esquema
da relação coroa/raiz e
selamento aplical.
Legenda:
CC → Comprimento da Coroa;
CE → Comprimento do
Espigão radicular;
SA → Selamento Apical;
CR → Comprimento Radicular.
Discussão/Conclusão
A utilização desta metodologia de ensino procura
facilitar e simplificar o diagnóstico criando-se condições
para aumento do sucesso terapêutico.
44
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Amputação radicular da raiz mesio-vestibular do
dente 16. Caso clínico
Pinho I.1, Fernandes S.1, Macedo J.1, Silva O.2, Martins M.3
1
Aluno da Licenciatura em Medicina Dentária
2
Assistente da cadeira de Endodoncia da Licenciatura em Medicina Dentária
3
Regente da cadeira de Endodoncia
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
São frequentes os casos em que o profissional se
depara com anatomias radiculares que dificultam
a cateterização canalar, bem como a globalidade
de procedimento endodôntico. Neste caso clínico,
os autores depararam-se com uma acentuada
curvatura no sentido distal, a nível do 1/3 médio,
a qual se revelou impossível de permeabilizar
com técnica manual. O recurso à instrumentação
e permeabilização com o sistema ProFile provocou
uma perfuração a nível do 1/3 médio.
Discussão
A remoção de um instrumento de preparo canalar mecanizado, uma vez fracturado no decurso
da instrumentação, torna-se de difícil execução.
Neste caso, a situação revelou-se particularmente
agravada pelo diagnóstico de necrose associado
à impossibilidade de progressão desde o início
do tratamento, estando a preparação e obturação
canalar limitada apenas ao 1/3 médio. Clinicamente, a paciente passou a apresentar queixas à
mastigação, relacionadas, provavelmente, com o
instrumento fracturado. Esta condição associada à
impossibilidade de remover por via endodôntica
convencional o instrumento fracturado, bem como
o elevado comprimento canalar não instrumentado
nem obturado, justificaram para os autores o
recurso a uma rizectomia da raiz MV como solução
para a preservação do órgão dentário.
Conclusões
Os procedimentos endodônticos devem preceder a atitude cirúrgica. Contudo, neste caso,
a remoção do instrumento, sendo de difícil abordagem endodôntica, além da impossibilidade de
progressão canalar, justificou o recurso a uma
técnica cirúrgica – Rizectomia. A indicação cirúrgica
deve ser pautada por critérios endodônticos, de
clínica e avaliação radiológica.
Bibliografia
1. Castrisos T, Abbott PV. A survey of methods used for post
removal in specialist endodontic practice. Int Endod J 2002
Feb;35(2):172-80;
2. Suter B, Lussi A, Sequeira P. Probability of removing fractured instruments from root canals. Int Endod J 2005
Feb;38(2):112-23;
3. Bouillaguet S, Wataha JC, Lockwood PE, Galgano C, Golay A,
Krejci I. Cytotoxicity and sealing properties of four classes
of endodontic sealers evaluated by succinic dehydrogenase activity and confocal laser scanning microscopy. Eur
J Oral Sci 2004 Apr;112(2):182-7;
4. Sundqvist G, Figdor D, Persson S, Sjogren U. Microbiologic
analysis of teeth with failed endodontic treatment and the
outcome of conservative re-treatment. Oral Surg Oral Med
Oral Pathol Oral Radiol Endod 1998 Jan;85(1):86-93;
5. Lindhe J., karring T., Lang N. P.; Tratado de Periodontologia
Clínica e Implantologia Oral; 4.ª Edição; Guanabara Koogan;
2005;
6. Bramante C.; Bebert A.- Cirurgia paraendodontica. 1.ª Ed.
Livraria Santos Editora, 2000;
7. Carranza F. , Takei H., Newman M.; Clinical Periodontology;
9.ª Ed., W.B. Saunders
45
Amputação radicular da raiz mv do dente 16. Caso clínico
Introdução
Paciente do sexo feminino com 33 anos de idade.
Apresenta tendência para hipertiroidismo que não
requer tratamento farmacológico. Medicada com Forticol® e anticoncepcional.
10
No decorrer do tratamento endodôntico, deparámo-nos com uma acentuada curvatura da raiz MV no
sentido distal, a nível do 1/3 médio, na qual o canal se
revelou impossível de cateterizar com técnica manual.
O recurso à instrumentação e permeabilização com o
sistema ProFile® provocou uma perfuração a nível do
1/3 médio e fractura do instrumento mecânico.
Clinicamente, a paciente passou a apresentar queixas
à mastigação além de uma palpação vestibular com
dor, relacionadas, provavelmente, com o instrumento
fracturado.
Procedimento
1
2
5
3-4
6-7
8-9
11
12
1. Raio-x de diagnóstico com incidência ortogonal
2. Anestesia Nervo Alveolar Superior Posterior, Médio
e Palatino Anterior
3. Incisão intra-sulcular com descarga mesial
4. Descolamento mucoperiósseo
5. Encravamento de uma lima a nível da raiz MV e
realização de raio-x periapical ortogonal
6. Trepanação alveolar (distalmente ao local onde
foi colocada a lima)
7. Amputação radicular da raiz
8. Luxação e remoção da raiz
9. Curetagem e regularização dos rebordos ósseos
10. Verificação da Obturação
11. Rebatimento do retalho e sutura com pontos
simples (fio sutura não reabsorvível 3/0)
12. Realização raio-x periapical pós-operatório com
incidência ortogonal
Conclusão/Discussão
Os procedimentos endodônticos devem preceder
a atitude cirúrgica. Contudo, a impossibilidade de
remover por via convencional o instrumento fracturado,
a dificuldade de progressão canalar, além de se tratar
de um dente pilar de prótese removível, legitimou
a resolução cirúrgica deste caso com o recurso à
amputação radicular.
A indicação cirúrgica deve ser pautada por critérios
endodônticos, de clínica e avaliação radiológica: a
paciente apresentava sintomatologia clínica positiva
quer à mastigação quer à palpação além de se começar
a tornar evidente uma imagem radiotransparente em
mesial da raiz MV do dente em questão, cuja etiologia, aparentemente se relaciona como o instrumento
mecânico fracturado.
O prognóstico deste procedimento apresenta-se
favorável, quer no que concerne à vertente endodôntica, quer no que diz respeito à sua componente
periodontal. As raízes remanescentes garantem só por
si a carga oclusal. Neste caso em concreto, este critério
apresenta ainda melhor prognóstico porque paciente
não apresenta dentes antagonistas.
46
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Será a internet útil para a prática clínica
de Medicina Dentária?
Vilaça L.1, Santos J.1 e Correia André2
1
Aluno Finalista da Licenciatura em Medicina Dentária.
2
Regente de Informática Médico-Dentária do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Desde o aparecimento nos anos ’90, a internet
tem modificado o acesso à informação e a forma
como as pessoas comunicam. Os Médicos Dentistas
fazem parte dos utilizadores da Internet. Face à
introdução destas novas tecnologias em Medicina
Dentária, vários autores têm desenvolvido trabalhos
de investigação sobre a utilização da Internet na
prática clínica de Medicina Dentária (1-6).
Objectivos
Avaliar o grau de utilização da internet na
Clínica, numa amostra de Médicos Dentistas
Portugueses.
Conclusões
Dentro dos limites deste estudo, é possível
concluir que apesar de se verificar um crescimento
da utilização da internet, o seu uso em Medicina
Dentária ainda permanece limitado.
