DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE – 5 DE JUNHO Profª Drª Raquel Teixeira Deputada Federal PSDB-GO No dia mundial do Meio Ambiente presta-se homenagem ao cerrado que ocupa 25% do território nacional, 2 milhões de km², espalhados por 10 estados. Apesar de ser o segundo maior bioma do país, a segunda maior formação vegetal brasileira, onde se concentra a mais rica savana do mundo e uma das mais raras biodiversidades do planeta em fauna e flora, e apesar de ser a vegetação mater dos outros ecossistemas brasileiros ele é pouco estudado e não tem sequer status de Patrimônio Nacional. CERRADO No dia mundial do meio ambiente quero render minhas homenagens ao cerrado, trazer a realidade desse fascinante ambiente natural , de sua inconfundível paisagem, onde vivem espécies também caracterizadas pela singularidade , como árvores de boa madeira, com frutos saborosos ou flores belíssimas, como os cachos dourados do Ipê-amarelo. Possui o segundo maior conjunto de animais do planeta , com riqueza biológica estimada em 160.000 espécies. Algumas plantas da região são conhecidas pelo seu valor medicinal, como o barbatimão, a carqueja. O que caracteriza, na verdade, o Cerrado, é a existência de uma longa estação seca no inverno, alternada com uma estação chuvosa, no verão. É por essa razão que as árvores e arbustos do cerrado se distinguem de todas as outras plantas existentes, pois suas raízes são muito longas, próprias para alcançar água a grande profundidade, e derrubam sua folhas durante a seca porque é através delas que se dá a maior parte da evaporação da água. E suas cascas e arbustos são, em geral, muito grossas, esbranquiçadas e aveludadas para evitar um aquecimento excessivo pelo sol forte e sua proteção contra o fogo, pois é também por causa de incêndios ou queimadas que as árvores se apresentam retorcidas e se separam por longos intervalos e se estendem pelas planícies ou terrenos ondulados até onde a nossa vista alcança. Essa é a paisagem mais comum em regiões do centro e do norte dos Estados de São Paulo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Brasília perfazendo o total de 25% do território nacional, são 2 milhões de km² da segunda maior formação vegetal brasileira, superado apenas pela floresta Amazônica. O Cerrado é uma savana tropical na qual a vegetação herbácea coexiste com mais de 420 espécies de árvores e arbustos esparsos. Seu solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem altos níveis de ferro e alumínio. Depois da Mata Atlântica , o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais alterações sofreu com a ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves na região foi causado por garimpos que contaminaram os rios com mercúrio e provocaram o assoreamento dos cursos de água. A erosão tem sido intensificada. Historicamente a monocultura intensiva de grãos e a expansão agro pastoril têm se caracterizado por um modelo predatório, 80% do cerrado já foi modificado. O Cerrado é considerado o “berço das águas” ao abrigar as nascentes bacias hidrográficas da América do Sul: Platina, Amazônica e São Francisco. Parte significativa das águas das bacias Amazônica, Araguaia, Tocantins e do Prata nascem no cerrado. Poucas são nossas unidades de conservação, entre elas os Parques Nacionais, das Emas (131.832ha), Grande Sertão Veredas (84000 ha), da Chapada dos Guimarães (33mil ha), da Serra da Canastra (71.525 ha), da Chapada dos Veadeiros (60 mil ha), o de Brasília, (28 mil ha). O processo de colonização teve inicio com os franceses, no final do século XVI, continuando com os jesuítas, ao norte e com os bandeirantes, ao sul, em busca de riquezas minerais, capturaram índios e formaram povoados em quase dois séculos de explorações e colonizações. As lavras da Serra Dourada constituem-se no último grande território aurífero da América do Sul, exploradas desde 1722. Em 1749, Goiás tornou-se capital do Estado e centro de colonização do cerrado brasileiro. Pirenópolis possui o segundo maior patrimônio histórico e cultural desta época. Hoje a criação e a implantação de unidades de conservação, complementada com os corredores ecológicos são estratégias para garantir a integridade de ecossistemas representativos como as veredas e os campos rupestres, e precisam ser ampliadas, com urgência. O Cerrado foi reconhecido internacionalmente como área de grande interesse biológico em 1993, com a criação da Reserva da Biosfera do Cerrado, Fase I, em Brasília, e em 2000, na sede da UNESCO, foi aprovada a Reserva da Biosfera do Cerrado de Goiás, Fase II, com um milhão de hectares. As áreas do Cerrado devem ser exploradas economicamente, visando ao sustento da população e ao desenvolvimento do país, mas a nossa sobrevivência e dos nossos, dependerá do grau de proteção que dispensarmos aos nossos recursos finitos, e da nossa capacidade em assegurar e distribuir, eqüitativamente os meios de vida para todos os homens.