AFRF Exercícios – Tele-Transmitido Prof. Noely Landarin Português

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AFRF Exercícios – Tele- Transmitido
Prof. Noely Landarin
Leia o texto para responder às questões de 01 a
03
Vinte e quatro séculos atrás, Sócrates, Platão e
Aristóteles lançaram as bases do estudo científico da
sociedade e da política. Muito se aprendeu depois
disso, mas os princípios que eles formularam
conservam toda a sua força de exigências
incontornáveis. O mais importante é a distinção entre
o discurso dos agentes e o discurso do cientista que o
analisa. Doxa (opinião) e episteme (ciência) são os
termos que os designam respectivamente, mas estas
palavras tanto se desgastaram pelo uso que, para
torná-las novamente úteis, é preciso explicar o seu
sentido em termos atualizados. Foi o que fez Edmund
Husserl com a distinção entre discurso "pré-analítico"
e o discurso tornado consciente pela análise de seus
significados embutidos.
Por exemplo, na linguagem corrente, podemos
opor o comunismo ao anticomunismo como duas
ideologias. No entanto, comunismo é uma
ideologia, mas o anticomunismo não é uma
ideologia, é a simples rejeição de uma ideologia.
É analisando e decompondo compactados
verbais como esse e comparando-os com os dados
disponíveis que o estudioso pode
chegar a
compreender a situação em termos bem diferentes
daqueles do agente político. Mas também é certo
que os próprios conceitos científicos daí obtidos
podem incorporar-se depois no discurso político,
tornando-se expressões da doxa. É isso,
precisamente, o que se denomina uma ideologia:
um discurso de ação política composto de
conceitos científicos esvaziados de seu conteúdo
analítico e imantados de carga simbólica. Então, é
preciso novas e novas análises para neutralizar a
mutação da ciência em ideologia.
(Olavo de Carvalho, com cortes)
01. Indique o item que está de acordo com as
idéias desenvolvidas no texto.
a) É no conhecimento produzido pelos filósofos da
Grécia
Antiga que se encontram as mais
consistentes análises científicas a respeito de
política e sociedade.
b) Boa parte da produção científica do mundo
contemporâneo distancia-se dos axiomas
formulados por Sócrates, Platão e Aristóteles,
devido à incompatibilidade entre princípios
filosóficos e rigor formal da ciência.
c) Os discursos dos agentes políticos devem ser
rechaçados porque se fundamentam na "doxa",
não contemplando, portanto, os conceitos
científicos vigentes.
d) O discurso "pré-analítico" prescinde de análise
da realidade concreta e caracteriza-se por
abordar os significados implícitos dos enunciados
produzidos na instância pública.
e) O esvaziamento de significado a que os
conceitos científicos estão sujeitos pelo seu uso
em instâncias sociais não exclusivamente
científicas gera a necessidade de renovação de
terminologia na ciência.
Atualizada 05/03/2007
Português - 08
02. Assinale o item que expressa uma idéia
depreendida dos sentidos explícitos e implícitos
que compõem a rede temática do texto.
a) Apesar de os princípios filosóficos carregarem
em si uma regulação e se basearem
exclusivamente na "doxa", eles sobrevivem às
contingências históricas, como bem o demonstra
a atualidade dos princípios formulados na Grécia
Antiga.
b) Por meio do conhecimento científico, as
sociedades buscam interpretações da realidade
que não se orientem na ideologia, cabendo,
portanto, à "episteme" a análise crítica dos
discursos que circulam na sociedade.
c) A formação da corrente de pensamento
anticomunista exemplifica a supremacia do
discurso epistemológico e representa a reação
da sociedade a análises subjetivas dos fatos
históricos.
d) A ciência tende a tornar-se cada vez mais
dogmática e menos neutra, intensificando,
portanto, seus procedimentos persecutórios
perante os discursos dos agentes políticos que
banalizam conceitos científicos.
e) Os filósofos gregos previram a mutação da
ciência em ideologia, ao analisarem a força
simbólica que esta assume nos discursos
hegemônicos dos agentes políticos.