Bibliografia
1. Schleyer et al. Clinical Computing in General Dentistry. J
Am Med Inform Assoc 2006; 13(3): 344-352
2. Flores-Mir C, Palmer N, Northcott HC, Huston C, Major P.
Computer and Internet usage by Canadian Dentists. J Can
Dent Assoc 2006; 72(3): 145
3. Chestnutt IG e Reynolds K. How has the internet affected
Dentistry? Br Dent J 2006; 200: 161-165
4. John J, Thomas D, Richards D. Questionnaire survey on
the use of computerization in dental practices across the
Thames Valley Region. Br Dent J 2003; 195(10): 585-590.
5. Schleyer T. Dental Informatics. A cornerstone of dental
practice. J Am Dental Assoc 2001; 132: 605-613
6. Schleyer T, Forrest J, Kenney R, Dodell D, Dovgy N. Is the
internet useful for clinical practice? J Am Dent Assoc 1999;
130: 1501-1511.
47
Será a internet útil para a prática clínica?
EXPERIÊNCIA COM COMPUTADORES
Introdução
Face à introdução das novas tecnologias de informação em Medicina Dentária,
vários autores têm desenvolvido trabalhos
de investigação sobre a utilização da
Internet na prática clínica de Medicina
Dentária (1-6).
UTILIZAÇÃO DE E-MAILS
Objectivos
Avaliar o grau de utilização da internet na clínica de
Medicina Dentária, numa amostra de Médicos Dentistas
Portugueses, e comparar com os resultados obtidos
por Schleyer, numa amostra dos EUA, em 1999 (1).
Material e Métodos
A INTERNET É IMPORTANTE PARA…
A utilização da internet na prática clínica foi avaliada recorrendo a um inquérito composto por 19
perguntas, adaptado de Schleyer et al (1). O inquérito
foi distribuído aos Médicos Dentistas/Docentes do
Mestrado Integrado de Medicina Dentária do CRB-UCP
(n=30).
Resultados
CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA
- Sexo Masculino = 14
- Sexo Feminino = 11
- Idade (média) = 31 A
- Médicos Dentistas Generalistas
(n=18)
25 inquéritos foram
preenchidos e devolvidos.
A maioria dos inquiridos
(13) iniciou a utilização da
internet entre 1995-2000. 15 Médicos Dentistas referem
um aumento da sua utilização desde o início.
Apenas 4 Médicos Dentistas consideram que a
internet modificou a forma como exercem clínica.
6 Médicos Dentistas consideram a internet uma ferramenta essencial para a prática clínica e 17 apenas
moderadamente importante.
LOCAIS DE ACESSO À INTERNET
FREQUÊNCIA
QU NC DE UTILIZAÇÃO
U
Ç O / ÁREAS
S
Discussão e Conclusão
Dentro das limitações do nosso estudo, concluímos
que os resultados foram diferentes dos obtidos por
Schleyer et al. (1999).
Ainda são poucos os profissionais que utilizam a
internet como ferramenta de pesquisa ou na comunicação com os seus pacientes.
Verifica-se uma tendência para aumentar a aplicação
da Internet na prática clínica.
A existência de uma disciplina de Informática
Médico-Dentária pode contribuir para a sua integração
na prática clínica.
48
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
A utilização de computadores na prática clínica
Marques A.,1 Sequeira S.,1 Correia A.2
1
Aluno Finalista da Licenciatura em Medicina Dentária
2
Regente de Informática Médico-Dentária do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A utilização de meios informáticos na prática
clínica de Medicina Dentária aumentou de forma
significativa nas últimas duas décadas. Estes sistemas, que podem ser aplicados numa vertente
clínica e numa vertente administrativa, abrem
novas perspectivas no desempenho clínico do
Médico Dentista, com repercussões directas na
eficácia do tratamento (1-5).
Objectivos
Identificar os principais tipos de aplicação dos
computadores na prática clínica, pelos Médicos
Dentistas e restante equipa de trabalho (Assistentes
Dentários, Higienistas Orais e Recepcionistas),
bem como as limitações e/ou mais-valias que
esta lhes oferece.
Discussão e Conclusões
Dentro das limitações deste estudo, verificamos
que as principais vantagens da utilização destas
tecnologias prendem-se nas características de
acessibilidade e na capacidade de relação com
o paciente. Confidencialidade, custos, tempo e
contaminação cruzada são as principais preocupações. Embora reconheçam notórias vantagens
na utilização do computador na clínica, os Médicos Dentistas encontram-se ainda resistentes ao
abandono do registo clínico em papel. A principal
aplicação referida desta tecnologia é a visualização
de imagens clínicas.
Bibliografia
1. Schleyer et al. Clinical Computing in General Dentistry. J
Am Med Inform Assoc 2006; 13(3): 344-352
2. Flores-Mir C, Palmer N, Northcott HC, Huston C, Major P.
Computer and Internet usage by Canadian Dentists. J Can
Dent Assoc 2006; 72(3): 145
3. Schleyer T. Why integration is key for dental office technology. J Am Dental Assoc 2004; 135(S): 4-9
4. John J, Thomas D, Richards D. Questionnaire survey on
the use of computerization in dental practices across the
Thames Valley Region. Br Dent J 2003; 195(10): 585-590.
5. Schleyer T. Dental Informatics. A cornerstone of dental
practice. J Am Dental Assoc 2001; 132: 605-613
49
A utilização de computadores na prática clínica
Introdução
A utilização de meios informáticos na prática clínica de
Medicina Dentária aumentou de forma significativa nas últimas
duas décadas.
Objectivos
Identificar as principais aplicações do computador na prática
clínica, bem como as limitações e/ou mais-valias que esta lhes
oferece.
Material e Métodos
Foi distribuído um questionário (adaptado do questionário
“Computer use in Clinical Dental Care Questionnaire V. 7.0.” do
Centro de Informática Dentária da Universidade de Pittsburgh)
a 30 Médicos Dentistas/Docentes Universitários, da Universidade
Católica Portuguesa (UCP).
Fig. 1 e 2 – Sistemas de gestão clínica e aplicações complementares
mais utilizados
Resultados
Dos inquéritos distribuídos (n=30), 20 (66,7%) foram preenchidos e devolvidos.
84 elementos das equipas de trabalho dos Médicos Dentistas
inquiridos (total=96) têm acesso a um computador.
80% dos inquiridos (n=16) utilizam o computador para a
educação do paciente, utilizando para tal, um software educacional (n=6) ou o software clínico básico (n=7). No entanto,
apenas 1 permite que o paciente interaja directamente com o
computador.
Apenas 2 dos inquiridos afirmam utilizar o Touch Screen,
contrastando com os restantes, que não utilizam outro meio
de introdução de dados além do teclado e do rato.
Fig. 3 – Vantagens e
desvantagens do uso
do computador na
cadeira dentária
Barreiras ao uso do computador na cadeira dentária:
Assépsia
TABELA N.º 1
TIPO DE INFORMAÇÃO
Queixas Principais
P
C
N
12
9
0
TABELA N.º 2
MD
AD
R
➧
15
2
1
História Médica Geral
11
10
0
➧
13
3
3
História Médica Dentária
10
11
0
➧
14
2
1
Notas
9
12
1
➧
15
1
0
Lista de problemas/diagnóstico
11
9
0
➧
14
2
0
Plano de tratamento
11
7
0
➧
13
3
0
Tratamento efectuado
12
9
0
➧
14
3
0
Odontograma
10
11
1
➧
12
6
0
Radiografias
3
16
0
➧
10
5
1
Imagens extra-orais
5
13
1
➧
11
4
1
Imagens intra-orais
4
17
1
➧
11
4
1
Marcações
8
11
1
➧
2
11
10
Tabela 1 – N.º de informação registada em papel (P), no computador
(C) ou em nenhum.
