Fortalecer a cooperação regional para uma economia proveitosa para todos Discurso proferido durante o simpósio “Novas Tendências da Cooperação Económica Regional” por Wan Jifei, presidente do CCPIT (Macau, 30 de julho de 2004) Senhoras e senhores, boa tarde! É com imenso prazer que venho hoje trocar algumas ideias com os convidados presentes sobre o desenvolvimento e a cooperação da economia regional. Tendo como pano de fundo a regionalização da economia global e a integração das economias regionais, o tema deste simpósio se reveste de grande importância, o que vale também para impulsionar o progresso económico tanto do Território como do interior da China. Hoje em dia, a cooperação das economias regionais está sendo efetuada a pleno vapor em todo o Globo, destacando-se a iniciativa da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a aceleração da integração da União Europeia, o estabelecimento da União Africana e as cooperações entre os países asiáticos. A cooperação entre o interior chinês e as regiões de Hong Kong e Macau é outro exemplo, tendo em vista a excelente iniciativa de integração da região Pan-PRD (Delta do Rio das Pérolas) sob o mecanismo de “9+2”. Recentemente, a integração das economias locais está sendo acelerada no mundo e a Ásia vem obtendo resultados visíveis nesse processo. A essência da cooperação económica regional reside na distribuição e integração racionais dos recursos económicos dos países e regiões, tendo o mercado como alavanca, a fim de promover o progresso interdependente e comum das economias da região, ampliando sua 1 abertura. Durante as últimas duas décadas de aplicação da política de reforma e abertura, a China vem participando activamente da globalização económica e impulsionando a cooperação económica regional da Ásia. Com os esforços comuns dados pelas partes envolvidas, foram concretizadas várias acções de cooperação regional no Continente. Senhoras e senhores, A crescente economia chinesa é agora um importante integrante da economia mundial e está desempenhando um papel cada vez maior no desenvolvimento económico da Ásia. Em 2003, o PIB chinês aumentou em US$ 173 bilhões, 9,1% a mais sobre o ano anterior, oferecendo uma contribuição ainda maior para o progresso económico mundial. O comércio exterior chinês movimentou US$ 851,2 bilhões, deste total, o País importou US$ 412,8 bilhões, com o aumento de 40%, ou seja, US$ 117,6 bilhões, cinco pontos percentuais a mais sobre o crescimento do mesmo período do ano anterior, representando mais de um terço do crescimento mundial. Com isso, a China é o terceiro maior importador do planeta, logo após os Estados Unidos e a Alemanha. As importações chinesas procedentes do Japão, da Coréia e da Asean (do Sudeste Asiático) aumentaram em mais de 30%, de maneira que o comércio com a China constitui o principal motivo do crescimento de suas exportações. No primeiro trimestre deste ano, as importações chinesas cresceram 42,3%, oito pontos percentuais a mais que o aumento das exportações. Um mercado chinês crescente e mais aberto está oferecendo novas e maiores chances comerciais, não só para a Ásia como também para o resto do mundo. Actualmente, a China vive uma situação em geral muito boa, com estabilidade social e progresso económico constante. Para evitar o superaquecimento económico, o governo chinês adoptou medidas preventivas do macro-controle que, seis meses após 2 a implementação, já estão produzindo os primeiros efeitos. Segundo estatísticas, entre Janeiro e Maio deste ano, o governo central autorizou a instalação de 17.359 empresas de investimento internacional, aumentando em 14,39%, com o valor contratual de US$ 57 bilhões e 241 milhões e o investimento efetuado de US$ 25 bilhões e 911 milhões, com o crescimento respectivamente de 49,76% e 11,34%. Porém a restrição vale somente para as indústrias superaquecidas ou aquelas de alto consumo energético ou alto potencial poluidor. Em vez de ter impacto negativo sobre os investimentos estrangeiros na China, essas medidas visam melhorar o macro-ambiente de investimento, beneficiando e incentivando os investidores internacionais. Senhoras e senhores, As cifras e os fatos aqui mencionados comprovam que o rápido desenvolvimento da economia chinesa não é uma ameaça, mas sim uma fonte de oportunidades para toda a Ásia, tanto que foi estabelecida uma íntima parceria comercial interdependente entre a China e os países e regiões do Continente, uma