Lesão de uretra Posterior Tratamento

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Trauma genitourinário
Lesão de uretra
Abordagem precoce x tardia
Leopoldo Alves Ribeiro Filho
Urologia
FMUSP
Trauma Uretral
Introdução
• politrauma - problema de saúde pública
• EUA - 1 em cada 14 óbitos em serviços de emergência
•10% acometem o trato gênito-urinário
Baker 2002
• o traumatismo uretral ~ 12% dos traumas urogenitais.
McAninch 2003
• No Brasil (2013) - 170.805 mil internações por acidentes de trânsito
- 44.000 mortos
1.200 lesões uretrais / ano
somente com acidentes de trânsito
Trauma Uretral
Anatomia
Uretra anterior
bulbar
Prostática
peniana
membranosa
Uretra posterior
Abordagem precoce x tardia
Urgências Urológicas
Trauma Uretral
Lesão uretral por fratura pélvica
• Acidentes automobilísticos - 70%
• Queda de altura – 20%
• Acidentes de trabalho -10%
• Impacto de alta energia - outas lesões graves associadas
•Cranianas, ortopédicas, abdominais
• ruptura bexiga associada em 10-17% dos casos
Fratura
pélvica
10%
~100%
Lesão
uretral
posterior
Trauma Uretral
Anatomia
Vascularização Uretral
Trauma Uretral
Anatomia
Anatomia pélvica
Ligamentos pubo-uretrais
• Ligamento pubo-uretral anterior
• ligamento suspensor do pênis
• reflexão fascial da membrana
perineal
• Ligamento pubo-uretral
intermediário
Ligamentos
puboprostáticos
• arqueado
• transverso
• Ligamento pubo-uretral
posterior
• puboprostático
Steiner, Urology, 1994
Lesão de uretra Posterior
Fratura de Bacia
Vertical Shear
aumenta o risco de lesão uretral em 3.4 X
Lesão de uretra Posterior
Fratura de Bacia
Fratura em asa de borboleta
aumenta o risco de lesão uretral em 3.8 X
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretra Posterior
• Quadro clínico
• retenção urinária
• sangue no meato
- 98% de sensibilidade
• Equimose perineal
– ruptura da membrana perineal
• impossibilidade da Sondagem
• toque com próstata alta (34%)
- baixa sensibilidade – hematoma pode
mascarar os limites da prostata
Elliot 1997
Lesão de uretra Posterior
Novos conceitos
Ponto de ruptura da Uretra
na fratura pélvica
Clássico
junção
prostatomembranosa
Recente
junção
bulbomembranosa
Fibras do esfincter
ajudam a manter a
uretra membranosa
aderida a próstata
Membrana perineal
(diafragma
urogenital)
Pavlica, Eur Radiol 2003;
Lesão de uretra Posterior
Novos conceitos
Ponto de ruptura da Uretra
na fratura pélvica
Evidência clínica
• 20 pacientes operados por ruptura uretral
• achados urodinâmicos e endoscópicos de função
esfincteriana
Andrich, J Urol 2001;
Estudos de autópsia
• 7/10 pacientes que faleceram portadores de ruptura
uretral
ponto de lesão distal à uretra membranosa
Mouraviev J Urol 2005
Lesão de uretra Posterior
Classificação de Goldman
Tipo I
• estiramento uretral sem ruptura
(10-15%)
Tipo II
• ruptura parcial /completa proximal à
membrana perienal (10-15%)
Tipo III
• ruptura através da membrana
Tipo IV
•Lesão de colo vescial associada
Tipo v
• lesão pura de uretra anterior
perineal ( 65 – 85%)
Goldman, J Urol, 1997
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretrocistografia retrógrada
• Inserir uma sonda de foley 14 Fr na fossa navicular (1 a 2
cm) e inflar levemente o balão até que ele preencha a fossa e
vede o meato
• seringa 60ml X equipo de irrigação com bolsa (baixa pressão)
• contrate 1:1 em SF
• Fluoroscopia – melhor
•Posição oblíqua se possivel
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretrocistografia Retrógrada
Tipo I - estiramento
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretrocistografia Retrógrada
extravasamento
