ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - FOLHA MIR-320 – SINOP - MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização de Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO DSEE-VG-US-MT-018 PLANO DA OBRA PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIOECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO Parte 1: Consolidação de Dados Secundários Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas Parte 3: Integração Temática Parte 4: Consolidação das Unidades Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) PROJETO DE DESENVOLVIMENTO AGROAMBIENTAL DO ESTADO DE MATO GROSSO - PRODEAGRO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO: DIAGNÓSTICO SÓCIOECONÔMICO-ECOLÓGICO DO ESTADO DE MATO GROSSO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA NA FORMULAÇÃO DA 2ª APROXIMAÇÃO ASPECTOS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - FOLHA MIR-320 – SINOP – MEMÓRIA TÉCNICA Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas NÍVEL COMPILATÓRIO MARCO ANTONIO VILLARINHO GOMES MÁRIO VITAL DOS SANTOS CUIABÁ FEVEREIRO, 2001 CNEC – Engenharia S.A. GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO Dante Martins de Oliveira VICE-GOVERNADOR José Rogério Salles SECRETÁRIO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL Guilherme Frederico de Moura Müller SUB SECRETÁRIO João José de Amorim GERENTE ESTADUAL DO PRODEAGRO Mário Ney de Oliveira Teixeira COORDENADORA DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Márcia Silva Pereira Rivera MONITOR TÉCNICO DO ZONEAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-ECOLÓGICO Wagner de Oliveira Filippetti ADMINISTRADOR TÉCNICO DO PNUD Arnaldo Alves Souza Neto EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E SUPERVISÃO DA SEPLAN Coordenadora do Módulo Biótico/Uso do Solo LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa) Coordenadora do Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico-Institucional MARILDE BRITO LIMA (Economista) Coordenadora do Módulo Cartografia/Geoprocessamento LIGIA CAMARGO MADRUGA (Engª Cartógrafa) Supervisores de Tema DALILA VARGAS OLIVARES SIFUENTE (Geógrafa) LIGIA CAMARGO MADRUGA (Enga. Cartógrafa) LUZIA IVO DE ALMEIDA ARIMA (Geógrafa) JOÃO BENEDITO PEREIRA LEITE SOBRINHO (Engo Agrônomo) MARIA APARECIDA CERCI DE PAIVA (Enga. Agrônoma) Consultor PNUD para o Módulo Biótico/ Uso do Solo RICARDO RIBEIRO RODRIGUES (Biólogo/Botânico) Consultor PNUD para o Módulo Sócio-Econômico/ Jurídico Institucional SÉRGIO ADÃO SIMIÃO (Engo. Agronômo) Consultor PNUD para Geoprocessamento/ Banco de Dados EMÍLIO CARLOS BOCHÍLIA (Analista de Organização, Sistemas e Métodos de Informações – OIM) Supervisão do Banco de Dados GIOVANNI LEÃO ORMOND (Administrador de Banco de Dados) VICENTE DIAS FILHO (Analista de Sistema) EQUIPE TÉCNICA DE EXECUÇÃO CNEC - Engenharia S.A. GERÊNCIA E COORDENAÇÃO LUIZ MÁRIO TORTORELLO (Gerente do Projeto) KALIL A. A. FARRAN (Coordenador Técnico) MARCO A. V. GOMES (Coordenador Técnico do Meio Econômico/Jurídico Institucional) Sócio- MÁRIO VITAL DOS SANTOS (Coordenador Biótico) Físico- MARIA MADDALENA RÉ (Coordenadora de Uso e Ocupação do Solo) Técnico EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO ADRIANA ROZZA (Engª Agrônoma) FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário) GÉZA ARBOCZ (Engº Agrônomo) LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa) LUÍS CARLOS BERNACCI (Biólogo) MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa) MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa) MARTA CAMARGO DE ASSIS (Bióloga) MÔNICA TAKAKO SHIMABUKURO (Bióloga) NATÁLIA M. IVANAUSKAS (Engª Agrônoma) PAULA PINTO GUEDES (Bióloga) RENATO GOLDENBERG (Engº Agrônomo) RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal) SALVADOR RIBEIRO FILHO (Engº Florestal) do Meio EQUIPE TÉCNICA DE FOTOINTERPRETAÇÃO LAURA CRISTINA FEINDT URREJOLA (Geógrafa) MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa) MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa) PAULA PINTO GUEDES (Bióloga) RUBENS ANTÔNIO ALVES BARRETO (Engº Florestal) EQUIPE TÉCNICA DE GABINETE DENISE TONELLO (Arquiteta) EDUARDO CECONELO (Eng.º Civil) FRANCISCO O. DE CARVALHO (Estagiário) MADALENA LÓS (Bióloga) MARCELO DE PAULA FERREIRA (Arquiteto) MÁRCIA VISIBELLI (Geógrafa) MARIA TEREZINHA MARTINS (Geógrafa) PAULA PINTO GUEDES (Bióloga) PENÉLOPE LOPES (Arquiteta) VERA MÁRCIA ARRIGHI (Arquiteta) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ESPECÍFICOS À FOLHA SINOP 3. 001 E OPERACIONAIS 003 2.1. DOCUMENTAÇÃO 003 2.2. INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS 003 2.3. TRABALHOS DE CAMPO 005 2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS 007 CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO 007 3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS 007 3.1.1. Formações Savânicas e Campestres 007 3.1.1.1. 007 3.1.2. 3.1.3. Sa - Savana Arborizada (Cerradão) Formações Ripárias 008 3.1.2.1. Fj - Formação Justafluvial 008 3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial 008 Formações Florestais 009 3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional 009 3.1.3.2. Fp – Floresta associada ao Planalto dos Parecis 010 FpS* - Floresta Associada ao Planalto dos Parecis com corte Seletivo 011 3.1.3.3. 3.1.4. Formações de Contatos 3.1.4.1. 3.1.4.2. 3.1.5. 3.2. 3.2.2. 011 FeS – Floresta Estacional/ Savana 011 Formações Antropizadas 012 3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente 012 3.1.5.2. Fs – Formação Secundária 012 012 Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território 012 Usos Agropecuários 015 3.2.2.1. 3.2.2.2. 3.2.2.3. 5. FoFe – Contato Floresta Ombrófila/ Floresta Estacional USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 3.2.1. 4. 011 Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades 015 Aga – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Culturas Anuais 017 Agp – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Pastagens 017 3.2.3. Re – Reflorestamento 018 3.2.4. U - Usos Urbanos 018 3.2.5. Pu - Usos Peri-Urbanos 018 CARACTERÍSTICAS DO MEIO FÍSICO ASSOCIADAS FORMAÇÕES VEGETAIS E AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO BIBLIOGRAFIA ÀS 018 025 ANEXOS ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO, FAUNA E POTENCIAL MADEIREIRO ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO ANEXO IV – FOTOGRAFIAS ANEXO V - FOLHA SINOP LISTA DE QUADROS 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS 004 002 PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 2. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%) 016 LISTA DE FIGURAS 001 LOCALIZAÇÃO DA FOLHA SINOP NO ESTADO 002 002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO 006 003 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA E ELEMENTOS DE INFRAESTRUTURA 013 PRINCIPAIS FEIÇÕES DE PAISAGEM 020 004 1 1. INTRODUÇÃO A presente Memória Técnica refere-se aos trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo, executados na Folha Sinop – MIR-320 (SC.21Z-D) compreendida no Estado de Mato Grosso. A folha mapeada situa-se na porção centronorte do Estado, entre os paralelos 11o00’ e 12o00’ de latitude sul e os meridianos 54o00’ e 55o30’de longitude oeste de Greenwich (Figura 001). A Folha MIR-320 compreende parte dos municípios de União do Sul, Nova Santa Helena, Itaúba, Cláudia, Sinop, Marcelândia, Santa Carmem e Feliz Natal e pequena parcela de Colíder. O meridiano 54o00’ que delimita a Folha MIR-320 a leste, corresponde à divisa do Parque Indígena Xingu, que se estende a leste, na Folha MIR-321, contígua. O território é compreendido na vertente amazônica, abarcando parte das bacias dos Rios Teles Pires e Xingu, esta representada pelas sub-bacias dos Rios Manissauá-Miçu e Arroios. A maior parte da região está inserida na unidade geomorfológica do Planalto dos Parecis, incluído nas morfo-estruturas das coberturas sedimentares da Plataforma Amazônica, com um relevo plano com formas dissecadas e topos tabulares. A Serra Formosa, orientada sul-norte, constitui o divisor entre as bacias do Teles Pires e do Xingu. Predominam na área formações florestais, destacando-se as formações aluviais associadas às planícies das principais drenagens. Toda a região compreendida nesta Folha é polarizada por Sinop, situada na porção sudoeste da Folha MIR-320, lindeira à rodovia BR-163. São ainda presentes as sedes municipais de Itaúba, Marcelândia, Claudia, União do Sul e Santa Carmen. O principal eixo viário corresponde à rodovia BR-163, orientada sul-norte, principal ligação regional, que interliga-se a sul a Cuiabá e, a norte, ao Estado do Pará (Santarém); neste território, acessa as cidades de Sinop e Itaúba. Outros eixos viários correspondem às rodovias MT-320, que propicia acesso a Marcelândia; MT-423, acesso a Claudia e a União do Sul; MT-140, que interliga Sinop a Santa Carmen. A principal atividade econômica da região é a extração madeireira, seguida pela pecuária de corte em grandes propriedades. São presentes bolsões de pequenas propriedades associadas a projetos de colonização, onde as atividades predominantes são a pecuária e culturas de subsistência. Na maior parte deste território, as formações florestais encontram-se alteradas pelo desmatamento seletivo decorrente do extrativismo madeireiro. 