Tabela 2 – N.º de informação introduzida pelo médico dentista (MD),
assistente (AD) ou recepcionista (R)
Custos
Tempo despendido
Como melhorar os computadores para se tornarem mais úteis:
Novos meios de introdução de dados (30% - n=7)
Maior fiabilidade (9% - n=2)
Menor espaço (9% - n=2)
Discussão
A grande maioria dos Médicos Dentistas/Docentes, e respectiva equipa, têm acesso a computadores. É notória a preferência
pelo computador para as imagens radiográficas e fotografias
intra e extra-orais. As principais vantagens da utilização desta
tecnologia prendem-se nas características de acessibilidade e
na capacidade de relação com o paciente. Confidencialidade,
custo e tempo despendidos, e a assépsia (Ex. introdução de
dados) são os principais receios dos Médicos Dentistas.
Conclusão
Os Médicos Dentistas encontram-se ainda resistentes ao abandono do registo clínico em papel. A principal aplicação referida
desta tecnologia é a visualização de imagens clínicas.
50
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Sonda periodontal computorizada.
A sua aplicação na prática clínica.
Fernandes S.,1 Andrade D.,1 Lopes P.,1 Macedo J.,1Correia A.2
Curso de Medicina Dentária. Área de Informática Médico-Dentária
1
Aluno Finalista da Licenciatura em Medicina Dentária.
2
Regente de Informática Médico-Dentária do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A medição do nível de inserção das fibras
periodontais através da sondagem tem como
objectivo localizá-las em relação a um ponto fixo
de referência, em geral a junção amelo-cementária.
Esta medida pode ser avaliada através de sondas
periodontais convencionais ou, mais recentemente,
das computorizadas (Ex. Florida Probe® e Jonker
probe®), que têm vindo a ser desenvolvidas com
o objectivo de melhorar o rigor destas medições
(1-6).
Objectivo
Pretende-se demonstrar o funcionamento das
sondas periodontais computorizadas de pressão
constante e revelar o seu desempenho clínico.
Discussão e Conclusões
Nas últimas décadas várias sondas automatizadas
têm sido desenvolvidas de forma a reduzir a
subjectividade das sondas manuais, alcançando o
objectivo de obter medições reproduzíveis, com
uma pressão constante, mesmo com operadores
diferentes. Porém, o custo destes aparelhos tem
limitado a sua aplicação. Dentro das limitações
deste estudo, concluímos que o desenvolvimento
de sondas periodontais computorizadas permite a
obtenção de resultados mais fiáveis, mesmo com
diferentes operadores. Para além disso permite
avaliar outros parâmetros como o índice de placa,
índice gengival, presença de supuração, hemorragia à sondagem, mobilidade e envolvimento de
furca. Apresenta ainda como vantagens o registo
automático dos dados no computador e o consequente reforço educacional para o tratamento
das patologias periodontais (1-6).
Bibliografia
1. Araújo M et al. Reproductibility of probing depth measurements using a constant-force electronic probe: analysis
of inter- and intraexaminer variability. J Periodontol 2003;
74(12): 1736-1740.
2. Armitage GC; Research, Science and Therapy Committee
of the American Academy of Periodontology. Diagnosis of
periodontal diseases. J Periodontol. 2003 Aug;74(8):123747.
3. Barendregt DS, Van der Velden U, Timmerman MF, van der
Weijden GA. Comparision of two automated periodontal
probes and two probes with a conventional readout in
periodontal maintenance patients. J Clin Periodontol 2006;
33: 276-282
4. Bergenholtz A, al-Harbi N, al-Hummayani FM, Anton P,
al-Kahtani S. The accuracy of the Vivacare true pressuresensitive periodontal probe system in terms of probing
force. J Clin Periodontol. 2000 Feb;27(2):93-8.
5. Hefti A. Periodontal Probing. Crit Rev Oral Biol Med 1997;
8(3): 336-356
6. Reddy MS, Palcanis KG, Geurs NC. A comparison of manual
and controlled-force attachment-level measurements. J
Clin Periodontol. 1997 Dec;24(12):920-6.
51
Sonda periodontal computorizada a sua aplicação na prática
clínica
Introdução
A medição do nível de inserção das fibras periodontais através
da sondagem tem como objectivo localizá-las em relação a um
ponto fixo de referência, em geral a junção amelo-cementária.
Esta medida pode ser avaliada através de sondas periodontais
convencionais ou, mais recentemente, das computorizadas
(Ex. Florida Probe® e Jonker probe®), que têm vindo a ser
desenvolvidas com o objectivo de melhorar o rigor destas
medições (1-6).
Objectivos
Pretende-se demonstrar o funcionamento das sondas periodontais computorizadas de pressão constante e revelar o seu
desempenho clínico.
Material e Métodos
Efectuou-se uma pesquisa na Medline® com os termos de
pesquisa livre "Computerized Periodontal Probes" OR "Electronic
Periodontal Probes" OR "Force Controlled Probes" OR "Automated
Controlled Probes".
Resultados
Dos resultados da pesquisa (22) foram seleccionados e
obtidos 6 artigos para este trabalho.
A sonda mais frequentemente referida é a Florida Probe®.
FLORIDA PROBE - Componentes
O kit Florida Probe® é constituído por:
• Hardware: sonda periodontal
de pressão constante (Fig. 1)
• Software: programa de instalação e registo de dados
clínicos
Ima
Im
magem re
reti
tir
ti
i ada
ad
d do
d sí
s tio
• Interface USB e cabos (Fig. 2) Fig. 1 - Ima
www
ww
w.fl
flori
orid
idap
dap
probe
rob
ob
be.c
e com
e.com
om©
Esta sonda, de força constante
(15g), tem uma precisão de
0,2 mm e uma profundidade de
sondagem de 0 a 11 mm. O valor
de sondagem é gravado quando
é accionado o pedal.
A ponta da sonda é de
titânio escalonada em 3, 6 e
9 mm com marcação de cor azul
para orientação do clínico. Cada
ponta possui um diâmetro de
0,45 mm na sua extremidade,
com forma arredondada para
maior conforto do paciente e
maior precisão. Apresenta ainda Fig. 2 - Imagem retirada do sítio
alguma flexibilidade, facilitando
www.floridaprobe.com©
o acesso às zonas mais profundas das bolsas.
FLORIDA PROBE – Integração no Exame Clínico
A Floribe Probe situa-se no 1º-3º nível de integração definidos por Schleyer7: hardware com hardware, hardware com
software e software software. Esta sonda integra-se facilmente
em ambiente clínico, sendo possível a sua integração com os
registos clínicos electrónicos e respectivos programas de gestão.
Esta sonda funciona da seguinte forma:
1. Introdução da sonda
no sulco gengival.
2. Quando a manga
azul contacta com
a margem gengival
o pedal deve ser
activado (emite
sinal sonoro). O
resultado da sondagem é gravado no
programa informático sob a forma de
um periograma.
3. É possível registar dados como
índice de placa,
índice gengival,
supuração, grau
de sangramento e
mobilidade dentária.
Fig. 3 - Imagem gentilmente cedida pela
4. Cor vermelha –
Dr.ª Célia Alves
valores patológicos
(incluindo mobilidade e envolvimento de furca)
5. Cor laranja – dentes periodontalmente comprometidos
Comparação com Sondas Convencionais
Os métodos actuais de sondagem são muito subjectivos uma
vez que dependem de vários factores: experiência do clínico,
espessura e forma da sonda, da anatomia radicular, superfície
dentária, profundidade das bolsas, presença de inflamação,
angulação das sondas, visualização das marcações, sensibilidade
táctil e força utilizada a nível da sondagem. A penetração da
sonda no tecido parece estar relacionada com a pressão exercida,
o que sugere que uma força padronizada e constante é a mais
indicada para o exame de sondagem.
