Lípidos 15 16 Datei - Moodle

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Departamento de
Química e Bioquímica
Os lípidos são principalmente constítuidos por óleos e por
gorduras. Os lípidos são materiais de origem animal ou vegetal, ou
ainda de origem mineral, usados nos museus para o tratamento de
peças muito diversa, com o objectivo de as proteger da humidade e
outros agentes agressivos.
Estes materiais também surgem em algumas estações arqueológicas
pois foram usados ao longo do tempo para iluminação e como
lubrificantes.
Um caso particular da utilização de um certo tipo de óleos vegetais é
a pintura a óleo, em que este material orgânico é usado como
veículo dos pigmentos
Segundo uma definição antiga, mas
A maior parte dos óleos vegetais
que ainda é utilizada, lípidos são
são
substâncias
ambiente e a maior parte das
apolares
que
se
dissolvem em solventes apolares
Óleos e gorduras são lípidos simples.
Não existe diferença do ponto de vista
líquidos
à
temperatura
gorduras animais são sólidas. Há
contudo excepções como a manteiga
de cacau de origem vegetal que é
químico entre óleos e gorduras. A
sólida à temperatura ambiente e o óleo
diferença é um pouco arbitrária uma vez
de fígado de bacalhau que, como o
que se chamam óleos às substâncias
nome indica, é líquido. A temperatura
líquidas à temperatura ambiente e
de fusão de óleos e gorduras é uma
gorduras às substâncias sólidas a essa
consequência das temperaturas de
mesma temperatura
fusão dos ácidos gordos que entram na
sua constituição
Óleos e gorduras são quimicamente idênticos: são ésteres do glicerol e de
ácidos gordos.
Glicerol: é um propanotriol, ou seja tem um esqueleto de carbono formado por 3
átomos de carbono e um grupo hidroxilo (OH ) ligado a cada um dos átomos de
carbono(tem portanto 3 grupos hidroxilo).
Ácido gordo: Um ácido gordo é um ácido carboxílico cuja cadeia carbonada é
formada por 4 a 36 átomos de carbono
R-COOH
A cadeia pode estar totalmente saturada ou pode conter insaturações. Em geral as
duplas ligações presentes têm uma geometria cis.
R-(CH2)m-CH=CH-(CH2)n-COOH
m,n0
Nos ácidos gordos de origem natural, em geral, sempre que esteja presente mais do
que uma dupla ligação, essas duplas ligações estão separadas por um grupo
metileno.
R-(CH2)m-CH=CH-CH2-CH=CH-(CH2)n-COOH
m,n0
metileno
HO
OH
glicerol
OH
O
ácido esteárico
HO
HO
ácido oleico
O
O
O
O
triglicérido
O
O
O
Fórmula
Nome sistemático
Nome corrente
C8H16 O2
Ácido octanóico
Ácido caprílico
C10H20 O2
Ácido decanóico
Ácido cáprico
C12H24 O2
Ácido dodecanóico
Ácido láurico
C14H28 O2
Ácido tetradecanóico
Ácido mirístico
C16H32 O2
Ácidohexadecanóico
Ácido palmítico
C16H30 O2
Ácido 9-hexadecenóico
Ácido palmitoleico
C18H36 O2
Ácido octadecanóico
Ácido esteárico
C18H34 O2
Ácido 9-octadecenóico
Ácido oleico
C18H32 O2
Ácido 9,12 octadecadienóico
Ácido linoleico
C18H30 O2
Ácido 9,12,15-octadecatrienóico
Ácido linolénico
C18H30 O2
Ácido cis,trans,trans-9,11,13-
Ácido -elaeoesteárico
octadecatrienóico
C18H34 O3
Ácido 12-hidroxi-9-octadecenóico
Ácido ricinoleico
C20H32 O2
Ácido 5, 8, 11, 14-eicosatetraenóico
Ácido araquidónico
Fór mula
HO2C
HO2C
HO2C
HO2C
Nome
Ácico
p.f
.
-3
capróico
Ácico
8
17
10
31
12
44
14
58
16
63
18
70
18
4
18
-
caprílico
Ácico
cáprico
Ácico
laurico
Ácico
HO2C
Nº de
átomos
Carbon
o
6
mirístico
Ácico
HO2C
palm ític
o
Ácico
HO2C
esteáric
o
HO2C
HO2C
HO2C
Ácico
oleico
Ácico
linoleico
Ácico
linolénic
o
12
18
11
A utilização de certos óleos vegetais como veículo de pigmentos remonta à
Antiguidade clássica. No entanto o grande incremento na utilização deste tipo de
material foi dado pelo pintor flamengo Jan van Eyck (1390-1441) que aperfeiçoou a
forma de utilizar os materiais que já eram conhecidos. Os óleos utilizados na
pintura “a óleo”, para além de serem o veículo dos pigmentos a aplicar, possuem a
característica de se transformarem num relativamente curto espaço de tempo,
passando de um líquido inicial a um fino filme sólido que fixa o pigmento.