Membrana perienal
(diafragma
urogenital)
Tipo II – lesão proximal
à membrana perineal
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretrocistografia Retrógrada
Tipo III – lesão na membrana perineal
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretrocistografia Retrógrada
lesão no
colo
vesical
lesão na membrana
perineal
Tipo IV – lesão no colo vesical associada
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
Uretrocistografia Retrógrada
lesão de
uretra
bulbar
Tipo V – lesão pura de uretra anterior
Lesão de uretra Posterior
Diagnóstico
ultrassonografia
• pode ser realizada na propria sala do pronto
atendimento
• sem radiação ionizante
• pode guiar a sondagem vesical
•Verificar correto posicionamento do caterter
na luz vesical
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
Tratar primeiro a lesões críticas - ATLS
Lesão parcial
X
• tentar passar sonda uretral com
cautela
• não insistir
• sem piora dos índices de
infecção / ruptura do hematoma
•baixo risco de converter em
lesão completa
Ruptura completa
• cistostomia por punção ou
aberta
•Avaliar a bexiga se hematuria
intensa ( cistografia , CT)
Kotkin, J Urol, 1996
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
• Percuvision : passagem de catéter uretral sob visão direta
Preço: $ 20.000,00
Foley especial: $70,00
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
Cirurgia imediata
Altas taxas de disfunção
erétil, incontinência e
infecção
Não deve ser realizada!
Realinhamento
primário (2 – 14d)
Tratamento
tardio ( > 3 m)
• endoscópico
• aberta
• cistostomia apenas
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
Cirurgia imediata
• risco de incontinência elevado (21%)
• quando compardo como tratamento tardio, a
cirurgia imediata apresenta 3 x mais DE e 5 x mais
incontinência
Koraitim, BJU,1996
•Recidiva da estenose elevada ( 69%)
Webster, J Urol,1996
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
Cistostomia
lateral
Nunca!!!
Urgências Urológicas
Trauma de Uretra
• Realinhamento primário
• Endoscópico atualmente – aberto quase abandonado
Urgências Urológicas
Trauma de Uretra
• Realinhamento primário
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
Realinhamento
primário (2 – 14d)
X
Tratamento
tardio ( > 3 m)
• cistostomia
• paciente estável
• centro de referência
•Endoscopia + radioscopia
•Sonda por 6 – 8 semanas
•Manter cisto + UCM
• cistostomia
• Paciente grave
• Mais realizado, uro geral
•Uretroplastia a partir de 3 meses
•Disfunção erétil - 19%
•Incontinência – 4%
•Estenose – 67%
•Disfunção erétil - 23%
•Incontinência – 4%
•Estenose – 92%
Indices semelhantes de DE e incontinência sugerem
que as lesões ocorrem no trauma inicial
Koraitim, BJU, 1996
Lesão de uretra Posterior
Tratamento
Realinhamento primário (2 – 14d)
• a maioria ainda necessitará de uretroplastia
• simplifica a cirurgia reconstrutiva
• cotos alinhados
• Menos manobras para realizar a anatomose
Koraitim, BJU,1996
• facilita o transplante de uretra
• alguns pacientes permanecem com dilatações crônicas
e retardam o tratamento definitivo
Webster, J Urol,1996
Urgências Urológicas
Trauma de Uretra
Uretra Posterior
Não usar urolume !
Urgências Urológicas
Transplante de Uretra
Lesão de uretra Posterior
Conclusões
Altas taxas de disfunção
erétil, incontinência e
infecção
Cirurgia imediata
Não deve ser realizada!
Realinhamento
primário (2 – 14d)
x
Tratamento
tardio ( > 3 m)
•Disfunção erétil - 19%
=
=
•Disfunção erétil - 23%
•Incontinência – 4%
•Estenose – 67%
•Incontinência – 4%
•Estenose – 92%
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