“CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL COM FOCO NA

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CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL
COM FOCO NA DÍVIDA PÚBLICA
Maria Lucia Fattorelli
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Maceió, 9 de maio de 2013
CONJUNTURA GLOBAL
Crise
financeira
social
alimentar
ambiental
Crise de Valores
Exacerbado poder do “mercado” e da grande mídia
“...incrível massa retórica enganosa e desinformação.”
ESGOTAMENTO DO MODELO DE ACUMULAÇÃO
CAPITALISTA
CONJUNTURA INTERNACIONAL
Crise Financeira
Provocada por grandes bancos
Desregulamentação do mercado financeiro
• Derivativos sem lastro = Ativos “Tóxicos”
• Especulação = Alavancagem
Efeitos:
Grandes bancos internacionais em risco de quebra
Salvamento: “Grandes demais para quebrar”
EUA e Europa:
• Estatização da parte podre de grandes bancos
• Criação de Bad Banks
• Expressiva injeção de moeda no setor bancário
CRISE GLOBAL DA DÍVIDA gerada para salvar bancos
Manifestações contra os cortes de gastos sociais
Grécia
Portugal
Irlanda
Inglaterra
França
Espanha
CONJUNTURA GLOBAL
Crise do Setor Financeiro é transformada em
CRISE DA DÍVIDA
Instrumento de endividamento público utilizado como
um sistema de desvio de recursos públicos:
“Sistema da Dívida”
Discurso de Autoridades: “RISCO DE CONTÁGIO”
DA
CRISE
EUROPÉIA
ATUAL
PARA
PAÍSES
DESENVOLVIMENTO: “aumento dos canais de contágio”
EM
•Riscos para o Fundo do Pré-sal
•Fundos de Pensão
•Fundo Soberano
Ambiente adverso à criação de Fundos de Pensão
O grave problema das contas do País não é a Previdência:
DÍVIDA BRASILEIRA SUPERA R$3 TRILHÕES OU
84% DO PIB
CHIPRE: confisco dos depósitos do povo cipriota, para o pagamento do
questionável empréstimo do FMI / União Européia, destinado a salvar os
bancos e grandes investidores estrangeiros:
Editorial do Valor Econômico – 20/3/2013
”Além de semearem a desconfiança dos depositantes de todo o bloco
monetário, os líderes europeus e o FMI voltaram a reafirmar sua preferência
pelos investidores sofisticados e endinheirados e pelos privilégios dos
acionistas. Cerca de US$ 1,7 trilhão em recursos públicos (13% do PIB da
zona do euro) foram usados pelos governos para sustentar bancos em
dificuldades, por meio de injeções diretas de capital, garantias de títulos etc.,
segundo estudo recém-concluído do FMI. Foram generosas operações de
salvamento de instituições que fizeram a coisa errada e ajudaram a colocar a
Europa em uma crise gigantesca. A mesma receita volta agora com uma
vingança - além do dinheiro do contribuinte, é o dos depositantes que se
busca.”
PARADOXO
BRASIL
• 6ª Economia Mundial
• 3ª Pior distribuição de renda do mundo
• 85º no ranking de respeito aos Direitos Humanos - IDH
Orçamento Geral da União – Executado em 2012 – Total = R$ 1,712 trilhão
R$ 753 bilhões
Fonte: Senado Federal – Sistema SIGA BRASIL - Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida
SITUAÇÃO ATUAL – BRASIL
Governo não admite crise da dívida, mas qual a
razão para:
Privilégio na destinação recursos para a dívida
Juros mais elevados do mundo
Carga tributária elevada e regressiva
Ausência de retorno em bens e serviços públicos
Contigenciamento de gastos sociais
Congelamento salários setor público
Prioridade para Metas de “Superávit Primário” e “Inflação”
Reformas neoliberais: Previdência, Privatizações
Ausência de controle de capitais
Dívida Externa (US$ bilhões)
500
450
400
350
300
250
Década de
70:
dívida da
ditadura
Década de 80:
Elevação ilegal
das taxas de
juros
Estatização de
dívidas privadas
200
150
100
0
Pagamento antecipado ao
FMI e resgates com ágio
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
50
Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Setor Externo - Quadro 51 e Séries Temporais - BC
Dívida Interna (R$ bilhões)
3.000
2.500
2.000
1.500
Graves indícios de ilegalidade
identificados pela CPI:
Juros sobre juros
Conflito de interesses
Falta de transparência
1.000
0
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
500
Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Política Fiscal - Quadro 35.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da Dívida, pois a CPI
da Dívida constatou que boa parte dos juros são contabilizados como tal.