2 FIGURA 001 LOCALIZAÇÃO DA FOLHA SINOP NO ESTADO 3 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E OPERACIONAIS ESPECÍFICOS À FOLHA SINOP A metodologia geral que norteou os trabalhos de mapeamento das Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo, na escala 1:250.000, encontra-se detalhada no Relatório DSEE-VG/US-RT-001 - “Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo - Aspectos Gerais: Procedimentos Metodológicos e Atividades Realizadas”, onde são tratados os aspectos gerais do trabalho, tais como: dados secundários utilizados; procedimentos metodológicos seguidos; critérios de interpretação utilizados na identificação dos padrões das imagens; procedimentos específicos às diversas campanhas de campo; correlação de dados secundários e relativos a outros setores de estudo relacionados ao tema. 2.1. DOCUMENTAÇÃO Os trabalhos de cunho regional utilizados, que abrangem a Folha MIR-320, referem- se a: 2.2. Projeto RADAMBRASIL Folha SC.21 Juruena, escala 1:1.000.000, V.20 de 1980. Na delimitação dos padrões de uso e ocupação e das formações vegetais, abrangendo totalmente a área da Folha estudada, foram utilizadas as imagens de satélite LANDSAT TM5 226/68 (12/07/94) e 227/68 (03/07/94), composição colorida, bandas 3, 4 e 5; para definição de padrões duvidosos (nuvens, queimadas) foi também consultado o mosaico de RADAR SC.21ZD (Projeto RADAMBRASIL), todos na escala 1:250.000. Devido a defasagem temporal entre as imagens interpretadas (1994) e o estágio atual dos trabalhos, foi consultada a Folha Sinop do trabalho – Mapa da Dinâmica de Desmatamento do Estado de Mato Grosso (1999, escala 1:250.000), elaborado pela FEMA – Fundação Estadual do Meio Ambiente. Na Folha Temática, foram demarcadas as áreas desmatadas entre 1994 e 1997 (imagem mais recente interpretada pela FEMA). INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS A interpretação das imagens de satélite seguiu os procedimentos gerais explicitados no Relatório DSEE-VG-US-RT-001. De maneira geral, os processos de mapeamento foram realizados a partir de extensivos levantamentos florísticos e fitofisionômicos da vegetação e verificações do uso do solo em campo, aliados a fotointerpretação analógica de imagens de satélite Landsat TM 5. Após a conclusão dos trabalhos, comparou-se os resultados obtidos ao mapeamento realizado pelo Projeto RADAMBRASIL, verificando-se que, de modo geral, ocorreram diferenciações em relação a legenda das formações vegetais em relação a este, advindas da escala mais aproximada dos trabalhos e da redução do estado de conservação da vegetação, pela intensificação dos processos de antropização ocorridos na região nos últimos anos. 4 Dentre as alterações observadas nesta Folha, destaca-se a mudança na classificação das formações florestais de Contato Ombrófila/Estacional (do mapeamento RADAM) para Floresta associada ao Planalto dos Parecis, na folha temática. É relevante a atuação das madeireiras neste território, associada à presença de ambientes florestais. Esta atividade determina um padrão de imagem diferenciado, o que torna as alterações decorrentes do extrativismo perceptíveis na escala de trabalho. Por se apresentarem difusas e de difícil discriminação no mapeamento, optou-se por assinalar (asterisco) as áreas onde a alteração da densidade de biomassa era detectável, situações confirmadas nas campanhas de campo. Além destas situações, ocorrem áreas claramente alteradas (Florestas Remanescentes, Formações Secundárias) no entorno dos núcleos urbanos. Foram mapeados 11 padrões relativos às formações vegetais e 4 padrões característicos de áreas antropizadas. Estes padrões foram, em situações específicas, correlacionados constituindo legendas compostas. A legenda definida pelos padrões das imagens, corroborada pelas informações de campo é apresentada no Quadro 001, a seguir: QUADRO 001 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS PADRÕES INTERPRETADOS LEGENDA PADRÃO DA IMAGEM OBSERVAÇÕES FORMAÇÕES VEGETAIS Sa – Savana Arborizada Tons de marrom claro. Fj – Formação Justafluvial Fa – Floresta Aluvial Tons de verde escuro com mosqueamento. Tons de verde escuro com mosqueamento marrom esverdeado a marrom escuro. Tom de verde muito escuro. Fe – Floresta Estacional Tons de verde escuro, textura rugosa. Fp – Floresta associada ao Planalto dos Parecis Fp* - Formação Associada ao Planalto dos Parecis com corte seletivo FoFe – Contato Floresta Ombrófila / Estacional Cor verde, tonalidade escura, textura rugosa. Tons da formação matriz (Fp) com mosqueamento de marrom. FeS – Contato Floresta Estacional / Savana Fr –Floresta Remanescente Tons de verde claro a médio, com mosqueamento marrom esverdeado. Tons de verde claro mosqueado de marrom. Fs- Formação Secundária Tons de verde bem claro mosqueado. Ca – Complexo Aluvial Ap – Uso Agropecuário pequenas propriedades em Agp – Uso Agropecuário em médias e grandes propriedades com predomínio de Pastagens Re - Reflorestamento U – Usos Urbanos FONTE: CNEC, 1997. Tons de verde escuro a claro. USO DO SOLO Padrão geralmente geométrico, com várias tonalidades de rosa, marrom e verde, indicando usos múltiplos e resquícios de vegetação. Padrão geométrico, variando entre colorações de rosa, verde e marrom claro, liso a mosqueado. Tom de verde e marrom escuro. Tons de rosa claro com alinhamentos esbranquiçados. Pequena ocorrência na extremidade nordeste da Folha MIR-320, às margens do Rio Manissauá-Miçu. Presente ao longo de drenagens na porção sudeste e norte da Folha MIR-320. Presente ao longo do Rio Arraias. No vale do rio Arraias e seus afluentes. Ocorrência restrita à extremidade noroeste da Folha MIR-320, associada a relevo dissecado. Formação predominante em todo o território mapeado. Formação com indícios de redução da biomassa resultante das atividades madeireiras. Ocorrência restrita à porção noroeste da Folha MIR-320 (margem esquerda do rio Teles Pires). Ocorrência restrita à extremidade noroeste da Folha MIR-320. Padrão correspondente a duas situações distintas: fragmentos de floresta entre áreas de ocupação antrópica; áreas mais extensas com fortes indícios de desmatamento seletivo. Áreas desmatadas com indícios de regeneração da vegetação; geralmente associadas a ocupação por pastagens. Ocorre nos arredores de Claudia, Sinop e Marcelândia. Ocorre, de forma esparsa, em toda a Folha MIR-320. Ocorre de forma esparsa e em pequenas áreas. Sinop, Claudia, Marcelândia, Itaúba, União do Sul, Santa Carmem. 5 Nas formações florestais, naturais e alteradas, ocorrem áreas de uso com dimensões não mapeáveis na escala de trabalho; similarmente, nas áreas de ocupação permanecem fragmentos de formações vegetais. Estas situações foram agrupadas em legendas compostas, onde o primeiro padrão é dominante. 2.3. TRABALHOS DE CAMPO A Folha MIR-320 foi coberta pelas seguintes campanhas de campo, cujos roteiros são esquematizados na Figura 002: 03 campanhas relativas ao levantamento dos padrões de uso e das formações vegetais, realizadas nos meses de outubro/novembro de 1996 (parte do Roteiro 01), julho/agosto (parte do Roteiro 04) e maio (parte do Roteiro 05) de 1997, quando foram percorridos os eixos viários transitáveis. Foram relevados os padrões de uso e das formações vegetais ao longo dos percursos, tendo sido amostrados, para definição dos padrões, 20 pontos, apresentados no Anexo I. e locados na Folha Temática (Pontos 01 a 20). Pelas condições precárias de acessibilidade, grande parte do território permaneceu sem cobertura de campo, principalmente na porção leste da Folha MIR-320. 01 campanha de vegetação, realizada no período de 04-11/11/96 nos municípios de Sinop, Claudia e Itaúba, com coleta de material botânico em seis localidades (01 a 06) e amostragem fitossociológica na localidade 05. 02 campanhas de fauna: (1a campanha - Claudia) - abordando os grupos: Anfíbios, Répteis (10 a 25/03/97) e Aves (03 a 16/04/97), realizada em 9 localidades (01 a 09); (2a campanha - Claudia), abordando Mamíferos (18/07 a 28/07/97), realizada em 11 localidades (10 a 21). 01 campanha para o levantamento do Potencial Madeireiro, realizada nos municípios de Marcelândia e União do Sul, tendo sido realizadas 12 amostragens (6 em matas exploradas e 6 em matas não exploradas) em 6 localidades (22 a 27). A Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica realizou entrevistas possibilitaram a qualificação das atividades e do perfil do produtor. que Os pontos de coleta e de amostragem estão espacializados na Folha Temática das Formações Vegetais/Uso e Ocupação do Solo; suas descrições constam dos respectivos relatórios temáticos consolidados. 6 FIGURA 002 LOCALIZAÇÃO DAS CAMPANHAS DE CAMPO 7 2.4. INTEGRAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS Como descrito na Metodologia Geral (Relatório DSEE-VG/US-RT-001), na interpretação preliminar e no acompanhamento da campanha de campo foram utilizados dados de outros setores de estudo relacionados ao tema em tela, notadamente no que diz respeito aos aspectos de solos, formas do relevo, padrões da ocupação, presença de equipamentos de infra-estrutura. Após as campanhas de campo e a revisão do mapeamento preliminar dos padrões de uso e das formações vegetais, foi realizado trabalho de sistematização das informações de outros temas, necessárias à compreensão dos processos de ocupação e à descrição das formações vegetais presentes na região. Os dados primários utilizados para o processo de correlação referem-se essencialmente às observações de campo; aos levantamentos florísticos, fitossociológicos e faunísticos; aos resultados da pesquisa Sócio-EconômicaAgronômica; e as folhas temáticas de geologia, geomorfologia e solos (escala 1250.000), específicos da Folha MIR-320. A correlação dos dados permitiu a definição da legenda dos padrões que constam da Folha Formações Vegetais/ Uso e Ocupação do Solo – MIR-320. 3. CARACTERIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEAMENTO 3.1. FORMAÇÕES VEGETAIS 3.1.1. Formações Savânicas e Campestres 3.1.1.1. Sa – Savana Arborizada (Cerradão) Corresponde à formação savânica propriamente dita, caracterizando-se pelo aspecto xeromorfo do componente arbustivo-arbóreo e pelo expressivo estrato herbáceo, onde predominam gramíneas cespitosas (que formam touceiras). Variações fisionômicas e estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de perturbações antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular de indivíduos, ora com adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com predomínio do componente herbáceo. A altura varia entre 2 e 7m. Apresenta, como característica marcante, estrato arbóreo composto de exemplares de troncos e galhos retorcidos, casca espessa e folhas grandes, muitas vezes coriáceas. Constitui uma fisionomia vegetal relativamente aberta, geralmente manejada com fogo, podendo representar feições alteradas de Savanas Florestadas, submetidas a pressões antrópicas. É denominado em sentido amplo de “Cerrado”. Ocorre sobre vários tipos de solos mais freqüentemente em latossolos álicos, mas também em solos podzólicos, concrecionários e Areias Quartzosas. Espécies características: jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), ipê-do-cerrado (Tabebuia caraiba), araticum (Annona coriacea), pequizeiro (Caryocar brasiliensis), mangaba (Hancornia speciosa), lixeirinha (Davilla elliptica), colher-de-vaqueiro (Salvertia convallariaeodora), lixeira (Curatella americana), pau-santo (Kielmeyera coriacea), 8 pau-terra (Qualea sp), muricis (Byrsonima sp), entre outras. A ocorrência de lianas não se dá de forma agressiva, sendo, em sua maioria, herbáceas ou semi-lenhosas. Pequenas áreas estão presentes, a nordeste, junto ao Rio Manissauá-Miçu, formando encraves em meio às formações florestais. 3.1.2. Formações Ripárias 3.1.2.1. Fj - Formação Justafluvial Compreende diversas formas de vegetação associadas a cursos d’água, que recebem distintas denominações, de acordo com suas peculiaridades, reflexo das condições do substrato onde se desenvolvem: “Veredas”, “Matas de Brejo”, “Floresta-de-Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Em domínio de savanas, estas formações começam, em geral, em pequenos brejos ou nascedouros de ribeirões, sob a forma de alamedas de buritis (Mauritia flexuosa), formando “Veredas”. Ao longo dos cursos d’água, as veredas vão progressivamente adquirindo outras espécies de árvores, dentre as quais citam-se embaúba (Cecropia pachystachya), ingá (Inga uruguensis), copaíba (Copaifera langsdorffii), tapiriri (Tapirira guianensis), congonha (Ilex sp), mulungu (Erythrina aff. mulungu), encorpando e passando a constituir faixas que margeiam as linhas de drenagem. Adquirem caráter peculiar, por se destacar na paisagem caracterizada por formações abertas e xeromorfas, e recebem a denominação de “Floresta-de-Galeria” ou “Floresta Ciliar”. Por vezes, passam gradualmente a ocupar as “rampas” do interflúvio”, em uma transição para as formações adjacentes. Quando estas florestas se fundem no interflúvio, considera-se o fim da área nuclear do domínio das savanas. Em sítios com impedimentos de drenagem formam-se matas paludosas denominadas “Matas de Brejo”, onde predominam espécies hidrófilas, como olandi (Calophyllum brasiliensis) e leiteiro (Sapium sp), pindaíba (Xylopia emarginata) e buritirama (Maurtiella armata). Quando em domínio florestal, as Formações Justafluviais apresentam-se bem desenvolvidas , com estrutura semelhante à das florestas com as quais se associam, sendo de difícil discriminação no mapeamento. Possuem composição florística particular, sendo encontradas, além de essências da flora do interflúvio, as seguintes espécies arbóreas: cambará (Vochysia cf. divergens), anani (Symphonia globulifera), jequitibá-vermelho (Cariniana rubra), novateiros (Triplaris sp), olandi (Calophyllum brasiliense), embaúvas (Cecropia sp), leiteiro (Sapium sp) e sangra-d’água (Croton cf. urucurana) entre outras. No domínio da Floresta Ombrófila ou em regiões de contato desta, é característica a presença de sororoca (Phenakospermum guianense), como dominante no subosque. Esta formação é presente de forma esparsa ao longo dos cursos d’água, a leste da Folha MIR-320, nos rios Arraias, São Francisco e Manissauá-Miçu e, com menor expressão, a norte, em afluentes deste último. 3.1.2.2. Fa - Floresta Aluvial Ocorre seletivamente em solos aluviais, em planícies de inundação sazonal dos rios. Apresenta elementos botânicos estacionais e ombrófilos, predominando estes ou aqueles, de acordo com o domínio em que se insere. Sua composição florística, contudo, é relativamente distinta e menos diversa em relação às formações florestais de interflúvios, devido às 9 restrições decorrentes do substrato periodicamente encharcado. Verificam-se espécies seletivas higrófilas, dentre as quais destacam-se: ingás (Inga sp), jenipapo (Genipa americana), olandi (Calophyllum brasiliensis), e leiteiro (Sapium sp). As palmeiras são indicadoras do tipo e das condições hídricas do solo, uma vez que maripá (Attalea maripa), bacuri (Attalea phalerata) e bacaba (Oenocarpus sp) dominam nas planícies aluviais. Em grotas e outros sítios de maior umidade ocorrem ainda paxiúbas (Iriartea sp) e palmiteiro (Euterpe precatoria). O baixo potencial madeireiro, a impossibilidade de exploração agrícola e a ausência de fogo, colocam este tipo de vegetação, de modo geral, em situação privilegiada em relação à sua preservação Estas formações estão presentes ao longo de vários cursos d’água, destacando-se a noroeste, no Rio Teles Pires e, a leste, nos rios Arraias, São Francisco e seu afluente. Coletas realizadas nestes ambientes aluviais permitiram o registro das seguintes espécies arbóreas: envira (Guatteria sp), sucuba (cf. Himatanthus sp), maria-mole (Dendropanax sp), imbiruçu (Eriotheca aff. gracilipes), cinzeiro (Dimorphandra pennigera), cf. Clusia sp, pau-santo (Kielmeyera sp), tapiá (Alchornea aff. schomburghki), canudeiro (Mabea aff. angustifolia), figueria (Ficus sp), Ouratea cf. semiserrata, jenipapo (Genipa americana), Myrcia sp, entre outras. 3.1.3. Formações Florestais 3.1.3.1. Fe - Floresta Estacional Formação pluriestratificada, apresentando dossel de 25-30m de altura, com emergentes. Tem ocorrência associada à estacionalidade climática e a solos geralmente mais férteis do que aqueles observados sob as savanas. A maior relação com a estacionalidade ocorre na região centro/sul do Estado, onde o período seco varia entre 3 a 5 meses (maio a agosto). Na região norte esta formação está relacionada aos relevos mais dissecados onde ocorrem afloramentos rochosos e portanto solos mais rasos com menor disponibilidade de água. Apresenta grande complexidade estrutural e elevada biomassa, constituindo comunidades bastante diversas. Lianas e epífitas são freqüentes. São características, entre outras, as seguintes espécies: cedro (Cedrela fissilis), guatambu e peroba (Aspidosperma sp), cabreúva (Myroxylon peruiferum), paineira (Chorisia speciosa), mamica (Zanthoxylum riedelianum) e pau-jangada (Apeiba tibourbou). Esta floresta é denominada semidecidual ou decidual dependendo da densidade menor (até 50%, geralmente em torno de 20%) ou maior (acima de 50%) de espécies decíduas, respectivamente. Dentre as árvores que perdem total ou parcialmente as folhas no período desfavorável destacam-se: ipês (Tabebuia roseo-alba, T. serratifolia, T. impetiginosa), guatambus e perobas (Aspidosperma sp), embiruçus (Pseudobombax longiflorum e P. tomentosum), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), angicos (Anadenanthera macrocarpa e A falcata), e aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva). Há também ocorrência de palmeiras como inajá (Attalea maripa), bocaiuva (Acrocomia sclerocarpa) e babaçu (Orbignia speciosa), esta última muito favorecida com as queimadas. Tem ocorrência restrita a pequena área a noroeste da Folha MIR-320, relacionada à estrutura dos Caiabis, com solos podzólicos e afloramentos rochosos. 10 3.1.3.2. Fp - Floresta associada ao Planalto dos Parecis Corresponde à formação florestal que se desenvolve sobre o Planalto dos Parecis, na faixa intermediária entre os Domínios da Savana e da Floresta Amazônica. Constitui um ecótono entre as Florestas Ombrófila e Estacional, onde os diferentes tipos de vegetação se misturam em um mosaico específico e a identidade ecológica é dada pelas especificidades florísticas e fisionômicas resultantes. Em relação à composição florística, possui elementos estacionais e ombrófilos, em freqüências variáveis. Dentre as espécies encontradiças podem ser citadas louro-branco (Ocotea guianensis), carapanaúba (Aspidosperma carapanauba), quaresma (Miconia lepidota), maçaranduba (Manilkara sp) angelim-de-saia (Parkia pendula), seringueira (Hevea brasiliensis), castanheira (Bertholletia excelsa), pindaíba (Xylopia discreta), goiaba-de-anta (Bellucia glossularioides), bacaba (Oenocarpus distichus). Fisionomicamente, apresenta densa cobertura foliar, dossel bastante homogêneo, com aproximadamente 20m de altura e grande densidade de indivíduos, caracterizados por áreas basais reduzidas. Em geral, apresenta escassa serapilheira e raras epífitas. A baixa freqüência de exemplares caducifólios confere pequeno grau de deciduidade a estas comunidades vegetais, um dos aspectos que as diferenciam da Floresta Estacional que ocorre em outras regiões do Estado de Mato Grosso. Embora aparentemente uniforme em sua grande extensão, apresenta