03. Marque com ( V ) as afirmações verdadeiras
e com ( F ) as falsas. Indiquem, em seguida, a
seqüência correta.
( ) Mantém-se a correção gramatical substituindose a expressão "Vinte e quatro séculos atrás"
(l.1) por " Há vinte e quatro séculos" ou por "
Fazem vinte e quatro séculos".
( ) A oração " Muito se aprendeu depois disso"(l.3
e 4) poderia ser substituída por " Aprenderamse muitas coisas depois", preservando-se o
sentido e a correção gramatical do texto.
( ) Compromete-se a clareza do texto e há
prejuízo para a correção gramatical do período
se o pronome da expressão " estas palavras"
(l.11) for substituído por " essas".
( ) A oração " que é preciso explicar o seu sentido
em termos atualizados" (l. 12 e 13) expressa
conseqüência,
sendo
correto,
portanto,
substituir "que" pelo conector "porquanto".
( ) No segundo parágrafo, predomina a articulação
semântica e sintática de oposição na produção
de sentido dos enunciados.
a) F / V / F / F / V
b) F / F / F / F / V
c) V / V / V / F / F
d) F / F / V / V / V
e) V / F / F / V / V
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AFRF Exercícios – Tele- Transmitido
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Português - 08
Leia o texto abaixo para responder às questões
04 e 05.
Os graves e persistentes problemas sociais
brasileiros ganharam na semana passada mais um
comentarista internacional dos tantos que, de
tempos em tempos, fazem análises apressadas ou
francamente erradas sobre o país. Em visita ao
Brasil na qualidade de relator especial da Comissão
de Direitos Humanos das Nações Unidas, Jean
Ziegler, um conhecido polemista suíço de
orientação socialista, cometeu erros grosseiros de
avaliação, como o de dizer que o Brasil é o mais
injusto entre todos os 189 países membros da
ONU. Mesmo se dando ao suíço o benefício de
estar trabalhando com o conceito de desigualdade
social - e não com o de miséria -, a comparação
não se sustenta.
Outra confusão conceitual de Jean Ziegler
embaralhou desnutrição e fome. O suíço disse que
no Brasil há 25 milhões de famintos. Justificou
apresentando dados oficiais brasileiros que
apontam que o número de pessoas sem renda
suficiente para comprar comida é muito próximo de
25 milhões. A estatística é correta, mas a conclusão
é errada. Falta de renda para comprar comida não
é necessariamente sinônimo de fome, pois muita
gente, especialmente nas zonas rurais, planta e
colhe o que come, enquanto outros tantos
brasileiros recebem cestas básicas. Trata-se de
uma confusão de bom calibre, sobretudo para um
cidadão que fala em nome da ONU.
c) A vírgula após o travessão na linha 15 é
obrigatória porque demarca uma circunstância
deslocada.
d) Em lugar de vírgula, a gramática e os sentidos do
texto permitem o uso de ponto-e-vírgula antes de
"mas" (l.24)
e) Pelo sentido textual, o ponto final após "errada"
(l.24 e 25) pode ser substituído por dois pontos.
(Carta ao leitor- VEJA,30/01/2002, com adaptações)
(Eduardo Matarazzo Suplicy, senador –PT-SP,São Paulo,SP)
04. De acordo com o texto, Jean Ziegler
cometeu vários erros em suas análises sobre o
Brasil, como:
I) avaliar
os
problemas
brasileiros
em
comparação com outros países não-membros
da ONU;
II) confundir fome com desigualdade social e
miséria com desnutrição;
III) concluir que não ter dinheiro para comprar
comida significa passar fome;
IV) fazer pronunciamentos inadequados para um
socialista.