DISCURSO DO GOVERNO
• Aqui, não existe Crise da Dívida
• Nos livramos do FMI – dívida não é mais problema
• Taxa de juros em queda
• 40 milhões de pessoas saíram da pobreza
• Estamos em Pleno Emprego
SERÁ VERDADE?
A RECENTE QUEDA DA TAXA SELIC
Dia 19/04/2012: Selic reduzida a 9% a.a., mas títulos foram vendidos a
10,78% a.a. pelo Tesouro Nacional.
Em dezembro, Selic a 7,25% mas títulos vendidos a 11,72% em média
Por quê os bancos não reclamaram da suposta “queda
drástica” dos juros?
Lucro – jan a set
2011
(R$ bilhões)
Lucro – Jan a set
2012
(R$ bilhões)
Itaú-Unibanco
10,9
10,1
Bradesco
8,4
8,6
Banco do Brasil
8,6
8,3
CEF
3,5
4,2
Santander
5,9
4,6
Banco
Crédito fácil, sobre o qual são feitas apostas
DÍVIDA
Especulação
e Prejuízos
Compra de títulos públicos
Salvamento bancário
TRIBUTOS
JUROS
Serviços Públicos
SUPERENDIVIDAMENTO e INADIMPLÊNCIA
(Maior SPREAD do mundo)
A estratégia de manutenção do Poder e da
Acumulação Capitalista
Lucros crescentes para setor financeiro/empresarial
Financiamento de campanhas eleitorais e corrupção
Extremo poder da mídia ligada ao grande capital
Ilusória distribuição de riqueza
Pequenos ganhos para os pobres: Bolsa Família
Pífios reajustes para trabalhadores
Acesso a produtos baratos: sensação de melhoria de vida
Acesso a crédito/financiamentos
DÍVIDA DOS ESTADOS
•
“Sistema da Dívida”
•
Endividamento sem contrapartida: mecanismos financeiros
•
Refinanciamento pela União Lei 9.496/97: Pacote
•
Privatizações do patrimônio dos estados
•
Assunção de dívidas de bancos – PROES
•
Endividamento com Banco Mundial
•
Fraudes
•
SACRIFÍCIO SOCIAL
GRANDE MOBILIZAÇÃO SOCIAL
OAB NACIONAL
BRASÍLIA DIA 15/05/2013
Ato Público “Pela Revisão da Dívida dos Estados e Municípios”
Lançamento do livro “Auditoria Cidadã da dívida dos Estados”
Art. 4º do PLP nº 238/2013
Modifica dispositivos da Lei nº 9.496/97 referentes
REMUNERAÇÃO NOMINAL cobrada de Estados e Municípios:
à
• JUROS REAIS: “calculados e debitados mensalmente, à taxa
mínima de quatro por cento ao ano, sobre o saldo devedor
previamente atualizado”
• ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA:
“calculada
e
debitada
mensalmente com base na variação do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Ampliado – IPCA”
O PLP diz ainda que quando essa remuneração nominal exceder à
variação da taxa SELIC, no mesmo mês, deverá ser substituído pela
referida taxa.