heterogeneidades locais, tanto estruturais quanto florísticas, não evidenciadas por meio de imagens de satélite. Observações de campo indicam variações associadas ao modelado do terreno, uma vez que estas fisionomias são freqüentemente mais vigorosas à medida em que se aproximam dos canais de drenagem. Espécies de valor econômico, pouco comuns nos interflúvios, estão aí representadas, tais como jatobá (Hymenea sp), peroba (Aspidosperma sp), cedro-rosa (Cedrela fissilis), cumaru (Dipteryx sp), entre outras. Este aspecto implica em maior concentração da exploração madeireira em áreas próximas a cursos d’água. Em algumas localidades, entretanto, a maior contribuição da flora ombrófila torna estas florestas atrativas para a exploração madeireira, caso de regiões como Cláudia e Sinop, onde ocorrem inclusive pequenos encraves de Floresta Ombrófila em meio a esta formação de transição. Ocorre em amplas áreas em toda a Folha MIR-320, caracterizando-se por sua grande extensão e continuidade, apesar do processo de antropização em curso. Coletas botânicas e amostragem fitossociológica realizadas em localidade entre Sinop e Cláudia, permitiram registrar espécies como: Mouriri sp, cumaru (Dipteryx odorata), fruta-de-pombo (Erythroxylum sp), canjarana (Cabralea canjerana), seringueira (Hevea brasiliensis), destacando-se como mais importantes no povoamento joão-mole (Guapira sp), castanheira (Bertholletia excelsa) e angelim-de-saia (Parkia pendula). Uma segunda amostragem apontou, dentre as mais importantes, breu (Protium unifoliatum), castanheira (Bertholletia excelsa), mururé (Brosimum sp), almesca (Tetragastris cf.altissima). Podem ainda ser citadas aroeira (Astronium nelson-rosae), tucum (Bactris sp), breu (Protium unifoliatum), olandi (Calophyllum sp), pau-de-fecho (Aparisthimum cordatum), bacupari (Cheinoclinum cognatum), jacatirão (Miconia cf. latecrenata), falso-pau-brasil (Colubrina sp), abiurana (Pouteria sp), entre outras. 11 3.1.3.3. FpS* - Floresta Associada ao Planalto dos Parecis com Corte Seletivo Tem ocorrência limitada às áreas de fronteiras agrícolas, recentemente colonizadas ou em colonização. Corresponde a florestas primárias onde a extração madeireira foi intensificada nas últimas duas décadas. Apresenta dossel irregular devido à retirada seletiva de madeiras, o que é evidenciado pelo padrão geométrico e irregular na imagem de satélite. Diferencia-se de Formações Remanescentes por constituir extensos maciços contínuos, não fragmentados. São as áreas mais sujeitas a desmatamentos atualmente, com padrão perceptível no imageamento. 3.1.4. Formações de Contatos 3.1.4.1. FoFe – Contato Floresta Ombrófila / Floresta Estacional Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. Verifica-se, portanto, agrupamentos tipicamente de Floresta Ombrófila, com presença de espécies características como: seringueira (Hevea brasiliensis), itaúba (Mezilaurus itauba), palmiteiro (Euterpe precatoria) e sororoca (Phenakospermum guianense), castanheira (Bertholletia excelsa) e povoamentos característicos da Floresta Estacional, cuja composição florística inclui mamica (Zanthoxylum sp), jaracatiá (Jaracatia sp), jatobá (Hymenaea courbaril), todas decíduas no período de estiagem. Ocorre em complexo mosaico, onde ambas as formações florestais se alternam, em função das características do substrato, com elementos ombrófilos predominando em solos profundos e úmidos, próximo às linhas de drenagem, enquanto a Floresta Estacional se estabelece nas parte mais elevadas do relevo, formando encraves. Fisionomicamente apresenta características de ambas as formações, com porte elevado, entre 20-30m de altura e emergentes de até 35m, apresentando-se perenifólia nas porções rebaixadas, enquanto que nos relevos residuais assume feição decídua. Presente na extremidade oeste da Folha MIR-320, caracterizando a margem esquerda do Rio Teles Pires, encontrando-se em meio a Florestas Remanescentes e Secundárias, o que denota a pressão antropogênica sobre as mesmas. 3.1.4.2. FeS - Contato Floresta Estacional / Savana Corresponde a uma formação de transição, onde ambos os tipos de vegetação se alternam em padrão de mosaico, mantendo sua identidade. A transição ocorre principalmente entre a Floresta Estacional e a Savana Florestada. Elementos de ambas as formações estão presentes, havendo também significativa contribuição de espécies que são comuns a ambas as formações vegetais. Dentre estas podem ser citadas: mandiocão (Didymopanax morototoni), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium), maricá (Physocalymma scaberrimum), cumaru (Dipteryx sp), tarumaí (Rhamnidium elaeocarpus). Fisionomicamente apresenta-se como uma floresta mais aberta que a estacional, com menor quantidade de epífitas e lianas e com estratificação menos complexa. O dossel apresenta distintos graus de deciduidade, dependendo das espécies prevalecentes. 12 Sua ocorrência restringe-se a pequena área a noroeste da Folha MIR-320, relacionada à estrutura dos Caiabis. 3.1.5. Formações Antropizadas 3.1.5.1. Fr - Floresta Remanescente Ocorre em áreas intensamente ocupadas, onde Florestas Remanescentes estão presentes, porém com sinais de perturbações, notadamente relacionadas com a retirada seletiva de madeira. Apesar de manter elementos da floresta primária, apresenta-se com composição florística empobrecida e estrutura alterada, com redução da altura dossel, que se apresenta descontínuo e irregular. Nesta matas, espécies de valor madeireiro tornaram-se escassas. Tem ocorrência freqüente nas áreas mais ocupadas, notadamente nos entornos dos núcleos urbanos de Sinop, Cláudia Marcelândia e Itaúba. Apresenta-se com estruturas horizontal e vertical irregulares, devido à retirada seletiva de madeiras. 3.1.5.2. Fs - Formação Secundária Remanescente de floresta que, devido às perturbações causadas por retirada seletiva de madeiras, abertura de clareira e efeitos de borda, não apresenta características originais de estrutura, tendo altura menor, dossel irregular e raras emergentes. A composição florística é empobrecida em relação à floresta original, prevalecendo espécies secundárias e de baixo valor econômico. Geralmente apresenta pequenas extensões e encontra-se em áreas antropizadas. Enquanto nas florestas preservadas, as lianas tem uma ocorrência discreta, nas Formações Secundárias as perturbações favorecem seu estabelecimento nas bordas, clareiras e interior, formando cortinas e colunas sobre as árvores. Entre as lianas mais comuns encontram-se representantes das famílias Bignoniaceae, Malpighiaceae, Sapindaceae, Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Curcubitaceae, Vitaceae, Dioscoriaceae, Apocynaceae e Convolvulaceae, entre outras. Esta fitofisionomia é presente a nordeste, centro e oeste, em meio a áreas de uso agropecuário e a Formações Remanescentes. 3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 3.2.1. Aspectos Gerais: Ocupação e Estruturação do Território A Folha MIR-320 abrange, total ou parcialmente, território dos municípios de União do Sul, Itaúba, Cláudia, Sinop, Marcelândia, Santa Carmem, com as respectivas sedes municipais. Abrange ainda parte do município de Feliz Natal e pequena parcela de Nova Santa Helena e Colíder. São presentes as localidades Santa Felicidade, lindeira à MT-422 (município de Santa Carmem); Analândia do Norte (MT-423, município de União do Sul) e Vila Atlântica (MT-320, município de Cláudia) – Figura 003. 13 Figura 003 - 14 A porção oeste do território é cruzada, no sentido norte-sul, pela rodovia BR-163, asfaltada, importante eixo de ligação sul-norte no âmbito do Estado. Sinop e Itaúba situam-se lindeiras a esta rodovia, respectivamente na porção meridional e setentrional da Folha MIR320. Outros eixos viários de importância regional correspondem a: Na altura de Sinop, a rodovia MT-140, orientada para sudeste, propicia acesso a Santa Carmen, prosseguindo a sul, em direção a Vera (MIR-340). Em Santa Carmen, esta rodovia conecta-se à MT-422, que segue para leste e sucessivamente para norte, conectando-se à MT-423 (Cláudia, União do Sul). A rodovia MT-423 conecta-se à BR-163 na altura de Sinop; orientada para nordeste e sucessivamente para leste, dá acesso a Cláudia e a União do Sul; interliga-se à MT-422 e, orientada para norte, liga-se à MT-320 em Marcelândia. A rodovia MT-320, orientada aproximadamente oeste-leste, conecta-se à BR163 a norte da Folha (MIR-300), acessando Marcelândia e interligando-se a Itaúba através da MT-479. Cerca de 20 quilômetros a norte de Sinop, a rodovia MT-220 conecta-se à BR163; orientada para oeste, acessa Porto dos Gaúchos (MIR-318). O processo de ocupação da região está vinculado ao projeto de colonização de Sinop, do qual se originaram os principais núcleos urbanos da região: Sinop, Vera, Santa Carmem e Cláudia. A gleba, com cerca de 550.000 ha, foi adquirida em 1972 no município de Chapada dos Guimarães. Sinop foi criado município em 1979. Atualmente, neste território concentra-se uma ampla estrutura industrial, voltada para o beneficiamento da madeira, para a produção de compensados e laminados (Sinop, Cláudia, Itaúba, Marcelândia, Santa Carmen). A pecuária, como atividade econômica, é ainda pouco expressiva, embora apresente tendências de crescimento. A cidade de Sinop destaca-se por seu papel polarizador em toda a região centronorte, pela presença de equipamentos urbanos e pela expressão da indústria madeireira aí localizada, que aglutina a produção do conjunto da região. Apesar do quase esgotamento do potencial madeireiro no território do município, a cidade abriga um grande número de serrarias, fábricas de compensado e laminadoras. Sua posição estratégica, lindeira à rodovia BR-163, entre zonas de culturas com manejos tecnificados que se estendem a sul e ambientes florestais a norte, confere à cidade uma função polarizadora regional e possibilita a concentração do apoio ao extrativismo madeireiro e à agroindústria (laticínios, destilarias, beneficiamento de arroz). Itaúba, Cláudia e Santa Carmem são centros urbanos com equipamentos de atendimento local. O núcleo de Marcelândia originou-se em 1980, também em decorrência de projeto de colonização privado tornou-se município em 1986. No território da Folha MIR-320, os modelos de ocupação predominantes são de pequenas e médias propriedades que foram implantadas através de projetos de colonização, e a atividade pecuarista, nas grandes propriedades. As restrições impostas pelo ambiente natural, custo de produção e carência de acessos viários, condicionam a utilização de manejos rudimentares na exploração agrícola e nos sistemas intermediários da pecuária. A forma de ocupação do território é típica de região de fronteira. Apresenta baixa taxa de ocupação rural e predomínio da atividade extrativista. A extração de madeira é dada durante o período seco. Nos estabelecimentos de grande porte, a mão-de-obra é composta por trabalhadores assalariados temporários. 