Capítulo 2 – Movimento Retilíneo 2.1 – Deslocamento, tempo e velocidade média Exemplo: Descrever o movimento de um carro que anda em linha reta 0 Antes de mais nada, temos que: - Modelar o carro como uma partícula - Definir um referencial: eixo orientado e origem x x 0 x x2 x1 0 t1 t2 t x x3 x2 x1 0 t1 t2 t3 t x x3 x2 x4 x1 0 t1 t2 t3 t4 t x x3 x2 x4 x5= x1 0 t1 t2 t3 t4 t5 t Deslocamento entre t1 e t2: x x2 x1 x x3 Velocidade média: vmx x2 x4 x x5= x1 0 x2 x1 x t 2 t1 t t t1 Inclinação: t2 t3 x 0 t t4 t5 t Entre t3 e t4: vmx x x4 x3 x 0 t 4 t3 t x3 x 0 x2 x4 t x5= x1 0 t1 t2 t3 t4 t5 t Entre t1 e t5: vmx x x5 x1 x 0 t5 t1 t x3 Atenção: Velocidade média não é a distância percorrida dividida pelo tempo x2 x4 x5= x1 0 x 0 t t1 t2 t3 t4 t5 t 2.2 – Velocidade instantânea Qual a velocidade em um instante de tempo? Entre t 1s e t 2s : Exemplo: x(t ) 5t 2 vmx x(2) x(1) 20 5 15m/s 2 1 1 x (m) 20 5 0 1 2 t (s) Entre t 1s e t 2s : Exemplo: x(t ) 5t 2 vmx x(2) x(1) 20 5 15m/s 2 1 1 Entre t 1s e t 1,5 s : x (m) vmx x(1,5) x(1) 11,25 5 12,5m/s 1,5 1 0,5 11,25 5 0 1 1,5 t (s) Entre t 1s e t 2s : Exemplo: x(t ) 5t 2 vmx x(2) x(1) 20 5 15m/s 2 1 1 Entre t 1s e t 1,5 s : x (m) vmx x(1,5) x(1) 11,25 5 12,5m/s 1,5 1 0,5 11,25 5 0 1 1,5 t (s) Entre t 1s e t 2s : Exemplo: x(t ) 5t 2 vmx x(2) x(1) 20 5 15m/s 2 1 1 Entre t 1s e t 1,5 s : x (m) vmx x(1,5) x(1) 11,25 5 12,5m/s 1,5 1 0,5 Entre t 1s e t 1,1 s : vmx 6,05 5 0 1 1,1 x(1,1) x(1) 6,05 5 10,5m/s 1,1 1 0,1 t (s) Velocidade instantânea: x dx v x lim t 0 t dt Exemplo: x(t ) 5t 2 dx 10t dt Em t 1 s : vx (1) 10 m/s vx (t ) x (m) n Derivada de t é nt n 1 Graficamente: inclinação da reta tangente no gráfico xt 5 0 1 t (s) Obtendo a velocidade graficamente a partir do gráfico xt : x x dx v x lim t 0 t dt t vx 0 vx t Obtendo a velocidade graficamente a partir do gráfico xt : x x dx v x lim t 0 t dt vx max t vx No ponto de inflexão do gráfico xt, a velocidade é máxima (ou mínima) t Obtendo a velocidade graficamente a partir do gráfico xt : x x dx v x lim t 0 t dt vx 0 t vx No ponto de máximo (ou mínimo) do gráfico xt, a velocidade é nula t Obtendo a velocidade graficamente a partir do gráfico xt : x vx 0 x dx v x lim t 0 t dt t vx t Obtendo a velocidade graficamente a partir do gráfico xt : x x dx v x lim t 0 t dt vx min t vx t Distinção entre velocidade (“velocity”) e velocidade escalar (“speed”) Velocidade escalar (média ou instantânea) é a distância percorrida dividida pelo tempo • Para a velocidade escalar, usaremos o símbolo v • Sempre positiva • Velocidade escalar instantânea é o módulo do vetor velocidade instantânea 2.3 – Aceleração instantânea e aceleração média Aceleração média: amx v2 x v1x vx t 2 t1 t vx v2x v x v1x 0 t t1 t2 t vx dvx d 2 x a x lim 2 t 0 t dt dt Aceleração instantânea: vx Graficamente: inclinação da reta tangente no gráfico vt , curvatura no gráfico xt v1x 0 t1 t Obtendo a aceleração graficamente a partir dos gráficos vt e xt : x t dx vx dt vx dv x d 2 x ax 2 dt dt t ax t 2.4 – Movimento com aceleração constante Se a aceleração é constante, então a aceleração instantânea é igual à aceleração média: ax a x amx t v2 x v1x t 2 t1 Fazendo t 2 t , t1 0 e v1x v0 x (velocidade inicial): vx vx v0 x ax v x v0 x a x t t 0 v0x t Se a velocidade varia linearmente com o tempo, então a velocidade média em um intervalo de tempo é igual à media aritmética entre as velocidades inicial e final: vx v0 x v x 2 v0x 0 t = Áreas iguais Assim: vmx x x0 v0 x vx t 0 2 v v x x0 0 x x t 2 