Anna Carolinne Karoline Bárbara Christina Danilo Troncoso Jaqueline Moraes Plano Cruzado Cenário No segundo semestre de 1984 foram apresentadas duas propostas para a eliminação da inflação inercial: a moeda indexada de Arida e Resende (1985) e o Choque heterodoxo de Lopes (1986). O ponto comum aos dois planos antiinflacionários são: o diagnostico de que a inflação brasileira é predominantemente inercial, o objetivo de reduzir a inflação sem recessão, a realização de reforma monetária, a necessidade de converter salários e preços para a nova moeda pelas suas médias reais O plano de reforma monetária com introdução de uma moeda indexada (novo cruzeiro) Acreditava-se que, ‘’se fosse possível suprimir a memória inflacionaria, as atuais condições objetivas da economia brasileira manteriam os preços muito próximos da estabilidade’’ Abril de 1985 Congelamento dos preços Junho de 1985 descompressão dos preços – Choque da oferta agrícola - Novo ministro da Fazenda – Dílson Funaro Nova meta antiinflacionária proposta Decreto Lei nº 2.283 O cruzado (Cs$) foi estabelecido como padrão monetário nacional Medidas tomadas: a mudança na unidade de conta de cruzeiro pra cruzado com paridade de mil cruzeiros por cruzado; a conversão para cruzados dos depósitos à vista e de poupança, das contas do FGTS, do PIS/PASEP; apuração da taxa de inflação em cruzados pelo índice de preços ao consumidor; reajuste automático dos salários tomando como base o poder de compra médio dos últimos seis meses; proibição das cláusulas de correção monetária em contratos; conversão em cruzados dos contratos com taxas de juros pré-fixadas; conversão dos aluguéis e prestações pelo valor real médio dos últimos 6 meses; preços congelados nos níveis vigentes em 27.2.86. Os salários seriam corrigidos anualmente, sempre que a taxa de inflação acumulasse 20% seriam automaticamente corrigidos. No congelamento dos preços não houve compensação pela inflação passada e nem pela perda futura, gerando defasagem em relação aos custos de produção. Muitos preços foram convertidos em cruzados acima e outros abaixo do seu valor real médio. Cenário Prévio Agravamento do processo inflacionário Reforma econômica via Plano Cruzado(sensação de euforia) Eleições em âmbito estadual e Assembleia Constituinte Mudanças inusitadas na economia(hábitos de consumo e escassez de alguns produtos) Alterações no plano Plano Cruzado: Inflação ZERO A inflação chegou a níveis alarmantes e já prejudicava a situação do país frente às negociações da dívida externa Condições favoráveis em relação às contas externas(alto volume de reservas em divisas) Ímpeto expansionista da economia nos últimos dois anos. Características Gerais do Plano: A taxa de câmbio oficial por moeda estrangeira foi congelada Alterou-se o método de reajuste salarial Institui-se seguro desemprego sob condições e por no máximo quatro meses Diretrizes Implícitas: Fiscalização popular sobre o esquema de congelamento de preços(“fiscais do Sarney”) Minimizar o apelo sobre emissões monetárias Livre fixação das taxas de juros Preservação da renda dos trabalhadores de até cinco salários mínimos. Consequências da Inflação Zero: Fim da Ciranda Financeira: diminuição de atividades especulativas, agora o recurso seria direcionado para empreendimentos produtivos ou para a bolsa de valores Aumento ou nivelação dos níveis de produtividade das empresas de mesmo setor. Antes do congelamento, a ineficiência era camuflada pela simples transferência ao consumidor, via preço. Cruzadinho Julho 1986 – Outubro 1986 Pacote fiscal -> desaquecer o consumo Criação de um sistema de empréstimos compulsório -> A receita adicional do governo financiaria o Plano de Metas Teve pouca eficácia. Ao contrário: a expectativa do descongelamento deu um novo impulso à demanda Inflação: oficialmente baixa O governo descongelou a taxa de câmbio, promovendo uma modesta desvalorização do cruzado A expectativa de uma nova e maior desvalorização do cruzado estimulou ainda mais o adiamento de exportações e a antecipação de importações, levando a uma deterioração maior nas contas externas nos meses posteriores Plano Cruzado II Por que o Plano Cruzado II? - Crescimento do consumo levava a superaquecimento da economia; - Estrangulamento da oferta; - Insuficiência de investimentos; - Risco da balança comercial. Plano Cruzado II (cont.) Objetivos do Plano Cruzado II: - Conter consumo; - Transferência de renda para poupança; - Diminuição do déficit público; - Preocupações com setor externo; - Aumento do investimento público; - Reduzir as pressões inflacionárias. Plano Cruzado II (cont.) - Medidas adotadas pelo Plano Cruzado II: Aumento dos preços de determinados produtos (correção de defasagem setorial); Incentivo à poupança pela criação de novas modalidades de cadernetas; Adiamento dos investimentos estatais de 1987; Redução dos gastos públicos; Estímulo à exportação (minidesvalorizações); Desindexação da economia; IPC restrito; Regulamentacão do gatilho salarial. Plano Cruzado II (cont.) Resultados do Plano Cruzado II: - Abalou o congelamento de preços; - Declínio do consumo; - Não atingiu os objetivos; - Diminuição da renda real dos assalariados (movimentos grevistas); - E foi um conjunto de medidas tardias que causou o fim do Plano Cruzado. Conclusão O Plano Cruzado não substituiu a necessidade de propostas voltadas para o desenvolvimento econômico e social do país; Plano de estabilização baseado em políticas de renda, que ignorou as políticas fiscal e monetária, bem como a questão do endividamento externo; Antes do Plano Cruzado a imobilização dos preços levou a uma distorção do comportamento levando a uma explosão do consumo; Conclusão (cont.) Após o Plano Cruzado o descongelamento e reajuste de preços levaram a uma queda acentuada do salário real, que contribuiu juntamente com a política monetária restritiva para conter o aumento da inflação; As críticas antes do Plano eram as de que as medidas tomadas para diminuição do déficit público eram insuficientes; Até a primeira parte do Plano havia apoio da população, mas na segunda parte esse apoio se dissipou; Ausência de políticas globais nos momentos oportunos e estratégias complementares levaram ao total fim do Plano Cruzado. Referências Averbug, Marcello “Plano Cruzado: Crônica de uma experiência”, Revista do BNDES, nº24, dez. 2005. Marques, Maria S. B. “O plano cruzado: teoria e prática”, Revista de Economia Política, jul.-set. 1988. Obrigado!