parceria proveitosa para todas as partes. A China está consolidando eixos de cooperação regional em três zonas: o Delta do Rio Yangtzé, o Delta ou Pan-Delta do Rio das Pérolas (Pan-PRD) e a região banhada pelo Golfo de Bohai. Com 34,76% da população nacional e 20,78% do território do País, a região Pan-PRD representa mais de 33% do poderio económico nacional. Somando as vantagens de Hong Kong e Macau, a cooperação desta região conta com grande perspectiva, de maneira que especialistas prevêem que, em 20 anos, a zona pan-deltaica deverá constituir o núcleo de uma das três maiores comunidades económicas globais. A região pan-deltaica do rio das Pérolas abrange nove províncias chinesas ao longo do seu curso, mais Hong Kong e Macau, onde se concentra a área economicamente mais desenvolvida do País e a região menos favorecida do 3 Centro-Oeste. A província de Guangdong, pioneira na adopção da política de reforma e abertura, é agora uma base manufatureira mundialmente reconhecida; as províncias do Centro-Oeste abundam em recursos naturais e humanos; já Hong Kong, uma metrópole internacional, tem sido um centro financeiro, logístico e de informações, enquanto Macau - com suas vantagens peculiares -, possui uma sólida indústria nas áreas do turismo e do entretenimento. Enfim, existe uma vasta complementaridade económica nesta região, assim como um relacionamento próximo e abrangente com a comunidade internacional. A cooperação económica numa região como esta não apenas favorece a eficiente distribuição e integração dos recursos, fortalecendo sua competitividade geral de modo a alavancar o progresso rápido e coordenado da economia regional, como também beneficia a reforma, a abertura e o desenvolvimento económico do País, proporcionando uma nova experiência para outras cooperações regionais. Senhoras e senhores, Desde seu retorno à Pátria, a economia de Macau vem mantendo seu crescimento, graças, por um lado, às activas e estáveis políticas de desenvolvimento sócio-económico adoptadas pelo governo da RAEM, e por outro, ao estreitamento de sua cooperação com o interior chinês. Macau tem íntimas relações com a Europa e é o portal da Ásia para o continente europeu. A presença de Macau na cooperação pan-deltaica visa fortalecer seu relacionamento com as províncias chinesas, aproveitando suas respectivas vantagens, e oferece a ambas as partes uma boa plataforma de trabalho. Acredito que, com a implementação do CEPA e o estreitamento do relacionamento bilateral, a cooperação económica entre Macau e o interior da China crescerão ainda mais. Na manhã de hoje, em nome do Conselho para o Fomento do Comércio Internacional da China e Câmara do Comércio Internacional da China (CCPIT 4 &CCOIC), assinei um acordo para criar o mecanismo da Reunião Conjunta das Câmaras Comerciais do Interior e Macau junto com o IPIM e as cinco principais associações do Território, nomeadamente a Associação Comercial de Macau, Associação Industrial de Macau, Associação dos Exportadores e Importadores de Macau, Associação das Indústrias de Tecelagem e Fiação de Macau e Associação dos Fretadores de Macau. O documento visa destacar o papel das câmaras comerciais como uma ponte entre empresas e governos e consolidar sua função de ligação, consultoria e serviços. Esperamos que, com a cooperação entre as câmaras comerciais, vejamos aprofundarem-se o relacionamento e o intercâmbio entre os comerciantes e empresários dos dois lados, aproveitando as políticas favoráveis do CEPA e o acesso facilitado dos residentes do interior a Macau para trazer benefícios a todas as partes envolvidas. Minhas senhoras e meus senhores, Observando a conjuntura mundial, a globalização económica e a regionalização da cooperação constituem a principal tendência do progresso económico de todos os países e regiões. A participação activa e o fortalecimento da cooperação económica regional por parte da China procedem da necessidade não só do desenvolvimento de uma economia aberta de mercado, como também da salvaguarda da prosperidade e estabilidade económicas regionais. Como um grande e consciente país, a China desempenhará seu devido papel para alavancar a prosperidade e a integração económicas da Ásia. Os blocos económicos do Continente, incluindo Macau, serão beneficiados, com certeza, pela cooperação económica regional. Uma Ásia com estabilidade política e progresso económico será uma força imprescindível do futuro mundial. Muito obrigado! 5