15 Na Folha MIR-320, é presente a extremidade meridional da gleba de assentamento do INCRA Itaúba (município de Itaúba), lindeira à rodovia BR-163. Não há registro de atividades de extrativismo mineral neste território. 3.2.2. Usos Agropecuários A descrição dos padrões de uso ocorrentes neste território está baseada no mapeamento resultante da interpretação das imagens de satélite, e dos levantamentos efetuados através das campanhas de campo; sua caracterização é, ainda, baseada na Pesquisa Sócio-Econômica Agronômica, realizada junto aos estabelecimentos rurais do Estado. Os resultados desta pesquisa referem-se aos sistemas de produção agropecuária característicos de 13 Regiões Homogêneas, delimitadas com base em critérios explicitados no Relatório Técnico DSEE-VG/US-RT–002. Do conjunto de sistemas de produção agropecuária detectados em cada uma destas Regiões Homogêneas, foram correlacionados, nesta caracterização, os sistemas predominantes quanto à expressão em termos de área ocupada pelas atividades agropecuárias e quanto ao número de estabelecimentos existentes. O território da Folha MIR-320 insere-se na Região Homogênea - AHP 2, significativamente maior que o território mapeado nesta Folha; as características dos sistemas de produção predominantes no território mapeado pressupõem portanto um grau de generalização, parcialmente corrigido pelas observações das campanhas de campo e pela interpretação da imagem de satélite. 3.2.2.1. Ap - Uso Agropecuário em Pequenas Propriedades Padrão de mapeamento caracterizada pelo predomínio do uso pecuário e secundariamente pela agricultura (mandioca, feijão, milho, arroz, café, banana). Na região Homogênea AHP 2, esta tipologia de ocupação (Quadro 002) caracteriza-se por um conjunto diversificado de sistemas de produção, onde predominam estabelecimentos com pecuária de média tecnologia e agricultura de baixa tecnologia, associados a produtores familiares e empresariais de pequeno porte econômico. Pode-se distinguir entre estes sistemas, dois grupos de estabelecimentos: os tipicamente dedicados à pecuária, onde mais de 70% da receita potencial provém desta atividade, e os agropecuários, onde as atividades agrícolas e pecuárias contribuem significativamente para a receita potencial do estabelecimento. Este padrão de ocupação ocorre, com dimensões mapeáveis na escala do trabalho, no entorno de Sinop e Santa Carmen, a sudoeste; de Cláudia e Marcelândia, originado de projetos de colonização. Predominam as atividades de pecuária, havendo uma tendência de agregação dos lotes em propriedades maiores; são também presentes propriedades abandonadas e invadidas por Formações Secundárias. 16 QUADRO 002 Padrão de Uso Ap PRINCIPAIS PADRÕES DE USO E RESPECTIVOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO OBSERVADOS NA REGIÃO HOMOGÊNEA. – AHP 2. PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS EM NÚMERO (%) E EM ÁREA OCUPADA (%). Principais Sistemas de Produção *¹ Participação em Número (%)*² Participação em Área (%)*² Pecuária de média tecnologia Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de média tecnologia Produtor empresarial de pequeno porte econômico Agricultura de baixa e pecuária de média tecnologia - Produtor empresarial de pequeno porte econômico Agricultura de baixa tecnologia - Produtor familiar de pequeno porte econômico Pecuária de baixa tecnologia - Produtor familiar de pequeno porte econômico Agricultura de alta tecnologia Aga - Produtor empresarial de muito grande porte econômico Pecuária de média tecnologia Agp Produtor empresarial de médio porte econômico Pecuária de média tecnologia - Produtor empresarial de grande porte econômico Pecuária de baixa tecnologia - Produtor empresarial de grande porte econômico (*¹) A metodologia para definição dos sistemas de produção é descrita com detalhes no Relatório Técnico (DSEEVG/US-RT-002). (*²)intervalos de porcentagem – conforme relacionado a seguir: Percentual, em número, do sistema de produção Percentual, em área, do sistema de produção em relação no total dos estabelecimentos pesquisados: ao total de área dos estabelecimentos pesquisados: -- menor que 5% -- menor que 5% de 5% a 10% de 5% a 10% de 10,1 a 15% de 10,1 a 15% de 15,1 a 20% de 15,1 a 20% maior que 20% maior que 20% FONTE: CNEC, 1997. As principais características dos sistemas de produção predominantes na Folha MIR320, obtidas na Pesquisa Sócio-Econômica-Agronômica e constantes do Quadro 002 correspondem são: Nos estabelecimentos de pecuária com manejo rudimentar, há utilização das pastagens naturais, com pequena aplicação de capital e baixo padrão zootécnico do rebanho; A pecuária, quando de baixa tecnologia, caracteriza-se pela utilização de pastagens naturais ou plantadas, com rebanhos de baixo padrão zootécnico. O manejo incorpora pequena aplicação de capital, podendo haver melhorias quanto ao uso de insumos e preparação das terras; Na agricultura de baixa tecnologia, a atividade é marcada pela força de tração manual, eventualmente complementada pela tração animal. Há uma baixa utilização de insumos, denotada pela qualidade das sementes e pelo nível de utilização de fertilizantes químicos e de calcário, com pequena aplicação de capital no manejo, melhoramento e conservação das terras e lavouras; Quando de média tecnologia, a atividade pecuária é marcada pela presença de pastagens plantadas, sendo que as atividades, de forma geral, incorporam o uso de insumos e melhor padrão zootécnico do rebanho. Caracteriza-se pela 17 média aplicação de capital nas técnicas de manejo, melhoramento e conservação das terras e pastagens; 3.2.2.2. Nas gestões onde o caráter é familiar, a maior parte da força de trabalho é fornecida pelos familiares do produtor, eventualmente complementada por empregados permanentes ou temporários. Nos sistemas onde a gestão é empresarial, a maior parte da força de trabalho é contratada, constituída por empregados permanentes, eventualmente complementada por empregados temporários; Em todos os sistemas associados a estas categorias de uso, os estabelecimentos de pequeno rendimento econômico têm receitas anuais médias inferiores a R$ 15.000,00. Nos estabelecimentos de porte econômico médio, a receita anual situa-se entre R$ 15.000,00 e 60.000,00; entre R$ 60.000,00 e 300.000,00 nos de grande porte econômico; é superior a R$ 300.000,00 nos de muito grande porte econômico (valores de dezembro de 1996). Aga – Uso Agropecuário em Médias e Grandes Propriedades com Predomínio de Culturas Anuais Padrão com presença pouco expressiva neste território, limitado à porção sudeste, no entorno de Sorriso, caracterizado pelo predomínio da agricultura mecanizada, num padrão de uso que se estende, com maior expressão, a sul. Correspondente a sistemas de produção (Quadro 003), com manejos de alta tecnologia em estabelecimentos associados ao produtor empresarial de grande porte econômico. Nesta região, pode estar também associado ao produtor familiar, sempre de grande porte econômico. 3.2.2.3. Agp - Uso Agropecuário com Predomínio da Pecuária Padrão de mapeamento caracterizado pelo predomínio de pastagens, sendo inexpressiva a participação de culturas. Na Região Homogênea AHP 2, esta tipologia de ocupação é caracterizada por um conjunto diversificado de sistemas de produção (Quadro 002), onde predominam estabelecimentos com manejos de média e baixa tecnologia, associados a produtores empresariais de médio, grande e muito grande porte. Na área em 0tela, este padrão de uso está também associado a estabelecimentos rurais com baixo grau de exploração ou mesmo inexplorados. Na área mapeada, esta tipologia de ocupação ocorre de forma dispersa em todo o território, de forma mais adensada nas áreas de influência de Sinop, Itaúba, Cláudia, Marcelândia e União do Sul, em ambiente florestal, geralmente associada a florestas alteradas pelo extrativismo madeireiro. Destaca-se a participação de estabelecimentos muito grandes e de porte médio e mesmo a agregação de lotes rurais (pequenas propriedades) originados de projetos de colonização. 18 3.2.3. Re - Reflorestamento Pequenas áreas de reflorestamento, geralmente de pinho-cuiabano (Shizolobium parahyba var. amazonica), foram verificadas nas áreas de maior ocupação humana. 