caracterização clínica da doença de fabry na

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CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA DA DOENÇA DE FABRY NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA ATENDIDA EM UM
CENTRO DE REFERÊNCIA EM ERROS INATOS DO METABOLISMO: ESTUDO RETROSPECTIVO.
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Autores
Instituição
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Thamy Pelatieri Caneloi , Sandra Obikawa Kyosen , Carmen Silvia Curiati Mendes , Carolina Sanchez
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Aranda , Marco Antonio Curiati , Maret Holanda Rand , Patrícia Feliciano , João Bosco Pesquero ,
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Vânia D’Almeida , Ana Maria Martins
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UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (Rua Botucatu, 740 - 5º andar - Vila Clementino - São
Paulo - SP)
Resumo
OBJETIVOS
O objetivo deste estudo foi descrever as manifestações clínicas da Doença de Fabry (DF, OMIM #301500) em
população pediátrica acompanhada no Centro de Referência em Erros Inatos do Metabolismo (CREIM) da
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
MÉTODOS
Estudo longitudinal retrospectivo de prontuários dos pacientes com faixa etária menor que 18 anos acompanhados
no CREIM entre 2008 e 2015, com diagnóstico de DF. Estudo aprovado pelo comitê de ética institucional
(CEP/UNIFESP nº 2007/11).
RESULTADOS
Dos 4.119 pacientes cadastrados no CREIM, 91 têm diagnóstico de DF, sendo 16 crianças (10M/6F) membros de
nove famílias diferentes e com diagnóstico de DF através da triagem familiar pela análise molecular do gene GLA. A
maioria dos pacientes (14/16, 87,5%) era sintomática antes da confirmação diagnóstica. A mediana de idade atual
em anos (mínima; máxima), foi 13,8 (3,2; 16,9), idade na primeira consulta 10,6 (2,6; 15,3), idade de aparecimento do
primeiro sintoma 5,0 (1,0; 13), idade do diagnóstico molecular 10,8 (2; 15,3), tempo entre o aparecimento do primeiro
sintoma e o diagnóstico 2,9 (0,3; 11,6) e tempo de acompanhamento no CREIM 0,8 (0,3; 7,2). Dentre os primeiros
sintomas referidos, o mais comum foi a acroparestesia (6/14, 43%). Considerando todos os sintomas referidos, os
neurológicos foram os mais comuns (12/14, 86%). Dos três pacientes (2F/1M) que realizaram avaliação
oftalmológica, todos apresentaram córnea verticillata bilateral; dos 11 pacientes que fizeram avaliação da função
renal, seis (54,5%, 3F/3M) apresentaram microalbuminúria; dos três pacientes que fizeram eletrocardiograma, dois
(1F/1M) apresentaram arritmia cardíaca. Quanto às mutações em GLA, os éxons envolvidos foram 1, 6 e 7; as
mutações mais comuns foram missense, seguidas de stop códon, inserção, deleção e duplicação. Três pacientes
têm indicação de terapia de reposição enzimática: uma paciente do sexo feminino de 14 anos, por comprometimento
renal, e dois pacientes do sexo masculino de 15 e 16 anos, ambos por comprometimento renal e limitação das
atividades diárias decorrentes da acroparestesia e intolerância ao calor/exercícios.
CONCLUSÃO
Mesmo a grande maioria dos pacientes apresentando sintomas típicos de DF, o diagnóstico só foi feito pela triagem
familiar. Dentre as avaliações complementares, a oftalmológica, a cardíaca e a renal foram as mais alteradas,
reforçando a importância da triagem destes sistemas na faixa etária compreendida. Cada vez mais estudos mostram
que pacientes do sexo feminino também apresentam complicações sérias da DF durante a infância, que corrobora
com o achado do nosso estudo no qual uma paciente do sexo feminino já apresentava comprometimento renal. É
importante divulgar a DF entre médicos de diferentes especialidades a fim de que o diagnóstico possa ser feito antes
do aparecimento de lesões irreversíveis da doença e para que o tratamento possa ser instituído precocemente,
melhorando o prognóstico do paciente.
Palavras-chaves: Crianças, Doença de Fabry, Doenças lisossômicas, Erros inatos do metabolismo
Agência de Fomento:
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