Discussão e Conclusão
Dentro das limitações deste estudo, concluímos que o desenvolvimento de sondas periodontais de pressão constante permite
obtenção de resultados mais fiáveis, mesmo com diferentes
operadores. A sua integração em ambiente clínico permite
também melhorar a educação para a saúde oral do paciente
e aumentar a sua motivação, tornando-o assim consciente do
seu estado periodontal (1-6).
52
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Ferulização de dentes periodontalmente
comprometidos. Protocolo clínico
Malta Santos, B.,1 Sousa, M. C.2
1
Docente da área de Periodontologia
2
Regente da área de Periodontologia
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
As férulas são dispositivos, confeccionados
directa ou indirectamente, que ligam vários dentes
entre si. Podem ser utilizados como contenção
ortodôntica (1-3), fixação pós-traumática (4-6),
ou para estabilização de dentes periodontalmente
comprometidos (7-9). Uma férula periodontal, de
acordo com o glossário de termos periodontais
da Academia Norte Americana de Periodontologia
(1986), “é um aparelho destinado à estabilização
de dentes com mobilidade” (10). No entanto, em
termos de terapia periodontal, a hiper-mobilidade,
per se, não justifica a ferulização.
Objectivos
O trabalho pretende fazer uma sistematização
dos procedimentos clínicos na realização de férulas
periodontais directas, utilizando compósito e fibras
de reforço.
Conclusão
O seguimento de um protocolo clínico permite
maximizar os resultados obtidos, em termos de
produtividade, longevidade e estética, ajudando
os pacientes a manter as peças dentárias comprometidas com custos reduzidos.
Bibliografia
1. Giancotti, A., G. Mampieri, and A. Caleffi, Maxillary tooth
splinting in periodontally compromised patients using
fiber-reinforced composite: the Targis-Vectris method.
World J Orthod, 2005. 6(3): p. 281-8.
2. Saravanamuttu, R., Post-orthodontic splinting of periodontally-involved teeth. Br J Orthod, 1990. 17(1): p. 29-32.
3. Watkins, S.J. and K.W. Hemmings, Periodontal splinting
in general dental practice. Dent Update, 2000. 27(6): p.
278-85.
4. Yildirim Oz, G., et al., An alternative method for splinting
of traumatized teeth: case reports. Dent Traumatol, 2006.
22(6): p. 345-9.
5. Oikarinen, K., Tooth splinting: a review of the literature
and consideration of the versatility of a wire-composite
splint. Dental Traumatology, 1990. 6(6): p. 237-250.
6. Andreasen, J.O., Buonocore memorial lecture. Adhesive
dentistry applied to the treatment of traumatic dental
injuries. Oper Dent, 2001. 26(4): p. 328-35.
7. Serio, F.G., Clinical rationale for tooth stabilization and
splinting. Dent Clin North Am, 1999. 43(1): p. 1-6, v.
8. Ritter, A.V., Periodontal splinting. J Esthet Restor Dent, 2004.
16(5): p. 329-30.
9. Forabosco, A., T. Grandi, and B. Cotti, The importance of
splinting of teeth in the therapy of periodontitis. Minerva
Stomatol, 2006. 55(3): p. 87-97.
10. Lindhe, J.N., S., Oclusal therapy, in Clinical Periodontology
and Implant Dentistry, J.K. Lindhe, T; Lang, N.P., Editor. 2003,
Blackwell Munksgaard.
53
Ferulização de dentes periodontalmente comprometidos.
Protocolo Clínico
Fig. 1 – Avaliação,
planeamento e
selecção do material
Fig. 7 – Aplicação do
adesivo e impregnação da fibra
Fig. 2 – Isolamento
absoluto com dique
de borracha
Fig. 3 - Preparação
dos dentes para
adesão com jacto de
bicarbonato
Fig. 4 – Colocação de
fio dental nos espaços
anterproximais
Fig. 5 – Medição do
comprimento necessário para a férula
com matriz metálica e
corte da fibra
Fig. 6 – Ataque ácido
com ácido ortofosfórico durante 15 s
Fig. 8 – A aplicação de
compósito fluido nas
superfícies palatinas
Fig. 9 – Colocação da
fibra de reforço
Fig. 10 – Adaptação
da fibra de reforço
nos espaços interproximais
Fig. 11 – Polimerização
de cada dente por
40 s
Fig. 12 – Adição de
compósito fluido
sobre a férula para
homogeneização da
superfície palatina
conforto dos pacientes, sendo susceptíveis de possibilitar um aumento da força máxima de mordida.
Prevenção de trauma secundário.
Fig. 13 – Regularização
das superfícies para
possibilitar a passagem de escovilhão
interdentário
Fig. 14 – Verificação
oclusal
Fig. 15 – Polimento
com discos de
acabamento
Indicações
Perda de função mastigatória ou desconforto do
doente decorrente da hiper-mobilidade.
Em pacientes com perda de suporte, e controlados
periodontalmente, o aumento de mobilidade pode
contribuir para a instabilidade oclusal e o desconforto
do paciente. Nestas situações, as férulas melhoraram o
Em situação de perda periodontal extrema, as forças
oclusais, outrora com parâmetros fisiológicos, podem
exceder o limiar tolerado pelo periodonto, entrando
em situação de trauma secundário com mobilidade
progressiva. Nestes casos, a única alternativa para a
manutenção destes dentes é a ferulização. Deve-se,
contudo, ponderar a relação custo/benefício, relativamente a terapias alternativas, como a extracção desses
dentes e colocação de implantes.
Prevenção de migração dentária.
A diminuição da área de suporte periodontal faz
com que os dentes apresentem maior susceptibilidade
para a movimentação dentária. Mediante a execução
de férulas periodontais, aumenta-se o limiar do valor
de forças necessário para a movimentação dentária.
54
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Diagnóstico radiológico pré-cirúrgico de sisos
inclusos. Caso clínico
Costa, P.,1 Filipe, M.,1 Silva, A.,2 Frias, C.,3 Almeida, B.,3 Almeida, R.3
1
Aluna do 6.º ano
2
Professor de Cirurgia Oral;
3
Assistente Conv. de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
As relações anatómicas entre um terceiro molar
inferior e o conduto mandibular devem analisar-se
na fase de pré-operatório, através de uma exaustiva
análise radiográfica.
São quatro os quadros radiológicos possíveis na
relação de proximidade entre os sisos inferiores
e o nervo dentário inferior:
1. Independência das estruturas.
2. Interrupção da lâmina dura do conduto
mandibular e/ou halo radiotranslúcido que
atravessa a raiz.
3. Estreitamento ou mudança de direcção
do conduto mandibular numa relação de
proximidade com os ápices do 3º Molar
inferior.
4. Mudança de direcção das raízes na relação
com o conduto mandibular.
Os métodos imagiológicos convencionais (periapicais, oclusais e panorâmicas), no consultório
de Medicina Dentária juntamente com um planeamento pré-cirúrgico adequado, são suficientes
para realizar este tipo de intervenções.
Caso as estruturas anatómicas o exijam deve-se
recorrer à T.A.C. para salvaguardar as boas práticas
cirúrgicas.
Objectivos
Demonstrar que não existe obrigatoriedade de
T.A.C. nos casos em que existe independência
radiográfica das estruturas nas técnicas radiográficas habituais (Raio-x periapical e panorâmico),
desmistificando a utilização abusiva de T.A.C. no
diagnóstico e planeamento cirúrgico.
Discussão e Conclusões
Os autores consideram, neste caso, que a
informação radiológica convencional permitiu o
estabelecimento do diagnóstico e planeamento
pré-cirúrgico adequado.
