Aula 16 - Instituto de Economia

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Economia Monetária II
16ª aula
Prof: Francisco Eduardo Pires de Souza
Email: [email protected]
A teoria da política monetária dos póskeynesianos
• Pós-keynesianos => a moeda afeta decisões de produzir e investir =>
posição de equilíbrio de longo período depende da política monetária
corrente.
• Logo a moeda não é neutra nem no curto nem no longo período => a
política monetária pode ser eficaz para alterar variáveis reais.
• A política de open market seria capaz de afetar as decisões de
investimento, ao alterar a rentabilidade relativa dos ativos (títulos x ativos
reais)
• Ao contrário da política fiscal, a monetária não age diretamente sobre o
produto. seu efeito dependerá de como os agentes econômicos desejarão
recompor seus portfolios a partir das ações da política monetária
A teoria da política monetária na tradição da
síntese neoclássica (“velhos keynesianos”)
• Velhos-keynesianos (Samuelson, Lawrence Klein, Tobin, etc) x pós-keynesianos x novos-keynesianos)
• Recado principal da velha escola keynesiana sobre os efeitos da política monetária: teoricamente pode
afetar o produto, mas na prática sua potência é muito baixa devido à reduzida elasticidade juros do
investimento.
r
I
• Lawrence Klein: grande queda da taxa de juros de longo prazo entre 1932 e 1941 e investimento manteve-se
baixo.
• Daí decorre o caráter fiscalista do keynesianismo americano(klein, Samuelson, etc)
Taxas de juros de longo prazo: Anos 40 e anos 2010
Taxas de juros de longo prazo: Anos 40 e anos 2010
A visão velho-keynesiana da política econômica
apresentada através do modelo IS-LM
A Curva IS (equilíbrio no mercado de bens e serviços: D=S agregadas)
i.
Y = C + I (i) + G (economia fechada, com I função de i)
ii.
C = (Y – T) – S
(C é a parcela da renda disponível não poupada)
Onde: T = tY e S = sY
Substituindo (ii) em (i):
iii. Y = Y – T – S + I (i) + G
Simplificando e reordenando:
iv. S + T = I (i) + G
( ou S + (T-G) = I )
i
a’
A
B
b’
IS
I (i)+ G
G
a
I+G
b
Y
45o
Em qualquer
ponto da reta de
45o , S+T = I+G
S (Y)+ T(Y)
S+T
A Curva IS e seus parâmetros
Supondo que as funções I, S, T e C são lineares,
temos:
v.
C = Ca + c (Y – T)
vi.
T = tYK
i
vii. I = -bi + j (onde j é uma constante positiva
igual ao valor de I quando a taxa de juros é
zero. Não é o investimento autônomo. Aqui
é o investimento que independe de i).
Substituindo v, vi e vii em (i)1, temos:
-(d/b)
Y = Ca + c [Y – tY] - bi + j + G
Resolvendo para i:
bi = Ca + cY – ctY - Y + j + G
bi = Ca + (c – ct – 1) Y + j + G
IS
bi = Ca + [(1 – t)c – 1] Y + j + G
bi = Ca - [1 – c (1 – t) ] Y + j + G
i = - [1 – c (1 – t) ] Y/b + (1/b)(Ca + j + G)
E, chamando [1 – c (1 – t) ] de d
i = -(d/b) Y + (1/b)(Ca + j + G)
1
(i)
Y = C + I (i) + G
Y
Efeito de uma diminuição da sensibilidade do Investimento aos juros (b)
i
b => (d/b)
-(d/b)
IS1
IS0
Y
Efeito de um aumento dos gastos públicos (G)
(1/b)(Ca + j + G1)
i
(1/b)(Ca + j + G0)
IS0
IS1
Y
A Curva LM (equilíbrio no mercado
monetário)
Agrupando o conjunto dos motivos para demandar moeda em motivo
transação (função crescente da renda) e motivo especulação (função
decrescente da taxa de juros), temos:
v. M/P = Lt(Y) + Ls(i)
i
Ls (i)
Ls
i
Ls (i)
Ls
Lt
Lt (Y)
Y
Lt
Lt (Y)
Y
Y
Lt
Lt (Y)
Y
Lt
Lt (Y)
i
Ls (i)
Ls
Y
Lt
Lt (Y)
i
Ls (i)
Y
Ls
Lt
Lt (Y)
i
Ls (i)
Ls
M/P
Y
45º
Lt
M/P
Lt (Y)
i
Ls (i)
Ls
M/P
Lsa
a
//
45º
Y
Lta
45o //
A reta de 45º mostra
as combinações de Lsa e
Lta para as quais há
equilíbrio no mercado
monetário (Ls + Lt = M/P)
=
Lsa
45o
Lt
M/P
Lt (Y)
i
LM
B
a’
A
Ls (i)
a
Ls
b
Y
45º
Lt
Lt (Y)
A Curva LM e seus
parâmetros
v.