Sabemos que : vx v0 x a xt v0 x v0 x a x t x x0 t 2 x Inclinação: 1 x x0 v0 x t a x t 2 2 x0 Inclinação: t v0 x vx Outra equação útil, para problemas que não envolvem o tempo: v x v0 x v x v0 x a x t t ax Substituindo em: x x0 v0 x t 1 2 axt 2 v x v0 x 1 v x v0 x a x x x0 v0 x ax 2 ax 2 2ax x x0 2v0 x vx v0 x vx v0 x 2 2a x x x0 2v0 x vx 2v02x v x2 2v0 x v x v02x vx2 v02x 2a x x x0 Equações do movimento com aceleração constante: vx v0 x axt v0 x v x x x0 t 2 1 2 x x0 v0 x t a x t 2 vx2 v02x 2a x x x0 Caso particular: aceleração nula vx v0 x constante x x0 vxt 2.5 – Queda livre Aristóteles (séc. IV a.C.): “Quatro Elementos” (Água, Ar, Terra e Fogo), cada um com seu “lugar natural”. Corpos mais pesados deveriam cair mais rapidamente Galileu: “Discursos e Demonstrações Matemáticas sobre Duas Novas Ciências” (1638), escrito em forma de diálogos Salviati (Galileu): “Aristóteles diz que uma bola de ferro de 100 libras, caindo de 100 cúbitos, atinge o solo antes que uma bala de uma libra tenha caído de um só cúbito. Eu digo que chegam ao mesmo tempo. Fazendo a experiência, você verifica que a maior precede a menor por 2 dedos; você não pode querer esconder nesses 2 dedos os 99 cúbitos de Aristóteles…” Resultados obtidos apenas através de argumentações lógicas são completamente vazios de realidade. Porque Galileu enxergou isso, e particularmente porque ele propagou repetidamente esta idéia pelo mundo científico, ele é o pai da física moderna – de fato, de toda a ciência moderna. Einstein Demonstração: Experimento de Galileu com plano inclinado (trilho de ar) Filme: queda livre na Lua (Apolo 15, NASA) http://www.youtube.com/watch?v=5C5_dOEyAfk Aceleração da gravidade: g ≈ 9,8 m/s2 y g a y g 9,8 m/s 2 Equações da queda livre: v y v0 y gt v0 y v y t y y0 2 1 2 y y0 v0 y t gt 2 v y2 v02y 2 g y y0 Medição de g: Vídeo “Physics Demonstrations in Mechanics” I.2 Método (1): Medição do tempo de queda por uma altura d partindo do repouso y y0 t 0, v0 y 0 d y0 y 1 2 y y0 v0 y t gt 2 y vy 0 1 2 gt y0 y d 2 2d g 2 t Método (2): Medição da velocidade após cair de uma altura d partindo do repouso y y0 t 0, v0 y 0 d y0 y v y2 v02y 2 g y y0 v y2 2 gd y vy 0 g v y2 2d 2.6 – Velocidade e posição por integração Já sabemos calcular: x v dx dv a dt dt Como resolver o problema inverso? a v x Suponha que a aceleração varie com o tempo da seguinte forma: Vamos dividir o intervalo entre t1 e t2 em pequenos intervalos de duração Δt ax Sabendo que amx vx , t a variação da velocidade em cada intervalo é 0 t1 Δt t2 t vx amx t ax Sabendo que amx vx , t a variação da velocidade em cada intervalo é amx vx amx t 0 t1 Δt t2 t Note que vx amx t é a área do retângulo sombreado Desta forma, somando-se todas as pequenas variações de velocidade, obtemos a variação total de velocidade entre t1 e t2 como a soma das áreas de todos os retângulos. ax amx v x 0 t1 Δt t2 t No limite t 0 a soma das áreas dos retângulos torna-se a área sob a curva a x (t ) Esta área é integral definida da função a x (t ) entre os instantes t1 e t 2 t2 vx v2 x v1x a x dt t1 Se tomamos t1 0 , então v1x v0 x , de modo que: t vx v0 x ax dt 0 Podemos executar um procedimento completamente análogo a esse para obter o deslocamento a partir da velocidade: t x x0 vx dt 0 Desta forma, resolvemos o problema inverso: x v a Por derivação a v x Por integração A integral é a operação inversa da derivada Próximas aulas: 6a. Feira 19/08: Aula de Exercícios (sala A-327) 4a. Feira 24/08: Aula Magna (sala A-343)