Bibliografia
1. Gomes AC, Vasconcelos B, Silva E, Albert D, Identification of
the most frequent radiographic signs of the relationship
between the lower third molar and the mandibular canal,
Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
2004 out/dez, v.4, n.4, p. 252 – 257;
2. Kim EK, Comparison of different radiographic methods for
the detection of the mandibular canal, Korean Journal of
Oral and Maxillofacial Radiology 2003; 33 : 199-205;
3. Koong B, Pharoah MJ, Bulsara M, Tennant M, Methods of
determining the relationship of the mandibular canal and
third molars: a survey of Australian oral and maxillofacial
surgeons, Australian Dental Journal 2006;51:(1):64-68;
4. Monaco G et al, Reliability of panoramic radiography in
evaluating the topographic relationship between the
mandibular canal and impacted third molars, JADA March
2004, Vol. 135.
5. Ohman A, Kivijarvi K, Blomback U, Flygare L, Pre-operative
radiographic evaluation of lower third molars with computed tomography, Dentomaxillofacial Radiol. (2006) 35,
30–35;
6. Smith AC et all, Inferior alveolar nerve damage following
removal of mandibular third molar teeth. A prospective
study using panoramic radiography, Australian Dental
Journal 1997;42:(3):149-52;
7. Yu SK, Lee J, Kim K, Koh K, Positional relationship between
mandibular third molar and mandibular canal in cone
beam computed tomographs, Korean Journal of Oral and
Maxillofacial Radiology 2007; 37 : 197-203.
55
Diagnóstico radiológico pré-cirúrgico de sisos inclusos.
Caso clínico
Introdução
A extracção dos 3ºs molares inclusos é uma das cirurgias orais
mais comuns. Este tipo de cirurgia apresenta várias possíveis
complicações, sendo uma delas, apesar de rara, a lesão do
nervo dentário inferior (1, 3, 5, 6, 7).
De forma a evitar complicações é indispensável um estudo
radiográfico pré-cirúrgico exaustivo e rigoroso, de forma a
definir um diagnóstico e estabelecer o melhor planeamento
pré-cirúrgico (3, 4, 5). Apesar da TAC apresentar bons resultados,
a ortopantomografia surge como o método radiológico mais
frequentemente utilizado pelos clínicos (1, 2, 3, 4, 6, 7).
Mesmo apresentando algumas limitações (ex.: imagem bidimensional), a radiografia panorâmica tem-se revelado útil para
identificar a presença/ausência de íntima relação das raízes de
3ºs molares inferiores com o nervo dentário inferior (1, 7).
São vários os critérios radiológicos, indicadores de proximidade, utilizados pelos clínicos durante o estudo da ortopantomografia (1, 3, 4, 7, 5). No entanto, está demonstrado que
aqueles que indicam com maior probabilidade uma verdadeira
relação de proximidade são a ausência de individualização
da porção apical das raízes, estreitamento e desvios do canal
mandibular e interrupção das corticais (1, 4, 6, 7).
Nos casos onde esta avaliação é positiva, é necessário confirmar o tipo de relação, sendo a TAC o melhor método e o
mais exacto na identificação anatómica do canal mandibular.
Quando não forem observados sinais de íntima relação,
considera-se que a informação anatómica obtida pela ortopantomografia é suficiente para planear a técnica cirúrgica
(1, 4, 6).
Objectivos
Demonstrar que não existe obrigatoriedade de TAC nos casos
em que há uma independência radiográfica das estruturas nas
técnicas radiográficas habituais (Radiografia periapical, oclusal
e panorâmica), desmistificando a utilização abusiva de TAC no
diagnóstico e planeamento cirúrgico.
Metodologia
Paciente do sexo masculino, fumador crónico com 37 anos,
apresentou-se com o dente 38 incluso, horizontal, classe III C
(classificação Pell & Gregory), com processo infeccioso crónico
peri-coronário.
A exodontia realizou-se na Clínica Universitária, pelos docentes, sob anestesia local.
Figura 1 – Relação do 38 com o conduto mandibular
Figura 2 – Processo infeccioso
crónico peri-coronário e relação
com o conduto mandibular
Figura 3 – Integridade radicular
do 37
Procedimento Cirúrgico
Figura 4 – Exposição
do dente incluso
com osteotomia
Figura 7 – Integridade da porção
radicular do 37
Figura 5 – Porção radicular
após odontosecção e remoção do fragmento coronário
Figura 6 –
Curetagem do
processo infeccioso crónico
pericoronário
Figura 8 – Irrigação
da cavidade cirúrgica
após curetagem e
regularização
Conclusão
Não existem estudos que demonstrem a TAC como um exame
pré-operatório fundamental e que contribua significativamente
para a diminuição da morbilidade e aumento da efectividade
das cirurgias de 3ºs molares (3, 5).
A maioria dos clínicos utiliza a radiografia panorâmica como
primeiro método na determinação da relação entre o canal
mandibular e os ápices do 3º molar, uma vez que este está
facilmente acessível e implica baixas doses de radiação para o
paciente, sendo muito útil na triagem e planeamento pré-operatório
do procedimento cirúrgico (3).
No entanto, devemos ter em mente que a panorâmica é um
método válido e útil, mas não é infalível (6). Os métodos imagiológicos convencionais, no consultório de Medicina Dentária,
juntamente com um planeamento pré-cirúrgico adequado, são
suficientes para realizar este tipo de intervenções, no entanto,
em caso de dúvida e sempre que as estruturas anatómicas
o exijam deve-se recorrer à TAC para salvaguardar as boas
práticas cirúrgicas.
Assim, não se pode recomendar o uso rotineiro da TAC,
devendo ser usada apenas em casos seleccionados, quando
o estudo da ortopantomografia se revela inconclusivo (1, 3,
4, 5, 6).
Neste caso considerou-se que a informação radiológica
convencional permitiu o estabelecimento do diagnóstico e
planeamento pré-cirúrgico adequado, não se justificando a
exposição do paciente à radiação da TAC.
56
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Prevalência de sisos inclusos na Clínica
Universitária da UCP-CRB
Dias R.,1 Dias V.,1 Morais J.,1 Lima T.,1 Cardoso Á.,1 Correia A.2
1
Aluno do 3º ano do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
2
Regente de Informática do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Os terceiros molares são os dentes mais frequentemente inclusos, com valores situados entre
os 18 e os 32% (1-2). O factor inclusão pode estar
relacionado com o tipo de população e sexo,
e pode ser caracterizado pelo seu grau, localização
e angulação (3-4).
Objectivos
Estudo da prevalência de sisos inclusos, e sua
caracterização, na população adulta da Clínica
Universitária da U.C.P. em Viseu.
Conclusão
Dentro dos limites deste estudo, verificou-se uma
maior prevalência de sisos inclusos na mandíbula
(62,6%) e uma predisponibilidade sexual feminina.
47,3% dos sisos inclusos mandibulares e 59,1%
maxilares encontravam-se verticalizados.
Bibliografia
1. Andreansen JO. Epidemiology of third molar impactions.
In: Andreasen JO, Petersen JK, Laskin DM, eds: Textbook and
Color Atlas of Tooth Impactions. Copenhagen: Munksgaard
1997: 222–223.
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impactation in a group of volunteers in Turkey. Clin Oral
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3. S. L. Quek, C. K. Tay, K. H. Tay, S. L. Toh, K. C. Lim: Pattern of
third molar impaction in a Singapore Chinese population:
a retrospective radiographic survey. Int. J. Oral Maxillofac.
Surg. 2003; 32: 548–552.
4. Venta I, Turtola L, Ylipaavalniemi P. Radiographic follow-up
of impacted third molars from age 20 to 32 years. IntJ Oral
Maxillofac Surgery 2001: 30:54–57.
5. Winter GB. Principles of Exodontia as Applied to the
Impacted Third Molar. St. Louis: American Medical Books
1926.