ILEGALIDADES
• Desrespeito ao Federalismo
• Desrespeito à Sociedade
• Cobrança de juros sobre juros
• Capitalização mensal de juros
• Cobrança de juros superiores aos autorizados pelo Senado
• Exigência de robustas garantias
• Desequilíbrio entre as partes
• Desconsideração do valor de mercado dos títulos estaduais e
municipais
• Desconsideração dos antecedentes
• Adoção do IGP-DI
• Ausência de cláusula do equilíbrio econômico-financeiro do contrato
• Condições diferentes para cada Estado
DANO FINANCEIRO E PATRIMONIAL
SURGIMENTO DA DÍVIDA DOS ESTADOS
ORIGEM:
• Governo militar centralizou a gestão tributária na União e esvaziou
governos sub-nacionais
• Endividamento dos Estados: Incentivado pela União para financiar o
déficit público gerado pela política tributária (Lei 7.614/87 autorizou
operações de crédito interno à conta e risco do Tesouro Nacional, mediante
suprimento específico adiantado pelo Banco Central)
• Estados sofrem impacto das políticas impostas pelo FMI a partir de 1983
NECESSIDADE DE AUDITORIA:
• Maioria das Resoluções do Senado das décadas de 70 e 80 - que
autorizaram endividamento dos estados - sequer mencionam o Agente
Credor
• Diversas sequer mencionam a finalidade do empréstimo
FINANCIAMENTO DA DITADURA?
EVOLUÇÃO DA DÍVIDA DOS ESTADOS
• Impacto da política monetária federal, principalmente juros altos
Relatório Final da CPI da Dívida Pública – Maio / 2010
(aprovado pela base do governo e pelo PSDB)
“30. O comportamento das dívidas estaduais, antes de sua assunção
pelo governo federal, foi afetado de maneira decisiva pela política de
juros reais elevados implantada após o Plano Real e tornou
inevitável um novo programa de refinanciamento, desta vez em
caráter definitivo.”
NECESSIDADE DE AUDITORIA
GÊNESE DO REFINANCIAMENTO: ACORDO FMI
Carta de Intenções de dezembro/1991, itens 24 e 26:
26.
Para facilitar um maior fortalecimento das finanças públicas,
em outubro o Executivo submeteu ao Congresso propostas de
mudanças institucionais que procuram fazer modificações na
distribuição de receitas tributárias entre os governos federal,
estadual e municipal para 1992 e 1993, a proibição de novas
emissões de títulos de dívida pelos estados e um programa de
reestruturação de dívida no qual o governo federal vai assumir
as dívidas dos estados em troca de um programa de ajuste
de 2 anos que vai facilitar a reestruturação dos gastos dos
estados;
DANO: CONDICÕES EXTREMAMENTE ONEROSAS
Dívida I nterna Total de MG
Estoque em 1998, após refinanciamento pela União
R$ 18.500.000.000,00
Dívida I nterna Total de MG, computando-se os pagamentos efetuados
Estoque em 31/12/2011
http://www4.bcb.gov.br/fis/dividas/lestados.asp
R$ 66.810.020.404,51
Dívida I nterna Total de MG, se aplicada outra condição financeira desde o início do
acordo com a União. Computados os pagamentos efetuados
Estoque em 31/12/2011, caso aplicado TJLP
10.389.018.129,77
Estoque em 31/12/2011, caso aplicado IPCA
2.194.301.801,64
Estoque em 31/12/2011, caso aplicado IPCA + juros reais de 2% a.a.
9.325.216.480,38
Estoque em 31/12/2011, caso aplicado juros nominais fixos de 6%
-1.596.367.620,67
MONTANTE INICIAL
CIFRAS REFINANCIADAS PELA UNIÃO
VALOR TOTAL REFINANCIADO
R$ 112,17 bilhões
• Empréstimos do PROES
R$ 61,92 bilhões
55%
• Dívida dos Estados
R$ 50,25 bilhões
45%
Fonte: Tesouro Nacional e Banco Central
RESUMO
VALOR TOTAL
REFINANCIADO
(RETIFICADO)
Amortizações Pagas
(1997 a 2011)
R$ 113,18
bilhões
R$ 55,21 bilhões
Juros Pagos
(1998 a 2011)
R$ 120,98
bilhões
Saldo em 31/12/2011
R$ 369,36
bilhões
Fonte: Tesouro Nacional e Banco Central
PERFIL DA DÍVIDA DOS ESTADOS
• Dívida Renegociada com a União: cerca de 95% do montante
• Crescimento do endividamento dos estados com o Banco Mundial
ASSESSORIA DO BANCO MUNDIAL PARA FUNDOS DE PENSÃO
NACIONAL E SUBREGIONAIS
Projeto: BR State Pension Reform TAL II (P089793)
Valor: US$ 5 milhões
Objetivo: “Significativas reduções dos custos das aposentadorias”
Estados que já manifestaram interesse em participar: 23 Estados
Recursos liberados para 18 Estados:
RN
AP
RS
DF
RR
PE
SE
MG
ES
AC
PB
SP
MS
BA
CE
SC
GO
TO
DÍVIDA: impede a vida digna e o atendimento
aos direitos humanos
De onde veio toda essa dívida pública?