3.2.4. U - Usos Urbanos Os núcleos urbanos localizados Folha são constituídos pelas cidades de Cláudia, situada na região central, Itaúba e Marcelândia nas porções noroeste e nordeste, respectivamente, União do Sul, na região centro-leste e Santa Carmem e Sinop, a sudoeste. Entre estas, destaca-se Sinop que polariza os outros municípios e possui localização estratégica ao longo da BR-163. A cidade caracteriza-se como centro de alta diversificação e especialização restrita a determinadas funções urbanas, associadas às médias densidades de equipamentos e estabelecimentos. 3.2.5. Pu – Peri-urbano No entorno da cidade de Sinop verificou-se a ocorrência de manchas de usos periurbanos, formados por áreas urbanas pouco adensadas, com grande número de vazios urbanos e presença significativa de vegetação ruderal. 4. CARACTERÍSTICAS DO MEIO VEGETAIS E AO USO DO SOLO FÍSICO ASSOCIADAS ÀS FORMAÇÕES O território situa-se em região de Clima Equatorial Continental quente e úmido, com uma estação seca definida, mas moderada. A baixa latitude e as altitudes entre 100 - 300 m definem uma condição megatérmica, onde as temperaturas médias anuais oscilam entre 24,7 - 25,7oC, com máximas entre 32 – 33oC e mínimas entre 19,5 – 21oC. As maiores diferenças térmicas estão associadas ao ciclo dia e noite e não ao ciclo estacional - a amplitude térmica diária varia entre 10 – 12oC, enquanto que a amplitude anual fica entre 1 – 2oC. O total pluviométrico médio é da ordem de 2.000 – 2.500mm; a estação seca ocorre de junho a setembro (4 meses), com uma deficiência hídrica de 200 - 250mm. O excedente hídrico é elevado, variando entre 1.000 – 1.200mm, ocorrendo ao longo de 8 meses (outubro a abril). Para sudeste, há uma transição progressiva para climas tropicais continentais, com aumento da deficiência hídrica, para valores entre 300 - 350mm, mantendo-se o excedente hídrico. O território mapeado está inserido nas bacias dos rios Xingu e Teles Pires, separados pela Serra Formosa, que cruza a Folha MIR-320 no sentido sul-nordeste. A porção centro-leste do território, na Bacia do Xingu, é drenada pelo Rio ManissauáMiçu e seus afluentes rios Azul, Tartaruga, ribeirão Amarelinha, Rio da Saudade; pelos rios São Francisco e Arraias. Estas drenagens têm cursos orientados aproximadamente sudoestenordeste, destacando-se o Rio Azul, tributário ao Manissauá-Miçu, que cruza o território orientado sudeste-noroeste, com nascentes na Serra Formosa, na extremidade sudoeste da Folha MIR-320. 19 O Rio Teles Pires cruza a porção noroeste da Folha MIR-320; seu principal afluente, no território mapeado, é o Rio Renato, orientado sul-norte, além de inúmeros pequenos córregos e ribeirões, todos com nascentes nas vertentes ocidentais da Serra Formosa. O território mapeado apresenta grande homogeneidade de paisagem inserido, em sua quase totalidade, na porção setentrional do Planalto dos Parecis. Na extremidade noroeste, formas mais dissecadas correspondem à extremidade leste da Depressão dos Caiabis e à presença de escarpas erosivas. Na maior parte do território predominam formas de aplanamento, com relevos suaves e níveis de dissecação pouco diferenciados nas bacias do Xingu e do Teles Pires. Toda a porção centro-leste, abrangendo a maior parte da Folha MIR-320, na Bacia do Xingu, apresenta relevos planos e fracamente dissecados, em altimetrias entre 240-380 m. Áreas pouco mais dissecadas ocorrem apenas na extremidade norte da Folha, associadas a colinas e morrotes isolados, desenvolvidos sobre rochas cristalinas do Grupo Iriri. Entremeiam esta área sedimentações quaternárias nas planícies fluviais dos principais cursos d’água. 20 FIGURA 004 PRINCIPAIS FEIÇÕES DA PAISAGEM 21 Esta região apresenta interflúvios muito amplos, topos planos, vertentes longas, drenagem pouco entalhada, com relevos elaborados sobre os sedimentos arenosos da Formação Utiariti. As drenagens afluentes ao Rio Xingu têm expressivas planícies aluvionares, desenvolvidas em vales de fundo plano. As formações superficiais deste sistema apresentam materiais arenosos e areno-argilosos, associados a concreções lateríticas, que ocorrem de forma descontínua. Os solos dominantes são os Latossolos Vermelho-Amarelos e Vermelho Escuros, com textura argilosa a média, associados a relevos planos e suavemente ondulados. De forma localizada, ocorrem solos menos evoluídos, como concrecionários e litólicos, e latossolos associados as Areias Quartzosas, nas proximidades das drenagens. Planície aluvial acompanha o curso meandrante do Teles Pires, de forma descontínua, pois obstruções do canal fluvial propiciam a presença, localmente, de corredeiras. Os solos Latossolos Vermelho-Escuros predominam na porção leste e ocorrem no restante do território, em várias unidades de mapeamento, como dominantes ou subdominantes; também ocorrem Latossolos Vermelho-Amarelos, localmente com caráter plíntico. Estes solos, quando de textura argilosa, são aptos para lavouras anuais, mecanizadas; quando de textura média, areno-argilosa, são mais adequados para pastagens. No território da Folha MIR-320, entretanto, ambas as ocorrências são ocupadas apenas por pastagens, com manejos pouco desenvolvidos. A presença de coberturas lateríticas inibe a instalação de processos erosivos na região; estes ocorrem quando há interferência antrópica, relacionada aos desmatamentos, que provocam o aumento da velocidade de escoamento superficial, gerando frentes de erosão lineares, sulcos e ravinas. Estas ocorrências são observadas principalmente ao longo das estradas, onde multiplicam-se os processos erosivos e deposicionais, como observado no interflúvio dos rios Renato e Azul, nas proximidades de Santa Carmem. Na porção setentrional do território, as rochas vulcânicas do Grupo Iriri sustentam morros e morrotes dissecados, em níveis altimétricos da ordem de 340-360 m que estão elevados entre 20 e 30 m sobre o nível de base (considerada a localidade Vila Atlântica). A região circunvizinha de Itaúba está assentada sobre morros sustentados por formações areníticas laterizadas que dificultam o aproveitamento das atividades agropecuárias. Os solos litólicos ocorrem de forma localizada e com pouca expressão territorial. Na extremidade noroeste da Folha MIR-320, ocorre um grande bloco formado pelas rochas areníticas da Formação Dardanelos, prolongamento da estrutura dos Caiabis, com relevo plano e suave ondulado, solos podzólicos e afloramentos rochosos. No âmbito da Folha, este sistema ocupa uma área restrita. A relativa homogeneidade dos aspectos do meio físico reflete-se na cobertura vegetal, que apresenta uma feição dominante, correspondente à Floresta associada ao Planalto dos Parecis em praticamente toda a extensão da Folha MIR-320. Outras formações florestais (Floresta Estacional, Contatos Estacional/Cerrado e Ombrófila/Cerrado) ocorrem apenas relacionadas à extremidade noroeste do território mapeado, em correspondência à estrutura dos Caiabis. Nas planícies fluviais instala-se a Floresta Aluvial ocorrendo localmente formações savânicas, às margens do Rio Manissauá-Miçu. A extensa e aparentemente uniforme cobertura florestal que recobre grande áreas da Folha MIR-320 apresenta atualmente diferentes graus de alteração, advindos da exploração madeireira desenvolvida na região. Destaca-se o adensamento de zonas de uso e de formações florestais alteradas no entorno das áreas urbanas (Sinop, Santa Carmem, Claudia, Itaúba, Marcelândia, Vila Atlântica) e das rodovias BR-163 e MT-320 / MT-243, configurando zonas com um alto índice de 22 ocupação na porção ocidental e setentrional da Folha MIR-320 e no entorno de Cláudia. No restante do território, predominam formações naturais, entremeadas por zonas de uso descontínuas. A principal atividade é a pecuária de corte para recria e engorda de gado (geralmente Nelore), praticada em pastagens plantadas, comumente com Brachiaria decumbens e, em áreas úmidas, com Brachiaria humidicola. Entre as culturas, destaca-se a de arroz, seguida pela de milho, milheto e, com menor expressão, o sorgo. Nas propriedades são comuns pequenas plantações de cana para consumo próprio; hortas, pomares, culturas de subsistência, são de pequena expressão. No campo, foram constatadas culturas perenes, como a do café, contudo foram observadas plantações de laranja e de guaraná, em fazenda experimental da EMBRAPA, assim como, em pequenas extensões não mapeáveis, plantações de seringueira (Hevea brasiliensis) e de pinho-cuiabano (Schizolobium parahyba var. amazonica), ambos em fase de experimentação pelo IBAMA. Os padrões espaciais captados pela imagem de satélite refletem a origem dos núcleos de Sinop, Cláudia e Santa Carmem, projetos de colonização ocupados por pequenos agricultores provindos dos Estados do sul do país. Estes padrões não demonstram claramente o desenvolvimento da dinâmica atual na região; pequenas propriedades ligadas aos padrões das colonizadoras ainda são observadas imediatamente ao redor dos núcleos urbanos, ocorrendo uma tendência, principalmente nas regiões de Sinop e Santa Carmem, de agrupamento das propriedades, observando-se, progressivamente ao afastamento dos núcleos urbanos, o aumento na dimensão dos estabelecimentos, pela junção dos lotes originais, predominando hoje médias e grandes propriedades. A ocupação mostra uma paisagem peri-urbana típica, constituída por um mosaico de áreas desmatadas e abandonadas, ao longo de eixos viários projetados. Esta ocupação está freqüentemente associada à extração de madeira, com presença de serrarias e madeireiras ao longo das estradas. A norte de Sinop, ao