57
Prevalência de sisos inclusos na Clínica Universitária da UCP-CRB
Introdução
Os terceiros molares são os dentes mais frequentemente
inclusos, com valores situados entre os 18 e os 32% (1-2). O
factor inclusão pode estar relacionado com o tipo de população
e sexo, e pode ser caracterizado pelo seu grau, localização e
angulação (3-4).
Objectivos
Estudo da prevalência de sisos inclusos em pacientes adultos
da Clínica Universitária da U.C.P. em Viseu, e sua classificação
de acordo com Winter (ângulo resulta da comparação dos
eixos longos do terceiro molar e segundo molar adjacente) (5).
Continuação do estudo preliminar iniciado em 2007 (6).
Material e Métodos
Amostra: n=302 (Selecção aleatória de Pacientes da Clínica
Universitária de Viseu). Idade: 20 a 87 anos.
Critérios de exclusão: paciente com terceiros molares com
formação incompleta da raiz e/ou patologia e/ou trauma que
afecte o alinhamento dentário.
Indivíduos do sexo masculino apresentavam uma maior
percentagem de dentes do siso mandibulares inclusos (parcial e
completamente) comparativamente ao sexo feminino (dente 38:
17.9% vs 12.3%, p<0,05; dente 48: 20.7% vs 13.6%, p<0,05).
A maioria dos sisos inclusos encontravam-se verticalizados
(59,1% sisos maxilares; 47,2% sisos mandibulares). 12.6% dos
dentes 18 e 28 encontravam-se disto-angulados, enquanto que
17,5% e 14,2% dos dentes 38 e 48, respectivamente, encontravam-se mesio-angulados.
Discussão e Conclusões
Dentro dos limites deste estudo, verificou-se uma maior
prevalência de sisos inclusos na mandíbula (62,6%) e uma
predisponibilidade sexual feminina. 47,3% dos sisos inclusos
mandibulares e 59,1% maxilares encontravam-se verticalizados.
Em relação ao estudo preliminar de 2007 os resultados foram
semelhantes, verificando-se no entanto aumento da predisponibilidade feminina.
Os dados recolhidos foram estatisticamente analisados através
do teste do Qui-quadrado no programa SPSS 14.0®.
Resultados
Das 302 ortopantomografias analisadas, 43,4% apresentavam
terceiros molares inclusos: 48,0% sexo masculino e 52,0% sexo
feminino (Fig.1), com a seguinte distribuição: 7,9% (dente 18),
7,9% (dente 28), 14,9% (dente 38) e 16,9% (dente 48) (Fig.2).
Fig. 3 – Tabela de distribuição de sisos inclusos encontrados,
por arcada e por sexo
Fig. 1 – Distribuição por sexos de pacientes
com pelo menos um siso incluso.
Fig. 2 – Distribuição de pacientes estudados
pelo n.º de sisos inclusos apresentados.
Fig. 4 –Distribuição do nível de inclusão dos
sisos no maxilar.
Fig. 5 – Distribuição do nível de inclusão dos
sisos na mandíbula.
Fig. 6 – Distribuição da angulação de sisos
inclusos no maxilar.
Fig. 7 – Distribuição da angulação de sisos
inclusos na mandíbula.
58
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Cavidade óssea de Stafne
Araújo, F.,1 Marques, T.,1 Santos, T.,1 Marques, R.,1 Frias, C.,2 Rufino, A.,2 Silva, A.,3 Costa, M.,2 Lopes, J.4
1
Aluno(a) do 6.º ano de Medicina Dentária
2
Médico Dentista. Assistente Convidado de Medicina Dentária
3
Médico Dentista. Regente da Disciplina de Cirurgia Oral
4
Médico Estomatologista. Regente da Disciplina de Medicina Oral e Patologia Oncológica
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
Em 1942, Stafne descreveu 35 “cavidades ósseas”
localizadas no ângulo da mandíbula. Eram cavidades uniloculares, bem circunscritas, de forma
redonda ou elíptica radiolucentes situadas abaixo
do canal dentário inferior e entre o ângulo da
mandíbula e o 1º molar.
No interior destas cavidades podemos encontrar
tecido glandular, ou outros tecidos tais como
adenoma pleomórfico, músculo estriado, tecido
linfóide, tecido adiposo, vasos sanguíneos, e tecido
conjuntivo fibroso. Algumas cavidades podem no
entanto encontrar-se vazias (4).
Detectadas em imagiologia de rotina, a maior
parte das cavidades ósseas de Stafne são assintomáticas. A presença de dor pode por vezes
indicar patologia subjacente (sialoadenite, adenoma
pleomórfico). Por vezes a palpação da cortical
mandibular pode revelar a depressão côncava.
O estudo radiológico revela uma imagem unilocular
oval ou elíptica bem delimitada por margens ósseas
espessas. Em raras situações estas radiolucências
podem ser biloculadas ou até mesmo multiloculadas. Esta radiolucência está localizada entre o
ângulo mandibular e o primeiro molar inferior, sem
contacto com dentes, caracteristicamente situada
abaixo do canal dentário inferior (3, 5, 6).
Referências
1. Apruzzese, D. and S. Longoni, Stafne cyst in an anterior
location. J Oral Maxillofac Surg, 1999. 57(3): p. 333-8.; +
2. de Courten, A., et al., Anterior lingual mandibular salivary
gland defect (Stafne defect) presenting as a residual cyst.
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94(4): p. 460-4.;
3. Quesada-Gomez, C., et al., Stafne bone cavity: a retrospective study of 11 cases. Med Oral Patol Oral Cir Bucal, 2006.
11(3): p. E277-80.;
4. Katz, J., G. Chaushu, and I. Rotstein, Stafne’s bone cavity in
the anterior mandible: a possible diagnostic challenge. J
Endod, 2001. 27(4): p. 304-7.;
5. Segev, Y., M. Puterman, and L. Bodner, Stafne bone cavity-magnetic resonance imaging. Med Oral Patol Oral Cir
Bucal, 2006. 11(4): p. E345-7.
6. Shimizu, M., et al., CT analysis of the Stafne’s bone defects
of the mandible. Dentomaxillofac Radiol, 2006. 35(2): p.
95-102.;
7. Slasky, B.S. and J. Bar-Ziv, Lingual mandibular bony defects:
CT in the buccolingual plane. J Comput Assist Tomogr,
1996. 20(3): p. 439-43.;
8. Ariji, E., et al., Stafne’s bone cavity. Classification based
on outline and content determined by computed tomography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol, 1993. 76(3): p.
375-80.;
9. Scholl, R.J., et al., Cysts and cystic lesions of the mandible:
clinical and radiologic-histopathologic review. Radiographics, 1999. 19(5): p. 1107-24.
59
Cavidade óssea de Stafne
Introdução
Em 1942, Stafne descreveu 35 “cavidades ósseas” localizadas
no ângulo da mandíbula, uniloculares, bem circunscritas, de forma
redonda ou elíptica radiolucentes situadas abaixo do canal dentário
inferior e entre o ângulo da mandíbula e o 1º molar.
Usualmente assintomáticas, e com predilecção por indivíduos
do sexo masculino (70 – 90% dos casos) na 5ª e 7ª década de
vida, sendo na maioria dos casos unilaterais (1-3,5).
Detectadas em imagiologia de rotina, a maior parte das cavidades
ósseos de Stafne são assintomáticas. A presença de dor pode
por vezes indicar patologia subjacente (sialoadenite, adenoma
pleomórfico). Por vezes a palpação da cortical mandibular pode
revelar a depressão côncava. O estudo radiológico revela uma
imagem unilocular oval ou elíptica bem delimitada por margens
ósseas espessas. Em raras situações estas radiolucências podem ser
biloculadas ou até mesmo multiloculadas. Esta radiolucência está
localizada entre o ângulo mandibular e o primeiro molar inferior,
sem contacto com dentes, caracteristícamente situada abaixo do
canal dentário inferior (3, 5, 6).
