Planos econômicos - Arquivo Revista VEJA

Propaganda
Leia as reportagens na
íntegra
Coleções » Planos econômicos
Por pelo menos duas décadas
de sua história recente, o
Brasil foi forçado a enxergar a
política econômica como um
conjunto de medidas de
impacto destinadas a tirar o
país de crises imediatas - os
planos econômicos. Foi assim
na sucessão de pacotes antiinflação dos anos 1980, nos
choques
de
juros
que
reagiram
às
grandes
convulsões internacionais na
década de 1990 e até no
segundo turno da eleição
presidencial de 2002, quando
a cotação do dólar chegou a
atingir 4 reais.
Não houve sobressalto na
disparatada
política
econômica
brasileira
dos
últimos 40 anos que não
tenha sido acompanhado de
perto por VEJA. A revista
dedicou reportagens de capa
a
planos
tão
alucinados
quanto
inúteis,
como
o
Cruzado e o Collor, e também
ao Plano Real, que baixou a
inflação e expôs defeitos
estruturais do país que ainda
precisam ser enfrentados.
Em 1986, o Plano Cruzado
levou o Brasil da euforia à
decepção. O congelamento de
preços e salários baixado pelo
governo José Sarney mereceu
três capas seguidas de VEJA.
A revista apoiou o plano, mas
deixou claro que ele de nada
adiantaria se não se atacasse
a causa do surto inflacionário:
um estado falido e perdulário.
Passados catorze meses, o
plano fez água. A inflação era
de 363% ao ano. O fracasso
não impediu o Plano Cruzado
5/3/1986
Cruzado
25/1/1989
Cruzado
Novo
21/3/1990
Plano Collor
29/6/1994
Real
6/7/1994
Real
28/6/1995
Real
Publicidade
20/1/1999
Câmbio
27/1/1999
3/2/1999
Desvalorização Desvalorização
de gerar dois filhotes ainda na administração Sarney, o Plano Bresser e o Plano
Verão - ambos baseados em congelamentos, ambos igualmente malogrados.
O próximo grande e desastrado episódio da luta do país contra o monstro da
inflação viria em 1990, quando o Brasil foi surpreendido com o mais traumático
de todos os planos econômicos - aquele que confiscou a poupança e a contacorrente dos brasileiros. Menos de 24 horas depois de subir a rampa do Planalto
como o novo presidente, Fernando Collor detonou uma bomba nuclear sobre a
economia. O fiasco, outra vez, não tardou. Tentou-se ainda a implementação do
Plano Collor II, no início de 1991. Na ocasião, VEJA reportava que enquanto
Sarney levou cinco anos para fazer seus três planos fracassados. Collor
experimentava o segundo em apenas dez meses.
Foi com atenção e expectativa, portanto, que em 1993 a revista registrou os
primeiros movimentos do então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco,
no que culminaria com a primeira direção racional de política econômica no Brasil
em décadas. Fernando Henrique Cardoso preparava o Plano Real, a última troca
de moedas da história brasileira, colocada em prática oficialmente em 1994. À
época de seu lançamento, o plano econômico foi "mais elogiado que as pernas de
Claudia Raia", conforme reportou VEJA em junho daquele ano.
Maduro, sem os erros dos pacotes anteriores, o Plano Real desindexou a
economia brasileira, livrou o Brasil do vício da "correção monetária" e abriu
caminho para a estabilização. A nova moeda enfrentaria obstáculos nos cinco
anos seguintes - mas os efeitos positivos de sua implantação são sentidos até
hoje. O Real veio para enterrar definitivamente nossas crenças ancestrais em
soluções mágicas, como os planos mirabolantes, os congelamentos e os
tabelamentos de preço. Pena não ter despertado ainda em nossos governantes a
disposição para cortar os gastos de um estado que segue gastando demais.
Fonte: http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/planos-economicos-cruzado-collorreal-desvalorizacao.shtml
Acesso em 25 de abrl 2011
Download