longo da BR-163, predominam grandes fazendas de pecuária de corte, com pastos plantados e investimentos em benfeitorias; em geral estas propriedades têm sedes de bom padrão, fato de pequena ocorrência nas grandes propriedades desta porção norte do Estado. Nestas áreas de ocupação, permanecem pequenas faixas de Florestas Justafluviais ao longo dos cursos d´água e de Florestas Secundárias. Na porção central da Folha MIR-320, ao longo das estradas que ligam Sinop a Cláudia, também ocorrem grandes fazendas de pecuária de corte, que se caracterizam pelo uso de mão-de-obra contratada, com investimentos em benfeitorias. As principais atividades econômicas desta região são dadas pela extração e o beneficiamento da madeira, evidenciadas pela grande quantidade de madeireiras instaladas na região e, também, pelo tráfego de caminhões que transportam toras e laminados (observado ao longo das estradas vicinais durante os trabalhos de campo realizados em 1997). Atualmente, as florestas da região vem sendo reduzidas a fragmentos com características secundárias nas proximidades das áreas de ocupação ou, quando contínuas, mostram um dossel pontuado por inúmeras clareiras. A magnitude e a rapidez do desmatamento e a conseqüente escassez de matéria-prima tem levado a aquisição desta em outras localidades, num raio de influência aproximado de 300 km de Sinop. Embora dados secundários (RADAMBRASIL, 1980) apontem nesta região Contato de Floresta Ombrófila/Estacional, com predomínio da Floresta Estacional Semidecidual, verifica-se que a vegetação é constituída pela formação denominada, neste trabalho, Floresta associada ao Planalto dos Parecis. Em relação à composição florística, a área possui 23 elementos estacionais e ombrófilos; esta floresta diferencia-se das estacionais por apresentar menor percentual de indivíduos decíduos, fisionomicamente apresenta maior densidade de indivíduos arbóreos, com fustes relativamente finos. Caracteriza-se também por escassa serapilheira e raras epífitas. Devido à grande exploração madeireira, as matas observadas nas campanhas de campo encontram-se bastante degradadas, a maioria com estruturas horizontal e vertical irregulares. Destaca-se, neste contexto, a região de Cláudia, onde foi observada mata (reserva da empresa Condor da Amazônia Indústria e Comércio de Madeiras), que apresenta características de Floresta Ombrófila Densa, com várias árvores com sapopembas, poucos indivíduos no estrato arbustivo e presença de grande quantidade de castanheiras (Bertholletia excelsa). Nesta localidade, pode-se classificar a mata como encrave de Floresta Ombrófila. Já a sudeste de Sinop, em direção a Santa Carmem, as Florestas Remanescentes têm caráter mais estacional, com maiores quantidades de vegetação arbustiva e de serapilheira e ausência de castanheiras. Cabe salientar, no entanto, que estas formações estão também sob forte influência antrópica. Desta forma, à aparente uniformidade desta floresta, contrapõem-se heterogeneidades locais, tanto estruturais quanto florísticas, não evidenciadas por meio de imagens de satélite, às quais somam-se perturbações antropogênicas, conforme assinalado com asterisco na Folha MIR-320. Na região foram realizados levantamentos (coleta e observações) de mamíferos (estação seca e chuvosa), aves, répteis e anfíbios (estação seca e chuvosa); a base dos trabalhos foi centrada a cerca de 30 km a SSW de Cláudia, na Fazenda Ignes Maria e Madeireira Iracema, ambas adjacentes à Fazenda Continental, conforme indicado na Figura 002 – Localização das Campanhas de Campo. Durante os levantamentos de campo, verificou-se que localmente, a mata apresenta dossel com altura média por volta dos 20 metros, sendo que a feição mais marcante dessa mata foi a presença de extensos castanhais (Bertholletia excelsa). O subosque era relativamente denso, bem estratificado, e o folhiço geralmente espesso. Em algumas regiões, especialmente ao longo do Rio Renato e de alguns dos igarapés que correm na área, observou-se o domínio de buritizais. Por ocasião dos trabalhos de campo, constatou-se que a perturbação ambiental dessa região se desenvolve em ritmo acelerado; ao lado de extensas pastagens para criação de gado, a exploração madeireira era também muito intensa. Embora em várias fazendas a exploração dos recursos madeireiros viesse sendo monitorada com projetos de manejo, corte seletivo e plantio de mudas, em outras, grandes castanhais vinham sendo derrubados de modo desordenado. Conforme discutido no Relatório Técnico de Fauna (DSEE-FN-RT-002), em todos os grupos amostrados nessa localidade verificou-se que a participação de espécies dependentes da mata é significativa (50% das formas amostradas) com especial destaque para aves, onde a proporção de espécies dependentes e semi-dependentes chega a 82% das formas amostradas. Entretanto, verifica-se, também uma forte presença dos elementos não dependentes da mata (cerca de 33% das espécies). Nota-se, ainda, que em Cláudia, em uma área de exploração seletiva da madeira, foi encontrada uma espécie nova de primata (Callicebus sp), o que evidencia a falta de conhecimento da fauna ali existente; e alerta para a necessidade de medidas conservacionistas mais efetivas. 24 Vale notar que essa localidade, por situar-se na chamada faixa de transição entre os domínios amazônico e das savanas e por apresentar uma fisionomia florestal bastante característica dessa condição de contato, com forte pressão da ocupação, merece especial atenção no que concerne às necessidades de conservação de seus recursos naturais. As áreas desmatadas relevadas no período 94/97 (FEMA) ocorrem, de forma esparsa, em todo o território. Apenas localmente têm dimensões expressivas, variando entre 1 – 15 km2; correspondem à apropriação, pelo uso, de novas áreas em situações limítrofes e zonas de ocupação pré-existente, com interferência em Florestas Residuais, mas também à abertura de novas frentes em ambientes mais preservados, principalmente na porção leste da Folha MIR-320, no interflúvio dos rios Arraias e São Francisco. 25 5. BIBLIOGRAFIA BITTENCOURT, M. D. & PIVELLO, V. R., 1998. SIG e sensoriamento remoto orbital auxiliando o zoneamento ecológico. Investigaciones Geográficas, 36, 42p. BRASIL – Dep. Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, 1980 – Levantamento de Recursos Naturais. Folha Juruena (SC-21). Rio de Janeiro. IBGE, 1992. Manual técnica da vegetação brasileira / Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. - Rio de Janeiro: 92p. VELOSO, H.P., RANGEL-FILHO, A.L.R, LIMA, J.C.A. 1991. Classificação de vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro. 124 p. MATO GROSSO. ANEXOS ANEXO I - RELAÇÃO DAS FICHAS DE CAMPO CAMPANHA DE FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ANEXO II – RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DAS FORMAÇÕES VEGETAIS, FAUNA E POTENCIAL MADEIREIRO ANEXO III – RELAÇÃO DAS ÁREAS DAS FORMAÇÕES VEGETAIS/ USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR MUNICÍPIO RELAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VEGETAÇÃO, FAUNA E POTENCIAL MADEIREIRO VEGETAÇÃO Campanha Piloto de Vegetação , realizada no período de 04 a 11/11/96. Coleta de material botânico nas localidades: Município de Sinop e Município de Cláudia. Campanha de vegetação Cláudia Coleta de material botânico nas localidades: V.01 – Coordenadas UTM 700.256, 8774.186 V.02 – Coordenadas UTM 695.095, 8724.435. V.03 – Coordenadas UTM 695.083, 8722.591. V.04 – Coordenadas UTM 699.912, 8719.256. V.05 – Coordenadas UTM 714.994, 8709.552. V.06 – Coordenadas UTM 701.483, 8681.984. Amostragem fitossociológica na localidade: V.05 – Coordenadas UTM 695.083, 8722.591. FAUNA 1a Campanha de Fauna Claudia abordando os grupos: Anfíbios, Répteis (10 a 25/03/97) e Aves (03 a 16/04/97). HERP 1 - Linha 1:- Coordenadas UTM 702.324, 8717.628. ao longo da estrada que serve de limite ás Fazendas Condor e Continental e que conduz ‘a BR-163. A linha foi instalada no lado esquerdo da estrada, próximo do entroncamento com a que liga Cláudia a Sinop. A mata é de terra firme com dossel praticamente contínuo formado predominantemente por grandes castanheiras que atingem cerca de 30 m. Palmeiras e cipós finos são raros, embora ali se encontrem vários cipós com cerca de 30 cm de diâmetro. O sub-bosque é aberto e o folhiço medianamente espesso, embora em alguns locais o solo argiloso se apresente com pouco folhedo. Não havia igarapés nas proximidades. HERP 2 - Linha 2: Coordenadas UTM 701.718, 8717.632. Localizada na mesma margem da estrada a cerca de 1 km da linha 1. A mata é de terra firme com emergentes atingindo cerca de 30 metros O dossel é praticamente contínuo e pouca luz chega ao chão da mata. O sub-bosque é bem desenvolvido e há muitos cipós no local. Palmeiras de espinho, especialmente Astrocaryum e tucumã são bastante abundantes. O folhedo é espesso e o solo argiloso Não havia igarapés nas proximidades. HERP 3 - Linha 3:- Coordenadas UTM 701.718, 8717.632. Instalada, como as duas linhas anteriores, na mesma margem da estrada, a cerca de 400 metros da linha 2. A mata, também de terra firme, é relativamente alta, com dossel descontínuo formado por emergentes de cerca de 25-30 m. Algumas castanheiras atingem 35 m O sub-bosque é bem estratificado e palmeiras e cipós são raros. O solo é argiloso e não há igarapés na área. HERP 4 - Linha 4:- Coordenadas UTM 696.902, 8722.579. Linha situada a cerca de 6 km da anterior, na mesma margem da estrada. A mata é de terra firme com dossel descontínuo e mais aberta que a das linhas anteriores. As emergentes são, em