Os óleos mais apropriados são formados por triglicéridos resultantes da
esterificação de ácido gordos poli-insaturados. O processo de secagem de um óleo
envolve numerosas reacções químicas sendo iniciado pela oxidação de uma posição
alílica de um ácido gordo pelo oxigénio do ar, dando origem a um radical peróxido
que rearranja noutras estruturas mais complexas.
Ácico
HO2C
14
58
mirístico
Ácico
16
63
Embora
HO2Coutros óleos, como os de noz e o de papoila, tenham sido ao longo dos
tempos utilizados pelos artistas o mais corrente é opalmític
óleo de linhaça, que é
o
extraído das sementes do linho. Este óleo é particularmente
rico em ácido
linolénico que, por possuir 3 insaturações possui também
várias
posições
Ácico
18
70
HO2Csusceptíveis de sofrer oxidação e consequentemente é capaz de formar
alílicas
esteáric
ligações cruzadas mais facilmente
o
HO2C
HO2C
Ácico
18
4
oleico
Ácido oleico
Ácico
18
linoleico
12
Ácido linoleico
HO2C
Ácico
linolénic
18
11
o
Ácido
linolénico
Composição em ácidos gordos dos óleos mais utilizados
em pintura
Óleo
Ácidos gordos (%)
palmítico
esteárico
oleico
linoleico
linolénico
Linhaça
4-10
2-8
10-24
12-19
48-60
Papoila
9-11
1-2
11-18
69-77
3-5
Noz
3-8
0.5-3
9-30
57-76
2-16
Quando um óleo “seca” forma-se um filme sólido resultante de várias ligações
cruzadas entre as cadeias acilo dos triglicéridos, formando no final uma rede
complexa que dá resistência mecânica ao filme assim formado.
B
A
Representação esquemática das alterações sofridas por um óleo ao
longo do tempo:
A - Inicialmente as moléculas do óleo encontram-se separadas umas
das outras;
B - Ao fim de um certo tempo surgem as primeiras ligações entre as
moléculas de triglicéridos dando origem ao filme sólido. Nesta fase
há já uma pequena degradação por hidrólise dos ácidos gordos;
C – degradação sofrida pelo filme de óleo resultantes da
reacção de hidrólise dos triglicéridos ao longo do tempo,
com formação de ácidos gordos livres.
A saponificação
A reacção que dá origem à produção de sabões é, por ventura, uma das mais
antigas que utiliza óleos e gorduras como matéria-prima. Baseia-se no facto
de que os triglicéridos que formam os óleos e as gorduras reagem com a água
para darem origem ao glicerol e aos ácidos gordos que os constituem.
A reacção pode sofrer catálise ( ou seja a sua velocidade ser aumentada)
por ácidos ou por bases. Quando a reacção é catalisada por bases,
nomeadamente hidróxido de sódio (soda cáustica) ou potássio, toma o
nome de saponificação pois é este o processo utilizado na produção do
sabão..
O sabão comercial é a mistura de sais de sódio (ou de potássio) de ácidos gordos, e
é obtido quando de faz a hidrólise básica de gorduras, em geral de origem animal
Os ácidos gordos, na forma de ésteres, são os constituintes principais
das ceras naturais .
As ceras são substâncias altamente insolúveis em meio aquoso e à
temperatura ambiente apresentam-se sólidas.
Nos animais podem ser encontradas na superfície do corpo, pele, e
penas.
Nos vegetais as ceras cobrem a epiderme de frutos, folhas e caules e,
juntamente com a suberina, evitam a perca de água por evaporação.
Ceras mais utilizadas
De origem animal:
cera de abelhas (obtida dos
favos
de mel)
lanolina (material gorduroso
que acompanha a lã dos
carneiros)
De origem vegetal:
Carnaúba , também chamada de cera
do Brasil ou de palma , é extraída das
folhas da palmeira Copernicia
prunifera, uma planta nativa do
nordeste brasileiroe que cresce apenas
nesta zona
Candelila, obtida das folhas de
um pequeno arbusto originário do
México e do sudoeste dos Estados
Unidos (Euphorbia cerifera e
Euphorbia antisyphilitica)
Composição
As ceras são misturas bastante complexas formadas por ésteres de
ácidos gordos com um comprimento da cadeia carbonada variável
e alcoóis também de cadeia comprida, conforme a origem.
Nas ceras os ácidos estão esterificados com alcoóis de cadeia carbonada
comprida, por exemplo o alcool cetílico (C16H13OH).
Em geral também se encontram presentes hidrocarbonetos de cadeia
longa lineares ou ramificados.
(Na lanolina estão também presentes ésteres do colesterol e do lanosterol,
ambos esteróides)
Parafina
A parafina é um derivado do petróleo de alta
pureza, excelente brilho e cheiro reduzido, Possui
propriedades termoplásticas e de repelência à
água e é usada para a proteção de embalagens de
papelão, na indústria alimentar e em
revestimento de qeijos e frutas. Por ser
combustível, é autilisada no fabrico de velas.
Funde entre 58°C e 62°C.
A
parafina
é
uma
mistura
de
hidrocarbonetos. Não é formada por ésteres.
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