06. Assinale a opção que contém asserção falsa
a respeito da compreensão das idéias do texto e
das inferências permitidas por uma leitura
correta.
a) O autor incita sua mensagem tecendo um elogio
a Antônio Negri e Giuseppe Cocco pelo teor do
artigo escrito por eles.
b) Pelas palavras da mensagem, deduz-se que os
autores concluem seu artigo recomendando ao
governo Lula que se aproveite de sua prática
com o programa Bolsa-Família para acelerar o
processo de democratização, por meio da
concessão de renda universal.
c) É louvável, da perspectiva do autor da
mensagem, o referido artigo ter atribuído ao
programa Bolsa-família a peculiaridade de ser a
semente da qual pode germinar a instituição de
uma renda básica de cidadania.
d) No contexto em que se encontra, entende-se que
o substantivo “incondicionalidade”, que significa
“adesão irrestrita”, aponta para a doação de uma
renda que atenda às necessidades de todo o
brasileiro, independentemente de quanto custe
sua sobrevivência.
e) A menção à Lei 10.835/2004 é uma forma de o
senador Suplicy indicar o caminho legal à
consecução da sugestão feita pelos autores do
artigo ao governo Lula.
Corresponde(m)
apenas
a) I e III
b) II
c) II, III e IV
d) II e IV
e) III
à
argumentação
do
texto
05. Assinale a opção incorreta a respeito do
emprego dos sinais de pontuação no texto.
a) De acordo com as regras gramaticais, é possível
o emprego de uma vírgula após "Brasil".(l.6)
b) A vírgula após "socialistas"(l.10) deve ser
retirada porque constitui erro gramatical ao
separar o sujeito de seu predicado.
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Atualizada 05/03/2007
Do Painel do Leitor da Folha de S.Paulo de
8/1/2006 transcreve-se a seguinte mensagem:
“Antônio Negri e Giuseppe Cocco foram muito
precisos e felizes no artigo e 5/1 ao destacarem
como o programa Bolsa-Família tem contribuído
para diminuir a desigualdade e o seu caráter de
embrião de uma renda universal e cidadã,
sobretudo ao concluírem com a sugestão de que o
governo Lula deveria colocar sua própria prática na
perspectiva de aceleração do processo de
democratização,
apontando
para
a
incondicionalidade.
Já existe o instrumento legal para isso. É a lei
10.835, sancionada pelo presidente em 8/1/2004.
Ela institui, por etapas, começando pelos mais
necessitados, a critério do Poder Executivo, uma
renda básica de cidadania, ou seja, o direito de
todas as pessoas no Brasil, incondicionalmente,
receberem uma renda para atender as suas
necessidades vitais.
O Executivo definirá o seu valor levando em
conta o grau de desenvolvimento do país.
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07. Texto
Fazer ciência é algo distinto dos estereótipos de
cientistas de cabelos eriçados. Há uma questão de
atitude da sociedade e do Estado em relação à
possibilidade de produção do conhecimento e ao valor
que se atribui no contexto nacional. Para usar uma
metáfora vale perguntar se o sentido de ser vitorioso
no futebol nasceu em um único brasileiro ou em uma
única geração. O sentido de ser campeão se construiu
e consolidou ao longo do século XX. Quando falamos
de ciência e pesquisa no Brasil, referimo-nos a um
país que tem uma produção científica importante,
porém comparativamente jovem e concentrada em
pólos. Quando tomamos países do primeiro Mundo,
observamos que o tempo de vida das universidades
mais importantes e contado em séculos, jamais em
décadas.
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
a) A palavra “estereótipos” (l.1) é acentuada pela
mesma regra gramatical que exige acento em
“metáfora” e em “científica”
b) Mantém-se a correção gramatical ao se substituir
a estrutura “que se lhe atribui”(l.5) por que é
atribuído ao saber.
c) A palavra “metáfora” (l.6) está sendo empregada
por extensão de seu sentido técnico e alude à
possibilidade de uma comparação por meio de
semelhanças.
d) A expressão “vale perguntar se “(l.6) introduz
uma pergunta indireta, o que dispensa o
emprego do sinal de interrogação após a palavra
“geração”. (l.8)
e) De acordo com as idéias do texto, no Brasil, tanto a
competência para a vitória no futebol como a
competência científica foram construídas em curto
período de tempo, nos últimos vinte anos.