A forma de apresentação unilateral é a mais frequente, existindo
casos de apresentação bilateral. Um dos aspectos mais importantes
na confirmação deste diagnóstico é demonstrar a abertura da
concavidade na face lingual da mandíbula, delimitada por uma
cortical (8) em cortes axiais de tc ou rm.
Fig. 2 – Corte Axial
(cavidade com 11.5 mm
no seu maior diâmetro cervico-facial,
e 9.5 mm no seu menor diâmetro)
Fig. 3 – Corte Coronal (cavidade com 8,4 mm no seu diâmetro cefalocaudal, observando-se a invaginação da glândula sub-mandibular)
Fig. 4 – Corte Sagital
Tratamento
Fig. 5 – Reconstrução
multiplanar, evidenciando a
proximidade com o nervo
dentário inferior
Não existe indicação cirúrgica para a Cavidade óssea de Stafne.
Em casos raros de desenvolvimento acentuado, procede-se à
extirpação de parte ou da totalidade da glândula submandibular
ou do tecido causal. Nestas situações poderão estar subjacentes
patologias da própria glândula, como adenoma pleomórfico ou
sialoadenite crónica. O controlo (radiográfico) periódico destas
situações está recomendado (3).
Caso Clínico
Doente do sexo masculino, 71 anos de idade, raça caucasiana, recorreu à Clínica Universitária para tratamentos dentários.
Verificou-se a presença de uma lesão bilateral na mucosa jugal,
esbranquiçada e linear diagnosticada como linha alba angularis
ou linha de mordisqueio da mucosa jugal, assim como cáries
dentárias, e periodontite crónica. O exame imagiológico detectou
uma imagem radiolucente, unilocular de bordos bem definidos, no
ramo horizontal da hemimandíbula esquerda, zona posterior junto
ao ângulo mandibular, abaixo do canal dentário. Foi pedida uma
Tomografia Assistida por Computador (TC) para esclarecer natureza,
dimensões e relações com estruturas anatómicas adjacentes.
Fig. 6 – Reconstrução
tridimensional
Fig. 8 – Reconstrução tridimensional, hemisecção da mandíbula
Fig. 7 – Reconstrução tridimensional,
visão posterior
Fig. 9 – Reconstrução tridimensional, pormenor da cavidade óssea
Conclusões
Fig. 1 – Ortopantomografia
Podemos concluir que existe um defeito ósseo no lado esquerdo
do ramo horizontal da mandíbula do doente, na zona do ângulo
mandibular, abaixo do canal dentário.
A TC mostra-se um meio de extrema utilidade na confirmação
deste tipo de alterações ósseas. A evidência da abertura lingual
definida por uma cortical íntegra é um elemento chave na confirmação da Cavidade óssea de Stafne.
O reconhecimento do diagnóstico destas lesões é importante,
diferenciando com outros tipos de alterações como ameloblastomas,
queratoquistos, quistos ósseos solitários, para os quais deveremos
pensar em intervenção cirúrgica.
60
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Solução protética para correcção de defeito
gengival com prótese fixa. Caso clínico
Araújo, F.,1 Marques, T.,1 Correia, A.,2 Esteves, H.3
1
Assistente do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
2
Assistente de Prostodontia Fixa do Mestrado Integrado de Medicina Dentária
3
Responsável pela Área de Prostodontia Fixa
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
A perda de peças dentárias associa-se normalmente a uma reabsorção óssea da apófise
alveolar. Estas situações comprometem a função,
fonética e estética da reabilitação por prótese fixa.
As soluções disponíveis para repor o volume da
apófise alveolar perdida podem ser cirúrgicas e/
ou protéticas (1). As primeiras apresentam algumas limitações quanto ao volume conseguido,
principalmente nas Classes II e III de Siebert (2)
mais extensas. Em determinados casos clínicos, as
soluções protéticas, por serem simples e rápidas,
podem ser a melhor solução.
Objectivos da Apresentação
Reabilitação de um espaço edêntulo Classe III
de Siebert com recurso a uma prótese fixa de
seis elementos caracterizada com cerâmica rosa
simulando a gengiva.
Descrição Caso Clínico
Paciente do sexo masculino, 56 anos, dirigiu-se
à Clínica Universitária apresentando como queixa
principal o diastema entre os incisivos centrais
inferiores, com lesão lingual relacionada, e estética
deficiente. Dada a recusa do paciente em efectuar
cirurgia periodontal, foi sugerida e elaborada uma
prótese fixa (metalo-cerâmica) de seis elementos
com aplicação de cerâmica rosa simulando a
gengiva na região cervical.
Conclusão
Uma prótese parcial fixa, cuidadosamente
caracterizada com cerâmica rosa simulando a
gengiva pode constituir uma alternativa válida de
tratamento para pacientes que não possam ser
submetidos a cirurgia para correcção dos tecidos
periodontais.
Bibliografia
1. Capa N: An alternative treatment approach to gingival
recession: gingiva-colored partial porcelain veneers: a
clinical report. J Prosthet Dent 2007;98(2):82-84.
2. Kamalakidis S, Paniz G, Kang K-H, Hirayama H: Nonsurgical
management of soft tissue deficiencies for anterior single implant-supported restorations: a clinical report. The
Journal of Prosthetic Dentistry 2007;97(1):1-5
3. Carvalho W, Barboza EP, Gouvea CV: The use of porcelain
laminate veneers and a removable gingival prosthesis for
a periodontally compromised patient: a clinical report. The
Journal of Prosthetic Dentistry 2005;93(4):315-317;
4. Priest GF, Lindke L: Gingival-colored porcelain for implantsupported prostheses in the aesthetic zone. Pract Periodontics Aesthet Dent 998;10(9):1231-1240; quiz 1242.;
5. Botha PJ, Gluckman HL: The gingival prosthesis--a literature
review. SADJ: Journal of the South African Dental Association = Tydskrif Van Die Suid-Afrikaanse Tandheelkundige
Vereniging 1999;54(7):288-290;
6. Friedman MJ: Gingival masks: a simple prosthesis to
improve the appearance of teeth. Compendium of Continuing Education in Dentistry (Jamesburg, N.J.: 1995)
2000;21(11):1008-1010, 1012-1004, 1016;
7. Polack MA, Mahn DH: The aesthetic replacement of
mandibular incisors using an implant-supported fixed
partial denture with gingival-colored ceramics. Practical
Procedures & Aesthetic Dentistry: PPAD 2007;19(10):597603; quiz 604
8. Everhart RJ, Cavazos E: Evaluation of a fixed removable
partial denture: Andrews Bridge System. The Journal of
Prosthetic Dentistry 1983;50(2):180-184;
9. Barzilay I, Tamblyn, I.: Gingival Prostheses - A Review. J Can
Dent Assoc 2003; 69(2):74–8 2003;69(2):5.;
10. Zalkind M, Hochman N: Alternative method of conservative
esthetic treatment for gingival recession. J Prosthet Dent
1997;77(6):561-563
61
Solução protética para correcção de defeito gengival com
prótese parcial fixa. Caso clínico
Introdução
Na reabilitação oral do paciente parcialmente desdentado, a selecção do melhor tratamento protético
para espaços edêntulos com recessão ou lesão gengival é uma situação difícil (3). Níveis óptimos de
estética são por vezes alcançados apenas com recurso
a cirurgia, pré-protética. No entanto alguns pacientes,
por várias razões, não são candidatos ou não toleram
essas cirurgias (4). A substituição dos tecidos moles e
duros com recurso a prótese gengival é uma alternativa
válida nestes casos (1, 2, 4-7). Várias técnicas foram
descritas como soluções protéticas para a perda de
tecido alveolo-dentário, com materiais do tipo resinas
acrílicas ou cerâmicas (3,4,7-10).