i
M/P = Lt(Y) + Ls(i)
k/h
Assumindo que as relações acima são lineares,
podemos escrever:
vi.
i = -(1/h)(M/P) + (k/h) Y
M/P = kY – hi
, k>0 e h>0
Onde “k” mede a sensibilidade da demanda
real por moeda à renda e “h” a sensibilidade
da demanda real por moeda à taxa de juros
(lembrando que o lado direito da equação
representa a demanda real por moeda)
Resolvendo a equação para i, temos
vii.
i = kY/h – M/hP; ou
viii.
i = -(1/h)(M/P) + (k/h) Y (Equação da LM)
Y
-(1/h)(M/P)
Efeito de um aumento da oferta de moeda (M/P)
i
LM0
i
LM1
i = -(1/h)(M/P) + (k/h) Y
k/h
Y
-(1/h)(M/P)
(M/P)
[-(1/h)(M/P)]
-(1/h)(M/P)
Y
Medindo o aumento da taxa de juros (decorrente
do deslocamento da LM) quando ocorre D(M/P)
•
•
•
•
Equação da LM: i = -(1/h)(M/P) + (k/h) Y
di/d(M/P) = -(1/h)
di= -(1/h) d(M/P)
Ex: d(M/P) = 100; h = 1000
•
•
•
•
di = -(1/1000) 100 = - 0,1
E se h = 10000?
di = -(1/1000) 100 = - 0,01
Ou seja, um aumento de h (a sensibilidade da demanda por moeda à taxa de juros, faz
com que um mesmo aumento da oferta de moeda leve a uma redução menor da taxa de
juros (porque com uma redução menor da taxa de juros (1 p.p. para h=10000 x 10 p.p.
para h = 1000) obtém-se um mesmo aumento da demanda por moeda, capaz de
absorver o aumento da oferta de moeda – igual, no exercício, a 100 unidades
monetárias)
Medindo o aumento da renda (decorrente do
deslocamento da LM) quando ocorre D(M/P)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Equação da LM: i = -(1/h)(M/P) + (k/h) Y
kY = hi + M/P
Y = (1/k) (M/P) + (h/k) i
dY/d(M/P) = 1/k; dY = (1/k) d(M/P)
Ex: d(M/P) = 100; k = 0,2
dY = (1/0,2) 100 = 500
E se k = 0,25?
dY = (1/0,25) 100 = 400
Ou seja, um aumento de k (a sensibilidade da demanda por moeda à renda, faz com que
um mesmo aumento da oferta de moeda leve a um aumento menor da renda (porque
com uma redução menor da renda (400 para k=0,25 x 500 para k = 0,2) obtém-se um
mesmo aumento da demanda por moeda, capaz de absorver o aumento da oferta de
moeda – igual, no exercício, a 100 unidades monetárias)
Em suma:
• Quando aumenta M/P, e a demanda transacional fica constante (i.e.,
quando a renda não se altera) a taxa de juros precisa cair para
aumentar Ls na mesma medida em que M/P aumentou, e assim
manter o equilíbrio no mercado monetário.
• E quanto maior a sensibilidade de Ls à taxa de juros (maior h), menor
a redução da taxa de juros requerida para restaurar o equilíbrio do
mercado monetário após uma expansão de M/P.
i
LM0
LM1
i0
i1
Y
Em suma:
• Quando aumenta M/P, para a taxa de juros ficar constante, a renda
precisa subir o suficiente para aumentar Lt na mesma medida em que
M/P aumentou, e assim manter o equilíbrio no mercado monetário.
• E quanto maior a sensibilidade de Lt à renda (maior k), menor o
aumento da renda requerido para restaurar o equilíbrio do mercado
monetário após uma expansão de M/P.
i
LM0
LM1
Y1
Y
i0
Y0
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