08. Assinale a asserção falsa acerca da
estrutura lingüística e gramatical do texto
abaixo.
Nem o “sim”
nem o “não” venceram o
referendo, e quem confiar no resultado aritmético
das urnas logo perceberá a força do seu engano. O
vencedor do referendo foi o Grande Medo. Esse
Medo latente, insidioso, que a todos nos faz tão
temerosos da arma que o alheio possa ter quanto
temerosos de não ter defesa alguma na aflição.
Se um lado ou outro aparenta vantagem na
contagem das urnas, não faz diferença. O que
importa é extinguir o Grande Medo. E nem um lado
nem outro poderia fazê-lo. Todos sabemos muito
bem porquê.
a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção
de ordem sintática, a concordância do sujeito
composto ligado por “nem ... nem” (l.10) deve ser
feita com o verbo no plural, tal como se faz na
ocorrência do mesmo sujeito composto, na
primeira linha do texto.
b) Apesar de sua posição deslocada na frase, o
advérbio “logo”(l.2) dispensa a colocação de
vírgulas em virtude de ser de pouca monta, de
pouca proporção.
Atualizada 05/03/2007
Português - 08
c) Um medo “latente, insidioso”(l.4) é um medo
manifesto, encoberto, enganador, traiçoeiro,
pérfido.
d) O trecho contido nas linhas de 5 a 7 admite a
seguinte reescritura, sem que se incorra em erro
de linguagem: “...que nos faz a todos não só
temerosos da arma que o outro possa ter,
mas também temerosos de ficarmos
indefesos na angústia.”
e) A última palavra do texto merece reparo. Há
duas expressões que a substituiriam com a
devida correção gramatical: 1) por quê e 2) o
porquê.
09. A respeito de aspectos lingüísticos do
trecho abaixo, assinale a opção correta.
Só mais tarde alcancei compreender que a
inteligência pode trabalhar até o fim inteiramente
alheia aos graves problemas religiosos que
confundem o pensador que os quer resolver
segundo a razão, se nenhum choque exterior veio
perturbar para ela solução recebida na infância. A
dúvida não é sinal de que o espírito adquiriu maior
perspicuidade, é às vezes um simples mal-estar da
vida.
a) Os dois primeiros quês do texto, em “que a
inteligência”(l.1 e 2) e em “que confundem”(l.3)
são ambos pronomes relativos.
b) Em “que confundem” (l.3) , o pronome que é o
sujeito gramatical de confundem . Tendo por
sujeito um pronome, deve o verbo permanecer
na forma neutra, ou seja, o singular.
c) Compreende-se a seqüência “que os quer
resolver”(l.4) como:
que quer resolver os
problemas religiosos.
d) A preposição de , que antecede a conjunção
que(l.7), é exigência do verbo transitivo indireto
da oração iniciada por essa conjunção.
e) O substantivo “perpicuidade” tem o sentido de
“qualidade de perspectiva”.
10. Assinale a alternativa que provoca erro de
regência.
O desenvolvimento desigual de tecnologia e
das
técnicas
de
produção
implica
no
desenvolvimento desigual da própria concepção de
classe social e na desigual conduta de classe em
relação ao capital e à empresa.[...] Além disso, a
falta de uniformidade tecnológica no processo de
produção enfraquece o poder e o domínio da
gerência científica e abre espaço para a
interferência de outros saberes, historicamente
atrasados em relação ao desenvolvimento dos
setores de ponta de uma organização.
a) Retirar “das” (l.1) de diante de “técnicas”.
b) Substituir “no” (l.2) e “na” (l.3) por o e a,
respectivamente.
c) Substituir “à” (l.4) diante de “empresa” por para.
d) Substituir “no “ (l.6) diante de “processo” por do.
e) Retirar “para”(l.8) e acrescentar sinal indicativo
de crase no “a “ que o segue.
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