sua maioria, castanheiras de cerca de 30 m . Cipós eram muito abundantes; observou-se várias clareiras naturais, causadas pela queda de grandes árvores. O sub-bosque é aberto e marcado por palmeiras de espinho de médio porte do gênero Astrocaryum . O folhiço é espesso e o solo argiloso. HERP 5 - Linha 5:- Coordenadas UTM 695.083, 8722.591. Situada 2 km adiante da linha anterior, na margem oposta da estrada. Esta linha, situada a cerca de 21 km da BR 163 foi instalada acompanhando o curso do Rio Renato (bacia do Teles Pires) exatamente no contato entre a mata de terra firme e o extenso buritizal que acompanha o curso do igarapé. O igarapé é bem encaixado, tem cerca de 4 m de largura e uma profundidade aproximada de 1,5 m nos trechos mais profundos, por onde corre água clara em abundância. Sua planície de inundação é extensa e pantanosa. Além dos buritis e de uns poucos açaís, medra na área uma mata mais aberta, muito mais seca e com cipós. As emergentes não passam dos 25 m . A sororoca era abundante, especialmente no contato com a mata. Havia poucos caetês. O solo é arenoso. HERP 6 - Linha do Igarapé - Coordenadas UTM 702.324, 8717.324 ao longo do curso de um pequeno Igarapé da bacia do Xingu, situado próximo ‘a base de trabalhos. Os baldes foram dispostos linearmente ao longo da margem direita do igarapé, a montante do trecho que foi represado pela estrada. A mata local foi parcialmente explorada para retirada de madeira. O dossel é descontínuo e atinge cerca de 25 metros com algumas castanheiras (Bertholletia excelsa) e angelins (Parkia pendula) de grande porte. O folhiço é relativamente denso e palmeiras são medianamente abundantes. No trecho que as armadilhas foram instaladas a largura do vale não excede os 30 metros. Havia poucos caetês. Na porção superior de seu curso o igarapé é ligeiramente encachoeirado. HERP 7 - Linha 7 - Coordenadas UTM 707.835, 8726.196. Próxima ao entroncamento da entrada para a Cascalheira, ao lado esquerdo na estrada Sinop – Cláudia. HERP 8 - Linha 8 - Coordenadas UTM 714.490, 8724.307. Próxima ao posto fiscal, ao lado esquerdo da estrada Sinop - Cláudia. HERP 9 - Linha 9 – Coordenadas UTM 699.912, 8719.487. No entroncamento do lado direito da estrada Sinop-Cláudia que segue um carreador de madeira. HERP 10 - Coordenadas UTM 702.324, 8717.628 .Casa ou arredores da casa – local onde ficamos hospedados próximo a sede da serraria da Fazenda Iracema. (continua...) (...continuação) FAUNA HERP 11 Coordenadas UTM 701.706, 8715.788. Colônia da madeireira - é o local onde moram os empregados da serraria, Nas linhas 7, 8 e 9 as árvores não ultrapassam 25-30 metros de altura e estão situadas em mata de terra firme sem igarapé. Há uma predominância de cipós ou lianas, arbustos, epífitas em menor quantidade e muitas ervas que cobrem o chão. A floresta encontra-se um pouco perturbada pela exploração de madeira e com trechos em estágio de sucessão. É comum encontrarmos castanheiras, palmeiras e pequi. AV1 - Fazenda Iracema - Coordenadas UTM 702.324, 8717.628. FN1 - Cascalheira Coordenadas UTM 705.423, 8728. 2a campanha Claudia (18/07 a 28/07/97). HERP 1 - Cascalheira - Coordenadas UTM 705.423, 8728.056. O local está devastado, não passa de uma grande clareira, foram escavados mais ou menos quatro metros de profundidade, com trator, para a retirada do cascalho, laterita ou canga. A mata ao redor, situada em terra firme sem igarapé, encontra-se em processo de regeneração, cujas árvores não ultrapassam 20-25 m de altura. Além da retirada do cascalho, nesta área, a floresta encontra-se um pouco perturbada pela retirada de madeira (peroba, jatobá, e outras). É freqüente encontrarmos castanheiras e pequi em menor quantidade. HERP 2 - Córrego Anastácia - Coordenadas UTM 707.229, 8726.200,O Córrego Anastácia desemboca no Ribeirão Carmelita que se encontra com o ribeirão do Macaco Branco e ambos deságuam no Rio Azul. Próximo às margens, havia uma prainha de águas límpidas e claras. O perfil da área do córrego e entorno onde trabalhamos é de uma mata secundária em processo de regeneração, com poucas árvores emergentes, uma ou outra castanheira, árvores não ultrapassando 20-25 m de altura, camada de folhiço em torno de 2 cm. O solo é bastante arenoso e úmido devido à proximidade da água. Muitas árvores e troncos caídos sobre a água, permitiram a travessia de um lado da margem para o outro. Haviam muitas epífitas (líquens, musgos, bromélias, cipós e lianas). O local é pouco iluminado, com dossel irregular. Muitas palmeiras altas e arbustos. HERP 3 - Ribeirão Carmelita - Coordenadas UTM 776.810, 8779.773 é um córrego fundo de água mais escuras, onde predomina um buritizal (Mauritia sp) ou mata de brejo. HERP 4 - Sede da Fazenda Santa Inês - Coordenadas UTM 709.583, 8715.736 casa onde nos hospedamos e realizamos os trabalhos de laboratório (taxidermia, preparação e fixação dos animais). HERP 5- Restaurante do Leonel - Coordenadas UTM 702.324, 8717.628 é uma parada de ônibus na estrada SINOP- Claudia, próximo ao posto fiscal e o escritório da Madeireira Iracema, onde fazíamos as refeições. Colônia ou Vila da Madeireira Coordenadas UTM 701.706, 8.717.628 morada dos trabalhadores da serraria. Alguns deles colecionam animais conservados em álcool, geralmente cobras e insetos. HERP 6 - Paliteiro (Floresta afogada) - Lagoa ou banhado represado pela estrada, devido ao acesso viário, afluente do Ribeirão da Encrenca (que deságua no Rio Azul), mata com inundação permanente. Havia dois (2) paliteiros bem próximos, onde trabalhamos. M1 - Coordenadas UTM 701.718, 8717.632. Fragmento de mata que apresenta um dossel contínuo, composto por um misto de árvores grossas (DAP=80cm) e altas (30m) com árvores menores e mais finas. Presença marcante de castanheiras (Bertholletia excelsa). O subosque é aberto, e constituído basicamente por palmeiras, do gênero Astrocaryum e caetês (Heliconia), além de vários troncos caídos. O solo é úmido e possui folhiço espesso. No início do transecto existem algumas clareiras, aí o subbosque é mais fechado e com cipós. M2 - Coordenadas UTM 699.912, 8719.487. Esta mata também possui um dossel contínuo, mas com árvores de estatura menor, com exceção das castanheiras. O subosque é menos aberto, composto também por palmeiras; porém, nas áreas com clareiras é mais denso e com cipós. Nota-se a presença de cupinzeiros em alguns pontos do transecto. O folhiço é espesso e úmido. M3 Coordenadas UTM 699.912, 8719.487. O transecto se inicia numa estrada abandonada (exploração de madeira), onde a vegetação é sucessional e arbustiva, com um subbosque bastante denso, e vai adentrando numa mata de dossel contínuo e subbosque aberto, também com a presença de algumas bertholetias, pois o único vestígio da presença de outras castanheiras nesta mata são seus enormes troncos cortados. M4 Coordenadas UTM 695.083, 8722.591. Mata de dossel contínuo composto por árvores de 20m de altura; subosque composto por palmeiras, troncos caídos e cupinzeiros. Ao caminhar-se ao longo do transecto, pouca luz chega a entrar na mata, dando um aspecto de "fim de tarde" a qualquer hora do dia. M5 - Coordenadas UTM 696.882, 8719.507. Floresta de dossel quase contínuo, com árvores altas (25m) e grossas (DAP= 70cm) e várias árvores mais finas. Subosque aberto com palmeiras nas áreas de dossel contínuo e mais alto, e subosque mais denso, com cipós e troncos caídos em áreas de dossel descontínuo e de menor estatura. M6 - Coordenadas UTM 701.706, 8715.788. É o primeiro dos transectos descritos caracterizado pela presença de um igarapé. No início do transecto o solo é bastante úmido, chegando a formar um lamaçal em alguns trechos onde o solo é encharcado. No decorrer do transecto, o igarapé se torna mais encaixado e o solo torna-se cada vez mais seco. A vegetação na margem do igarapé é composta praticamente por pteridófitas, bromélias e buritis; à medida que se afasta do leito do riacho a mata passa progressivamente a apresentar dossel quase contínuo, com árvores altas (castanheiras) e subosque aberto, com palmeiras e alguns cipós. M7 - Coordenadas UTM 702.324, 8717.628. Localiza-se próximo à base de trabalhos e também margeia um igarapé. Este igarapé é maior e foi represado pela construção da estrada, formando um lago na beira da mesma. A vegetação na margem é constituída por palmeiras, assim como o subosque da mata que apresenta dossel descontínuo, com árvores altas como as castanheiras e o angelim (Parkia pendula). M8 - Coordenadas UTM 702.324, 8717.628. Transecto que faz limite com uma área aberta (linha de transmissão de energia elétrica). Esta área percorre mais ou menos uns 100 m entre dois fragmentos de mata. A vegetação na borda destes fragmentos é sucessional e arbustiva, com subosque muito denso. M9 - Coordenadas UTM 704.047, 8717.063. Este transecto localiza-se na borda de uma área de pastagem. A vegetação é composta de capins altos e alguns arbustos, o solo é avermelhado e o folhiço inexistente. (continua...) (...continuação) POTENCIAL MADEIREIRO M.22 – Mata não explorada. Município de Marcelândia. Coordenadas UTM 816.400, 8777.569. M.23 – Mata explorada. Município de Marcelândia. Coordenadas UTM 798.324, 8774.049. M.24 – Mata explorada. Município de Marcelândia. Coordenadas UTM 804.129, 8777.686. M.25 – Mata não explorada. Município de Marcelândia. Coordenadas UTM 815.064, 8777.582. M.26 – Mata não explorada. Município de Marcelândia. Coordenadas UTM 803.809, 8743.863. M.27 - Mata explorada. Município de Marcelândia. Coordenadas UTM 799.012, 8750.058. FONTE: CNEC, 1997. ANEXO IV – FOTOGRAFIAS ANEXO V- FOLHA SINOP