Fig. 3 Enceramento de diagnóstico.
Fig. 4 Preparo dentário do 43.
Fig. 5 e 6 – infraestrutura metálica (vistas vestibular e lingual).
Descrição do Caso Clínico
Paciente: sexo masculino, caucasiano, 56 anos de
idade.
Motivo da Consulta: Problema estético (abertura
nos incisivos centrais inferiores) e lesão lingual.
Diagnóstico: Periodontite crónica localizada nos
dentes 31 e 41 (Fig. 1 e 2).
Plano de Tratamento: Enceramento de diagnóstico
(Fig. 3) e construção de matriz transparente; extracção
do 41 e 31, preparos dentários mantendo a vitalidade
dos dentes pilares (Fig. 4) e cimentação de prótese
parcial fixa provisória; impressões definitivas dois meses
após extracções do dente 31 e 41; prova de infraestrutura (Fig. 5 e 6) e determinação da cor das estruturas
dentárias e da gengiva; cimentação definitiva (Fig. 9);
consultas de controlo (Fig. 10) regulares reforçando a
importância do controlo da placa bacteriana, diária,
para o sucesso da reabilitação.
Prognóstico: Favorável com manutenção da vitalidade dos dentes pilares e espaço suficiente para a
higienização.
Fig. 1 – Foto intra-oral inicial
Fig. 2 – Radiografias pré-operatórias
do 5.º sextante.
Fig. 7 e 8 – ppf concluída no modelo de trabalho (vistas vestibular e
lingual).
Fig. 9 – Prótese Parcial Fixa finalizada
e cimentada em boca.
Fig. 10 – Prótese Parcial Fixa 1
ano depois de ser cimentada.
Discussão e Conclusão
As prótese gengivais como extensão dos pônticos
das próteses fixas, podem ser utilizadas desde que não
interfiram na higienização dos tecidos periodontais
adjacentes (5). Em pacientes que não podem, ou
não desejam, ser submetidos a intervenções cirúrgicas
pré-protéticas, estas próteses podem ser alternativas
de tratamento a considerar, por serem de execução
simples, rápida, não invasiva e apresentando resultados
clínicos bastante satisfatórios (2,7).
62
Cadern o s d e S aúd e Vo l . 1 Número especial de Medicina D entária
Fractura do terço médio radicular.
Controlo de caso clínico
Oliveira, A.,1 Vilaça, L.,1 Silva, O.,2 Martins, M.3
1
Aluno da Licenciatura em Medicina Dentária
2
Médico Dentista, Assistente Convidado de Endodoncia de Medicina Dentária
3
Médico Estomatologista, Regente de Endodoncia de Medicina Dentária
Mestrado Integrado de Medicina Dentária – Universidade Católica Portuguesa
Introdução
As fracturas radiculares por trauma são lesões
relativamente pouco frequentes na prática clínica,
ocorrendo em 0,5 a 7% dos casos (1). Podem ser
únicas ou múltiplas e completas ou incompletas
(2). Apresentam maior frequência na faixa etária dos 11 aos 20 anos, estando eventualmente
associadas a fracturas do processo alveolar. Os
incisivos centrais maxilares são os dentes mais
expostos a este tipo de lesões em pacientes do
sexo masculino, envolvendo mais usualmente o
terço médio radicular (1).
Trata-se de um caso clínico em que o paciente
E. P. R., do sexo masculino com 40 anos, foi
observado na consulta de Endodoncia da Clínica
Universitária no dia 06 de Março de 2007, referindo
ter sofrido um trauma na região inferior da face.
A radiografia periapical mostrou-nos uma dupla
fractura horizontal no terço médio da raiz do
dente 21.
O tratamento efectuado consistiu na ferulização
imediata do dente 21 aos adjacentes e criação de
um núcleo rígido intracanalar, com obturação dos
dois segmentos por técnica mista, conseguido
com o encravamento de uma Orifice Shapener
2 (.06/30) com Top Seal® no canal, de modo a
cumprir com os requisitos estéticos e funcionais
acordados com o paciente (1,2,3).
Discussão/Conclusão
O sucesso dos procedimentos clínicos foi
alcançado, com manutenção da peça dentária na
cavidade oral, comprovado através dos controlos
radiográficos e clínicos efectuados até à data.
Dado não ter sido possível por enquanto obter
regeneração periodontal, o paciente está orientado
na área de Periodontologia.
Bibliografia
1. Çaliskan, M., Pehlivan, Y.; Prognosis of root-fractured permanent incisors; Endod Dent Traumatol 1996; 12: 129-136;
2. Ingle, J., Bakland, L.; Endodontics; Fifth Edition; 15: Endodontic considerations in dental trauma 795-844; BC Decker;
2002;
3. Oikarinen, K.; Tooth splinting: a review of the literature
and consideration of the versatility of a wire-composite
splint; Endod Dent Traumatol 1990; 6: 237-250.
63
Fractura do terço médio radicular. Controlo de caso clínico
Introdução
As fracturas radiculares por trauma são lesões
relativamente pouco frequentes na prática clínica,
ocorrendo em 0,5 a 7% dos casos (1). Podem ser
únicas ou múltiplas e completas ou incompletas (2).
Apresentam maior frequência na faixa etária dos 11
aos 20 anos, estando eventualmente associadas a
fracturas do processo alveolar. Os incisivos centrais
maxilares são os dentes mais expostos a este tipo de
lesões em pacientes do sexo masculino, envolvendo
mais usualmente o terço médio radicular (1).
Trata-se de um caso clínico em que o paciente E.
P. R., do sexo masculino com 40 anos, foi observado
na consulta de Endodoncia da Clínica Universitária
no dia 06 de Março de 2007, referindo ter sofrido
um trauma na região inferior da face. A radiografia
periapical mostrou-nos uma dupla fractura horizontal
no terço médio da raiz do dente 21.
O tratamento efectuado consistiu na ferulização
imediata do dente 21 aos adjacentes e criação de
um núcleo rígido intracanalar, com obturação dos
dois segmentos por técnica mista, conseguido com
o encravamento de uma Orifice Shapener 2 (.06/30)
com Top Seal® no canal, de modo a cumprir com
os requisitos estéticos e funcionais acordados com o
paciente (1,2,3).
semanas e 7 e 13 meses foi efectuado um exame
clínico e registo radiográfico do tratamento.
Fig. 5 – Rx 1
Fig. 6 – Rx 5
Fig. 7 – Rx
2 semanas
Fig. 8 – Rx
5 semanas
Fig. 9 – Rx
9 semanas
Fig. 10 – Rx
7 meses
Material e Métodos
O paciente foi colocado num plano de visitas de
controlo, visando a avaliação da eficácia do tratamento.
Nestas consultas de controlo, realizadas às 2, 6, 9
Figura 11 – Rx 13
meses
Fig. 1 – Ortopantomografia
Fig. 2 – Rx1
Discussão/Conclusão
Fig. 3 – Ferulização do dente 21
Fig. 4 – Obturação com
lima Profile® e Top Seal®
O sucesso dos procedimentos clínicos foi alcançado,
com manutenção da peça dentária na cavidade oral,
comprovado através dos controlos radiográficos e
clínicos efectuados até à data. Dado não ter sido
possível por enquanto obter regeneração periodontal,
o paciente está orientado na área de Periodontologia.
INSTITUTO DE
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Produção científica do ICS
Área de Medicina Dentária
1. Artigos Publicados
1. Roberts MC, Leroux BG, Sampson J, Luis HS, Bernardo M,
Leitão J. Dental amalgam and antibiotic- and/or mercuryresistant bacteria. J Dent Res. 2008 May;87(5):475-9. PMID:
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