Quanto tomamos emprestado e quanto já pagamos?
O que realmente devemos?
Quem contraiu tantos empréstimos?
Onde foram aplicados os recursos?
Quem se beneficiou desse endividamento?
Qual a responsabilidade dos credores e organismos internacionais
nesse processo?
Somente a AUDITORIA responderá essas questões
AUDITORIA DA DÍVIDA
Prevista na Constituição Federal de 1988
Plebiscito popular ano 2000: mais de seis milhões de votos
AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA
www.auditoriacidada.org.br
CPI da Dívida Pública
Passo importante, mas ainda não significa o cumprimento da
Constituição
EQUADOR – Lição de Soberania
Comissão de Auditoria Oficial criada por Decreto
 Em 2009: Proposta Soberana de reconhecimento de no máximo
30% da dívida externa representada pelos Bônus 2012 e 2030
 95 % dos detentores aceitaram a proposta equatoriana, o que
significou anulação de 70% dessa dívida com os bancos privados
internacionais
 Economia de US$ 7,7 bilhões nos próximos 20 anos
 Aumento gastos sociais, principalmente Saúde e Educação
CPI DA DÍVIDA – CÂMARA DOS DEPUTADOS
Criada em Dez/2008 e Instalada em Ago/2009, por iniciativa do
Dep. Ivan Valente (PSOL/SP)
Concluída em 11 de maio de 2010
Identificação de graves indícios de ilegalidade da dívida pública
Momento atual: investigações do Ministério Público
NECESSIDADE DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
PARA EXIGIR A COMPLETA INVESTIGAÇÃO DA DÍVIDA
PÚBLICA E A AUDITORIA PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
CONCLUSÃO
Instrumento do endividamento público foi usurpado pelo
setor financeiro
Nação submissa aos interesses do “Mercado”
Metade dos recursos orçamentários da União transferidos
para pagamento da dívida pública
Consequências: Sacrifício Social, Exclusão, Miséria e Violência
Terrorismo: “Não há outro caminho ”
Fazem parecer difícil (massa retórica enganosa e
desinformação) para que acreditemos que é impossível
mudar os rumos
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
CONHECIMENTO DA REALIDADE
MOBILIZAÇÃO SOCIAL CONSCIENTE
AÇOES CONCRETAS
• Auditoria da Dívida Pública para desmascarar o
“Sistema da Dívida” e democratizar o
conhecimento da realidade financeira NÚCLEOS
• Investigações pelo Ministério Público
• Rever a política monetária e fiscal para garantir
distribuição da renda e justiça social
• Atender Direitos Humanos
• TRANSPARÊNCIA e acesso à VERDADE
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Capítulos:
O Brasil é um dos países mais
ricos do mundo
Desigualdade
social
e
desrespeito
aos
direitos
humanos no Brasil
Modelo Econômico equivocado e
injustiça social
A dívida pública brasileira
Dívida Externa
Dívida Interna
Dívida dos Estados
O Sistema da Dívida
Auditoria
Iniciativas
Internacionais
de
Auditoria da Dívida
Crise da Dívida na Europa e EUA
Precisamos reforçar essa luta
Participe!
Obrigada
Maria Lucia Fattorelli
www.auditoriacidada.org.br
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